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Antivirais: Mecanismos de Ação e Tratamentos

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1 
Farmacologia- Aula transcrita de Antivirais (Professora Rosângela) 
Transcrita por Amanda Costa Oliveira 
 Biomedicina- 3° período- 2011.2 
No início não sabia realmente como tratar os pacientes com alguma doença viral, 
então os pacientes eram tratados principalmente contra o vírus da herpes como uma forma de 
retirar a pessoa da exclusão, já que o herpes labial trazia muita exclusão para as pessoas 
portadoras. Essas drogas que existiam não eram seletivas para a as células infectadas e 
causavam muita toxicidade ao organismo. Essas drogas atuavam no DNA viral, mas também no 
DNA celular, por isso traziam muitos efeitos adversos inclusive a mutação (quando atacavam o 
DNA de células da medula, por exemplo). 
Com o surgimento do HIV as situações pioraram, pois as infecções começaram a piorar 
devido ao estado suprimido desses pacientes. Por conta disso hoje temos uma variedade de 
fármacos, porém pouca diversidade. 
Vamos dividir os antivirais em três grupos, de acordo com o mecanismo de ação. 
 
1. GRUPO 1- Drogas que impedem a entrada do vírus na célula 
Drogas idéias, pois um vírus não conseguindo entrar no interior da célula é muito mais 
fácil de ser combatido. Porque uma vez o vírus dentro da célula não tem como mais combater, 
o que pode fazer é tentar eliminá-lo o mais rápido possível do organismo. 
Nesse grupo nós temos como drogas principais as GAMAGLOBULINAS (anticorpos 
produzidos pelas pessoas que já tiveram a infecção com o vírus), é considerado como uma 
droga, pois é um anti-terapêutico, essa mistura de anticorpos será aplicada via parenteral para 
evitar que o vírus penetre na célula. 
COMO FUNCIONA: voluntários com grandes quantidades de anticorpos para uma determinada 
doença fazem essa doação. Esses anticorpos serão armazenados em placas, onde se fará uma 
mistura de anticorpos. Existem dois tipos de gamaglobulinas as específicas e as não- 
específicas. O que interessa para nós são as ESPECÍFICAS. 
Por exemplo, temos as gamaglobulinas específicas para a raiva. Quando uma pessoa é 
mordida por um cão raivoso tem que ser tratado logo, pois esses vírus são altamente letais. As 
medidas a serem tomadas num caso desse é colocar o cão em observação e o paciente vai 
tomar o soro (que são as gamaglobulinas). Em alguns casos se faz tanto a soroterapia como a 
vacina, para se evitar que o paciente em contato com o vírus adquira a doença, pois uma vez 
tomada à vacina a pessoa fica ‘’protegida’’ (porque não podemos garantir 100% de proteção). 
 
2 
Farmacologia- Aula transcrita de Antivirais (Professora Rosângela) 
Transcrita por Amanda Costa Oliveira 
 Biomedicina- 3° período- 2011.2 
 Outra gamaglobulina existente é 
contra a hepatite A, porém ela não é utilizada, 
pois a hepatite A é considerada uma doença 
benigna, que atinge mais crianças, sem muita 
gravidade para o indivíduo. Porém essa 
gamaglobulina existe, pois ás vezes há uma 
necessidade da pessoa precisar tomar essa 
gamaglobulina. Essa gamaglobulina é muito 
cara e de uso muito restrito. 
 Há também a vacina para hepatite B, 
que é usada em larga escala, pois muitas 
pessoas ainda não tomaram a vacina contra 
esse vírus. 
 O vírus da catapora é um tipo de 
vírus que fica latente na pessoa a vida toda, 
assim como todos os vírus da família herpes. 
Porém esse vírus da catapora pode ser 
reativado chamado de zoster. Geralmente 
ocorre depois dos quarenta sempre por causa 
de algum estímulo externo (estresse) ou 
interno (fisiológico). Se esse zoster ocorrer 
em algum jovem, tem que ser verificado se a pessoa não está com alguma imunodeficiência. 
 Há outro vírus da família herpes chamado de citomegalovírus (CMV). Ele é 
característico das viroses que estamos sempre sendo afetados. É um vírus altamente 
prevalente. A maioria das pessoas já teve contato com esse vírus, porém poucos expressam a 
doença. O CMV é complicado numa gestação. Pois se uma mãe se infectar com CMV na 
gestação o feto pode ter uma infecção congênita, trazendo problemas sérios para a criança. O 
risco maior é quando a mãe se infecta primariamente na gestação. 
 Pacientes com HIV ás vezes já estavam imunes a muitas viroses, porém com essa 
imunossupressão esses pacientes tem novamente a latência dessa doença. Por isso que muitas 
vezes o tratamento da AIDS é associado ao tratamento a outras viroses. 
 Há no mercado uma droga chamada de ENFUVIRTIDA que serve para o tratamento do 
HIV quando o paciente apresenta resistência ao coquetel. Ela vai agir de modo a impedir que 
vírus se dissemine no organismo. Essa droga é uma forma de tratamento e não uma forma de 
profilaxia. Ela atua no receptor (tipo chave-fechadura) mudando sua conformação que e no 
momento em que o vírus for se ligar ele não vai conseguir entrar na célula ou vai ser muito 
mais difícil para entrar. É uma droga muito cara. 
 
2. GRUPO 2- Drogas que atuam no interior de células infectadas 
ANTI-INFLUENZAVÍRUS 
 São drogas (antigripais) que vão atuar contra o vírus e não sobre os sintomas. 
 Nesse grupo temos o OSELTAMIVIR e o AZANAMIVIR, ambas são inibidores da 
neuraminidase, uma glicoprotéina viral essencial para a replicação e liberação dos vírus. Não 
há necessidade de tomar drogas contra o vírus da gripe, pois não existe uma droga específica 
para cada tipo de vírus, já que eles estão sempre se modificando. 
 O oseltamivir é um pró-fármaco que vai ser ativado nas células hepáticas, e é 
administrado via oral. 
 
 
 
Trabalhadores da área de saúde TÊM que 
tomar a vacina contra HBV. Essa vacina 
está disponível gratuitamente em postos e 
hospitais públicos. São três doses, sendo a 
segunda e a terceira com um mês e seis 
meses após a aplicação da primeira, 
respectivamente. Tem que seguir a risca os 
períodos porque se não tem que começar o 
tratamento novamente. Ás vezes na 
primeira dose a pessoa já começa a 
produzir os anticorpos, mas tem que 
terminar todo o tratamento. Porém o mais 
importante é fazer após o tratamento o 
teste de anti- HBS (controle), para verificar 
se a pessoa está realmente imune ao vírus 
(acima de 10 unidades= pessoa imune). 
Esse teste é realizado em laboratório. 
 
 
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Farmacologia- Aula transcrita de Antivirais (Professora Rosângela) 
Transcrita por Amanda Costa Oliveira 
 Biomedicina- 3° período- 2011.2 
ANTI-HERPESVÍRUS 
São drogas análogas de uma das bases que vão atuar sobre o DNA interrompendo a 
replicação. São a princípio todos pró fármacos e são ativados por uma enzima de origem 
celular. E com isso vão ser inseridos na replicação do DNA viral ou celular que vai inibir a DNA 
polimerase impedindo a replicação. A maioria não são drogas seletivas e com isso causam 
muita toxicidade, mas há drogas que são seletivas. 
 
 
 O ACICLOVIR é uma droga seletiva atuando apenas na célula infectada. Essa droga é 
um pró-fármaco que só é ativado por uma enzima de origem viral, e depois de ativada vai 
inibir a replicação do DNA viral. Essa droga trata infecções causadas por herpesvírus, exceto 
pela CMV. Toxicidade do aciclovir: 
 O principal efeito adverso é a insuficiência renal dose-dependente reversível; 
 Irritação local e flebites estão ligadas à via de administração (tópica e intravenosa); 
 Não apresenta toxicidade sobre a medula. 
 
 
 
 Esse vírus da herpes possui um mecanismo de resistência com três fatores principais 
que vão impedir a ação da droga sobre ele: 
 Ausência ou produção parcial da timidina cinase 
 Alteração da especificidade da timidina cinase 
 Alteração da DNA polimerase 
 
Para o tratamento da CMV é usado o GANCICLOVIR. É um análogo sintético acíclico da 
guanosina. Porém essa droga não é seletiva, podendo atuar sobre a medula sendo 
mielotóxicos trazendo problemas na produção dos elementos sanguíneos, mas não são 
cancerígenos. Essa droga é usada num paciente submetido ao transplante, paraevitar a 
infecção pelo CMV. 
 
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Farmacologia- Aula transcrita de Antivirais (Professora Rosângela) 
Transcrita por Amanda Costa Oliveira 
 Biomedicina- 3° período- 2011.2 
 
ANTIVIRAL DA HEPATITE B E C 
 São também análogos de nucleosídeo que vão atuar sobre o vírus. 
 A LAMIVUDINA é análoga da citosina usada para tratar HBV. 
 Tem sido usado atualmente o interferon exógeno (feito em laboratório a partir de DNA 
recombinante). Não é específico para nenhum vírus é usado para reforçar o sistema biológico, 
mas tem sido eficiente para tratar HBV, HCV e HPV. Há dois tipos desse interferon um 
convencional (aplicado três vezes por semana via parenteral) e um peguilado (interferon 
associado ao polietilenoglicol e com isso tem uma liberação mias controlada, sendo 
administrado apenas uma vez por semana). 
 Para o tratamento da HCV é usado um INTERFERON+ RIBAVIRINA. É um análogo de 
nucleosídeo de amplo espectro, pois atua nos vírus DNA e RNA (HCV). Esse interferon vai 
produzir proteínas antivirais. Há seis genótipos diferentes ligados ao HCV, e no Brasil a 
prevalência maior são dos genótipos tipo 1,2 e 3. No genótipo do tipo 1 essa associação de 
interferon+ ribavirina possui uma afinidade muito baixa e após 48 semanas de tratamento a 
resposta sustentada para essa droga é de apenas 50%. Mas para os tipos 2 ou três essa droga 
pode chegar até 80%. 
 A ribavirina não é usada sozinha, ela sempre é administrada associada ao interferon. 
 
ANTI-RETROVIRAIS 
 Para o tratamento do HIV temos um coquetel composto de: 
 Análogos de nucleosídeo inibidores da transcriptase reversa- são pró-drogas que vão 
ser ativadas por enzimas de origem celular (não são seletivas). Nesse grupo nós temos: 
AZIDOVUDINA (AZT), LAMIVUDINA. O AZT é análogo da timidina que inibe a 
transcriptase reversa dos retrovírus, é muito mielotóxico, apresenta muitos efeitos 
adversos. O AZT era usado antigamente para tratar o HIV sozinho, mas isso não 
acontece mais, pois causa muita resistência ao indivíduo, a não ser que queira evitar a 
contaminação da mãe para o bebê. 
 Análogos nucleotídeos inibidores da transcriptase reversa- nesse grupo têm o 
ADEPOVIR (também usado para tratar HBV). Possui o mesmo mecanismo de ação o 
que muda é a estrutura química (grupamento fosfato). 
 Não-análogos inibidores da transcriptase reversa- inibem diretamente a transcriptase 
reversa. Nesse grupo tem o EFAVIR. 
 
 
 
 Inibidores de proteases- nesse grupo tem o IDINAVIR E RITANAVIR. Inibem enzimas 
que são responsáveis para clivar novos peptídeos, levando a formação de vírus não 
infecciosos e incompletos. São substâncias que tem menos problemas de resistência, 
porém causam muita toxicidade. Esse grupo está ligado a muitas dislipidemias 
(alterações metabólicas importantes- acúmulo de gorduras em alguns locais do corpo). 
Atualmente o HIV é considerado uma doença crônica. 
 
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Farmacologia- Aula transcrita de Antivirais (Professora Rosângela) 
Transcrita por Amanda Costa Oliveira 
 Biomedicina- 3° período- 2011.2 
Há alguns tipos de resistência do vírus HIV. Resistência primária é aquela em que o 
indivíduo se infecta com uma cepa já resistente ao tratamento do coquetel. Já a secundária é 
aquela que possui resistência pelo uso constante do coquetel. A resistência primária é a mais 
grave. E há aqueles pacientes com dois tipos de vírus. 
 
 
 
3. GRUPO 3- Drogas que reforçam o sistema imunológico 
São representadas pelo interferon. O interferon não é específico para nenhum vírus, 
mas vem sendo tratado principalmente contra HBV, HCV e HPV. Possui algumas toxicidades. 
 
 
 
 
O futuro para os antivirais: TERAPIA GÊNICA COM CÉLULAS TRANCO. 
 
 Enfim acabou!!! Boa sorte com os vírus.

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