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Cultura da Bananeira Apostila

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CAPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. Origem e Distribuição ....................................................................................................................................... 3 
2. Importância econômica .................................................................................................................................... 3 
3. Importância alimentar e social .......................................................................................................................... 4 
4. Classificação ...................................................................................................................................................... 4 
5. Morfologia ........................................................................................................................................................ 5 
6. Fenologia........................................................................................................................................................... 6 
6.1 Relação Fonte/Dreno em cada fase .......................................................................................................... 7 
7. Ecofisiologia da Bananeira ................................................................................................................................ 7 
8. Propagação ....................................................................................................................................................... 8 
8.1. Micropropagação – Cultura de tecidos ................................................................................................... 10 
9. Sistema de Plantio........................................................................................................................................... 12 
11. Solos e Nutrição .......................................................................................................................................... 13 
12. Sintomas de deficiências nutricionais ......................................................................................................... 15 
13. Manejo do pomar ....................................................................................................................................... 16 
13.1. Desfolha .............................................................................................................................................. 16 
13.2. Desbaste .............................................................................................................................................. 16 
13.3. Eliminação do coração ........................................................................................................................ 17 
13.4. Escoramento da bananeira ................................................................................................................. 17 
13.5. Corte do pseudocaule ......................................................................................................................... 18 
14. Pragas da bananeira .................................................................................................................................... 19 
14.1. Moleque da bananeira (Cosmopolitessordidus).................................................................................. 19 
15. Nematóides ................................................................................................................................................. 20 
16. Doenças da bananeira ................................................................................................................................. 20 
16.1 Sigatoka amarela ..................................................................................................................................... 21 
16.2 Sigatoka negra ......................................................................................................................................... 21 
16.3 Mal-do-panamá ....................................................................................................................................... 22 
17 Virus do mosaico do pepino (cmv) .............................................................................................................. 23 
18 Colheita e pós colheita ................................................................................................................................ 24 
 
 
 
 
 
Cultura da Bananeira 
1. Origem e Distribuição 
Seu centro de origem é no sudoeste da Ásia, em países como Malásia, Índia, Indochina e 
Filipinas, onde há relatos do cultivo dessa espécie a mais de 4.000 anos. Porém, a grande 
diversidade dessa fruta concentra-se na África Ocidental. As bananeiras de frutos comestíveis 
pertencem ao são encontradas entre os paralelos de 30° Norte e 30° Sul do Equador, em 
regiões de temperaturas entre 10 e 30 °C. 
A bananeira é uma monocotiledônea herbácea pertence à família Musaceae e ao gênero 
Musa. O gênero Musa pode ser dividido em quatro séries: Australimusa, Callimusa, 
Rhodochlamys e Eumusa. As séries Callimusa e Rhodochlamys não produzem frutos 
comestíveis e a Australimusa contém apenas uma espécie conhecida como abacá utilizada 
nas Filipinas para extração de fibras das bainhas vasculares. Na série Eumusa é que estão 
localizadas as espécies de interesse comercial. 
A evolução da bananeira veio do cruzamento natural interespecífico entre a espécie 
selvagem Musa acuminata (AA) originada da Malásia e Musa Balbisiana(BB) originaria da 
Índia. As combinações variadas de genomas destas espécies originaram os cultivares 
comestíveis que apresentam níveis cromossômicos di, tri, ou tetraplóides, respectivamente 
com 22, 33 e 44 cromossomos e diferindo das espécies selvagens devido à presença de 
genes responsáveis pela partenocarpia, que é a formação de fruto sem que haja fecundação 
do óvulo. 
2. Importância econômica 
Os principais países produtores de banana são a Índia (24,4%), China (10,3%), Filipinas 
(9,0%), Equador (6,9%) e Brasil (6,8%) e outros países (42,6%) da produção. Os principais 
exportadores são Equador, Costa Rica, Filipinas, Colômbia, Guatemala e Bélgica e Brasil. O 
destino da exportação brasileira de bananas são o Uruguai, Reino Unido, Argentina, Itália 
entre outros. As principais variedades exportadas pelo Brasil são pertencente ao subgrupo 
Cavendish (Nanica, Nanicão, Grand Naine, Willians). Existem também os Plátanos, um tipo de 
cultivar muito consumido nos países Africanos que são usados para fritar ou cozinhar. 
De acordo com IBGE (2012) a área plantada de banana no Brasil corresponde 481,11 
ha com uma produção de 6,90 t e produtividade média de 14,35 t/ha. O cultivo de banana 
ocorre em todos os estados brasileiros, sendo Rio Grande do Norte (27,73 t/ha), Distrito 
Federal (26,80 t/ha), Paraná (23,97 t/ha) e Santa Catarina (23,34 t/ha) os que apresentam 
maior produção. O subgrupo Prata (Prata anã, Pacovan, Branca) e maçã são as variedades 
mais aceitáveis no mercado interno. 
3. Importância alimentar e social 
A produção da bananeira concentra-se nos países subdesenvolvidos com 98% da 
produção, sendo a 4° cultura mais importante atrás do arroz, trigo e milho. O fruto é fonte 
nutritiva de carboidrato, potássio, cálcio, ferro, boa fonte vitamina C e razoável em A,B,D e E, 
altamente energético, recomendável para pessoas com diárreias, excelente remédio para 
pressão alta, protegendo artérias contra a formação de placas de colesterol, doenças do 
aparelho gastro-intestinal, rins, fígado, poder terapêuticos contra asma e icterícia, dentre 
outros. 
Pode ser consumida in natura ou como doces, compotas, enlatados, flocos de banana,banana desidratada, farinhas, etc. 
Sua importância social caracteriza-se pela fixação do homem no campo gerando de 1 a 
6 empregos diretos por hectare. 
4. Classificação 
Os principais cultivares de bananas são classificados de acordo com o grupo genômico. 
A nomenclatura do genoma estabelece os Grupos Varietais, que agrupam cultivares de 
características semelhante. 
Grupo 
genômico 
 
Cultivares 
AA Ouro, Ouro de Colatina. 
AAA Caru-Verde, Caru-Roxa, Gross Michel, Caipira. 
Subgrupo Cavendish: Nanica, Nanicão, Robusta, Grand Naine, Williams. 
AAB Maçã, Mysore. 
Subgrupo Prata: Prata, Pacovan, Branca, Prata Anã. 
Subgrupo Terra (plátanos): Terra, Terrinha, Pacovã, D‟Angola. 
ABB Marmelo ou Figo, Três Quinas. 
AAAA IC-2. 
AAAB Ouro-da-Mata, Pioneira, FHIA 01, FHIA 02, FHIA 18, PV 03-44, SH 36-40, 
Vitória, Japira. 
 
Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são do grupo 
genômico dos triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais 
agradável destes em relação aos diploides, além da maior aceitação de mercado 
5. Morfologia 
A bananeira é uma planta arbórea destituída de caule vegetativo aéreo, apresentando 
folhas inteiras imbricadas uma nas outras. 
Raiz - As raízes têm sua origem na parte central do rizoma, na união entre o cilindro central e 
o córtex. Geralmente, distribuem-se por toda a superfície do rizoma. São fasciculadas e a 
maioria (80%) ocupam as camadas mais superficiais do solo (10 a 30 cm). A emissão de 
raízes passa a diminuir à medida que o bananal envelhece. 
Caule - Do tipo subterrâneo/rizoma, é nele que ocorre a formação das raízes, folhas, 
inflorescência e rebentos ou “filhotes”. Nos rizomas, o centro possui a gema apical que é 
responsável pela formação de folhas (30-70 folhas) e do cacho. Fazendo-se um corte 
longitudinal no caule, tem-se o córtex na região periférica e o cilindro central no encoberto por 
ele. 
Folha - As folhas da bananeira são grandes, completas, espiraladas, simples, e constituídas 
de bainha, pecíolo, limbo e nervura central. As bainhas são bem desenvolvidas e suas bases 
enroladas formam o pseudocaule (reserva de água; altura 1,2 a 8m; diâmetro 10 a 50cm). 
Em região favorável, a bananeira pode emitir uma folha por semana, cada folha corresponde a 
uma gema (30-70 folhas = 30-70 gemas). 
Flores - Aos 30 a 40 cm do solo, a gema apical transforma-se em florífera, todas as folhas já 
estão formadas e dependendo das condições climáticas, a gema florífera aparece após 4-6 
meses. As flores da bananeira na forma de inflorescência são femininas, masculinas e 
hermafroditas. Cerca de 99,9 % das bananas comestíveis não têm flores hermafroditas 
perfeitas, somente flores masculinas. Porém é possível ter flores hermafroditas viáveis com 
sementes. 
Frutos - O cacho da bananeira é constituído por engaço (pedúnculo da inflorescência), penca 
(conjunto de frutos ou dedos), ráquis (eixo onde são inseridas as flores da inflorescência) e 
coração (conjunto de pencas de flores masculinas ainda em desenvolvimento, com suas 
respectivas brácteas). É comum a prática de eliminar a ráquis e o coração para evitar a 
competição desses com o cacho por nutrição, além disso, a presença do coração favorece o 
ataque de tripes. 
O fruto é uma baga carnosa resultante da partenocárpica dos ovários das flores femininas 
de uma inflorescência. 
6. Fenologia 
Compreender as fases fenológicas da bananeira é de fundamental importância para a 
condução correta de cada família de plantas e do bananal como um todo. 
O ciclo fenológico da bananeira é dividido em três fases. 
1) Fase Infantil – Vai do plantio da muda (no caso de implantação do pomar) ou brotação da 
gema lateral (no caso do surgimento da planta filha ou rebento), até a emissão folha 10 – 
F10 (primeira folha com 10 cm de largura). Nessa fase a planta mãe exerce dominância 
sobre a filha (dominância apical) devido o balanço de auxinas, não permitindo assim a 
brotação da gema lateral da planta filha. O ideal é que a planta filha emita um mínimo de 
oito folhas nessa fase. 
2) Fase Juvenil – Inicia-se com a emissão da F10 e termina com a emissão da primeira folha 
normal (FM). Nessa fase ocorre o início da diferenciação floral (formação da 
inflorescência). Essa fase também merece atenção especial em relação às adubações e 
irrigação, pois um bom manejo geralmente resulta em cachos melhores, com maior número 
de pencas. 
3) Fase Reprodutiva – Ocorre a diferenciação floral, passando pelo enchimento dos frutos e 
finalizando com a colheita do cacho (C). Nas bananeiras do tipo Cavendish essa etapa 
dura cerca de 120 – 160 dias, já no tipo prata dura cerca de 90 a 100 dias. 
 
Representação esquemática do ciclo da bananeira, com adaptações das durações dos estádios 
para bananeira do tipo Prata. Y = gema, desenvolvimento da brotação lateral; F10m = primeira 
folha com 10 cm de largura; Fm = primeira folha adulta característica da cultivar, coincide com a 
diferenciação floral (DF); F= emissão da inflorescência; C = colheita do cacho. Fonte: Soto 
Ballestero (2008) 
Quando a planta mãe emite a inflorescência, suas raízes começam a morrer e não 
ocorre mais a emissão de novas folhas. Nesse momento a planta filha ou “rebento” torna-se 
independente e passa a contribuir com a absorção de água e nutrientes para a mãe, que 
apesar de possuir bastante reserva armazenada no rizoma e folhas, absorve água e nutrientes 
através da planta filha. 
Para um manejo adequado, durante o ciclo de desenvolvimento da cultura, é importante 
que se conheça a relação fonte/dreno entre os órgãos da planta nas diferentes fases, pois o 
manejo correto em cada fase diminuirá a concorrência entre os órgãos da planta, 
principalmente em períodos críticos 
6.1 Relação Fonte/Dreno em cada fase 
Fase I – A folhas são o dreno. 
Fase II – O Pseudocaule é dreno. 
Fase III – Rizoma e rebentos são drenos. 
Fase IV – Cacho e rebento selecionado são drenos. 
7. Ecofisiologia da Bananeira 
Fotoperíodo - O florescimento (indução floral) aparentemente, não há influência de 
fotoperíodo e temperatura. 
Umidade - É uma planta típica do clima tropical que apresenta crescimento contínuo. Logo 
para que se desenvolva necessita de bastante água (a planta acumula cerca de 95% de água, 
enquanto o fruto, cerca de 75%). 
A exigência hídrica varia de 3 a 8 mm/dia ou 100 a 150 mm/mês. A planta tolera seca, 
porém não tolera excesso de umidade. A umidade relativa média acima de 80% é a mais 
favorável para o desenvolvimento da bananeira. Com o déficit hídrico pode ocorrer 
engasgamento do cacho, dobramento das folhas, amarelecimento e morte prematura, 
iniciando pelas folhas mais velhas. A fase de desenvolvimento mais crítica ocorre no período 
da diferenciação floral (número de pencas). 
 Já com o alagamento pode ocorrer redução da produção, do tamanho da planta, do 
crescimento de raízes além de tornar as folhas verde-pálido. Muitas raízes morrem após 24 
horas de alagamento e aumenta a ramificação das raízes primárias. 
 
Temperatura - A temperatura ótima para o crescimento foliar é entre 18 e 28 °C e a faixa de 
temperatura viável para exploração varia de 15 a 35 °C. Abaixo de 15 °C e acima de 35 °C a 
planta paralisa suas atividades. Com a condução da bananeira sob baixas temperaturas tem-
se menor produção, maior período do ciclo e chilling nos frutos – no caso de temperaturas 
abaixo de 12 Cº. Locais onde as geadas são comuns deve-se evitar o cultivo, pois ocorre 
queima das folhas podendo levá-las à morte. As variedades do subgrupo Cavendish suportam 
temperaturas mais baixas que as do subgrupo Prata. Além de ampliar os locais com 
possibilidade de cultivo,isso favorece a exportação desse sub grupo, uma vez que podem ser 
armazenadas sob baixas temperaturas, diminuindo a atividade respiratória e metabolismo e 
aumentando assim o período pós colheita de seus frutos. 
Vento– Este fator é uma das maiores preocupações dos bananicultores. As folhas da 
bananeira são muito suscetíveis à danos pelo vento. Ventos superiores a 40 km/h podem 
causar fendilhamento nas folhas, quebra do pseudocaule, tombamento das plantas, 
rompimento das raizes, aumento da transpiração (implicando em maior consumo de água) e 
“chilling” quando o vento for frio. 
Altitude – A altitude influencia indiretamente o ciclo da bananeira. Estima-se que a cada 100 
m de altitude que aumenta, o ciclo da cultura pode aumentar de 30 a 45 dias devido a 
diminuição da temperatura promovida por essa alteração. 
Luminosidade – A bananeira necessita de uma boa luminosidade para emissão das folhas e 
aumento do porte da planta. Todavia a deficiência de luz promove o autossombreamento, 
estiolamento, alongamento do ciclo vegetativo, não há diferenciação floral, formação de 
cachos pequenos além de favorecer a incidência de doenças, já com o excesso de 
luminosidade ocorre a queima do engaço e dos frutos. 
8. Propagação 
Devido os problemas fitossanitários apresentados por essa cultura, AS ÚNICAS MUDAS 
QUE PODEM SER COMERCIALIZADAS SÃO AQUELAS ADVINDAS DE CULTURA DE 
TECIDO (micropropagação). No entanto, devido o alto custo de aquisição desse tipo de muda, 
para plantio de grandes áreas, o que os produtores tem feito é adquirir uma quantidade de 
mudas micropropagadas para implantação de 30 % de sua área e, a partir dessas mudas, 
obter as outras para completar o plantio em 100 % da área pretendida. Atenção, apesar do 
produtor ter autonomia para tirar as mudas em seu próprio pomar, essas mudas não podem 
ser comercializadas. 
Em relação ao tipo de muda que o agricultor pode obter em sua propriedade para 
ampliação da área de plantio, essas podem variar de acordo com a altura ou parte da planta 
utilizada para a obtenção. Os tipos de mudas que podem ser obtidos em um pomar de 
bananeira através da propagação convencional são: 
Tipo de muda Dimensões e peso Observações 
 
Guarda-chuva 
Pequenas, mas com 
folhas típicas de 
plantas adultas. 
Possuem o rizoma muito pequeno com pouca reserva e 
devem ser evitadas, pois geram cachos pequenos e de 
baixa qualidade. 
 
Chifrinho 
20 a 30 cm de 
altura, até 1 kg. 
Possuem somente folhas lanceoladas. 
 
Chifre 
30 a 100 cm de 
altura, 1 a 2 kg, 
Possuem somente folhas lanceoladas. 
 
Chifrão 
100 a 150 cm de 
altura, 2 a 3 kg. 
Possuem uma ou mais folhas com limbo normal e pode 
possuir folhas lanceoladas. 
 
Muda alta ou 
adulta 
Mais de 150 cm de 
altura, 3 a 5 kg. 
Possuem rizoma bem desenvolvido e, apesar das folhas 
serem largas, elas ainda são jovens. A gema encontra-se 
em fase de diferenciação floral. 
Pedaço de 
rizoma 
Rizomas grandes 
com mais de 800 g 
Não é muito usual devido à dificuldade para se estabelecer 
um pomar com esse tipo de muda. 
 
Uma vez arrancado o “filhote”, realiza-se a eliminação das raízes com um facão, pois as 
raízes danificadas das bananeiras não rebrotam mais, e novas raízes serão formadas.Em 
seguida, faz-se também o descortiçamento do seu rizoma, eliminando todas as partes 
escuras, tanto na região cortical externa, como no seu cilindro central, as quais podem conter 
nematóides e/ou broca das bananeiras. Mudas do tipo chifrão apresentam menos perdas em 
campo e maior uniformidade. 
 
 
Principais tipos de mudas de bananeira. a) muda micropropagada, b) chifrão, c) chifre, 
 d) chifrinho,e) rizoma de planta adulta, f) rizoma com filho, g) pedaço de rizoma, h) guarda-chuva. 
Foto: Janay Almeida dos Santos-Serejo. 
Link:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananeiraIrrigada/ 
plantio.htm. Acesso em 21/04/2014. 
 
8.1. Micropropagação – Cultura de tecidos 
Como mencionado anteriormente, o único tipo de muda que a comercialização e permitida 
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é a do tipo Micropropagada ou 
Propagada in vitro. Em geral essa muda é isenta de doenças (com exceção de viroses), 
apresenta alto custo, alto número de mutações (20-30%) e devem possuir de 10-20 cm de 
altura quando levadas a campo. 
O explante (gema utilizada para obtenção das mudas) geralmente é retirada de gemas 
apicais sendo o material coletado de mudas do tipo chifre ou chifrão. Essas gemas são pouco 
vascularizadas, por isso, a chance de se propagar mudas com o fungo Fusarium oxysporum f. 
sp. cubense, causador da fusariose, é quase nula. 
O processo de proliferação das mudas de um mesmo explante deve ser realizado por no 
máximo 5 vezes, pois a partir daí o índice de variação somaclonal aumenta muito. A cada 
etapa de proliferação, cada plântula gera em torno de 5 novos indivíduos. 
1 - 5 - 25 - 125 - 625 
Na formação de mudas micropropagadas podem ocorrer modificações nas plantas clones 
devido à variações transitórias do meio de cultivo e mutações chamadas de variação 
somaclonal. Essa variação pode refletir no surgimento de indivíduos diferentes do seu genitor. 
O limite máximo de variação somaclonal aceitável é de 5%. 
 
Nomura e Fuzitani descrevem o processo de micropropagação da seguinte forma: 
a) Retira-se de uma touceira do banco de matrizes, uma muda chifre ou chifrão, cujo peso 
deve ser de 2 a 3 kg; 
b) Em seguida retiram-se todas as bainhas mais externas até reduzir o peso a 50 a 100 g. 
c) A muda é levada para o laboratório e retiram-se as bainhas na capela com fluxo laminar 
até se obter uma seção de aproximadamente 5 cm de altura e de diâmetro. Este material 
recebe a primeira desinfecção com solução de hipoclorito de sódio durante 20 minutos, 
seguido de duas lavagens com água esterilizada durante 5 minutos cada uma. 
d) Posteriormente se reduz o tamanho do material até uns 2 a 3 cm, sendo chamado de 
ápice caulinar ou explante, composto de rizoma e de várias bainhas. Realiza-se a segunda 
desinfecção com hipoclorito de sódio e duas gotas de um surfactante por 100mL de 
solução desinfetante. Realizam-se mais duas lavagens de três minutos cada com água 
esterilizada e procede a redução de tamanho até obter um ápice de aproximadamente 5 
mm de altura. 
e) O explante é submetido a um tratamento antioxidante mediante imersão, durante 10 
minutos, em uma solução aquosa estéril de ácido ascórbico (100mL/Lt). Posteriormente, 
ele é introduzido para adaptação em um frasco de vidro em meio de cultura Murashigue e 
Skoog (MS) com BAP e 2,4D, previamente autoclavada. 
f) Os vidros com os explantes serão tampados com um filme transparente e adesivo de 
PVC e colocados em prateleiras no escuro durante 20 dias, e depois, mais 20 dias sobre 
iluminação artificial e temperatura controlada. Neste período, o explante adquire coloração 
verde e aumenta o diâmetro basal. Observam-se os frascos de vidros que apresentam 
contaminações e fazendo o seu descarte. 
g) Posteriormente o explante é transferido para o meio de multiplicação 
contendo o meio MS e BAP. Neste meio ocorrem brotações laterais (3 a 6), com número 
variável dependendo da variedade. A cada 30 dias faz-se a repicagem ou individualização 
dessas plântulas por até 5 vezes para evitar as mutações. 
h) As plântulas formadas são colocadas em meio enraizador, contendo somente o meio 
MS, para permitir a formação das raízes. 
i) As plântulas que apresentam a formação de raízes e emissão foliar estão aptas para 
serem transferidos para bandejas ou canaletas preenchidas com vermiculita. Elas são 
transferidas paraa casa de vegetação, com umidade ao redor de 90% até atingirem cerca 
de 10 a 15 cm e três a quatro folhas. Neste tamanho serão entregues ao produtor. 
O tempo total compreendido desde o cultivo inicial da gema apical até a obtenção de 
plantas apropriadas para o transplante varia de 240 a 300 dias. 
9. Sistema de Plantio 
O espaçamento e disposição das bananeiras no pomar variam em relação ao porte das 
cultivares, plantas que apresentam porte maior utilizam-se maiores espaçamentos. Sendo 
assim os espaçamentos mais indicados para as cultivares mais comum são: 
Porte Baixo (Nanica): fileira simples - 2 x 2 m; 2,0 x 2,5 m, 3 x 2,0m e fileira dupla - 3,76 x 1,0 
x 2,26 m, 1,5 x 1,5 x 2,5 m; 1,5 x 1,5 x 3,0 m; 1,5 x 2,0 x 3,0 m; 2 x 2 x 3,5 m; 4 x 3 x 2m. 
 
Porte Médio (Maçã, Ouro, Nanicão, Robusta): fileira simples - 2,5 x 2,5 m; 2 x 3 m; 2,5 x 3,0 
m; 2,5 x 3,5 m; 3,0 x 2,5m fileira dupla – 3,76 x 1,0 x 2,26 m 
Porte Alto (Prata Anã, Terra, Pacovan ): fileira simples - 4,0 x 2,5 m; 5,0 x 2,5 m; 3,0 x 2,5 
m. fileira dupla - 4,0m x 2,0m x 2,5 m, 4,0m x 2,0m x 2,0m, 5,0m x 2,0m x 2,5m e 4,0m x 
2,0m x 2,5m. 
Pode se optar pelo plantio adensado na cultivar Nanicão: 1,0 x 2,5 m, com eliminação 
de 50% das plantas após a primeira safra. 
Vantagens: maior produção na primeira safra, sombreamento do solo, proteção do solo. 
Porém, dependendo da cultivar, menor espaçamento resulta em alongamento do ciclo, cachos 
e frutos menores e maior incidência de doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura ilustrativa – Diferentes modos de disposição das plantas possíveis em relação ao 
espaçamento usado. 
 
 
10. Época de plantio e preparo do solo 
O plantio é feito no início das chuvas ou o ano todo, se houver irrigação. Após 30 dias 
fazer o replantio das mudas que não se desenvolveram, neste período as mudas já terão 
raízes de até 40 cm de comprimento. 
11. Solos e Nutrição 
A bananeira exige solo de boa aeração e drenagem, de preferência que não estejam em 
baixadas. Solos rasos, compactados e arenosos são inadequados para o plantio (possuem 
baixa fertilidade, retenção de água, causando o tombamento de plantas e disseminação de 
nematóides), o pH ideal varia de 6,0 a 6,5. O solo mais adequado para o desenvolvimento 
da bananeira é o areno – argiloso. 
Em relação à nutrição, essa cultura é muito exigente, e, devido às altas quantidades de 
nutrientes exportadas na colheita dos cachos, as necessidades de adubação mineral são 
elevadas. A saturação por bases do solo deve ser de no mínimo 70%. E a fertilidade do 
solo deve ser manejada de acordo com a análise de solo e análise folias. Essa última deve 
ser realizada por amostragem da 3° folha (de cima para baixo) e quando o cerca de 70% 
do pomar estiver florido. K e N são os nutrientes mais exigidos e participam das funções 
essenciais para o crescimento e produção da cultura. 
Recomenda-se adubar com N orgânico nas covas pouco antes do plantio, uma vez que 
essa adubação orgânica favorece os microorganismos do solo e disponibiliza nutrientes à 
planta, além de contribuir para a melhoria das características físicas do solo. 
Recomenda-se adubar com P na cova no momento do plantio, uma vez que esse elemento 
favorece o desenvolvimento vegetativo e do sistema radicular, mas é praticamente imóvel 
no solo. 
O K contribui significativamente para a produção de frutos de qualidade, e é considerado o 
nutriente mais importante para essa cultura, mas não precisa ser aplicado no momento do 
plantio . 
Recomendação de adubação (NPK) nas fases de plantio, formação e produção da bananeira irrigada 
 
 
Os adubos devem ser aplicados bem espalhados (em círculo) e a uma distância de 20-40 
cm da muda. No caso de bananais adultos, os adubos devem ser aplicados em meia lua e em 
frente ao filho e neto. 
 
 
12. Sintomas de deficiências nutricionais 
 Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira. 
 
 
 Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira. 
 
Fonte:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananaTabCosteiros/tabela_2. 
htm. Acesso em 23/04/2014 
 
13. Manejo do pomar 
13.1. Desfolha 
 Esta prática deve ser realizada frequentemente e com muito cuidado, retirando-se folhas 
doentes ou com mais de 50% de sua área seca. Alguns dos benefícios dessa prática são: 
- Acelerar o desenvolvimento dos filhos. 
- Facilitar o manejo (adubações, desbaste e controle de pragas e doenças) 
- Proporcionar melhor ventilação e penetração do sol. 
- Possibilitar maior rapidez na colheita. 
- Diminuir a fonte de inoculo para doenças. 
Em plantações já estabelecidas, a desfolha deve ser feita antes das adubações, 
durante os meses de agosto (após o inverno), dezembro (durante as chuvas) e abril (antes do 
inverno). As folhas retiradas podem ser colocadas nas entre linhas, servindo como fonte de 
matéria orgânica, proteção do solo e contribuindo no controle de plantas daninhas. 
13.2. Desbaste 
Consiste na seleção dos seguidores em uma touceira. Essa seleção visa diminuir a 
concorrência entre os filhos de uma mesma planta, favorecendo a obtenção de cachos de 
melhor qualidade. Em geral é feito cortando-se (rente ao solo) o pseudocaule do seguidor a 
ser eliminado, neste caso, o corte deve ser realizado 3 a 4 vezes por ano, para impedir seu 
crescimento. 
Se a planta filha for escolhida de forma inadequada, provavelmente o cacho que esta 
planta vai gerar será de baixa qualidade, uma vez que ela não terá o tempo necessário para 
cada fase de desenvolvimento e principalmente para a fase de diferenciação floral, que é o 
momento em que se define o número de pencas do cacho. 
Em relação ao esquema de condução de uma touceira, geralmente se faz com uma ou 
duas famílias. No caso de uma família, a touceira terá a mãe, a filha e a neta, já no caso de 
duas famílias, a touceira terá uma mãe, duas filhas (irmãs) e duas netas. A seleção do neto 
deve ocorrer quando a planta-mãe está para ser colhida. 
Para a geração de uma boa família, a seleção dos seguidores deve ser realizada criteriosa 
e corretamente. Cada família deve ser analisada individualmente. 
 
Esquema de touceira com duas famílias 
Adaptado de http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/banana3.htm, acesso em 21/04/2014. 
 
O desbaste se faz antes da diferenciação floral e emissão da inflorescência, quando a 
planta filha começa a ficar independente, ou seja, antes do término da fase juvenil. Neste 
período o filho torna-se independente e não compete diretamente com o cacho por nutrientes. 
Os filhos podem começar a surgir a partir dos 45 a 60 dias após o plantio. Selecionar, 
preferencialmente, brotos profundos, vigorosos e separados 15 a 20 cm da planta mãe. 
 
13.3. Eliminação do coração 
Consiste na retirada do coração, para que se melhore o enchimento dos frutos e 
diminua o tempo para a retirada do cacho. Esse procedimento diminui a concorrência por 
fotoassimilados entre as bananas e o coração, por isso o cacho gerado numa bananeira em 
que o coração foi retirado é de melhor qualidade. 
Esse procedimento deve ser realizado entre o 15º e 20º dias após o aparecimento da 
última penca de flores. Nesse momento, essa última penca está se voltando para o alto, 
indicado que está se transformando em bananas. 
13.4. Escoramento da bananeira 
Deve ser feito principalmente em regiões onde os ventos são muito fortes, para que se 
reduzam as perdas por tombamento. Em geral, não são todas as plantas que precisam ser 
escoradas, mas apenas aquelas de touceiras menos vigorosas, com pseudocaules finos na 
base ou com cacho muito grande, em plantas muito altas e que se demonstremsusceptíveis 
ao tombamento. A avaliação da necessidade de escoramento deve ser realizada durante o 
enchimento do cacho. 
13.5. Corte do pseudocaule 
Cada planta de bananeira só produz uma vez, logo, faz-se necessário o corte desta 
após a colheita. Deve-se cortar o pseudocaule rente ao solo e, assim como é feito com as 
folhas, dispô-lo nas entrelinhas, para que este retorne ao solo alguns nutrientes e água que 
não foram exportados pelos frutos, sirva de proteção para solo e também contribua para o 
controle das plantas daninhas. 
 
 
 
 
 
 
14. Pragas da bananeira 
14.1. Moleque da bananeira (Cosmopolitessordidus) 
É a principal praga da bananeira, disseminada por todo o Brasil. Os adultos são besouro preto, 
de 9 a 14 mm comprimento x 3 a 4 mm largura, com rostro ou “bico” longo e recurvado. 
Apresenta hábitos noturnos. Ataca as raízes e rizoma da bananeira. 
Cosmopolites sordidus 
 
Os insetos ovipositam próximo ao ponto de inserção da bainha da folha no rizoma, as larvas 
formam galerias no rizoma. O ciclo de vida do inseto passa pela fase de ovos (6 – 8 dias), 
larvas (20 a 50 dias), pupa (7 – 10 dias) e adulto (de alguns meses a dois anos). A preferência 
dos insetos é pelas cultivares „Terra‟,„Maçã‟, „Terrinha‟, „Nanica‟,„Nanicão‟. 
 
Controle da broca-do-rizoma 
 Mudas sadias 
 Fungo Beauveria bassiana: duas aplicações por ano, com trocas mensais das iscas 
 Feromônio sintético 
 
Métodos culturais: desfolha, desbrota, picar restos culturais, limpeza do bananal, etc. 
 Iscas tipo queijo ou telha: 60 – 80 iscas/ha, substituídas a cada 2 ou 3 semanas 
 
Método Químico : monocrotophós 12 g i. a./20 L de água, pulverizar telha Furadan 50 G 
(3 - 5 g produto comercial/queijo), Carbaryl 480 SC (250 g/100 L água), Temik 10 
granulado (3 g/queijo). 
Inseticidas no solo: 
Granulados sistêmicos: Furadan 5% ou Temik 5%: 30 – 40 g produto comercial, Terracur 
5% (Fensulfotion, Fosforado): 50 – 60 g/cova. Aplicar próximo à planta, a 5 cm de 
profundidade; cobrir com terra. 
 
14.2 – Tripes ( Frankliniella brevicaulis, Frankliniella fulvipennis) 
 
Conhecido como tripes da erupção dos frutos. São encontrados nas flores e no “coração”, sob 
as brácteas.Os ovos são colocados na epiderme da casca de frutos jovens.Ocorre nas flores e 
nas brácteas e em frutos jovens. 
Os sintomas são pontuações marrons e ásperas ao tato nos frutos em desenvolvimento 
reduzindo seu valor comercial. O controle se faz eliminando o “coração”, a retirada dos restos 
florais (despistilagem) reduzindo a população desses insetos. O uso de sacos impregnados 
com inseticida fosforados no momento da emissão do cacho para reduzir os prejuízos 
 
14.3– Nemátoides 
 
Radopholus similis chamado comumente de Cavernícola é considerado o mais disseminado 
nematóide patogênico em bananeiras. Penetra no rizoma e raízes, causa lesão castanho-
avermelhada que evolui para podridão preta devido a microrganismos secundários. A planta 
atacada enfraquece e tomba com muita facilidade. As raízes atacadas se alongam chegando a 
ficar com 20 a 40 cm de comprimento. O patógeno penetra até 2 cm no córtex causando 
lesões de 0,5 a 0,7 mm comprimento x 0,02 mm diâmetro. 
O problema mais sério ocorre após diferenciação floral, devido à planta cessar a emissão de 
raízes. A disseminação do patógeno ocorre normalmente através de mudas contaminadas e 
água de irrigação. 
Outro nematóides que também é problema é o Meloidogyne sp que ataca o sistema radicular 
formando galhas nas raízes da bananeira. 
 
Principais medidas de controle de nematóides 
- Mudas descorticadas e tratadas com Furadan 350 F (inseticida/nematicida), 400 ml/ 100 L 
água por 20 min 
- Nematicidas sistêmicos: 
Aplicar na cova e/ou em cobertura, de 2 a 3 vezes/ano: Furadan 50 G (2 g i.a./touceira), 
Nemacur 10 G (2 g i.a./touceira), Temik 10 G (1,5 g i.a./touceira). 
- Eliminação de plantas afetadas e manutenção da gleba sem restos culturais por 1 ano. 
OBS: Solos argilosos normalmente dificultam a disseminação dos nematóides, já os solos 
arenosos e secos há maior disseminação. 
 
15. Doenças da bananeira 
16.1 Sigatoka amarela 
 
A sigatoka-amarela é causada pelo fungo Mycosphaerella musicola. Estima-se que no 
Brasil, a perda pode chegar a 50% da produção. Os reflexos do ataque desse fungo são: 
diminuição do número de pencas por cacho; redução do tamanho dos frutos; maturação 
precoce dos frutos no campo e/ou durante o transporte, enfraquecimento do rizoma e por 
conseqüência perfilhamento lento. 
Os principais sintomas são: 
 - Leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda à quarta 
folha, a partir da vela (A contagem das folhas é feita de cima para baixo, onde a folha da vela 
é a zero). 
- Aumento dessa descoloração, formando uma estria de tonalidade amarela. 
- Após um tempo essas estrias amarelas ficam marrons e evoluem para necroses escuras. 
- Infecção pode ocorrer ainda na folha “vela”, mas os sintomas só são percebidos a partir da 
3a ou 4a folhas devido ao período de incubação de 20 a 25 dias. 
Principais medidas de controle: 
- Cultural: desfolhas periódicas 
- Cultivares resistentes 
- Fungicidas (Média de 9 pulverizações por ano) 
 
16.2 Sigatoka negra 
O fungo causador dessa doença é o Mycosphaerella fijiensis Morelet (forma perfeita), 
Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton (fase anamórfica). O primeiro registro de sua 
ocorrência no Brasil foi em 1998, no estado do Amazonas. 
Os principais sintomas são lesões mais escuras que as da Sigatoka amarela e bastante 
concentradas ao longo da nervura principal da folha. Em geral, seu controle é semelhante ao 
da Sigatoka amarela, no entanto exige pulverizações mais frequentes, uma vez que o fungo 
causador da Sigatoka negra é mais agressivo e se dissemina mais rapidamente que o da 
Sigatoka amarela. Exige até 35 pulverizações por ano, dependendo do local, e pode 
representar até 26% do custo de produção. 
 
16.1 Mal-do-panamá 
O mal do panamá, murcha de fusarium ou fusariose e causado pelo fungo Fusarium 
oxysporum f. sp. Cubense. No mundo esse fungo foi relatado pela primeira vez na Austrália, 
por volta de 1876. Mas foi no Panamá, em 1890 que ele causou grandes prejuízos 
econômicos, ficando assim conhecido como Mal do Panamá. 
No Brasil, o primeiro relato de fungo foi em Piracicaba, no ano de 1930. 
Os sintomas de ataque são: 
- Amarelecimento das folhas mais velhas, progredindo para as mais novas, que murcham, 
secam e quebram junto ao pseudocaule, dando aspecto de “guarda chuva” fechado 
- Rachadura das bainhas próximo ao caule (rizoma), 
- Descoloração e escurecimento dos feixes vasculares, odor de fermentação, entupimento de 
vasos. 
Alguns fatores como: ferimentos no rizoma e raízes, ataque de nematóides, água 
contaminada, mudas contaminadas, pouca matéria orgânica no solo, desbalanço nutricional 
das plantas, uso de cultivares suscetíveis e pH não próximo à neutralidade, podem favorecer o 
ataque desse patógeno. 
 
Controle do mal-do-panamá 
- Químico: não há controle eficiente 
- Evitar áreas infectadas (mínimo de 15 anos de persistência no solo) 
- Mudas sadias 
- Evitar solos mal drenados 
- Calagem: pH = 7,0 
- Fertilidade e irrigação adequados. 
- Elevada matéria orgânica 
- Controlar brocas e nematóides 
- Variedades tolerantes: „Nanica‟, „Nanicão‟, „Grande Naine‟, 
„Valery‟, „Terra‟ 
- Evitar variedades susceptíveis: „Maçã‟, „Gros Michel‟, Prata Anã 
- Desinfestação de ferramentas e implementos 
 
 
 
17. Virus do mosaico do pepino (cmv) 
Os principais sintomas de ataque de vírus em bananeira são: 
- Nanismo- Deformação do limbo foliar 
- Estrias cloróticas 
- Bainhas externas separadas do pseudocaule 
- Sintomas mais severos com temperaturas menores que 24°C 
Como não existe controle químico para viroses, o mais indicado é o manejo cultural como: 
- Uso de mudas sadias 
- Evitar hospedeiros alternativos: cucurbitáceas, trapoeraba 
- Controle de afideos vetores 
- Erradicação de plantas infectadas 
 
Quadro resumo de algumas características das principais cultivares de banana 
Cultivar Prata Pacovan Prata anã Maçã Nanica Nanicão GranNaine Terra 
Porte da 
planta 
Alto Alto Médio/Alto Médio/Alto Baixo Médio/baixo Médio/Baixo Alto 
Ciclo da 
cultura 
400 350 280 300 290 290 290 600 
Sigatoka 
Amarela 
S S S MR S S S R 
Sig. Negra S S S - S S S S 
Mal-do-
Panamá 
MS MS MS S R R R R 
Moko S S S S S S S S 
Broca do 
Rizoma 
MR MR MR MR S S S S 
Nematóide 
R R R R S S S S 
 
S - suscetível, MS - Moderadamente suscetível, MR - Moderadamente Resistente, R - Resistente 
Baixo = < 2,0 m Médio = 2,0 - 3,5 m Alto = 3,5 - 6,0 m Muito Alto = > 6,0 m 
 
 
 
 
 
 
18. Colheita e pós colheita 
 
O ciclo da cultura do plantio a colheita dura em média de 12 a 18 meses.Em regiões quentes e 
úmidas o ciclo se torna mais curto, e em regiões frias e secas mais longo. Em geral o cacho 
estará pronto para ser colhido 90 a 120 dias após emissão da inflorescência. 
Em vista disso a época de colheita da bananeira dependerá das condições climáticas da 
região de plantio e dos tratos culturais empregados no bananal. 
O ponto de colheita das cultivares é avaliado conforme a destinação dos frutos. No caso do 
subgrupo Cavendish é medido o dedo ou fruto interno da segunda pencacom um calibrador 
manual, sendo o calibre de 30-32 mm para banana passa, 32-34 mm para banana destinada 
aexportação, 34-36 mm para indústria de polpa e 36-38mm para mercado interno. 
Já no caso da banana do subgrupo Prata, após o lançamento da inflorescência de 80-120 dias 
é verificado o desaparecimento da angulosidade dos frutos e o diâmetro do fruto central da 
segunda penca. 
Após a colheita, os cachos são levados para o Packinghouse onde será feito o 
despencamento dos frutos ou buquês, despistilagem, pesagem e lavagem das pencas. A 
lavagem no 1º tanque é feita com detergente doméstico (1-2 L/1,0 L de água) e sulfato de 
alumínio (0,25Kg/1,0L de água)afim de retirar o látex que os mancha e em seguida os buquês 
de 4- 7 frutospassarão pelo 2º tanque com solução de sulfato de alumínio (0,4Kg/ 1,0L de 
água) e fungicida (benlate, tecto e mentec a 4-8g/ 1,0L de água), estando assim prontos para 
serem embalados em caixas de plásticos, papelão ou madeira. 
Em grandes propriedades, em entrepostos de abastecimento de frutos por exemplo CEASA as 
bananas pós colheita são armazenadas em câmaras climatizadas com controle de 
temperatura e umidade para obter um amadurecimento uniforme. Nestas câmaras são feitas 
duas aplicações de etileno gasoso de 12 horas entremeadas por exaustão de 30 min. Após 84 
a 96 horas os frutos estarão amadurecidos. 
Já em pequenas propriedades rurais é muito comum o uso de carbureto de cálcio na dose de 
100 a 200 g/m³. OS frutos são cobertos com lona plástica vedada dos lados para manter o gás 
preso. São feitas duas aplicações do carbureto de 12 horas entremeadas por exaustão de 30 
min. 
O uso do carbureto no amadurecimento da banana apesar de ser um método barato e prático 
não há controle de temperatura podendo ocasionar desidratação dos frutos, frutos 
excessivamente macios e de fácil despencamento. 
Cuidados na colheita e pós colheita 
 Uso de almofada no carregamento do cacho para o packinghouse 
 Uso de embalagens adequadas 
 Transporte adequado 
 Evitarexposição dos frutos a baixas temperaturas pois ocorreinjúrias nos frutos 
“Chilling” por frio depreciando o produto 
Classificação dos frutos 
É a separação dos frutos de acordo com a cor, tamanho do cacho e baga, formato e 
qualidade. É baseado em um padrão de classificação facilitando a comunicação de todo 
mercado e toda cadeia de produção. Logo produtores, atacadistas, varejistas e consumidores 
seguem os mesmos padrões para determinar a qualidade do produto. Buscam transparência 
na comercialização, preços melhores e mais justos para os produtores e consumidores, 
menores perdas e melhor qualidade. 
Diante disso a classificação dos frutos da banana divide – se em GRUPO de acordo com as 
variedades comerciais, em CORES conforme a escala de Maturação de VON LOESECKE, em 
CLASSES conforme o comprimento do fruto, SUBCLASSE de acordo com a forma de 
apresentação (dedo – 1 fruto, buquê – 2 a 9 frutos, penca – mais de 9 frutos),TIPO OU 
CATEGORIA conforme os limites de tolerância de defeitos graves e leves para cada categoria 
de qualidade permitindo a classificação em: Extra, Categoria I, Categoria II e Categoria III, 
respectivamente são do tipos Exportação, A, B, C. 
 
 
 
 
 
Referencias Bibliográficas 
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RUGGIERO, C. (coord.) Bananicultura. Jaboticabal: Funep, 2001. 552 p. 
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