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MANUAL DA CDU Odilon Pereira da Silva

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C D U 
 
 
Classificação Decimal 
Universal 
 
 
 
 
Manual teórico-prático para uso dos alunos da 
disciplina CLASSIFICAÇÃO no Departamento de 
Ciência da Informação e Documentação da 
Universidade de Brasília, elaborado pelo professor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Odilon Pereira da Silva 
 
 2
S U M Á R I O 
0 INTRODUÇÃO 3 
1 SISTEMA CDU 5 
 O QUE É 5 
 ORIGEM E DESENVOLVIMENTO 5 
 CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS 7 
 DECIMALIDADE 8 
 UNIVERSALIDADE 8 
 CARÁTER HIERÁRQUICO 8 
 CARÁTER ANALÍTICO-SINTÉTICO 9 
2 ESTRUTURA GERAL 9 
 NOTAÇÕES PRINCIPAIS 10 
 NOTAÇÕES AUXILIARES 12 
3 MECÂNICA DO SISTEMA CDU 13 
 SÍNTESE 14 
 ORDEM DE CITAÇÃO 15 
 ORDEM DE ARQUIVAMENTO 17 
 LEMBRETES 18 
4 TABELAS AUXILIARES 19 
5 ADMINISTRAÇÃO DA CDU 38 
EDIÇÕES DA CDU 39 
ATUALIZAÇÃO DO SISTEMA 40 
 3
0 INTRODUÇÃO 
Tradicionalmente incluídas entre as disciplinas denominadas técnicas dos cursos de 
Biblioteconomia e Documentação, e, mais recentemente, no grupo das chamadas 
linguagens documentárias (preocupadas todas com a análise de conteúdo dos documentos 
e sua representação através de símbolos convencionais), as classificações vêm perdendo 
terreno e prestígio para a indexação sob suas diversas formas. 
 O advento do computador e sua paulatina conquista dos arraiais da informação 
aceleraram o processo de obliteração dos sistemas de classificação, visto que essa nova 
tecnologia mostrou, em seus primórdios, uma inabilidade insuperável para trabalhar com 
sistemas de conceitos representados por símbolos convencionais, mas de conhecimento e 
uso restritos, preferindo o manuseio de formas verbais, de elementos retirados da 
linguagem natural. Era o óbvio. E era com o óbvio e com dados precisos, com nomes 
próprios, números, datas, quantidades, etc., que aqueles engenhos maravilhosos sabiam 
lidar. Os sistemas de classificação, demasiado estruturados, articulados, complexos, 
engenhosos, superavam a capacidade intelectiva daqueles monstros sagrados da 
tecnologia moderna. 
 Do esforço de superação das dificuldades encontradas ao tentarem por de parte os 
sistemas de classificação, nasceram os primeiros índices automáticos, verdadeiras "obras-
primas" da criatividade e da inteligência humanas, que, com nomes adequados à era das 
siglas, das senhas, dos estrangeirismos e dos hermetismos, se denominavam KWIC, 
KWOC, KWAC, PRECIS, THESAURUS, etc. Constituíram-se eles em instrumentos 
valiosos na busca do Santo Graal da "Ciência da Informação", que atende pelo nome, tão 
pomposo quanto contraditório, de Inteligência Artificial, em que apenas a característica 
representada pelo adjunto adnominal é verdadeira, pois não foi ainda (sê-lo-á algum dia?) 
construído um artefato com as características da única inteligência conhecida até aqui 
"sub sole": a humana, natural, protótipo da outra, que não chega a ser-lhe um pálido 
arremedo. 
 Com o passar dos anos; com o desenvolvimento da tecnologia de "softwares" na 
área; em decorrência da crescente familiarização dos tecnólogos da Informática com os 
fenômenos compreendidos no processo da informação, e como conseqüência do 
desenvolvimento e capacitação dos equipamentos de "hardware" para a manipulação de 
um volume cada vez mais vasto e complexo de dados, foi possível um repensar e um 
refinar dos instrumentos originalmente adotados pelos corifeus da informação 
automatizada. Aqueles arcabouços de índices (KWICs, KWOCs, KWACs e quejandos) e 
os tesauros incipientes foram adquirindo um grau cada vez maior de estruturação e de 
refinamento, até o ponto de se aproximarem bastante das verdadeiras linguagens, naquilo 
Usuario
Highlight
 4
que elas possuem de particularmente característico: uma morfologia, uma sintaxe, uma 
semântica, e, até mesmo, uma fonética. Tal repensar e tal redirecionar levaram os 
instrumentos máximos representativos das linguagens documentárias da era do 
computador, os tesauros, de volta aos sistemas de classificação, particularmente aos 
hierárquicos e aos facetados, de ambos sendo selecionadas e adotadas as características 
básicas que vieram emprestar-lhes respeitabilidade e aceitação cada vez mais crescentes, 
tornando-os, em suas versões mais apuradas, verdadeiras sínteses das duas linguagens 
mais tradicionais da Biblioteconomia: a Indexação e a Classificação. Seria por mero 
acaso que está sendo cunhado mais um neologismo para enriquecer (?) o extenso 
vocabulário de étimos híbridos (verdadeiros monstrengos) das "Ciências da Informação", 
atribuindo a essa síntese o nome de "classauros" ? Há, entretanto (lamentavelmente), 
que reconhecer a provável irreversibilidade dos fatos: a indexação e os tesauros se 
impuseram como instrumentos predominantes para a armazenagem e a recuperação da 
informação neste mundo cibernético. Aos sistemas de classificação tradicionais resta seu 
outro papel, também tradicional, e não menos nobre, de instrumento não apenas útil, mas 
até mesmo, talvez, insuperável, por eficiente, no arranjo das coleções de documentos de 
qualquer natureza e em qualquer tipo de suporte. Esta parece-nos uma das razões para 
que se continue a ministrar cursos de Classificação Bibliográfica nas escolas. Esta a razão 
de se continuar a escrever livros sobre sistemas de classificação do passado. Mas não 
deve ser desprezado um motivo talvez maior: o conhecimento de algo que faz parte da 
trajetória de nosso desenvolvimento técnico-profissional, e que, até hoje, embora com 
suas funções reduzidas, continua a prestar colaboração inestimável, nos cinco 
continentes, à tarefa ingente e gloriosa de organização dos registros do conhecimento e 
do próprio conhecimento, como parte do esforço humano coletivo de melhorar, de 
progredir, de recuar fronteiras. 
 5
1 O SISTEMA CDU 
 
O QUE É 
 
Abreviada e internacionalmente conhecida pela sigla CDU (nos países de língua 
portuguesa), é um sistema de conceitos hierarquicamente estruturados em grandes 
classes, destinado à classificação do conhecimento e dos suportes físicos de seu registro, 
a que denominamos genericamente documentos: livros, folhetos, revistas, discos, fitas de 
áudio, discos fonográficos convencionais, discos "laser", etc. 
 Como qualquer sistema, constitui-se de uma estrutura de partes intimamente 
relacionadas, com funções específicas dentro do todo, contribuindo e interagindo cada 
uma delas para o objetivo do conjunto. Quatro grandes partes avultam de imediato como 
constituindo a essência do Sistema: um conjunto de dez Classes Principais de categorias 
do conhecimento, a que se acrescentam dois grupos distintos de Subdivisões Auxiliares: 
Comuns e Especiais, mais um Índice Alfabético relativo aos conceitos compreendidos 
pelas Tabelas Principais e Auxiliares. 
 
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO 
 
A idéia de representar o conhecimento a partir de sua divisão em base decimal para 
criação de uma sistema de classificação bibliográfica já se encontrava presente no sistema 
que deu origem à CDU, a classificação Decimal de Melvil Dewey (1851-1931), cuja 
primeira edição data de 1876. O próprio Dewey ter-se-ia inspirado em trabalho do físico 
André Marie Ampère, que no século anterior já empregara notação decimal como código 
de classificação de documentos. 
 O esquema original de Dewey, a princípio muito parco de recursos, foi aos poucos 
sofrendo alterações ao mesmo impostas pelos usuários, que já não se restringiam aos 
muros do Amherst College, de Massachussetts, mas se encontravam espalhados pela 
vastidão do território norte-americano e do mundo de cultura inglesa. 
Sua contribuição para o estabelecimento e a permanência, até hoje, da predominância do 
assunto, ou tema,como critério maior de organização do conhecimento e dos livrosnas 
bibliotecas, foi inestimável. E foi exatamente por perceber-lhe esta virtude, que dois 
humanistas belgas, Paul Otlet e Henri La Fontaine, decidiram, no final do século passado, 
 6
utilizá-lo como instrumento de arranjo do Repertório Bibliográfico Universal 
(Répertoire Bibliographique Universel) que vinham planejando e a que deram 
prosseguimento sob os auspícios do Instituto Internacional de Bibliografia, nome com 
que nasceu a atual Federação Internacional de Informação e Documentação (FID). 
 Embora já em sua quinta edição em 1894, o sistema de Dewey se encontrava 
ainda um tanto acanhado para atender às exigências do ambicioso projeto de Otlet e La 
Fontaine. Assim, com a permissão de Dewey, puseram-se eles à obra de expandi-lo e 
adequá-lo à classificação de um repertório bibliográfico, representado àquela altura por 
aproximadamente 400.000 fichas. 
 Terminada a tarefa de expansão, publicaram o trabalho, que resultou numa obra 
com aproximadamente 33.000 entradas, com índice alfabético de 38.000 verbetes, a que 
deram o nome de Manual do Repertório Bibliográfico Universal (Manuel du Répertoire 
Bibliographique Universel). 
 Tendo percebido nas duas características básicas do sistema Dewey (a linguagem 
universal dos números arábicos e a capacidade de representação da estrutura hierárquica 
do conhecimento) sua virtude maior, de imediato procuraram incorporar-lhe uma outra 
característica que enriqueceria profundamente o sistema original, acentuadamente 
enumerativo, linear, unidimensional: a introdução do conceito de Relação e dos recursos 
para representá-la através da síntese, que permite a formação de notações compostas para 
representar conceitos novos não previstos no sistema. 
 A indicação de tais relações e a criação de verdadeiros subsistemas (ou mini-
sistemas) de conceitos secundários, ou blocos de idéias acessórias, permitiram ao novo 
instrumento combinar num só esquema as características de hierarquia rígida (de seu 
antecessor) com as riquezas de detalhamento oferecidos pelo recurso da síntese na pós-
coordenação, tanto através dos Dois Pontos (influência Ranganathiana) quanto através de 
quase duas dezenas de símbolos para representar conceitos secundários consubstanciados 
nas conhecidas Tabelas Auxiliares (Comuns e Especiais). 
O Sistema continua em expansão, apesar dos revezes sofridos nas duas últimas décadas. 
Da Primeira Edição Internacional, em francês (1905-1907), com 33.000 entradas, 
passando pela Segunda (padrão internacional, 1927-1933, com mais ou menos 70.000 
entradas, já com o nome de Classification Décimale Universelle), até às mais recentes 
edições Desenvolvidas, na faixa das 280.000 entradas, o progresso foi enorme. Não 
obstante os percalços com que teve de se defrontar, sucederam-se as edições nacionais 
nos mais variados idiomas e em níveis diferentes de abrangência, que vai da edição 
Completa à Condensada, passando pela Média, pela Abreviada e pela Especial. 
 
Usuario
Highlight
 7
 Está em estudos, no momento, juntamente com uma reestruturação bastante 
substancial do Sistema (reutilizando a classe 4, hoje vaga), o lançamento de uma edição 
intermediária entre a Desenvolvida e a Média, com aproximadamente 60% das entradas 
do sistema completo, e que passará a denominar-se (e desempenhar o papel de) Edição 
Padrão Internacional, em substituição à Segunda Edição Internacional (em língua 
francesa), de 1927-33. Trará, como absoluta novidade em edições da CDU 
(paralelamente à estrutura atual de entradas numéricas e texto correspondente 
obedecendo ao princípio da hierarquia decimal), uma outra estrutura em forma de 
tesauro, com todas as principais características dos tesauros mais desenvolvidos, que, 
aliás, conforme já observado aqui, as tomaram de empréstimo a sistemas de classificação 
como a CDU, onde estas características estiveram sempre presentes, ainda que de forma 
nem sempre conspícua. Incorporando as alterações ao sistema posteriores à 
EXTENSIONS AND CORRECTIONS TO THE UDC 12(2), 1984, proporcionará aos 
usuários uma visão abrangente das profundas transformações já realizadas ou em 
andamento nos quartéis da FID, como as introduzidas nas Subdivisões Auxiliares 
Comuns de Língua, de Raça, e na Classe 8 (Filologia e Literatura), a partir da EC 14(3), 
já utilizadas nos exemplos e exercícios deste Manual. 
 
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS 
 
Como sistema de Classificação (esta, na verdade, sua característica fundamental, quando 
a queremos individualizar e identificar entre as chamadas linguagens documentárias), a 
CDU exibe quatro grandes características estruturais de que derivam outras menos 
evidentes (mas certamente relevantes): a decimalidade, a universalidade, a estrutura 
hierárquica e a síntese dos contrários, representados pelos sistemas rigorosamente 
enumerativos do passado, seus antecessores, e pelos poliierárquicos e multifacetados, 
mais recentes, a quem de certa forma precedeu, mas por quem acabou sendo influenciada, 
via Ranganathan/Classification Research Group. É o que nos assegura a própria FID, 
quando afirma que "a CDU é o resultado de um projeto que visava a transformar uma 
classificação enumerativa numa classificação facetada". 
 
 8
DECIMALIDADE 
 
O universo do conhecimento foi concebido como uma unidade dividida (arbitrariamente, 
é óbvio) em dez grandes classes, ou grupos, cada um por sua vez novamente subdivisível 
em outras tantas classes, num processo teoricamente infinito, até se atingir o nível de 
detalhamento requerido ou satisfatório. É de notar que o emprego dos algarismos arábicos 
como notação não é exigência do princípio da decimalidade, mas foram preferidos devido 
ao caráter universal de sua utilização. 
 
UNIVERSALIDADE 
 
Significa, em primeiro lugar, que o Sistema tem, em princípio, a pretensão e a capacidade 
de oferecer conceitos e símbolos para representar a totalidade do conhecimento em 
determinada fase de sua evolução, com estrutura e previsão de espaço para acomodar 
futuros desenvolvimentos desse conhecimento, tanto em suas manifestações isoladas 
quanto nas relações multiformes que costuma ostentar. 
 É universal, também, no sentido de que emprega símbolos (numéricos e não-
numéricos) de conhecimento e emprego unívocos em todos os contextos culturais de 
todos os quadrantes da Terra. Uma linguagem universal, portanto, uma "Koiné" dos 
tempos modernos, um Esperanto da comunicação da informação. 
 
CARÁTER HIERÁRQUICO 
 
Como a maioria das classificações filosóficas, cuja influência histórica inevitavelmente 
sofreu, reflete a concepção do mundo como uma unidade rigorosamente estruturada em 
partes necessariamente subordinadas ao todo de que dependem e de cuja natureza 
participam. É a visão da realidade num esquema ou paradigma a que muito mais tarde 
denominariam sistêmica, e que haveria de ter grande voga, transformando-se num dos 
grandes modismos e maneirismos intelectuais (ou seria pseudo-intelectuais ?) deste 
século. 
 9
 
CARÁTER ANALÍTICO-SINTÉTICO 
 
Embora não seja, dentre as características básicas, a mais conspícua, nem a que mais 
identifica a CDU, pode ser-lhe atribuída, sem favor algum, uma vez que a Classificação 
Decimal Universal sabiamente concilia e equilibra as exigências e os rigores dos 
esquemas hierárquicos com a multifacetação dos sistemas em que os diversos aspectos de 
um mesmo assunto são tratados com o mesmo cuidado, ou com o cuidado relativo a sua 
importância no contexto em que ocorre, em razão dos pontos de vista e interesses 
divergentes dos usuários da informação nele contida. 
 
2 ESTRUTURA GERAL 
 
Na base da estrutura da CDU está a concepção do universo do conhecimento e da 
informação como uma unidade, um todo constituído de partes intimamente relacionadas e 
interdependentes, cada qualrepresentando uma parcela desse conhecimento. Estas 
parcelas, por sua vez, são suscetíveis de novas divisões e ubdivisões, num processo 
teoricamente infinito, que constitui o caráter hierárquico (enumerativo) do sistema. 
 Foi escolhida arbitrariamente uma base decimal, o que fez com que inicialmente 
fossem dez as classes resultantes da primeira divisão do todo. Mesmo com o 
desaparecimento da Classe 4, na década de sessenta (transportada para a Classe 8, cujo 
conteúdo é intimamente relacionado com o seu), o sistema continua essencialmente 
decimal, porque a decimalidade reside no princípio da divisibilidade por dez, e não na 
divisão atual das partes. Poderemos, assim, dizer que a Classe 4 existe como um 
subconjunto vazio, dentro do conjunto maior das dez classes principais. 
São essas dez classes e suas subdivisões hierárquicas que constituem a espinha dorsal do 
Sistema e que respondem por seu caráter aparentemente monolítico, rígido e inflexível. 
Há, entretanto, recursos divisados pelos idealizadores, e desenvolvidos pelos que lhes 
sucederam, que permitem suavizar com bastante eficácia essa característica supostamente 
negativa, fazendo com que o sistema assuma as feições hoje aclamadas como positivas 
pelos sistemas ditos facetados, multidimensionais ou poliierárquicos. 
 Tais recursos constituem os chamados Números Auxiliares, elencados em tabelas 
também denominadas auxiliares, e que são, na verdade, autênticos novos subsistemas 
 10 
representativos de conceitos que denotam detalhes, aspectos, facetas do conhecimento, 
da informação e de seus suportes físicos, suscetíveis de combinações variadas entre si e 
com os conceitos representados pelos números das classes principais. Esses conceitos, 
essas idéias, esses detalhes são representados através de símbolos universalmente 
conhecidos, com as mesmas ou com ligeiramente diferentes funções: os algarismos 
arábicos, os sinais + (adição), / (barra inclinada), : (dois pontos), = (igual), () parênteses , 
- (hífen), para mencionar apenas alguns. A esses números e a esse conjunto de símbolos 
convencionais e letras que se utilizam para representar os assuntos contidos num sistema 
de classificação denomina-se notação. E é exatamente essa notação, revestida das 
características de clareza, organização, abundância, universalidade e versatilidade, que 
permite à CDU realizar o feito da síntese dos (aparentes) contrários, ao conciliar os 
interesses dos a quem encantam as aventuras, o prazer e a dinâmica envolvidos na 
atividade criadora da pós-coordenação, e os dos que se deliciam e se enlevam com a 
arquitetura majestosa, a ordem, a previsão e a provisão dos sistemas hierárquicos. 
 A essas duas partes da estrutura, as tabelas Principal e Auxiliares, vem-se juntar, 
idealmente (e de fato na maioria das edições) o Índice Alfabético, instrumento auxiliar de 
localização dos conceitos nelas representados. Costuma fazer parte (final) do volume 
único das edições abreviadas e desenvolvidas, mas tem constituído volume independente 
nas edições médias de diversas línguas. 
Qualquer que seja o tipo de edição ou o número de volumes, a ordem de apresentação do 
sistema costuma ser: uma Introdução, seguida das Tabelas Auxiliares (Comuns e 
Especiais), da Tabela Principal e do (quando existente) Índice Alfabético. 
 
NOTAÇÕES PRINCIPAIS 
 
As notações principais, que representam os conceitos contidos nas dez classes gerais da 
CDU, são: 
 
0 Generalidades: o Conhecimento, a Cultura, a Ciência, o Saber, a Escrita, etc. 
1 Filosofia. Psicologia 
2 Religião. Teologia 
3 Ciências Sociais 
4 (Vaga no momento) 
5 Ciências matemáticas, físicas e naturais. Ecologia 
6 Ciências aplicadas. Tecnologia 
 11 
7 Artes. Divertimentos. Lazer. Esportes 
8 Línguas. Lingüística. Filologia. Literatura 
9 Geografia. Biografia. História e ciências auxiliares 
 
Seguindo o princípio hierárquico de classificação do geral para o particular, a notação 
acompanha os diversos níveis de detalhamento dessas classes, através do acréscimo de 
novo dígito decimal até o detalhe desejado, ou o mais próximo existente no Sistema. 
Assim, um documento sobre o Platonismo, cuja notação precisa em CDU é 141.131, 
pode ser classificado em qualquer dos níveis que precedem o algarismo final, uma vez 
que todos, com mais ou menos detalhamento no sistema hierárquico a que pertencem, se 
enquadram dentro do âmbito da classe 1, Filosofia. 
 Deve-se observar que, para facilidade de percepção visual e de leitura, é 
introduzido um . (ponto) a cada três dígitos decimais, tanto nos números primitivos 
(existentes nas Tabelas Principais e Auxiliares), quanto nos derivados através do processo 
de síntese (formação de números compostos e complexos). Nos casos de formação de 
derivados através de subdivisões paralelas, poderá haver necessidade de introduzir 
ponto(s) no número resultante, ou de deslocar o(s) ponto(s) eventualmente existente(s) 
para adequá-lo(s) às exigências do formato CDU. Exemplos: 
 
de 91 Geografia + (81) Brasil, resulta 
918.1 Geografia do Brasil 
(retirada dos parênteses e introdução do ponto) 
 
de 91 Geografia + (817.4) Brasília/DF, resulta 
918.174 Geografia do DF 
(retirada dos parênteses e deslocamento do ponto) 
 
de 9 História + (410.3) País de Gales, resulta 
941.03 História do País de Gales 
(o mesmo que no exemplo anterior) 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Quando um número CDU possui menos de três dígitos e se lhe acrescentam as 
Subdivisões Auxiliares com .00 ou com .0, não há alteração alguma a processar, bastando 
justapor a Subdivisão Auxiliar ao número principal. Exemplos: 
 
7 Arte 
Usuario
Highlight
Usuario
Highlight
 12 
001.5 Ponto de Vista da pesquisa 
7.001.5 Pesquisa sobre Arte 
72 Arquitetura 
.01 Estética. Teoria 
72.01 Estética em Arquitetura. Teoria da Arquitetura 
 
Da mesma forma que está vaga a Classe 4, o Sistema deliberadamente deixa espaços nas 
subdivisões das atuais nove classes, com vista a futuras expansões ou rearranjos dos 
assuntos por elas hoje representados. Assim é que, para dar apenas alguns exemplos, na 
Classe 0 não temos hoje a Divisão 04; na Divisão 08 não temos as Sessões 083, 085 e 
089; e na Sessão 099 temos apenas as primeiras cinco Subdivisões. 
 
NOTAÇÕES AUXILIARES 
 
São os seguintes os símbolos (com suas denominações) empregados pela CDU para 
compor as notações das Tabelas Auxiliares e proporcionar a formação de números 
compostos e complexos, estes e aquelas objeto de descrição detalhada, com exemplos, 
mais adiante: 
 
 
+ ADIÇÃO 
/ BARRA INCLINADA 
: DOIS PONTOS 
:: DOIS PONTOS DUPLOS 
[] COLCHETES 
= IGUAL 
(0...) PARÊNTESES ZERO 
(1/9) PARÊNTESES UM BARRA NOVE 
(=...) PARÊNTESES IGUAL 
"..." ASPAS 
* ASTERISCO 
A/Z A BARRA Z (OU EXTENSÃO ALFABÉTICA) 
.00 PONTO ZERO ZERO 
-03 e -05 HÍFEN ZERO TRÊS E HÍFEN ZERO CINCO 
-1/-9 HÍFEN UM A HÍFEN NOVE 
 13 
.0 PONTO ZERO 
' APÓSTROFO 
...1/...9 RETICÊNCIAS UM BARRA RETICÊNCIAS NOVE 
 
 
3 MECÂNICA DO SISTEMA CDU 
 
 
Conhecida e compreendida a estrutura básica do Sistema CDU: dez classes gerais de 
assuntos predominantes; quatorze mini-sistemas de assuntos secundários, àqueles 
eventualmente associados nos documentos; e um índice alfabético relativo para acesso 
aos conceitos, representados no Sistema por símbolos convencionais, 
preponderantemente numéricos, resta ao classificador (percorridas, naturalmente, as 
etapas da análise documentária) identificar no Sistema, através do índice alfabético, os 
símbolos ou conjuntos de símbolos (notações) que correspondem aos assuntos, temas, 
tópicos ou conceitos que deseja classificar. 
 Tais assuntos, temas, tópicos ou conceitos, muito provavelmente, na maioria das 
situações, encontrar-se-ão representados de forma direta e inequívoca nas tabelas, tantoPrincipal quanto Auxiliares, e serão de tal natureza símplices que não haverá como se 
lhes atribuir ou adicionar quaisquer detalhes, aspectos ou nuances, ou mesmo associá-los 
a, ou relacioná-los com outros assuntos, temas ou tópicos da mesma ordem de 
importância. Será suficiente, nesses casos, transcrever (com ou sem eventuais 
adaptações), os símbolos destinados pelo Sistema a sua representação. 
 Ocorre, entretanto, com apreciável freqüência, que o conteúdo dos documentos se 
apresenta de uma forma complexa, multifária, em sua aparente simplicidade, tanto em 
termos de idéias mestras, de conceitos essenciais, quanto no que diz respeito às idéias 
secundárias, aos detalhes, aos aspectos e formas de apresentação e de tratamento, todos 
eles passíveis de interessar a um leitor ou usuário peculiar, para cujo atendimento pode 
ser fundamental esse tipo de abordagem e de acesso ao documento. 
 A CDU recorre, em tais situações, a três mecanismos básicos para solucionar esse 
problema da multiplicidade de aspectos associados a um assunto principal (ou vários 
simultaneamente); da variedade de relações eventualmente existentes entre eles; do 
detalhamento em níveis cada vez mais profundos desses mesmos assuntos; da ordenação 
hierárquica desses mesmos assuntos e detalhes sob a forma de seqüência de símbolos 
(notações); e da determinação do lugar de cada documento e/ou ficha nas 
coleções/catálogos que os reúnem. 
 14 
São eles a Síntese, a Ordem de Citação e a Ordem de Arquivamento, a que se juntam 
outros recursos menores, que serão vistos com detalhes na apresentação de cada uma das 
Tabelas Auxiliares, e que poderão ser analisados com vagar pelas pessoas interessadas 
em se aprofundar no conhecimento do Sistema, sobretudo pelas que atingirem a etapa 
derradeira deste Manual e procederem à solução dos duzentos exercícios, com respostas 
elucidativas da mecânica CDU empregada em sua formulação. 
 
SÍNTESE 
 
É o mecanismo adotado pela CDU para a classificação de assuntos compostos e 
complexos, através da criação, por parte do classificador, das notações apropriadas a sua 
representação, utilizando as notações simples fornecidas pelo Sistema, ou mesmo através 
do apelo a códigos extra-CDU, por ela autorizados, e apropriados ao tipo de detalhamento 
desejado. 
 Tal mecanismo se processa de três formas diferentes, que podem ser 
reciprocamente complementares, com possibilidade de ocorrência simultânea na 
classificação de um mesmo documento, obedecendo a variadas combinações. São elas: 
 
a) dois ou mais números principais, de qualquer uma das dez classes, se combinam 
 para representar um conceito novo, mais detalhado do que o veiculado pelos 
 números originais, ou para indicar as relações (ou ausência de) existentes entre 
 assuntos representados por números das tabelas principais. Exemplos: 
 
534:781 Bases físicas da música (detalhamento do tema música) 
 
622+669 Indústrias de Mineração e Metalurgia (apenas a ocorrência desses assuntos 
num documento, sem afirmar existência de relação entre os dois) 
 
592/599 Zoologia Sistemática (forma abreviada de indicar 592+593+...+599) 
 
b) a um ou mais números da Tabela Principal são 
 justapostos outros pertencentes às Tabelas Auxiliares 
 para indicar detalhes que elas representam. Exemplos: 
 
53(035)=20 Manual de Física em Inglês 
 
 15 
[061.1(100):54+66]"1980" A União Internacional de Química Aplicada na Década de 
Oitenta 
 
c) dois ou mais números das Tabelas Auxiliares se 
 combinam entre si para representarem de forma 
 sintética conceitos secundários diferentes e/ou 
 múltiplos. Exemplos: 
 
 572.9(=96:81) Raça Negra no Brasil 
 025.45=690=03.20 Documento sobre Classificação, em Português, Traduzido 
 do Inglês. 
 
Naturalmente, pode (teoricamente) haver notações tão complexas quanto as formadas por 
dois ou mais conjuntos, constituídos, cada um, de uma notação principal mais suas 
auxiliares. Um exemplo seria o seguinte tópico: Tese sobre a Raça Negra como Tema na 
Literatura Brasileira de Ficção do Século Vinte. 
A notação CDU ficaria assim: 
 
[572.9(=96:869.0(81)-3"19"[(043.2) 
 
Tais situações, entretanto, não constituem a norma, e há sempre a possibilidade de 
simplificar a notação, sobretudo para fins de localização física do documento na coleção, 
facilitando a leitura e a compreensão por parte do usuário (onde há livre acesso) e até 
mesmo dos funcionários responsáveis pela manutenção da ordem sistemática nos 
catálogos e no acervo. 
 
 
ORDEM DE CITAÇÃO 
 
 
Para a correta, e, tanto quanto possível, uniforme representação de uma seqüência de 
símbolos (notações principais e auxiliares) na formação de um número composto ou 
complexo, cada sistema de classificação estabelece uma ordem padrão de prioridade, 
denominada Ordem de Citação. Esta ordem reflete a ponderação diferenciada dos 
conceitos, que, no discurso, se reflete através da sintaxe de colocação, fazendo com que 
os de maior densidade semântica no contexto precedam os demais, cada um ocupando o 
lugar relativo à importância de sua função no conjunto. 
 16 
 A ordem de citação pode ser diferente para cada sistema, e costuma admitir 
possibilidade de pequenas variações, para atender a circunstâncias especiais. Assim 
ocorre com a CDU, cuja ordem padrão ("default") recomendada é a apresentada a seguir, 
mas com abertura para variações circunstanciais: 
 
 
Número CDU 1/9 Tabela Principal 
.01/.09 Auxiliares Especiais com 
 Ponto Zero 
-0/-9 Auxiliares Especiais com Hífen 
.00 Ponto de vista 
"..." Tempo 
(1/9) Lugar 
(=...) Raça 
(0...) Forma 
= Língua 
 
Exemplos de exceções: 
 
869.0(81)-292 Teatro Popular Brasileiro (a manutenção da ordem padrão daria como 
resultado: 869.0-292(81), que significaria algo como o Teatro Popular Português no 
Brasil 
 
7.036(469) Arte Moderna em Portugal (que, registrado na forma 7(469)036, que dizer, 
eventualmente, a mesma coisa). 
 
675(450)"18" e 675"18"(450) representam igual e corretamente o tópico Indústria do 
Couro na Itália no Século Dezoito (a única diferença é de ênfase: no aspecto 
geográfico, no primeiro caso, e no temporal, no segundo. 
 
869.0(81)(091).001.5 Pesquisa sobre História da Literatura Brasileira ficaria 
inteiramente alterado, se composto de acordo com a ordem padrão. O resultado seria: 
 
869.0(81).001.5(81)(091) História da Pesquisa no Brasil sobre Literatura Portuguesa 
 
 
 17 
ORDEM DE ARQUIVAMENTO 
 
 
Enquanto a Ordem de Citação, ou de Classificação, tem como ponto de partida a 
ponderação de cada conceito, o peso específico ou o peso semântico de cada um no 
contexto, e é flexível, de forma que os mais importantes precedam os que não o são, a 
Ordem de Arquivamento se preocupa com a amplitude maior ou menor dos conceitos na 
estrutura hierárquica do sistema, sua posição mais acima ou mais abaixo na escala, 
procedendo do mais genérico para o mais específico. É a ordem empregada no 
arquivamento de fichas nos catálogos e na ordenação dos documentos na coleção. Em 
ambos precedem os documentos e fichas com notações de assuntos mais genéricos, mais 
abrangentes, procedendo-se paulatinamente aos detalhes. 
 
 Ao contrário do que ocorre com a ordem de citação sugerida pela CDU, que é 
opcional, a de arquivamento, ou vertical, é compulsória, em virtude da necessidade de 
padronização, entre todas as bibliotecas e instituições usuárias da CDU, do método de 
arranjo dos catálogos e das coleções. 
 
 Aos números simples da Tabela Principal precedem os compostos por meio dos 
sinais + (mais) e / (barra inclinada), porque cada um em seu nível indica um grau maior 
de abrangência e de generalidade do que o número simples. Já a partirdos : (dois pontos) 
e dos :: (dois pontos duplos) começam os níveis de detalhamento do número simples, que 
procede através dos conceitos representados pelos Auxiliares Comuns e pelos Especiais, 
na ordem em que são apresentados na seção NOTAÇÕES AUXILIARES, deste Manual. 
 
 As notações daquela lista que denotam LÍNGUA, FORMA LUGAR, RAÇA e 
TEMPO, cujos símbolos respectivos são =..., (0...), (1/9), (=...) e "...", representam os 
números chamados Auxiliares Comuns Independentes, porque os conceitos por eles 
representados podem ocorrer independentemente de um assunto principal, ou precedê-lo 
na arrumação dos catálogos. 
 
 É o que se denomina forma invertida de representar os assuntos e de ordenar o 
catálogo sistemático, fazendo com que os detalhes assumam a função e a posição de 
primeiro ponto de acesso às informações contidas nos documentos. 
 
A diferença básica entre esse dois grupos é que os primeiros podem, quando pertinente e 
aconselhável, se justapor a qualquer número das classes primárias, enquanto que os 
 18 
outros têm emprego restrito, ocorrendo apenas em algumas partes do Sistema, com 
instruções precisas para uso tópico e/ou em lugares explicitamente indicados. 
 
Exemplos: 
 
=30 Alemão (idioma) 
(0.025.2) Documentos ilustrados 
(82) Argentina 
(=1.82) Argentino 
"19" Século Vinte DC 
 
Essas notações, mais as com asterisco, as alfabéticas, as de ponto de vista e as 
introduzidas pelo -03 e -05 pertencem ao grupo das Subdivisões Auxiliares Comuns. As 
quatro últimas constituem o grupo das Subdivisões Auxiliares Especiais. 
 
 
LEMBRETES 
 
 
Ao lidar com qualquer sistema de classificação, e, de resto, com qualquer estrutura de 
símbolos representativos da informação ou de seu suporte físico, não deve o usuário 
desses recursos perder de vista o fato de que eles são apenas instrumentos, estruturas, 
esquemas, arquétipos, protótipos, e não fins em si. De que são eles que devem sofrer 
modificação, ser adaptados, ser traduzidos para atender a circunstâncias especiais e 
satisfazer a necessidades peculiares de certos cenários informacionais. Daí não ser de se 
esperar, nem fazer sentido, que duas bibliotecas inteiramente diferentes, sobre assuntos 
distintos, com usuários diversos, e até em épocas distantes, empreguem exatamente os 
mesmos símbolos CDU, com os mesmos níveis hierárquicos e abundância de detalhes, 
apenas porque esse recursos estão disponíveis no Sistema. 
 A CDU pode ser comparada a um rico manancial, ou a um rio caudaloso, do qual 
cada um só precisa haurir o tanto de água que lhe baste para desalterar-se. Exceder-se é 
sinal de insensatez, podendo acarretar sérios danos, em não raras circunstâncias 
conduzindo ao delíquio. 
 
Não pode o classificador em CDU esquecer-se de que o sistema é destinado à 
classificação de conceitos abstratos e do conhecimento registrado (quase-sinônimo de 
informação, ou informação potencial) numa variedade de suportes físicos, em diferentes 
 19 
tipos de nível, com uma gama quase infinita de preocupações e de pontos de vista que 
refletem as incontáveis formas de abordagem dos temas e os interesses, por vezes 
conflitantes, dos usuários. 
 
 O usuário deve constituir preocupação maior do classificador ao atribuir os 
códigos do Sistema aos documentos e fichas, pois hoje, quando o acesso universal aos 
catálogos e às coleções se tornou praxe generalizada, pouco adianta aos profissionais se 
desdobrarem em exibição de conhecimento técnico e exploração dos recursos do Sistema, 
se os usuários se vêem perdidos numa "selva selvaggia" de símbolos exotéricos, 
acessíveis apenas aos bibliotecários, esses sacerdotes (ou iniciados) dos templos do saber, 
como já foram um dia (talvez ironicamente) cognominadas as bibliotecas. 
 
 Em um mundo de crescente especialização que progride num ritmo alucinante, no 
qual se torna cada vez mais difícil a alguém explorar com alguma competência e 
profundidade mais de uma área do saber, constitui uma temeridade o bibliotecário, 
mesmo especializado, ousar classificações detalhadas de assuntos que extrapolam sua 
competência. Sobretudo quando se trata de classificação para números de chamada. O 
risco de dispersão de coisas congêneres é proporcional à temeridade do classificador. 
 
 Ressalvada a competência em termos de conhecimento especializado dos assuntos 
identificados no documento durante o processo de análise, e levadas na devida conta as 
demais considerações até aqui tecidas, não há por que recear ou tergiversar diante da 
perspectiva de ter de atribuir dois, três ou quantos números pareçam necessários para 
representar os assuntos contidos no documento. Não é o número de assuntos, mas sua 
pertinência que deve servir de critério e nortear o classificador na decisão sobre o que 
escolher e o que rejeitar. 
Não sendo o catálogo sistemático um instrumento por si só evidente, a não ser para os 
profissionais da informação, e estando, lamentavelmente, cada vez mais perdendo terreno 
os sistemas de classificação hierárquica, parece desaconselhável continuar insistindo em 
torná-lo sofisticado. Quanto mais simples, mais útil e mais eficiente; mais fácil sua 
compreensão e utilização pelos usuários leigos. O índice alfabético relativo deve 
acompanhá-lo "pari passu", tornando-se menos complexo e mais transparente. 
 
 
4 TABELAS AUXILIARES 
 
 
 20 
Nas diversas edições da CDU as tabelas dos sinais e subdivisões auxiliares estão 
divididas em dois grandes grupos, identificados pelos algarismos romanos I e II. O grupo 
I, subdividido de "a" até "k" (exceto o "J") compreende as chamadas Subdivisões 
Auxiliares Comuns, em número de dez. O grupo II, reservado às Subdivisões Auxiliares 
Especiais, apresenta os quatro tipos de notações utilizadas na representação dessas 
subdivisões. Nas edições da CDU as Tabelas Auxiliares precedem as Principais, na 
ordem em que as apresentamos a seguir (ordem vertical). 
 
 
SUBDIVISÕES AUXILIARES COMUNS 
 
 
TABELA Ia: ADIÇÃO E EXTENSÃO 
 
SINAIS: + (mais) e / (barra) respectivamente. 
 
FUNÇÃO: ao contrário das demais notações auxiliares, que têm como função acrescentar 
detalhes e especificar cada vez mais os conceitos representados pelas notações principais, 
as desta Tabela tornam mais genérico e abrangente o composto resultante da união de 
elementos por meio destes dois símbolos. Os assuntos tratados no documento não devem 
apresentar qualquer tipo de relação ou associação de natureza intrínseca, mas apenas 
justaposição incidental. 
 Por essa razão, na ordem de arquivamento precedem a notação simples de igual 
valor. Entre os dois sinais, a precedência é do sinal + (mais). Este sinal tem a função de 
unir dois ou mais números não-consecutivos do Sistema CDU para os quais não há 
notação pronta nas tabelas. Exemplo: 54+66; (81+83). 
 
O sinal / (barra) tem a função de unir o primeiro e o último de uma série de números 
consecutivos no Sistema CDU para formar a categoria ou conceito abrangente não 
indicados nas tabelas. 
Quando se pretende indicar uma série consecutiva de divisões de um mesmo número, 
basta empregar a barra entre o primeiro e o último elemento da série consecutiva de 
subdivisões, não sendo necessário repetir o elemento comum (número base das divisões). 
Assim, em vez de 
546.32/546.35, basta escrever 546.32/.35 
003.02/003.08, basta escrever 003.02/.08 
54-1/54-4, basta escrever 54-1/-4 
(817.1/817.2), basta escrever (817.1/.2) 
 21 
 
TABELA Ib: RELAÇÕES 
 
SINAL: : (dois pontos) 
 
FUNÇÃO: Subdividir com maiores detalhes um número de Tabela Principal. 
Exemplos: 
63:016 Bibliografia agrícola 
63:311 Estatística agrícola 
 
A outra função deste sinal é indicar existência (mas não natureza ou qualidade) de 
relações recíprocas entre dois ou mais assuntos representados tanto pelos números 
Principais quantopelos Auxiliares de Lugar. Os elementos do composto podem ser 
invertidos sem alteração do sentido. Exemplos: 
 
17:7 Ética em Relação com a Arte 
7:17 Arte em Relação com a Ética 
327(81:469) Relações entre Brasil e Portugal 
327(469:81) Relações entre Portugal e Brasil 
 
 Aqui parece oportuno introduzir o sinal [] (colchetes), utilizado pela CDU com a 
função de delimitar subconjuntos ou subgrupamentos, com a mesma função com que é 
utilizado na Álgebra, por exemplo. Têm eles a finalidade de esclarecer, sem perigo de 
ambigüidade, a qual conjunto ou subconjunto se refere determinado elemento de uma 
notação composta ou complexa. Exemplo: 
Mineração e Metalurgia na Suécia, cuja classificação analítica (sem margem a 
ambigüidade) seria 622(485)+669(485), normalmente é classificado sem repetição da 
notação do Auxiliar de Lugar. A maneira de indicar de forma sintética (mas se 
ambigüidade) que aquela notação pertence a ambos os números é utilizando os colchetes. 
Assim: [622+669](485). 
 
 O mesmo ocorre, freqüentemente, com o emprego dos : (dois pontos). Para 
classificar o tópico Estatística da Mineração e da Metalurgia na Suécia basta acrescentar 
311 ao número formado no exemplo acima. Assim: 311:[622+669](485). Sem os 
colchetes ficaria a dúvida sobre se o (485) também se refere ao 311. 
 
 22 
 Da mesma forma que os colchetes, de emprego limitado na CDU são também 
os :: (dois pontos duplos), empregados sempre que se pretende indicar a desnecessidade 
de inversão dos elementos do composto. Ocorre sobretudo nos sistemas automatizados 
em que a CDU é empregada como linguagem de recuperação. 
 
TABELA Ic: AUXILIARES COMUNS DE LÍNGUA 
 
SINAL: = (igual) 
 
FUNÇÃO: tem a finalidade de indicar o idioma em que está redigido o documento cujo 
assunto é representado pela notação principal. Suas subdivisões são as mesmas da Classe 
80, bastando substituir ali os dois algarismos iniciais pelo símbolo = (igual). Assim: 
 
802.0 Língua inglesa ⇒ =20 Em inglês 
803.0 Língua alemã ⇒ =30 Em alemão 
 
Deve-se notar, também, que a partir da notação de língua é bastante substituir o sinal de 
= (igual) pelo algarismo 8 para se ter a notação da literatura correspondente. 
Igualmente, basta eliminar o 0 (zero) na classe 80 para se obter a notação da literatura 
correspondente. Exemplos: 
 
806.90 Em português fica 869.0 Literatura portuguesa 
804.0 Em francês fica 840 Literatura francesa. 
 
Na eventualidade de se precisar inverter a ordem da subdivisão Auxiliar de Língua com a 
do assunto principal, para ter acesso também a partir daquela, empregam-se os : (dois 
pontos) para fazer a união dos dois compostos de notações. Assim: 
 
025.4=690 Classificação em português, fica =690:025.4. 
 
Para dar a informação de que o documento é poliglota, pode-se simplesmente utilizar o 
símbolo =00, ou indicar cada um dos idiomas em questão, na ordem numérica crescente. 
Exemplo: 
 
025.45CDU=20=30=40 Edição da CDU em inglês, alemão e francês. 
 
Para indicar apenas o número de idiomas do documento, há o símbolo ==2/=009. 
Exemplo: um documento sobre Educação, em inglês, alemão e francês, cuja 
 23 
classificação mais analítica, explicitando os idiomas, é 37=20=30=40, pode ser 
classificado simplesmente em 37=003, indicando apenas o número de idomas do mento. 
 
 É possível indicar que um documento foi traduzido, e, inclusive, de que idioma 
e para qual idioma. Assim: 
 
850-1Alighieri=03 Traduções de Dante Alighieri 
850-1Alighieri=03.20 Tradução de Dante do inglês 
850-1Alighieri=03.20=690 Tradução de Dante do inglês para o português, ou, 
850-1Alighieri=690=03.20, em sua forma alternativa. 
 
Se o documento for original, e essa informação parecer relevante, há como indicar essa 
circunstância utilizando o recurso do =02 (e suas subdivisões), seguido do símbolo do 
idioma do original. Exemplo: 
 
=02=71 Original em latim 
=02=75 Original em grego 
 
 
 
 
 
Tabela Id: AUXILIARES COMUNS DE FORMA 
 
SINAL: (0...) (parênteses zero) 
 
FUNÇÃO: como o próprio nome o indica, servem para representar características 
secundárias, formas, modos especiais de apresentação dos documentos ou de tratamento 
do assunto, em contraposição aos números da Tabela Principal, cuja função é representar 
os próprios assuntos em sua substância. 
 
 Essas características secundárias formais, embora na maioria dos casos digam 
respeito a aspectos físicos do documento, não raro vão mais além, indicando, por 
exemplo, nível de tratamento do assunto, público destinatário, periodicidade da 
publicação, e, até, autoria. 
 
Como no caso das subdivisões Auxiliares Comuns de Língua, pode ocorrer a necessidade 
de se organizar o catálogo, ou a coleção, dando destaque ao aspecto Forma, 
 24 
situação em que se adota a inversão com a notação do número principal. Assim, 7(05) 
Periódico de Arte pode ser classificado em (05)7, com o mesmo significado e valor, mas 
permitindo reunir todos os periódicos da coleção, tendo o assunto como segundo critério 
de ordenação. 
 
 As subdivisões Auxiliares Comuns de Forma admitem subdivisão, recorrendo-se 
às subdivisões Auxiliares Especiais com .0 (ponto zero), que indicam detalhes comuns a 
diversos tipos de documentos, como tamanho, formato, presença ou ausência de 
ilustrações, método de produção, relação com outros documentos, etc. Assim, a 
Subdivisão Auxiliar Especial de Forma (0.021.6), que quer dizer Miniaturas, pode se 
compor com o (031), Enciclopédias, para formar o composto (031.021.6) Miniaturas de 
Enciclopédias. O zero inicial do (0.021.6) foi substituído pela forma 
específica (031), ao qual se acrescentou a Subdivisão Auxiliar Especial (.021.6). 
Também estas subdivisões Auxiliares podem ser empregadas em inversão com a notação 
principal, e até mesmo independentemente delas. É assim que Documentos para Crianças 
classifica-se simplesmente em (0.053.2), enquanto que Enciclopédia Infantil de Música 
pode-se classificar tanto em 78(031.053.2), quanto em (031.053.2)78; Eletrônica para 
Mulheres pode ser classificado tanto em 621.3(0.053.2), quanto em (0.053.2)621.3. 
Além dessas notações de forma constantes das tabelas, podem-se compor outras, para 
indicar formas especiais não previstas no Sistema. Basta usar o símbolo da subdivisão 
Auxiliar Comum de Forma (0:...) acrescentando-se após os dois pontos o número da 
Tabela Principal que é visto sob o aspecto de Forma. Assim: 
 
82-31 Romance, fica (0:82-31) para representar o conceito Sob a Forma de Romance 
7 Arte, fica (0:7) significando Sob Forma Artística 
 
 
TABELA Ie: AUXILIARES COMUNS DE LUGAR 
 
SÍMBOLO: (1/9) (parênteses um a nove) 
 
FUNÇÃO: Representar os conceitos de natureza geoespacial associados a um número 
derivado da Tabela Principal. Exemplo: 
 
378(81) Ensino Superior no Brasil 
 
Estas subdivisões Auxiliares podem ser empregadas na forma invertida com a notação 
principal para dar destaque ao aspecto geográfico, com ordenação do catálogo e/ou das 
 25 
estantes tendo como primeiro critério esse aspecto. Assim, podemos ter (81)378 tanto 
nas estantes quanto nos catálogos, com o mesmo significado do exemplo acima. 
 Podem, também, ser empregadas independentemente dos números da Tabela 
Principal, com o mesmo valor e significado de seus correspondentes na Classe 91. Assim, 
podemos representar o conceito de Brasil tanto com o (81) quanto com o 918.1, formado a 
partir da subdivisão Auxiliar Comum de Lugar. Por isso, Balança Comercial do Brasil 
pode ser classificado em 339.5.053(81) ou em 339.5.053:918.1. 
 Constitui, aliás, uma de suas funções secundárias, servir de base à formação das 
notações geográficas principais correspondentes, bem como das relativas à história dos 
países que representam. No primeiro caso,basta eliminar os parênteses da Notação 
Auxiliar de lugar, acrescentando-lhe o prefixo 91. Caso necessário, introduzir ou deslocar 
o ponto, para conformar-se ao princípio básico da CDU referente ao emprego deste sinal 
(separar cada série de três dígitos). 
 No caso da formação de notações relacionadas com a história (de um continente, 
região, país, etc.), basta acrescentar à Notação Auxiliar de lugar (sem os parênteses) o 
prefixo 9, ajustando o ponto eventualmente existente (ou introduzindo-o, caso 
necessário). Exemplos: 
(81) Brasil 
918.1 Geografia do Brasil 
981 História do Brasil 
(817.4) Brasília 
918.174 Geografia de Brasília 
981.74 História de Brasília 
 
As Subdivisões Auxiliares Comuns de Lugar admitem composição com as Subdivisões 
Auxiliares Especiais -0/-9, listadas como sufixo do (1) nas Tabelas de Auxiliares Comuns 
de Lugar das edições da CDU. Qualquer uma dessas Subdivisões Auxiliares Especiais 
pode ser empregada também com as notações de lugar, a partir do (2) até o (9). Neste 
caso, os números desta seqüência substituirão o símbolo 1. Assim: 
 
(1-04) significa Fronteiras em Geral. (81) significa Brasil. Para indicar Fronteiras do 
Brasil, basta substituir o (1) pelo (81), resultando (81-04). 
 
(1-923) significa Região Antártica; (44) significa França. Para indicar Antártida 
Francesa basta substituir o (1) pelo (44), resultando (44-923). 
 
(-11) significa Oriental; (215) significa Hemisfério. Para indicar Hemisfério Oriental 
basta substituir o (1) pelo (215), resultando (211-11). 
 26 
 
Podem também ser empregadas de forma a indicar relações entre dois ou mais países ou 
regiões. Exemplo: 
 
339.5(81:82) Relações Comerciais entre o Brasil e a Argentina 
É possível associar o conceito de raça ao de país, ou área geográfica, dentro dos mesmos 
parênteses. Exemplo: 
(81=411.16) Judeus no Brasil. Na forma alternativa há necessidade do sinal de : (dois 
pontos) para justapor as duas Subdivisões Auxiliares Comuns. Assim: (=411.16:81). 
 Na eventualidade de as tabelas sugerirem maior detalhamento de uma notação de 
lugar, através do emprego de palavras do alfabeto, de abreviaturas ou de siglas que 
representem nomes próprios (Tabela Ih: A/Z), tais elementos complementares do número 
CDU serão justapostos àquela diretamente, sem espaços, e dentro de parênteses. 
Exemplos: 
 
 
(811.2Rio Branco) Rio Branco, AC 
(282.281.5São Francisco) Rio São Francisco 
(817.4BSB) Brasília 
 
Podem, ainda, as Subdivisões Auxiliares Comuns de Lugar ser empregadas 
mesocliticamente, isto é, ser intercaladas, como infixos, em qualquer nível das 
subdivisões diretas do número principal, com a finalidade de reunir e localizar 
geograficamente os assuntos representados pelos números que precedem a notação de 
lugar. Assim, 342.4(81) Constituições Brasileiras pode ser 
registrado também das formas seguintes, com intercalação do Auxiliar: 
 
342(81)4 para reunir as Constituições Brasileiras com o Direito constitucional Brasileiro 
 
34(81)24 para reuni-los com o Direito no Brasil 
 
3(81)424 para reuni-los com Ciências Sociais no Brasil. 
 
Naturalmente esse procedimento só deve ser adotado quando a notação fizer sentido e 
houver algum tipo de vantagem que supere a de empregar o procedimento padrão da 
CDU. 
 A vantagem, por exemplo, de reunir tudo o que diz respeito ao Direito 
constitucional Brasileiro 342(81), juntamente com todos os seus detalhes, antes de 
 27 
proceder ao Direito Constitucional Argentino 342(82)..., não despertará, certamente, o 
mesmo interesse e o mesmo entusiasmo sobre os usuários de bibliotecas e centros de 
documentação e informação com perfis heterogêneos. 
 
TABELA If: AUXILIARES COMUNS DE RAÇA E NACIONALIDADE 
 
SÍMBOLO: (=...) (parênteses igual) 
 
FUNÇÃO: Representar conceitos relacionados com raças, povos e nacionalidades. São 
derivados, em princípio, dos números Auxiliares Comuns de Língua a que se acrescentam 
os parênteses, e devem ser empregados justapostos a um número da Tabela Principal. 
Exemplos: 
 
(=81) Povos Eslavos 
(=924) Judeus 
(=927 ) Árabes 
323.12(=924) Anti-Semitismo 
323.13(=924) Sionismo 
327.39(=81) Pan-Eslavismo 
930.85(=927) História da Civilização Árabe 
 
Quando os conceitos de raça (em sentido amplo, não em sentido antropológico), povo ou 
nacionalidade se referem aos habitantes de determinada área geográfica ou fisiográfica 
não indicada nesta tabela, utiliza-se o símbolo correspondente da Tabela Auxiliar Comum 
de Lugar (Tabela Ie) precedido de =1. Exemplos: 
 
(=1.100) Cosmopolitas, formado a partir de (100), que significa `
 Universal, internacional. 
 
(=1.23) Montanheses, derivado de (23), que significa 
 Montanhas 
 
(=1.24) Trogloditas, originário de (24) Cavernas 
(=1.37) Romanos (antigos), do geográfico (37) Roma Antiga 
 
(=1.81) Brasileiros, procedente de (81) Brasil 
 
 28 
Estes Auxiliares podem, conforme observado anteriormente, se compor com os 
Auxiliares Comuns de Lugar para relacionar os conceitos de raça, povo ou nação com 
determinado âmbito geofisiográfico. Assim, (=9681) significa Negros no Brasil, que 
admite a forma alternativa (81=96). Para classificar Negros Brasileiros teríamos 
(=96=1.81). 
 
 
TABELA Ig: AUXILIARES COMUNS DE TEMPO 
 
SÍMBOLO: "..." (aspas) 
 
FUNÇÃO: Representar conceitos associados com as mais variadas manifestações ou 
percepções do fenômeno Tempo em suas várias dimensões e medidas, como duração e 
periodicidade; do tempo universal ao momento presente; da duração em milissegundos à 
computada em milhões de anos. Exemplos: 
 
"41" Duração de Um Dia 
"456" Duração em Milhões de Anos 
"313" Futuro 
"742" Provisório. Efêmero 
"362" Tempo de Paz 
"321" Primavera 
"383" Feriados Nacionais 
"512.01" A Cada Segundo 
"551.10" De Dez em Dez Anos 
"553.1" A Cada Milênio 
 
Convém assinalar, de imediato, que os conceitos Temporais representados pelos símbolos 
desta tabela são os associados com o assunto, o tema ou o tópico do documento, e não 
com sua data ou época de publicação. 
 Nesta tabela o . (ponto) é utilizado com função diferente da que desempenha no 
restante do Sistema: serve para indicar e separar as divisões de tempo de magnitudes 
diferentes. Daí ocorrer ele separando grupos de dois, três e até quatro algarismos. Há, 
também, o caso de grupos de quatro algarismos sem o emprego do . (ponto). 
Exemplos: 
 
"0001" Primeiro Ano depois de Cristo 
"322.01" Primeiro Mês do Ano 
 29 
"336.31" Trigésimo Primeiro Dia do Mês 
"1991.12.31.12.30" Doze horas e Trinta Minutos do Dia 31 de dezembro de 1991. 
 
Os elementos são registrados em ordem decrescente de magnitude. Para evitar 
ambigüidade na indicação de datas anteriores e posteriores ao nascimento de Cristo, é 
aconselhável empregar os sinais - (menos) e + (mais), respectivamente, antes da notação. 
Exemplos: 
 
"-0001" O Ano 1 antes de Cristo 
"+1453" O Ano 1453 (da Era Cristã) 
 
Da mesma forma que as Subdivisões Auxiliares Comuns de Lugar, as de Tempo também 
podem ser invertidas com os números principais, e, igualmente, com eles intercalados. 
Destarte, a notação 342.4"18" Constituições do Século Dezenove pode ser escrita das 
seguintes formas alternativas à forma enclítica, padrão: 
 
"18"342.4 (inversão com o número principal) 
342"18"4 (intercalação com o número principal) 
34"18"24 (idem) 
3"18"424 (idem) 
 
Os milênios são representados por um algarismo apenas: 
 
"0" Primeiro Milênio depois de Cristo 
"1" Segundo Milênio depois de Cristo 
"2" Terceiro Milênio depois de Cristo 
Os séculos são representados por dois algarismos: 
 
"00" Primeiro Século 
"-19" Século Vinte Antes de Cristo 
"+20" Século 21 da Era Cristã 
 
As décadas são representadas por trêsalgarismos: 
 
"199" Década de Noventa (última do Século Vinte) 
"190" Primeira Década do Século Vinte 
 
 30 
O ano se representa com quatro algarismos, preenchendo-se os espaços vazios com 
zeros. Assim: 
"0001" Primeiro Ano da Era Cristã 
"0099" Ano Noventa e Nove depois de Cristo 
"0851" Ano Oitocentos e Cinqüenta e Um depois de Cristo 
Períodos de tempo compreendidos entre duas datas-limites podem ser indicadas através 
do uso da / (barra): 
 
"631/634" Idade da Pedra 
"0/2" Do Primeiro ao Terceiro Milênio 
"04/14" Idade Média 
"1939/1945" Segunda Guerra Mundiall 
 
 
 
 
TABELA Ih: NOTAÇÕES QUE NÃO PERTENCEM À CDU 
 
São de dois tipos: as que empregam o * (asterisco) e as que adotam palavras do alfabeto, 
justapostas diretamente à notação CDU, sem emprego do asterisco. 
 
1 - SUBDIVISÃO COM ASTERISCO 
 
SÍMBOLO: * (asterisco) 
 
FUNÇÃO: Informar que a notação ou notações que se lhe seguem não pertencem ao 
Sistema CDU. Tais notações podem consistir de palavras e símbolos (numéricos ou não) 
empregados com afinalidade de especificar detalhes de um assunto que as tabelas não 
provêem, podendo ocorrer junto a notações da Tabela Principal ou das Auxiliares. Podem 
ser criadas pelo classificador ou tomadas de empréstimo a alguma tabela pré-existente. 
Na eventualidade de apelo a tais tabelas ou sistemas, deve-se redigir uma nota explicativa 
de tal fato. Exemplos: 
 
(81*71.500) Lago Norte, Brasília, DF, onde (81) é o geográfico CDU para indicar Brasil, 
e 71.500 é o código da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos atribuído ao Lago 
Norte, em Brasília; 
 
 31 
523.44*433, em que o elemento anterior ao asterisco é CDU e significa Planetas 
Menores do Sistema Solar, e o que se lhe segue é o número utilizado pela União 
Astronômica Internacional para representar o Planetóide Eros; 
 
630*27, em que o 630 é o número CDU para Silvicultura, e 27 o número utilizado pelo 
Oxford System of Decimal Classification for Forestry para Arboricultura Ornamental; 
 
66-97*C100, onde 66-97 é o número CDU para Temperatura em geral, e C100 o símbolo 
indicativo de Temperatura de Ebulição da Água. 
 
2 - SUBDIVISÃO ALFABÉTICA 
 
SÍMBOLO: A/Z (A barra Z) 
 
FUNÇÃO: Detalhar com palavras (e não números, CDU ou outros) o assunto. As 
Subdivisões Comuns Alfabéticas A/Z ocorrem como recurso para detalhamento de 
assuntos através da indicação de nomes próprios (ou suas abreviaturas/siglas) que fazem 
parte integrante daqueles assuntos. Podem ser acrescentadas diretamente à notação, sem a 
interveniência de qualquer espaço, e, como no caso das notações com * (asterisco), como 
detalhamento tanto de notações da Tabela Principal quanto das Auxiliares. No caso das 
notações Auxiliares de Lugar, estas palavras, abreviaturas ou siglas devem ser inscritas 
dentro dos parênteses. Exemplos: 
 
(817.4Vila Paranoá) Vila Paranoá, Brasília, DF 
(817.4SHIN QI 02) Quadra Interna 2-Lago Norte, Brasília, DF 
001.94OVNI Objetos Voadores não-Identificados. Disco Voadores 
159.964.26ADLER Escola Psicanalítica de Adler 
271SAL Salesianos de Dom Bosco (Congregaçãode São Francisco 
 de Sales) 
65.015.14BSR Norma Britânica de Rendimento 
663.551.5UÍSQUE(410) Produção de Uísque na Grã-Bretanha 
821.134.3-1CAMÕES Poesias de Luís de Camões 
929PEDRO II Biografia de Pedro II 
929.52BRAGANÇA Genealogia da Família Real dos Bragança 
 
TABELA Ii: AUXILIARES COMUNS DE PONTO DE VISTA 
 
SÍMBOLO: .00 (ponto zero zero) 
 32 
 
FUNÇÃO: Indicar aspectos sob os quais um assunto pode ser visto, tanto pelo 
autor/apresentador do documento quanto pelo grupo a que os mesmos pertencem. Como 
os Auxiliares da tabela anterior, por sua própria natureza não podem ser empregados por 
si sós, mas apenas em composição com um número da Tabela Principal. Devem ser 
empregados com parcimônia, visto que em muitas circunstâncias o emprego de dois 
números principais relacionados pelo sinal : (dois pontos) atende melhor à necessidade de 
detalhamento. 
 
Exemplos: 
 
338.1(81)"20".001.18 Prognósticos sobre a Situação 
 Econômica do Brasil no Século 
 Vinte e Um 
025.4.001.5 Pesquisa sobreSistemas delassificaçãoBibliográfica 
027.7.002.25 Obsolescência das Coleções de 
 BibliotecasUniversitárias 
796.077.003 Aspectos Econômico-Financeiros do Amadorismo nos 
 Esporte (podia ser classificado em 796.077:330 
 ou 796.077.000.330) 
025.45.004.12 Características dos Sistemas de 
 ClassificaçãoDecimal 
655.254.2.007.62 Consultoria em Editoração 
655.009.12 A competição na Indústria e no 
 Comércio doLivro 
 
Quando, entretanto, os pontos de vista listados na tabela resultarem insatisfatórios para 
representar determinada maneira de visualizar um problema, pode-se lançar mão de 
qualquer uma das dez classes principais, utilizando-se seus conceitos sob a forma de 
pontos de vista. Basta acrescentar ao símbolo .000. (ponto zero zero zero ponto) o 
número da Tabela Principal que se deseja representar sob a forma de ponto de vista. 
Exemplos: 
314.335.000.17 Controle da Natalidade do Ponto de Vista Ético 
314.355.000.61 Controle da Natalidade do Ponto de Vista Médico 
575.8.000.28 A Teoria Evolucionista na Ótica Cristã 
 
TABELA Ik: AUXILIARES COMUNS DE MATERIAIS E PESSOAS 
 
 33 
1 - DE MATERIAIS 
 
SÍMBOLO: -03 (hífen zero três) 
FUNÇÃO: Indicar os elementos constitutivos dos objetos e dos produtos, sobretudo da 
indústria. Podem ser empregados com qualquer número de Tabela Principal em que o 
material de que algo é feito for visto como mero aspecto do assunto principal. Exemplos: 
 
62-462-036.4 Mangueiras de Borracha 
621.3.032.7-034.3 Cilindros de Cobre 
621.643-036.5 Canos de Plástico 
645.1-033.6 Forro de Soalho Utilizando Cerâmica 
685.341.3-035.513 Calçados de Pelica 
904-032.5 Artefatos Antigos em Pedra 
Para indicar composição de dois ou mais materiais utiliza-se o ' (apóstrofo) após a 
notação do primeiro material mencionado, e apenas os elementos que se seguem ao -03 
para representar os outros materiais. Exemplos: 
 
-036.4 Borracha + -036.5 Plástico, na composição fica: -036.4'65 
-034.3 Cobre + -034.6 Estanho, fica: -034.3'46, e assim por diante. 
 
 
2 - DE PESSOAS 
 
SÍMBOLO: -05 (hífen zero cinco) 
 
FUNÇÃO: Indicar tipos de pessoas ou de características pessoais, como idade; sexo; 
nacionalidade; parentesco; tendências; constituição física; condições de saúde e de 
trabalho; situação empregatícia e funcional; nível de renda e de escolaridade; classe 
social; estado civil, etc. 
 Aplicam-se a todos os números da Tabela Principal, exceto ao 264 (que possui 
subdivisões próprias para Pessoas e Materiais) e aos números principais que já encerrem 
esse conceito em suas subdivisões diretas. Exemplos: 
 
331.105.446-058.234.2 Sindicatos de Trabalhadores na Indústria 
342.726-058.56 Direitos dos Detentos 
52-05 Astrônomos (de ambos os sexos) 
618.1-055.2 Médicas Ginecologistas 
616.89-008.442-055.1 Psicopatologia Sexual Masculina 
 34 
[619:614.23]-055.1 Veterinários 
621.039-055.1 Engenheiros Nucleares 
621.22-055.1 Engenheiros Hidráulicos 
75-056.266 Pintores Aleijados 
91-055.2 Geógrafas 
 
Detalhes de natureza diversa listados nesta Tabela Auxiliar Comum podem ser 
combinados entre si, bastando justapor as notações que os representam. Assim: 
 
De 618.1 Ginecologia + -053.6 Jovem + -055.2 Mulher, resulta 618.1-053.6-055.2, 
significando Mulheres Jovens na Profissão de Ginecologista 
 
 
De 62 Engenharia + -055.1 Homem + -057.19 Desempregados, obtém-se 62-055.1-
057.19 para indicar Engenheiros (do sexo masculino) Desempregados 
 
É, também, possível indicar os papéis de Agente ou de Paciente das pessoas 
representadas pelo Auxiliar Comum -05. O conceito de Agente através do -051,e o de 
Paciente através do -052. 
Exemplos: 
 
324 Eleições 
324-051 Eleitores 
324-052 Eleitos (homens e mulheres) 
77 Fotografia 
77-051 Fotógrafos (homens e mulheres) 
77-052 Fotografados (homens e mulheres) 
77-052-055.1 Modelos Fotográficos Masculinos 
929 Biografia 
929-051 Biógrafos (homens e mulheres) 
929-052 Biografados (homens e mulheres) 
929-051-053.6 Biógrafos Jovens 
 
 
SUBDIVISÕES AUXILIARES ESPECIAIS 
 
 
 35 
Divididas em quatro categorias, têm a função de detalhar aspectos de um assunto não 
cobertos por suas divisões principais ou pelas Subdivisões Auxiliares Comuns. Sua 
ocorrência é bastante limitada no Sistema CDU, não podendo, via de regra, ser 
empregadas fora da classe em que vêm listadas, pois seu significado é restrito a esse 
contexto especial. Daí seu nome. Há, entretanto, ocasiões em que a Tabela Principal 
autoriza seu empréstimo a ou de outras partes do Sistema. 
 
a) AUXILIARES ESPECIAIS -1/-9: denotam detalhes tais como elementos, técnicas, 
componentes, propriedades, estado e gênero dos assuntos representados pelos números 
principais, etc. Exemplos: 
 
264-1 Livros litúrgicos 
271-6 Disciplina das Ordens Monásticas 
52-33 Dimensão dos Astros 
62-1 Características Gerais das Máquinas 
62-2 Partes e Componentes Gerais das Máquinas 
62-4 Estado, Condição e Forma dos Materiais 
62-8 Máquinas segundo a Força Motriz 
66-91 Estado Físico 
82-1 Poesia 
82-3 Ficção Literária 
 
Excluem-se daqui as Subdivisões Auxiliares com -03 e -05, já vistos, que pertencem ao 
grupo das Subdivisões Comuns, mas nas classes 611, 612, 616, 617 e 618 ocorrem 
Auxiliares Especiais com -0 e com -00. Embora não mencionados na "Seção II 
Subdivisões Auxiliares Especiais" das edições da CDU, auxiliares com -0 e com -00 
ocorrem associados às divisões 611, 612, 616, 617 e 618 da CDU. Convém observar, 
também, que, apesar de sua aparência, -03 e -05 não pertencem às subdivisões Auxiliares 
Especiais, mas às Comuns. 
 
b) AUXILIARES ESPECIAIS .01/.09: também denotam detalhes, muito semelhantes aos 
dos Auxiliares Comuns -1/-9, mas ocorrem com muito maior freqüência no Sistema, e 
apresentam maior riqueza de subdivisões. Teoria, estudos, processos, atividades, 
características, fontes de estudo, tendências, atitudes, políticas, condições, estruturas, 
influências, fundamentos, leis, propriedades, nomenclatura, constituição química, estilos, 
escolas, técnicas, etc., são alguns dos tipos de detalhes por eles representados, como pode 
ser verificado na lista abaixo: 
 
 36 
303.02 Características Gerais da Pesquisa nas Ciências Sociais 
314.02 Fontes dos Dados Demográficos 
321.01 Teoria Geral do Estado 
329.055 Tendências dos Partidos Políticos 
329.058 Atitudes 
332.02 Política da Terra e da Propriedade 
34.02 Condições de Existência do Direito 
348.01 Fontes do Direito Eclesiástico 
35.07 Estrutura da Administração Pública 
37.01 Fundamentos da Educação 
379.8.092 Influência do Lazer sobre o Indivíduo 
53.02 Leis dos Fenômenos Físicos 
54.03 Propriedades Químicas 
57.07 Nomenclatura dos Organismos 
7.031 Arte Pré-histórica 
82.08 Técnica Literária 
 
Naturalmente, podem ocorrer dois tipos diferentes de Subdivisão Auxiliar Especial na 
formação de uma notação complexa. Por exemplo: Válvulas de Descarga em Máquinas 
de Uso Doméstico, 64-332.06, é o resultado de 64-332 (subdivisão trazida do 62-1/-9) + 
64.06; Assistência Técnica a Máquinas (Engenharia Química) contra Processos Que 
Envolvem Radiação, 66-7.085, é o resultado de 66-7+66.085. 
 
 
c) AUXILIARES ESPECIAIS '1/'9 
 
Mais do que uma Subdivisão Auxiliar propriamente dita, como as duas anteriores, esta é, 
antes, um processo de síntese de duas ou mais subdivisões diretas de um número 
principal, em que o . (ponto), da segunda subdivisão em diante, é substituído pelo 
apóstrofo, eliminando-se o radical comum. Exemplos: 
 
329.12 Partido Liberal + 329.21 Partido Monarquista resulta em 
329.12'21 Partido Liberal-Monarquista 
546.561 Cobre + 546.131 Cloreto resulta em 
546.561'131 Cloreto de Cobre 
631.442.4 Solos Argilosos + 631.442.1 Solos Arenosos resulta em 
631.442.4'1 Solos Argilo-Arenoso 
 
 37 
Às vezes há instruções para se efetuar a síntese por meio de justaposição da desinência 
de um número ao radical de outro. Neste caso o apóstrofo estará posicionado no local 
apropriado, e haverá orientação sobre o número e a origem dos dígitos a empregar como 
desinência. Exemplos: 
 
no 637 há a indicação 637'6 e uma Nota mandando subdividir o 637'6 como o 636. 
 
Assim, 637.12'639 Leite de Cabra é formado de 637.12 Leite +'6 (apóstrofo e dígito 
indicados no 637) +39 (desinência retirada do 636.39) Cabra 
 
637.5'62 Carne de Boi é formado de 637.5 Carne +'6 (apóstrofo e dígito indicados no 
637) +2 (desinência retirada do 636.2) Bovinos 
 
637.4'659.7 Ovos de Patas Domésticas é formado de 637.4 Ovos + '6 (apóstrofo e dígito 
indicados no 637.4) +597 (desinência retirada do 636.597) Patas Domésticas 
 
Há, contudo, ocasiões em que o apóstrofo introduz verdadeira tabela independente de 
subdivisões auxiliares especiais. É o que ocorre, por exemplo, no 622, que além das 
Subdivisões Auxiliares Especiais com -1/-9 (emprestados do 62) e com .01/.09, possui 
também a série com ' (apóstrofo). Exemplos: 
 
622-1 Características Gerais das Máquinas Usadas em Mineração 
622-2 Partes e Componentes (dessas Máquinas) 
622-3 Válvulas, Registros, etc. 
622-5 Funcionamento e Controle das Máquinas 
622-7 Serviço, Manutenção e Proteção 
622'1 Estado do Mineral, do Minério ou da Rocha 
622'11 Jazidas no Estado Natural 
622'12 Minério Bruto 
622'13 Minério Esmagado, Triturado 
622'17 Restos de Minérios, Resíduos 
622.01 Teoria Geral. Aspectos Geofísicos e de Engenharia da 
 Mineração 
622.02 Propriedades Físicas do Mineral, Minério ou Rocha 
622.03 Caráter Geológico das Jazidas 
622.03'116 Horizontal. Levemente Inclinado 
622.03'117 Inclinado 
622.03'118 Vertical, ou quase Vertical 
 38 
622.06 Processos e Tecnologia da Mineração 
 
 
d) AUXILIARES ESPECIAIS DÍGITOS FINAIS 
 
 
As mais recentes dentre as Subdivisões Auxiliares Especiais, ainda pouco conhecidas, e, 
conseqüentemente, pouco empregadas, têm função bastante parecida com a das 
Subdivisões Auxiliares Especiais com Apóstrofo: acrescentar, à guisa de síntese, certos 
detalhes comuns ao número principal e a suas divisões diretas. Constituem, portanto, 
verdadeiras mini-tabelas a serem utilizadas, quando necessário, no aprofundamento dos 
detalhes do assunto principal e seus derivados. Exemplo é o 661.8 Compostos Metálicos 
em Geral, Sais, Compostos Minerais e Óxidos. Aí se encontra a mini-tabela ...2/...9, com 
a informação de que pode ser utilizada com as divisões diretas do 661.8. Assim, 
661.862.27 Aluminatos é o resultado de: 
 
661.862 Componentes de Alumínio (subdivisão do 661.8) + 
...27 Sais com um Metal como Parte do Ânion (da mini-tabela encontrada no 661.8) 
 
Mais exemplos: 
 
669.223 Metalurgia de Extração da Prata é o resultado de: 
 
669.22 Prata (subdivisão do 669) + 
...3 Metalurgia da Extração (da mini-tabela encontrada no 669) 
 
681.325.541 Contadores Manualmente Controlados resulta de: 
 
681.325.54 Contadores (subdivisão do 681.325) + 
...1 Dispositivos de Mesa Controlados Manualmente (da mini-tabela encontrada no 
681.325). 
 
 
5 ADMINISTRAÇÃO DA CDU 
 
 
 39 
Propriedade intelectual da Federação Internacional de Documentação e Informação 
(FID), a CDU é por ela administrada através de um Grupo Gerencial (FID Management 
Board). É esse Comitê, ou Grupo, que coordena as propostas de desenvolvimento do 
sistema e autoriza os diversos países do mundoa publicar edições em suas respectivas 
línguas, estabelecendo condições e zelando por seu cumprimento e pelo respeito aos 
padrões estabelecidos pela FID. 
 
 Em alguns países, como a Hungria, a Espanha e a Grã-Bretanha, ela foi elevada à 
condição de norma nacional, e na União Soviética é prescrita como sistema oficial para a 
classificação da literatura técnica e científica. 
 
A FID vem desenvolvendo, recentemente, esforços no sentido de encontrar parceiros para 
o que denominaríamos Empreendimento CDU, sobretudo em seus aspectos de produção e 
comercialização. É que após estudos demorados, levados 
a termo por especialistas de renome internacional e experiência comprovada, convenceu-
se a Administração daquele organismo de que a CDU ainda vale a pena; de que não só 
não morreu, como é uma das grandes e poucas alternativas para a organização (arranjo) 
de coleções de documentos de qualquer natureza, servindo ainda de apoio e inspiração ao 
desenvolvimento de tesauros, tanto do ponto de vista de contribuição terminológica, 
quanto, até mesmo, do de desenho estrutural. 
 
EDIÇÕES DA CDU 
 
 
O número de edições e o número de idiomas em que as mesmas se encontram disponíveis 
são um testemunho do passado glorioso da CDU e um convite a acreditar em seu futuro. 
Nos países socialistas as diversas edições existentes parecem exibir vigor e crescimento 
continuado. No Ocidente predominam as edições em inglês, alemão e francês, embora o 
francês, que desencadeou todo o movimento, esteja hoje (ironia do destino), carecendo de 
ajuda. Outros idiomas latinos, como o espanhol, o português e o italiano, produziram 
edições CDU, mas se encontram muito precariamente representados nos comitês da FID. 
 A primeira edição da CDU, inteiramente calcada sobre a quinta edição da 
Classificação Decimal de Dewey, veio à luz em 1905, em francês, com o nome de 
Manuel du Répertoire Bibliographique Universel, refletindo sua preocupação imediata e 
prática de servir, apenas, de instrumento de sistematização daquele Catálogo. 
Compreendia aproximadamente 33.000 entradas. 
 40 
 Há, hoje, aproximadamente 250.000 entradas nas Edições Desenvolvidas; 
80.000 nas Médias e 25.000 nas Abreviadas, correspondendo, assim, essas duas últimas 
a, respectivamente, 30% e 10% da Edição Desenvolvida. Tradicionalmente é a Edição 
Desenvolvida que é considerada a definitiva e a mais próxima das intenções originais dos 
criadores do Sistema, sendo sua segunda edição francesa considerada a edição padrão 
para toda a CDU. 
 Há, presentemente, Edições Desenvolvidas (em doze idiomas, dos quais nove 
estão em processo de atualização); abreviadas ( em vinte idiomas) que surgiram como 
uma alternativa muito bem aceita para aquelas; bem mais recentemente surgiram as 
Edições Médias, que já perfazem um total de onze (incluindo-se aí a segunda edição em 
língua portuguesa, traduzida da Primeira Edição Média Internacional Trilíngüe e 
publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em 1987). 
 Com respeito a esse último tipo de edição, parece haver um interesse crescente 
por ele, tendo relatório recente descoberto que há um também crescente sentimento de 
que as edições completas já não fazem falta, e que seu melhores dias já se foram. 
Finalmente, há as edições denominadas Especiais: cento e dezoito no momento, o que 
parece sugerir a existência de uma demanda razoável. Tudo parece indicar que o que a 
maioria dos usuários quer é uma edição universal e uniforme, de um porte 
consideravelmente menor do que o da Edição Desenvolvida, em dois, três ou no máximo 
quatro volumes, permitindo, assim, ao usuário, mais facilmente, uma visão de conjunto 
(sinótica) do Sistema. Além disso, que seja atualizada a intervalos regulares, pré-
estabelecidos, (pré-conhecidos) e que contenha índices melhores do que os que têm sido 
(quando o têm) produzidos no passado, além de manuais, guias e roteiros práticos para os 
usuários do sistema. 
 A elaboração dessa versão ideal da CDU, mais consentânea com a realidade do 
mundo hoje e com os requisitos da média dos usuários de suas diferentes versões está em 
andamento nos quartéis da FID. Será um ponto intermediário entre a Edição 
Desenvolvida e a Média atuais, cobrindo aproximadamente 60% do sistema, com a 
novidade de apresentar, como uma de suas partes integrantes, a par da estrutura 
sistemática de hoje, uma outra, complementar, com feição e função de tesauro. 
 
ATUALIZAÇÃO DO SISTEMA 
 
 
Para acompanhar o ritmo de desenvolvimento das artes e ofícios, da ciência e da 
tecnologia, enfim, do conhecimento humano, mais acelerado nas últimas décadas, o 
sistema dispõe, desde seus primórdios, de um mecanismo de atualização 
 41 
satisfatoriamente ágil e democrático, denominado Extensions and Corrections to the 
UDC. 
 Uma série de comitês de especialistas nas diversas áreas do conhecimento é 
responsável por acompanhar os desenvolvimentos nessas áreas e fazer propostas de 
atualização. Um comitê central zela pelos princípios e dirime as eventuais controvérsias. 
As propostas dos comitês especializados circulam pelo mundo inteiro sob a forma de P-
Notes para conhecimento e avaliação dos usuários, que, por sua vez, podem encaminhar 
propostas de sua própria lavra e iniciativa ao Comitê Central. Aprovadas pelo Comitê 
Central, essas propostas são incorporadas oficialmente à CDU e publicadas na série anual 
de Extensions and Corrections to the UDC, de que há um volume cumulativo a cada três 
anos e um suplemento a intervalos irregulares. 
 O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) vem, 
desde 1989, publicando uma tradução da série original Extensions and Corrections to the 
UDC, cujo texto pode ocorrer em qualquer dos três, ou, até mesmo, nos três idiomas 
oficiais da FID simultaneamente: o alemão, o francês e o inglês. 
Em virtude de falhas estruturais apresentadas desde as primeiras edições do 
Sistema, e como decorrência do enorme desenvolvimento das ciências e das artes nos 
últimos anos, tem havido uma pressão muito grande, recentemente, para uma 
reformulação substancial da CDU. Há indícios de que está iminente esta 
reformulação, que contempla, nas diversas propostas, a reutilização da Classe 4, 
vaga desde a década de sessenta.

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