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DIREITO CAMBIÁRIO AVAL

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AVAL 
O AVAL é instituto cambiário. É uma garantia pessoal que diz respeito aos 
títulos de credito. Por ser um instituto cambiário, esta garantia deverá estar 
expressa na cártula. A lei diz que o aval deverá ser inserido no anverso da 
cártula ou em qualquer outro lugar da cártula, desde que esta assinatura seja 
seguida da indicação do aval. 
O aval é uma declaração cambiária sucessiva (após a constituição do titulo) e 
eventual (porque ela não é imprescindível). 
Em principio, qualquer pessoa com capacidade pode ser avalista. Ao emitir 
esta declaração de vontade o avalista garante para uns o pagamento do TC, 
tornando-se sempre um devedor cambiário de regresso, pois poderá cobrar 
dos devedores indiretos e de seu avalizado. 
CONCEITO DE AVAL: 
O Aval configura uma declaração cambiária sucessiva e eventual feita, 
segundo o entendimento dominante, por qualquer pessoa com capacidade 
(integrante ou não da relação jurídica cambiária) e tem por finalidade garantir 
pessoalmente o pagamento do título ou o cumprimento da obrigação cambiária 
(dependendo da posição que ele ocupe na relação cambiária) tornando-se 
sempre um devedor cambiário de regresso, que por sua vez poderá ser um 
devedor cambiário direto ou indireto.  Art. 32 da LUG, art. 899 NCC, art. 77 da 
LUG, art. 30 e 31 da Lei do cheque. 
NATUREZA JURIDICA DO AVAL: 
Pontes de Miranda minoritariamente, entende que o aval é uma obrigação 
equiparada e para este autor, em termos técnicos, o aval não seria uma 
garantia porque o avalista se equipara ao seu avalizado. Este entendimento 
encontra respaldo no art. 899 NCC. 
Requião e todo o resto da doutrina entendem que o aval é uma declaração 
unilateral de vontade que consiste em uma garantia autônoma. Ou seja, se a 
obrigação do avalizado tiver algum defeito, este defeito não poderá ser alegado 
pelo seu avalista. As defesas pessoais do avalizado não poderão ser alegadas 
pelo avalista, pois nesta obrigação cambiária (no aval) há o principio da 
autonomia. Trata-se de uma garantia cambial autônoma. 
PERGUNTA: O avalista tem que ser terceira pessoa com capacidade ou pode 
ser alguém que já integrava a relação cambiária? 
Exemplo: O endossante B pode ser avalista de R na mesma relação 
cambiária? 
O entendimento dominante é no sentido de que o avalista pode ser qualquer 
pessoa, seja esta pessoa um terceiro estranho à relação cambiária, seja esta 
pessoa um sujeito que já integrava a relação cambiária. 
O entendimento minoritário entende que o avalista só pode ser terceira pessoa. 
Para este entendimento o avalista não pode ser uma pessoa que já integrava 
aquela mesma relação cambiária porque esta pessoa antes de ser avalista já 
era um devedor cambiário e não seria lícito que ela aumentasse a sua 
responsabilidade cambiária. 
CARACTERÍSTICAS DO AVAL: 
Aval é uma declaração unilateral de vontade. É uma declaração cambiária. 
O aval é uma declaração cambiária eventual (não é imprescindível para a 
existência do TC) e sucessiva (porque esta declaração cambiaria ocorre após a 
constituição do TC). 
O aval é um ato de favor. É um ato de liberalidade. 
PERGUNTA: Caso o TC venha a prescrever, pode ser proposta a ação de 
enriquecimento ilícito em face do avalista? 
A ação de enriquecimento ilícito tem como pressupostos a prescrição, o 
enriquecimento ilícito de alguém e o empobrecimento de outrem. 
Como o aval é um ato de liberalidade não houve enriquecimento ilícito do 
avalista, logo, esta ação só poderá ser proposta em face de quem enriqueceu 
ilicitamente. 
 O aval pode ser em branco ou em preto: 
AVAL EM PRETO – O aval em branco indica qual o sujeito que está sendo 
avalizado. 
AVAL EM BRANCO - O aval em branco não identifica o avalizado. Não 
identifica qual o sujeito da relação cambiaria está sendo avalizado. No aval em 
branco há a presunção absoluta de que o aval foi dado em favor do constituidor 
do TC –  art. 899, parte final do NCC c/c art. 31 da LUG, art. 77 da LUG e art. 
30 da lei do cheque. 
 O aval pode ser total ou parcial 
AVAL TOTAL: É o aval que garante a dívida toda. 
AVAL PARCIAL: É o aval que garante apenas uma parte da obrigação. Para 
que haja o aval parcial é preciso que o avalista insira na cártula esta 
peculiaridade pois se o avalista não disser expressamente que garante apenas 
uma parte da obrigação, aquele aval será considerado total. 
O direito brasileiro admite o aval parcial? 
O art. 897, PU do NCC, expressamente vedou o aval parcial. No entanto o art. 
903 do NCC preceitua que deve prevalecer o disposto nas leis especiais. Em 
sendo assim, se a lei especial autorizar o aval no todo ou em parte, esta 
prevalecerá (art. 30 da LUG, art. 29 da Lei 7357/85, art. 25 da Lei 5474/68). 
Nestes casos em que é admitido o aval parcial. É imprescindível que o aval 
parcial conste literalmente na cártula, face ao principio da literalidade. 
Embora existam leis especiais admitindo o aval parcial, o art. 897, PU do NCC 
será aplicado sempre que houver TC atípicos (sem previsão legal) ou nos TC 
típicos quando a lei reguladora destes TC for omissa quanto ao aval. Nestes 
casos será vedado o aval parcial na forma do art. 897, PU, NCC. 
03/03/2005 
AVAL PÓSTUMO: O aval póstumo é aquele prestado pelo avalista após o 
vencimento do TC e após o transcurso do prazo para o protesto ou após o 
protesto. 
Todo aval póstumo é posterior ao vencimento, mas nem todo aval após o 
vencimento é aval póstumo, pois pode acontecer do aval ser efetuado após o 
vencimento e dentro do prazo para o protesto e neste caso não haverá o aval 
póstumo. 
Art. 900 do NCC diz que o aval posterior ao vencimento produz os mesmos 
efeitos do aval anteriormente dado, desde que antes do transcurso do prazo 
para o protesto, ou antes do protesto. . 
Ex: A emite uma NP para B com vencimento para o dia 10/03/2005. O dia do 
protesto é dia 11/03/2005 (primeiro dia útil a contar do vencimento). 
Imaginemos que houve o protesto no dia 11/03/05 as 16 h. 
e Y avalizou A neste mesmo dia 11/03/2005, as 7h da manhã, ou seja, dentro 
do prazo do protesto e antes do protesto. Neste caso não houve o aval 
póstumo. 
Exemplo: A emite uma NP para B com vencimento para o dia 10/03/2005. O 
dia do protesto é dia 11/03/2005. Bprotesta esta NP no dia 11/03/2205 e após 
a efetivação do protesto, Y avaliza esta NP no dia 15/03/2005, ou seja, após o 
vencimento, após o protesto e após o prazo do protesto. Neste caso há o aval 
póstumo. 
O art. 900 do NCC dispõe que o aval posterior ao vencimento produz os 
mesmos efeitos do anteriormente dado. Mas e quanto ao aval posterior ao 
prazo do protesto? 
A lei nos diz que o endosso póstumo produz efeito de cessão de crédito. 
Mas a lei é omissa em relação ao o aval póstumo, efetuado após o protesto ou 
após o prazo para o protesto. E por causa desta omissão, há controvérsias. 
1ª corrente: Luis Emygdio entende que o aval póstumo, realizado após o 
protesto e após o prazo para o protesto, não tem qualquer validade. O avalista 
póstumo não pode ser cobrado porque após o protesto do TC a relação 
cambiária se exaure e, portanto o aval não tem qualquer valor. 
2ª corrente: Fran Martins entende que o aval póstumo é uma garantia, 
entretanto, produz efeitos de uma de fiança. Para eles, como a legislação é 
omissa, deve ser feito um paralelo entre o aval póstumo e o endosso póstumo. 
Da mesma forma que o endosso póstumo produz efeitos de uma cessão civil 
de crédito, o aval póstumo também seguirá esta regra, e por esta razão, o aval 
póstumo deixa de ser um aval propriamente dito, e passa a produzir os efeitos 
de uma fiança. Por produzir os efeitos de uma fiança, o fiador (avalista 
póstumo) terá responsabilidade subsidiária, porque na fiança há o benefício de 
ordem e desta forma o afiançado deve ser executado antes do fiador, salvo se 
houver cláusula expressa do fiador renunciandoao beneficio de ordem. (É 
diferente do aval onde a responsabilidade do avalista é solidária à 
responsabilidade do avalizado e, portanto o credor poderá executar qualquer 
um deles eis que no aval não há o beneficio de ordem). Nós veremos mais a 
frente as principais diferenças entre aval e fiança! 
3ª corrente: João Nonato Borges entende que diante da omissão legislativa o 
aval póstumo será considerado um aval propriamente dito desde que o avalista 
possa ser demandado, ou seja, desde que na época em que o avalista avalizou 
o TC ele pudesse ser executado. Para ele, o aval póstumo efetuado após a 
prescrição do TC não tem efeito cambiário, pois após a prescrição do TC este 
passa a ser cambiariamente inexigível e, portanto o avalista não pode ser 
demandado. 
Exemplo: A emitiu NP para B com vencimento para o dia 10/03/2005 
e Y avalizou A, após o vencimento e após transcorrido o prazo para o protesto. 
Quando ele avalizou o TC, o credor B deste TC podia demandá-lo ou o TC já 
estava prescrito? 
B é credor, A é devedor direto e principal. E Y por ter avalizado o A também 
será devedor direto e principal. Neste caso, não houve protesto porque o 
protesto era desnecessário, eis que o credor pode executar o devedor principal 
independentemente do protesto. Para esta 3ª corrente, como esta NP não está 
prescrita (pois a NP prescreve em 3 anos), o Y pode ser executado eis que na 
época em que ele realizou o aval ele poderia ser executado. 
Exemplo ²: A emite uma NP para B que o endossa tempestivamente 
para C que é o credor. Y avalizou B após o protesto e após o prazo para o 
protesto. A NP não foi protestada. Neste exemplo, C pode demandar o A que é 
devedor direto e principal, logo para que A seja executado não há necessidade 
de protesto. Mas, para esta corrente, C não poderá executar B nem Y, pois 
o B é devedor indireto e seu avalista também será devedor indireto. Sem o 
protesto os devedores indiretos não podem ser executados. 
Natureza jurídica do direito de regresso do avalista: 
Exemplo: A emite uma NP em favor de B, sendo que o A tem o avalista Y. Se 
o B executar o Y este não poderá alegar as defesas pessoais de A para não 
pagar o B. Se o Y pagar a NP ele terá direito a ingressar com uma ação 
regressiva em face de A, que é o seu avalizado, pois o avalista é um devedor 
de regresso. Esta ação regressiva tem natureza executória (não é uma ação de 
conhecimento). A ação regressiva que o avalista propõe em face de seu 
avalizado é uma ação cambiária, executória. 
AVAL & FIANÇA 
Aval e fiança se assemelham porque são garantias pessoais também 
chamadas de garantias fidejussórias. A partir do NCC, ambos precisam de 
outorga uxória para serem realizados ( art. 1647, III, NCC). 
Mas o aval não se confunde com a fiança. 
Aplica-se ao aval os institutos cambiários ao passo que aplica-se a fiança os 
institutos civis. 
No aval há o principio da literalidade, o aval só pode ser realizado no TC, na 
cártula. Já a fiança é um contrato acessório, que pode vir escrito tanto no 
contrato principal como em um contrato acessório em separado. 
No aval há autonomia das obrigações assumidas pelo avalista. Ou seja, se a 
obrigação do avalizado for nula, esta nulidade não atinge o avalista. Já na 
fiança, se a obrigação principal (do avalizado) for nula, esta nulidade atinge 
também a obrigação do fiador, que é uma obrigação acessória. 
Os devedores cambiários são devedores solidários, onde o credor pode cobrar 
de um ou de outro ou dos dois. Ou seja, o credor pode cobrar do avalista, ou 
do avalizado ou dos dois porque se trata de uma obrigação solidária. Já na 
fiança a há obrigações subsidiárias e sendo assim o credor só poderá cobrar 
do fiador depois de cobrar do afiançado. Uma vez que o afiançado não pague 
ao credor, este poderá acionar o fiador, pois na fiança há o beneficio de ordem. 
O aval é uma declaração unilateral de vontade ao passo que a fiança é um 
contrato bilateral. 
AVAL FIANÇA 
O aval é um instituto cambiário que 
obedece aos princípios cambiários 
A fiança é um instituto civil. 
O aval é declaração unilateral de 
vontade 
A fiança é contrato, logo, é declaração 
bilateral da vontade. 
O aval segue ao principio da 
literalidade, logo tem que ser 
prestado na própria cártula. 
A fiança não tem literalidade, logo ela pode 
ser inserida no próprio contrato principal 
como em um documento em separado. 
O aval é uma garantia cambiária 
autônoma onde a obrigação do 
avalista não se confunde com a 
obrigação do avalizado. Ainda que 
haja um vício intrínseco na 
obrigação do avalizado, este vício 
não anulará a obrigação do 
avalista. 
A fiança é um contrato acessório, onde não 
há autonomia entre o fiador e o afiançado. 
Na relação jurídica entre fiador e afiançado 
há a regra da acessoriedade. O contrato 
acessório de fiança seguirá a sorte do 
contrato principal. Se houver um vício na 
obrigação principal, este vício vai 
contaminar a relação jurídica do fiador. 
Se a obrigação do avalista é 
autônoma, sobre ela incide a regra 
da inoponibilidade das exceções 
pessoais. O avalista não pode se 
defender alegando as matérias de 
defesa pessoal do avalizado. 
O fiador pode defender-se utilizando as 
defesas pessoais do seu avalizado, pois na 
fiança, o fiador não precisa respeitar as 
regras da inoponibilidade das exceções. 
Entre avalista e avalizado há 
solidariedade. Avalista e avalizado 
são devedores solidários. O credor 
pode executar ou um ou outro ou 
os dois ao mesmo tempo. 
Entre fiador e afiançado há 
subsidiáriedade. O fiador tem direito ao 
benefício de ordem, e desta forma, o 
credor terá que executar primeiro o 
afiançado e somente depois poderá 
executar o fiador, salvo se expressamente 
o fiador recusar este benefício. 
O avalista no momento em que 
presta o aval, este será realizado 
sobre uma dívida líquida e certa. 
No momento em que o fiador presta a 
fiança, a obrigação não precisa estar 
líquida, ainda que ela tenha que ser 
liquidada no momento da execução.

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