Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Funções trigonométricas, exponenciais e logarítmicas 9.1 - UMA DESIGUALDADE IMPORTANTE n n Seja x um numero real tal que — — < x < — e provemos que Nas figuras abaixo, que representam a circunferência trigonométrica, temos que: MP = | sen x |, AP = | x |, e AT = | tg x | jt Jt _ tanto no caso em que 0 < x < — , como no caso em que — — < x < 0. Além disso, vê-se que área do A OAP < área do setor OAP < área do AOAT. 144 Então (OA) 2 2 2 (OA) • (MP) . (OA) ♦ (AP) , (OA) • (AT) donde MP < AP < AT e assim | sen x | < | x | < | tg x | para todo x 0, tal que — < x < - y . Se x = 0, temos | sen x | = | x | = | tg x | = 0. Portanto, para todo x tal q u e ----- < x < — tem-se 2 2 | sen x | ^ | x | < | tg x | 9.2 - CONTINUIDADE DA FUNÇÃO SENO Teorema A função f: IR -► IR, f(x) = sen x é contínua em IR, istõ é, para todo x0 e IR tem-se ^ lim sen x = sen x0 _ x-^xp. 5 Demonstração Faremos a prova deste teorema com o auxilio da desigualdade anterior. Lembremos, da Trigonometria (veja o volume 3 desta coleção), que . x — x0 x + x0 sen x — sen x0 = 2 sen------ — • cos-------- 2 2 e I x + x«| jcos— _— | <c I Dado e > 0, seja 5 = min Portanto se 0 < | x — Xo | < 8, tem-se a) 0 < | x — x<> | < — , donde sen 2 2 X - x0 2 (Utilizamos aqui a desigualdade do item anterior.) 146 b) 0 < | x — x0 | < e Então | sen x — sen x0 | = 2 x - x0 X - x0 x + x0 sen-------- 2 cos-------- 2 1 = I x - x0 I < e Fica provado, assim, que lim sen x = sen x0 X -* X o isto é, que a função seno é contínua em IR. 9.3 - CONTINUIDADE DAS DEMAIS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS A partir do fato já provado, de que a função seno é contínua em IR, pode-se provar facilmente que as outras funções trigonométricas (cosseno, tangente, cotangente, secante e cossecante) são também contínuas em seus respectivos domínios. 1.°) Temos cos x = sen ( — - x j^, \2 ) logo a função cosseno é contínua em IR, por ser a composta de duas funções contínuas em IR. sen x 2.°) tg x = • 3.°) cotg x = 4.°) sec x = cos x cos x sen x 1 cos x 5.°) cossec x = 1 sen x Logo, as funções tg x, cotg x, sec x e cossec x são contínuas em seus domínios, por serem quocientes de funções contínuas. 9.4 - TEOREMA DO CONFRONTO Demonstraremos agora um teorema que permite determinar o limite de uma função f por comparação desta com duas outras funções, g e h. 146 Teorema Sejam g, f e h funções cujos dominios co duzida V* de x0. Suponha-se que: 1.°) para todo xeV *, se tenha g(x) < f(x) ^ h(x) 2.°) lim g(x) = lim h(x) = L X -*X O X - * X o L Nestas condições, lim f(x) = L. *->*0 fy/ ntêm ao menos uma vizinhança re- y s > 4 t m / 4 - x° x Demonstração Dado e > 0, existem 6, > 0 e ô2 > 0 tais que: a) se 0 < | x — x0 | < 6 i, tem-se | g(x) — L | < e, ou seja L - e < g(x) < L + e b) se 0 < | x — x0 | < 82, tem-se | h(x) — L | < e, ou seja L — e < h(x) < L + £ Assim, pára S = min {5X, ô2}, temos que se 0 < | x — x0 | < S, então L — e < g(x) ^ f(x) ^ h(x) < L + e donde L - £ < f(x) < L + £ e portanto I f(x) — L | < £ Isto significa que lim f(x) = L. Observação: O teorema do confronto é também válido sex-* + x>,oux-> —00, e também para limites laterais. 147 9.5 - LIMITE TRIGONOMÉTRICO FUNDAMENTAL Vale a seguinte propriedade Demonstração Para fazer a prova, utilizaremos o teorema do confronto. Já havíamos pro- it n , para----- < x < — , t 2 2 | sen x | < | x | < | tg x | vado (veja o item 9.1) que, para — c x tem-se Para 0 < x < podemos escrever ainda sen x < x < tg x donde i x tg x1 < -< —-— (pois sen x > 0) sen x sen x ou seja sen x cos x < -------< 1 x „ n „ P ara----- < x < 0, escrevemos tarnbem 2 tg x < x < sen x donde tgx x . /> -------> 1 (pois sen x < 0) sen x sen x ou seja sen x cos x < -------< 1 x Assim, se 0 < | x | < temos sen x cos x < -------< 1 x 148 Apliquemos agora o teorema do confronto, considerando as funções SCO X g(x) = cos x, f(x) = -------e h(x) = 1. Como x lim g(x) = lim cos x = cos 0 = 1 x-*0 T-0 resulta que lim h(x) = lim 1 = 1 x-*0 x-»0 sen x lim-------= 1 x - 0 x Exercícios Resolvidos 9.1) Prove que o limite trigonométrico fundamental admite a seguinte forma ampíiada: para a^ O , temos sen ax lim ---------= 1 Solução Como lim —n X- = 1 , sabemos que, dado e > 0, existe 8 , > 0 tal que se 0 < | x I < 8 , , x-»0 \ tem-se sen x • — l < e x Como lim ax = 0 e a # 0, existe também 6 > 0 tal que se 0 < |x| < 5, tem-se 0 < | ax | < ô , . x—0 Portanto, se 0 < | x | < 8 , teremos 0 < | ax | < S i, donde | senax sen ax lim ---------= 1 x-o ax 9.2) Mostre que, sendo a e (5 reais não nulos, tem-se sen ax a lim ----- — = —- x -o sen px p Solução senax um - lim senax — i “ 001 _ a 1 - 0 ax a l a *—o sen Px x-o p sen px p sen px p 1 p — ------ lin i — --------Px x-c px 148 « ~ ^ sen x — sen í 9.3) Calcule lim ---------------- Solução Como sen x — sen a = 2 sen —— - • cos x + a temos 2 2 x — a sen- sen x — sen a 2* x + a , cos—-— x — a x — a Assim x — a sen- sen x — sen a 2 . x + a - a + a lim —---------------- um----------------- lim cos — -— = 1 • cos — -— = cos a X—a X — a *—a x — a x-a 2 2 2 é 9.4) Calcule lim ------ COS X . Solução Como 1 — cos x (I — cos x) (I + cos x) 1 - cos2 x sen2 x sen x sen x x x (1 + cos x) x (I + cos x) x (I + cos x) x 1 + cos x temos I — cos x sen x sen x sen 0 . l im ----------------= l im ---------- • l im -------------------- 1 ----------------— = 0 «—o x »-o x i-o 1 + cosx 1 + cosO Exercícios Propostos Calcule os limites indicados nos exercícios seguintes (de n.“ 9.5 a 9.34). o 5V lim JEÍLÍL sen 8x „ „ 1 — secx x 9.10) h m ------- — 9.15) l im - x 9.6) lim - «-o x »-o sen 3x *-o x « n __ tgx i- sen x 3 9.11) lim — — 9.16) hm----- 1— «-o x x 9.12) lim -tg í t ) 9-7) i'-mo lS r 3 Í *~° X 9.17) lim x * - 0 X-4 . ' ' x f s í è x >-o ? sen x , 1 - cos x .. sen 5x 9.14) hm------ - j----- , 9 9) * 9.19) lim ------- ^ ------ senx " u y m - J l 150 9.20) lim V - JS t l 9.26) lim 1 ^ ! ^ ! 9.3.) Hm- J \ - COS 2 x „ . . s e n 2 x 9.22) lim — --------- 9'28) 9.23) lim Í * - - * «■ c o s x — c o s a n -------- t t t 9'24) 1“ x ~ ~ á 9.30) lim ^ L - -” »-o tg 2x ' 3 9.25) lim - * - o x c o s s e c x >-o x x—o x «-o tg 2x 9 .2 , ) |im Se-n ^ — 9.27) lim J S L Ü 9.32) lim " * X y r + T - i *-° ‘8 3* *. * 2T ~ X * » - o , _ Co s x 9 3 3 ) ( im s e n x + 1 - c o s x * - 0 X o scc x — 1 9.29) lim - » ^ o s e n 2 x « s e n 3 x 9.34) lim c o s x — c o s a n -------- x - - f 1 - 2 c o s x 9.6 - CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS Consideremos as funções exponenciais f : IR--+ IR, dadas por expressões do tipo f(x) = a1 com a > 0 e a ^ 1. Recordemos algumas das características destas funções: 1.a) f(x) = ax assume somente valores positivos. 2.“) se a > 1, f(x) *= a* é crescente e, conseqüentemente, { se a > 1 e x > 0 , tem-se a* > 1 se a > 1 e x < 0, tem-se 0 < a1 < 1 3.a) se 0 < a < 1, f(x) = ax é decrescente e, conseqüentemente, £Í s e 0 < a < l e x > 0 , tem-se 0 < ax < 1 s e 0 < a < l e x < 0 , tem-se a* > 1 151 Teorema A função f: IR -*■ IR, f(x) = a*, com a > O e a ^ l , é continua em IR, isto é, para todo x0 e IR tem-se lim a* = axo Provemos este teorema para o caso a > 1. O caso 0 < a < 1 será deixa do para o leitor. Como ax =a10 [ax-x° — 1] + a*° bastará provar que o que eqüivale a provar que lim a* 10 = 1 x-*xo limah = 1 h -0 Vamos demonstrar, primeiramente, o limite lateral lim ah = 1 h -0 + Investigação Dado s > 0, desejamos provar que existe 8 > 0 tal que, se 0 < h < 8, tem-se | ah - 1 | < e Sendo a > 1 e h > 0, temos ah > 1. Assim, a condição acima escreve-se af1 < 1 + e Tentemos determinar um número natural p, para o qual se tenha i aT < 1 + e qu seja a < (1 + e)*1 Como, pela fórmula do binômio de Newton, o * . ? - 152 resulta que (1 + e f > 1 + pe Assim, se tomarmos p de modo que a < 1 + pe < (1 + e)p ficará satisfeita a condição a p < 1 + e. 21 f Daí resulta que devemos tomar p > -------. E Demonstração £ __ 1 Dado e > 0, seja p um número natural tal que p > -------e consideremos e 1 — 8 = — . Segue daí que a p < 1 + e. Então, se 0 < h < 8, teremos P x l < a h <a* = ap < l + e donde | aí* - 1 | < e e assim lim ah = 1h-»0 + Para provarmos que lim ah = 1, basta fazer h = — h', onde h' > 0. h-»0- Teremos ah = — a1*' Se h -» 0 —, é claro que h' -» 0 + , donde h ,• 1 1 1lim an = lim —t-t = — -----r-r = — = 1 h-ò- h ->o+ ar lim ar 1 h'-»0 + Portanto lim ah = lim ah = lim aí* = 1 h-0- h->0+ h-»0 Conseqüência Uma conseqüência importante da continuidade das funções exponenciais é expressa pela seguinte propriedade Se lim f(x) = L, então lim af(x) = a1* Em particular, temos Se lim f(x). =>;0, então lim af(K) = V> X-T*XO . s ■ ■>., ■ 153 9.7 - LIMITES DAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS PARA x -♦ ± » Teorema Provemos o teorema no caso a > 1, deixando para o leitor o caso 0 < a < 1. 1.°) Demonstremos que, sendo a > 1, tem-se l im ax = + qo X - * + 0 0 Devemos provar que, dado N > 0, existe M > 0 tal que se x > M, tem-se a* > N. Basta tomar o número positivo M tal que M > loga N e teremos aM > N. Assim se x > M, tem-se ax > aM, donde ax > N 2.°) Demonstremos que, sendo a > 1, tem-se lim a1 = 0 X-» — 00 Devemos provar que, dado e > 0, existe M > 0 tal que se x < — M, tem- se | ax — 0 1 < e, o que é o mesmo que a* < e. Basta, tomar o número positivo M tal que M > loga — e teremos aM > — , e e donde a-M < e. Assim, se x < — M, tem-se a1 < a-M < e. 154 ( imnwitíéiicu. Uma conseqüência do teorema acima é expressa pela seguinte propriedade Se f(x) —►+ oo, então, pa ra a > 1 tem*se af(I) -♦ + oo, e para 0 < a < 1 tem-se af(x) -* 0. Se f(x) —* — oo, então, para a > 1 tem-se af<x) -♦ 0, e para 0 < a < 1 tem-se af(I) -* +oo. Exercícios Resolvidos 9,35) Calcule lim 2 X-» I Solução I X— 1 _ x — 1 (x — 1 ) (x + x + 1 ) . . . 2 Temos lim -------— = lim ---------------- ----------- --- lim (x + x + I) = 3. x - 1 . - i x - 1 « -1 Assim lim 2 = 2 3 = 8 X—1 9,36) Calcule lim Solução Tem os lim (1 — ^ T s e n x) = I - y j s e n - ^ - = 1 - >/3 • — *-*— 2 2 Assim ___ L. lim 3 ‘ ->/Ts” x = 3 2 = £ - 3 9,37) Culcule lim 5 x «-o Solução _ . x - sen 3x Temos lim --------------- »-# x Assim í sen3x\ - í a O — — ) = 1- 3 = - 2- lim 5 * = 5 = — x-o 25 155 5»2 + 2»-l 9.38) Calcule lim 8 3l‘ + x" 5 I-» +00 Solução 5x2 + 2 x ~ l 5x2 5 Temos lim —— ----------- = lim — =■ = — . »->■+» 3x + x — 5 3x2 3 Assim 9.39) Calcule lim 2 X— — 00 Solução 5< N - 2x - l 5 lim 8 3l‘ + , " í = gT = 25 = 32+ ce X + 1 7TT X3 + 1 X Temos lim —5------= lim —7 = — co.■—« x + 1 *--»xJ Assim 9.40) Calcule lim 3 x— +a> Solução 1-»' | x"* — xJ Temos lim --------? = lim ------=- = — » . X-.+* 1 — X — x Assim Exercícios Propostos Nos exercícios seguintes, de n.° 9.41 a 9.71, calcule os limites indicados. 9.41) lim 5* 9 47) l im ^ - 0 9.53) lira 3l2 + ,+ 1 2x + j 9.42) lim 7* 9 48) iim l0* 9.54) lim 4 1 - 1 9.44) tím 4* X — - 9.46) 9.43) lim 3X o ^ «-0 9-49> l,m 5 9.55) lim 5 i- 9 5(ft lim í — 1 9-56> ,im 9 9.52) íira 2* X+ 1 x* + 2x —3 9.45) lim 9* x* - 9 * / , N * 9.57) lim 2 x ~ 3 1 -x 9.58) lim 3 ' ^ X-» 1 156 9.59) lim 4 »» + i X+ 1 9.60) lim 5 >-y <7 7 - 3)54 9.61) lim 2 *°* * T 9.62) lim 3* " 1 - " 31 *-4 9.63) lim 4 * * *""r aen4i l-x * 9.64) lim 2 1 9.68) lim 3 1 —X x- 0 X^ + C© x»-M l- x 9.65) lim 2 * _ l 9.69) lim 5 l - x 2 2x3 + l 9.66) lim 3 xJ" ‘ 9.70) lim (0íTftgl x-» + ® £~ l-x 2 2 9.67) lim 4 1 - 1 9.71) lim (0,7) 18 X-» -® 9.8 - CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES LOGARÍTMICAS Consideremos as funções logarítmicas f : IR?. —► IR, dadas por expressões do tipo f(x) = loga x com a > 0 e a ^ l . Recordemos algumas das características destas funções 1 ,a) Se a > 1, f(x) = loga x é crescente e, conseqüentemente, íse a > 1 e x > 1, tem-se loga x > 0 1 se a > 1 e 0 < x < 1, tem-se loga x < 0 2.“) Se 0 < a < 1, f(x) = loga x é decrescente e, conseqüentemente, íse 0 < a < 1 e x > 1, tem-se log, x < 0 íse 0 < a < 1 e 0 < x < 1, tem-se loga x > 0 157 Teorema A função f : IR^ -*■ IR, f(x) = Ioga x, com a > 0 e a = f l , é continua en» IR^., isto é, para todo x0 > 0 tem-se lim logg X = Ioga Xo * -*o Provemos este teorema para o caso a > 1. O caso 0 < a < 1 será deixa do para o leitor. Como x Ioga X = Io g a ------ 1 -logaX o Xo x bastará provar que lim Ioga— = 0, o que eqüivale a provar que x-*x .o X o lim Ioga h = 0 h - l Investigação Dado s > 0, desejamos provar que existe 5 > 0 tal que, se 0 < | h — 1 | < 8, tem-se | Ioga h | < e. Esta condição escreve-se: — e < Ioga h < s e, como a > 1, eqüivale a a~E < h < a£ ou - a 'E - 1 < h - 1 < a£ - 1 Temos a' > 1 e a-£ — 1 <0. Então, se tomarmos 8 = min {a£ — 1, |a_£ — 11}, resultará que a~£ — 1 < — 8 e 8 < a£ — 1 Assim, a condição — 8 < h — 1 < 8 acarretará que a~£ - 1 < h — 1 < a£ — 1 Demonstração Dado e > 0, seja 8 = min {a£ — 1, | a_E — 1 |}. Se 0 < | h — 1 | < 8, tem-se a_£ - l < h — 1 < a* — 1, donde a_£ < h < aE e assim — e <loga h < e, ou seja | Ioga h ( < e 158 Conseqüência Uma conseqüência importante da continuidade das funções logarítmicas é expressa pela seguinte propriedade Se lim f(x) — L > 0, então lim loga f(x) = loga L. x - » * o X - »X q Em particular Se lim f(x) = 1, então lim loga f(x) = 0. 9.9 - LIMITES DAS FUNÇÕES LOGARÍTMICAS PARA x —> ± o o o u x - > 0 + Teorema Se a > 1, tem-se lim log, x = +00 e lim loga x = —oo. x-* + oo x-*0 + Se 0 < a < 1, tem-se lim log, x = — 00 e lim log*x = +oo. x—* + oo x-*0 + Provemos o teorema no caso a > 1, deixando para o leitor o caso 0 < a < 1. 1.”) Demonstremos que, sendo a > 1, tem-se lim lo g a x = + oo x-» + oo Devemos provar que, dado N > 0, existe M > 0 tal que se x > M, tem-se log, x > N. Basta tomar M = aN > 0 e teremos que se x > M = aN, então (sendo a > 1) log, x > N. 2.®) Demonstremos que, sendo a > 1, tem-se lim logjí”= —oo 1 - 0 + 159 Devemos provar que, dado N >0, existe 5 > 0 tal que se 0 < x < 8, tem- se Ioga x < — N. Basta tomar 8 = a-N > 0 e teremos que se 0 < x < 8 = a~N, então (sen do a > 1) logg x < — N. Conseqüência Uma conseqüência do teorema acima é expressa pela seguinte propriedade Se f(x) + oo, então = para a > 1, tem-se lo& f(x) -» +oo; para 0 < a < 1, tem-se log, f(X> -» — SO. Se f(x) - 0 + , então para a > 1, tem-se Ioga f(x) -► -oo ; para 0 < a < 1, tem-se log» f(x) -* + 00. Exercícios Resolvidos 3^3 _ ^ 9.72) Calcule lim log, — ----------- ---------------------. . - 2 « x3 - 2x2 + 4x - 8 Solução Temos x3 - 8 = (x - 2) (x2 +2x + 4) e x3 - 2x2 + 4x - 8 = (x - 2) (x2 + 4) donde x3 - 8________ x2 + 2x + 4 ' x3 - 2x2 + 4x - 8 _ x2 + 4 Esta expressão tende ao limite - y se x -► 2. Assim i i *3 “ 8 i 3lim log, — ---- — ------------- --- log , ---= - 1 «-2 J x3 - 2x2 + 4x - 8 J- 2 9.73) Calcule lim log2 cos x. x-»0 Solução Se x 0, tem-se cos x -* 1. Assim lim log2 cos x — log2 1 = 0I—o 9.74) Calcule lim log5—-—. I x | Solução Se x -► - o o , tem-se t-Í-t- -» 0 + . Assim, lim lo g }— !— - _oo |x| » |x| 160 X* + 1 9.75) Calcule lim log3 —j-— x- *® X — 1 Solução o *2 + 1 I » •Se x -* — oo, tem-se —-------- > 1. Assim, x - I lim log3\ - + 7 = log3 1 = 0 X — I Exercícios Propostos Nos exercícios seguintes, de n.° 9.76 a 9.93, calcule os limites indicados. 9.76) lim logj x 9.82) lim lo g , x 9.88) lim lo g jtg x —0+ T 9.77) lim log2 x í 1 í 9.83) lim log3 (x2 + x + 1) i - 1 9.89) , 2x3 + 3x2 + 1 lim log2— j-----------— x2 - x + 1 9.78) lim log3 x *— 1 9.84) l.m log5 5x _ , 9.90) lim log2 — *-* + « X 9.79) lim log2 x i-* + ao .. , x2 — 6x + 8 9 .8 5 )l.m lo g ^ 2 _ 5x + 4 9.91) lim log.-L-«--00 ±X 9.80) lim log3 x 9.86) lim log2 sen x 9.92) lim log3 tg x *-4- 9.81) lim log, x 9.87) lim log3 tg x 9.93) lim log, tgx X— +00 —- *-4- T 9.10 - FUNÇÃO DE VARIÁVEL INTEIRA Seja f : A -> IR uma função tal que A cí Z. Como o domínio desta função è um conjunto de números inteiros, as definições de limite vistas até agora não se aplicam, pois o domínio de f não pode conter uma vizinhança de um ponto x0, ou de + oo, ou de —oo. Admitamos que exista um número inteiro no tal que todo número.inteiro n > no pertence ao domínio A da função f, Neste caso, é possível definir o lim f(n) n-» +05 Analogamente, se existe n0 e Z tal que o domínio A contém o conjunto {n «Z | n < n0}, é possível definir o As definições ficam assim: 1.a) Dizemos que lim f(n) = L se, dado e > 0, existe M > 0 tal que se n-» + oo n > M, tem-se | f(n) - L| < e 2.a) Dizemos que lim f(n) = L se, dado s > 0, existe M > 0 tal que se Ü-> —00 n < — M, tem-se | f(n) - L | < e Definições análogas podem ser dadas para os casos lim f(n) = ±oo ou lim f(n) = ±oo 9.11 - O NÚMERO e Consideremos a função f : IN* -»IR dada pela expressão: Podemos provar que existe o lim ( l + — Y 0-.+00 \ n/ Este limite é um número que desempenha um importante papel na Análise Ma temática. É, habitualmente, representado pela letra e, e tem-se e = 2,718281828459045235 O número e é irracional. Para demonstrar a existência deste limite, utiliza-se o teorema seguinte, que apresentamos sem demonstração. Teorema Se f : IN* -»IR é uma função crescente e limitada superiormente em IN*, então existe o lim f(n) = L n-* +oo Além disso, se f(n) < M para todo n e IN*, tem-se L < M. f(n) = 162 Aplicando-se este teorema, a existência do limite lim (1 + — Y o-»+oo y n / ficará estabelecida quando provarmos que: 1.°) a função í :íN*-*!R dada por f(n) = 1^ + — ^ é crescente; 2.°) f é limitada superiormente em IN*. Demonstração do 1.° Pela fórmula do binômio de Newton, temos H T - f i K - O - i * + ( " ) V + - + ( Í ) - P + - + ( « ) , Í Nesta soma, uma parcela qualquer se escreve: /n\ 1 n! _1_____1_ n(n - l)(n - 2) ... (n - p + 1) _ \p/ np p! (n — p)! np p! n * n « n * . . . *n = ^ - ( ' - j t 1 ) Vê-se, então, que aumentando-se n, cada fração de. denominador n de- cresce. Assim, os fatores deste produto aumentam. Este fato garante que a fun ção dada por f ( „> - ( , + - ! ) ■ 6 crescente. Demonstração do 2.° Retomando a expressão podemos notar que 163 pois cada fator, isoladamente, é menor do que 1. Além disso, como p! = 1 • 2 • 3 • 4 • 5 • • (p — 1) • p > > 1 «2 «2 *2 *2 .... *2 *2 = 2P_1 temos Então Assim 1 1 — < p! 2P_1 í nV - < —\ p ) np 2P_1 RJ , , 1 1 1 1< 1 + 1 H--— + TT + ... + ~T—r + ... + ——r^2 *yp—l •JD — 1 1 - — T 1 - ■ + -----------T ‘ 3 - 2 ^ < 3 isto é, a função dada por f(n) 1 ------ 2 -RJ é limitada superiormente. As duas demonstrações acima garantem, portanto, que existe o lim f 1 + —Y Q-* +oo y ü ) e ainda que esse limite não é maior do que 3. Trata-se do número e s 2,718281828459 já mencionado anteriormente: / 1V* lim ( 1 + — ) = e o-» + oo \ n J Vejamos agora outros exemplos de limites que são iguais a e 164 Demonstração lim ( \ + — Y+k = lim ( l + — Y • lim ( l + — Y = e • 1 = f W + oo y n / n - * + c o y n / n - » + < * > \ T í J Demonstração Façamos n + k = m, donde n = m — k. Se n -»+oo , é claro que m-> +oo. Assim lim f i + - í - Y = í » + - r k - «n- + 00 \ n + k/ m-* + oo \ m/ 3.°) / 1 \® lim ( + II n n -» — oo \ n } ■ .. ■- Demonstração Façamos n = — m. Se-> — oo, é claro que m -» + oo. Assim, lim f l + 4 = lim (1 - — V ” n-+ - co y 11 J m-> +ao ^ ID / Mas donde lim (1 + — ) = lim ( l + — !— Y = e n— - oo y n J m-> + oo y m — \ J 165 4.°) Seja f : A - » IR, f(x) = 1^ + , cujo domínio é A = IR — [ — 1, 0], Tem-se Demonstração Seja n = [x], isto é, seja n o número inteiro tal que n < x < n + 1 (x eA ) Então 1 1 1 ----------- < — ^ — n + 1 x n 1 1 , 1 1 + ----------- < 1 + — 1 + — n + 1 x n Se x > 1, temos n > 1, donde e ainda, com maior razão, ( ' • r i r / i V / i \ n + 1Como lim ( 1 H-) = lim [ 1 H--------------- ) = e, resulta (pelo teorema do n- +oo y n + 1 / n-. +oo y n ) confronto) que lim | 1 + — ) = e 166 As demais partes podem ser provadas com os mesmos artifícios utilizados nos casos anteriores. 5.°) lim (1 + x ) ' = e x - 0 Demonstração Façamos x = — , donde — = y. S e x - > 0 + , é claro que y -» + oo e, se y * se x -+ 0 —, é claro que y -» — oo. Assim lim (1 + x )1 = lim (1 + — ) = e *-♦0 + y - » + » V y J e lim (1 + x)T = lim ( 1 + — ) = e. x -» 0 - y-* — oo y y J Portanto lim (1 + x) * = e x - 0 6.°) Se lim f(x) = ± oo, então X-**o O mesmo é verdade se x -» ± oo, ou para limites laterais x -+x0 + oux->x<,—. 7.°) Se lim u(x) = L e lim v(x) = ± oo , então X-*Xo X-*Xo 167 Façamos — - = ——. É claro que f(x) -*• ±oo donde v(x) f(x) Demonstração e que v(x) = f(x) • u(x). Assim Para finalizar, eis aqui o aspecto que apresenta o gráfico da função f : IR - [-1 ,0 ] - IR, f(x) = ( l + - I Y onde se pode ver que: lim ( l + — ^ = e 9.12 - LOGARITMO NATURAL Consideremos o número e. A expressão log, x é chamada logaritmo natural de x (ou logaritmo neperiano de x) e é comumente indicada por ln x 168 Sendo a > 0, tem-se Teorema Demonstração Suponhamos, primeiramente, que a =£1. Façamos y = a1 — 1. Dai, vem a* = 1 + y e x = log, (1 + y) Se x -» 0, é claro que y -+ 0. Assim a* - 1 y .. 1 lim-------- -- lim---------------= lim - — x - 0 X y - 0 log, (1 + y) y-»0 1 — l o g . ( l + y ) y 1 1 1 - . ----------------- i = ----- -— -------— = -------= loge a = ln a lim log, (1 + y)7 log, lim (1 + y)7 log, e y-*0 y-*0 No caso a = 1 , temos também lim —------ = lim ------ - = lim 0 = 0 = ln l = ln a x - 0 X x - 0 X x - 0 Exercícios Resolvidos 9.94) Calcule lim ( 1 — — ) . » - + «o\ x/ Solução Fazendo — — = — , temos x = — 5y, logo, se x - » + oo, tem-se y - » — oo. x y , Assim lim ( i _ _ 1 Y = Bm (l +—) *’ = [ lim ( l + —Y ] * = e '5 = — */ y ) y / J e 9.95) Calcule lim (1 + 2x)*. x - 0 Solução 1 2 Fazendo 2x = y, temos — = — . Se x — 0, tem-se y -> 0 . Assim, x y i i [ iTlim (l + 2x)* = lim (1 + y)y = I lim (1 + y)y I a e2 x-»0 y -0 [ y - 0 J 169 / 2x — i V 1 9.96) Calcule lim ( - ----- - ) . x - - «\ 2 x + l/ Solução 2x — 1 l Façamos -------- = 1 H-----, donde obtemos 2x= — 2y — l.S e x - * —oo, tem-se y-> + oo. 2x + 1 y Assim 9.97) Calcule lim (1 + 3 tgJ x r '*2 x—0 Solução Façamos 3 tg2 x = — , donde cotg2 x = 3y. Se x -► 0, temos y -» + oo. Assim lim (1+3 tg2 í)c°'*2 ' = lim ( 1 + —y r = T lim f 1 + —Y1 = e3 x-o i - + « \ y J [y—*•“ V y j J e ■ 9.98) Calcu le l im -------- x - 0 X Solução Sendo a = e~3, temos . e~ lJ - I a* - l , . • lim ------------ - lim--------- --- In a = In e = — 3 x- 0 x x-o x 9.99) Calcule lim + . x - 0 x Solução Temos = - i - I n (1 -t- x) = ln (1 + x ) * donde lim + - X ^ = In lim (1 + - x ) 1 = ln e = 1 x - 0 X x - 0 e“ — eta 9.100) Calcule lim ------------- x - 0 X Solução e»« - <?* e“ - 1 e * - 1 Como :----------- ---------------------------, temosx x x e " - e““x e“ - 1 e"1 - 1 lim------------= lim -------------- lim ------------= ln e“ — ln e = a — b x - 0 x x - 0 x * - o x 170 9.101) Calcule lim a(^f& — 1 ). (a > 0) Solução — a " - 1 1 Como n(^ía — 1) = ----- j— , se fizermos x = — , para n -> + oo teremos x - * 0 + , logo _ a' — 1 lim n(.Va — 1 ) = lim ---------= ln ao- + «> ^ 1- 0+ x 9.102) Calcule lim -------— x-o sen x Solução e~x - 1 Temos 1 - e ' donde lim 1 - e '1 lim - e~* - 1 lne 1 «-o sen x • = 1 lim - Exercícios Propostos Nos exercícios seguintes, de n.° 9.103 a 9.132, calcule os limites indicados: 19.103) lim x—+ « 9.104) lim* I — +« 9.105) lim X — +0C 9.106) lim x— — oe 9.107) limX-» + Ot 9.108) lim - 0 - t J 4J 4J t ) ‘ *‘ >!)■ 1 + 1 + 1 + 9 .1 0 9 ) lim (1 + /X ) 31 x -o 9 .1 1 0 ) lim (1 - 2 x ) 1 «-o 9.111) lim ( ———\*- + ® \x — 1/ »" (— 3+ ® \x — 1/ *■x --*. \^ 2x + 4/ *■ P r ) ’" ’x - + ® \ x — 1 / /X + 1 Y , “ I lim - + . o \ 3 x - V lim É ± I f +‘ i—-qo \x -+ 5J 9.112) 9.113) 9.114) 9.115) 9.116) 9.117) 9.118) 9.119) Hm f c í ) *-» + » \3x -f 2/ i+i 3 9.120) lim (1 + cos x)3 *“ * 9.121) lim (1 + sen x) 1 ' x - 0 9.122) lim- (a > 0) 9.123) linr^— — -x-0 X 9.124) lim x [In (x + 1) — ln x] x — + ec- 9.125) lim IC g(1 + 10X) x - 0 X 9.126) lim — ln / H x -o x V 1 - 171
Compartilhar