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CONCEITOS GERAIS Profª. Mirian Parente Monteiro QUÍMICA FARMACÊUTICA CONCEITOS É o estudo da síntese, estrutura, relação entre estrutura e atividade terapêutica, ação provável, propriedades e usos dos medicamentos. (Arnaiz, Torriani e Landan) CONCEITOS “ A Química Farmacêutica preocupa-se com a descoberta, o desenvolvimento, a identificação e a interpretação do modo de ação dos compostos biologicamente ativos em nível molecular. Preocupa-se também com o estudo, a identificação e a síntese dos produtos metabólicos de fármacos e produtos relacionados”. IUPAC - União Internacional de Química Pura e Aplicada. CONCEITOS “Estudo dos fármacos para a utilização terapêutica ou higiênica com indicação de sua estrutura química correlacionada à sua ação biológica, efeitos colaterais, reações adversas, posologia e formas farmacêuticas adequadas às principais especialidades patenteadas”. Tobias Neto CONCEITOS “É a ciência cujas raízes se encontram em todos os ramos da química e da biologia. Preocupa-se essencialmente com a compreensão e explicação dos mecanismos de ação dos fármacos. Compreende também o isolamento, a caracterização e a síntese de compostos que podem ser usados em medicina para a prevenção, o tratamento e a cura das doenças”. Alfred Burger CONCEITOS “A finalidade precípua da Farmácia química é o estudo químico das substâncias usadas em medicina para tratamento das doenças”. Quintino Mingoia Sinônimos Química Terapêutica Química Medicinal Farmacoquímica Farmácia Química Medicinal Chemistry expressões Pharmaceutical Chemistry anglo-saxônicas. Pharmacie Chimique QUÍMICA FARMACÊUTICA ESTUDO PROSPECTIVO Planejamento Produção de fármacos ESTUDO RETROSPECTIVO Estudo dos fármacos já existentes Propriedades biológicas Relação estrutura - atividade QUÍMICA FARMACÊUTICA ETAPA DA DESCOBERTA Identificação e produção de novas substâncias. ETAPA DA OPTIMIZAÇÃO melhoria da potência, maior seletividade, menor toxicidade. ETAPA DO DESENVOLVIMENTO Otimização da rota sintética para produção em grande escala. Modificação de propriedades farmacocinéticas e farmacêuticas para uso clínico adequado. ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE MEDICAMENTOS Droga – Matéria-prima de origem mineral, vegetal ou animal da qual se podem extrair um ou mais princípios ativos. ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE MEDICAMENTOS Fármaco Substância química de constituição definida que pode ter aplicação em Farmácia. Seja como agente curativo ou de diagnóstico. É o composto principal e geralmente o mais caro de uma especialidade farmacêutica. Responde pela ação terapêutica e efeitos adversos. drug : n 1 droga, qualquer substância ou ingrediente que entra na composição de algum medicamento. 2 tóxico. 3 entorpecente, narcótico. Língua portuguesa Drug = droga ≠ fármaco ou medicamento ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE MEDICAMENTOS Medicamento - É o mesmo que fármaco mas especialmente quando se encontra na sua forma farmacêutica. Produto farmacêutico - Forma farmacêutica que contêm um ou mais medicamentos juntamente com outras substâncias adicionadas no curso do processo de fabricação. ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE MEDICAMENTOS Produto farmacêutico - Forma farmacêutica que contêm um ou mais medicamentos juntamente com outras substâncias adicionadas no curso do processo de fabricação. ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE MEDICAMENTOS Muitos fármacos são ácidos ou bases orgânicas. Razões diversas determinam que em Farmácia e Medicina, sejam utilizados na forma de sais. Finalidades do uso de fármacos na forma de sais. Modificação de propriedades físico- químicas, tais como solubilidade, estabilidade, fotossensibilidade e características organolépticas. Melhoramento da biodisponibilidade, mediante alteração da absorção, aumento da potência e prolongamento do efeito. Redução da toxicidade. Finalidades do uso de fármacos na forma de sais. Exemplos de sais de ânions: acetato, bicarbonato, brometo, iodeto, salicilato, cloridrato, benzoato, succinato, sulfato. Exemplos de sais de cátions: Metálicos - Al, Ca, Li, Mg, K, Na, Zn. Orgânicos - benzatina, procaína, meglumina, etilenodiamina. BUSCOPAN Composição - BUSCOPAN cada drágea contém: butilbrometo de escopolamina * 10 mg. Excipientes: lactose, amido de milho, talco, ácido tartárico, estearato de magnésio, laca, óleo de rícino, goma arábica, sacarose, dióxido de titânio, polietilenoglicol 6000, cera de carnaúba, cera branca, água desmineralizada, etanol absoluto. DIPIRONA - Novalgina Composição - Cada ml (20 gotas) da solução oral contém: dipirona monoidratada* 527,03 mg *Equivalente a 500 mg de dipirona. veículo** q.s.p. 1 ml * **ácido cítrico, sorbitol e água purificada. GENTAMICINA Composição - GENTAMICINA colírio: sulfato de gentamicina (equivalente a 3,0 mg de gentamicina base) 5 mg, veículo q.s.p. 1 ml. losartana potássica-Aradois® APRESENTAÇÕES - Comprimidos revestidos 50mg: Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos. COMPOSIÇÃO Cada comprimido revestido de 50mg contém: losartana potássica 50mg Excipiente q.s.p. 1 comprimido revestido (celulose microcristalina, amido, lactose, croscarmelose sódica, dióxido de silício, estearato de magnésio, dióxido de titânio, hipromelose + macrogol e álcool etílico) CATAFLAM CATAFLAM é um antiinflamatório não- esteróide (AINE) que contém o sal potássico do diclofenaco. VOLTAREN® - diclofenaco sódico PENICILINA G BENZATINA Composição - PENICILINA G BENZATINA CADA FRASCO-AMPOLA CONTEM PENICILINA G BENZATINA NAS DOSAGENS A SEGUIR. - 600.000 UI; 1.200.000 UI E 400.000 UI. - INJETAVEL Indicações - PENICILINA G BENZATINA TRATAMENTO DAS INFECCOES POR GERMES SENSIVEIS A PENICILINA. EMPRÊGO DOS FÁRMACOS. Fornecimento de elementos carentes ao organismo. Ex(s):vitaminas, sais minerais, hidrolisados de proteínas. Prevenção de uma doença ou infecção. Ex(s): Soros e vacinas. Combate a uma infecção. Ex(s): antibióticos e quimioterápicos. EMPRÊGO DOS FÁRMACOS. Bloqueio temporário de uma função normal. Ex(s): anestésicos e anticoncepcionais. Correção de uma função orgânica desregulada. EMPRÊGO DOS FÁRMACOS. Disfunção – Uso de cardiotônicos na insuficiência cardíaca. Hipofunção– hidrocortisona no tratamento da insuficiência da supra- renal. Hiperfunção – antihipertensivos na hipertensão arterial. EMPRÊGO DOS FÁRMACOS. Destoxificação do organismo Ex: antídotos Agentes auxiliares de diagnóstico. Efeito Placebo Definição segundo Wolf Qualquer efeito atribuível a uma pílula, poção ou procedimento, mas não às suas propriedades farmacodinâmicas ou específicas. Efeito Placebo CLASSES DE PLACEBO A. Substâncias simples farmacologicamente inertes. Ex: açúcar, amido, água destilada. B. Pseudomedicamentos: extratos de ervas, solução salina. C. Ação farmacodinâmica de um fármaco alheio ao caso. D. Fatores psicológicos. AÇÃO BIOLÓGICA Fases compreendidas na ação dos fármacos 1ª . Fase farmacêutica 2ª. Fase farmacocinética Fase farmacêutica Fase farmacêutica Fase farmacocinética Fase farmacodinâmica Fármaco disponível para a absorção Fármaco disponível para a ação Efeito farmacológico Fármaco na forma farmacêutica Interação fármaco – receptor Absorção Distribuição Metabolismo Excreção • Liberação do princípio ativo • Interação no sítio de administração AÇÃO BIOLÓGICA FASES COMPREENDIDAS NA AÇÃO DOS FÁRMACOS 1ª. Fase farmacêutica – ocorre a desintegração da forma em que o fármaco é administrado. Disponibilidade farmacêutica = é a fração da dose disponível para absorção. AÇÃO BIOLÓGICA FASES COMPREENDIDAS NA AÇÃO DOS FÁRMACOS 2ª. Fase farmacocinética absorção, distribuição, metabolismo, excreção. AÇÃO BIOLÓGICA Fase farmacocinética Absorção – via oral – o medicamento deve atravessar a barreira que separa o tubo gastrointestinal da circulação geral. Não ocorre quando o medicamento é intravenoso ou de ação tópica. Ocorre por transporte passivo, transporte ativo ou pinocitose. Lippincott’s Illustrated Reviews: Pharmacology . Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Pharmacology. -- 5th ed. / Michelle A. Clark ... [et al.]. 2012 AÇÃO BIOLÓGICA Vias de administração de medicamentos Via enteral Via parenteral Administração pela boca O fármaco é deglutido ou colocado embaixo da língua. Absorção variável e afetada por muitos fatores. Administração é irreversível Pode causar dor; medo; dano tecidual; e infecções Vias de administração de fármacos Vias de administração de fármacos Via inalatória - via para administração de broncodilatadores broncodilatadores e corticosteróides Vias de administração de fármacos Via inalatória - Intranasal – administração de calcitonina e desmopressina Vias de administração de fármacos Intraventricular/intratecal – direto no fluído cérebro-espinhal. Exemplo: anfotericina B Vias de administração de fármacos Via sublingual Absorção depende do tipo de fármaco Poucos fármacos apresentam rápida absorção sistêmica direta (ex: nitritos e nitratos vasodilatadores ) A maioria dos fármacos são incompletamente absorvidos. Evita a destruição do fármaco pelo ácido do estômago. Vias de administração de fármacos Intravenosa – NÃO REQUER ABSORÇÃO Sub-cutânea Intramuscular Depende do diluente do fármaco Soluções aquosas = absorção rápida Preparações de depósito = absorção lenta e sustentada. Vias de administração de fármacos Lippincott’s Illustrated Reviews: Pharmacology . Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Pharmacology. -- 5th ed. / Michelle A. Clark ... [et al.]. 2012 Vias de administração de fármacos Tópica – exemplo: cetoconazol Transdérmica Retal – Evita a destruição do fármaco pelas enzimas intestinais ou pelo baixo pH do estômago. Via útil no caso de fármacos que induzem o vômito quando administrados oralmente; se o paciente já está vomitando ou inconsciente. Via transdérmica Lippincott’s Illustrated Reviews: Pharmacology . Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Pharmacology. -- 5th ed. / Michelle A. Clark ... [et al.]. 2012 AÇÃO BIOLÓGICA Fase farmacocinética Distribuição – significa transferência de medicamentos do sangue para outros tecidos e outros líquidos biológicos, tais como a linfa e o líquido extracelular. PROCESSO RÁPIDO E REVERSÍVEL. AÇÃO BIOLÓGICA Ligação às proteínas A maioria dos fármacos possui afinidade físico-química pelas proteínas plasmáticas. Fármacos ácidos geralmente ligam-se à albumina e fármacos básicos à α -1 glicoproteína ácida. Implicações da ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas Fármacos muito ligados às proteínas plasmáticas ficam amplamente restritos ao compartimento vascular porque não conseguem atravessar as membranas. A fração de fármaco ligada não está disponível para atuar. O alto grau de proteína ligada geralmente torna a duração do fármaco mais longa, devido a fração ligada não está disponível para metabolismo e excreção. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfi g4AH/interacoes-medicamentosas-mod-ii- unlocked?part=3 Exemplos de fármacos que se ligam às proteínas plasmáticas AÇÃO BIOLÓGICA Fase farmacocinética PROCESSOS DE ELIMINAÇÃO METABOLISMO E EXCREÇÃO AÇÃO BIOLÓGICA PROCESSOS DE ELIMINAÇÃO Metabolismo – modificação do medicamento por efeito de enzimas e sua transformação em uma substância química diferente. + EXCREÇÃO Metabolismo Hepático AÇÃO BIOLÓGICA Metabolismo Biotransformação A eliminação de substâncias do organismo se realiza preferencialmente através de formas mais polares. Processo de conversão de um medicamento no organismo, em uma entidade diferente. AÇÃO BIOLÓGICA Metabolismo Biotransformação Biotransformação pode converter uma substância inativa em outra capaz de exercer um efeito farmacológico. Exemplo: Prontosil sulfanilamida AÇÃO BIOLÓGICA Metabolismo Biotransformação O metabolismo de fármacos também pode conduzir , em alguns casos, a compostos com atividade igual ou parecida. Exemplos: Fenilbutazona oxifenilbutazona Fenacetina acetaminofeno AÇÃO BIOLÓGICA dessulfurilação OXIDAÇÃO desalogenaçãodesaminação desmetilação desalquilação desesterificação DEGRADATIVAS HIDRÓLISE (FASE I ) desamidação nitroredução REDUÇÃO redução aldeídica ou cetônica REAÇÃO DE OXIDAÇÃO – METABOLISMO DA CLORPROMAZINA Exemplo de reação do metabolismo (redução) Exemplo de reação do metabolismo (hidrólise) LIDOCAÍNA AÇÃO BIOLÓGICA •Locais de biotransformação no organismo •fígado •rins •intestinos •músculo esquelético •plasma •pulmões AÇÃO BIOLÓGICA Reações de síntese ou conjugação (FASE II ) - adição de grupos glicurônicos, glicina, sulfato, ou acetila. hidrólise conjugação Glicina e ác.glicurônico AÇÃO BIOLÓGICA Mais polares capacidade de Menos lipossolúveis atravessar membranas biológicas lipoidais São menos ativos. Excreção mais rápida. Menor reabsorção tubular. Metabólitos AÇÃO BIOLÓGICA Metabolismo de Fármacos AÇÃO BIOLÓGICA Excreção – Processo de eliminação do medicamento do organismo que se produz principalmente através dos rins, existindo também a secreção por outras vias, como a respiratória, através da pele ou na bílis. Eliminação de fármacos pelos rins Lippincott’s Illustrated Reviews: Pharmacology . Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Pharmacology. -- 5th ed. / Michelle A. Clark ... [et al.]. 2012 Fatores que afetam o metabolismo Fatores de ambientes internos Interindividuais Intraindividuais Sexo, idade, peso, estado nutricional, atividade, temperatura corporal, gestação, estado emocional, composição genética, microbiota do TGI. Fatores que afetam o metabolismo Fatores de ambientes externos Temperatura, umidade, pressão barométrica, estação do ano, hora do dia, habitat, luz, som, radiações, manuseios. Fatores que afetam o metabolismo Fatores de administração do fármaco • Via de administração * volume administrado • Local de administração * composição do veículo • Velocidade de administração * nº . de doses. • Freqüência da medicação *duração do tratamento • Estado físico-químico do fármaco. Indutores enzimáticos – abreviam a duração da ação de um fármaco induzindo enzimas microssomiais hepáticas, tais como o conjunto citocromo P-450. Exemplos: barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, rifampicina. Etanol e tabaco Estímulo ou inibição do metabolismo Indução Enzimática Aumento da quantidade e/ou atividade de enzimas que metabolizam xenobióticos (CYP450 principalmente). Resulta no diminuição do t1/2. Classicamente a definição de indução se refere a síntese de novo de novas moléculas de enzimas envolvidas no metabolismo de xenobióticos e resulta do aumento da transcripção de genes que codificam estas enzimas, após um estímulo químico apropriado. Inibidores enzimáticos- diminuem o metabolismo prolongando a duração da ação do fármaco. Exemplos: Cloranfenicol, cetoconazol, sulfonamidas, fenilbutazona, verapamil etc. Estímulo ou inibição do metabolismoInibição Enzimática Diminuição da atividade catalítica de enzimas que metabolizam xenobióticos (CYP450 principalmente). Resulta no aumento do t1/2 . Mecanismos de inibição: 1. Reversível (competição de diferentes substratos pelas enzimas; inibição alostérica); 2. Irreversível. azóis: Interações medicamentosas Tipos de interações: Farmacocinética farmacodinâmica Interações farmacocinéticas Interações farmacocinéticas Essas interações alteram a concentração de um dado fármaco em seu sítio de ação (e consequentemente a intensidade da resposta) afetando sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Interações farmacocinéticas Alteração de absorção ou metabolismo de primeiro passo. Deslocamento do fármaco ligado à proteína plasmática. Alteração da ligação dos fármacos aos tecidos, afetando volume de distribuição e clearence. Inibição ou indução do metabolismo. Alteração da excreção. Alteração de absorção ou metabolismo de primeiro passo. Tetraciclinas apresentam absorção diminuída por sais de cálcio e ferro e antiácidos, devido a formação de complexos insolúveis na luz do intestino. INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Bicarbonato de sódio Diuréticos osmóticos Probenecida Tiazídicos Inibidores da ECA Barbitúricos e ácido acetilsalicílico Lítio Penicilinas Lítio Lítio Aumento de excreção por alcalinização urinária Aumento de excreção Retardo na excreção Retardo de excreção Aumento na reabsorção tubular EXCREÇÃO Alteração da ligação dos fármacos aos tecidos, afetando volume de distribuição e clearence. Quinidina tem mostrado reduzir a ligação da digoxina às proteínas teciduais bem como o clearence renal e biliar por inibição do transportador de efluxo glicoproteína P resultando no dobro dos níveis de digoxina e de toxicidade. A gp-P é um transportador membranar que existe nas células dos enterócitos, hepatócitos e nas células epiteliais dos capilares sanguíneos e renais envolvida em processos de efluxo (excreção celular), controlando a quantidade de fármaco que permanece no interior das células. Interações farmacodinâmicas Interações farmacodinâmicas Derivam da modificação da ação de um fármaco no sítio alvo, por um outro fármaco, independente de uma mudança na concentração. Como resultado dessa mudança pode ocorrer um aumento da resposta farmacológica (sinergismo), atenuação da resposta (antagonismo) ou uma resposta anormal. Perda de efeito : se apresentam ações opostas. Haloperidol X levo-carbidopa (antagonismo do efeito antiparkinsoniano) Interações Interação que provoca resposta anormal Ampicilina provoca alta incidência de eritemas na pele em pacientes tratados com alopurinol. EFEITOS ADVERSOS Paracelso - (1493-1541) “Todas as substâncias são venenos; não há uma que não seja veneno. “A dose correta diferencia um veneno de um remédio”. Hipócrates; Galeno; Rhazes (570-460AC) (131-201) (860-932) Admoestaram contra os efeitos adversos das drogas, quase sempre adulteradas. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO - RAM É uma resposta a um medicamento que é nociva e não intencional e que ocorre nas doses normalmente usadas em seres humanos. Efeito colateral – é qualquer efeito não intencional de um produto farmacêutico, que ocorre em doses normalmente utilizadas por um paciente, relacionadas às propriedades farmacológicas do medicamento. Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Pré-clínicos Testes clínicos Objetivos dos testes: - Avaliar os riscos envolvidos no uso de um novo fármaco. - Obtenção de informações vitais com relação as fases farmacocinéticas. Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Pré-clínicos Ensaios de toxicidade e microbiológicos. Testes realizados in vivo e in vitro. OBS: Os dados de toxicidade obtidos devem apresentar uma margem de segurança substancial. Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Clínicos Fase I - são conduzidos em pequenos grupos de voluntários sadios. Objetivos: Determinar o comportamento do novo fármaco no corpo humano. Gerar informações sobre formulação, absorção, distribuição, biodisponibilidade, eliminação e efeitos colaterais. Monitorar possíveis reações adversas.Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Clínicos Fase II – são conduzidos em pequenos grupos de pacientes que têm a condição para a qual o fármaco foi planejado como tratamento. Objetivos: - Avaliar a eficácia do fármaco no tratamento da condição para a qual será utilizado. - Estabelecer doses e posologia para o fármaco. Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Clínicos Fase III – O novo medicamento é testado num grande número de pacientes. Tipos de ensaios: Duplo-cego e placebo controlado. Objetivo: Obtenção de dados sobre a segurança e eficácia. Triagem de Fármacos Testes para a avaliação da segurança de fármacos Testes Clínicos Fase IV – Monitoração do uso de fármacos em grande número de pacientes, tanto nos hospitais como nas clínicas. Objetivos: Pesquisas aspectos específicos sobre o uso do fármaco em grupos mais específicos, ex: idosos, lactentes, neonatos e grupos étnicos diferentes. Monitorar a possível ocorrência de reações adversas. CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS Podem ser classificados segundo: ESTRUTURA QUÍMICA: ácidos; aminas; lactonas; sulfonamidas. AÇÃO FARMACOLÓGICA: depressores do SNC; fármacos que atuam no TGI; citostáticos. CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS EMPRÊGO TERAPÊUTICO: anti-infecciosos; fármacos imunosupressores. MECANISMO DE AÇÃO AO NÍVEL MOLECULAR: Fármacos que atuam sobre enzimas. Fármacos que suprimem a função gênica. Fármacos que agem por antagonismo metabólico. Fármacos quelantes. Fármacos que atuam sobre membranas biológicas. Fármacos que agem pelas propriedades físico-químicas. NOMENCLATURA DE FÁRMACOS 1. sigla; n º de código ou designação do código. 2. Nome químico. 3. Nome registrado; nome patenteado; nome comercial; nome próprio. 4. Nome genérico; nome oficial ou nome comum. 5. Sinônimos e outros nomes. NOMENCLATURA DE FÁRMACOS SIGLA – BAY 9736 – nimodipina / Bayer HOE 498 - ramipril / Hoechst NOME QUÍMICO – Albendazol : éster metílico do ácido 5-(propiltio) –1H- benzimidazol-2 il carbâmico. NOME REGISTRADO- Bromazepam = Deptran (Beecham) Lexotan (Roche) Somalium (Aché) albendazol benzimidazólico Fármaco que atua no trato gastrintestinal anti-helmíntico fármaco que suprime a função gênica diltiazem Benzotiazepínico Fármaco que atua no sistema cardiovascular antianginoso e antihipertensivo bloqueador de canais de cálcio NOMENCLATURA DE FÁRMACOS NOME REGISTRADO ( Bromazepam ) Deptran (Beecham) Lexotan (Roche) Somalium (Aché) NOMENCLATURA DE FÁRMACOS NOME GENÉRICO Exemplos: Benzilpenicilina Alopurinol Lidocaína Especialidades farmacêuticas Grande nº de especialidades farmacêuticas. Seleção de medicamentos básicos da OMS – 433 fármacos . (2017) Rename 2017 – 869 fármacos Especialidades farmacêuticasQuetiapina – Seroquel ® Viagra ® Princípio ativo; substância ativa; fármaco; base medicamentosa Fórmula Fármaco + aditivos conservantes corantes diluentes aromatizantes emulsificantes tampões Medicamento LORATADINA COMPOSIÇÃO: Cada 5 mL do xarope contém: Loratadina 5 mg Excipientes q.s.p. 5 mL (ácido cítrico, benzoato de sódio, glicerol, propilenoglicol, sacarose, aroma de frutas e água deionizada) CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DE UM FÁRMACO Eficácia- produzir efeito terapêutico desejado. Segurança - isenção de efeitos adversos inesperados. Biodisponibilidade - capacidade de atingir a circulação geral ou ser absorvido na quantidade suficiente e com a rapidez adequada. Curva de biodisponibilidade de três preparações de um mesmo fármaco contendo a mesma quantidade. Biodisponibilidade Lippincott’s Illustrated Reviews: Pharmacology . Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Pharmacology. -- 5th ed. / Michelle A. Clark ... [et al.]. 2012 Fatores que intervém na biodisponibilidade Forma medicamentosa Via de administração do fármaco Variáveis de fabricação e conservação Estado geral do paciente. ASSOCIAÇÃO DE FÁRMACOS Quando dois ou mais fármacos são administrados simultaneamente ou em rápida sucessão, um pode ser indiferente ao outro ou exibir sinergismo ou antagonismo. Sinergismo Quando a ação de um fármaco é facilitada ou aumentada pelo outro, são ditos serem sinérgicos. Em um par de fármacos sinergistico, ambos os fármacos têm ação na mesma direção ou um pode ser inativo mas ainda aumenta a ação do outro administrado conjuntamente. Sinergismo aditivo O efeito dos dois fármacos é na mesma direção e simplesmente se somam: Efeito de dois fármacos A + B = efeito do fármaco A + efeito do fármaco B. Anlodipino + atenolol (anti-hipertensivos) Sinergismo supra-aditivo (POTENCIAÇÃO) O efeito da combinação é maior do que os efeitos individuais dos componentes: Efeito de dois fármacos A + B > efeito do fármaco A + efeito do fármaco B. Sulfametoxazol + trimetoprina ANTAGONISMO Quando um fármaco decresce ou abole a ação de outro, eles são ditos serem antagonistas: Efeito dos fármacos A + B < efeito do fármaco A + efeito do fármaco B. Tipos de antagonismo Físico; Químico; Fisiológico ou funcional; Antagonismo de receptor Antagonismo físico Carvão ativo evita a absorção de alcalóides. Antagonismo químico KMnO4 oxida alcalóides – procedimento usado na lavagem gástrica no envenenamento. Antagonismo fisiológico Histamina e adrenalina nos músculos bronquiais . Antagonismo de receptor Associações medicamentosas úteis •Um fármaco que potencia outro ou modifica os seus efeitos. Exemplo: estrogênio + progestagênio nos anticoncepcionais. •Quando um ou mais fármacos aliviam os sintomas enquanto o fármaco principal cura a infecção. Exemplo: Nas infecções respiratórias – quimioterápico + analgésico + anti-histamínico + descongestionante nasal. •Quando um fármaco combate os efeitos adversos de outra. Exemplo: nalorfina x morfina •Quando o MO infectante desenvolve resistência rapidamente. Exemplo: rifampicina + isoniazida + pirazinamida Associações medicamentosas úteis Um fármaco que combate a infecção e outro que impede o crescimento de certos MOs ou superinfecção. Exemplo: Tetraciclina + nistatina ou anfotericina B. Quando não se pode identificar rapidamente o agente infectante e o paciente necessita de tratamento urgente. Nas doenças parasitárias, onde os fármacos atuam por mecanismos diversos e assim destroem o agente invasor. Exemplo: trimetoprima + sulfametoxazol Associações medicamentosas úteis Nos casos de infecções múltiplas, tais como doenças da pele causadas por Gram (+) e Gram (-). Quando a associação medicamentosa é mais barata e mais conveniente que as mesmos fármacos tomados isoladamente. . Desvantagens das associações medicamentosas . Não permitem flexibilidade de dose. Nem sempre contém os fármacos adequados ou a dose adequada. Podem conduzir à diagnose descuidada e terapia inadequada. Podem interferir coma identificação do agente etiológico. A toxicidade de um dos ingredientes poderá impedir o uso de doses terapêuticas de outro. As toxicidades que surgem nem sempre podem ser associadas com qualquer um dos ingredientes talvez resultem de reações químicas entre ambos durante o armazenamento e o manejo. Dificilmente é necessário mais de um fármaco para combater uma infecção ou corrigir uma disfunção orgânica. Para entender melhor Exercícios de fixação Adalat® nifedipino APRESENTAÇÕES Adalat® cápsulas é apresentado em embalagens com 60 cápsulas gelatinosas de 10 mg de nifedipino cada uma. COMPOSIÇÃO Cada cápsula gelatinosa contém 10 mg de nifedipino. Excipientes: glicerol, sacarina sódica, óleo de menta, macrogol, gelatina, dióxido de titânio, água e amarelo alaranjado. Adalat® cápsulas é indicado para o tratamento de: Doença arterial coronária: - angina do peito crônica estável (angina de esforço) - angina do peito vasoespástica (angina de Prinzmetal e angina variante) Hipertensão essencial Crise hipertensiva O nifedipino é um antagonista do cálcio do tipo 1,4-diidropiridina. Os antagonistas do cálcio reduzem o influxo transmembrana de íons de cálcio para o interior da célula através do canal lento de cálcio. O nifedipino age particularmente nas células do miocárdio e nas células da musculatura lisa das artérias coronárias e dos vasos de resistência periférica. No coração, o nifedipino dilata as artérias coronárias, especialmente os vasos de grande calibre, mesmo no segmento da parede livre de áre.as parcialmente estenosadas. O nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa das arteríolas, diminuindo desta forma a resistência periférica aumentada e, consequentemente, a pressão arterial. O nifedipino é quase completamente absorvido após administração oral. A disponibilidade sistêmica de nifedipino de liberação imediata (Adalat® cápsulas) administrado oralmente é de 45 – 56%, devido ao efeito de primeira passagem. O nifedipino liga-se a 95% das proteínas plasmáticas (albumina). Após administração oral, o nifedipino é metabolizado na parede intestinal e no fígado, sobretudo por meio de processos oxidativos. O nifedipino é excretado na forma de metabólitos, predominantemente por via renal, e cerca de 5 – 15% são excretados por via biliar, nas fezes. Os fármacos que inibem o sistema citocromo P450 3A4 podem aumentar as concentrações plasmáticas de nifedipino são, por exemplo: - antibióticos macrolídeos (p.ex. eritromicina), - inibidores da protease anti- HIV (p.ex. ritonavir), - antimicóticos azólicos (p.ex. cetoconazol), - antidepressivos nefazodona e fluoxetina. Quando administrado simultaneamente com rifampicina, a biodisponibilidade do nifedipino é nitidamente reduzida. Identifique nome genérico e nome da especialidade farmacêutica. O fármaco é usado na forma livre? Justifique sua resposta. Mencione o uso terapêutico do medicamento e seu mecanismo de ação farmacológico. Como ocorre o mecanismo de ação molecular do fármaco? Qual (is) fase(s) do metabolismo sofre o fármaco? Justifique sua resposta. Que outra fase do processo farmacocinético é mostrada no texto? O que acarreta, em termos da ação do fármaco a taxa de ligação à proteína de 95%? O que pode resultar para o paciente da interação entre a rifampicina e nifedipino?
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