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Soluções em série – Tópico 4 • Soluções em série em torno de um ponto singular regular • Método de Frobenius geral • Equação de Bessel Soluções em série em torno de um ponto singular regular { Estudaremos agora o método de resolução em séries de EDO lineares de segunda ordem nas vizinhanças de um ponto singular regular. Por simplicidade adotaremos x0 = 0. { Lembrando que o ponto x0 = 0 é um ponto singular regular de se e portanto 0)()()( 2 2 =++ yxR dx dyxQ dx ydxP 0 analíticas são )( )( )(e)( )( )( 22 === xxqx xP xRxxxp xP xQx para convergem ,)( e )( 0 2 0 ρ<== ∑∑ ∞ = ∞ = n n n n n n xxqxqxxpxxp Transformando a equação diferencial { Nossa equação diferencial tem a forma { Dividindo por P(x) e multiplicando por x2, obtemos { Substituindo p e q pela sua representação em série de potências, obtemos 0)()()( =+′+′′ yxRyxQyxP ∑∑ ∞ = ∞ = == 0 2 0 ,)(,)( n n n n n n xqxqxxpxxp [ ] [ ] 0)()( 22 =+′+′′ yxqxyxxpxyx ( ) ( ) 0221022102 =++++′++++′′ yxqxqqyxpxppxyx LL Comparando com as equações de Euler { Do slide anterior obtivemos { Note que se nossa equação diferencial se reduz a equação de Euler { De qualquer forma, nossa EDO é similar a equação de Euler mas com coeficientes em série de potências. { Assim, é razoável assumirmos como solução a seguinte forma: ( ) 0,0 p,)( 0 0 2 210 ∑∞ = + >≠=+++= n nr n r xaaraxaxaxaaxxy L ( ) ( ) 0221022102 =++++′++++′′ yxqxqqyxpxppxyx LL 02121 ====== LL qqpp 000 2 =+′+′′ yqyxpyx Exemplo 1: ponto singular regular (1 de 13) { Considere a equação diferencial { Esta equação pode ser escrita como { Os coeficientes da EDO são polinômios. Assim, segue que x = 0 é um ponto singular regular, pois ambos os limites abaixo são finitos: ( ) 012 2 =++′−′′ yxyxyx 0 2 1 2 2 =++′−′′ yxyxyx ∞<=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +∞<−=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛− →→ 2 1 2 1lime 2 1 2 lim 2 2 020 x xx x xx xx Exemplo 1: equação de Euler (2 de 13) { Agora, xp(x) = -1/2 e x2q(x) = (1 + x )/2, e portanto para segue que { Assim, a equação de Euler correspondente é { Como mostrado no tópico anterior, obtemos { Utilizaremos este resultado futuramente. 0,2/1,2/1,2/1 3221100 ========−= LL qqppqqp ∑∑ ∞ = ∞ = == 0 2 0 ,)(,)( n n n n n n xqxqxxpxxp 020 200 2 =+′−′′⇔=+′+′′ yyxyxyqyxpyx [ ] ( )( ) 2/1,1011201)1(2 ==⇔=−−⇔=+−− rrrrrrrxr ( ) 012 2 =++′−′′ yxyxyx Exemplo 1: equação diferencial (3 de 13) { Para nossa equação diferencial, assumimos uma solução da forma { Por substituição, obtemos ou ( ) 012 2 =++′−′′ yxyxyx ( ) ( )( )∑ ∑ ∑ ∞ = −+ ∞ = ∞ = −++ −++=′′ +=′= 0 2 0 0 1 1)( ,)(,)( n nr n n n nr n nr n xnrnraxy xnraxyxaxy ( )( ) ( ) 012 0 1 000 =+++−−++ ∑∑∑∑ ∞ = ++∞ = +∞ = +∞ = + n nr n n nr n n nr n n nr n xaxaxnraxnrnra ( )( ) ( ) 012 1 1 000 =+++−−++ ∑∑∑∑ ∞ = + − ∞ = +∞ = +∞ = + n nr n n nr n n nr n n nr n xaxaxnraxnrnra Exemplo 1: combinando séries (4 de 13) { Nossa equação pode ser escrita como { Segue que e ( )( ) ( ) 012 1 1 000 =+++−−++ ∑∑∑∑ ∞ = + − ∞ = +∞ = +∞ = + n nr n n nr n n nr n n nr n xaxaxnraxnrnra [ ] ( )( )[ ]{ } 01)(121)1(2 1 10 =+++−−++++−− ∑∞ = + − n nr nn r xanrnrnraxrrra [ ] 01)1(20 =+−− rrra ( )( )[ ] K,2,1,01)(12 1 ==+++−−++ − nanrnrnra nn Exemplo 1: equação indicial (5 de 13) { Do slide anterior, temos { A equação é chamada de equação indicial, e foi abtido no slide 6 quando examinamos a equação de Euler correspondente. { As raízes r1 = 1 e r2 = ½, da equação indicial são chamados de expoentes de singularidade, para o ponto singular regular x = 0. { Os expoentes de singularidade determinam o comportamento qualitativo da solução nas vizinhanças do ponto singular regular. [ ] 0)1)(12(13201)1(2 200 0 =−−=+−⇔=+−− ≠ rrrrrrra a [ ] ( )( )[ ]{ } 01)(121)1(2 1 10 =+++−−++++−− ∑∞ = + − n nr nn r xanrnrnraxrrra Exemplo 1: relação de recorrência (6 de 13) { Lembremos que { Trabalharemos agora com os coeficientes de xr+n : { Segue que [ ] ( )( )[ ]{ } 01)(121)1(2 1 10 =+++−−++++−− ∑∞ = + − n nr nn r xanrnrnraxrrra ( )( )[ ] 01)(12 1 =+++−−++ −nn anrnrnra ( )( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ] 1,112 1)(32 1)(12 1 2 1 1 ≥−+−+−= ++−+−= ++−−++−= − − − n nrnr a nrnr a nrnrnr aa n n n n Exemplo 1: primeira raiz (7 de 13) { Temos { Começando com r1 = 1, esta relação de recorrência se torna { Assim, ( )[ ] ( )[ ] 2/1 e 1 ,1 p,112 111 ==≥−+−+−= − rrnaranrnr aa nn ( )[ ] ( )[ ] ( ) 1,1211112 11 ≥+−=−+−+−= −− nnn a nn aa nnn ( )( )215325 13 01 2 0 1 ⋅⋅=⋅−= ⋅−= aaa aa ( )( ) ( )( ) 1,!12753 )1( etc, 32175337 0 02 3 ≥+⋅⋅ −= ⋅⋅⋅⋅−=⋅−= n nn aa aaa n n L Exemplo 1: primeira solução (8 de 13) { Do slide anterior, temos a expressão para o n-ésimo termo: { Portanto, para x > 0, uma das soluções da nossa equação diferencial é ( )( ) 1,!12753 )1( 0 ≥+⋅⋅ −= n nn aa n n L ( )( ) ( )( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⋅⋅ −+= +⋅⋅ −+= = ∑ ∑ ∑ ∞ = ∞ = + +∞ = 1 0 1 1 0 0 0 1 !12753 )1(1 !12753 )1( )( n nn n nn rn n n nn xxa nn xaxa xaxy L L Exemplo 1: raio de convergência para a primeira solução (9 de 13) { Se omitirmos a0, a solução para a nossa equação diferencial é { Para determinar o raio de convergência usamos o teste da razão: { Assim, o raio de convergência é infinito, e consequentemente a série converge para todo x. ( )( ) 0,!12753 )1(1)( 1 1 >⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⋅⋅ −+= ∑∞ = x nn xxxy n nn L ( )( ) ( )( )( )( ) ( )( ) 10132lim )1(!13212753 )1(!12753limlim 111 1 <=++= −+++⋅⋅ −+⋅⋅= ∞→ ++ ∞→ + + ∞→ nn x xnnn xnn xa xa n nn nn nn n n n n L L Exemplo 1: segunda raiz (10 de 13) { Lembre que { Quando r1 = 1/2, esta relação de recursão se torna { Assim ( )[ ] ( )[ ] 2/1 e 1 ,1 para,112 111 ==≥−+−+−= − rrnnrnr aa nn ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( ) 1,122/1212/112/12 111 ≥−−=−−=−+−+−= −−− nnn a nn a nn aa nnnn ( )( )312132 11 01 2 0 1 ⋅⋅=⋅−= ⋅−= aaa aa ( )( ) ( ) ( )( ) 1,!12531 )1( etc, 53132153 0 02 3 ≥−⋅⋅ −= ⋅⋅⋅⋅−=⋅−= n nn aa aaa n n L Exemplo 1: segunda solução (11 de 13) { Do slide anterior, temos a expressão para o n-ésimo termo: { Portanto, para x > 0, a segunda solução da nossa equação diferencial é ( )( ) 1,!12531 )1( 0 ≥−⋅⋅ −= n nn aa n n L ( )( ) ( )( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −⋅⋅ −+= −⋅⋅ −+= = ∑ ∑ ∑ ∞ = ∞ = + +∞ = 1 2/1 0 1 2/1 02/1 0 0 2 !12531 )1(1 !12531 )1( )( n nn n nn rn n n nn xxa nn xaxa xaxy L L Exemplo 1: Raio de convergência para a segunda solução (12 de 13) o Assim, se omitirmos a0, a segunda solução resulta em { Para determinar o raio de convergência usamos o teste da razão: { Assim, o raio de convergência é infinito, e consequentemente a série converge para todo x. ( )( ) ( )( )( )( ) ( ) 1012lim )1(!11212531 )1(!12531limlim 111 1 <=+= −++−⋅⋅ −−⋅⋅= ∞→ ++ ∞→ + + ∞→ nn x xnnn xnn xa xa n nn nn nn n n n n L L ( )( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −⋅⋅ −+= ∑∞ =1 2/1 2 !12531 )1(1)( n nn nn xxxy LExemplo 1: solução geral (13 de 13) { As duas soluções da nossa EDO são { Uma vez que os termos mais baixos de y1 e y2 são x e x1/2, respectivamente, segue que y1 e y2 são linearmente independentes, e portanto formam um conjunto fundamental de soluções. { Consequentemente, a solução geral da equação diferencial é onde y1 e y2 são dados acima. ( )( ) ( )( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −⋅⋅ −+= ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⋅⋅ −+= ∑ ∑ ∞ = ∞ = 1 2/1 2 1 1 !12531 )1(1)( !12753 )1(1)( n nn n nn nn xxxy nn xxxy L L ,0),()()( 2211 >+= xxycxycxy Discussão { Para esta primeira análise, estudamos x = 0 como um ponto regular singular. Para um caso mais geral, com um ponto singular x = x0, a solução em série terá a forma { Se as raízes r1 e r2 da equação indicial são iguais ou diferem por um inteiro, então a segunda solução y2 normalmente possui uma estrutura mais complexa. Estes casos serão discutidos a seguir. { Se as raízes da equação indicial são complexas, então existe sempre duas soluções com a forma acima. Estas soluções assumem valores complexos, porém pode-se obter soluções reais através das partes real e imaginaria das soluções complexas. ( ) ( )n n n r xxaxxxy 0 0 0)( −−= ∑∞ = Método geral de Frobenius { Relembrando o começo do tópico: o ponto x0 = 0 é um ponto singular regular de com e a equação de Euler correspondente sendo { Assim, assumimos que a solução tem a forma [ ] [ ] 0)()( 22 =+′+′′ yxqxyxxpxyx para econvergent ,)(,)( 0 2 0 ρ<== ∑∑ ∞ = ∞ = n n n n n n xxqxqxxpxxp .000 2 =+′+′′ yqyxpyx ( ) 0,0 p,,)( 0 0∑∞ = + >≠== n nr n xaaraxaxrxy φ Substituindo as derivadas na EDO { Calculando as derivadas, temos { Substituindo estas derivadas na equação diferencial, obtemos ( ) ( )( )∑ ∑ ∑ ∞ = −+ ∞ = ∞ = −++ −++=′′ +=′= 0 2 0 0 1 1)( ,)(,)( n nr n n n nr n nr n xnrnraxy xnraxyxaxy ( )( ) ( ) 0 1 0000 0 =⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +−++ ∑∑∑∑ ∑ ∞ = +∞ = ∞ = +∞ = ∞ = + n nr n n r n n nr n n r n n nr n xaxqxnraxp xnrnra [ ] [ ] 0)()( 22 =+′+′′ yxqxyxxpxyx Multiplicando séries ( ) [ ] ( ) ( )[ ][ ] [ ] [ ] ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )( )[ ] ( ) ( )( ) ( )( )[ ] LL L LLL L LLLL LLLL +++++−++++ ++++++++= +++++++−+++ ++++++++= ++++++++ +++++++++++= ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ + − + + −− + ++ ++ ∞ = +∞ = ∞ = +∞ = ∑∑∑∑ nr nnnn rr nr nnnnnn rr nr n rrn n nr n rrn n n nr n n r n n nr n n r n xqnrpaqnrpaqrpa xqrpaqrpaxqrpa xaqaqaqrapnrapnrap xaqaqraprapxaqrap xaxaxaxqxqq xnraxrarxaxpxpp xaxqxnraxp 001110 1 001110000 01100110 1 011001100000 1 1010 1 1010 0000 1 1 1 1 1 Combinando termos { Nossa equação se torna ( )( ) ( ) ( )( ) ( )[ ] ( ) ( )( )[ ] ( ) ( )( ) ( )( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )( )[ ] ( ) ( )( ) ( )( )[ ] 01 1)1()1( 01 1 1 0 1 000 1 001110000 001110 1 001110000 0 0000 0 =++++−++++++ ++++++++++−= =+++++−+++++ ++++++++ −++= =⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡+ −++ + + + − + ∞ = + ∞ = +∞ = ∞ = +∞ = ∞ = + ∑ ∑∑∑∑ ∑ LL L LL L nr nnn rr nr nnnn rr n nr n n nr n n r n n nr n n r n n nr n xqnrpnrnraqrpa xqrprraqrpaxqrprra xqnrpaqnrpaqrpa xqrpaqrpaxqrpa xnrnra xaxqxnraxp xnrnra Reescrevendo a EDO { Definindo F(r) por { Podemos reescrever a nossa equação em uma forma mais compacta: ( )[ ] ( ) ( )( )[ ] ( ) ( )( ) ( )( )[ ] 01 1)1()1( 000 1 001110000 =++++−+++++++ +++++++++− + + LLL nrnnn rr xqnrpnrnraqrpa xqrprraqrpaxqrprra 00)1()( qrprrrF ++−= [ ] 0)()()( 1 1 0 0 =⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ +++++ + ∞ = − = −∑ ∑ nr n n k kknkn r xqpkranrFaxrFa Equação indicial { Copiando o resultado do slide anterior: { Para a0 ≠ 0, devemos impor que { Esta equação indicial é a mesma que foi obtida quando procurávamos soluções y = xr para a equação de Euler correspondente. { Note que F(r) é quadrático em r, e portanto possui duas raízes, r1 e r2. Se r1 e r2 são reais, então assumiremos que r1 ≥ r2. { Estas raízes são chamadas de expoentes de singularidade, e eles determinam o comportamento da solução em torno do ponto singular. 0)1()( 00 =++−= qrprrrF [ ] 0)()()( 1 1 0 0 =⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ +++++ + ∞ = − = −∑ ∑ nr n n k kknkn r xqpkranrFaxrFa Relação de recorrência { De nossa equação, derivamos a seguinte relação de recorrência: { Esta relação de recorrência mostra que em geral, an depende de r e de todos os coeficientes anteriores a0, a1, …, an-1. { Observe que r = r1 ou r = r2. [ ] 0)()()( 1 1 0 0 =⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ +++++ + ∞ = − = −∑ ∑ nr n n k kknkn r xqpkranrFaxrFa [ ] 0)()( 1 0 =++++ ∑− = − n k kknkn qpkranrFa Primeira solução { Com a relação de recorrência podemos calcular a1, …, an-1 em termos de a0, pm e qm, desde que F(r + 1), F(r + 2), …, F(r + n), … não sejam zero. { Lembre-se que r = r1 ou r = r2, sendo estas as únicas raízes de F(r). { Uma vez que r1 ≥ r2, temos r1 + n ≠ r1 e r1 + n ≠ r2 para n ≥ 1. { Assim, F(r1 + n) ≠ 0 para n ≥ 1, e ao menos uma solução existe: onde a notação an(r1) indica que an é obtido usando r = r1. [ ] ,0)()( 1 0 =++++ ∑− = − n k kknkn qpkranrFa 0,1,)(1)( 0 1 11 1 >=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ += ∑∞ = xaxraxxy n n n r 00)1()( qrprrrF ++−= Segunda solução { Agora considere r = r2. Usando a relação de recorrência calculamos a1, …, an-1 em termos de a0, pm e qm, desde que F(r2 + 1), F(r2 + 2), …, F(r2 + n), … não sejam zero. { Se r2 ≠ r1, e r2 - r1 ≠ n para n ≥ 1, então r2 + n ≠ r1 para n ≥ 1. { Assim, F(r2 + n) ≠ 0 para n ≥ 1, e a segunda solução existe: onde a notação an(r2) indica que an tem de ser determinado usando r = r2. [ ] ,0)()( 1 0 =++++ ∑− = − n k kknkn qpkranrFa 0,1,)(1)( 0 1 22 2 >=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ += ∑∞ = xaxraxxy n n n r Convergência das soluções { Se as restrições sobre r2 forem satisfeitas, teremos duas soluções onde a0 =1 e x > 0. A série converge para |x| < ρ, e definem funções analíticas dentro do raio de convergência. { Segue que qualquer comportamento singular das soluções y1 e y2 é devido aos fatores xr1 e xr2. { Pode-se mostrar que para obter soluções onde x < 0, basta trocar xr1 e xr2 por |xr1| e |xr2| em y1 e y2 acima. { Se r1 e r2 são complexos, então r1 ≠ r2 e r2 - r1 ≠ n para n ≥ 1, e soluções em série com valores reais podem ser construidas. ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ += ∑∑ ∞ = ∞ = 1 22 1 11 )(1)(,)(1)( 21 n n n r n n n r xraxxyxraxxy ∑∑ ∞ = ∞ = +=+= 1 2 1 1 )(1)( e )(1)( n n n n n n xraxgxraxf Exemplo 1: pontos singulares (1 de 5) { Determine todos os pontos singulares regulares, obtenha a equação indicial e os expoentes de singularidade para cada ponto singular regular. Então, discuta a natureza da solução próximo dos pontos singulares regulares. { Solução: A equação pode ser reescrita como { Os pontos singulares são x = 0 e x = -1. { Então x = 0 é um ponto singular regular, uma vez que 0)3()1(2 =−′++′′+ xyyxyxx 0 )1(2)1(2 3 =+−′+ ++′′ y xx xy xx xy ∞<=+ −=∞<=+ += →→ 0 )1(2lim e , 2 3 )1(2 3lim 2 0000 xx xxq xx xxp xx Exemplo 1:equação indicial, x = 0 (2 de 5) { A equação indicial correspondente é dada por ou { Os expoentes de singularidade para x = 0 são determinados resolvendo-se a equação indicial: { Assim, r1 = 0 e r2 = -1/2, para pontos singulares regulares x = 0. 0)1()( 00 =++−= qrprrrF 0 2 3)1( =+− rrr ( ) 012 02 03)1(2 2 =+ =+ =+− rr rr rrr Exemplo 1: soluções em série, x = 0 (3 de 5) { A solução correspondente a x = 0 tem a forma { Os coeficientes an(0) e an(-1/2) são determinados pelos suas relações de recorrência correspondentes. { Ambas as séries convergem para |x| < ρ, onde ρ é o menor raio de convergência para a representação em série em torno de x = 0 para { O menor valor de ρ será 1, que é a distância entre os dois pontos sigulares x = 0 e x = -1. { Note que y1 é limitado para x→ 0, e y2 diverge quando x→ 0. ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛−+=+= ∑∑ ∞ = −∞ = 1 2/1 2 1 1 2 11)(,)0(1)( n n n n n n xaxxyxaxy )1(2 )(, )1(2 3)( 2 xx xxqx xx xxxp +=+ += Exemplo 1: equação indicial, x = -1 (4 de 5) { Continuando, x = -1 também é um ponto regular singular, uma vez que e { A equação indicial é dada por e portanto os expoentes de singularidade para x = -1 são { Note que r1 e r2 diferem por um inteiro positivo. ( ) ∞<=+ ++= −→ 1- )1(2 31lim 10 xx xxp x ( ) ∞<=+ −+= −→ 0 )1(21lim 2 10 xx xxq x 0)1( =−− rrr ( ) 0,20202 212 ==⇔=−⇔=− rrrrrr Exemplo 1: solução em série, x = -1 (5 de 5) { A primeira solução correspondente a x = -1 tem a forma { Esta série converge para |x| < ρ, onde ρ é o menor raio de convergência para as representações em série de x = -1 para { O menor valor de ρ é 1. Note que y1 é limitado quando x→ -1. { Uma vez que r1 = 2 e r2 = 0 diferem por um inteiro positivo, pode ou não existir uma segunda solução sob a forma ( ) ( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +++= ∑∞ =1 2 1 1)2(11)( n n n xaxxy )1(2 )(, )1(2 3)( 2 xx xxqx xx xxxp +=+ += ( )∑∞ = ++= 1 2 1)0(1)( n n n xaxy Raízes iguais { Lembremos que a equação indicial geral é dada por { No caso de raízes iguais, F(r) simplifica para { Pode-se mostrar que as soluções são dadas por onde bn(r1) são determinados substituindo y2 na EDO e resolvendo-a usualmente. Alternativamente, podemos determinar bn(r1) como segue, 0)1()( 00 =++−= qrprrrF 2 1 )1()( −= rrF ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ += ∑∑ ∞ = ∞ = 1 112 1 11 )(1ln)()(,)(1)( 11 n n n r n n n r xrbxxxyxyxraxxy 1 )()( 1 rr nn radr drb = ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡= Raízes diferindo por um inteiro { Se as raízes da equação indicial diferem por um inteiro positivo, i.e., r1 – r2 = N, pode-se mostrar que as soluções da EDO são dadas por onde cn(r1) são obtidos substituindo y2 na equação diferencial e resolvendo-a da forma usual. Alternativamente, e ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ += ∑∑ ∞ = ∞ = 1 212 1 11 )(1ln)()(,)(1)( 21 n n n r n n n r xrcxxxayxyxraxxy ( )[ ] K,2,1,)()( 221 =−= = nrarrdr drc rrnn ( )[ ] Nrronderarra rrNrr =−−= =→ 212 ,)(lim 22 Equação de Bessel { Equação de Bessel de ordem ν: { Note que x = 0 é um ponto singular regular. { Friedrich Wilhelm Bessel (1784 – 1846) estudou distúrbios no movimento planetário, o que levou-o em 1824 a fazer a primeira análise sistemática das soluções desta equação. As soluções desta equação se tornaram conhecidas como funções de Bessel. { Estudaremos a seguir a equação de Bessel de ordem zero. ( ) 0222 =−+′+′′ yxyxyx ν Equação de Bessel de ordem zero (1 de 12) { A equação de Bessel de ordem zero é { Assumiremos que as soluções tem a forma { Calculando derivadas, { Substituindo-as na equação diferencial obtemos ( ) ( )( )∑ ∑ ∑ ∞ = −+ ∞ = ∞ = −++ −++=′′ +=′= 0 2 0 0 1 1)( ,)(,)( n nr n n n nr n nr n xnrnraxy xnraxyxaxy ( ) 0,0for ,,)( 0 0∑∞ = + >≠== n nr n xaxaxrxy φ 022 =+′+′′ yxyxyx ∞ ++∞ +∞ +( )( ) ( ) 01 0 2 00 =+++−++ ∑∑∑ === n nr n n nr n n nr n xaxnraxnrnra Equação indicial (2 de12) { Do slide anterior, { Reescrevendo, { ou { A equação indicial resulta em r2 = 0, e portanto r1 = r2 = 0. ( )( ) ( ) 01 0 2 00 =+++−++ ∑∑∑ ∞ = ++∞ = +∞ = + n nr n n nr n n nr n xaxnraxnrnra [ ] [ ] ( )( ) ( )[ ]{ } 01 )1()1()1( 2 2 1 10 =+++−+++ +++++− +∞ = − + ∑ nr n nn rr xanrnrnra xrrraxrrra ( ){ } 0)1( 2 2 212 1 2 0 =+++++ + ∞ = − + ∑ nr n nn rr xanraxraxra Relação de recorrência (3 de 12) { Do slide anterior, { Note que, para r = 0, temos a1 = 0 e a seguinte relação de recorrência { Portanto, concluimos que a1 = a3 = a5 = … = 0, com { Observação: como an depende de r, escreveremos an(r). Ou seja, a2m passa para a2m(0). ( ) K,3,2,22 =+−= − nnr aa nn ( ){ } 0)1( 2 2 212 1 2 0 =+++++ + ∞ = − + ∑ nr n nn rr xanraxraxra K,2,1, )2( 2 22 2 =−= − mm aa mm Primeira solução (4 de 12) { Copiando a relação de recorrência, { Assim, e em geral, { Então, K,2,1, )2( 2 22 2 =−= − mm aa mm ( ) ( ) K,1232,122244,2 26 0624 022 0224202 ⋅⋅−=⋅==−=−= aaaaaaaa ( ) K,2,1,!2 )1( 22 0 2 =−= mm aa m m m ( ) 0,!2 )1(1)( 1 22 2 01 >⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −+= ∑∞ = x m xaxy m m mm Função de Bessel de primeiro tipo, ordem zero (5 de 12) { A primeira solução da equação de Bessel de ordem zero é { A série converge para todo x, e é conhecida como função de Bessel de primeiro tipo de ordem zero, designada por { Os gráficos de J0 e de várias aproximações de soma parcial são dadas na figura ao lado. ( ) 0,!2 )1(1)( 1 22 2 01 >⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −+= ∑∞ = x m xaxy m m mm ( ) 0,!2 )1()( 0 22 2 0 >−= ∑∞ = x m xxJ m m mm Segunda solução: coeficientes ímpares (6 de12) { Uma vez que a equação indicial possui raízes repetidas, os coeficientes da segunda solução podem ser determinados usando { Agora { Assim, { Como, temos que 0)0(0)( 11 =′⇒= ara ( ){ } 0)()()1)(()( 2 2 212 1 2 0 =+++++ + ∞ = − + ∑ nr n nn rr xranrraxrraxrra ( ) K,3,2, )()( 2 2 =+−= − n nr rara nn 0 )( =′ rn ra K,2,1,0)0(12 ==′ + ma m Segunda solução: coeficientes pares (7 de 12) { Portanto é necessário calcular apenas as derivadas dos coeficientes pares, dados por { É possível mostrar que e portanto ( ) ( ) ( ) 1,22 )1()( 2 )()( 22 0 22 22 2 ≥++ −=⇒+−= − m mrr ara mr rara m m m m L ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++++++−= ′ mrrrra ra m m 2 1 4 1 2 12 )( )( 2 2 L )0( 2 1 4 1 2 12)0( 22 mm am a ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +++−=′ L Segunda solução: representação em série (8 de 12) { Assim, onde { Fazendo a0 = 1 e usando o resultado para raízes iguais (enunciado anteriormente), obtemos ( ) K,2,1,!2 )1()0( 22 0 2 =−−=′ mm aHa m m mm m Hm 1 3 1 2 1 1 1 ++++= L ( ) 0,!2 )1(ln)()( 2 1 22 1 02 >−+= ∑∞ = + xx m HxxJxy m m m m m Função de Bessel de segundo tipo, ordem zero (9 de 12) { Ao invés de usar y2, a segunda solução Y0 é usualmente construida como uma combinação linear de J0 and y2, conhecida como função de Bessel de segundo tipo de ordem zero. A combinação usada é { A constante γ é a constante de Euler-Mascheroni, definida por { Substituindo a expressão para y2 na equação de Y0 acima, obtemos ( )[ ])(2ln)(2)( 020 xJxyxY −+= γπ ( ) 5772.0lnlim ≅−= ∞→ nHnnγ ( ) 0,!2 )1()( 2 ln2)( 2 1 22 1 00 >⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +=∑∞ = + xx m HxJxxY m m m m m γπ Solução geral da equação de Bessel, ordem zero (10 de 12) { Assim, a solução geral da equação de Bessel de ordem zero, x > 0, é dada por onde { Note que J0 → 0 quando x → 0 enquanto que Y0 possui uma singularidade logarítmica em x = 0. Se a solução procurada tiver de ser limitada na origem, então Y0 deve ser descartada. ( ) ( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ += −= ∑ ∑ ∞ = + ∞ = m m m m m m m mm x m HxJxxY m xxJ 2 1 22 1 00 0 22 2 0 !2 )1()( 2 ln2)( , !2 )1()( γπ )()()( 0201 xYcxJcxy += Gráficos da função de Bessel, ordem zero (11 de 12) { Os gráficos de J0 e Y0 são dados abaixo. { Note que o comportamento de J0 e Y0 parece ser similar com sin x e cos x para valores grandes de x, com a diferença de que as oscilações diminuem de amplitude. Aproximação de função de Bessel, ordem zero (12 de 12) { O fato de que J0 e Y0 são similares a sin x e cos x para grandes valores de x pode ser obtido diretamente da EDO reescrevendo-a como { Assim, para grandes valorede de x, esta equação pode ser aproximada por cuja as solns são sin x e cos x. De fato, pode-se mostrar que ( ) 0110 22222 =⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −+′+′′⇔=−+′+′′ y x vy x yyvxyxyx ∞→⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛≅ ∞→⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛≅ xx x xY xx x xJ as, 4 sin2)( as, 4 cos2)( 2/1 0 2/1 0 π π π π ,0=+′′ yy Soluções em série em torno de um ponto singular regular Transformando a equação diferencial Comparando com as equações de Euler Exemplo 1: ponto singular regular (1 de 13) Exemplo 1: equação de Euler (2 de 13) Exemplo 1: equação diferencial (3 de 13) Exemplo 1: combinando séries (4 de 13) Exemplo 1: equação indicial (5 de 13) Exemplo 1: relação de recorrência (6 de 13) Exemplo 1: primeira raiz (7 de 13) Exemplo 1: primeira solução (8 de 13) Exemplo 1: raio de convergência�para a primeira solução (9 de 13) Exemplo 1: segunda raiz (10 de 13) Exemplo 1: segunda solução (11 de 13) Exemplo 1: Raio de convergência �para a segunda solução (12 de 13) Exemplo 1: solução geral (13 de 13) Discussão Método geral de Frobenius Substituindo as derivadas na EDO Multiplicando séries Combinando termos Reescrevendo a EDO Equação indicial Relação de recorrência Primeira solução Segunda solução Convergência das soluções Exemplo 1: pontos singulares (1 de 5) Exemplo 1: equação indicial, x = 0 (2 de 5) Exemplo 1: soluções em série, x = 0 (3 de 5) Exemplo 1: equação indicial, x = -1 (4 de 5) Exemplo 1: solução em série, x = -1 (5 de 5) Raízes iguais Raízes diferindo por um inteiro Equação de Bessel Equação de Bessel de ordem zero (1 de 12) Equação indicial (2 de12) Relação de recorrência (3 de 12) Primeira solução (4 de 12) Função de Bessel de primeiro tipo, �ordem zero (5 de 12) Segunda solução: coeficientes ímpares (6 de12) Segunda solução: coeficientes pares (7 de 12) Segunda solução: representação em série (8 de 12) Função de Bessel de segundo tipo, �ordem zero (9 de 12) Solução geral da equação de Bessel, �ordem zero (10 de 12) Gráficos da função de Bessel, �ordem zero (11 de 12) Aproximação de função de Bessel, �ordem zero (12 de 12)
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