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* * * SISTEMA ENDÓCRINO Conceitos gerais Hormônios são substâncias químicas produzidas por tecidos específicos, e transportadas pelo sistema vascular sanguíneo p/ afetar outros tecidos em baixas concentrações. Sistema endócrino evoluiu p/ permitir a regulação de processos fisiológicos. * * * Usa mensageiros químicos chamados hormônios. Outros sistemas de controle usam substâncias, que não são transportadas via sangue para influenciar atividade celular distante. Tais sistemas servem como meios de integração local entre células. São denominados efetores parácrinos, nos quais o mensageiro se difunde através dos líquidos intersticiais, para influenciar células adjacentes. * * * Se o mensageiro agir na célula de sua origem, a substância é chamada efetor autócrino. * * * Neurotransmissores – afetam comunicações entre neurônios e células alvo. Efetores exócrinos – substâncias que são liberadas no organismo (hormônios pancreáticos liberados no TGI). * * * O sistema endócrino e nervoso estão integrados no seu controle dos processos fisiológicos O sistema endócrino interage com outro principal sistema regulador, o nervoso, que coordena as atividades que requerem controle rápido. Ex: reflexo no qual a sucção causa a liberação de leite. A sucção leva os impulsos nervosos da glândula mamária para o hipotálamo. * * * Neurônios neurossecretores são estimulados para produzir ocitocina. É levada ao longo dos axônios e liberada no sangue. Na glândula, causa contração das células mioepiteliais. * * * Essas células envolvem o alvéolo (unidade secretora de leite), resultando no movimento de leite para as cisternas e depois para a teta. O sistema endócrino está envolvido no controle de funções fisiológicas, incluindo: Metabolismo Crescimento Reprodução * * * Ação hormonal é relativamente lenta e prolongada, com os efeitos dos hormônios durando minutos a dias. SN – em contraste é rápida e curta. Síntese de hormônios 1. Protéicos São sintetizados em ribossomos como proteínas precursoras maiores, chamadas pré-pró-hormônios Sua síntese começa nos ribossomos c/ a porção pré ligando-se ao RER. * * * Depois ele deixa o RER em vesículas, as quais se movem p/ aparelho de Golgi, onde se fundem c/ as membranas de Golgi p/ formar grânulos secretores Eles ficam armazenados nesses grânulos até sua liberação. A maior parte é secretada por exocitose em resposta a um sinal específico. Esse processo requer ATP e cálcio. 2 . Esteróides * * * * * * São sintetizados a partir do colesterol, sintetizado pelo fígado. Eles não ficam armazenados, sendo liberados conforme são sintetizados. Ao contrário dos protéicos, são lipofílicos. Enquadram-se em duas categorias: hormônios adrenocorticais (glicocorticóides) e sexuais (estrógeno, progesterona). Tipo de hormônio sintetizado depende da presença de enzimas específicas na célula particular. * * * Ex: apenas células do córtex da adrenal contêm enzimas p/ produção de glico e mineralocorticóides Esses hormônios são secretados imediatamente após formados por simples difusão através da membrana celular – estrutura lipofílica. * * * Transporte de hormônios no sangue Hormônios protéicos são hidrofílicos - transportados no plasma na forma dissolvida. Esteróides e os hormônios tireóideos são lipofílicos e transportados no plasma associados a proteínas ligadoras, c/ uma quantidade de hormônio livre pequena. Proteínas carreadoras que têm altas afinidades possuem baixa capacidade. O hormônio deve estar na forma livre antes de entrar na célula alvo. * * * A forma livre em geral representa cerca de 1% da quantidade total de hormônio no plasma. Sistema é susceptível à utilização da forma livre, c/ a mesma reabastecida rapidamente por dissociação de hormônio ligado a proteína. Interação hormônio-célula Esteróides – lipossolúveis e capazes de permear todas as células do organismo. * * * Solução – células alvos tem receptores que são específicos para um determinado hormônio. Caso dos esteróides – receptores se localizam no citoplasma ou núcleo das células alvo. Protéicos – receptores estão na membrana plasmática. Quanto maior afinidade do receptor p/ o hormônio, mais longa a resposta biológica. Término da ação requer dissociação do hormônio do receptor. Isso ocorre c/ a diminuição da concentração plasmática * * * * * * Os receptores nas células estão em quantidades bem maiores do que é preciso p/ a produção de uma resposta biológica. A ocupação de menos de 50% dos receptores produz resposta máxima. Respostas celulares pós-receptoras Os esteróides interagem diretamente c/ o núcleo celular, devido a sua capacidade de penetrar na membrana plasmática lipoprotéica. * * * Já os protéicos requerem um mensageiro, pois não podem entrar na célula. A substância intermediária é conhecida como segundo mensageiro – AMPc. A resposta biológica a uma interação hormônio protéico com o receptor é mais rápida do que para esteróides – enzimas pré-existentes são ativadas. No caso da resposta biológica a esteróide – requer a síntese de proteína enzimática. * * * Metabolismo de hormônios O metabolismo de esteróides envolve redução da molécula e aumento da sua hidrossubilidade, permitindo que sejam excretados na urina. Fígado – principal órgão responsável por esse processo. Mecanismos e controle de retroalimentação O controle mais importante para os hormônios é o sistema de retroalimentação negativa. * * * Concentrações aumentadas de hormônio resultam em menor produção desse hormônio, geralmente por meio de interação c/ hipotálamo ou hipófise. * * * Os efeitos dos hormônios são proporcionais às suas concentrações no sangue. O principal fator que afeta as concentrações hormonais no sangue é a taxa de secreção por um órgão específico. Desenvolveram-se sistemas de controle do circuito de retroalimentação, em que as concentrações de hormônios são monitoradas no ponto controlador, para aumentar ou diminuir a secreção de um hormônio por um órgão endócrino. * * * O mais comum é o de retroalimentação negativa, o qual permite o sistema neutralizar a secreção hormonal ou mantê-la constante. Ex: hipotálamo controla a secreção de hormônios na hipófise anterior por meio da secreção de hormônios liberadores. Se as concentrações de hormônio no sangue caírem abaixo do limite fisiológico, ocorre um aumento na produção de hormônio liberador. * * * Por outro lado, se a concentração hormonal subir, acima dos limites, verifica-se a parada da produção de hormônio liberador do hipotálamo. Nesse tipo de sistema, continuamente estão sendo feitas alterações e adaptações para manter a concentração hormonal ideal. Há também sistemas de retroalimentação positiva, embora sejam muito menos comuns. Ex: aumento na secreção de LH nas fases finais de desenvolvimento dos folículos ovarianos. * * * Secreção endócrina pode ser influenciada por certos fatores, como sono ou luz, e ter ritmos Os padrões hormonais podem mudar numa base aproximada de 24 h, processo conhecido como circadiano. HIPOTÁLAMO O hipotálamo coordena a atividade da hipófise * * * Os dois principais sistemas controladores são o SN e endócrino. A integração entre esses sistemas ocorre, na maior parte, no hipotálamo. O hipotálamo produz substâncias que influenciam a hipófise para produzir hormônios (ex: ACTH), ou hormônios que causam diretamente efeito biológico nos tecidos (ex: prolactina). Hipófise * * * * * * É constituída pela adeno-hipofise (lobo anterior), neuro-hipófise (parte nervosa ou lobo posterior), pela parte intermediária (lobo intermediário) e pela parte tuberal. Neuro-hipófise tem corpos celulares que originam no hipotálamo, com terminações que secretam ocitocina e vasopressina É composta de axônios que tem origem neural no hipotálamo. Extensão do hipotálamo na hipófise. * * * Os corpos celulares ficam no hipotálamo e os axônios formam o pedúnculo do lobo posterior e as terminações nervosas se encontram no lobo. * * * Neurônios endócrinos secretores que constituem a neuro-hipófise diferem de neurônios envolvidos na transmissão de sinais neurais em vários aspectos: Neurônios neurossecretores não inervam outros neurônios O produto é secretado no sangue O produto pode agir em distâncias longas Um dos principais hormônios neuro-hipofisários, a vasopressina, eleva a pressão sanguínea. * * * Outro hormônio – a ocitocina causa ejeção do leite. A ocitocina e a vasopressina são sintetizadas em corpos celulares no hipotálamo e transportadas por fluxo axônico para o lobo posterior onde são liberadas A liberação de hormônios do lobo posterior se inicia no hipotálamo, em consequência de despolarização devido a estimulação por aferentes neurais. PA se estende ao longo do axônio até o terminal nervoso onde os grânulos secretores ficam armazenados. * * * A despolarização da membrana nervosa inicia a liberação do hormônio por exocitose. * * * Os principais efeitos da ocitocina são sobre a contração de músculo liso (gld mamária e útero); os efeitos da vasopressina são principalmente sobre a conservação de água e, em segundo lugar, sobre a pressão sanguínea Os efeitos da ocitocina envolvem a contração das células mioepiteliais que circundam os alvéolos na glândula mamária e miométrio do útero. A principal atividade da vasopressina é o aumento de retenção hídrica pelo rim (efeito antidiurético). * * * Como consequência, é conhecido como hormônio antidiurético (ADH). É o hormônio de maior importância p/ o controle do equilíbrio hídrico. Possui tb efeito pressor, que envolve a contração de músculo liso do sistema vascular, exercendo efeito sobre a pressão sanguínea. O volume sanguíneo controla a secreção de vasopressina O controle da secreção de vasopressina é em consequência de alterações no volume sanguíneo. * * * Alterações no volume sanguíneo são sentidas por receptores de estiramento localizados nos átrios. Uma diminuição no volume sanguíneo ativa os receptores levando a liberação de vasopressina. Queda da pressão tb ativa os barorreceptores no seio carotídeo e arco aórtico. O principal problema clínico ligado a vasopressina é a hiposecreção. Deficiência de vasopressina leva a produção de grande quantidade de urina diluída. * * * Essa síndrome é denominada diabetes insípido. Condição que se distingue daquela do diabetes melito, na qual encontra-se grande quantidade de glicose na urina. Diabetes insípido hipotalâmico resulta de secreção inadequada de vasopressina, enquanto o diabetes insípido nefrogênico resulta de anormalidades no rim – o impede de responder a vasopressina. Animais com diabetes insípido hipotalâmico (DIH) respondem a administração de vasopressina. * * * Já animais com diabetes insípido nefrogênico não respondem a administração de vasopressina, pois o problema está no rim. Causas de DIH – tumores. A hipófise anterior produz os hormônios: GH (hormônio do crescimento) PRL (prolactina) TSH (hormônio estimulante da tireóide) FSH (foliculoestimulante) e LH (luteinizante) ACTH (adrenocorticotrófico) * * * Enquanto os neurônios que compõem a neuro- hipófise são diretamente influenciados por entrada neural no hipotálamo, a imposição de um sistema vascular sanguíneo entre o hipotálamo e a adeno- hipófise requer um sistema de controle diferente. Hipotálamo produz hormônios reguladores. Esses hormônios passam em seguida p/ a adeno-hipófise via sistema venoso, onde estimulam a liberação de hormônios. A síntese de hormônios reguladores da adeno-hipófise é controlada no hipotálamo. * * * * * * A regulação mais importante de secreção dos hormônios é por inibição de retroalimentação. Ex: o cortisol é produzido pelo córtex adrenal, em consequência de estimulação pelo ACTH, e o cortisol por sua vez apresenta um efeito de retro- alimentação negativa sobre a produção de ACTH no nível do hipotálamo. Podem ocorrer padrões circadianos de secreção hormonal. * * * Ex: valores de cortisol e ACTH são mínimos à noite e máximos às seis horas da manhã. Ao contrário, as concentrações de GH ficam elevadas somente por poucas horas após o sono profundo. Importância do conhecimento – padrões hormonais circadianos é escolher a hora ideal de coletar amostras (caso o hormônio tenha padrões circadianos de secreção). * * * GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Tireóide Situa-se ao nível do primeiro ou segundo anel da traquéia. Composta de dois lobos. Glândula endócrina mais importante p/ regulação metabólica. O tecido glandular apresenta células organizadas em um arranjo circular chamado folículo. * * * Os folículos são ocupados por uma substância chamada colóide, que é a principal forma de armazenamento dos hormônios tireóideos. * * * Outra célula importante - localiza fora dos folículos, célula parafolicular ou C. Produz calcitonina, importante para a regulação do cálcio. Hormônios tireóideos são sintetizados a partir de 02 moléculas de tirosina que se unem e contém três ou quatro moléculas de iodo. Grande quantidade do hormônio fica armazenado como colóide fora das células foliculares dentro da luz, formada pelo arranjo circular de células glandulares. * * * Duas moléculas são importantes p/ a síntese de hormônio tireóideo – tirosina e iodo. A tirosina é formada na célula folicular e secretada na luz do folículo. O iodo absorvido nas vias intestinais é transportado para a tireóide. A medida que ele passa através da parede das células, liga-se às estruturas das tirosinas – tetraiodotironina (T4) e triiodotironina (T3). * * * Uma vez formados, os hormônios tireóideos ficam na luz até a célula ser requisitada para liberá-los. Esse método de armazenamento permite que a glândula tenha uma grande reserva de hormônio – é o mais importante do metabolismo. * * * Hormônios tireóideos são transportados no plasma ligados a proteínas plasmáticas: globulina fixadora de tiroxina, albumina e pré-albumina fixadora de tiroxina; menos de 1% fica livre no plasma. Os hormônios lipossolúveis são transportados no sistema vascular sanguíneo por meio de associação a proteínas. A proteína carreadora mais importante é a globulina fixadora de tiroxina, que possui alta afinidade por T4, embora pouca capacidade por causa de sua baixa concentração. Carreia também T3. * * * A albumina também está envolvida no transporte de hormônios tireóideos. Ela tem pouca afinidade, mas alta capacidade devido a sua concentração no plasma. A pré-albumina fixadora de tiroxina é específica p/ T4, com especificidade intermediária entre a globulina fixadora de tiroxina e a albumina. A maior parte do T3 e T4 está ligada; pouco fica livre para interagir c/ receptores nos tecidos alvos. * * * A quantidade de hormônio tireóideo livre no plasma é baixa (pouco menos de 1% p/ T4 e levemente superior a 1% p/ T3 – cães). Um dos aspectos notáveis desses hormônios é sua longa meia-vida. O T3 tem meia vida de um dia e o T4, de seis a sete dias, enquanto que a maioria dos outros tem meia-vida de segundos ou minutos. A diferença nas meias-vidas de T3 e T4 surge da ligação mais firme do T4 em relação ao T3. * * * Hormônios tireóideos são os principais fatores p/ o controle do metabolismo O mecanismo de ação dos hormônios tireóideos em nível celular se baseia no fato de poderem penetrar na membrana celular. São os principais determinantes do metabolismo em geral. Eles aumentam o consumo de oxigênio nos tecidos, resultando em produção de calor. Afetam o metabolismo de CHO de duas maneiras: * * * Aumentam a absorção de glicose intestinal. Facilitam o transporte de glicose p/ os tecidos. São necessários, junto com o GH, p/ o crescimento normal. Isso é feito pelo aumento da absorção de aa por tecidos e síntese protéica. Os hormônios tireóideos produzem efeitos sobre os processos metabólicos, incluindo CHO, proteínas e lipídios. Com relação ao SNC, são importantes p/ o desenvolvimento normal de tecidos no feto. * * * Animais que se desenvolveram sem exposição adequada ao hormônio apresentam letargia. Quanto ao sistema cardiovascular, aumentam a frequência cardíaca e a força de contração. São importantes p/ manter atividade contrátil normal do músculo cardíaco, incluindo os impulsos nervosos. São importantes p/ a atividade metabólica normal em todos os tecidos. O hormônio estimulante da tireóide (TSH) é o mais importante regulador da atividade tireóidea. * * * A secreção de TSH é regulada por hormônios tireóideos, por meio de inibição de retroalimentação negativa da síntese de TSH no hipotálamo. * * * Das espécies domésticas, a disfunção em termos de hipotireoidismo é mais comum no cão. A causa não é bem conhecida, sabendo-se apenas que não é de origem dietética. A presença de Ac plasmáticos p/ tireoglobulina – levantou a possibilidade de uma doença auto- imune. O hipertireoidismo, relativamente comum em gatos velhos, em geral, está ligado a tumores tireóideos. * * * * * * * * * * * * Tab. 1 - Valores séricos de T3 e T4 * * * Glândulas Adrenais São dois órgãos endócrinos bilaterais, que se localizam anteriores aos rins. Cada glândula se divide em duas partes separadas, córtex e medula. A medula produz noradrenalina e adrenalina. O córtex produz os esteróides: Cortisol Corticosterona Aldosterona * * * * * * A adaptação de animais a ambientes estressantes frequentemente é acompanhada por hipertrofia do córtex da adrenal, como é o caso de animais criados em densidade alta (regime intensivo). * * * Córtex Adrenal Células do córtex adrenal possuem características de síntese hormonal esteróide. O córtex possui dois tipos principais de hormônios esteróides: Mineralocorticóides Glicocorticóides Mineralocorticóides – desempenham importante papel no equilíbrio eletrolítico – importantes na regulação da pressão sanguínea (aldosterona). * * * Glicocorticóides são importantes na regulação do metabolismo. Principal hormônio – cortisol. Os corticóides adrenais são sintetizados a partir do colesterol Na síntese de esteróides adrenais, o colesterol é a principal substância precursora. O colesterol fica armazenado dentro das células que sintetizam esteróides em gotículas lipídicas. * * * Existem vias sintéticas em céls corticais adrenais que permitem síntese de andrógenos e estrógenos. A quantidade de esteróides sexuais produzidas é pequena, mas pode ser alterada em patologias. * * * Os hormônios adrenocorticais são transportados no plasma associados a globulinas e albuminas. 10% está no estado livre. Como são hormônios lipídicos, dependem de ligação a proteínas plasmáticas p/ seu transporte. Foi identificada uma globulina específica, c/ alta afinidade para o cortisol – globulina ligadora de corticosteróide (CBG). Do cortisol transportado, 75% estão ligados a CBG e 15% a albumina, ficando 10% no estado livre. * * * O transporte de aldosterona está associado a albumina (50%), c/ apenas 10% associados a CBG ficando grande quantidade (40%) no estado livre. A meia vida do cortisol é de aproximadamente 60 min. e a aldosterona, cerca de 20 min. O fígado, reduz a potência biológica desses hormônios e os torna hidrossolúveis p/ sua passagem na urina. Uma das mais imp. funções dos glicocorticóides é o controle do metabolismo, em particular, a neoglicogênese: * * * Hormônios adrenais são capazes de penetrar na membrana celular e interagir no citoplasma com receptores citosólicos. Esse complexo é transferido para o núcleo com consequente síntese de proteínas específicas que efetuam a ação biológica dos hormônios. Um dos efeitos específicos dos glicocorticóides é a estimulação da neoglicogênese hepática, que é a conversão de aa em carboidratos (CHO). * * * * * * O resultado final é um aumento no glicogênio hepático e na glicose sanguínea. Os glicocorticóides inibem a absorção de glicose e o metabolismo nos tecidos periféricos, em particular nas células musculares. Esse efeito é denominado antiinsulínico. O catabolismo protéico se intensifica, c/ liberação de aa (favorece a neoglicogênese) e causam aumento da excreção hídrica (taxa de filtração alta) * * * O hormônio adrenocorticotrófico é o principal regulador da síntese de glicocorticóide pelo córtex adrenal: Existe um sistema de retroalimentação negativa, por meio do qual os glicocorticóides inibem a liberação do hormônio liberador de corticotrofina (CRH), o que por sua vez resulta em menor secreção de ACTH pela hipófise. Há evidência de que os glicocorticóides exercem esse efeito no nível da hipófise. * * * Há um ritmo circadiano, no qual as concentrações de glicocorticóides são mínimas a noite e máximas nas primeiras horas pela manhã. Outro fator que pode modificar o controle de retroalimentação negativa de glicocorticóides é o stress. Resposta ao stress é imediata, c/ as concentrações de cortisol aumentando rapidamente em questão de minutos. A resposta é proporcional ao stress. * * * Um dos usos clínicos mais importantes dos glicocorticóides é a supressão da resposta inflamatória: Os glicocorticóides possuem efeitos de inibição da resposta inflamatória, incluindo: Prevenção de dilatação capilar Extravasamento de líquido em espaços teciduais Migração leucocitária Deposição de fibrina Síntese de tecido conjuntivo * * * * * * A administração de glicocorticóides associada a antibioticoterapia, pode ajudar a reduzir a perda de tecido funcional por inibição do desenvolvimento de tecido conjuntivo. Ex: glândula mamária. Os glicocorticóides inibem a síntese de compostos inflamatórios, como as prostaglandinas. São também usados p/ inibir reações alérgicas, ação que ocorre inibição da liberação de histamina. * * * Principais efeitos dos mineralocorticóides: Equilíbrio eletrolítico Homeostasia da pressão sanguínea O efeito consiste em promover a retenção de Na+ e a secreção de K+. Situações de produção de mineralocorticóide em excesso, o efeito da maior retenção de Na+ é aumentar o volume de líquido e causar hipertensão * * * Por outro lado, baixa pressão sanguínea é devido a secreção inadequada de mineralocorticóides. Regulação da secreção de mineralocorticóides não é controlada por hormônios tróficos da hipófise. Os principais fatores controladores - produzidos no rim Células do rim produzem a renina em resposta a quedas na pressão sanguínea. Renina age sobre o angiotensinogênio (globulina) – angiotensina I e II. * * * Ocorre estímulo p/ produção de mineralocorticóides e a angiotensina II causa vasoconstrição da musculatura lisa dos vasos sanguíneos. * * * Outro fator regulador no controle da secreção de mineralocorticóide é a concentração sanguínea de K+. Aumento na concentração K+ estimula a secreção de mineralocorticóide. Uma queda de K+ tem o efeito oposto. Medula Adrenal Ocupa a parte central da glândula adrenal. Principal hormônio da medula adrenal – adrenalina. * * * Outra catecolamina produzida – noradrenalina. As células que produzem adrenalina são diferentes dessas. Metabolismo das catecolaminas é rápido – fígado e rins. Ações das catecolaminas envolvem regulação do metabolismo, bem como respostas que permitem aos animais se adaptarem a situações envolvendo stress agudo. Ações são mediadas por receptores adrenérgicos situados em tecidos alvos. * * * Efeitos da adrenalina no metabolismo da glicose são semelhantes aos do glucagon. A adrenalina aumenta as concentrações sanguíneas de glicose. Efeitos adicionais incluem: Inibição da secreção de insulina Estimula a secreção de glucagon pelo pâncreas Adrenalina promove lipólise em células adiposas. Catecolaminas aumentam a força de contração e a frequência cardíaca. * * * Aumento do débito cardíaco é evidente em situações de “fuga ou luta”. Produz relaxamento do músculo liso brônquico e excitação do SNC. Principais fatores que estimulam a secreção de catecolamina são hipoglicemia e stress: Redução na concentração de glicose sanguínea (hipoglicemia) – estimula secreção de adrenalina. Stress – liberação maciça de catecolaminas. * * * Hormônios do Pâncreas O pâncreas tem importantes funções endócrinas e não endócrinas. Funções não endócrinas ocorrem como resultado de atividade da parte exócrina e estão associadas a função gastrointestinal (GI). A porção endócrina do pâncreas está organizada como ilhotas (ilhotas de Langerhans), que contém 04 tipos de células, cada qual produzindo um hormônio diferente. * * * * * * - Células β produzem insulina. Células α produzem glucagon. Células D produzem somatostatina. Células F produzem polipeptídeo pancreático. Todos estão envolvidos no metabolismo – homeostasia da glicose. Insulina É uma proteína e sua síntese é similar a de outros hormônios peptídicos, começando c/ a formação de uma pré-pró-insulina no RER. * * * Um fragmento é removido, p/ formar a pró-insulina. É então transferida p/ o CG onde é acondicionada em grânulos. Sua liberação ocorre por exocitose. Metabolismo da insulina é afetado principalmente pelo fígado e rins. Estão presentes enzimas que a reduz em peptídeos e aa. As principais funções metabólicas da insulina são promover a conversão da glicose, ácidos graxos e aa em sua forma de armazenamento: * * * A insulina age numa série de locais nas vias metabólicas de CHO, gorduras e proteínas. Efeito final das ações da insulina é reduzir as concentrações sanguíneas de glicose, ácidos graxos e aa e promover a conversão intracelular desses compostos em suas formas de armazenamento (glicogênio, triglicerídeo, proteína) A glicose não penetra facilmente em membranas celulares, exceto em alguns tecidos. * * * Ex: cérebro, fígado, glóbulos vermelhos. Presença da insulina é crítica para o movimento da glicose através da membrana plasmática da célula. Sobre o metabolismo do CHO, a insulina facilita a utilização de glicose. Promove a produção de glicogênio no fígado. No tecido adiposo, leva a síntese de triglicerídeos e diminui a lipólise. No metabolismo protéico promove a absorção de aa por muitos tecidos. * * * Promove a síntese protéica e inibe a degradação de proteínas. * * * * * * O fator mais importante no controle da secreção de insulina é a concentração de glicose sanguínea. Concentrações aumentadas de glicose sanguínea iniciam a liberação de insulina pelas céls β das ilhotas pancreáticas. A somatostatina inibe a secreção de insulina. A ausência de insulina produz uma síndrome denominada diabetes melito. As concentrações de glicose aumentam devido a menor absorção da glicose pelos tecidos e aumento da glicogenólise. * * * A glicose aparece na urina; o efeito osmótico resultante leva a diurese ou poliúria. Ocorre aumento da lipólise e, como resultado, aumento da quantidade de ácidos graxos livres no sangue. Glucagon Possui perfeita relação c/ a insulina no controle do metabolismo da glicose. Sua síntese é semelhante a de outros hormônios polipeptídicos e sua liberação é por exocitose. * * * É metabolizado por fígado e rins. As funções mais importantes do glucagon são diminuir a síntese de glicogênio e aumentar a glicogenólise em nível hepático: Ações fisiológicas do glucagon são opostas às da insulina. O glucagon leva a: - Diminuição da síntese glicogênica. - Aumento da glicogenólise * * * Resultado final – aumento nas concentrações de glicose no sangue. Alterações na secreção de glucagon contrabalançam os efeitos da insulina. Após o consumo de alimento, a resposta inicial do sistema metabólico é a maior secreção de insulina, o que resulta em conservação de energia através da formação de compostos de armazenamento de CHO, gorduras e proteínas. * * * A secreção de glucagon aumenta conforme se prolonga o intervalo de ingestão de alimento e as concentrações de glicose sanguínea caem. Essa secreção permite usar as reservas de energia. Principal fator que estimula síntese de glucagon são as concentrações de glicose diminuídas no sangue: Secreção de glucagon - regulada pela concentração de glicose plasmática. * * * * * * Concentrações menores de glicose estimulam a síntese e a liberação de glucagon. O glucagon age junto c/ a insulina p/ manter as concentrações de glicose dentro dos limites. Somatostatina Sua síntese e secreção são semelhantes aquelas observadas para outros hormônios protéicos. O metabolismo é rápido (cerca de 05 minutos), ocorrendo no fígado e rins. * * * As ações da somatostatina podem ser classificadas como inibidoras. Inibe os processos digestivos por: Diminuição de absorção Diminuição da digestão Motilidade e atividade secretora GI são diminuídas. Uma das funções importantes é a regulação das células endócrinas do pâncreas (inibe a secreção de todas as células das ilhotas, inclusive as céls D). * * * Secreção - aumentada por nutrientes: glicose e aa. Polipeptídeo pancreático Seus efeitos estão voltados p/ as vias GI. Secreção de enzimas pancreáticas e a contração da vesícula biliar são inibidas pelas ações desse hormônio. Sua ação estimula a: Esvaziamento gástrico Motilidade intestinal * * * Metabolismo do Cálcio e Fosfato: Controle desses íons é importante (desempenham um papel fundamental nos processos fisiológicos). Papel do cálcio: Contração muscular Atividade celular nervosa Liberação de hormônios – processo de exocitose Ativação de enzimas * * * Essencial p/ a coagulação sanguínea Mantém a estabilidade de membranas celulares Integridade estrutural de ossos e dentes O fosfato é importante p/ estrutura de ossos e dentes; funciona como parte da membrana da célula e de componentes celulares: As concentrações de fosfato são controladas pelos mesmos sistemas que controlam o cálcio. Fosfato no sangue serve como fonte p/ estrutura de ossos e dentes. * * * Parte fundamental da célula, incluindo membrana plasmática, componentes intracelulares, ATP, AMP Mais importante reservatório orgânico de cálcio envolvido na homeostasia é: componente líquido extracelular: A grande maioria (99%) do cálcio no organismo se encontra nos ossos, na forma de cristais de hidroxiapatita, que contém cálcio, fosfato e água. O cálcio é importante p/ a resposta de células nas atividades, inclusive secreção hormonal. * * * * * * * * * No estado celular inativo, as concentrações de cálcio são baixas no citosol. O cálcio é ligado a proteínas ou está contido nas mitocôndrias. A regulação de cálcio envolve o controle do movimento de Ca++ entre o líquido extracelular e: Osso Rins Vias GI * * * A absorção de cálcio das vias GI é feita por difusão passiva e transporte ativo. Difusão passiva através da mucosa intestinal se dá na presença de altas concentrações. O transporte ativo envolve o movimento de cálcio na célula intestinal por proteínas carreadoras. Cálcio se move por meio de um sistema de bomba. Esse transporte ativo se adapta de acordo com a quantidade de cálcio na dieta. * * * Ele torna-se mais ativo quando as concentrações de cálcio na dieta são baixas e menos ativo quando elas estão mais altas. Rim funciona como uma via de excreção de cálcio. A maior parte do cálcio que passa pelo rim é reabsorvida, com perda final de aproximadamente 2%. Maior parte é reabsorvida pelos túbulos proximais, distais e alça de Henle (quantidade menor). * * * Hormônio Paratireóideo (PTH) Glândula paratireóide – principal órgão envolvido no controle do metabolismo de cálcio e fostato. * * * A síntese do PTH é como a de outros hormônios protéicos; um pré-pró-PTH é sintetizado no RER e, em seguida, dividido p/ formar o pró-PTH. O PTH é secretado por exocitose e rapidamente metabolizado por fígado e rins. O efeito do PTH é aumentar as concentrações de cálcio e diminuir as de fosfato nos líquidos extracelulares. Ele tem efeito direto sobre o metabolismo ósseo e renal de cálcio. * * * O efeito inicial do PTH sobre o osso é promover a transferência de cálcio. No osso estável, ocorre um aumento na atividade dos osteoclastos e uma inibição dos osteoblastos. PTH age sobre os túbulos contorcidos dos rins p/ aumentar a absorção de cálcio e diminuir a reabsorção de fosfato. Está também envolvido na ativação da vitamina D. * * * Vit. D – aumenta absorção de Ca++ no intestino. * * * Secreção de PTH - controlado pelas concentrações de cálcio no sangue. Diminuições de cálcio estimulam a secreção de PTH, e aumentos de cálcio a impedem. Valores máximos desse hormônio são encontrados pela manhã. Calcitonina (CT) É um hormônio produzidos por células da glândula tireóide, que tb. afeta o metabolismo do cálcio. * * * A CT age como um contrapeso p/ o PTH, porque causa hipocalcemia. Seu efeito é principalmente sobre o osso. CT diminui o movimento de cálcio proveniente do osso p/ o líquido extracelular e diminui reabsorção óssea mediante inibição dos osteoclastos. Aumenta a excreção de cálcio e fosfato. Seu controle também é feito pelo cálcio. * * * * * * * * * Metabolismo de cálcio pela CT ocorre em situações de hipercalcemia, com secreção aumentada de CT e inibição da secreção de PTH. Na hipocalcemia, a síntese de CT é inibida e o PTH se torna responsável por restabelecer o cálcio. Vitamina D Importante p/ absorção de cálcio no intestino. Toda vitamina D produzida pelo organismo é elaborada na pele. * * * A exposição da pele aos raios ultravioleta resulta na formação da vit. D. Molécula da vit. D é inativa, e deve ser ativa da por fígado e rins. O PTH no rim é o mais importante controle para a síntese de 1,25-vit D. Diminuições na concentração de cálcio estimulam a secreção de PTH, o que leva a síntese de vit D ativa e maior absorção intestinal de cálcio. A 1,25 vit D, devido a sua natureza lipídica, é transportada ligada a proteínas no plasma. * * * * * * Uma globulina específica – transcalciferina (feita no fígado). A vit. D tem efeitos também sobre o osso, promovendo reabsorção óssea. No caso de déficit prolongado do cálcio na dieta, ambos, o PTH e a 1,25-vit D, são fundamentais p/ a correção. Cálcio baixo leva a liberação de PTH – reabsorção de cálcio pelos rins e aumento da secreção de 1,25-vit D – aumento da absorção de cálcio via GI, além do efeito sobre o osso. * * * O tipo mais comum de distúrbio do metabolismo de cálcio em animais é a hipocalcemia associada ao parto em vacas. Animais acometidos em geral estão em decúbito, c/ disfunção neuromuscular. Manifestação – paralisia. A condição se origina da alta demanda a que se submetem as reservas de cálcio pelo súbito início de lactação, com uma incapacidade do animal para manter a homeostasia do cálcio. * * *
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