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Apostila Radiologia Odontológica

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Fundação Saint Pastous
 
 Apostila Radiologia Odontológica 
 TR. Sidnei Lima 
Introdução à radiologia odontológica
Esta aula pretende apresentar ao aluno de maneira sucinta um breve histórico da radiologia odontológica, focando os principais estudiosos do tema e também relacionar a radiologia com a prática odontológica na atualidade que visa à melhoria e/ou à manutenção da saúde do paciente
Dr. Edmund Kells
Americano e autor de vários artigos na área da odontologia radiológica, sua história, entretanto teve fim trágico, pois, após tomar ciência da descoberta, iniciou experimentos no campo da odontologia e construiu até um laboratório muitíssimo bem elaborado dentro de sua própria casa. Em julho de 1896, tornou-se o primeiro clínico no mundo a utilizar um aparelho de Raios X no consultório. Todavia, após administrar incontáveis radiografias sem nenhuma proteção e ainda sem saber das tamanhas possibilidades deletérias dos Raios X, começou a apresentar os efeitos colaterais de indiscriminado uso. Inicialmente um dedo da mão esquerda foi perdido, depois um segundo, um terceiro, até perder toda a mão esquerda. Posteriormente acabou tendo que amputar o braço esquerdo. Mesmo assim, continuou a praticar a odontologia e projetou instrumentos que lhe permitiam trabalhar somente com uma mão. Com o tempo a mão direita também foi afetada pela radiação. Lutou vinte anos contra tais efeitos, realizou cirurgias e enxertos de pele, mas não resistiu a tamanho sofrimento e se suicidou.
Na América Latina, o primeiro aparelho de Raios X chegou ao Brasil enviado por Röntgen ao médico José Carlos Ferreira Pires, em 1897, no estado de Minas Gerais, na cidade de Formiga.
Com o passar dos anos, novas técnicas foram surgindo e algumas se destacando, dentre elas a de Cieszynski. Essa técnica foi denominada de "regra de Cieszynski" ou "regra da bissetriz" (figura ao lado) e baseava-se em um teorema que estabelecia que dois triângulos são iguais quando têm dois ângulos iguais e um lado comum. Trazendo a teoria à prática, o ângulo formado pelo longo eixo do dente e o longo eixo do filme resultará em uma bissetriz, na qual o feixe de Raio X deverá incidir perpendicularmente.
Desenho esquemático da ?Técnica da Bissetriz?
José Carlos Ferreira Pires Nasceu em 27 de setembro de 1854, em Paracatu (MG) e aos quatro anos de idade mudou-se para Formiga (MG) com a família. Em 1873, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Doutor em medicina, regressou à Formiga em 1879. Suas observações e pesquisas permitiram a publicação de inúmeros trabalhos em revistas científicas e congressos médicos. Os últimos anos de sua vida foram marcados por uma intensa lesão destrutiva no nariz (dermite nasal), possivelmente causada por fortes doses de radiação a que se submetia em seu consultório.
Posteriormente outras técnicas foram desenvolvidas com a mesma indicação e uma delas foi a técnica do paralelismo que, quando surgiu, apresentou certa dificuldade de execução pois exigia um tempo maior de exposição e distâncias focais diferenciadas. Atualmente trata-se de uma técnica radiográfica que emprega suportes especiais para o filme, tendo as mesmas indicações da técnica da bissetriz.
Além dessas técnicas intrabucais, a radiologia odontológica utiliza-se também de radiografias extrabucais que têm contribuído sobremaneira para o diagnóstico, o planejamento, o prognóstico, o tratamento e o estudo das alterações ósseas do complexo maxilo-facial.
Pode-se entender, então, que a odontologia apresentou grandes avanços após a utilização dos Raios X e em todas as suas grandes áreas. Sejam elas preventivas ou curativas, a documentação por esse meio é sempre utilizada.
Vale ressaltar ainda que a radiologia odontológica também pode ser utilizada como método de investigação na Odontologia Forense pois as radiografias podem fornecer subsídios importantes devido à grande quantidade de informações registradas em filme: características morfológicas, posição e forma da crista alveolar, restaurações, exodontias, tratamentos endodônticose ortodônticos dentre tantos outros.
De maneira geral, a gama de possibilidades na radiologia odontológica é imensa. Houve uma melhora gritante nos últimos anos, mas há ainda muito que trabalhar no aperfeiçoamento de técnicas e na padronização de imagens para evitar distorções e aumentar a qualidade de diagnósticos e tratamentos.
Glossário
Exodontia: exo = fora / dontia = dente. Remoção cirúrgica de um elemento dentário
Odontologia Forense: Relacionada ao exercício da Odontologia Legal e objetiva a aplicação dos conhecimentos odontológicos na identificação e pesquisa de fenômenos físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios, resultando lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis, tendo utilidade nas áreas de Direito Trabalhista, Civil e Penal.
Tratamento endodôntico: Conjunto de várias manobras com objetivo de restabelecer a normalidade dos tecidos dentais ou manter a estrutura dura no alvéolo livre de inflamação e/ou infecção, sendo o tratamento de canal apenas parte desse tratamento
Tratamento ortodôntico: Conjunto de várias manobras com o objetivo principal de restabelecer a normalidade da oclusão dentária, buscando o equilíbrio facial com a harmonização dos dentes, lábios e ossos maxilares.
Referências
ALVARES, Luiz Casati. Curso de radiologia em odontologia. Colaboração de Orivaldo Tavano. 4. ed. São Paulo: Santos, 2002.
CIESZYNSKI, A. Ueber die einstellung der roentgenrohre bei zahnaufnahmen. Corresp F zahnärzte, p.158, 1907. apud CIESZYNSKI, A. In defense of the rights of authorship of some fundamental rules of X-Ray technique and accessories. Dent Cosmos, v.66, n.6, p.656-664, June 1924.
FENELON, S.; ALMEIDA, S.S. Dr. José Carlos Ferreira Pires, Pioneiro da radiologia na América do Sul.Revista da imagem. 2000; 22(4):VII-X.
FREITAS, A. Radiologia Odontológica. 3. ed. São Paulo : Artes Médicas, 1994. p.125-140.
GRUBER, J.; KAMEYAMA, M. M. O papel da Radiologia em Odontologia Legal. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 3, p. 263-268, jul./set. 2001.
Anatomia dentária
Está aula objetiva apresentar ao aluno os tópicos mais importantes com relação à anatomia dentária, o que inclui conceitos, classificação, morfologia e função dos dentes, tópicos imprescindíveis para o bom entendimento da radiologia odontológica como um todo.
NESTE TÓPICO
 Anatomia dentária
 Classificação e funções
 Morfologia
 Referências
 
A anatomia bucomaxilofacial em radiologia odontológica é de suma importância para a interpretação e a execução das técnicas radiográficas de maneira correta e também para a avaliação dos resultados da mesma, sendo indispensável para elaborar um correto diagnóstico e posterior tratamento. Fácil é de se compreender essa importância se pensarmos que para conhecer o patológico é necessário entender o que é normal.
Anatomia dentária
Esquema de corte longitudinal de estrutura dentária.
A anatomia dentária é a parte da anatomia humana que estuda o órgão dentário formado por dente e periodonto (gengiva, desmodonto, cemento e osso alveolar).
Do ponto de vista anatômico o dente é dividido em três partes: coroa, colo e raiz.
A coroa é a parte visível e funcional mais utilizada no processo de mastigação. Possui aspecto brilhante e localiza-se acima da gengiva e dos ossos de suporte.
O colo é o elo entre a coroa e a raiz do dente, o limite divisório. É uma linha sinuosa bastante nítida e de fácil identificação pela diferença de cor entre as estruturas.
A raiz é a parte do dente que não se vê sem ser radiograficamente. É um segmento de tom amarelo, responsável pela fixação do dente ao osso alveolar. Maior do que a coroa em comprimento e também com maiores variações morfológicas por possuir relação direta com as paredes alveolares por meio das fibras do desmodonto, é responsável por suportar as cargas impostas pela mastigação. Dependendo da localização do dente, estepode apresentar uma, duas ou três raízes.
Do ponto de vista estrutural o dente é dividido em quatro partes: dentina, cemento, esmalte e polpa.
A dentina é o tecido que compõe todo o dente, desde a coroa até a raiz. É um tecido conjuntivo avascular, mineralizado que, na porção coronária, é recoberto pelo esmalte e, na porção radicular, pelo cemento.
Embora seja mais mole do que o esmalte, trata-se de um tecido muito duro, mais que o osso e o cemento.
É uma estrutura branca amarelada que tem o tom de amarelo variando de acordo com a idade do indivíduo e também de um indivíduo para o outro.
O cemento é um tecido mineralizado, especializado, responsável pelo revestimento da dentina radicular, por inserir as fibras do ligamento periodontal da raíz e por contribuir para o processo de reparação após o dano da superfície radicular.
O esmalte é o componente dental mais conhecido e o tecido mais rígido e mineralizado do organismo. A coloração varia de amarelo claro ao branco acinzentado e a espessura de grossa (nas cúspides) a fina (na junção amelo-cementária).
A polpa é formada por tecido conjuntivo frouxo e também a estrutura mais interna do dente. Ricamente vascularizada e inervada, dá ao elemento dental a condição de elemento vivo e renovador da dentina.
Classificação e funções
Os seres humanos possuem vinte dentes (dez na maxila e dez na mandíbula) em sua primeira dentição (decídua). Após os seis anos, tais dentes começam a cair e então surge a dentição permanente, formada por 32 dentes: 16 superiores e 16 inferiores.
Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função que exercem em três grandes grupos: 1) incisivos 2) caninos 3) pré-molares e molares (figura abaixo).
Nomenclatura dentária.
Os incisivos são oito: quatro na maxila e quatro na mandíbula, situados na parte anterior da boca. Servem para seccionar alimentos e também tem papel importante na fonação e na estética.
Os caninos são quatro: dois na maxila e dois na mandíbula. Têm formato agudo, são pontiagudos e têm a função de dilacerar os alimentos.
Os pré-molares e molares estão localizados na parte posterior da boca, e possuem a função de amassar e triturar os alimentos. Os pré-molares são oito (quatro na maxila e quatro na mandíbula) e os molares são doze (seis na maxila e seis na mandíbula), incluídos nesse grupo os dentes do siso (figura abaixo).
Localização do elemento dental na arcada.
Morfologia
Em qualquer dente pode-se visualizar a presença de cinco faces distintas: vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal.
A face vestibular é a superfície voltada para o vestíbulo da boca, ou seja, a parte da frente dos dentes.
A face lingual é a superfície oposta à face vestibular e é chamada por alguns autores de palatina quando se trata do arco superior.
A face mesial é voltada para o plano sagital mediano da face e a divide em dois segmentos: direito e esquerdo.
A face distal é a que se opõem à face mesial, ou seja, localiza-se mais distante do plano sagital mediano.
As faces oclusais são aquelas que se encontram no momento da mastigação. Pode-se dizer que, na arcada superior, trata-se da parte inferior dos dentes e que, na arcada inferior, trata-se da face superior dos dentes.
Glossário
Avascular: Que não possui tecido de vascularização (vasos sanguíneos).
Cúspides: Formações piramidais quadrangulares presentes em pré-molares e molares na face mastigadora dos dentes (oclusais).
Desmodonto: O mesmo que ligamento periodontal ou ligamento alvéolo-dentário. É um conjunto de fibras conjuntivas que se apresentam dispostas em diversas direções com a finalidade de fixar os elementos dentais no alvéolo.
Patológico: Que se apresenta fora do estado de normalidade, relativo à doença.
Plano sagital mediano: Plano vertical imaginário que tem esse nome derivando da direção da sutura sagital do crânio. Divide o corpo em metades direita e esquerda (aparentemente simétricas) e é formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do eixo longitudinal na linha mediana.
Referências
REHER, V. G. S. Anatomia aplicada à odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
WHAITES, E. Princípios de Radiologia Odontológica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Principais áreas e patologias na odontologia
Apresentar ao aluno as principais áreas da odontologia em que a radiologia é utilizada, focando as principais patologias investigadas.
NESTE TÓPICO
 Principais áreas da odontologia
 Principais patologias relacionadas à odontologia
 Referências
  
 Principais áreas da odontologia
A odontologia apresenta alguns focos principais de estudo dentro de determinadas áreas. Dentre elas destacam-se:
Patologia: área que busca o diagnóstico precoce de doenças do complexo maxilo-mandibular e também o diagnóstico complementar ao exame clínico. Busca também a identificação de transtornos de desenvolvimento dos dentes e das demais estruturas da boca.
Dentística: área que dentro da odontologia propõe a reabilitação dental em sua integridade estrutural, funcional e estética. Tem também inserido nesse contexto, procedimentos semiológicos, operatórios, preventivos, terapêuticos e educativos.
Prótese: área da odontologia que visa à elaboração e confecção de dentaduras simples ou duplas, totais ou parciais, fixas ou removíveis, imediatas ou não. Visa também à confecção de núcleos intra-radiculares e coroas provisórias e/ou definitivas, devolvendo, da melhor maneira possível, a capacidade de mastigação para o paciente.
Periodontia: área que visa aos vários aspectos anátomo-fisiológicos e histológicos das estruturas periodontais, assim como as alterações patológicas de tais estruturas. Visa também à realização de diagnóstico e tratamento da doença periodontal.
Endodontia: área que trabalha com a realização de tratamento de canal, de tratamento da polpa e também com cirurgias na região apical da raiz.
Odontopediatria: área que além de estudar os aspectos físicos, psíquicos e biológicos da criança, estuda também as técnicas mais apropriadas à mesma, focando a erupção da dentição decídua, mista e posteriormente permanente, visando ao tratamento odontológico integral da criança.
Odontogeriatria: área voltada ao estudo das alterações anatomo-fisiológicas decorrentes da idade. Voltada também ao estudo da preservação dentária e da manutenção da mastigação com o auxílio de próteses.
Ortodontia: área que estuda o desenvolvimento das estruturas dentais e maxilares e seu correto posicionamento, com enfoque em procedimentos preventivos, interceptativos e corretivos.
Implantodontia: área que, de maneira geral, estuda técnicas cirúrgicas, procedimentos protéticos, osseointegração, enxertos, regeneração tecidual e óssea, com a finalidade de repor um ou mais elementos dentários na arcada.
Cirurgia: área que compreende desde o diagnóstico até o tratamento cirúrgico das enfermidades e traumatismos dentários e faciais, compreendendo também patologias cirúrgicas da articulação temporomandibular e anomalias funcionais dento-faciais.
Principais patologias relacionadas à odontologia
Como já foi dito anteriormente, para entender o que é patológico é necessário entender o que é normal. Sendo assim, após a anatomia odontológica normal já ter sido apresentada na aula anterior, resta apresentar as principais patologias a serem investigadas radiograficamente.
Cárie: doença dentária bacteriana infecto-contagiosa degenerativa, caracterizada pela desmineralização da porção inorgânica do dente, cujo principal agente etiológico é o Streptococcus mutans. Ocorre quando há a associação entre placa bacteriana cariogênica, dieta inadequada e higiene bucal deficiente. Classificada de acordo com a evolução e com a localização, pode ir da superfície para a polpa dentária causando infecção (figura abaixo).
Doença periodontal: doença que se caracteriza por acometer tecidos de suporte (gengiva) e de sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso) que no início causa inflamação gengival (gengivite), mobilidade do elementodental e, se não tratada, com a evolução do processo pode levar à perda dentária. Tem origem bacteriana e caráter crônico..
Traumas: são fraturas ou lesões que acometem o elemento dental ou estruturas adjacentes. São comuns em crianças na idade escolar, mas acontecem também nos primeiros anos de vida (quando as crianças começam a dar os primeiros passos). Em jovens, as causas incluem acidentes de automóvel, esportes e agressões. Podem ser divididos em: fraturas coronárias, fraturas corono-radiculares, fraturas radiculares e com envolvimento de dentes e lesões de tecidos periodontais de suporte (figura a baixo).
Erosão, abrasão e desgaste: a erosão é o resultado físico de perda patológica e crônica de esmalte dentáriom, causada pela ação de ácidos de origem não bacteriana (dieta, medicação, refluxo gastresofágico, vômitos frequentes e fatores idiopáticos. A abrasão é o desgaste patológico do dente causado por processos mecânicos e o desgaste é de etiologia multifatorial (erosão eabrasão).
Distúrbios de desenvolvimento: são, como o próprio nome já diz, distúrbios que acontecem no desenvolvimento do órgão dental e podem ser classificados: de acordo com o número (anodontia ou supranumerário), tamanho (micro ou macrodontia), forma (fusão, esmalte ectópico e raízes supranumerárias dentre outras), estrutura e cronologia (erupção prematura ou retardada).
Distúrbios de posicionamento: são patologias relacionadas ao mau posicionamento dentário nas arcadas e classificam-se em: sobremordida (dentes anteriores superiores muito à frente da arcada inferior), mordida cruzada (quando a arcada superior não se encaixa corretamente na arcada inferior e pode ser posterior, anterior e invertida), mordida aberta (espaço entre as superfícies de mordida dos dentes anteriores e/ou laterais quando os dentes posteriores se juntam), desvio de linha mediana (centro da arcada superior não alinhado com o centro da arcada inferior), diastema (espaços entre os dentes), apinhamento (desalinhamento dos dentes na arcada, dentes grandes para se acomodarem na arcada dentária pequena).
Câncer bucal: é uma patologia que acomete lábios e cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca). Normalmente relacionado ao tabagismo, pode ter prognóstico favorável se diagnosticado precocemente.
Referências
SBARTLETT D.W. O papel da erosão no desgaste dentário: etiologia, prevenção e tratamento. Int Den. J 2005; 55: 277-284.
GÓES, K. K. H. et al., Avaliando os traumatismos dento-alveolares: revisão de literatura. Rev. Cir. Traumat. Buco -Maxilo-Fac., v. 5, n. 1, p. 21-6, jan.,/mar., 2005.
VASCONCELLOS, R. J. H. et al. Trauma na dentição decídua: enfoque atual. Rev. Cir. Traumat. Buco-Maxilo-Facial, v. 3, n. 2, abr.,/jun., 2003.
Anatomia radiográfica do órgão e do desenvolvimento dentário
Esta aula pretende apresentar ao aluno a terminologia utilizada na anatomia radiográfica do órgão e do desenvolvimento dentário, e também o que se pode observar nas imagens radiográficas dos mesmos.
NESTE TÓPICO
 Imagens radiográficas do órgão dentário
 Imagens radiográficas do desenvolvimento dentário
 Referências
Alguns conceitos são importantes nessa área, como definir dois tipos básicos de imagem: imagem radiolúcida e imagem radiopaca. A primeira refere-se a corpos que não apresentam resistência à passagem dos Raios X e, portanto, apresentam-se nas radiografias com a coloração mais escura. A segunda por apresentar resistência à passagem dos Raios X, barrando-o, fornece imagens mais claras. Evidente que ambos podem ter menor ou maior intensidade de coloração de acordo com o grau de absorção do objeto a ser radiografado.
Sendo assim, pode-se classificar as estruturas dentais em ordem decrescente de radiopacidade (do mais radiopaco ao mais radiolúcido) em: esmalte, cortical alveolar, dentina, tecido ósseo, tecidos moles (câmara coronária e condutos radiculares).
Detalhe importante a ser destacado é também a diversidade dos reparos anatômicos, pois eles variam sensivelmente em forma, tamanho e posição em diferentes indivíduos, sendo que em um mesmo indivíduo também podem acontecer variações de um lado para o outro.
Imagens radiográficas do órgão dentário
Em escala decrescente de grau de radiopacidade (figura a baixo):
Esmalte: reveste externamente toda a coroa. Com espessura variável, é o mais radiopaco dos tecidos dentários, constituído por 96% de minerais e 4% de água e matérias orgânicas. Radiograficamente apresenta-se com contorno contínuo, fato este imperioso para o diagnóstico precoce de cárie.
Cortical alveolar (lâmina dura e crista alveolar): radiograficamente o que se observa é uma linha radiopaca contínua, lisa e delgada que cobre, sem interrupções, o osso esponjoso nas cristas e passa de um dente ao outro sem solução de continuidade. É importante para o diagnóstico precoce de periapicopatias desde que a radiografia não tenha sofrido distorções quando realizada.
Estrutura dentária.
Dentina (coronária e radicular): na coroa apresenta-se completamente recoberta por esmalte, formando com ele o que se convencionou chamar de limite amelodentinário. Esse limite é visualizado com facilidade radiograficamente e é registro importante para o diagnóstico precoce de penetração de cáries em cicatrículas e fissuras. É menos radiopaca que o esmalte e apresenta conteúdo mineral de 69 a 72%. Na raiz, é recoberta por fina camada de cemento (o que não é visível radiograficamente).
Osso alveolar de suporte (esponjoso): trabéculas ósseas (radiopacas), limitadas por espaços medulares (radiolúcidos). Apresenta-se de maneira diferente na mandíbula e na maxila, sendo que, na primeira, as trabéculas têm espaços medulares amplos e disposição mais horizontal; na segunda, espaços medulares menores e trabéculas irregulares.
Câmara coronária e condutos radiculares: apresentam-se como imagens radiolúcidas uma vez que abrigam tecidos moles. Tanto na coroa como na raiz tendem a seguir a conformação anatômica dos mesmos. Dependendo da localização do elemento dental a ser radiografado (dentes anteriores ou posteriores), a visualização pode se tornar um pouco mais difícil.
Espaço periodontal: espaço localizado continuamente entre a raiz e a lâmina dura dos dentes. É preenchido por tecidos moles, o que faz com que radiograficamente apresente-se como uma linha radiolúcida.
Imagens radiográficas do desenvolvimento dentário
O desenvolvimento dentário apresenta cinco fases distintas: iniciação, morfodiferenciação, aposição, mineralização e erupção.
A imagem radiográfica do germe dental inicialmente é radiolúcida, arredondada e bem definida.
Conforme vai acontecendo o desenvolvimento, já na fase de mineralização, o que se vê é uma área radiolúcida arredondada circundada por uma linha radiopaca.
Quando vão surgindo as raízes, as células se diferenciam e começam a formar respectivamente o cemento, o ligamento periodontal e a lâmina dura.
Quando o elemento dentário finalmente inicia a erupção, o espaço pericoronário desaparece na radiografia, pois soma-se à imagem radiolúcida da gengiva.
Glossário
Cicatrículas e fissuras: Áreas dentárias extremamente vulneráveis à cárie devido à dificuldade de higienização e de penetração de flúor.
Crista alveolar: Margem coronal do osso alveolar, geralmente paralela à junção cemento-esmalte (a uma distância de 1ª 2 mm para apical).
Espaço pericoronário: Halo radiolúcido entre a cortical da cripta óssea e o esmalte.
Germe dental: Estrutura embrionária que origina o elemento dental e tambéms suas estruturas de suporte.
Lâmina dura: Osso cortical denso, adjacente ao ligamento periodontal, formando a parede alveolar ao lado do dente. Radiograficamente é vista como uma linha branca ao lado da linha escura do ligamento periodontal.
Periapicopatias: Lesões periapicais, dentre elas granulomas assintomáticos.
Reparos anatômicos: Estruturas bem características de determinadas localizações anatômicas, que entanto podem ser de difícil visualização radiológica. Na odontologiapode-se destacar: forame redondo (na técnica axial); forame infraorbitário (na radiografia panorâmica); processo pterigóide do osso esfenóide (na incidência póstero-anterior paraseios maxilares); entre outros.
Referências
ALVARES, Luiz Casati. Curso de radiologia em odontologia. Colaboração de Orivaldo Tavano. 4. ed. São Paulo: Santos, 2002.
Aparelhos de raios x odontológico
Trazer ao aluno as especificações técnicas dos aparelhos utilizados na Radiologia Odontológica e familiarizá-lo com o vocabulário pertinente a esta área são os objetivos desta aula.
Para produzir radiação são necessários os elementos básicos de um tubo de Raios X: voltagem alta para acelerar os elétrons pelo tubo (o aumento da kilovoltagem traz maior aceleração de elétrons e, dessa forma, maior poder de penetração); fonte de elétrons dentro do tubo (filamento de tungstênio fixado ao cátodo) e uma área focal (alvo) para os elétrons (feito de tungstênio e de aproximadamente 0.8 X 1.8 mm).
O aparelho de Raios X opera em corrente alternada (a corrente flui em uma direção e então na direção oposta do circuito). No tubo ocorre inversão de polaridade de sessenta vezes por segundo. Quando, na metade do ciclo, a corrente é invertida, poucos Raios X são produzidos porque existem poucos elétrons disponíveis para atingir o alvo. Dessa maneira, a corrente é impedida de viajar pelo tubo. Esse impedimento de reversão é denominado de retificação. Sendo assim, como o tubo de Raios X odontológico é projetado para produzir esse efeito, é chamado de auto-retificador.
O aparelho de Raios X odontológico é pouco eficiente, pois da energia total produzida ao ânodo pela colisão dos elétrons com o objetivo, converte menos de 1% da energia em radiação. O produto restante é dissipado em calor, o que não é muito desejável, pois pode aquecer o aparelho em demasia.
A voltagem de um aparelho de Raios X odontológico é medida em volt e 1 kilovolt (kV) equivale a 1000 volts.
Entretanto, se um aparelho de Raios X odontológico, apresenta um potencial de 90 kVp, só alcançará essa voltagem no pico da corrente alternada durante a exposição, o que se chamará de 90 kVp (kilovolt) de termo.
As máquinas de Raios X odontológicos podem operar em diversas tensões e correntes no tubo, mas de uma maneira geral variam de 50 a 90 KVp e correntes de até 10mA e o circuito de alta voltagem requer uma ddp de 65.000 a 90.000 volts, sendo esse aumento em voltagem alcançado pelo uso de um transformador.
O painel de controle do aparelho contém um indicador luminoso, um botão de exposição e luz de indicação, um timer (que indica o tempo de exposição aos Raios X), além do botão liga-desliga com kilovoltagem e miliamperagem fixos.
É necessário lembrar que o tempo de exposição varia sempre, dependendo do tipo de filme, do aparelho, da técnica utilizada, da área a ser radiografada e do paciente.
Os aparelhos de Raios X atualmente dividem-se de acordo com a finalidade a que se destinam. Podem ser móveis ou fixos (de parede) e para radiografias intra-orais ou extra-orais.
Aparelhos de Raio X para radiografias intra-orais
Apresentam também proteção radiológica rigorosamente controlada e testada, visando não permitir fugas de radiação.
Devem ainda estar equipados com colimador de chumbo de 1 mm que direcione os raios para o objetivo radiográfico principal, ter registro no Ministério da Saúde e ter braço articulável com movimentação vertical e horizontal, proporcionando movimentos suaves e facilidade de posicionamento.
Glossário
Colimador: Trata-se de um dispositivo construído a partir de um material que absorve radiação com a finalidade de suavizar e direcionar os feixes de radiação.
Radiação: Propagação da energia por meio de partículas ou ondas.
Referências
BIRAL, A.R. Radiações ionizantes para médicos, físicos e leigos. Florianópolis: Insular, 2002.
WHAITES E. Princípios de radiologia odontológica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Filmes radiográficos
Apresentar os principais tipos de filmes radiográficos utilizados na radiologia odontológica, com as respectivas indicações e classificações de acordo com os requisitos esperados de cada um deles.
Os filmes radiográficos apresentam diferentes formas, tamanhos e qualidade para os diversos tipos de trabalho e possuem, ainda, maior ou menor sensibilidade e variação na definição. O desejado é aquele que expõe menos o paciente e o operador à radiação, ou seja, deseja-se sempre um filme sensível e de grande velocidade. Entretanto, a velocidade é escolhida levando-se em consideração dois fatores de grande importância: exposição do paciente e "qualidade" da imagem. O filme de alta velocidade reduz a dose de radiação no paciente, mas, por outro lado, degrada a qualidade da imagem.
Esses filmes de alta velocidade possuem também um ponto em relevo de fácil visualização e de fácil percepção tátil. Esse ponto é chamado de picote e tem por objetivo orientar o posicionamento do filme na cavidade bucal. Deve sempre voltar-se para a parte oclusal dos dentes e ser posicionado com o lado de exposição voltado para o aparelho de Raios X (Figura1).
Localização do picote.
Na área odontológica pode-se visualizar e classificar os filmes radiográficos de acordo com a utilização (localização), com a constituição (película e embalagem) e ainda com a sensibilidade, a definição, o contraste e a combinação filme/tela.
Classificação dos filmes de acordo com a utilização (localização)
De acordo com a localização são utilizados dois tipos básicos de radiografias: as radiografias intrabucais e as radiografias extrabucais. Tal denominação não deixa margem para o não entendimento e compreensão quanto à utilização dos filmes (Figura 2).
As radiografias intrabucais são divididas de acordo com a finalidade a que se destinam em: periapicais (bissetriz e paralelismo); interproximais e oclusaise, independente de sua finalidade, as características de constituição desses filmes intrabucais são basicamente as mesmas.
As radiografias extrabucais também seguem a mesma linha e são divididas em: panorâmicas, telerradiografias (em norma lateral (perfil)), póstero-anteriores de mandíbula (PA de mandíbula ou em norma frontal e projeções de Towne), radiografias axiais (projeção de Hirtz e projeção submentoniana), radiografias póstero-anteriores (para seio maxilar), e projeções para avaliação da articulação temporomandibular (ATM), cada uma dessas radiografias tem maior ou menor utilização na área odontológica. As mais utilizadas serão descritas nos próximos conteúdos.
Alguns tipos de filmes utilizados em radiologia odontológica.
Classificação dos filmes de acordo com a constituição
De acordo com a constituição os filmes apresentam-se divididos em duas estruturas básicas: a película e a embalagem (Figuras 3 e 4).
Composição da embalagem do filme radiográfico.
A película tem estrutura composta por: base, emulsão e camada protetora.
A base é razoavelmente rígida para facilitar a manipulação e composta por uma camada clara transparente azulada ou esverdeada de poliéster. Apresenta-se coberta por uma emulsão de sais de prata em ambos os lados (dupla emulsão), o que dá ao filme o contraste esperado e a velocidade máxima.
A emulsão nada mais é do que uma gelatina com infinitos cristais de brometo de prata que apresenta sensibilidade à luz visível, à eletricidade estática e aos Raios X. Além disso, possibilita menor tempo de revelação, fixação e secagem na revelação da radiografia.
A camada protetora é também chamada de capa protetora. É constituída por uma fina camada de gelatina transparente.
A embalagem é o envoltório plástico que abriga a película (coberta por papel preto e por um filamento de chumbo que cobre a parte posterior do filme) e tem por finalidade impedir a passagem da saliva e da luz (Figura 5).
Classificação dos filmes de acordo com a sensibilidade
Atualmente, a classificação de acordo com a sensibilidade é feita por letras (da letra D em diante). Na odontologia as mais utilizadas sãoas do grupo E e F. Os filmes mais sensíveis são os que necessitam de exposição menor e é isso que determina a quantidade de radiação que será necessária para a obtenção de uma radiografia com qualidade.
Classificação dos filmes de acordo com a definição, o contraste e a combinação filme/tela
De acordo com a definição, o contraste e a combinação filme/tela, o que se sabe hoje é que quanto maiores os sais de prata, menor a definição e que quanto maior o contraste mais objetiva é a radiografia. Sabe-se também que a combinação filme/tela só é utilizada nas radiografias extrabucais e trata-se da combinação do filme com telas intensificadoras (screens).
Em síntese, no processamento radiográfico os filmes são os receptores de imagem, ou seja, são eles que fornecem as informações que são alvo de investigação pelos profissionais da área. Esses profissionais necessitam de uma boa imagem radiográfica para compor um correto diagnóstico e para, posteriormente, elaborar um laudo radiográfico confiável.
Periapicais: Relacionadas ao exame do periápice dental. Ou seja, ao exame que envolve o complexo de tecidos que circunda a porção apical da raiz do dente (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar).
Interproximais: Relacionadas ao exame das faces interproximais (mesiais e distais) dos dentes posteriores e da crista óssea alveolar. Também chamada de Bite-wing, apresentam uma aleta de papel (asa de mordida) para que o paciente prenda entre os dentes e assim assegure uma distribuição regular dos dentes maxilares e mandibulares, centralizando coroas e terço cervical radicular.
Oclusais: Relacionadas ao exame de áreas mais extensas da maxila e/ou mandíbula. Geralmente utilizadas como complementares na localização de dentes retidos, supranumerários, áreas patológicas, fraturas mandibulares e outras.
Panorâmicas: Trata-se de procedimento extra-bucal rotineiro, cuja indicação atende todas as especialidades da odontologia, uma vez que possibilita visualização das arcadas superior e inferior, simultaneamente.
Telerradiografias: Radiografias indicadas em tratamentos ortodônticos e cirurgias ortognáticas. Normalmente realizadas em filmes de 18x24 cm ou 20x25 cm.
Póstero-anteriores de mandíbula: Utilizadas na investigação de fraturas de côndilos, na localização de terceiros molares (retidos transversais) na maxila e/ou na mandíbula, na visualização do ângulo da mandíbula e do ramo ascendente e também na visualização médio-lateral dos côndilos mandibulares de ambos os lados (Variação - Towne Reversa).
Radiografias axiais: Radiografia cuja finalidade é comparar estruturas em ambos os lados do crânio. Utilizada como radiografia inicial para determinação dos eixos dos côndilos mandibulares e no exame de integridade e afundamentos do arco, e do arco e osso zigomático.
Radiografias póstero anteriores: Indicadas em pesquisas de sinusites do seio maxilar, na identificação e localização de corpos estranhos, na investigação de fragmentos radiculares, de dentes no interior do seio maxilar e ainda na delimitação e localização de determinadas patologias e fraturas maxilares.
Projeções para avaliação da articulação temporomandibular (ATM): Indicadas para o registro das estruturas ósseas da ATM e também para a avaliação da morfologia óssea, em boca aberta e/ou fechada.
Processamento radiográfico
Apresentar ao aluno a classificação dentária numérica necessária na solicitação de radiografias odontológicas, bem como as etapas do processamento radiográfico.
Antes de iniciar o assunto sobre processamento e métodos de revelação é necessário esclarecer que todos os dentes (decíduos ou permanentes) recebem uma classificação numérica internacional com a finalidade de facilitar o entendimento dos profissionais e também para facilitar a troca de informações e os pedidos de exames, dentre outras coisas. Trata-se de um sistema de dois dígitos que numera os dentes (algarismos arábicos) de acordo com a sua posição na hemi-arcada.
Dentes permanentes no hemi-arco superior direito: numerados de 11 a 18.
Dentes permanentes no hemi-arco superior esquerdo: numerados de 21 a 28.
Dentes permanentes no hemi-arco inferior esquerdo: numerados de 31 a 38.
Dentes permanentes no hemi-arco inferior direito: numerados de 41 a 48.
Sendo assim, em outras palavras, todos os dentes do lado direito superior da arcada recebem o número 1, seguido do número de posicionamento dos mesmos. O que equivale a dizer que o incisivo central superior direito é o dente nº 11, o incisivo lateral superior direito o nº 12 e assim por diante. Os que estão no lado esquerdo superior recebem o número 2, o que equivale a dizer que o incisivo central superior esquerdo é o dente nº 21, o incisivo lateral superior esquerdo é o nº 22 e assim por diante. A mesma regra vale para os inferiores, começando com o número três do lado esquerdo e com o número quatro do lado direito (Figura 1).
Classificação dentária de acordo com a localização no hemi-arco.
O processamento radiográfico
O processamento radiográfico pode ser manual ou automático e é a parte que conclui a radiografia que teve início com a exposição. Trata-se, portanto de fator de sucesso ou insucesso de muitas tomadas radiográficas.
Para que a revelação da radiografia tenha êxito, vários aspectos devem ser considerados:
Câmara escura: local onde se processam os filmes e que deve ser suficientemente grande para permitir a manipulação radiográfica com tranquilidade, o que deve levar em conta o número de radiografias a serem processadas; a quantidade de técnicos envolvidos no processamento e o tipo de processamento a ser realizado (manual, automático ou ambos). Pode ser portátil ou não portátil.
Portátil: tipo de câmara mais comum nos consultórios odontológicos. Apresenta-se sob a forma de caixas acrílicas (escuras transparentes) ou de poliestireno (com visor acrílico) (Figuras 2 e 3). Tem aberturas para a entrada das mãos e em seu interior são colocados três recipientes contendo: revelador, água e fixador (Figura 4).
Não portátil (quarto ou labirinto): trata-se de uma dependência a prova de luz que possue um tanque com revelador e outro com fixador, ambos imersos em um tanque de água corrente. Cada tanque deve ser tampado, para evitar a evaporação das soluções quando não utilizadas.
Solução reveladora: é a primeira solução na qual as colgaduras são colocadas. Afeta exclusivamente os sais de prata expostos aos Raios X retirando-lhes. Age amolecendo a gelatina e permitindo à solução reduzir os sais de prata sensibilizados, o que precipita a prata na base do filme. Tal precipitação pode ser visualizada nas áreas radiolúcidas do mesmo. É importante lembrar que quanto mais tempo os filmes são mantidos nessa solução, mais prata será precipitada, ou seja, a imagem corre o risco de tornar-se muito escura, podendo velar completamente o filme.
Colgadura: Suporte utilizado na revelação de radiografias que serve segurá-las quando imersas nas soluções reveladoras, na lavagem e nas soluções fixadoras.
Lavagem intermediária (com água): apesar de ser uma parte bastante rápida do processo de revelação (em torno de 20 segundos), é bastante importante, pois é nesse momento que se retira o revelador impregnado no filme, preparando-o para a próxima solução.
Solução fixadora: age enrijecendo a emulsão do filme e removendo os sais de prata não sensibilizados. Para que se tenha êxito nessa parte do processo, o filme deve ser mantido nessa solução por, pelo menos, 10 minutos. Entretanto, a fixação em excesso pode acabar removendo a imagem radiográfica.
Lavagem final e secagem: a lavagem é realizada em água corrente e por tempo suficiente para remover o excesso de fixador no qual a radiografia estava imersa. Caso essa etapa não seja realizada adequadamente, as radiografias podem tornar-se amareladas. A secagem é a última etapa do processo e deve ser feita em área livre de poeira.
Referências
ALVARES, Luiz Casati. Curso de radiologia em odontologia. Colaboração de Orivaldo Tavano. 4. ed. São Paulo:Santos, 2002.
Métodos e passos de revelação
Método de revelação, como o próprio nome já diz, é a forma que será escolhida para revelar a imagem radiográfica. A literatura aponta para dois tipos principais:
1- Método visual. 2-Método temperatura/tempo.
Os passos para o processamento radiográfico dependem diretamente do tipo de processamento: 1- Manual. 2- Automático.
Métodos de revelação
Método visual
Em vários consultórios ainda revelam-se filmes através da simples observação visual. Trata-se de um método que, apesar de ser uma técnica inexata e não produzir imagens uniformes (o que pode prejudicar o diagnóstico), é de fácil execução por consistir basicamente em observação, ou seja, após a colocação do filme na solução reveladora, observa-se o mesmo (sem retirá-lo da câmara escura) a uma distância em torno de 20 cm. Quando o filme apresentar coloração enegrecida, em que não se consiga distinguir as estruturas dentárias e adjacentes, significa que a revelação já chegou ao patamar adequado.
Após essa fase o filme deve ser lavado por, pelo menos, 30 segundos e colocado na solução fixadora, onde deve ficar por um tempo mínimo de 10 minutos até que seja novamente passado pela água, colocado para secar e então montado.
Método temperatura/tempo
É o mais confiável e, portanto, o método correto. Apresenta, dentre outras qualidades, excelentes resultados de imagem. Baseia-se no tempo de revelação e na temperatura das soluções (verificada com um termômetro de imersão que deve manter-se em torno de 20º C).
O marcador de tempo permanece ligado e, quando soar o alarme, as radiografias devem ser retiradas da solução reveladora, lavadas em água corrente durante um tempo de 20 a 30 segundos e então mergulhadas na solução fixadora (onde deverão ficar por 10 minutos) para depois serem lavadas (20 minutos) e em seguida secas.
Passos para o processamento manual
Caso a revelação não ocorra numa câmara escura portátil, deve-se ter o cuidado de verificar se nenhuma pessoa entrará na câmara escura durante a revelação, o que trará claridade e poderá velar o filme.
Deve-se colocar nas colgaduras (Figuras 1 e 2) os nomes dos pacientes cujos filmes estão em processamento.
As soluções reveladoras e fixadoras deverão ser niveladas e agitadas (com acessórios diferentes para evitar contaminação cruzada) para igualar a distribuição química dos elementos e a temperatura.
Após esse passo, deve-se averiguar a temperatura (termômetro preciso) e fixar o cronômetro.
Manter o filme no intervalo tempo/temperatura adequados.
Apagar a luz branca, acender a luz de segurança, calçar as luvas, abrir o filme e desprezar as embalagens.
Prender os filmes nas colgaduras de maneira que estas não atrapalhem a área a ser visualizada na radiografia.
Mergulhar o filme completamente na solução reveladora e ativar o cronômetro.
Ao apito do cronômetro, retirar imediatamente o filme da solução reveladora e enxaguar em água durante 20 a 25 segundos.
Feito isso, mergulhar (completamente) e inicialmente agitar o filme na solução fixadora.
Deixar o filme imerso nessa solução por, no mínimo, 10 minutos para uma fixação de qualidade e duradoura.
Fechar os tanques com as soluções e só então acender a luz convencional.
Remover o filme da solução fixadora e levá-lo para o enxágue final, que deverá ser em água corrente por 20 minutos.
Remover da água e secar, mantendo o filme suspenso até a secagem completa.
Passos para o processamento automático
O funcionamento de um processador automático se dá por meio de rolos guiados por cintos, cadeias ou engrenagens que conduzem o filme nas diferentes etapas, de solução em solução (nos compartimentos para revelador, água e fixador), até a secagem. O tempo médio para a conclusão do processo é de 5 minutos.
A vantagem desse tipo de processamento é a unificação dos procedimentos, uma vez que as processadoras provêem soluções de temperatura correta e também regulam o tempo do processo.
Os passos iniciais a serem dados nesse tipo de processamento são basicamente os mesmos do processamento manual:
Deve-se ter o cuidado de verificar se nenhuma pessoa entrará na câmara escura durante a revelação, o que trará claridade e poderá velar o filme.
Deve-se escrever os nomes dos pacientes cujos filmes estão em processamento e então ligar a processadora.
Apagar a luz branca, acender a luz de segurança, calçar as luvas e abrir os filmes colocando-os sobre a superfície de funcionamento da processadora, alinhados em fileira (não sobrepostos por outros filmes), e desprezar as embalagens€
Aguardar o término do processo, verificar se os filmes estão completamente secos e separá-los por paciente.
 Referências
PANELLA J. et al. Radiologia Odontológica e Imaginologia. Coleção: Fundamentos de Odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2006.
PASLER F.A., VISSER H. Radiologia odontológica: procedimentos ilustrados. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Fatores influenciadores da imagem radiográfica
Apresentar os fatores que influenciam na imagem radiográfica e que interferem sobremaneira no resultado final da mesma, orientando-os quanto às técnicas necessárias para eliminar efeitos indesejáveis que minimizam a qualidade do exame radiológico.
Sabe-se que o corpo humano é composto de diferentes estruturas que apresenta capacidade de absorção radiográfica diferenciada. Ou seja, dependendo da estrutura a ser radiografada, a imagem apresentará maior ou menor contraste. Na radiologia odontológica não é diferente.
Entretanto, alguns fatores podem influenciar a imagem que se espera obter radiograficamente. São eles:
Densidade.
Detalhe.
Contraste.
Distorção.
Densidade: é o grau de escurecimento (enegrecimento) da radiografia processada. Refere-se à quantidade de luz que atinge o filme pela quantidade que o atravessa. Quanto maior a densidade, menor quantidade de luz atravessará a radiografia quando observada em um foco de luz ou em um negatoscópio. Em outras palavras, um objeto espesso absorve mais radiações do que um objeto fino. Sendo assim, radiograficamente o que se vê em ossos e tecidos moles, por exemplo, é que os tecidos moles são atravessados com mais facilidade pelos Raios X, o que faz a sua imagem na radiografia aparecer mais escura do que os ossos.
Alguns fatores influenciam na densidade:
Miliamperagem (mA): quantidade de Raios X emitida durante uma exposição. Assim, a duplicação da mA duplicará a quantidade de Raios X emitida e, portanto, a densidade.
Tempo: quanto maior o tempo de exposição, maior a densidade radiográfica.
Distância: quanto maior a distância é necessário maior tempo de exposição.
Quilovoltagem: o aumento da quilovoltagem aumenta o índice de exposição, o que acarreta aumento da densidade da imagem.
Detalhe: é a nitidez das estruturas radiografadas a reprodução mais fiel possível do que se quer observar. Essa nitidez da imagem pode ser visualizada pela clareza de linhas estruturais finas e pelas bordas de estruturas ou tecidos visíveis na radiografia. Chama-se borramento a ausência de detalhes ou ausência de nitidez. Quanto melhor a nitidez, melhor a imagem. O maior problema para a nitidez da imagem relacionado ao posicionamento é o movimento. Além desses, outros fatores contribuem para a nitidez:
Fatores geom étricos: relacionados à área focal. Usar pequeno ponto focal melhora os detalhes (quanto menor o ponto, menor o borramento geométrico).
Fatores de movimento: relacionados ao movimento n ão esperado do paciente, do objeto ou do filme.
Fatores do filme: relacionados ao tempo de exposição (o desejado é o menor tempo de exposição possível para controle dos movimentos voluntários e involuntários), à velocidade filme/écran (quanto mais rápida, melhor para controlar os movimentos voluntários e involuntários).
Fatores de distância: DFoFi (Distância foco/filme) quanto maior, melhor visualização de detalhes, DOF (Distância objeto/filme) quanto menor, melhor para visualização de detalhes
Contraste: definido como a diferença de densidade (diferentesgraus de preto, branco e cinza), tem por função tornar mais visível os detalhes anatômicos de uma radiografia. Quanto maior a diferenciação entre o tom preto e o tom branco, maior o contraste e vice-versa (Figura 1).
Radiografia com pouco contraste.
Fatores que interferem:
Quilovoltagem: quanto maior a quilovoltagem, mais tons de cinza intermediários entre o branco e o preto, o que dificulta a diferenciação das estruturas.
Miliamperagem (mA), tempo de exposição, e contraste também influenciam.
Distorção: representação errônea do formato ou do tamanho do objeto projetado na radiografia. Pode ser de formato ou de tamanho, o que significa dizer que apresenta uma distorção da imagem radiografada. É fato que todas as imagens radiografadas não são reproduções fiéis do objeto foco de investigação. Entretanto, deve-se minimizar e controlar ao máximo essas alterações (Figura 2).
Problemas de distorção (imagem alongasda).
Fatores que interferem:
Fatores de distância:- DFoFi (Distância foco/filme): o aumento dessa distância diminui a distorção. - DOF (Distância objeto/filme): a diminuição dessa distância diminui a distorção.
Fatores de posicionamento: o alinhamento adequado do objeto diminui a distorção.
Radioproteção odontológica
Conscientizar sobre a importância da biossegurança no que se refere às radiações ionizantes e fornecer acesso à legislação vigente e subsídios para implementação de medidas de prevenção no trabalho.
A história apresenta fatos trágicos da utilização da radiação sem proteção. A perda de função e até a perda de estruturas corpóreas aconteceram em virtude do desconhecimento dos efeitos colaterais de tal uso.
Atualmente já são conhecidos os riscos da exposição e também medidas para minimizá-los.
Fato é que, apesar de muitos estudos acontecerem nessa área, as alterações morfológicas demoram tempo a aparecer, o que acaba fazendo com que os trabalhadores da área negligenciem as medidas de prevenção.
Existem diretrizes em biossegurança para radiações ionizantes (portaria 453 do Ministério da Saúde de 1º de junho de 1998 - cuja íntegra pode ser visualizada em: www.cfo.org.br/download/pdf/portaria_SVS_453_98.pdf) e também dispositivos contra infecção cruzada e sistemas eficientes de esterilização.
Existem também medidas básicas de radioproteção que devem ser utilizadas:
Proteção do paciente: deve visar à diminuição da exposição destes aos Raios X, ou seja, o objetivo deve ser sempre usar o mínimo possível de radiação suficiente para alcançar o melhor resultado diagnóstico. Sendo assim, o paciente deve estar protegido da radiação primária excessiva ou desnecessária e também da radiação secundária resultante.
Inclui: tipo e processamento de filme, tempo de exposição, técnica utilizada (evitando a repetição de tomadas como resultado de técnica pobre ou processamento inadequado de filmes), mantenedor de filme, protetor para tireóide, avental de chumbo e indicação adequada.
Proteção do operador: deve possibilitar a menor exposição possível do operador aos Raios X e inclui: barreira e vestimenta protetora, distância (no mínimo a 2 m do cabeçote) e manuseio do aparelho (equipado com extensão de mais de 1,80 m para o interruptor, um temporizador ou um interruptor remoto) uma vez que as fontes de exposição são o feixe primário, o vazamento do cabeçote, e a radiação secundária que se origina do paciente, do aparelho de Raios X, ou dos objetos operatórios.
A dose máxima permissível (MPD) de radiação de corpo inteiro para pessoas que lidam com radiação ionizante é 5000 mrem (50 mSv) por ano, ou 100 mrem por semana.
Proteção de áreas adjacentes: deve objetivar a não exposição de pessoas que se encontram em áreas próximas à localização do aparelho. Ou seja, o foco nunca deve incidir em uma porta ou em uma janela e mesmo que a incidência seja sobre uma parede, é necessário que esta tenha densidade suficiente para impedir completamente a passagem de radiação, o que significa dizer que deve ser de concreto ou baritada.
Gravidez: mesmo as radiações emitidas não sendo altamente prejudiciais ao bebê, é importante que as grávidas só realizem o exame radiográfico odontológico diante de extrema necessidade e com todas as medidas de segurança descritas para os outros pacientes.
Caso o operador de Raios X seja uma mulher que esteja grávida, desde que o local de trabalho seja bem projetado e monitorado e a exposição profissional seja zero, não há risco para o feto.
A legislação e a radiologia odontológica
Todas as regras pertinentes aos aparelhos de Raios X devem ser respeitadas da mesma maneira na radiologia odontológica. Entretanto, existem algumas normas específicas em adição às características gerais aplicáveis que devem ser atendidas. São elas:
Colimação
Todo equipamento de Raios X deve possuir um sistema de colimação para limitar o campo desses raios ao mínimo para cobrir a área em exame.
Nas radiografias intra-orais o diâmetro do campo não deve ser superior a 6 cm na extremidade de saída do localizador.
Nas radiografias extra-orais, o uso de colimadores retangulares é obrigatório.
Distância foco-pele
Para a realização de radiografias intra-orais os equipamentos devem possuir um localizador de extremidade de saída aberta que possibilite posicionar o feixe e limite a distância foco-pele.
A distância foco-pele deve ser de:
No mínimo 18 cm, quando a tensão de tubo for menor ou igual a 60 kVp.
No mínimo 20 cm, quando a tensão entre 60 e 70 kVp.
No mínimo 20 cm, quando a tensão entre 60 e 70 kVp.
Tanto o localizador quanto o diafragma/colimador devem ser construídos de maneira que o feixe primário não interaja com a extremidade de saída do localizador.
Duração da exposição
Não é permitida exposição com duração superior a 5 segundos.
O controle da duração da exposição deve ser eletrônico.
Deve existir um sistema de segurança que garanta que os Raios X não serão emitidos quando o indicador de tempo de exposição estiver na posição "zero" e o disparador for acionado.
O disparador deve apresentar-se instalado em cabine de proteção ou então alocado de maneira que o operador possa permanecer a uma distância de, pelo menos, 2 m (do tubo e do paciente) durante a exposição.
O cabeçote deve ter um sistema de suporte eficiente para que o mesmo permaneça imóvel durante a exposição.
Filtração total
Equipamentos com tensão de tubo inferior ou igual a 70 kVp devem possuir uma filtração total permanente não inferior ao equivalente a 1,5 mm de alumínio.
Equipamentos com tensão de tubo superior a 70 kVp devem possuir uma filtração total permanente não inferior ao equivalente a 2,5 mm de alumínio.
Radiação de fuga
Nas radiografias intra-orais o cabeçote deve apresentar-se blindado de maneira eficiente a fim de garantir um nível baixo de radiação de fuga (máxima de kerma no ar de 0,25 mGy/h a 1 m do ponto focal), quando operado em condições de ensaio de fuga.
Para as outras radiografias utilizadas na radiologia odontológica valem os mesmos requisitos para radiação de fuga, estabelecidos para radiodiagnóstico médico.
Tensão
Nas radiografias intra-orais é preferível que a tensão no tubo de Raios X seja maior que 60 kVp embora igual ou superior a 50 kVp seja permitido.
Nas radiografias extra-orais os equipamentos não podem possuir tensão inferior a 60 kVp.
Radiação primária:
Radiação proveniente do alvo do tubo é a radiação colimada pelo diafragma, que tem o comprimento de onda maior, menos penetrante e é expelida através de filtros de alumínio, por não estar no feixe útil de radiação.
Radiação secundária:
Nome dado a toda radiação que não é primária. Ou seja, é a radiação que vem de qualquer matéria exposta à radiação primária.
Mantenedor de filme:
Acessório utilizado para manter o filme em posição na boca, sem que o paciente necessite utilizar o próprio dedo para tal manobra.
Protetor para tireóide:
Fabricado com borracha plumbífera flexível com equivalência em chumbo, é um acessório de proteção utilizado em todos os tipos de exames, exceto para radiografia odontológicapanorâmica. Colocado ao redor do pescoço, cobrindo a tireóide, estima-se que diminua em mais de 50% a radiação na glândula.
Avental de chumbo:
Fabricados com borracha plumbífera flexível com equivalência de 0,25 mm ou 0,50 mm de chumbo, é um acessório de proteção utilizado em todos os tipos de exames radiológicos odontológicos (exceto na radiografia panorâmica) e deve cobrir o paciente desde a região da tireóide até a região gonadal.
Referências
BIRAL AR. Radiações ionizantes para médicos, físicos e leigos. Florianópolis: Insular, 2002.
Técnicas radiográficas intrabucais
Trazer os conhecimentos teóricos básicos comuns a quaisquer técnicas radiográficas intrabucais, valorizando conceitos fundamentais na Radiologia Odontológica.
Os exames radiográficos intraorais têm o objetivo de possibilitar ao profissional a observação da raiz dentária e também das estruturas adjacentes a essa, incluindo dois ou três milímetros de osso periapical.
Fato é que, dependendo do que necessitar ser observado, há uma técnica adequada que deve ser empregada. Com relação a isso existem três técnicas básicas:
Periapical (bissetriz e paralelismo)
Interproximal
Oclusal
Entretanto, alguns conceitos são válidos para qualquer técnica:
Periapical: Radiografia que tem por objetivo possibilitar uma visão de conjunto das estruturas componentes do elemento dental e também da região adjacente, principalmente do osso alveolar.
Interproximal: Por utilizar um filme provido de uma asa de mordida é também conhecida como técnica bite-wing. Permitem observação das faces mesial e distal dos dentes posteriores e de suas cristas ósseas marginais auxiliando no diagnóstico de cáries e adaptações cervicais de restaurações proximais.
Oclusal: Normalmente indicada como exame complementar no emprego de técnicas periapicais. Permite verificação dos tecidos ósseos das arcadas, pode ser utilizada no estudo de fraturas dos maxilares e nas mensurações ortodônticas e no estudo de fendas palatinas entre outras coisas.
Posicionamento da cabeça do paciente (Figura 1)
Posicionamento da cabeça.
Plano sagital mediano: Divide a cabeça verticalmente em lados direito e esquerdo. Deve apresentar-se perpendicularmente ao plano horizontal em exames mandibulares e/ou maxilares (Figura 2).
Plano sagital mediano.
Plano de Camper: Plano representado externamente por uma linha imaginária que vai desde o tragus (orelha) até a asa do nariz (Figura 3 e 4).
Linha tragus-comissura labial: Linha imaginária de orientação que vai desde o tragus ao canto externo da boca (Figura 3).
Ângulos de incidência:Diretamente relacionados à formação da imagem, abrangem duas regiões distintas: maxila e mandíbula, sendo que em cada região deve haver incidência com angulações diferentes para evitar alongamento, encurtamento ou estruturas sobrepostas. Dois são os ângulos de incidência: verticais e horizontais.
Filme: Para adultos utiliza-se filme periapical de 3 x 4 cm e para crianças utiliza-se o filme periapical pediátrico de 2 x 3 cm.
Tragus.
Exame periapical completo
Também chamado de exame da boca toda ou exame radiográfico intrabucal periapical completo (independente da técnica de radiografia periapical a ser utilizada), é composto por 14 tomadas radiográficas, sendo sete na mandíbula e sete na maxila (Figura 5).
Exame periapical completo da arcada superior.
Trata-se de um procedimento relativamente difícil de realizar corretamente, pois requer tempo e atenção aos detalhes. Além disso, é importante lembrar que cabe ao profissional expor o paciente à menor quantidade de radiação possível. Pode ser realizado em adultos, crianças e edêntulos.
No adulto
Levando em consideração que as arcadas são divididas em quatro hemi-arcos é importante ressaltar que os incisivos centrais (do hemi-arco superior esquerdo e direito) são radiografados no mesmo filme, posicionado verticalmente. Isso também é válido para os incisivos centrais (do hemi-arco inferior esquerdo e direito).
Para as demais tomadas radiográficas, um filme para incisivo lateral e canino (posicionado verticalmente), um filme para pré-molares (posicionado horizontalmente) e um filme para molares (posicionado horizontalmente).
Na criança (pediátrico)
Primeiramente é necessário levar em consideração a idade da criança, uma vez que dependendo desta, a composição do exame periapical completo pode variar.
Além disso, muitas vezes, quando há dificuldade na execução da técnica periapical, substitui-se esta pelo técnica oclusal (nas radiografias de incisivos centrais e laterais), uma vez que a criança não tem pré-molares.
Quando a técnica é viável, em pacientes de até 5 anos, o profissional deve optar pelo filme pediátrico nº 0, tanto para dentes anteriores, quanto para dentes posteriores.
As tomadas radiográficas, vão somar 10 filmes e apresentam-se assim: um filme para incisivos centrais, um filme para laterais e caninos e um filme para molares.
No edêntulo
A ausência total de dentes não é fator que impossibilite o exame radiográfico, uma vez que no exame clínico não se consegue visualizar, algumas vezes, a presença de raízes residuais, de dentes retidos, de cistos, ou ainda de outras condições patológicas.
Normalmente, a série de radiografias periapicais é a mesma aplicada nos pacientes que possuem os dentes (14 filmes), inclusive no que se refere ao posicionamento do filme, sendo o rebordo alveolar substituto da superfície oclusal dentária.
Tal exame ainda pode se valer de tomadas oclusais ou ainda de radiografias panorâmicas.
Edêntulo: Indivíduo desprovido de dentes, desdentado.
Referências
MAURIELLO, S. M.; PLATIN, E. Dental digital radiographic imaging. Int. J. Dent. Hyg., Oxford, v. 75, p. 323-331, 2001.
NOBREGA, A.I. (organizador) Tecnologia radiológica e diagnóstico por imagem 1. ed. São Paulo: Difusão, v. 3. 2006.
RAVELI, D. B.; FERREIRA, B. A.; CORDEIRO, R. C. L. et al. Influência da radiação X na cronologia do processo de reparo em feridas de extração dental. 
WHAITES E. Princípios de radiologia odontológica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2003.
Técnica da Bissetriz (1ª parte)
Fornecer subsídios para que o aluno possa começar a trazer a teoria da técnica da Bissetriz para a prática radiográfica propriamente dita.
Baseada na regra de Cieszynski (onde o feixe principal de Raios X deve incidir perpendicularmente ao plano bissetor imaginário, formado pelo longo eixo do dente e do filme), a técnica da bissetriz tem por objetivo a correta visualização do elemento dentário como um todo, o que inclui: coroa, raiz e estruturas periapicais. Para conseguir obter os resultados radiográficos com a aplicação dessa técnica, alguns cuidados devem ser tomados:
Posição da cabeça do paciente
Radiografia mandibular: observar que a linha compreendida desde o tragus até a comissura labial deve estar posicionada horizontalmente e o plano sagital mediano deve estar na perpendicular (Figura 1).
Radiografia maxilar: o plano de Camper deve estar horizontal e o plano sagital mediano na perpendicular (Figura 2).
Colocação do filme na boca
É importante lembrar que, para os dentes posteriores, os filmes devem estar posicionados horizontalmente e, para os anteriores, verticalmente.
O filme é colocado o mais próximo possível do dente, sem ser dobrado, com a face branca voltada para o aparelho e com o picote na direção oclusal dos dentes.
O elemento dentário a ser radiografado deve estar centralizado. A margem do filme deve ultrapassar a oclusal dentária em torno de 2 a 3 mm.
Manutenção do filme na boca
Nessa técnica, tanto na mandíbula quanto na maxila, o filme deve ser mantido na boca com a ajuda dos dedos do paciente:
Na mandíbula o dedo utilizado é o indicador da mão do lado oposto ao que se pretende radiografar e na maxila o filme é mantido com o polegar da mão do lado oposto a ser radiografado (Figura 3 e 4).
Pontos de referência
Os pontos de referência são extremamente importantes, uma vez que nesse tipo de técnica, o feixe de Raios X é direcionado ao ápice dentário e tais pontoscorrespondem externamente a essa região.
Na mandíbula: Linha imaginária traçada 0,5 cm acima da borda inferior da mandíbula e região a ser radiografada; (Figura 5).
Na maxila: Os pontos relacionam-se com a região: (Figuras 6 e 7).
Região de Incisivos: o ponto a ser observado é o ápice nasal.
Região de Caninos: o ponto a ser observado é a intersecção da linha imaginária que passa na asa do nariz e no plano de Camper.
Região de Pré-molares: o ponto a ser observado é a intersecção da linha imaginária que passa no centro da pupila e plano de Camper.
Região de Molares: o ponto a ser observado é a intersecção do plano de Camper com uma linha imaginária que passa a 1 cm atrás do canto externo da órbita.
Ângulos de incidência
Dois são os ângulos de incidência:
Ângulos verticais: obtidos por meio do direcionamento do feixe de Raios X em direção às faces oclusais dos dentes. Ou seja, relacionam-se com o movimento na vertical do tubo de Raios X.
Dividem-se de acordo com a localização em positivo (+) quando realizado na maxila e negativo (-) quando realizado na mandíbula (Tabela 1).
	Elemento dental
	Maxila
	Mandíbula
	Incisivos
	+ 50º a + 55º
	- 15º a - 25º
	Caninos
	+ 45º a + 50º
	- 10º a - 20º
	Pré-molares
	+ 30º a + 40º
	- 05º a – 10º
	Molares
	+ 20º a + 30º
	0º a - 5º
Tabela 1: Ângulos verticais.
Ângulos horizontais: obtidos por meio do direcionamento do feixe de Raios X em direção às faces proximais dos dentes. Ou seja, relacionam-se com o movimento na horizontal do cilindro do aparelho.
Diferentemente do que acontece com os ângulos verticais, estes não apresentam numeração negativa e têm o mesmo valor tanto na maxila quanto na mandíbula (Tabela 2).
	Elemento dental
	Maxila
	Mandíbula
	Incisivos
	0º
	0º
	Caninos
	60º a 75º
	60º a 75º
	Pré-molares
	70º a 80º
	70º a 80º
	Molares
	80º a 90º
	80º a 90º
Tabela 2: Ângulos horizontais 
Referências
LANGLAND, O.; LANGLAIS, B. Princípios de diagnóstico por imagem em Odontologia. São Paulo: Ed. Santos, 2002.
Técnica da Bissetriz (2ª parte) - Maxila
Descrever o passo a passo da técnica da Bissetriz na região da maxila, para que o mesmo possa executá-la na prática sem dificuldade.
Nessa técnica, assim como nas outras, os detalhes são importantes para conseguir um resultado adequado. Sendo assim, a seguir encontram-se minuciosamente descritos os passos para execução correta do procedimento na tomada radiográfica de acordo com o posicionamento dos dentes na maxila.
Incisivos centrais (Figura 1)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano de Camper esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado verticalmente, com o centro na linha média, abrangendo os incisivos.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado ao ápice nasal e com as seguintes angulações: vertical = + 45º a + 50º e horizontal = 0º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Incisivos Centrais.
Caninos e Incisivos Laterais (Figura 2)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano de Camper esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado verticalmente, com o centro entre canino e incisivo lateral.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado à asa do nariz e com as seguintes angulações: vertical = + 40º a + 45º e horizontal = 60º a 75º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Caninos e Incisivos Laterais.
Pré-molares superiores (Figura 3)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano de Camper esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado horizontalmente com o centro no segundo pré-molar.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado à intersecção do plano de Camper com a linha do centro da pupila e com as seguintes angulações: vertical = + 30º a + 40º e horizontal = 70º a 80º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Pré-molares
Molares (Figura 4)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano de Camper esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado horizontalmente, com o centro no segundo molar.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado 1 cm atrás do ponto de intersecção do plano de Camper com a linha baixada da comissura palpebral externa e com as seguintes angulações: vertical = + 20º a + 30º e horizontal = 80º a 90º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Molares.
Referências
LANGLAND, O.; LANGLAIS, B. Princípios de diagnóstico por imagem em Odontologia. São Paulo: Santos, 2002.
Técnica da Bissetriz (3ª parte) - Mandíbula
Descrever o passo a passo da técnica da Bissetriz na região da mandíbula, para que o mesmo possa executá-la na prática sem dificuldade.
Incisivos (Figura 1)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano que vai do trágus à comissura labial esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado verticalmente, com o centro na linha média entre os incisivos (centrais e laterais), abrangendo-os.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado ao sulco mento-labial e com as seguintes angulações: vertical = – 15º a – 20º e horizontal = 0º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Incisivos.
Caninos (Figura 2)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano que vai do trágus à comissura labial esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado verticalmente, com o centro no centro do canino.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado 0,5 cm acima da borda da mandíbula, na intersecção da linha baixada da asa do nariz e com as seguintes angulações: vertical = – 10º a –15º e horizontal 45º a 50º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Caninos.
Pré-molares (Figura 3)
A cadeira: posicionada de maneira que o plano que vai do trágus à comissura labial esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme: posicionado horizontalmente, com o centro no segundo pré-molar.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado 0,5 cm acima da borda da mandíbula, na intersecção da linha baixada do centro da pupila e com as seguintes angulações: vertical = – 5º a – 10º e horizontal = 70º a 80º. Paralelo aos espaços interproximais.
Técnica da Bissetriz para Pré-molares.
Molares (Figura 4)
A cadeira:posicionada de maneira que o plano que vai do trágus à comissura labial esteja paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
O filme:posicionado horizontalmente, com o centro no segundo molar.
O aparelho de Raios X: o feixe central apontado 0,5 cm acima da borda da mandíbula, na intersecção da linha baixada da comissura palpebral externa e com as seguintes angulações: vertical = – 0º a – 5º e horizontal = 80º a 90º. Paralelo aos espaços interproximais..
Técnica da Bissetriz para Molares.
Técnica do paralelismo
Fornecer subsídios para trazer a teoria da técnica do Paralelismo para a prática radiográfica propriamente dita.
Também conhecida como técnica do "Cone Longo" foi introduzida por Price no ano de 1904. Entretanto, só foi divulgada sete anos mais tarde por McCormack. Mesmo assim, teve uso restrito até 1947, quando Fitzgerald, realizou algumas modificações técnicas que viabilizaram-na para uso em consultórios odontológicos.
No Brasil, a divulgação aconteceu graças a Pádua Lima que, em 1953, realizou importante trabalho de pesquisa na área.
Trata-se de uma técnica de radiografias periapicais realizada com o auxílio de posicionadores (dispositivos que mantêm o filme paralelo ao aparelho de Raios X e que possuem uma aleta de pressão que mantém o filme preso) (Figura 1).
Permite o paralelismo entre o filme e o longo eixo do dente e proporciona imagens próximas ao tamanho real do elemento dentário evitando distorções.
É uma técnica de fácil aprendizagem e muito utilizada para investigar alterações sutis em estruturas periodontais e/ou periapicais dentre outras. Para conseguir obteros resultados radiográficos com a aplicação dessa técnica, alguns cuidados devem ser tomados:
1 - Posição da cabeça do paciente:
Embora nessa técnica não seja necessária a observação rigorosa da posição da cabeça do paciente é interessante que este fique o mais próximo possível da posição utilizada na regra da Bissetriz:
Radiografia mandibular: observar que a linha compreendida desde o tragus até a comissura labial deve estar posicionada horizontalmente e o plano sagital mediano deve estar na perpendicular (Figura 1).
Radiografia maxilar: o plano de Camper deve estar horizontal e o plano sagital mediano na perpendicular (Figura 2).
Figura 1: Posicionador e esquema de colocação na maxila.
Figura 2: Posição da cabeça do paciente para radiografia periapical mandibular.
2 - Colocação e manutenção do filme na boca: (Figuras 3 e 4)
O filme é alocado em um suporte denominado posicionador que o mantém (por razões anatômicas) afastado da face lingual dos dentes.
Esses posicionadores são divididos em grupos de acordo com a área a ser radiografada:
Dois posicionadores laterais posteriores (superior e inferior).
Um posicionador frontal.
Um posicionador para exames de Bite-wing.
Devido a tal utilização, está técnica não necessita de um rigoroso controle de angulações e de áreas de incidência predeterminadas. Não necessita também do apoio do filme radiográfico pelo paciente, o que facilita a manutenção e melhora a relação do filme com o longo eixo do dente.
O filme é colocado no posicionador e então o posicionador é colocado na boca do paciente e a tomada radiográfica pode ser executada.
Figura 3: Posição da cabeça do paciente para radiografia periapical maxilar.
Figura 4: Posição da cabeça do paciente com a utilização de posicionador para radiografia periapical maxilar.
	
Técnica interproximal
A técnica Interproximal foi idealizada por Howard Rapper em 1925 e recebeu esse nome por possibilitar uma melhor visualização das faces interproximais (mesiais e distais) dos elementos dentários, o que inclui: coroa, câmara pulpar e crista óssea alveolar, possibilitando um bom posicionamento entre elemento dentário e filme radiográfico.
A execução da técnica evoluiu e o filme para adultos que antes tinha medidas de 5,5 X 3,7 centímetros, atualmente mede 3 X 4 centímetros. É mais utilizada para dentes posteriores, uma vez que a correta visualização interproximal destes é mais difícil do que a correta visualização interproximal nos dentes anteriores.
Essa técnica é também denominada de bite wing por apresentar junto ao filme uma aleta (asa de mordida) que serve para posicionar corretamente o filme na boca (Figura1).
Figura 1: Filme para a técnica Interproximal.
As indicações incluem:
Diagnóstico precoce de cáries (proximais, oclusais e reincidentes).
Estudo da crista alveolar (principalmente em dentes posteriores).
Verificação da relação existente entre a cárie e a câmara pulpar.
Avaliação da adaptação das restaurações.
Avaliação e se necessário, restabelecimento dos pontos de contato.
Verificação da possibilidade de cálculos salivares interproximais.
Para conseguir obter os resultados radiográficos com a aplicação dessa técnica, alguns cuidados devem ser tomados:
Posição da cabeça do paciente (Figura 2)
A observação da posição da cabeça nessa técnica está diretamente relacionada com o êxito na obtenção da imagem. O paciente deve estar sentado, com a cabeça apoiada no encosto da cadeira, com o plano de Camper na horizontal, paralelo ao solo e o plano sagital perpendicular a este.
Colocação e manutenção do filme na boca (Figura 3)
O filme apresenta uma aleta de papel (asa de mordida) acoplada, que o paciente deve prender entre os dentes, posicionando-a sobre as faces oclusais posteriores. A mordida deve ser firme o suficiente para manter o filme em posição (paralelo aos dentes). Existe ainda um suporte porta-filme para essa técnica que tem por objetivo facilitar a manutenção do filme intraoralmente e também guiar a direção do feixe de raios X.
Figura 2: Posição da cabeça para radiografia utilizando a técnica Interproximal.
Figura 2: Posição da cabeça para radiografia utilizando a técnica Interproximal.
Pontos de referência e ângulos de incidência
O raio central deve incidir sobre o centro da película tendo como referência externa a comissura labial.
Ângulo vertical: fornecido pelo movimento vertical do aparelho de raios X, é constante e igual a + 8º.
Ângulo horizontal: fornecido pelo movimento horizontal do aparelho de raios X, é paralelo às faces proximais dos dentes a serem radiografados.
Técnica oclusal
A técnica Oclusal foi divulgada por Simpson (1916) e muito utilizada no início da Radiologia Odontológica.
Na atualidade, também é realizada e utiliza-se de filmes radiográficos maiores (5,7 X 7,6 centímetros) o que possibilita radiografar grandes áreas tanto da maxila quanto da mandíbula (Figura 1).
Possui várias indicações clínicas importantes, em que se destacam as investigações na localização de corpos estranhos e de raízes residuais em pacientes desdentados.
Além dessas, pode-se citar:
Avaliação periapical dos dentes anteriores superiores de crianças e adultos, quando da impossibilidade da execução da técnica periapical.
Visualização dos dentes não-erupcionados e supranumerários.
Localização de dentes inclusos.
Investigação de raízes residuais.
Avaliação de fraturas radiculares dos dentes e do osso alveolar.
Localização de corpos estranhos.
Observação da extensão de fendas palatinas.
Verificação da presença de cálculos salivares.
Avaliação ortodôntica.
Avaliação e delimitação de áreas patológicas.
Complementação de diagnóstico do exame radiográfico periapical.
Para conseguir obter os resultados radiográficos com a aplicação dessa técnica, alguns cuidados devem ser tomados:
Posição da cabeça do paciente
A observação da posição da cabeça nessa técnica está diretamente relacionada com o êxito na obtenção da imagem.
O paciente deve estar sentado, com a cabeça apoiada, com o plano oclusal na horizontal, paralelo ao solo e o plano sagital perpendicacular a este.
Radiografia mandibular: o plano sagital mediano deve apresentar-se perpendicularmente ao plano horizontal e o plano oclusal a 90º com o plano horizontal (Figuras 2 e 3).
Radiografia maxilar: o plano sagital mediano deve apresentar-se perpendicularmente ao plano horizontal com o plano oclusal (trágus a comissura labial paralelo ao plano horizontal) (Figura 4).
Figura 1: Filme para radiografia oclusal.
Figura 2: Posição da cabeça para radiografia mandibular utilizando a técnica oclusal.
Figura 3: Posição da cabeça para radiografia mandibular de incisivos utilizando a técnica oclusal.
Figura 4: Posição da cabeça para radiografia maxilar a técnica oclusal.
Colocação do filme na boca
(Figuras 5 e 6)
O filme oclusal apresenta o inconveniente de ter as medidas grandes, o que faz com que muitas vezes o paciente tenha dificuldades em mantê-lo posicionado de maneira correta.
Diferentemente do filme periapical, apresenta uma superfície rugosa que é indicadora do lado correto para colocá-lo na cavidade bucal. Ou seja, tal lado deve voltar-se para a região a ser radiografada.
Em exames totais da mandíbula e da maxila, o maior eixo do filme (7,5 centímetros) deve estar posicionado perpendicularmente ao plano sagital mediano do paciente.
Inicialmente coloca-se uma das bordas do filme junto à comissura labial. Em seguida, é necessário girar o filme para o interior da cavidade bucal do paciente, o que se consegue com o tracionamento do outro lado da comissura realizado pelo dedo indicador.
Figura 5: Colocação do filme na maxila.
Figura 6: Colocação do filme na mandíbula. 
Manutenção do filme na boca (Figura 7)
Após ter sido colocado na boca, o filme deve permanecer posicionado corretamente para possibilitar uma boa imagem radiográfica, o que significa dizer que o filme deve ser levado até onde possibilite o ramo ascendente da mandíbula.
Para manter o filme em posição, o paciente

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