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SÉRIE APOSTILA

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAZONAS - CIESA 
 
 APOSTILA SIMPLIFICADA 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da Contabilidade 
 
 Prof.Valbertone C. de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edição especial para distribuição gratuita pela Internet, 
com autorização do Autor. 
 
 
 
 
 
Teoria da Contabilidade 
 
2 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Inicio apresentado a vocês algumas razões para gostarem do campo de atuação da 
contabilidade e o nosso posicionamento e conhecimento sobre a forma tradicional de 
como conduzir o assunto. 
 
Qualquer entidade deverá zelar pela manutenção e crescimento do seu patrimônio e o 
nosso objetivo será, de maneira bastante simplória, levar os conhecimentos básicos de 
que maneira deveremos cuidar da saúde das pessoas jurídicas que estaremos 
acompanhando durante as nossas atividades profissionais. 
 
As empresas (entidades) são criadas, de maneira geral, com objetivo de gerarem lucros 
advindos de suas atividades a nível suficiente para remunerar o capital empregado. 
 
Com o advento da Internet e o avanço tecnológico requer que os profissionais 
financeiros, executivos e empreendedores passem por um reaprendizado sobre controle 
do patrimônio. Nada mais certo do que começarmos nosso estudo pela identificação das 
Noções Preliminares da contabilidade e lentamente nos aprofundarmos nos 
conhecimentos que norteiam está Ciência Social que escolhemos como opção de atuação 
profissional para nossas vidas. 
 
 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
3 
 
 
1 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
Tão antiga quanto a própria história da civilização é a história da contabilidade. O 
homem pré-histórico, inicialmente, foi um animal que, como os demais, lutou pela 
sobrevivência, buscando na natureza os meios primitivos de manter a vida através da caça. 
 
O segundo estágio em busca da sobrevivência foi a preocupação com agricultura e em 
seguida com a atividade pastoril criando condições próprias para a sobrevivência surgindo 
divisões e o senso de propriedade. 
 
No final de sua existência, ao morrer, o legado ficava a disposição dos herdeiros ou 
mais próximos, denominado pelos antigos como patrimonium, termo romano (latim) que 
representava a herança do pai, que posteriormente ficou denominado como patrimônio. A 
nomenclatura passou a ser utilizada para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido 
herdados. 
 
Historicamente as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, mas a prática do 
comércio não era exclusiva dos mesmos, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. 
 
O início da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. 
 
Data do ano 2000 a.C., documentos elaborados por um escriba egípcio relatando 
(contabilizando) os negócios efetuados pelo governo de seu país. Era comum as trocas de bens e 
serviços serem seguidas de relatórios simples sobre o fato. Na antiga Babilônia podemos já 
existiam critérios de arrecadação de tributos já era praticada, através de escritas, de maneira 
muito primária. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
4 
 
 
A preocupação com o futuro que levou o homem as primeiras anotações a fim de que 
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, produção, comercialização e 
etc. 
 
Não havia, naquele tempo, o crédito (evidentemente inexistência de débito), ou seja, as 
compras, vendas e trocas eram à vista. Com o decorrer do tempo surgiram os primeiros controles 
sobre dívidas e liquidações. Com o surgimento, no Egito antigo, do papiro (papel) e do cálamo 
(pena de escrever), facilitou enormemente o registro sobre negócios. 
 
Com o crescimento da atividade comercial, por serem de difícil memorização, o homem 
sentiu a necessidade de registros, com a finalidade de memorização das suas atividades e 
conhecimento de seus haveres e deveres com o objetivo de aumentar suas posses. 
 
Com as operações econômicas se tornando a dia-a-dia mais complexas, houve e 
necessidade de maior refino de seu controle. Na República Romana (200 a.C.), nas escritas 
governamentais já existiam receitas de caixa ordenadas em rendas e lucros, e as despesas 
contemplando os itens perdas, salários e diversões. 
 
No período medieval, foram introduzidas diversas inovações nos controles por 
governos e pela igreja, mas foi na Itália que surgiu o termo Contabilitá. 
 
1.1 Evolução da Ciência Contábil 
 
 
 CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - inicia com as primeiras 
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da 
autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
5 
 CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da 
Era Cristã até 1494. Com o surgimento do Tratactus de Computis et Scripturis 
(Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, data de publicação 
1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à 
teoria dos números positivos e negativos, obra que colaborou muito para que a 
contabilidade fosse inserida entre os ramos do conhecimento humano. 
 
 CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 
1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle 
Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, sendo 
premiada pelo governo da Áustria. Sendo na história da Contabilidade uma obra 
importantíssima. 
 
 CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 
1840 e se perpetua até os dias de hoje. 
 
 
1.2 Perspectiva da Contabilidade e da Profissão Contábil no Brasil 
 
As características básicas para um profissional da contabilidade são: 
 
 gostar de cálculos matemáticos, 
 ser organizado, 
 ser ético, 
 gostar e ter o hábito da leitura, 
 atenção a detalhes, 
 ter visão futurista, 
 ter planejamento de trabalho definido, 
 postura crítica, 
 segurança diante de problemas e 
 ser flexível. 
 
De acordo com pesquisa realizada, verificamos como MARION, José Carlos, professor 
doutor e autor da obra “Introdução à Teoria da Contabilidade”, classifica as atribuições do 
profissional de contabilidade: 
Teoria da Contabilidade 
 
6 
 
 
 na empresa: 
 planejador tributário, 
 analista financeiro, contador geral, 
 cargos administrativos, 
 auditor interno, 
 contador de custo, 
 contador gerencial e 
 atuário. 
 
 independente (autônomo): 
 auditor Independente, 
 consultor, 
 contador (propriamente dito,inclusive, defendendo o cliente na 
fase administrativa de algum processo de imposição fiscal de 
multas ou penalidades), 
 empresário contábil, 
 perito contábil e 
 investigador de fraude 
. 
 no ensino: 
 professor, 
 pesquisador, 
 escritor e 
 conferencista. 
 
 no órgão público: 
 contador público, 
 agente fiscal de rendas, apresenta pré-requisitos para 
participar de diversos concursos públicos 
 controlador de arrecadação, 
 contador do Ministério Público da União, 
 fiscal do Ministério do Trabalho, 
 Banco Central do Brasil, 
 analista de finanças e controles, outros 
 tribunal de contas e 
 oficial contador. 
 
O mesmo autor tece alguns comentários de muita importância reflexiva para todos que 
pretendam bacharelar-se em contabilidade e atuar neste nicho de mercado de opções que estão à 
disposição do Contador: 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
7 
 
“Não basta apenas ter um diploma. É preciso conhecer informática, dominar outro idioma, sercriativo, saber trabalhar em equipe, ter equilíbrio emocional, aprender a liderar, ter boa comu-
nicação, pensar em pós-graduação, e ler muito”. 
 
“As pessoas que sonham com o impossível são as únicas que têm chance de alcançá-lo.” 
 
“Os estudantes e profissionais que estão investindo em contabilidade podem sonhar alto, aumen-
tar sua auto-estima, pois escolheram uma das melhores ou, quem sabe, a melhor profissão da vi-
rada do milênio." 
 
 
Alguns outras observações do Prof. Dr. Jose Carlos Marion: 
 
 Valorize a profissão: é a única com desemprego zero; tem 23 áreas de 
especialização diferentes; o mercado não tem “preconceitos” de idade para esta 
profissão (as pessoas acima dos 40 anos conseguem trabalho). 
 
 Os professores de contabilidade normalmente são profissionais bem sucedidos. 
Aproveite a máximo deles, pergunte, busque conselhos. Dedique-se o máximo 
no seu curso. Se você for usar o professor como consultor depois do curso, isto 
vai lhe custar caro, em média US$ 100,00 por hora. 
 
 Busque conhecimento paralelo ao seu curso: marketing contábil (como ter sua 
marca); conheça pelo menos mais de uma língua (de preferência inglês); seja 
bom na área de informática (domine Internet, softwares contábeis, planilhas 
eletrônicas, bancos de dados...). 
 
 Seja um pesquisador por excelência. Não aceite apenas receber tudo 
“mastigado” do professor. Lá na empresa não haverá mais professor e você terá 
que buscar, descobrir conhecimento. Faça da sua escola um laboratório. 
 
 Há áreas de conhecimento que serão decisivas, além da contabilidade, no seu 
sucesso profissional: métodos quantitativos (matemática e estatística), disciplina 
afins (administração e economia), legislação (direito) etc...; 
 
 Aprenda a ser desinibido, a falar bem: participe dos seminários (o contador é a 
pessoa que mais fala para induzir às decisões certas na empresa), manifeste 
opinião na sala de aula, leia um jornal diariamente e revistas de negócios. Fique 
atento aos professores que se expressam bem. Use dicionário várias vezes na 
semana. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
8 
 
 O mercado não vê com bons olhos o “clínico geral” (o que sabe de tudo um 
pouco). Procure se especializar, concentrar esforços em uma atividade contábil 
que você tem mais dons (durante o curso estes dons serão despertados): 
auditoria (interna e externa), perito contábil, contador de custos, controller, 
planejador tributário, atuário, carreira acadêmica, concurso público, consultor, 
investigador de fraudes, empresário contábil, analista (financeiro, de crédito, de 
investimento), pesquisador contábil, escritor contábil etc. 
 
 
 
ABC DA CONTABILIDADE 
 
A Ativo: Bens e Direitos Metodologia M
B Balanço Normas N
C Custos Obrigações: Passivo O
D Despesas – Deveres Patrimônio P
E Entidade – Empresa Quota Q
F Fatos Receita: Bruta / Líquida R
G Gastos Saldo S
H Haveres: Existências Transação T
I Investimentos Uniformidade U
J Juros: Ativos / Passivos Veracidade V
L Lucro: Bruto / Líquido Zelo Z
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
9 
2 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
A contabilidade como ciência, possui como objeto de estudo o patrimônio e como 
objetivo, estudar, registrar, controlar e divulgar os fatos que afetam o patrimônio das entidades e 
também auxiliar no planejamento. 
 
É atingida a finalidade contábil através do registro, ou seja a escrituração, elaboração de 
demonstrações além da análise e interpretação dos fatos que ocorreram em uma entidade 
afetando o seu patrimônio, com a finalidade de fornecer informações sobre sua composição e as 
possíveis variações além de apurar o resultado obtido durante um determinado período. 
 
A contabilidade estuda e controla o Patrimônio das entidades com fins lucrativos ou 
não, através de registros dos fenômenos econômicos e financeiros que alteram seu patrimônio. 
 
A contabilidade é utilizada tanto para as pessoas físicas como para as pessoas jurídicas. 
O campo de atuação e o objeto da Contabilidade são em ordem: a entidade e o patrimônio. 
 
2.1 Finalidades da Informação Contábil 
 
Podemos afirmar que as principais finalidades da informação concentram-se em duas 
que são fundamentais: 
 
 Informações com Finalidade de Controle e 
 Informações com finalidade de Planejamento 
 
CONTROLE - podemos entender como um processo pelo qual a alta administração se 
certifica que a organização está se comportando em conformidade com as políticas traçadas 
pelos investidores. Podemos afirmar que esta é uma concepção bem ampla de controle. A 
informação contábil será útil ao processo de controle sob os seguintes aspectos: 
Teoria da Contabilidade 
 
10 
 
a) Como objeto de comunicação – Os relatórios oriundos da contabilidade poderão ser 
de grande valia, ao informar a organização sobre os planos e políticas da alta administração 
e, de maneira geral, o posicionamento que a administração deseja tomar sobre a organização 
 
b) Como objeto motivacional – Excluindo as empresas individuais, onde compete ao 
administrador executar o serviço, não será competência do(s) administrador(es), fazer o 
serviço ou fabricar o produto e sim verificar se os serviços e produtos estão sendo elaborados 
por colaboradores que estarão a serviço da organização, sendo os responsáveis inclusive pela 
contratação de um quadro de pessoas competentes para atingirem as metas estabelecidas. As 
informações contábeis, certamente auxiliarão, se bem utilizadas, como fator motivacional e 
por outro lado se utilizadas de maneira incorreta poderão contribuir negativamente. 
 
c) Como objeto de verificação – A administração necessita periodicamente analisar o 
desempenho e a qualidade dos serviços e produtos elaborados pelos colaboradores. A analise 
de desempenho poderá resultar em ações corretivas, em promoções e reajustes salariais a 
favor dos colaboradores, ou, em casos de força maior em demissões. Certamente a 
informação contábil estará auxiliando neste processo de avaliação, embora nem sempre o 
desempenho humano possa ser medido através de informações contidas em registros 
contábeis. 
 
 
PLANEJAMENTO – é o estabelecimento de processo decisório, definindo ações a 
serem tomadas a curto, médio e longo prazo. Tais ações decisórias entre várias alternativas 
devem ser consideradas as prioritárias podendo atingir parte da empresa ou mesmo a empresa 
como um todo. 
Normalmente para tomadas de decisão as informações contábeis são de muita 
importância, pois quando bem elaborada a contabilidade informa o fiel estado da entidade em 
um determinado momento e as variações ocorridas durante um intervalo de tempo que servirão 
como um dos pontos favoráveis para elaboração de um plano de ação. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
11 
 
2.2 Especializações Contábeis e Funções Contábeis Típicas. 
 
Entre as providências preliminares para se colocar em funcionamento o sistema 
organizacional de qualquer entidade será necessário o planejamento geral do setor de 
contabilidade. 
 
O contador deverá estudar a natureza da entidade, constatando os tipos de transações 
prováveis que ocorrerão e planejar a maneira como tais transações deverão ser escrituradas, 
sintetizadas e evidenciadas. 
 
Deverá o responsável pelo setor de contabilidade, o contador, elaborar um plano de 
contas, atendendo a estrutura da empresa e elaborando um manual de utilização do mesmo. Por 
outrolado, caberá também ao contador definir o processo de escrituração a ser adotado pela 
entidade. 
 
A escrituração contábil se torna de certa forma rotineira, quando a contabilidade é bem 
planejada, podendo ser terceirizada, de responsabilidade de um escritório de contabilidade. Em 
qualquer empresa surgem a cada momento situações que somente poderão ser esclarecidas por 
profissionais qualificados. 
 
Às vezes, são problemas de interpretação e classificação de novos fatos ou operações 
não previstas inicialmente. Em outras ocasiões, verifica-se a necessidade de modificação do 
plano de contas, ou processo de escrituração, ou ainda sistema de apuração de dados para uma 
melhor qualidade, o mesmo rapidez, na qualidade das informações. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
12 
 
Elaboração e Interpretação de Relatórios, tais como Balanço Patrimonial, 
Demonstração de Resultados, Fluxo de Caixa, Demonstrações de Origens e Aplicações de 
Resultados, Balancetes de Verificação e muitos outros, são o resultado final do processo de 
escrituração. Todo trabalho de natureza contábil numa entidade exigirá do profissional de 
contabilidade, o Contador, uma especialização neste ou naquele ramo, Exemplo: 
 Contabilidade Comercial; 
 Contabilidade Pública; 
 Contabilidade Bancária; 
 Contabilidade de Custos; 
 Contabilidade Industrial, etc... 
 
Entre outros ramos da contabilidade. Importante lembrar que todas as ramificações da 
contabilidade surgem da Contabilidade Geral que é a “mãe” de todas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAMO DA CONTABILIDADE 
Contabilidade Comercial 
Contabilidade Industrial 
Contabilidade Pública 
Contabilidade Bancária 
Contabilidade Agrícola 
Contabilidade de Custos 
 ATIVIDADE 
Comercial 
Industrial 
Pública 
Bancária 
Agrícola 
de Custos 
EEEssspppeeeccciiiaaallliiizzzaaaçççõõõeeesss DDDiiivvveeerrrsssooosss: 
Figura 2 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
13 
Dentre as ramificações ou detalhamentos da contabilidade, podemos destacar como 
relevantes: 
 Financeira e Contabilidade de Custos, esta praticada pelo Contador de Custos; 
 Auditoria, podendo a mesma ser interna ou externa; 
 Análise e Interpretação de Demonstrações Financeiras, exercida por Analistas 
com formação básica em Contabilidade; 
 Sistemas e Métodos, onde atuam Contadores com alto nível de especialização; 
 Controladoria, cargo de alta especialização a ser atingido por um Contador 
dentro de uma empresa, ligado a alta administração e responsável pela 
supervisão da Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Auditoria 
Interna, Contabilidade Fiscal, etc, reportando-se diretamente com altos 
mandatários da empresa, tais como, Gerentes, Diretores e até mesmo com 
Acionistas em alguns casos; 
 Perícia Contábil, com a participação de Contadores com elevado nível técnico e 
conhecimentos jurídicos. 
 
Preliminarmente daremos maior ênfase à Contabilidade Financeira, responsável pelos 
mecanismos básicos de acumulação de dados, registros e relatórios dentro das empresas. É 
importante lembrar, também, que Contadores devidamente habilitados, com Registro no CRC, 
podem exercer atividades periciais, judiciais ou extrajudiciais, trabalhos de Consultoria e 
Auditoria. 
 
2.3 Mercado de Trabalho 
 
Podemos afirmar, que o mercado de trabalho, hoje no Brasil, é sem dúvida alguma um 
dos mais promissores para Contadores de alto nível. É sem dúvida, um dos melhores e mais 
remunerados entre os profissionais liberais. 
 
Uma das razões é a obrigatoriedade das empresas em manterem os registros contábeis 
atualizados para atender as exigências internas e externas. Esse papel traz, além de capacitação 
técnica do Contador, alta dose de prudência, ética, de zelo e seriedade em suas atitudes. 
Teoria da Contabilidade 
 
14 
 
 
2.4 Limitações do Método Contábil 
 
É importante lembrar algumas limitações do método contábil. A Contabilidade não 
pode nem deve ser entendida como um fim em si mesma. Não podemos afirmar que as 
informações advindas da Contabilidade só terão utilidade desde que atendam as necessidades da 
administração e de outros interessados, e não apenas às necessidades do Contador. 
 
Muitos relatórios contábeis ainda são elaborados sem muita utilidade para a 
organização. O Contador deverá ter o cuidado de efetuar os registros dos eventos mensuráveis. 
Ainda encontramos Contadores inescrupulosos no que diz respeito a princípios, a procedimentos 
de avaliação e utilização de terminologias apropriadas. 
 
O resultado de tais limitações, podemos verificar nos relatórios, que certamente não irão 
refletir uma “imagem clara” da entidade em determinado momento. 
 
2.5 Horizontes para a Contabilidade 
 
À medida que a evolução na formação profissional do Contador for enriquecida; à 
medida que os órgãos representantes de classe se preocuparem com a valorização do 
profissional de contabilidade, certamente os horizontes da Contabilidade serão os mais amplos e 
promissores. 
A graduação é o início de um processo que no dia-a-dia deverá sofrer melhoria 
contínua. Cada dia é uma nova oportunidade de aprender e colocar em prática os ensinamentos 
adquiridos. 
 
Lamentavelmente ainda encontramos profissionais muito voltados para si mesmos, 
esquecendo que o fortalecimento da classe é iniciado pela união dos que a compõem. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
15 
 
2.6 O Patrimônio 
 
A palavra PATRIMONIO tem origem latina “patrimonium”, inicialmente tendo 
como tradução a herança recebida do pai. O conceito inicial evoluiu e hoje entendemos como 
Patrimônio o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa, correspondendo, 
portanto, ao seu Patrimônio. 
 
2.6.1 - Bens, direitos e obrigações. 
 
Os bens de sua propriedade e os valores a receber de terceiros, bem como outros 
direitos de uma pessoa representam os elementos positivos do patrimônio, os seus ativos. 
Os valores provenientes de dívidas assumidas com terceiros e que serão devolvidos através de entrega de 
ativos ou com surgimento de receitas, são elementos negativos do patrimônio, constituem o passivo. 
 
 
 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES
BENS
Dinheiro
Estoques
Ferramentas Aluguéis a Pagar
Imóveis Contas a Pagar
Máquinas Dividendos a Pagar
Marcas e Patentes Empréstimos
Móveis e Utensílios Encargos Sociais a Recolher
Obras de Arte Financiamentos a pagar
Veículos Fornecedores
Impostos a Recolher
DIREITOS Promissórias a Pagar
Prvisão de 13º Salário
Aluguéis a Receber Prvisão de Fédias
Depósitos Bancários Salários a Pagar
Duplicatas a Receber Títulos a pagar
Empréstimos a Sócios
Impostos a Recuperar
Investimentos Bancários
Títulos a Receber
 
 
 
Figura 2 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
16 
 
ESTÁTICA PATRIMONIAL 
O Balanço patrimonial é uma das principais demonstrações contábeis, por meio da qual 
podemos apurar situação patrimonial-financeira de uma entidade em determinado momento. 
Serão evidenciadas, com bastante clareza, o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da 
entidade. 
“ALPHA S.A.” 
 Balanço Patrimonial em 31-01-20.. 
ATIVO Passivo e Patrimônio Líquido
PASSIVO
Caixa1.000 Títulos a Pagar 3.500
Bancos 800 Obrigações a Pagar 1.800 5.300
Títulos a Receber 3.000
Terrenos 1.700 PATRIMÔNIO Líquido
Veículos 500 Capital 4.000
Materiais 3.000 Reservas 700 4.700
T O T A L 10.000 T O T A L 10.000
 
 
ATIVO 
 
Todos os elementos do Ativo estarão discriminados do lado esquerdo do Balanço 
Patrimonial e serão representados por Bens e Direitos, como por exemplo: Caixa e Bancos 
(valores que representam disponibilidades financeiras imediatas ), Títulos a Receber, Clientes ou 
Duplicatas a Receber representando valores advindos empréstimos realizados a terceiros ou 
Vendas efetuadas com vencimento futuro. Encontramos ainda os valores registrados de bens da 
empresa tais como: Mercadorias, Terrenos, Imóveis, Veículos, Equipamentos e outros. É 
oportuno lembrar que todas as contas com os termos complementares: a receber, a apropriar, a 
compensar, pagas antecipadamente certamente terão grande possibilidade de serem classificadas 
como de direitos, portanto serão do Ativo. Depreciação Acumulada de..., Amortização Acumu-
lada de... e Exaustão Acumulada de... são contas Redutoras do Ativo. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
17 
 
PASSIVO 
 
O Passivo compreende todas as obrigações a pagar da entidade assumidas com 
terceiros, pessoas Jurídicas ou Físicas (Capitais de Terceiros). Os elementos estarão 
representados do lado Direito da demonstração denominada Balanço Patrimonial. Entre outros 
grupos do Passivo, podemos citar: Títulos a Pagar, Contas a Pagar, Fornecedores, Salários a 
Pagar, Tributos a Pagar, Hipotecas a Pagar. Contas com a complementação em suas 
nomenclaturas: a Pagar ou a Recolher indicam obrigações, portanto serão contas do Passivo. 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
O Patrimônio Líquido terá o seu valor apurado pela diferença entre o Total do Ativo 
menos o Total do Passivo. (Bens e Direitos – Obrigações). Todos os elementos componentes do 
Patrimônio Líquido estarão discriminados do lado direito do Balanço Patrimonial. Contas que 
tiverem em sua nomenclatura o termo Reserva(s) certamente deverão ser classificadas no 
Patrimônio Líquido. 
 
Tomando-se como base o Balanço Patrimonial da empresa “ALPHA S.A.” 
exemplificaremos abaixo: 
 
Total do ativo da entidade . .. . . . . . . . . . . . . . 10.000$ 
Valor Total do Passivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.300$ 
Patriônio Liquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.700$ 
 
AS FONTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Podemos afirmar que as origens de recursos classificados no Patrimônio Líquido são de 
fatos que nasceram dentro da própria entidade: 
Teoria da Contabilidade 
 
18 
 
o INVESTIMENTOS – Efetuados pelos Investidores (proprietários) em troca 
de Ações, quotas ou outras participações; 
 
o RESERVAS – Valores oriundos dos resultados obtidos pela entidade 
Lucros ou Prejuízos, provenientes dos resultados operacionais da entidade 
(são recursos próprios oriundos das atividades operacionais do empre-
endimento). 
 
EXERCÍCIO E SOLUÇÕES 
 
 
EXERCÍCIO Nº 01 
 
 
Conforme as transações, informadas a seguir, de maneira cronológica, elaborar um 
Balanço Patrimonial da empresa COMERCIAL MANAUARA S.A., após cada operação (em R$ 
mil). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DATA FATOS OCORRIDOS VALOR
02/01/20X1 Investimento inicial de Integralização de 
Capital, em dinheiro. 15.000R$ 
03/01/20X1 Aquisição de um Imóvel da Cia Beta S.A. com 
Pagto. de R$ 2.000 e saldo a prazo 5.500R$ 
05/01/20X1 Compra a vista de Veículo Cia. VCA Ltda. 
Pagamento efetuado pelo Caixa. 1.000R$ 
07/01/20X1 Aquisição de Equipamentos Industriais 
(máquinas) da Cia. Brasil Ltda com 
vencimento para 30 e 60 d.d.d. 3.000R$ 
10/01/20X1 Pagamento efetuado por Caixa referente 
Aquisição de Instalações para a empresa. 1.500R$ 
14/01/20X1
Empréstimo realizado junto ao Bco. Do Brasil 
S.A, venc. Em 31/03/20X1 Cred. em Conta
15.000R$ 
20/01/20X1 Pagamento saldo do Imóvel adquirido em 
03/01/20X1 3.500R$ 
22/01/20X1 Integralização de Capital efetuada pelos 
sócios com depósito efetuado no Bco. do 
Brasil S.A. 7.000R$ 
25/01/20X1 Compra a vista de Mercadorias Para Revenda 
com Pagto. Pelo CH. Nº 001 Bco. do Brasil 
S.A. 10.000R$ 
01 
02 
03 
04 
05 
06 
07 
08 
09 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
19 
 
COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 02/01/20X1 
 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PATRIMONIO LÍQUIDO
Caixa 15.000R$ Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 15.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 15.000R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 03/01/20X1 
 
 
 
 
 
 
COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 05/01/20X1 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Cia Beta S.A. 3.500R$ 
Caixa 13.000R$ PATRIMONIO LÍQUIDO
Imóvel 5.500R$ Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ 
01 
02 
03 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 12.000R$ Cia Beta S.A. 3.500R$ 
Imóvel 5.500R$ PATRIMONIO LÍQUIDO
Veículos 1.000R$ Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ 
Teoria da Contabilidade 
 
20 
 
 
 
COMERCIAL MANAUARA S.A 
Balanço Patrimonial em 07/01/20X1 
 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 12.000R$ Cia Beta S.A. 3.500R$ 
Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Veículos 1.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ 
 
 
 
 COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 10/01/20X1 
 
 
 COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 14/01/20X1 
 
04 
05 
06 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.500R$ Cia Beta S.A. 3.500R$ 
Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Veículos 1.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
Instalações 1.500R$ 
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.500R$ Cia Beta S.A. 3.500R$ 
Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Veículos 1.000R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
Instalações 1.500R$ 
Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 15.000R$ 
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 36.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 36.500R$ 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
21 
 
 
 COMERCIAL MANAUARA S.A 
 Balanço Patrimonial em 20/01/20X1 
 
 
COMERCIAL MANAUARA S.A 
Balanço Patrimonial em 22/01/20X1 
 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 7.000R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Imóvel 5.500R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$ 
Veículos 1.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
Instalações 1.500R$ 
Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 22.000R$ 
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 22.000R$TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ 
 
 
 
COMERCIAL MANAUARA S.A 
Balanço Patrimonial em 25/01/20X1 
 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 7.000R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Imóvel 5.500R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$ 
Veículos 1.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
Instalações 1.500R$ 
Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 12.000R$ 
Mercadorias P/Revenda 10.000R$ PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 22.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ 
 
07 
08 
09 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO
Caixa 7.000R$ 
Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$ 
Veículos 1.000R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$ 
Equipamentos Industriais 3.000R$ 
Instalações 1.500R$ 
Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 15.000R$ 
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital 15.000R$ 
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 33.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 33.000R$ 
Teoria da Contabilidade 
 
22 
 
 
2.6.2 - Composição patrimonial de acordo com a Lei 11.638/07 
 Estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei 6.404/76 x Lei 11.638/07. 
 
 ANTES DEPOIS 
 
ATIVO CIRCULANTE 
 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 
ATIVO PERMANENTE 
• INVESTIMENTO 
• IMOBILIZADO 
• DIFERIDO 
 
 
ATIVO CIRCULANTE 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 
• REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
• INVESTIMENTO 
• IMOBILIZADO 
• INTANGÍVEL 
• DIFERIDO 
 
 
 ANTES DEPOIS 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO 
PRAZO 
 
RECEITAS DE EXERCÍCIOS 
FUTUROS 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
• CAPITAL SOCIAL 
• RESERVA DE CAPITAL 
• RESERVA DE REAVALIAÇÃO 
• RESERVAS DE LUCROS 
• LUCROS OU PREJUIZOS 
 ACUMULADOS 
 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
• EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
• RESULTADO DE EXERCÍCIOS 
FUTUROS 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
• CAPITAL SOCIAL 
• RESERVA DE CAPITAL 
• AJUSTE DE AVALIAÇÃO 
 PATRIMONIAL 
• RESERVAS DE LUCROS 
• AÇÕES EM TESOURARIA 
• PREJUIZOS ACUMULADOS 
 
 
 
Pode-se verificar no quadro a cima, que com a vigência da Lei 11.368/07, já ocorreram 
mudanças na estrutura do Balanço Patrimonial, como: 
 
Figura 3 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
23 
 Criação do subgrupo “INTANGÍVEL” no Permanente, desdobrado do subgrupo 
Imobilizado. (art. 179, VI); 
 
 Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado e, 
consequentemente, eliminação das Reservas de Reavaliação; 
 
 O uso do subgrupo Diferido fica restrito ao registro das despesas pré-
operacionais e aos gastos de reestruturação. (art. 179, V); 
 
 Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” mantendo somente a 
conta “Prejuízos Acumulados” (art. 178, § 2°, d); 
 
 Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “Ajustes de Avaliação 
Patrimonial”, englobando, (art. 182, § 3°) “; 
 
 Como “Reservas de Capital” passam a ser considerados apenas os ganhos 
relacionados com o Capital Social da empresa; 
 
 Reserva de Lucros a Realizar – Inclusão, no cálculo da parcela realizada do 
lucro líquido do exercício, do resultado não realizado da contabilização de ativo 
e passivo pelo valor de mercado (art. 197, § 2°, II). 
 
2.6.3. – Equação fundamental do patrimônio 
 
A demonstração quantitativa do Patrimônio de uma entidade é denominada 
como BALANÇO PATRIMONIAL, como já vimos, informando do lado esquerdo o 
ATIVO e do lado direito o PASSIVO e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Figura 4 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
24 
 
Uma das demonstrações clássicas da representação equilíbrio patrimonial é a indicada 
acima onde visualizamos uma balança contendo dois pratos com pessoa iguais, indicando que a 
soma das origens de recursos (recursos próprios mais capitais de terceiros) é exatamente igual ao 
total das aplicações (bens e direitos). 
 
A seguir apresentaremos outras representações que demonstram o equilíbrio dos valores 
constantes em um BALANÇO PATRIMONIAL. Procurem com bastante calma analisarem 
cuidadosamente as demonstrações e entenderão, certamente, a razão da igualdade de valores 
existentes do lado esquerdo do (ATIVO, Bens e Direitos) e do lado direito (PASSIVO + PL, 
Obrigações mais Capital Próprio). 
 
PATRIMÔNIO 
 
CONCEITO: 
• CONJUNTO DE BENS PERTENCENTES A UMA PESSOA OU A 
 UMA EMPRESA  BENS. 
• VALORES A RECEBER E DIREITOS A RECEBER DIREITOS, 
• CONTAS A PAGAR, DÍVIDAS  OBRIGAÇÕES. 
 
Podemos afirmar, portanto, que Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações 
de uma entidade. 
 
BENS :São as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas físicas ou jurídicas. 
 Em direito coisa é: “tudo aquilo que carece de personalidade’. 
 Somente o homem possui personalidade, portanto, coisa é tudo que existe além dele. 
 
São Classificados em: 
 
 Bens Tangíveis = Aqueles que Têm forma física, são palpáveis (concretos). 
 Ex.: Veículos, estoques de mercadorias, ferramentas, imóveis, dinheiro, 
 móveis e utensílios, etc. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
25 
 
 Bens Intangíveis = Não são palpáveis, não constituídos de matéria. 
 Ex.: Marcas (Arisco, Coca-cola), patentes de invenção (direito exclusivo 
 de explorar uma invenção). Denominados também de incorpóreos 
 
Conforme o Código Civil Brasileiro: 
 
 Bens Imóveis = Vinculados ao solo. Não podem ser retirados sem destruição ou 
 dano: edifício, árvores etc. 
 
 Bens móveis = Podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: 
 animais (semoventes), máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias. 
 
DIREITOS: Em Contabilidade entende-se como o poder de exigir alguma coisa de alguém. São 
 os valores a receber, tais como: títulos a receber, contas a receber, etc. No que se 
 refere a empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo, 
 quando a empresa vendedora emite uma duplicata como documento comprobatório 
 da transação. Esse direito denomina-se duplicatas a receber. 
 
 Como exemplos de outros direitos podemos destacar alugueis a receber, promissó- 
 rias a receber, impostos a recuperar, etc. Os valores depositados e ou aplicados em 
 instituições financeiras também são direitos das entidades. 
 
OBRIGAÇÕES: São dívidas com outras Pessoas Jurídicas ou Físicas. Em Contabilidade tais 
dívidas são denominadas obrigações exigíveis, compromissos que deverão 
ser pagos nas datas de vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum 
nas empresas é a compra de mercadorias a prazo. Nesta operação a empresa 
compradora fica devendo ao fornecedor da mercadoria; por essa razão,essa 
dívida é conhecida como fornecedores. 
 Em algumas ocasiões as entidades recorrem a Instituições Financeiras 
(Bancos) com a finalidade de obtenção de financiamentos com o objetivo de 
melhorar o seu Capital de Giro ou aquisição de bens para suprir as 
necessidades de suas atividades. 
 Obrigações trabalhistas, oriundas de encargos trabalhistas, são normais em 
todas as entidades. 
 Outras obrigações exigíveis são com o governo; impostos a recolher – com as 
 financeiras; financiamentos a pagar – com o INSS e FGTS; encargos sociais a 
 recolher – com o locador do prédio; aluguéis a pagar. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
26 
 
 
2.6.4 Representação gráfica dos estados patrimoniais 
 
 
 
PATRIMÔNIO 
 
PATRIMÔNIO DA CIA. CONTÁBEIS 
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS 
 Bens 1.830 Obrigações 4.500 
 Direitos 2.800 
 
 
 
Nesta representação, coloca-se no lado esquerdo Bens e Direitos e 
no lado direito, Obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO DA CIA. TERESÓPOLIS 
BENS + 
DIREITOS 
 OBRIGAÇÕES 
EXIGÍVEIS 
 
Bens 1.830 Obrigações 4.500 
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 130 
TOTAL 4.630 TOTAL 4.630 
Lado Esquerdo Lado Direito 
BBeennss ++ DDiirreeiittooss –– OObbrriiggaaççõõeess EExxiiggíívveeiiss == PPaattrriimmôônniioo LLííqquuiiddoo 
Patrimônio Líquido = $ ???? O P.L. pode ser negativo ??? 
 
Patrimônio Líquido = $ 130 
Figura 4 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
27 
 
PATRIMÔNIO 
 
Pessoa Jurídica 
Nasce de um contrato 
Precisa de uma quantia inicial 
$ para Iniciar o Negocio ???? 
Capital Social 
Usam suas poupanças como 
uma reserva Inicial e forne- 
cem à PJ 
Bens=Aplic. 
Caixa 90.000 
PL = Origem 
Capital 90.000 
 ATIVO PC + PL 
Aplicam na PJ 
Sócios 
A - 30.000 
B - 30.000 
C - 30.000 
90.000 
Pessoas Físicas 
Reúnem-se p/ estruturar a PJ 
P. L = $ 90.000 Aplic. = $ 90.000 
 Figura 5 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ATIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 PASSIVO 
 ATIVO 
PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 ATIVO - PASSIVO 
Balanço Patrimonial 
Ativo P e PL (origens) 
Aplicaçõe
s 
De 
terceiros 
e próprio 
$$$$$$$
$ 
$$$$$$
$$ 
$$$ 
$ 
$ 
$$$$$$
$$ 
 Caixa 
 Estoque 
 Máquinas 
 Imóveis 
etc. 
 PPrroopprriieettáárriiooss 
 ((PPLL)) 
 FFoorrnneecceeddoorreess 
 GGoovveerrnnoo 
 BBaannccooss,, eettcc...... 
FFiinnaanncceeiirraa
ss eettcc.. 
 Figura 6 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
29 
DENOMINAÇÕES UTILIZADAS SOBRE PATRIMÔNIO 
 PATRIMONIO 
OBRIGAÇÕESBENS DIREITOS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO EXIGÍVEL
OUTRAS DENOMINAÇÕES PARA PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
SITUAÇÃO LÍQUIDA
OU
RECURSOS PRÓPRIOS
OU
CAPITAL PRÓPRIO
OU
 PASSIVO NÃO-EXIGÍVEL
PASSIVO
ou
 CAPITAL ALHEIO
 ou
PASSIVO EXIGÍVEL
ou
CAPITAL DE TERCEIROS
ou
RECURSOS DE TERCEIROS
ATIVO
ou
CAPITAL APLICADO 
 ou
PATRIMONIO BRUTO
ou
RECURSOS APLICADOS
ou
APLICAÇÃO DOS RECURSOS
OU
 
 Figura 7 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
30 
 
 
3. INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
 
De maneira bastante objetiva, podemos afirmar que a Contabilidade coleta, processa e 
divulga dados, traduzidos monetariamente, do patrimônio das entidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 Técnicas Contábeis 
 
Lopes de Sá, em seu Dicionário de Contabilidade, fala sobre técnica contábil como: 
“conjunto de processos adotados em Contabilidade para registrar ou levantar os fatos 
patrimoniais”. Considerando, portanto, a escrituração como técnica contábil. Os autores de 
maneira geral consideram como técnicas contábeis: Escrituração, Demonstrações Contábeis, 
Análise de Balanço e Auditoria. 
 
 Escrituração: Técnica que proporciona o levantamento e processamento dos 
registros contábeis em ordem cronológica proporcionando uma historia real da 
entidade ao longo do tempo; 
 
 Demonstrações Contábeis: São constituídas por um conjunto de peças que 
evidenciam os resultados Econômicos e Financeiros das entidades em um 
determinado momento e a apuração de vantagens ou desvantagens durante um 
determinado período; 
 
 
 RELATÓRIOS 
 DADOS 
 $ 
 PATRIMONIAIS 
 
PROCESSAMENTO 
 Figura 8 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
31 
 Podemos enumerar como principais: 
 Balanço Patrimonial; 
 Demonstração de Resultado do Período; 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
 Demonstração do Valor Agregado. 
 
 Análise de Balanço: É o estudo das demonstrações contábeis por meio de 
índices que permitem avaliar a situação financeira, econômica e patrimonial das 
entidades. 
 
 A Auditoria: No sentido lato, é um conjunto de procedimentos técnicos 
aplicados sobre uma relação de responsabilidade, com o objetivo de emissão de 
um relatório. Em sentido restrito, a Auditoria Contábil objetiva após aplicação 
de procedimentos técnicos, a emissão de opinião sobre a adequação das 
demonstrações contábeis através de parecer. 
 
O CFC conceitua a Auditoria Contábil como: 
 
 A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos 
técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, 
consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. 
 
Resumo gráfico de Técnicas Contábeis: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCRITURAÇÃO 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
 
AUDITORIA 
 
ANÁLISE DE 
BALANÇO 
 Figura 9 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
32 
 
3.2 Usuários da Informação Contábil 
 
Todas as pessoas físicas ou jurídicas possuemalgum patrimônio; logo podemos afirmar 
que todas necessitam e se interessam por informações contábeis. 
 
Podemos citar entre outros os interessados que seguem: 
 
 Os proprietários – todo proprietário (empresário), que pode ser um acionista ou 
cotista, pessoa física ou jurídica necessita de informações para saber se as metas 
estabelecidas estão sendo observadas e se os objetivos da empresa estão sendo 
atingidos. Para tomar conhecimento sobre os resultados, favoráveis ou 
desfavoráveis da empresa sempre as terá através das informações contábeis. 
 
 Os administradores – através da contabilidade, os administradores poderão 
realizarem o planejamento das ações a serem tomadas, bem como, acompanhar 
os resultados e analisar as variações ocorridas, uma vez que a maioria das 
decisões envolvem aspectos financeiros. O conhecimento das práticas contábeis 
e das informações geradas será de grande valia para todo administrador. 
 
 Os fornecedores – para os fornecedores de bens ou serviços é de grande 
interesse ter conhecimento da situação financeira de seu cliente. Para tanto 
existe o interesse sobre as informações contábeis com o objetivo de saber se o 
seu cliente possui as condições financeiras, para na data de suas liquidações, por 
compras realizadas, terão condições de liquidar tais compromissos. 
 
 Os clientes – é evidente que para os clientes há também interesse sobre o 
conhecimento das informações contábeis de seus fornecedores. E muito 
importante em alguns casos que o cliente tenha a certeza, principalmente sobre a 
continuidade e capacidade suprir suas necessidades sobre o fornecimento de 
bens ou serviços prestados. 
 
 Os banqueiros – os bancos, principais financiadores de capitais, sendo um dos 
mais importantes agentes para o fomento da economia. Para o fornecimento de 
credito e concessão de empréstimos a seus clientes sempre os mesmos passam 
por análise e aprovação para a concessão de empréstimos para se assegurarem 
que não terão futuros prejuízos. 
 
 Os economistas – Para a laboração de projetos, as peças contábeis são de grande 
valia para os profissionais de economia. Através das informações contábeis os 
mesmos terão uma visão sobre as reais condições econômicas e financeiras das 
empresas, para bem elaborarem os seus trabalhos. 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
33 
 O governo – como bem sabemos a principal fonte de arrecadação para os três 
níveis de governo, municipal, estadual e federal, são as Pessoas Jurídicas através 
de tributos e a maioria deles baseados em informações reunidas da contabilidade 
das empresas. O Sistema Tributário Nacional é o instrumento responsável 
pela distribuição de renda arrecadada através dos tributos pagos 
pelos brasileiros. O tributo tem como finalidade o financiamento dos serviços 
públicos prestados no Brasil, tais como serviços de segurança pública, educação, 
fiscalização, previdência social, entre outros. 
 
 Os sindicatos – e evidente que as classes trabalhistas, através dos sindicatos são 
também interessados nas informações contábeis das empresas com a finalidade 
de acompanhar os resultados econômicos e a saúde financeira das empresas com 
o objetivo de bem negociarem os reajustes da categoria e também analisarem a 
participação nos resultados. 
 
 Os auditores – os profissionais de auditoria são contratados para emitir opinião 
sobre a adequação ou não dos demonstrativos contábeis elaborados. É evidente 
que para os mesmos os relatórios contábeis são peças fundamentais para 
elaboração de seu trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da Contabilidade 
 
34 
 
 
4 . PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE – CFC 
 
De acordo com a estrutura conceitual do CFC: os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade são aqueles determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade, pela 
Resolução CFC Nº 750/94, e complementarmente temos a Resolução CFC Nº 794, que se trata 
de um Apêndice aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, contendo comentários sobre o 
conteúdo dos enunciados, tendo por objetivo uma melhor compreensão sobre tão importante 
assunto. 
 
A própria resolução nos diz que os Princípios Fundamentais de Contabilidade, 
aprovados pela Resolução CFC n° 750-93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu 
amplo entendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeita compreensão pelos 
profissionais da contabilidade, um grau de detalhamento que não é possível abranger os próprios 
enunciados. 
 
 
4.1 Resolução 750/94 – CFC 
 
 
A Resolução CFC Nº 750/94 estabelece que os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da 
Contabilidade,consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio 
das Entidades. A Resolução 774/94 esclarece que os Princípios Fundamentais de Contabilidade 
representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de “ciência social”, sendo a ela 
inerentes. Os Princípios constituem sempre vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de 
universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância ...Os princípios 
contábeis, de acordo com a estrutura do CFC, foram determinados pela Resolução CFC Nº 750/94, e 
comentada pela Resolução CFC Nº 794 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
35 
De acordo com essas resoluções, os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: 
 
 ENTIDADE; 
 CONTINUIDADE; 
 OPORTUNIDADE; 
 REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
 COMPETÊNCIA; 
 PRUDÊNCIA. 
 
A seguir serão fornecidas as características desses princípios, extraídas da Resolução 750. 
 
PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
 
O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e 
afirmando a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo 
dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, 
uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüente, 
nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de 
sociedade ou instituição.O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A 
soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas 
numa unidade de natureza econômico-contábil. 
 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, 
deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, 
quantitativas e qualitativas. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
36 
 
A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o 
vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo 
determinado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da CONTINUIDADE é 
indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar 
diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir 
dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. 
 
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 
 
O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à 
integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de 
imediato e com a extensãocorreta, independentemente das causas que as originaram. Como 
resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: 
 
 Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve 
ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua 
ocorrência; 
 
 o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando 
os aspectos físicos e monetários; 
 
 
 o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no 
patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base 
necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. 
 
PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
 
Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das 
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país, que serão 
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou 
decomposições no interior da ENTIDADE. 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
37 
 
Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: 
 
 a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores 
de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os 
agentes externos ou da imposição destes; 
 
 uma vez integrado ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não 
poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-
somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial 
ou integral, a outros elementos patrimoniais; 
 
 o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do 
patrimônio, inclusive quando da saída deste; 
 
 o uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui 
imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. 
 
 
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 
 
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em 
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou 
pagamento. 
 
O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo 
resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das 
mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. 
 
O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas,é conseqüente 
natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As consideram-se realizadas: 
 
 nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou 
assumirem compromisso de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens 
Teoria da Contabilidade 
 
38 
 
anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta 
prestados; 
 
 quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o 
motivo,sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou 
maior; 
 
 pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de 
terceiros; 
 
 no recebimento efetivo de doações e subvenções. 
 
 Consideram-se incorridas as despesas: 
 
 quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro; 
 
 pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; 
 
 pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. 
 
PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 
 
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes 
do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio 
líquido.O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte 
menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, 
constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. 
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às 
variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. 
 
 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
39 
 
RESUMO DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
ENTIDADE: 
 
 
1.Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade, afirmando a 
autonomia patrimonial; 
2.O patrimônio não se confunde com aqueles dos sócios ou 
proprietários. 
 
 
CONTINUIDADE: 
 
A continuidade das operações e presumida indefinidamente pela 
Contabilidade. 
 
OPORTUNIDADE: 
 
 
Os registros contábeis relacionados às mutações patrimoniais 
efetuados de forma tempestiva e integral, no tempo (momento) certo e 
com extensão correta. 
 
 
REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL: 
 
Os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos valores 
originais (documentais) das transações com o mundo exterior, 
expressos a valor presente na moeda do país. 
 
COMPETÊNCIA: 
 
 
As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado 
do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se 
correlacionarem, independente de terem sido recebidas ou pagas. 
 
 
PRUDÊNCIA: 
 
 
Determina a adoção do menor valor aos componentes do ATIVO e 
maior para o PASIVO, sempre que se apresentarem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais 
que alteram o Patrimônio Líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da Contabilidade 
 
40 
 
5 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
No Capítulo 3 conhecemos algumas Técnicas Contábeis tais como: 
 
 Escrituração; 
 
 Demonstrações Contábeis; 
Balanço Patrimonial; 
Demonstração de Resultado do Período; 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
Demonstração do Valor Agregado. 
 
 Análise de Balanço; e 
 
 A Auditoria. 
 
Para iniciantes o estudo de Ciências Contábeis iremos explorar parcialmente tais técnicas, 
tais como: 
 
 Escrituração; 
 Demonstrações Contábeis; 
Balanço Patrimonial; 
Demonstração de Resultado do Período. 
 
5.1 Escrituração 
 
Não teríamos hoje condições de elaborarmos as demonstrações contábeis se inexistisse 
a escrituração dos fatos contábeis. A escrituração representa uma técnica utilizada pela 
contabilidade e representa o registro, em livros próprios, de todos os fatos que provocam 
alterações no patrimônio da empresa. É importante lembrar alguns conceitos, antes de mais nada 
sobre aquilo que efetivamente é escriturado contabilmente. 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
41 
Na verdade a escrituração, não é nada mais que o registro de ações administrativos que 
causam variações no patrimônio da entidade, portanto devemos distinguir quais que podem ser 
traduzidos como fatos contábeis. 
 
Ações Administrativos – São ocorrências que podem ou não modificar os elementos 
patrimoniais, tais como: reunião da diretoria, compra de veículo, inventário de bens, compra de 
mercadorias para revenda ou consumo, admissão ou demissão de colaborador etc.. São Atos e 
Fatos Administrativos. 
 
Ato Administrativo - Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir 
a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, não 
interessa à contabilidade. 
Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o Patrimônio. 
 
Fato Administrativo - Ação praticada pela administração que provoca alteração 
qualitativae/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabilidade. 
Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO = FATO CONTABIL, 
ALTERA O PATRIMÔNIO. 
 
Fatos Contábeis – São ocorrências que provocam alterações qualitativas e quantitativas 
nos elementos do patrimônio, tais como: compra de mercadorias para revenda, compra de 
veículo, venda de mercadorias, pagamento de ordenados e salários etc.. 
 
5.2 – Variações Patrimoniais 
 
Conceito de Variações Patrimoniais: São todas as alterações sofridas pelo patrimônio na 
sua composição qualitativa e/ou quantitativa em virtudes de atos praticados pela administração, 
ou fatos vinculados às atividades da entidade ou, ainda, resultantes de fatos totalmente 
imprevistos ou fortuitos. 
Teoria da Contabilidade 
 
42 
 
 
Podemos verificar que todo fato contábil é um fato administrativo, todavia não 
podemos afirmar que todo ação administrativo se constitua em um fato contábil. As decisões dos 
administradores das entidades que podem ser traduzidos (convertidos) monetariamente em 
moeda são aqueles que denominamos como fatos contábeis, e portanto, deverão ser reconhecidos 
contabilmente em sua escrituração. 
 
Sá, Antônio Lopes de, em seu livro Princípios Fundamentais de Contabilidade, quando 
se reporta sobre variações patrimoniais, afirma: 
 
 As variações patrimoniais e o Princípio da COMPETÊNCIA 
 A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente 
ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas 
encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a 
quantidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no 
montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam. As primeiras são 
denominadas de ”qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são 
chamadas “quantitativas”, ou “modificativas”. Cumpre salientar que estas 
últimas sempre implicam a existência de alterações qualitativas no patrimônio, 
a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial. 
 
5.2.1 – Tipos de Variações Patrimoniais: 
 
Os fatos contábeis podem ser classificados em: 
 
 - Fatos Permutativos (ou compensativo): são aqueles que apenas provocam 
alterações em contas do patrimônio. O valor e do fato não irá afetar o 
Patrimônio Líquido da entidade; 
 
Exemplos: 
 
 depósito bancário; 
 venda de um bem sem lucro nem prejuízo; 
 compra de mercadorias a prazo; 
 compra de mercadorias a vista; 
 aumento de capital com Reservas; 
 pagamento de uma dívida. 
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43 
 - Fatos Modificativos: são todos aqueles que modificam o Patrimônio Líquido 
da entidade, na maioria das vezes envolvem contas de Resultado (Despesas ou 
Receitas). 
 
Exemplos: 
 
 constituição do capital da entidade; 
 despesas com energia a pagar; 
 pagamento de despesas com ordenados e salários; 
 pagamento de despesas de aluguel; 
 recebimento de receitas com serviços; 
 receitas de vendas a receber 
 recebimento de juros ativos; 
 pagamentos de juros passivos. 
 
 - Fatos Mistos (ou composto): São todos os fatos que envolvem além de contas 
do patrimônio entre si ainda modificam a Situação Líquida da entidade, 
provocam alterações no Patrimônio Líquido. 
 
Exemplos: 
 recebimento de um direito com juros ou desconto; 
 venda de um veículo com lucro ou prejuízo; 
 pagamento de uma obrigação com juros ou desconto; 
 venda de mercadorias para revenda com lucro ou prejuízo; 
 operação de Desconto de Duplicatas; 
 compra ou venda de ações com ágio ou deságio, etc. 
 
 
 
 
 
5.2.1.1 - Superveniência e Insubsistência 
 
Conceito: Eventuais alterações positivas ou negativas da Situação Líquida, independentes de 
intervenção da gestão. 
Teoria da Contabilidade 
 
44 
 
 Superveniência: Provocam aumento e pode ser: 
 SUPERVENIÊNCIA ATIVA 
– Aumento do ativo (variação patrimonial ativa). Ex: Recebimento de valores 
provenientes de prêmios, loterias, herança ou legado doação. 
 
 SUPERVENIENCIA PASSIVA 
– Aumento do passivo (variação patrimônio passiva). Ex: Reconhecimento de 
dívidas anteriormente não registradas no passivo, provenientes de decisão 
judicial ou de outros casos fortuitos. 
 
 Insubsistência: Provocam diminuição e pode ser: 
 INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO 
– diminui o ativo (variação patrimonial passiva) Ex: Ocorrência de incêndio, 
furto, perda de rebanho por morte. 
 
 INSUBSISTËNCIA DO PASSIVO 
– diminui o passivo (variação patrimonial ativa). Ex: Redução no valor das 
obrigações por motivo de prescrição ou baixa da dívida correspondente 
 
 Efeitos no Patrimônio Líquido 
 Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita) 
 Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despesa) 
 Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despesa). 
Também denominada de Insubsistência Passiva. 
 
 Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido 
(receita). Também denominada de Insubsistência Ativa. 
 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
45 
 
 
5.2.1.2 – Contas de Resultado (elementos modificativos) 
 
 Receitas 
As Receitas constituem os elementos denominados positivos, ou seja, aumentam 
o Patrimônio Líquido. 
 
Abaixo algumas nomenclaturas de Receitas: 
 receitas com vendas; 
 receitas de alugueis; 
 juros ativos; 
 descontos obtidos; 
 outras receitas. 
 
Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (PCP), organismo criado pela 
Resolução n.1.055/2005 para o estudo, o reparo e emissão de Procedimentos 
Técnicos sobre normas de Contabilidade, Receitas “são aumento nos 
benefícios econômicos durante o período sob a forma de aumentos de Ativos 
ou diminuição de Passivos, que resultam em aumentos do Patrimônio Líquido 
e que não sejam provenientes de aportes dos proprietários da entidade”. 
 
 Despesas. 
 
De maneira inversa as Despesas São consideradas como elementos negativos 
que, reduzem o Patrimônio Líquido da entidade. Podem ser consideradas como 
consumo de um bem ou serviço que direta ou indiretamente irão gerar Receitas. 
São também as Despesas consideradas como reduções do Ativo sem a 
correspondente redução do Passivo. 
 
Podemos exemplificar como Despesas: 
 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV); 
 Custo dos Produtos Vendidos (CPV); 
 Custo dos Serviços Prestados (CSP); 
 impostos sobre vendas; 
 despesas com salários; 
 despesas com condução; 
 despesas com veículos; 
 juros passivos; 
 despesas com seguros; 
 despesas com encargos sociais; 
Teoria da Contabilidade 
 
46 
 
Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (PCP), despesas “são decréscimos nos 
benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída ou redução de ativos ou 
incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do Patrimônio Líquido e que não sejam 
provenientes de distribuição de resultado ou de Capital aos proprietários da entidade”. 
 
Toda entidade constituída, para exercer atividade, com objetivo de obter Lucro, visa 
evidentemente o crescimento de seu patrimônio através de realização de Lucros. 
 
A máxima contábil da Confrontação da Receita (para cada receita teremos uma ou mais 
despesas que lhe deu origem), as Receitas devem sempre ser apresentadas em confronto com as 
Despesas correspondentes, pois somente dessa forma que apuramos o resultado (Lucro ou 
Prejuízo), aumentando ou diminuindo o Patrimônio Líquido. 
 
Confrontação das Contas de Resultado: 
 
Quando as Receitas superarem as Despesasem um mesmo período, afirmamos que a 
entidade obteve um Lucro. R > D 
 
Quando as Despesas superarem as Receitas, afirmamos que a entidade obteve um 
Prejuízo. D > R 
 
Podendo, raramente ocorrer, a igualdade entre as Receitas e Despesas em um período e 
caso isso ocorra o resultado será nulo. R = D 
 
 
 
 
 
 
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47 
 
 
 
ESUMO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 
 
 
 
 
 
BENS 
 
 
RECEITAS 
 
 
DESPESAS 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
DIREITOS 
 
 
 
PATRIMONIO 
LÍQUIDO 
 
ATIVO PASSIVO 
APLICAÇÕES DE 
RECURSOS 
ORIGENS DE 
RECURSOS 
ORIGENS DE 
RECURSOS 
CONSUMO DE 
APLICAÇÕES 
 
 
FATOS MODIFICATIVOS 
 Figura 10 Fonte: Elaborada pelo autor. 
Teoria da Contabilidade 
 
48 
 
Os fatos contábeis provocam impactos qualitativos e/ou quantitativos no Patrimônio de 
uma entidade, modificando a situação patrimonial. Assim podemos analisar o Exercício abaixo: 
 
a) Constituição da Cia. Contábeis Só Nota Dez com o Capital de R$ 100.000,00, em 
 espécie. 
 
 CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX
 Data:
(Em R$ 1,00)
 ATIVO PASSIVO + PL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa 100.000,00 Capital 100.000,00
 T O T A L 100.000,00 T O T A L 100.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Contábeis Só Nota Dez
 
 
Ativo = 
Passivo + 
Patrimônio 
Líquido 
R$ 100.000,00 
= 
0 + R$ 
100.000,00 
R$ 100.000,00 = R$ 100.000,00 
 
Comentários: observem que os sócios (pessoas físicas ou jurídicas) através de dinheiro 
constituíram o Capital da Cia. Contábeis Só Nota Dez, dessa forma, fazendo nascer uma nova 
(entidade) Pessoa Jurídica. No momento a nova Pessoa Jurídica, Cia. Contábeis Só Nota Dez, 
possui recursos próprio no valor de R$ 100.000,00 (Capital) e verificamos que o mesmo valor 
constará no Caixa da entidade, aplicação de recursos R$ 100.000,00. Constatamos aqui um Fato 
Modificativo, pois o Patrimônio Líquido da entidade que era R$ 0,00 passou a ser de R$ 
100.000,00. 
 
 
 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
49 
 
 
b) os investidores praticaram os seguintes atos administrativos: 
 reunião para definirem o início das atividades comerciais; 
 abertura de vagas para contratação de colaboradores (funcionários); 
 para maior segurança dos bens numerários existentes decidiram pela aber- 
 tura de uma Conta Corrente no Banco do Brasil S.A. depositando na 
 mesma 50% das disponibilidades imediatas da empresa. 
 
 CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX
 Data:
(Em R$ 1,00)
 ATIVO PASSIVO + PL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa 50.000,00 Capital 100.000,00
Bancos c/Movimento 50.000,00
 T O T A L 100.000,00 T O T A L 100.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Contábeis Só Nota Dez
 
 
Ativo = Passivo + P. Líquido 
Bens R$ 50.000,00 0 + R$ 100.000,00 
Direitos R$ 50.000,00 = R$ 100.000,00 
TOTAL R$ 100.000,00 = R$ 100.000,00 
 
 
Comentários: como podemos observar no item “b” nem todo ação administrativo será 
considerado como sendo um Fato Contábil. A decisão dos administradores de se reunirem para 
definirem o início das atividades comerciais não será um Fato Administrativo, pois nenhuma 
influencia provocará monetariamente a entidade. Outra decisão tomada, a de abrirem vagas para 
contratação de colaboradores. A exemplo do primeiro caso não provocou impacto qualitativo 
e/ou quantitativo ao Patrimônio da entidade, portanto, não é um Fato Contábil e por esta razão 
não será reconhecido contabilmente. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
50 
 
A terceira ação administrativo abertura de uma Conta Corrente no Banco do Brasil S.A. 
depositando na mesma 50% das disponibilidades imediatas da empresa, este sim, por ser um 
Fato Administrativo provocou um impacto qualitativo, portanto um Fato Contábil Permutativo. 
O Patrimônio Líquido da entidade não sofreu acréscimo nem decréscimo permaneceu com o 
valor de R$ 100.000,00. O depósito de R$ 50.000,00 no Banco do Brasil S.A. quando 
reconhecido contabilmente provocou uma permuta entre contas do Ativo (aplicações de 
recursos) a conta Caixa que tinha um montante de Bens Numerários no valor de R$ 100.000,00 
ao entregar 50% à instituição financeira adquiriu um direito em igual valor. 
 
d) Compra de um veículo a prazo 30 e 60 d.d.d. (notas promissórias) por R$ 25.000,00. 
 
 
 CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX
 Data:
(Em R$ 1,00)
 ATIVO PASSIVO + PL
PASSIVO
Caixa 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00
Bancos c/Movimento 50.000,00
Veículos 25.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 100.000,00
 T O T A L 125.000,00 T O T A L 125.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Contábeis Só Nota Dez
 
 
=
Bens 75.000,00R$ Cap. Terc. 25.000,00R$ 
Direitos 50.000,00R$ Cap. Prop. 100.000,00R$ 
TOTAL 125.000,00R$ = TOTAL 125.000,00R$ 
Ativo Passivo + Patrim. Líquido
 
 
Comentários: houve um acréscimo no Ativo de R$ 25.000,00 com a aquisição de um 
veículo (Bem) e ao mesmo tempo um acréscimo no Passivo em igual valor, pelo registro 
Prof. Valbertone C. de Araújo 
 
51 
compromisso assumido no ato da compra (Obrigação). Observem que o Patrimônio Líquido não 
sofreu variação, portanto, tivemos um impacto qualitativo, Fato Contábil Permutativo. 
 
e) Compra de Mercadorias para Revenda aprazo no valor de R$ 35.000,00 com 
vencimentos em 30 e 60 d.d.d. 
 
 CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX
 Data:
(Em R$ 1,00)
 ATIVO PASSIVO + PL
PASSIVO
Caixa 50.000,00 Fornecedores 35.000,00
Bancos c/Movimento 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00
Mercadorias p/Revenda 35.000,00
Veículos 25.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 100.000,00
 T O T A L 160.000,00 T O T A L 160.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Contábeis Só Nota Dez
 
 
=
Bens 110.000,00R$ Cap. Terc. 60.000,00R$ 
Direitos 50.000,00R$ Cap. Prop. 100.000,00R$ 
TOTAL 160.000,00R$ = TOTAL 160.000,00R$ 
Ativo Passivo + Patrim. Líquido
 
 
 
Comentários: houve um acréscimo no Ativo de R$ 35.000,00 com a aquisição de 
Mercadorias para Revenda (Bens) e um acréscimo no Passivo de valor idêntico, pelo registro da 
dívida assumida no ato da compra (Obrigação). Permanecendo e o Patrimônio Líquido 
inalterado, o Fato Contábil Permutativo. 
 
Teoria da Contabilidade 
 
52 
 
Consideramos no Passivo o valor da compra a prazo de mercadorias para revenda no 
grupo de Fornecedores. Motivo: as obrigações provenientes de compra de bens para uso, 
consumo ou comercialização são classificadas neste grupo (Fornecedores). 
 
e) Venda de mercadorias adquiridas ao custo de R$ 15.000,00 por R$ 25.000,00 a prazo 
com vencimento para 30 d.d.d. 
 
 CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX
 Data:
(Em R$ 1,00)
 ATIVO PASSIVO + PL
PASSIVO
Caixa 50.000,00 Fornecedores 35.000,00
Bancos c/Movimento 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00
Clientes 25.000,00
Mercadorias p/Revenda 20.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos 25.000,00 Capital 100.000,00
(+)Receitas 25.000,00

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