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CAPA Sumário 1. Origem e Distribuição ....................................................................................................................................... 3 2. Importância econômica .................................................................................................................................... 3 3. Importância alimentar e social .......................................................................................................................... 4 4. Classificação ...................................................................................................................................................... 4 5. Morfologia ........................................................................................................................................................ 5 6. Fenologia........................................................................................................................................................... 6 6.1 Relação Fonte/Dreno em cada fase .......................................................................................................... 7 7. Ecofisiologia da Bananeira ................................................................................................................................ 7 8. Propagação ....................................................................................................................................................... 8 8.1. Micropropagação – Cultura de tecidos ................................................................................................... 10 9. Sistema de Plantio........................................................................................................................................... 12 11. Solos e Nutrição .......................................................................................................................................... 13 12. Sintomas de deficiências nutricionais ......................................................................................................... 15 13. Manejo do pomar ....................................................................................................................................... 16 13.1. Desfolha .............................................................................................................................................. 16 13.2. Desbaste .............................................................................................................................................. 16 13.3. Eliminação do coração ........................................................................................................................ 17 13.4. Escoramento da bananeira ................................................................................................................. 17 13.5. Corte do pseudocaule ......................................................................................................................... 18 14. Pragas da bananeira .................................................................................................................................... 19 14.1. Moleque da bananeira (Cosmopolitessordidus).................................................................................. 19 15. Nematóides ................................................................................................................................................. 20 16. Doenças da bananeira ................................................................................................................................. 20 16.1 Sigatoka amarela ..................................................................................................................................... 21 16.2 Sigatoka negra ......................................................................................................................................... 21 16.3 Mal-do-panamá ....................................................................................................................................... 22 17 Virus do mosaico do pepino (cmv) .............................................................................................................. 23 18 Colheita e pós colheita ................................................................................................................................ 24 Cultura da Bananeira 1. Origem e Distribuição Seu centro de origem é no sudoeste da Ásia, em países como Malásia, Índia, Indochina e Filipinas, onde há relatos do cultivo dessa espécie a mais de 4.000 anos. Porém, a grande diversidade dessa fruta concentra-se na África Ocidental. As bananeiras de frutos comestíveis pertencem ao são encontradas entre os paralelos de 30° Norte e 30° Sul do Equador, em regiões de temperaturas entre 10 e 30 °C. A bananeira é uma monocotiledônea herbácea pertence à família Musaceae e ao gênero Musa. O gênero Musa pode ser dividido em quatro séries: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa. As séries Callimusa e Rhodochlamys não produzem frutos comestíveis e a Australimusa contém apenas uma espécie conhecida como abacá utilizada nas Filipinas para extração de fibras das bainhas vasculares. Na série Eumusa é que estão localizadas as espécies de interesse comercial. A evolução da bananeira veio do cruzamento natural interespecífico entre a espécie selvagem Musa acuminata (AA) originada da Malásia e Musa Balbisiana(BB) originaria da Índia. As combinações variadas de genomas destas espécies originaram os cultivares comestíveis que apresentam níveis cromossômicos di, tri, ou tetraplóides, respectivamente com 22, 33 e 44 cromossomos e diferindo das espécies selvagens devido à presença de genes responsáveis pela partenocarpia, que é a formação de fruto sem que haja fecundação do óvulo. 2. Importância econômica Os principais países produtores de banana são a Índia (24,4%), China (10,3%), Filipinas (9,0%), Equador (6,9%) e Brasil (6,8%) e outros países (42,6%) da produção. Os principais exportadores são Equador, Costa Rica, Filipinas, Colômbia, Guatemala e Bélgica e Brasil. O destino da exportação brasileira de bananas são o Uruguai, Reino Unido, Argentina, Itália entre outros. As principais variedades exportadas pelo Brasil são pertencente ao subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão, Grand Naine, Willians). Existem também os Plátanos, um tipo de cultivar muito consumido nos países Africanos que são usados para fritar ou cozinhar. De acordo com IBGE (2012) a área plantada de banana no Brasil corresponde 481,11 ha com uma produção de 6,90 t e produtividade média de 14,35 t/ha. O cultivo de banana ocorre em todos os estados brasileiros, sendo Rio Grande do Norte (27,73 t/ha), Distrito Federal (26,80 t/ha), Paraná (23,97 t/ha) e Santa Catarina (23,34 t/ha) os que apresentam maior produção. O subgrupo Prata (Prata anã, Pacovan, Branca) e maçã são as variedades mais aceitáveis no mercado interno. 3. Importância alimentar e social A produção da bananeira concentra-se nos países subdesenvolvidos com 98% da produção, sendo a 4° cultura mais importante atrás do arroz, trigo e milho. O fruto é fonte nutritiva de carboidrato, potássio, cálcio, ferro, boa fonte vitamina C e razoável em A,B,D e E, altamente energético, recomendável para pessoas com diárreias, excelente remédio para pressão alta, protegendo artérias contra a formação de placas de colesterol, doenças do aparelho gastro-intestinal, rins, fígado, poder terapêuticos contra asma e icterícia, dentre outros. Pode ser consumida in natura ou como doces, compotas, enlatados, flocos de banana,banana desidratada, farinhas, etc. Sua importância social caracteriza-se pela fixação do homem no campo gerando de 1 a 6 empregos diretos por hectare. 4. Classificação Os principais cultivares de bananas são classificados de acordo com o grupo genômico. A nomenclatura do genoma estabelece os Grupos Varietais, que agrupam cultivares de características semelhante. Grupo genômico Cultivares AA Ouro, Ouro de Colatina. AAA Caru-Verde, Caru-Roxa, Gross Michel, Caipira. Subgrupo Cavendish: Nanica, Nanicão, Robusta, Grand Naine, Williams. AAB Maçã, Mysore. Subgrupo Prata: Prata, Pacovan, Branca, Prata Anã. Subgrupo Terra (plátanos): Terra, Terrinha, Pacovã, D‟Angola. ABB Marmelo ou Figo, Três Quinas. AAAA IC-2. AAAB Ouro-da-Mata, Pioneira, FHIA 01, FHIA 02, FHIA 18, PV 03-44, SH 36-40, Vitória, Japira. Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são do grupo genômico dos triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais agradável destes em relação aos diploides, além da maior aceitação de mercado 5. Morfologia A bananeira é uma planta arbórea destituída de caule vegetativo aéreo, apresentando folhas inteiras imbricadas uma nas outras. Raiz - As raízes têm sua origem na parte central do rizoma, na união entre o cilindro central e o córtex. Geralmente, distribuem-se por toda a superfície do rizoma. São fasciculadas e a maioria (80%) ocupam as camadas mais superficiais do solo (10 a 30 cm). A emissão de raízes passa a diminuir à medida que o bananal envelhece. Caule - Do tipo subterrâneo/rizoma, é nele que ocorre a formação das raízes, folhas, inflorescência e rebentos ou “filhotes”. Nos rizomas, o centro possui a gema apical que é responsável pela formação de folhas (30-70 folhas) e do cacho. Fazendo-se um corte longitudinal no caule, tem-se o córtex na região periférica e o cilindro central no encoberto por ele. Folha - As folhas da bananeira são grandes, completas, espiraladas, simples, e constituídas de bainha, pecíolo, limbo e nervura central. As bainhas são bem desenvolvidas e suas bases enroladas formam o pseudocaule (reserva de água; altura 1,2 a 8m; diâmetro 10 a 50cm). Em região favorável, a bananeira pode emitir uma folha por semana, cada folha corresponde a uma gema (30-70 folhas = 30-70 gemas). Flores - Aos 30 a 40 cm do solo, a gema apical transforma-se em florífera, todas as folhas já estão formadas e dependendo das condições climáticas, a gema florífera aparece após 4-6 meses. As flores da bananeira na forma de inflorescência são femininas, masculinas e hermafroditas. Cerca de 99,9 % das bananas comestíveis não têm flores hermafroditas perfeitas, somente flores masculinas. Porém é possível ter flores hermafroditas viáveis com sementes. Frutos - O cacho da bananeira é constituído por engaço (pedúnculo da inflorescência), penca (conjunto de frutos ou dedos), ráquis (eixo onde são inseridas as flores da inflorescência) e coração (conjunto de pencas de flores masculinas ainda em desenvolvimento, com suas respectivas brácteas). É comum a prática de eliminar a ráquis e o coração para evitar a competição desses com o cacho por nutrição, além disso, a presença do coração favorece o ataque de tripes. O fruto é uma baga carnosa resultante da partenocárpica dos ovários das flores femininas de uma inflorescência. 6. Fenologia Compreender as fases fenológicas da bananeira é de fundamental importância para a condução correta de cada família de plantas e do bananal como um todo. O ciclo fenológico da bananeira é dividido em três fases. 1) Fase Infantil – Vai do plantio da muda (no caso de implantação do pomar) ou brotação da gema lateral (no caso do surgimento da planta filha ou rebento), até a emissão folha 10 – F10 (primeira folha com 10 cm de largura). Nessa fase a planta mãe exerce dominância sobre a filha (dominância apical) devido o balanço de auxinas, não permitindo assim a brotação da gema lateral da planta filha. O ideal é que a planta filha emita um mínimo de oito folhas nessa fase. 2) Fase Juvenil – Inicia-se com a emissão da F10 e termina com a emissão da primeira folha normal (FM). Nessa fase ocorre o início da diferenciação floral (formação da inflorescência). Essa fase também merece atenção especial em relação às adubações e irrigação, pois um bom manejo geralmente resulta em cachos melhores, com maior número de pencas. 3) Fase Reprodutiva – Ocorre a diferenciação floral, passando pelo enchimento dos frutos e finalizando com a colheita do cacho (C). Nas bananeiras do tipo Cavendish essa etapa dura cerca de 120 – 160 dias, já no tipo prata dura cerca de 90 a 100 dias. Representação esquemática do ciclo da bananeira, com adaptações das durações dos estádios para bananeira do tipo Prata. Y = gema, desenvolvimento da brotação lateral; F10m = primeira folha com 10 cm de largura; Fm = primeira folha adulta característica da cultivar, coincide com a diferenciação floral (DF); F= emissão da inflorescência; C = colheita do cacho. Fonte: Soto Ballestero (2008) Quando a planta mãe emite a inflorescência, suas raízes começam a morrer e não ocorre mais a emissão de novas folhas. Nesse momento a planta filha ou “rebento” torna-se independente e passa a contribuir com a absorção de água e nutrientes para a mãe, que apesar de possuir bastante reserva armazenada no rizoma e folhas, absorve água e nutrientes através da planta filha. Para um manejo adequado, durante o ciclo de desenvolvimento da cultura, é importante que se conheça a relação fonte/dreno entre os órgãos da planta nas diferentes fases, pois o manejo correto em cada fase diminuirá a concorrência entre os órgãos da planta, principalmente em períodos críticos 6.1 Relação Fonte/Dreno em cada fase Fase I – A folhas são o dreno. Fase II – O Pseudocaule é dreno. Fase III – Rizoma e rebentos são drenos. Fase IV – Cacho e rebento selecionado são drenos. 7. Ecofisiologia da Bananeira Fotoperíodo - O florescimento (indução floral) aparentemente, não há influência de fotoperíodo e temperatura. Umidade - É uma planta típica do clima tropical que apresenta crescimento contínuo. Logo para que se desenvolva necessita de bastante água (a planta acumula cerca de 95% de água, enquanto o fruto, cerca de 75%). A exigência hídrica varia de 3 a 8 mm/dia ou 100 a 150 mm/mês. A planta tolera seca, porém não tolera excesso de umidade. A umidade relativa média acima de 80% é a mais favorável para o desenvolvimento da bananeira. Com o déficit hídrico pode ocorrer engasgamento do cacho, dobramento das folhas, amarelecimento e morte prematura, iniciando pelas folhas mais velhas. A fase de desenvolvimento mais crítica ocorre no período da diferenciação floral (número de pencas). Já com o alagamento pode ocorrer redução da produção, do tamanho da planta, do crescimento de raízes além de tornar as folhas verde-pálido. Muitas raízes morrem após 24 horas de alagamento e aumenta a ramificação das raízes primárias. Temperatura - A temperatura ótima para o crescimento foliar é entre 18 e 28 °C e a faixa de temperatura viável para exploração varia de 15 a 35 °C. Abaixo de 15 °C e acima de 35 °C a planta paralisa suas atividades. Com a condução da bananeira sob baixas temperaturas tem- se menor produção, maior período do ciclo e chilling nos frutos – no caso de temperaturas abaixo de 12 Cº. Locais onde as geadas são comuns deve-se evitar o cultivo, pois ocorre queima das folhas podendo levá-las à morte. As variedades do subgrupo Cavendish suportam temperaturas mais baixas que as do subgrupo Prata. Além de ampliar os locais com possibilidade de cultivo,isso favorece a exportação desse sub grupo, uma vez que podem ser armazenadas sob baixas temperaturas, diminuindo a atividade respiratória e metabolismo e aumentando assim o período pós colheita de seus frutos. Vento– Este fator é uma das maiores preocupações dos bananicultores. As folhas da bananeira são muito suscetíveis à danos pelo vento. Ventos superiores a 40 km/h podem causar fendilhamento nas folhas, quebra do pseudocaule, tombamento das plantas, rompimento das raizes, aumento da transpiração (implicando em maior consumo de água) e “chilling” quando o vento for frio. Altitude – A altitude influencia indiretamente o ciclo da bananeira. Estima-se que a cada 100 m de altitude que aumenta, o ciclo da cultura pode aumentar de 30 a 45 dias devido a diminuição da temperatura promovida por essa alteração. Luminosidade – A bananeira necessita de uma boa luminosidade para emissão das folhas e aumento do porte da planta. Todavia a deficiência de luz promove o autossombreamento, estiolamento, alongamento do ciclo vegetativo, não há diferenciação floral, formação de cachos pequenos além de favorecer a incidência de doenças, já com o excesso de luminosidade ocorre a queima do engaço e dos frutos. 8. Propagação Devido os problemas fitossanitários apresentados por essa cultura, AS ÚNICAS MUDAS QUE PODEM SER COMERCIALIZADAS SÃO AQUELAS ADVINDAS DE CULTURA DE TECIDO (micropropagação). No entanto, devido o alto custo de aquisição desse tipo de muda, para plantio de grandes áreas, o que os produtores tem feito é adquirir uma quantidade de mudas micropropagadas para implantação de 30 % de sua área e, a partir dessas mudas, obter as outras para completar o plantio em 100 % da área pretendida. Atenção, apesar do produtor ter autonomia para tirar as mudas em seu próprio pomar, essas mudas não podem ser comercializadas. Em relação ao tipo de muda que o agricultor pode obter em sua propriedade para ampliação da área de plantio, essas podem variar de acordo com a altura ou parte da planta utilizada para a obtenção. Os tipos de mudas que podem ser obtidos em um pomar de bananeira através da propagação convencional são: Tipo de muda Dimensões e peso Observações Guarda-chuva Pequenas, mas com folhas típicas de plantas adultas. Possuem o rizoma muito pequeno com pouca reserva e devem ser evitadas, pois geram cachos pequenos e de baixa qualidade. Chifrinho 20 a 30 cm de altura, até 1 kg. Possuem somente folhas lanceoladas. Chifre 30 a 100 cm de altura, 1 a 2 kg, Possuem somente folhas lanceoladas. Chifrão 100 a 150 cm de altura, 2 a 3 kg. Possuem uma ou mais folhas com limbo normal e pode possuir folhas lanceoladas. Muda alta ou adulta Mais de 150 cm de altura, 3 a 5 kg. Possuem rizoma bem desenvolvido e, apesar das folhas serem largas, elas ainda são jovens. A gema encontra-se em fase de diferenciação floral. Pedaço de rizoma Rizomas grandes com mais de 800 g Não é muito usual devido à dificuldade para se estabelecer um pomar com esse tipo de muda. Uma vez arrancado o “filhote”, realiza-se a eliminação das raízes com um facão, pois as raízes danificadas das bananeiras não rebrotam mais, e novas raízes serão formadas.Em seguida, faz-se também o descortiçamento do seu rizoma, eliminando todas as partes escuras, tanto na região cortical externa, como no seu cilindro central, as quais podem conter nematóides e/ou broca das bananeiras. Mudas do tipo chifrão apresentam menos perdas em campo e maior uniformidade. Principais tipos de mudas de bananeira. a) muda micropropagada, b) chifrão, c) chifre, d) chifrinho,e) rizoma de planta adulta, f) rizoma com filho, g) pedaço de rizoma, h) guarda-chuva. Foto: Janay Almeida dos Santos-Serejo. Link:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananeiraIrrigada/ plantio.htm. Acesso em 21/04/2014. 8.1. Micropropagação – Cultura de tecidos Como mencionado anteriormente, o único tipo de muda que a comercialização e permitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é a do tipo Micropropagada ou Propagada in vitro. Em geral essa muda é isenta de doenças (com exceção de viroses), apresenta alto custo, alto número de mutações (20-30%) e devem possuir de 10-20 cm de altura quando levadas a campo. O explante (gema utilizada para obtenção das mudas) geralmente é retirada de gemas apicais sendo o material coletado de mudas do tipo chifre ou chifrão. Essas gemas são pouco vascularizadas, por isso, a chance de se propagar mudas com o fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense, causador da fusariose, é quase nula. O processo de proliferação das mudas de um mesmo explante deve ser realizado por no máximo 5 vezes, pois a partir daí o índice de variação somaclonal aumenta muito. A cada etapa de proliferação, cada plântula gera em torno de 5 novos indivíduos. 1 - 5 - 25 - 125 - 625 Na formação de mudas micropropagadas podem ocorrer modificações nas plantas clones devido à variações transitórias do meio de cultivo e mutações chamadas de variação somaclonal. Essa variação pode refletir no surgimento de indivíduos diferentes do seu genitor. O limite máximo de variação somaclonal aceitável é de 5%. Nomura e Fuzitani descrevem o processo de micropropagação da seguinte forma: a) Retira-se de uma touceira do banco de matrizes, uma muda chifre ou chifrão, cujo peso deve ser de 2 a 3 kg; b) Em seguida retiram-se todas as bainhas mais externas até reduzir o peso a 50 a 100 g. c) A muda é levada para o laboratório e retiram-se as bainhas na capela com fluxo laminar até se obter uma seção de aproximadamente 5 cm de altura e de diâmetro. Este material recebe a primeira desinfecção com solução de hipoclorito de sódio durante 20 minutos, seguido de duas lavagens com água esterilizada durante 5 minutos cada uma. d) Posteriormente se reduz o tamanho do material até uns 2 a 3 cm, sendo chamado de ápice caulinar ou explante, composto de rizoma e de várias bainhas. Realiza-se a segunda desinfecção com hipoclorito de sódio e duas gotas de um surfactante por 100mL de solução desinfetante. Realizam-se mais duas lavagens de três minutos cada com água esterilizada e procede a redução de tamanho até obter um ápice de aproximadamente 5 mm de altura. e) O explante é submetido a um tratamento antioxidante mediante imersão, durante 10 minutos, em uma solução aquosa estéril de ácido ascórbico (100mL/Lt). Posteriormente, ele é introduzido para adaptação em um frasco de vidro em meio de cultura Murashigue e Skoog (MS) com BAP e 2,4D, previamente autoclavada. f) Os vidros com os explantes serão tampados com um filme transparente e adesivo de PVC e colocados em prateleiras no escuro durante 20 dias, e depois, mais 20 dias sobre iluminação artificial e temperatura controlada. Neste período, o explante adquire coloração verde e aumenta o diâmetro basal. Observam-se os frascos de vidros que apresentam contaminações e fazendo o seu descarte. g) Posteriormente o explante é transferido para o meio de multiplicação contendo o meio MS e BAP. Neste meio ocorrem brotações laterais (3 a 6), com número variável dependendo da variedade. A cada 30 dias faz-se a repicagem ou individualização dessas plântulas por até 5 vezes para evitar as mutações. h) As plântulas formadas são colocadas em meio enraizador, contendo somente o meio MS, para permitir a formação das raízes. i) As plântulas que apresentam a formação de raízes e emissão foliar estão aptas para serem transferidos para bandejas ou canaletas preenchidas com vermiculita. Elas são transferidas paraa casa de vegetação, com umidade ao redor de 90% até atingirem cerca de 10 a 15 cm e três a quatro folhas. Neste tamanho serão entregues ao produtor. O tempo total compreendido desde o cultivo inicial da gema apical até a obtenção de plantas apropriadas para o transplante varia de 240 a 300 dias. 9. Sistema de Plantio O espaçamento e disposição das bananeiras no pomar variam em relação ao porte das cultivares, plantas que apresentam porte maior utilizam-se maiores espaçamentos. Sendo assim os espaçamentos mais indicados para as cultivares mais comum são: Porte Baixo (Nanica): fileira simples - 2 x 2 m; 2,0 x 2,5 m, 3 x 2,0m e fileira dupla - 3,76 x 1,0 x 2,26 m, 1,5 x 1,5 x 2,5 m; 1,5 x 1,5 x 3,0 m; 1,5 x 2,0 x 3,0 m; 2 x 2 x 3,5 m; 4 x 3 x 2m. Porte Médio (Maçã, Ouro, Nanicão, Robusta): fileira simples - 2,5 x 2,5 m; 2 x 3 m; 2,5 x 3,0 m; 2,5 x 3,5 m; 3,0 x 2,5m fileira dupla – 3,76 x 1,0 x 2,26 m Porte Alto (Prata Anã, Terra, Pacovan ): fileira simples - 4,0 x 2,5 m; 5,0 x 2,5 m; 3,0 x 2,5 m. fileira dupla - 4,0m x 2,0m x 2,5 m, 4,0m x 2,0m x 2,0m, 5,0m x 2,0m x 2,5m e 4,0m x 2,0m x 2,5m. Pode se optar pelo plantio adensado na cultivar Nanicão: 1,0 x 2,5 m, com eliminação de 50% das plantas após a primeira safra. Vantagens: maior produção na primeira safra, sombreamento do solo, proteção do solo. Porém, dependendo da cultivar, menor espaçamento resulta em alongamento do ciclo, cachos e frutos menores e maior incidência de doenças. Figura ilustrativa – Diferentes modos de disposição das plantas possíveis em relação ao espaçamento usado. 10. Época de plantio e preparo do solo O plantio é feito no início das chuvas ou o ano todo, se houver irrigação. Após 30 dias fazer o replantio das mudas que não se desenvolveram, neste período as mudas já terão raízes de até 40 cm de comprimento. 11. Solos e Nutrição A bananeira exige solo de boa aeração e drenagem, de preferência que não estejam em baixadas. Solos rasos, compactados e arenosos são inadequados para o plantio (possuem baixa fertilidade, retenção de água, causando o tombamento de plantas e disseminação de nematóides), o pH ideal varia de 6,0 a 6,5. O solo mais adequado para o desenvolvimento da bananeira é o areno – argiloso. Em relação à nutrição, essa cultura é muito exigente, e, devido às altas quantidades de nutrientes exportadas na colheita dos cachos, as necessidades de adubação mineral são elevadas. A saturação por bases do solo deve ser de no mínimo 70%. E a fertilidade do solo deve ser manejada de acordo com a análise de solo e análise folias. Essa última deve ser realizada por amostragem da 3° folha (de cima para baixo) e quando o cerca de 70% do pomar estiver florido. K e N são os nutrientes mais exigidos e participam das funções essenciais para o crescimento e produção da cultura. Recomenda-se adubar com N orgânico nas covas pouco antes do plantio, uma vez que essa adubação orgânica favorece os microorganismos do solo e disponibiliza nutrientes à planta, além de contribuir para a melhoria das características físicas do solo. Recomenda-se adubar com P na cova no momento do plantio, uma vez que esse elemento favorece o desenvolvimento vegetativo e do sistema radicular, mas é praticamente imóvel no solo. O K contribui significativamente para a produção de frutos de qualidade, e é considerado o nutriente mais importante para essa cultura, mas não precisa ser aplicado no momento do plantio . Recomendação de adubação (NPK) nas fases de plantio, formação e produção da bananeira irrigada Os adubos devem ser aplicados bem espalhados (em círculo) e a uma distância de 20-40 cm da muda. No caso de bananais adultos, os adubos devem ser aplicados em meia lua e em frente ao filho e neto. 12. Sintomas de deficiências nutricionais Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira. Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira. Fonte:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananaTabCosteiros/tabela_2. htm. Acesso em 23/04/2014 13. Manejo do pomar 13.1. Desfolha Esta prática deve ser realizada frequentemente e com muito cuidado, retirando-se folhas doentes ou com mais de 50% de sua área seca. Alguns dos benefícios dessa prática são: - Acelerar o desenvolvimento dos filhos. - Facilitar o manejo (adubações, desbaste e controle de pragas e doenças) - Proporcionar melhor ventilação e penetração do sol. - Possibilitar maior rapidez na colheita. - Diminuir a fonte de inoculo para doenças. Em plantações já estabelecidas, a desfolha deve ser feita antes das adubações, durante os meses de agosto (após o inverno), dezembro (durante as chuvas) e abril (antes do inverno). As folhas retiradas podem ser colocadas nas entre linhas, servindo como fonte de matéria orgânica, proteção do solo e contribuindo no controle de plantas daninhas. 13.2. Desbaste Consiste na seleção dos seguidores em uma touceira. Essa seleção visa diminuir a concorrência entre os filhos de uma mesma planta, favorecendo a obtenção de cachos de melhor qualidade. Em geral é feito cortando-se (rente ao solo) o pseudocaule do seguidor a ser eliminado, neste caso, o corte deve ser realizado 3 a 4 vezes por ano, para impedir seu crescimento. Se a planta filha for escolhida de forma inadequada, provavelmente o cacho que esta planta vai gerar será de baixa qualidade, uma vez que ela não terá o tempo necessário para cada fase de desenvolvimento e principalmente para a fase de diferenciação floral, que é o momento em que se define o número de pencas do cacho. Em relação ao esquema de condução de uma touceira, geralmente se faz com uma ou duas famílias. No caso de uma família, a touceira terá a mãe, a filha e a neta, já no caso de duas famílias, a touceira terá uma mãe, duas filhas (irmãs) e duas netas. A seleção do neto deve ocorrer quando a planta-mãe está para ser colhida. Para a geração de uma boa família, a seleção dos seguidores deve ser realizada criteriosa e corretamente. Cada família deve ser analisada individualmente. Esquema de touceira com duas famílias Adaptado de http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/banana3.htm, acesso em 21/04/2014. O desbaste se faz antes da diferenciação floral e emissão da inflorescência, quando a planta filha começa a ficar independente, ou seja, antes do término da fase juvenil. Neste período o filho torna-se independente e não compete diretamente com o cacho por nutrientes. Os filhos podem começar a surgir a partir dos 45 a 60 dias após o plantio. Selecionar, preferencialmente, brotos profundos, vigorosos e separados 15 a 20 cm da planta mãe. 13.3. Eliminação do coração Consiste na retirada do coração, para que se melhore o enchimento dos frutos e diminua o tempo para a retirada do cacho. Esse procedimento diminui a concorrência por fotoassimilados entre as bananas e o coração, por isso o cacho gerado numa bananeira em que o coração foi retirado é de melhor qualidade. Esse procedimento deve ser realizado entre o 15º e 20º dias após o aparecimento da última penca de flores. Nesse momento, essa última penca está se voltando para o alto, indicado que está se transformando em bananas. 13.4. Escoramento da bananeira Deve ser feito principalmente em regiões onde os ventos são muito fortes, para que se reduzam as perdas por tombamento. Em geral, não são todas as plantas que precisam ser escoradas, mas apenas aquelas de touceiras menos vigorosas, com pseudocaules finos na base ou com cacho muito grande, em plantas muito altas e que se demonstremsusceptíveis ao tombamento. A avaliação da necessidade de escoramento deve ser realizada durante o enchimento do cacho. 13.5. Corte do pseudocaule Cada planta de bananeira só produz uma vez, logo, faz-se necessário o corte desta após a colheita. Deve-se cortar o pseudocaule rente ao solo e, assim como é feito com as folhas, dispô-lo nas entrelinhas, para que este retorne ao solo alguns nutrientes e água que não foram exportados pelos frutos, sirva de proteção para solo e também contribua para o controle das plantas daninhas. 14. Pragas da bananeira 14.1. Moleque da bananeira (Cosmopolitessordidus) É a principal praga da bananeira, disseminada por todo o Brasil. Os adultos são besouro preto, de 9 a 14 mm comprimento x 3 a 4 mm largura, com rostro ou “bico” longo e recurvado. Apresenta hábitos noturnos. Ataca as raízes e rizoma da bananeira. Cosmopolites sordidus Os insetos ovipositam próximo ao ponto de inserção da bainha da folha no rizoma, as larvas formam galerias no rizoma. O ciclo de vida do inseto passa pela fase de ovos (6 – 8 dias), larvas (20 a 50 dias), pupa (7 – 10 dias) e adulto (de alguns meses a dois anos). A preferência dos insetos é pelas cultivares „Terra‟,„Maçã‟, „Terrinha‟, „Nanica‟,„Nanicão‟. Controle da broca-do-rizoma Mudas sadias Fungo Beauveria bassiana: duas aplicações por ano, com trocas mensais das iscas Feromônio sintético Métodos culturais: desfolha, desbrota, picar restos culturais, limpeza do bananal, etc. Iscas tipo queijo ou telha: 60 – 80 iscas/ha, substituídas a cada 2 ou 3 semanas Método Químico : monocrotophós 12 g i. a./20 L de água, pulverizar telha Furadan 50 G (3 - 5 g produto comercial/queijo), Carbaryl 480 SC (250 g/100 L água), Temik 10 granulado (3 g/queijo). Inseticidas no solo: Granulados sistêmicos: Furadan 5% ou Temik 5%: 30 – 40 g produto comercial, Terracur 5% (Fensulfotion, Fosforado): 50 – 60 g/cova. Aplicar próximo à planta, a 5 cm de profundidade; cobrir com terra. 14.2 – Tripes ( Frankliniella brevicaulis, Frankliniella fulvipennis) Conhecido como tripes da erupção dos frutos. São encontrados nas flores e no “coração”, sob as brácteas.Os ovos são colocados na epiderme da casca de frutos jovens.Ocorre nas flores e nas brácteas e em frutos jovens. Os sintomas são pontuações marrons e ásperas ao tato nos frutos em desenvolvimento reduzindo seu valor comercial. O controle se faz eliminando o “coração”, a retirada dos restos florais (despistilagem) reduzindo a população desses insetos. O uso de sacos impregnados com inseticida fosforados no momento da emissão do cacho para reduzir os prejuízos 14.3– Nemátoides Radopholus similis chamado comumente de Cavernícola é considerado o mais disseminado nematóide patogênico em bananeiras. Penetra no rizoma e raízes, causa lesão castanho- avermelhada que evolui para podridão preta devido a microrganismos secundários. A planta atacada enfraquece e tomba com muita facilidade. As raízes atacadas se alongam chegando a ficar com 20 a 40 cm de comprimento. O patógeno penetra até 2 cm no córtex causando lesões de 0,5 a 0,7 mm comprimento x 0,02 mm diâmetro. O problema mais sério ocorre após diferenciação floral, devido à planta cessar a emissão de raízes. A disseminação do patógeno ocorre normalmente através de mudas contaminadas e água de irrigação. Outro nematóides que também é problema é o Meloidogyne sp que ataca o sistema radicular formando galhas nas raízes da bananeira. Principais medidas de controle de nematóides - Mudas descorticadas e tratadas com Furadan 350 F (inseticida/nematicida), 400 ml/ 100 L água por 20 min - Nematicidas sistêmicos: Aplicar na cova e/ou em cobertura, de 2 a 3 vezes/ano: Furadan 50 G (2 g i.a./touceira), Nemacur 10 G (2 g i.a./touceira), Temik 10 G (1,5 g i.a./touceira). - Eliminação de plantas afetadas e manutenção da gleba sem restos culturais por 1 ano. OBS: Solos argilosos normalmente dificultam a disseminação dos nematóides, já os solos arenosos e secos há maior disseminação. 15. Doenças da bananeira 16.1 Sigatoka amarela A sigatoka-amarela é causada pelo fungo Mycosphaerella musicola. Estima-se que no Brasil, a perda pode chegar a 50% da produção. Os reflexos do ataque desse fungo são: diminuição do número de pencas por cacho; redução do tamanho dos frutos; maturação precoce dos frutos no campo e/ou durante o transporte, enfraquecimento do rizoma e por conseqüência perfilhamento lento. Os principais sintomas são: - Leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda à quarta folha, a partir da vela (A contagem das folhas é feita de cima para baixo, onde a folha da vela é a zero). - Aumento dessa descoloração, formando uma estria de tonalidade amarela. - Após um tempo essas estrias amarelas ficam marrons e evoluem para necroses escuras. - Infecção pode ocorrer ainda na folha “vela”, mas os sintomas só são percebidos a partir da 3a ou 4a folhas devido ao período de incubação de 20 a 25 dias. Principais medidas de controle: - Cultural: desfolhas periódicas - Cultivares resistentes - Fungicidas (Média de 9 pulverizações por ano) 16.2 Sigatoka negra O fungo causador dessa doença é o Mycosphaerella fijiensis Morelet (forma perfeita), Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton (fase anamórfica). O primeiro registro de sua ocorrência no Brasil foi em 1998, no estado do Amazonas. Os principais sintomas são lesões mais escuras que as da Sigatoka amarela e bastante concentradas ao longo da nervura principal da folha. Em geral, seu controle é semelhante ao da Sigatoka amarela, no entanto exige pulverizações mais frequentes, uma vez que o fungo causador da Sigatoka negra é mais agressivo e se dissemina mais rapidamente que o da Sigatoka amarela. Exige até 35 pulverizações por ano, dependendo do local, e pode representar até 26% do custo de produção. 16.1 Mal-do-panamá O mal do panamá, murcha de fusarium ou fusariose e causado pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. Cubense. No mundo esse fungo foi relatado pela primeira vez na Austrália, por volta de 1876. Mas foi no Panamá, em 1890 que ele causou grandes prejuízos econômicos, ficando assim conhecido como Mal do Panamá. No Brasil, o primeiro relato de fungo foi em Piracicaba, no ano de 1930. Os sintomas de ataque são: - Amarelecimento das folhas mais velhas, progredindo para as mais novas, que murcham, secam e quebram junto ao pseudocaule, dando aspecto de “guarda chuva” fechado - Rachadura das bainhas próximo ao caule (rizoma), - Descoloração e escurecimento dos feixes vasculares, odor de fermentação, entupimento de vasos. Alguns fatores como: ferimentos no rizoma e raízes, ataque de nematóides, água contaminada, mudas contaminadas, pouca matéria orgânica no solo, desbalanço nutricional das plantas, uso de cultivares suscetíveis e pH não próximo à neutralidade, podem favorecer o ataque desse patógeno. Controle do mal-do-panamá - Químico: não há controle eficiente - Evitar áreas infectadas (mínimo de 15 anos de persistência no solo) - Mudas sadias - Evitar solos mal drenados - Calagem: pH = 7,0 - Fertilidade e irrigação adequados. - Elevada matéria orgânica - Controlar brocas e nematóides - Variedades tolerantes: „Nanica‟, „Nanicão‟, „Grande Naine‟, „Valery‟, „Terra‟ - Evitar variedades susceptíveis: „Maçã‟, „Gros Michel‟, Prata Anã - Desinfestação de ferramentas e implementos 17. Virus do mosaico do pepino (cmv) Os principais sintomas de ataque de vírus em bananeira são: - Nanismo- Deformação do limbo foliar - Estrias cloróticas - Bainhas externas separadas do pseudocaule - Sintomas mais severos com temperaturas menores que 24°C Como não existe controle químico para viroses, o mais indicado é o manejo cultural como: - Uso de mudas sadias - Evitar hospedeiros alternativos: cucurbitáceas, trapoeraba - Controle de afideos vetores - Erradicação de plantas infectadas Quadro resumo de algumas características das principais cultivares de banana Cultivar Prata Pacovan Prata anã Maçã Nanica Nanicão GranNaine Terra Porte da planta Alto Alto Médio/Alto Médio/Alto Baixo Médio/baixo Médio/Baixo Alto Ciclo da cultura 400 350 280 300 290 290 290 600 Sigatoka Amarela S S S MR S S S R Sig. Negra S S S - S S S S Mal-do- Panamá MS MS MS S R R R R Moko S S S S S S S S Broca do Rizoma MR MR MR MR S S S S Nematóide R R R R S S S S S - suscetível, MS - Moderadamente suscetível, MR - Moderadamente Resistente, R - Resistente Baixo = < 2,0 m Médio = 2,0 - 3,5 m Alto = 3,5 - 6,0 m Muito Alto = > 6,0 m 18. Colheita e pós colheita O ciclo da cultura do plantio a colheita dura em média de 12 a 18 meses.Em regiões quentes e úmidas o ciclo se torna mais curto, e em regiões frias e secas mais longo. Em geral o cacho estará pronto para ser colhido 90 a 120 dias após emissão da inflorescência. Em vista disso a época de colheita da bananeira dependerá das condições climáticas da região de plantio e dos tratos culturais empregados no bananal. O ponto de colheita das cultivares é avaliado conforme a destinação dos frutos. No caso do subgrupo Cavendish é medido o dedo ou fruto interno da segunda pencacom um calibrador manual, sendo o calibre de 30-32 mm para banana passa, 32-34 mm para banana destinada aexportação, 34-36 mm para indústria de polpa e 36-38mm para mercado interno. Já no caso da banana do subgrupo Prata, após o lançamento da inflorescência de 80-120 dias é verificado o desaparecimento da angulosidade dos frutos e o diâmetro do fruto central da segunda penca. Após a colheita, os cachos são levados para o Packinghouse onde será feito o despencamento dos frutos ou buquês, despistilagem, pesagem e lavagem das pencas. A lavagem no 1º tanque é feita com detergente doméstico (1-2 L/1,0 L de água) e sulfato de alumínio (0,25Kg/1,0L de água)afim de retirar o látex que os mancha e em seguida os buquês de 4- 7 frutospassarão pelo 2º tanque com solução de sulfato de alumínio (0,4Kg/ 1,0L de água) e fungicida (benlate, tecto e mentec a 4-8g/ 1,0L de água), estando assim prontos para serem embalados em caixas de plásticos, papelão ou madeira. Em grandes propriedades, em entrepostos de abastecimento de frutos por exemplo CEASA as bananas pós colheita são armazenadas em câmaras climatizadas com controle de temperatura e umidade para obter um amadurecimento uniforme. Nestas câmaras são feitas duas aplicações de etileno gasoso de 12 horas entremeadas por exaustão de 30 min. Após 84 a 96 horas os frutos estarão amadurecidos. Já em pequenas propriedades rurais é muito comum o uso de carbureto de cálcio na dose de 100 a 200 g/m³. OS frutos são cobertos com lona plástica vedada dos lados para manter o gás preso. São feitas duas aplicações do carbureto de 12 horas entremeadas por exaustão de 30 min. O uso do carbureto no amadurecimento da banana apesar de ser um método barato e prático não há controle de temperatura podendo ocasionar desidratação dos frutos, frutos excessivamente macios e de fácil despencamento. Cuidados na colheita e pós colheita Uso de almofada no carregamento do cacho para o packinghouse Uso de embalagens adequadas Transporte adequado Evitarexposição dos frutos a baixas temperaturas pois ocorreinjúrias nos frutos “Chilling” por frio depreciando o produto Classificação dos frutos É a separação dos frutos de acordo com a cor, tamanho do cacho e baga, formato e qualidade. É baseado em um padrão de classificação facilitando a comunicação de todo mercado e toda cadeia de produção. Logo produtores, atacadistas, varejistas e consumidores seguem os mesmos padrões para determinar a qualidade do produto. Buscam transparência na comercialização, preços melhores e mais justos para os produtores e consumidores, menores perdas e melhor qualidade. Diante disso a classificação dos frutos da banana divide – se em GRUPO de acordo com as variedades comerciais, em CORES conforme a escala de Maturação de VON LOESECKE, em CLASSES conforme o comprimento do fruto, SUBCLASSE de acordo com a forma de apresentação (dedo – 1 fruto, buquê – 2 a 9 frutos, penca – mais de 9 frutos),TIPO OU CATEGORIA conforme os limites de tolerância de defeitos graves e leves para cada categoria de qualidade permitindo a classificação em: Extra, Categoria I, Categoria II e Categoria III, respectivamente são do tipos Exportação, A, B, C. Referencias Bibliográficas ALVES, E. J. (org.) A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. Brasília: Embrapa-SPI, 1999. 585 p. ALVES, E.J. Banana para exportação: aspectos técnicos da produção, 2ª ed. rev. atual. Brasília: Embrapa-SPI, 1997. 106 p. (Série Publicações Técnicas Frupex, 18). BALLESTERO, M. S. Bananos – cultivo y comercialización. San Jose: Ministério de Agricultura y Ganaderia, 1992. 649 p. EPAMIG. Banana: Produção,colheita e pós-colheita. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 196, 1999. EPAMIG. Bananicultura irrigada. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 29, n. 245, 120 p. Jul/ago 2008. MATSUURA, F.C.A.U.; FOLEGATTI, M.I.S. (eds.) Banana: pós-colheita. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 71 p. (Frutas do Brasil, 16). RUGGIERO, C. (coord.) Bananicultura. Jaboticabal: Funep, 2001. 552 p. SILVA A. J. P. et al. Irrigação da bananeira Embrapa Mandioca e Fruticultura, Brasília-DF, 2012
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