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DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS JOSÉ NETO DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Incuráveis (poucas opções terapêuticas) Degeneração progressiva acompanhada ou não de morte de neurônios Provoca alterações motoras (ataxias) Provoca alterações mentais (demência) Capacidade de memória comprometida Estresse Oxidativo Atacam moléculas importantes: DNA, lipídeos da membrana (peroxidação lipídica) e enzimas Lesão mitocondrial (envelhecimento, toxinas ambientais, anormalidades genéticas) leva ao estresse oxidativo pois libera citocromo c no citosol que leva à apoptose Excitotoxicidade É causada pelo excesso de glutamato Glutamato se liga ao receptor NMDA Entrada de sódio na célula (despolarização) Liberação excessiva de cálcio intracelular Apoptose Todas as doenças neurodegenerativas possuem um elo comum que é o acúmulo e processamento anormal de proteínas. Enovelamento Proteico Conformações anômalas por certas proteínas, formando agregados insolúveis Forte tendência para colar nas membranas celulares e para agregação Depósitos amiloides morte neuronal Mecanismos protetores: Proteínas “acompanhantes” ou chaperonas Reação de “ubiquitinação” Sistema Ubiquitina-Proteassoma Responsável pela degradação de proteínas Doença de Parkinson Acúmulo da alfa-sinucleína levando à formação de inclusões intraneuronais (os corpos de Lewy) e lesão da parte compacta da substância negra (redução de dopamina) Caracterizada por rigidez, bradicinesia, tremor e instabilidade postural Doença de Huntingon Distúrbio hereditário Perda dos neurônios GABA Função dopaminérgica exagerada nos gânglios da base, ocasionando sintomas motores Movimentos coreoatetóides (dos membros inferiores e movimentos rítmicos da língua e face) Deterioração mental – psicose, demência Se manifesta no final da 3a década Morte entre 10 e 15 anos (depressão respiratória) Doença de Huntington Tratamento: Antipsicóticos Haloperidol Bloqueiam a dopamina Melhora sintomas motores e psicóticos Benzodiazepínicos Melhora sintomas motores Potencializam o GABA Esclerose Múltipla Desmielinização de neurônios do SNC Sintomas diversos, dependem da área afetada Dor, espasticidade, fraqueza, ataxia, fadiga, além de alterações na fala, visão, marcha e disfunção urinária. Tratamento Espasmos Baclofeno (agonista do receptor GABA Beta) Fisioterapia Crises agudas Prednisona Interferon Beta-1B aumenta a toxicidade das células NK e a atividade fagocitária de macrófagos e reduz a quantidade do Interferon-γ secretado por linfócitos ativados. Esclerose Lateral Amiotrófica Causa desconhecida Unilateral Atrofia muscular - fraqueza Morte entre 2 e 5 anos após a descoberta por insuficiência respiratória Tratamento Espasmos Baclofeno Fraqueza Gabapentina Riluzol Protege contra o glutamato (excitotoxicidade) Doença De Alzheimer Perda padrão dos neurônios Relação direta com envelhecimento Acelerada por: suprimentos sanguíneos insuficientes + aterosclerose Mecanismos genéticos e moleculares Predomínio da síndrome amnésica 16 Patogênese Perda de neurônios e encolhimento do cérebro: Hipocampo e parte basal do prosencéfalo N. colinérgicos: Perda cognitiva e memória de curto prazo Aglomerados proteicos erroneamente enovelados: B-amilóide Possível efeito das isoformas de ApoE no surgimento do Alzheimer: são carreadores de HDL que ajudam no transporte lipídico e reparo do dano cerebral. 17 Patogênese Gene PPA: cromossomo 21 Processamento errado do precursor da proteína amiloide 18 Atiavação daGSK3 Fatores de Risco Envelhecimento Mutações no gene Precursor da Proteína Amilóide (APP) localizado no cromossomo 21 Mutações no processamento de genes da APP (presenilina 1 & 2) Síndrome de Down (trissomia do 21) Fonte: Rang e Dale, 2012 20 VIA ALFA-SECRETASE VIA AMILOIDOGÊNICA Fonte: Clínica Médica USP, 2009 Fonte: Clínica Médica USP, 2009 21 NÃO PRODUZ BETA-AMILÓIDE Objetivos da Abordagem Terapêutica Terapêutica específica: reverter processos patofisiológicos que conduzem à morte neuronal Abordagem profilática: retardar o início da demência ou prevenir declínio cognitivo adicional, uma vez deflagrado processo Tratamento sintomático: restaurar, parcial ou provisoriamente, capacidades cognitivas, as habilidades funcionais e o comportamento dos pacientes portadores de demência Terapêutica complementar: tratamento das manifestações não-cognitivas 22 22 Inibidores de Colinesterase Principais drogas utilizadas na DA leve e moderada Aumentam disponibilidade sináptica de acetilcolina 40% têm melhora nos testes de memória Efeitos a partir de 12 a 18 semanas Ensaio laboratorial: reduz formação e neurotoxicidade da beta amiloide 23 Inibidores de Colinesterase - Tacrina Primeiro fármaco aprovado Inibidor reversível de curta duração Pode ser administrado 4x por dia Não é seletiva para o SNC (inibe acetil e butiril) Efeitos adversos: colinérgicos (náusea e cólicas abdominais) e hepatotoxicidade (30 a 50%) Em desuso 24 Inibidores de Colinesterase de Segunda Geração Rivastigmina Inibidor pseudo-irreversível não seletivo do SNC Duração intermediária Eliminação renal VO ou adesivo cutâneo Donepezil Inibidor reversível seletivo do SNC de longa duração Metabolismo hepático via citocromo P450 Galantamina Inibidor reversível seletivo Modulação receptores nicotínicos de ACh Metabolismo hepático via citocromo P450 25 Memantina DA grave Efeito na neurotransmissão glutamatérgica Antagonista não competitivo dos receptores N-metil-D-aspartato Ação neuroprotetora contra ativação excitatória de receptores de glutamato (agem como Mg) Benefícios sobre função cognitivas, motoras e comportamentais 26 Memantina Absorção no TGI Pico de disponibilidade entre 3 e 8h Duas doses diárias Eliminação renal Pode ser coadministrado com I-ChE Efeitos adversos: diarreia, vertigens, cefaleia, insônia, inquietação, cansaço 27 Outras abordagens Antioxidantes Retardar evolução natural da doença Vitamina E (aumento da mortalidade) e Selegilina AINE Esteroides Estatinas Ginkgo-biloba Glicosídeos de ginkgoflavona e terpenoides reduz toxicidade betamiloide, inibe via apoptótica e protege tecido nervoso contra lesão oxidativa 28 antiparkinsonianos DOENÇA DE PARKINSON LEVODOPA Principal efeito na DP: estimulação de receptores D2, melhorando principalmente a bradicinesia Nem todos respondem ao tto Atravessa BHE (DA não atravessa) Dopa-descarboxilase (DDC): metaboliza a levodopa perifericamente para dopamina e assim o fármaco não chega ao SNC Associação com inibidores de DDC/COMT é importante: diminui metabolização periférica LEVODOPA Inibidores da COMT (Catecol-O-Metiltansferase) A COMT converte a levodopa em 3-O-Metildopa na periferia Entacapone e Tolcapone inibem a enzima Inibidores da DDC Carbidopa Benzerazida LEVODOPA Resposta boa nos primeiros anos No entanto: degeneração progressiva! Reposta diminui com o tempo Piridoxina diminui o efeito da LD, ao aumentar o seu metabolismo periférico EFEITOS COLATERAIS TGI: anorexia CV: arritmias. Hipotensão postural e hipertensão quando associada a IMAO (aumento das catecolaminas) DISCINESIAS (dose-dependente) Comportamentais Carbidopa diminui efeitos adversos periféricos, como TGI e DCV, mas aumenta os efeitos adversos no SNC, como os comportamentais Inibidores da MAO Monoamina-oxidase (MAO) degrada aminas MAOA: dentro do neurônio (NA e 5HT) MAOA e MAOB: astrócito e células da glia Seletivo para MAOA: Moclobemida (Depressão) Seletivo para MAOB: Seleginilina, Rasegilina e Safinamida (Parkinson) Não-seletivo: Ladostigil METABOLIZA DA INIBIDORES DA MAO Reduzem o fenômeno “liga-desliga” AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Bromocriptina: agonista D2 (utilizada na hiper-prolactinemia) Rotigotine. Adesivo, aprovado em 2007 (FDA) no tratamento inicial da DP AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Pramipexol: afinidade por receptores D3. Eficaz em casos mais leves (monoterapia) e associado a Levodopa (pacientes idosos). Ropinirol: Agonista D2. AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Efeitos adversos: Alucinações Confusão Náusea Hipotensão Discinesia Comportamentais AMANTADINA Droga antiviral. Potencializa função dopaminérgica, influenciando a síntese, liberação e captação da DA. AMANTADINA Efeitos adversos: Comportamentais Reações dermatológicas Edema periférico Dor de cabeça ICC Hipotensão ortostática Retenção urinária Distúrbios GI. ANTICOLINÉRGICOS Podem ser usados em algumas situações, mas não fazem parte do tratamento de primeira linha. Reduzem o tremor! questões QUESTÃO 1 Correlacione a doença e sua fisiopatologia: Alzheimer Parkinson Huntington Esclerose Múltipla Esclerose Lateral Amiotrófica ( ) Acúmulo de alfa-sinucleína na SN ( ) Desmielinização neuronal ( ) Causa desconhecida ( ) Perda de neurônios gabaérgicos ( ) Acúmulo de b-amilóide no hipocampo QUESTÃO 2 Sobre a doença de Alzheimer, marque a CORRETA: Ocorre acúmulo de alfa-sinucleína A via da alfa-secretase é uma das principais ocasionadoras do acúmulo de beta-amilóide Existe correlação com mutações ou alterações cromossômicas do 21 As proteínas chaperonas podem levar à formação de placas amilóides As vias da gama-secretase e beta-secretase quando ativadas impedem o surgimento da doença QUESTÃO 3 Por que associar Carbidopa ou Benzerazida à Levodopa no tratamento do Parkinson: Aumentar a produção de Ach Aumentar a produção de DA Ligar-se ao receptor D2, potencializando o efeito Inibir a degradação de catecolaminas nos astrócitos e glia Diminuir a conversão periférica de LD em DA QUESTÃO 4 Qual classe de fármacos usada no Parkinson que pode reduzir o fenômeno liga-desliga: Anticolinérgicos Moclobemida Rasegilina Levodopa Entolcapone
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