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APOSTILA “3” 
DE 
TÍTULOS DE 
CRÉDITO 
 
Tema : NOTA 
PROMISSÓRIA 
 
 
 
 
Material de apoio para a disciplina “Direito de Empresa” 
Elaborado por : Denis Domingues Hermida 
 
 
OBSERVAÇÃO: A redação dessa apostila é feita com base nas obras de 
Fabio Ulhoa Coelho (“Curso de Direito Comercial – volume 1”), de 
Gladston Mamede (“Títulos de Crédito”), de Amador Paes de Almeida 
(“Teoria e Prática dos Títulos de Crédito”), de Waldirio Bulgarelli 
(“Títulos de Crédito”) e de Fran Martins (“Títulos de Crédito – Letra de 
Câmbio e Nota Promissória”), além de apontamentos pessoais do seu 
elaborador 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 Na apostila “1” estudamos a “Teoria Geral dos Títulos de 
Crédito”, objetivando absorver os grandes conceitos inerentes ao regime 
cambiário, como os conceitos de título de crédito, de endosso, de aval e de 
protesto, bem como as classificações dos títulos de créditos e os princípios 
a eles inerentes. 
 
 Formamos, assim, com a abordagem feita na “Teoria Geral dos 
Títulos de Crédito” a estrutura cognitiva necessária para passarmos a 
analisar o regime jurídico específico de cada título de crédito. 
 
 Estudamos na apostila “2” a normatização específica da “letra 
de câmbio”, sempre aproveitando para relembrar temas já estudados na 
teoria geral e aplica-los com especialidade à letra de câmbio. 
 
 É momento, agora, de estudarmos, nesta apostila “3”, o regime 
jurídico da “nota promissória”, que é título de crédito bastante utilizado nos 
negócios jurídicos em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
CONCEITO DE “NOTA PROMISSÓRIA” 
 
 
 A “nota promissória” é uma espécie de título de crédito, contendo, 
por conseqüência, as características inerentes a um título de crédito, 
características essas que não serão repetidas neste texto, remetendo-se o aluno à 
leitura da apostila “1”pertinente à “Teoria Geral dos Títulos de Crédito”. 
 
 É necessário, entretanto, que apontemos as características próprias 
da nota promissória, que a diferenciam das demais espécies de títulos de crédito. 
 
 Gladston Mamede ensina que a nota promissória é um título de 
crédito que documenta a existência de um crédito líquido e certo, que se torna 
exigível a partir de seu vencimento, quando não emitida à vista, sendo um 
instrumento autônomo e abstrato de confissão de dívida, emitido pelo devedor 
que, unilateral e desmotivadamente, promete o pagamento de quantia em dinheiro 
que especifica, no temo assinado na cártula1. 
 
 Amador Paes de Almeida acrescenta que a nota promissória é uma 
promessa de pagamento, contendo, pois, uma promessa e envolve 2(duas) partes 
– o emitente e o beneficiário2. 
 
 Segundo Fábio Ulhoa Coelho, a nota promissória é uma promessa 
de pagamento, cujo saque gera, em decorrência, 2(duas) situações jurídicas 
distintas: a de quem, ao praticar o saque, promete pagar; e a do beneficiário da 
promessa. O primeiro é referido, na Lei Uniforme, por subscritor (embora não 
esteja incorreto chama-lo sacador, emitente ou promitente), e o segundo é o 
tomador (por vezes também chamado de sacado). Pela nota promissória, o 
subscritor assume o dever de pagar quantia determinada ao tomador, ou a quem 
esse ordenar3. 
 
 Citamos também o magistério de Fran Martins, no sentido de que 
“entende-se por nota promissória a promessa de pagamento de certa soma em 
dinheiro, feita, por escrito, por uma pessoa, em favor de outra ou à sua ordem. 
Aquele que promete pagar, emitindo o escrito, tem o nome de sacador, emitente 
ou, segundo a Lei Uniforme, subscritor; a pessoa em favor de quem a promessa é 
feita denomina-se beneficiário ou tomador. Na nota promissória, como se vê, 
 
1
 MAMEDE, Gladston. Títulos de crédito: de acordo com o novo código civil, Lei 10.406, de 10-01-
2002. São Paulo: Atlas, 2003, p. 218 
2
 ALMEIDA, Amador Paes. Teoria e Prática dos Títulos de Crédito. São Paulo:Saraiva, 24a edição, 
2005, p.79 
3
 COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito comercial. Volume 1. 8ª edição revista e atualizada. São 
Paulo: Saraiva, 2004, p. 429 
 
figuram, inicialmente, apenas dois elementos pessoais, o emitente e o 
tomador...”4. 
 
 Assim, colhemos as seguintes características específicas da nota 
promissória: 
- é uma promessa de pagamento: vale lembrar que se entendem por “promessa de 
pagamento” os títulos que, quando de sua emissão, envolvem 2(dois) sujeitos: o 
promitente e o beneficiário. O promitente promete entregar ao beneficiário, em 
certa data, determinada importância. Veja que, nessa classe de títulos de crédito, 
quem entrega a importância ao beneficiário é o próprio promitente (que emitiu o 
título); 
 
- consubstancia-se num ato unilateral de promessa: para a emissão/saque de uma 
nota promissória basta a vontade unilateral do emitente (sacador, subscritor ou 
promitente), não sendo requisito essencial a “concordância” do beneficiário 
(tomador ou sacado) sacado quanto à intenção do emitente; 
 
- é uma promessa de pagamento, pura e simples, de pagamento de quantia em 
dinheiro que especifica, no termo assinado na cártula: a declaração feita pelo 
emitente de que pagará o valor constante do título não depende de “condição” 
(evento incerto), é incondicional; 
 
- gera 2(duas) situações jurídicas: a do emitente (subscritor, sacador ou 
promitente) e a do beneficiário (tomador ou sacado) 
 
 
 Em conclusão, podemos afirmar que a nota promissória é a 
espécie de título de crédito que se consubstancia numa declaração unilateral 
de promessa de pagamento de determinada quantia líquida, independente de 
condição (evento futuro incerto), e que gera 2(duas) situações jurídicas, a do 
emitente (também denominado “subscritor”, “sacador” ou “promitente”) – 
que é o emitente da nota promissória, aquele que se compromete a pagar a 
quantia fixada no título na data avençada – e a do beneficiário (também 
denominado “tomador” ou “sacado”), a quem cabe receber o valor do título 
na data avençada (caso não o transfira a outra pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 MARTINS, Fran. Título de credito. Letra de câmbio e nota promissória. Rio de Janeiro: Forense, 1995, 
p. 377 
II – DIFERENÇA ENTRE NOTA PROMISSÓRIA E LETRA DE CÂMBIO 
 
 
 A nota promissória diverge da letra de câmbio, pois enquanto 
aquela é uma “promessa de pagamento”, esta é uma “ordem de pagamento”. 
Assim, a nota promissória dispensa o aceite5. 
 
 Enquanto na letra de câmbio são três, basicamente, as situações 
jurídicas geradas pelo saque – a do sacador, a do sacado e a do tomador -, na nota 
promissória são geradas, com a emissão, 2(duas) situações jurídicas: a do 
emitente (também denominado sacador, subscritor ou promitente) e a do 
beneficiário (também denominado sacado ou tomador). 
 
 Também, há de se acrescentar que não existe a figura jurídica do 
“aceite” na nota promissória, além de que, no título em estudo o devedor 
principal é o emitente (também denominado sacador, subscritor ou promitente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 BULGARELLI, Waldirio. Títulos de crédito. São Paulo: Atlas, 1995, 11a edição atualizada, p. 222 
 
 
 TÍTULO 
QUESITO 
 
 
 LETRA DE CÂMBIO 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
 
Estrutura 
 
 
Ordem de Pagamento 
 
Promessa de Pagamento 
 
 
Aceite 
 
 
Tem a figura jurídica do 
aceite 
 
Não tem a figura jurídica 
do aceite 
 
Devedor principal 
 
 
Sacado 
 
Emitente (sacador) 
 
Número de situações 
jurídicas geradas pelosaque 
 
 
3(três): a do sacador, a do 
sacado e a do tomador 
 
2(duas): a do subscritor e 
a do tomador 
 
III – DO REGIME JURÍDICO (NORMATIZAÇÃO) DA NOTA 
PROMISSÓRIA 
 
 Na forma do artigo 77 da LEI UNIFORME, às notas promissórias 
são aplicáveis, na parte em que não sejam contrárias à natureza da nota 
promissória, as disposições relativas à letra de câmbio referentes a: 
 
- endosso (arts. 11 a 20) 
- vencimento (arts. 33 a 37) 
- direito de ação por falta de pagamento (arts. 38 a 42) 
- pagamento por intervenção (arts. 43 a 50 e 52 a 54) 
- cópias (arts. 67 e 68) 
- alterações (art. 69) 
- prescrição (arts. 70 e 71) 
- dias feriados, contagem de prazos e interdição de dias de perdão (arts. 72 a 74) 
- estipulação de juros (art. 5º) 
- as indicações de divergência da quantia a pagar (art. 6º) 
- a letra em branco (art.10º) 
 
 O artigo 78 da LEI UNIFORME impõe que o emitente(subscritor) 
da nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante (sacado que 
deu seu “aceite”) na letra de câmbio. 
 
 Atualmente, a nota promissória encontra-se regulada por uma 
convenção internacional, a chamada Lei Uniforme em Matéria de Letras de 
Câmbio e Notas Promissórias, aprovada em Genebra nos anos de 1930, e 
promulgada no Brasil por meio do Decreto no. 57.663/66. Supletivamente, 
aplicam-se à letra de câmbio as normas do Decreto no. 2.044/08, que não 
conflitem com o Código Civil ou com a citada Lei Uniforme, hipótese na qual 
estaria caracterizada a derrogação de seu texto6 
 
 Em suma, podemos afirmar que 3(três) são os diplomas legais que 
tratam da letra de câmbio: 
 
- A LEI UNIFORME : que é a principal fonte normativa da nota promissória, 
sendo que as suas normas, chocando-se com as do Código Civil e do Decreto 
2.044/08, derrogam-nas em razão do princípio da especialidade (frente ao código 
civil) e frente ao princípio cronológico (frente ao Decreto 2.044/08). 
 
- CÓDIGO CIVIL: traça normas gerais sobre títulos de crédito que, conforme 
artigo 903 do mesmo Código Civil, somente prevalecem na hipótese de 
inexistência de conflito com normas que especificamente tratem da nota 
promissória (Lei Uniforme e Decreto 2.044/08) 
 
- DECRETO 2.044/08: impõe normas específicas para a “letra de câmbio” e para 
a “nota promissória” que, se tratarem do mesmo assunto, afastam a aplicabilidade 
 
6
 MAMEDE, Gladston. Títulos de crédito: de acordo com o novo código civil, Lei 10.406, de 10-01-
2002. São Paulo: Atlas, 2003, p. 184 
das normas gerais do código civil (artigo 903 do CC), mas que são revogadas por 
normas da Lei Uniforme que tratem do mesmo assunto (princípio cronológico – 
lei posterior revoga lei anterior quando tratarem de matérias idênticas). 
 Na realidade, tanto o Decreto 2.044/08 quanto o Código 
Civil têm uma função normativa SUPLEMENTAR em relação à Lei Uniforme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – PECULIARIDADES DO REGIME JURÍDICO DA NOTA 
PROMISSÓRIA EM RELAÇÃO AO DA LETRA DE CÂMBIO 
 
 
 A nota promissória está disciplinada pelo regime jurídico 
aplicável às letras de câmbio. Assim, todos os aspectos examinados anteriormente 
relativos à letra de câmbio lhe são aplicáveis às notas promissórias, justificando-
se apenas quatro observações de modo a ajustar o regime definido para a letra de 
câmbio às particularidades da nota promissórias, quais sejam: 
 
 
1- Não se aplicam às notas promissórias as regras da letra de câmbio 
incompatíveis com a natureza de promessa de pagamento apresentada por 
aquelas. Como já estudado, as letras são ordens de pagamento e, em razão disso, 
há dispositivos na legislação referente àquelas que não podem incidir sobre a nota 
promissória, exatamente porque possui natureza de promessa e não de ordem de 
pagamento. Em geral, esses dispositivos de exceção, isto é, que não se aplicam as 
notas promissórias, são: 
 
- os regradores da apresentação do título ao sacado para aceite e das 
conseqüências das condutas derivadas do ato (recusa, total ou parcial, ou 
aceitação da ordem). Por exemplo: as normas sobre cláusula “não 
aceitável”, prazos de apresentação ao sacado, forma de aceite, recusa 
parcial, vencimento antecipado e outras são insuscetíveis de aplicação às 
notas promissórias; 
 
 
2- O artigo 78 da Lei Uniforme determina que se aplicam ao subscritor (emitente) 
da nota promissória as regras aplicáveis ao aceitante da letra de câmbio. A 
equiparação decorre do fato de serem ambos os devedores principais dos 
respectivos títulos. Desse modo, a prescrição da execução da nota contra o 
subscritor é igual à da execução da letra contra o aceitante (quer dizer, 3 anos, 
nos termos do artigo 70 da Lei Uniforme). Outro exemplo: o protesto do título é 
facultativo contra o subscritor da nota promissória, porque assim é em relação ao 
aceitante da letra; 
 
3- Quanto ao aval, temos a situação do avalizado na hipótese do aval em branco, 
em que o artigo 77, parte final, da Lei Uniforme determina que: “se o aval não 
indicar a pessoa por quem é dado, entender-se-á ser pelo subscritor da nota 
promissória”. 
 
 
4- A nota promissória admite a modalidade de “a certo termo da vista”, por 
expressa previsão do artigo 78 da Lei Uniforme. Do exposto no item “1”, temos 
que, em tese, o vencimento “a certo termo de vista”, aplicável à letra de câmbio, 
não seria aplicável à nota promissória (vez que esta não tem aceite, que é o fato 
que inicia a contagem do prazo do vencimento a certo termo de vista na letra de 
câmbio). No entanto, na medida em que o artigo 78 da Lei Uniforme disciplinou 
a figura do vencimento “a certo termo de vista” na nota promissória, o obstáculo 
acima apontado encontra-se superado. Esse tipo de vencimento, na nota 
promissória, funciona da seguinte maneira: 
 
- o subscritor (emitente) promete pagar quantia determinada, ao término 
de prazo por ele definido e cujo início se opera a partir do visto, a ser 
oportunamente dado na nota pelo próprio subscritor (“cinqüenta dias 
após o visto, pagarei por esta nota promissória o valor de R$ ....). O 
portador da nota promissória, no caso, tem o prazo de 1(um) ano, a 
contar do saque, para apresenta-la ao subscritor. Praticado o ato, começa 
a fluir o termo mencionado no título, e, consumado esse, dá-se o 
vencimento. Se, por outro lado, o visto é negado pelo subscritor, caberá 
ao portador protestar a nota, correndo o prazo de vencimento a partir da 
data do protesto. 
 
 
 
 Em conclusão, para adaptarmos o regime jurídico da letra de câmbio à 
nota promissória, devemos nos atentar aos seguintes pontos: 
 
- inaplicabilidade das regras incompatíveis com a natureza de promessa de 
pagamento da nota; 
 
- equiparação do subscritor (emitente) da nota ao aceitante da letra; 
 
- no aval em branco, o subscritor(emitente) da nota é o avalizado; 
 
- a nota promissória a certo termo de vista vence depois de decorrido o prazo nela 
mencionado, isto é, a partir do visto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – ASPECTO MATERIAL E REQUISITOS DA NOTA PROMISSÓRIA 
 
 
 
a) Aspecto Material 
 
 Quanto ao aspecto material, a nota promissória ordinariamente 
consiste num retângulo de papel escrito na frente(anverso) no sentido do seu 
cumprimento e atrás (verso) no da sua largura. Entretanto, pode ser de outros 
materiais, tais como madeira, pergaminho, a pedra, o marfim. Em geral, elas são 
impressas, podendo, porém, ser manuscritas, datilografadas, admitindo-se sejam 
escritas com tinta, lápis, sangue, ácido etc. Não obstante, essa possibilidade é 
teórica, pois que hoje, elassão emitidas apenas em papel e geralmente mediante 
preenchimento de formulários já impressos, os quais, aliás, via de regra, contêm 
cláusulas desnecessárias7. 
 
 Lembremos que, segundo a classificação dos títulos de 
crédito quanto ao modelo, a nota promissória é um título “livre”, já que não 
possuem padrão de utilização obrigatória, bastando, para sua eficácia, que sejam 
atendidos os requisitos mínimos legais. 
 
 
Modelo de nota promissória: 
 
 Santos, 10 de agosto de 2005 R$ 1.200,00 
 
 A vista, pagarei a JOÃO DA SILVA, por esta NOTA PROMISSÓRIA, a 
quantia de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) a PEDRO RIBEIRO, na praça 
de Santos. 
___________________ 
Emitente – João da Silva 
CPF 
Endereço 
 
 
b) Requisitos essenciais 
 
 
 O artigo 75 da LEI UNIFORME impõe os seguintes requisitos 
essenciais à Nota Promissória: 
 
1- Denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa 
na língua empregada para a redação do título; 
 
 
 
7
 BULGARELLI, Waldirio. Títulos de crédito. São Paulo: Atlas, 1995, 11a edição atualizada, p. 142 
2- Promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
 
3- A época do pagamento 
 
4- A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 
 
5- O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
 
6- A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
 
7- A indicação da pessoa que emite a nota promissória (subscritor). 
 
 
 Acrescente-se que, para o atendimento completo das formalidades 
exigidas em lei, deve o emitente da Nota Promissória estar identificado pelo 
número da Cédula de Identidade, inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), 
do Título de Eleitor ou da Carteira Profissional (Lei no. 6.268/75, art. 3º) 
 
 
 
 
c) Conseqüência da falta de qualquer dos requisitos essenciais 
 
 O artigo 76 da LEI UNIFORME é claro ao impor que a falta de 
qualquer dos requisitos essenciais da nota promissória leva à conseqüência de 
falta de efeitos, salvo alguns casos, constantes do próprio artigo 76, abaixo 
indicados: 
 
- Se não constar a época do pagamento, o título será considerado “à vista”; 
 
- Caso não seja indicado o local do pagamento, o lugar onde o título foi emitido 
considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar de 
domicílio do emitente da nota; 
 
- Caso a nota promissória não conste da indicação do lugar onde foi emitida, 
considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do 
subscritor.

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