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Os custos invisíveis das empresas ao beneficiarem o transporte individual motorizado

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Os custos invisíveis das empresas ao 
beneficiarem o transporte individual 
motorizado 
 
 
 
 
 
 
ENG1507 – Transporte e Logística 
 
Professor Mario Bitencourt 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Luiza Pinheiro 1120810 
Breno Bensusan 1021669 
Bruno Frohmuller 1113128 
Fábio Walan 1313397 
1 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO GERAL......................................................................................................2 
2. TRANSPORTE INDIVIDUAL............................................................................................3 
2.1 – Histórico do crescimento ...................... .........................................................................3 
2.2 – Custos Invisíveis ............................................................. ...............................................6 
3. MOBILIDADE CORPORATIVA ............................................................................ ...........8 
4. MEDIDAS DE MOBILIDADE CORPORATIVA ..........................................................11 
4.1 – Promoção dos meios alternativos de transporte............................................................11 
4.2 – Mudanças na jornada de trabalho .................................. ...............................................14 
4.3 – Medidas financeiras e de suporte ......... ........................................................................16 
5. ESTUDO DE CASOS ........................................... ..............................................................19 
6. CONCLUSÃO ....................................................... ..............................................................22 
7. BIBLIOGRAFIA ................................................... ..............................................................24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO GERAL 
 
A tendência da administração pública é cada vez mais próxima de 
uma descentralização dos papeis do estado. Existem setores, no entanto, tal 
como o de mobilidade urbana, em que o avanço do setor privado ainda está 
muito subordinado às decisões e ao dinheiro público. Esse fenômeno se 
verifica, principalmente, em países em desenvolvimento, por estes terem 
cidades muito populosas, com crescimento desordenado e muitas vezes falta 
de dinheiro. Nas eleições, por exemplo, são realizadas dezenas de promessas 
sobre o tema, mas como são medidas custosas, tanto burocrática quanto 
economicamente, tendem a ficar apenas no papel. 
Uma possível confluência dos setores privado e público, nesse 
sentido, se dá a partir do momento em que o segundo começa a vislumbrar 
alternativas que lhe trarão benefícios. As vantagens para o setor público 
poderão vir no longo prazo, na medida em que as empresas incentivarem a 
coletividade nos deslocamentos de seus funcionários no trajeto casa – 
trabalho – casa, se desfazendo, assim, de despesas invisíveis atreladas ao 
transporte individual. Sabe-se, inclusive, que o movimento pendular é 
responsável pela maioria dos deslocamentos urbanos, logo a adesão das 
empresas à políticas de mobilidade corporativa contribuiria 
significativamente para uma melhor fluidez das viagens, além de trazer uma 
série de benefícios e mitigar, para a administração pública, uma série de 
problemas na mobilidade urbana. 
O presente trabalho possui o intuito de explicitar os custos invisíveis 
das empresas provenientes do incentivo ao uso do transporte individual por 
seus funcionários, além de apresentar alternativas que terão impactos 
benéficos no orçamento daquelas e no tráfego urbano. Para isso, serão 
apresentados dados de estudos, feitos por terceiros, a respeito do assunto e 
que mostram os respectivos custos associados ao transporte individual. 
Os diferentes setores industriais seguem hoje a tendência de 
otimização dos seus processos e do uso das matérias-primas a fim de alcançar 
a sustentabilidade da atividade que desenvolvem, o intuito é o mesmo ao 
lançarem mão do planejamento da mobilidade urbana. 
Segundo os especialistas em mobilidade urbana do WRI Brasil, 
Bruno Almeida e Guillermo Petzhold, o antigo hábito do planejamento 
3 
 
urbano que consistia na expansão e criação de vias, são medidas 
insustentáveis e caras já que induzem a um aumento no tráfego e saturam-se 
em um curto período de tempo. Seguindo o caminho das indústrias, essa área 
desenvolveu a gestão de demanda de viagens (GDV) que visa “otimizar o uso 
da infraestrutura e opções de transportes disponíveis”, nas palavras de 
Almeida e Petzhold. 
Esse tipo de gestão procura tornar sustentável a relação 
passageiro/automóvel. Aqui vale uma observação quanto ao termo 
“sustentável” que tem o seu uso muito associado à ecologia. No contexto 
deste relatório, o adjetivo refere-se principalmente à sua definição, que 
segundo o Dictionary.com é “uma característica ou condição de um processo 
ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um 
determinado prazo”, contudo os benefícios ambientais acabam sendo, 
também, uma das consequências da adoção de políticas GDV. 
Sendo assim, fica claro que a criação e expansão de redes de 
transporte é insustentável e, por isso, o esforço público não é suficiente. Da 
mesma maneira em que expansões e novas vias incentivam as pessoas a 
usarem o transporte individual, a adoção de alternativas de transportes por 
parte da população está também condicionada a incentivos, seja por parte do 
Governo ou da empresa na qual ela trabalha, nesse contexto que se insere a 
mobilidade corporativa. 
 
2. TRANSPORTE INDIVIDUAL 
 
2.1. Histórico do crescimento 
 
A mobilidade urbana se tornou, após muitas décadas, um dos 
maiores problemas da sociedade moderna. O direito de ir e vir, por mais que 
garantido pela legislação brasileira, é muitas vezes desrespeitado pelos 
volumes de tráfego diários das grandes cidades e, consequentemente, pelas 
vias engarrafadas de automóveis transportando, quase sempre, apenas uma 
pessoa. 
A porcentagem da população mundial que vive em áreas urbanas, 
aumentou consideravelmente nos últimos 60 anos, apresentando uma quantia 
de 30% em 1950, de 54% em 2014, e seguindo essa projeção de crescimento, 
4 
 
até 2050 serão 66%, o que levaria a um acréscimo de 2,5 bilhões de pessoas 
no mundo vivendo em áreas urbanas (CEBDS). Esse crescimento 
exponencial, acrescido da falta de planejamento urbano e de transportes 
coletivos tem o potencial para gerar uma superlotação das vias ou até mesmo 
causar futuramente o colapso do sistema como um todo. 
Este cenário de caos já pode ser percebido em algumas cidades 
brasileiras, tais como Rio e São Paulo e a tendência é que a situação se torne 
cada vez pior, isto é, se as soluções de compartilhamento de viagens não 
forem implementadas. 
Como podemos ver na Figura 1, apresentado abaixo, a quantidade 
de quilômetros percorridos em transportes individuais é muito maior do que 
os percorridos por transporte coletivo rodoviário e a diferença entre as duas 
modalidades se tornam cada vez maiores. 
Figura 1 – Comparativo entre a quantidade de quilômetros percorridos por 
diferentes modalidades de transporte. 
Não é à toa que quando vemos o impacto disso nas cidades 
brasileiras, em tempo de deslocamento, o resultado é muito mais expressivo. 
A seguir, a Figura 2 apresenta os meios de transporte mais utilizados pelos 
brasileiros, mostrando que temos uma boa parcela da população que anda 
diariamente de ônibus, reduzindo de forma considerável, o impacto nas vias 
públicas, caso essas mesmas pessoas optassem pela utilização deveículos 
para uso individual. Este fenômeno pode ser explicado pelo fato da renda 
5 
 
nacional ser muito baixa, obrigando os menos favorecidos (a maioria da 
população) a se locomoverem pelo transporte mais barato. 
Figura 2 – Os meios de transporte mais utilizados no Brasil. 
O ônibus, para a população de baixa renda, ainda serve como o 
principal meio de transporte. Todavia, com o crescimento nos últimos anos 
da classe média, muitas pessoas puderam adquirir automóveis para uso 
individual, aumentando assim a quantidade de carros nas ruas. Nosso país 
ainda é majoritariamente movido pelo meio rodoviário, mas a tendência é 
diminuição deste modo transporte, seja pelo incentivo ao deslocamento por 
transporte público por parte das empresas que adotam medidas de mobilidade 
corporativa, seja pelo transito que se torna cada dia mais caótico. 
O carro, em geral, ocupa 16,8 vezes mais espaço do que um ônibus 
transportando a mesma quantidade de pessoas, além disso, polui cerca de 9,6 
vezes mais. Tendo isso em mente, já é realidade a implantação de políticas 
públicas que tem por objetivo conter o aumento do número de veículos nas 
ruas, nesse sentido, foram implementados no Rio de Janeiro novos sistemas 
de vias para agilizar o transporte são eles o BRS e o BRT que reduziram 
drasticamente o tempo de viagem de alguns percursos, incentivando o usuário 
a utilizar mais esses meios de transporte. Segundo o jornal O Dia: “Houve 
redução de 23,1% nos tempos de viagem por ônibus, superando a meta inicial 
de reduzir o tempo em 20%. Já nos tempos de viagem por carro foi registrada 
redução de 18,15%”. 
6 
 
 
Figura 3 – Problemas mais citados sobre o transporte público. 
Com um aumento na demanda por essas novas modalidades de 
transporte público, novos problemas surgem, fazendo com que as pessoas 
voltem a questionar o uso do transporte público, tal como podemos ver na 
Figura 3 apresentada acima, condensando os problemas mais recorrentes para 
os usuários de transporte público. A Mobilidade Corporativa pode 
desenvolver um papel fundamental na melhora deste cenário, apresentando 
soluções que tem como principal objetivo diminuir o número de veículos 
particulares das ruas. 
 
2.2. Custos invisíveis 
 
Um dos principais motivos de geração de viagens em uma cidade é 
o trabalho, que está atrelado a cerca de metade das movimentações diárias no 
Brasil, segundo pesquisa realizada pelo The City Fix Brasil. Isto reforça o 
quanto uma empresa é capaz de impactar não apenas no âmbito corporativo, 
mas também na cidade como um todo, interferindo na mobilidade urbana, no 
meio ambiente, entre outros casos. O papel que uma empresa assume diante 
do deslocamento de seus funcionários reflete em custos, muitas vezes, 
imperceptíveis, mas que interferem em sua produtividade. Existem diversas 
alternativas que buscam solucionar esses custos invisíveis de forma 
sustentável e benéfica não só para a empresa, mas também para a população. 
Algumas organizações insistem em priorizar e beneficiar o 
transporte individual, disponibilizando vagas em estacionamento gratuito e 
auxílio combustível, entre outros meios. Esse tipo de comportamento é 
7 
 
responsável por consumir cerca de 10 a 15 dias por ano de cada funcionário, 
segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável (CEBDS). O tempo de viagem gasto por uma pessoa, em média, 
é de, pelo menos, duas horas para ir e voltar do trabalho, de acordo com estudo 
realizado pela Firjan. Ainda baseado nesse estudo, o Rio de Janeiro foi 
classificado como primeiro no ranking do tempo de deslocamento casa-
trabalho, seguido por São Paulo e Salvador, respectivamente. 
Congestionamentos podem causam prejuízos da ordem de bilhões de reais em 
uma cidade. 
Como consequência do tempo gasto em engarrafamentos, podem ser 
citados os desgastes físico e emocional dos colaboradores, ocasionando na 
perda de produção e qualidade de vida dos mesmos, interferindo na 
produtividade da empresa. É importante frisar que o tempo gasto pelo 
empregado nos deslocamentos entre casa e trabalho e vice-versa não são 
computados na jornada de trabalho. Ademais, em muitas situações, é menos 
viável para a empresa, no aspecto financeiro, manter as despesas de um 
funcionário que possui direito à vaga de estacionamento, auxílio combustível 
e veículo corporativo do que fornecer benefícios do transporte coletivo. 
Além dos custos sociais e econômicos, a questão ambiental também 
deve ser mencionada. Existem diversas alternativas de transportes 
sustentáveis que, certamente, ajudariam a reduzir o número de viagens em 
veículos motorizados e, por este motivo, sua utilização deveria ser 
incentivada pelas empresas, sobretudo pela sua capacidade de reduzir 
emissões de poluentes e materiais particulados. O impacto das medidas de 
mobilidade corporativa na redução de viagens anteriormente mencionada 
pode ser observado na tabela abaixo. 
Vale ressaltar que as medidas de mobilidade corporativa serão 
detalhadas mais adiante, com as ações necessárias para a sua implantação. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
MEDIDA 
REDUÇÃO ESTIMADA 
(%) 
 Mínima Máxima 
Cobrança de estacionamento 20,0 30,0 
Política de carona 5,0 10,0 
Informação sobre os meios de transporte 1,1 1,7 
Isenção do desconto do vale-transporte 8,0 12,0 
Incentivo ao ônibus fretado 8,0 18,0 
Shuttles com estações de transporte coletivo e outros pontos de interesse 6,8 10,2 
Instalações para ciclistas 2,0 5,0 
Política de volta para casa garantida 1,6 2,4 
Política de teletrabalho uma vez a cada duas semanas 7,0 10,0 
Política de teletrabalho uma vez a cada uma semana 14,0 20,0 
Política de táxi corporativo 0,0 45,0 
 
 Tabela 1 – Impacto das medidas de mobilidade corporativa na redução de viagens 
 
Após análise da tabela, nota-se que há medidas mais eficazes que 
recebem um maior destaque, como dar início à cobrança de estacionamento 
e adotar uma política de teletrabalho uma vez a cada semana. Contudo, 
observa-se que a política de táxi corporativo, quando utilizada corretamente, 
isto é, transportando mais de um funcionário a fim de reduzir o número de 
veículos individuais, pode ser mais efetiva que essas outras medidas 
anteriormente mencionadas, podendo alcançar até 45% de redução nas 
viagens. 
3. MOBILIDADE CORPORATIVA 
 
Como mencionado anteriormente, uma fatia do esforço necessário 
para a melhora da mobilidade urbana deve ser oriunda do setor privado pois 
este sempre é polo atrativo de viagens regulares. A medida do empenho das 
empresas, nesse sentido, não se refere a investimentos financeiros diretos, e 
sim ao incentivo que elas dão aos seus funcionários para que optem por meios 
de transporte mais sustentáveis. 
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável (CEBDS) em parceria com o WRI Brasil Cidades Sustentáveis 
realizaram um estudo a respeito do tema e para isso realizaram experiências 
com empresas associadas. Os projetos criados tiveram o objetivo de gerar 
potenciais ganhos econômicos para as empresas ou ganhos ambientais e 
foram únicos, devido as particularidades de cada instituição. Os dados 
9 
 
apresentados futuramente neste trabalho serão extraídos do 
estudo/experiência citado anteriormente. 
O plano de mobilidade corporativa é um mecanismo que envolve 
muitas partes para seu funcionamento. Seu sucesso, segundo o guia da 
Embarq Brasil, depende de determinados aspectos-chave, são eles: 
• Apoio da diretoria: esse setor é o responsável por guiar e 
estabelecero norte da empresa. A adesão do mesmo é um forte exemplo aos 
setores submissos; 
• Coordenador dedicado: é o líder responsável pela elaboração do 
plano, deve ser uma pessoa dedicada e com clara compreensão do objetivo e 
escopo além de ter autoridade para a completa execução do mesmo; 
• Objetivos e metas claras: estes, devem ser mensuráveis, 
mensuráveis, atingíveis, realistas e vinculadas a um cronograma de 
implementação; 
• Comunicação contínua: informação constante aos funcionários 
sobre os benefícios e status do plano, além de canal para participação e 
engajamento; 
• Dados de base: diagnósticos dos padrões de deslocamento atuais 
que moldam a estratégia do plano; 
• Recursos: alocação específica de recursos financeiros e humanos 
para a implementação do plano; 
• Conjunto de medidas concretas: definido a partir de análise e 
compreensão das barreiras e oportunidades identificadas; 
• Monitoramento: mensuração de resultados e ajustes para aumentar 
a eficácia do plano. 
 
Ainda pelo guia da Embarq Brasil, a primeira fase de elaboração de 
um plano de mobilidade corporativa deve ser a preparação e esta, inicia-se 
com identificação de necessidades. Dessa maneira, os horizontes podem ser 
estabelecidos e será possível conjecturar se há real utilidade da execução do 
plano. A conclusão de qualquer uma das motivações deve ser convertida em 
termos econômicos, que será o fator de maior peso na futura tomada de 
decisão por parte dos departamentos estratégicos. Como visto antes, o apoio 
da diretoria é fundamental para o sucesso, este permitirá que exista uma 
10 
 
alocação de esforços intelectuais e financeiros oriundos da própria empresa. 
Importante frisar que o sucesso de um plano não se dá em uma boa 
implementação, mas sim ao longo de toda sua vida, portanto, a diretoria deve 
estar ciente de que isso será mais uma política empresarial e que vai exigir 
revisões e manutenções. Sobretudo, tudo mencionado anteriormente, não será 
válido caso as lideranças das empresas não os seguirem já que serão exemplos 
verticais muito eficazes. 
Dentro de qualquer comunidade humana, existe uma teia de relações 
interpessoais, os protagonistas das partes centrais são pessoas que merecem 
atenções. Estas, possuem boas relações com muitas pessoas bem como alta 
probabilidade de serem pessoas influentes, assim, o apoio destas é valioso 
porque podem servir de exemplos horizontais. O mapa inter-relacional 
corporativa ajuda mapear os agentes chave, dessa maneira, saber o 
posicionamento deles é uma atividade que merece dedicação. Os que tem 
baixo interesse, merecem atenção especial, pois podem figurar um 
movimento resistente a implementação do plano. Outra recomendação da 
Embarq Brasil, é a de incluir os atores influentes e com alto interesse nos 
comitês gestores. 
Tendo identificado os atores da empresa no cenário do plano de 
mobilidade corporativa, é necessária a criação do comitê gestor e, como 
argumentado acima, os funcionários de alta influência e de alto interesse 
devem ser incluídos. A relevância destes é fundamental pois serão 
responsáveis por apoiar e proliferar informações. O comitê deve ter 
autonomia o suficiente para aprovar determinadas medidas financeiras e 
administrativas. 
 Em seguida deve ser feita a criação do escopo, que será o documento 
apresentando as visões, objetivos do plano e futuramente as metas. 
Lembrando que as metas devem servir de estímulos e guias para o caminhar 
do plano, portanto, devem ser atingíveis e, principalmente, mensuráveis. 
A comunicação contínua foi um dos tópicos abordados 
anteriormente como sendo chave para o sucesso do planto. Isso se deve ao 
fato que a via principal para realizar o plano é por meio de incentivos e, o 
mais forte, são os casos bem-sucedidos dos trabalhadores que adotaram a 
ideia no início. Por outro lado, as medidas adotadas e que se deram como 
infelizes, precisão ser revistas, em alguns momentos, com certa agilidade. 
11 
 
Sabendo disso, o plano de comunicação deve ser feito com o intuito de 
divulgar novidades e os status do andamento do projeto. 
Igualmente importante ao sucesso do plano, a fase de diagnóstico é 
o cerne do que será feito futuramente para melhorar. Aqui, serão coletadas, o 
máximo possível, de informações a respeito da mobilidade dos funcionários 
e as características das opções de transporte nas redondezas da empresa. O 
resultado desse estudo será utilizado para analisar e escolher as melhores 
alternativas ao transporte individual, que serão discutidos no capítulo 4 deste 
trabalho. Como a ideia do projeto de mobilidade corporativa é 
“sustentabilisar” o transporte, seria incoerente tomar medidas insustentáveis 
financeiramente para isso. Portanto, os custos monetários envolvidos, em 
cada alternativa, devem ser levantados. Ao fim, todos os resultados devem 
ser divulgados com o intuito de revelar a necessidade da execução de um 
plano de mobilidade. 
Com as tudo em mãos, o passo seguinte é a elaboração em si do 
plano. Nesse estágio todas as metas, objetivos devem ser revistos. Se os 
resultados do diagnóstico apontarem para outro Norte, tudo estabelecido no 
escopo será incoerente e então uma clara necessidade de reelaboração destes. 
Tudo previsto nos passos anteriores terá sua decisão final, logo, aspectos 
importantes como o orçamento, estratégias a serem incentivadas (discutidas 
no capítulo 4). Com tudo que foi pensado no escopo sendo definido, o plano 
está maduro o suficiente para ser lançado. Por último, e essencial ao bom 
funcionamento do plano é seu monitoramento. Sem isso, não será possível 
medi-lo e avaliar as metas junto ao seu progresso. A cada resultado abaixo do 
esperado, o comitê deve se reunir e analisa-lo sucessivamente. 
 
4. MEDIDAS DE MOBILIDADE CORPORATIVA 
 
4.1. Promoção dos Meios Alternativos de Transporte 
 
 Os funcionários das empresas dispõem de uma série de alternativas 
ao transporte individual no deslocamento casa-trabalho-casa. Dentro da 
perspectiva da mobilidade corporativa, cabe às organizações escolherem 
quais destas alternativas irão incentivar. Esta escolha será função dos 
benefícios que a empresa espera alcançar com essa nova estratégia, das 
12 
 
características da organização, da localização geográfica da empresa e o quão 
fácil é o seu acesso. 
 Nesse sentido, a seguir são apresentadas diversas medidas e 
ações que podem ser realizadas pelas organizações para melhorar o bem-estar 
dos funcionários, o meio ambiente e diminuir os custos associados aos 
transportes. 
 
Bicicleta: 
 
As bicicletas são um meio de transporte sustentável no sentido 
ecológico e no de capacidade de continuidade. A infraestrutura pública para 
seu funcionamento é baixa, necessitando em casos de vias expressas, 
ciclovias por motivos de segurança. Por serem opções leves, o desgaste 
provocado no asfalto é baixo e, portanto, implica em baixas manutenções. O 
fluxo de bicicletas é contínuo mesmo em casos de altas densidade e então tem 
uma alta previsibilidade do tempo de viagem. Nem todas serem automotoras, 
e demandarem esforço físico, as bicicletas possuem virtudes nas questões de 
saúde, porém a necessidade da boa aparência no mundo corporativo acaba 
impedindo a adesão de mais adeptos pois acabam chegando suados e 
desarrumados no trabalho. 
Medidas como a instalação de um bicicletário, infraestrutura para 
manutenção, e construção de vestiários podem ser grandes incentivos ao uso 
de bicicletas. Estas ações tem um custo inicial muito maior que sua 
manutenção ao longo prazo. Possivelmente, as intervenções citadas, só terão 
efeito caso uma fatiaconsiderável dos deslocamentos dos trabalhadores da 
empresa sejam relativamente curtas para se adotar esse modal. Para deixar 
essa decisão clara, o plano de mobilidade corporativa (descrito no capítulo 3), 
deve apontar como sendo uma alternativa viável. 
 
 
 
 
 
 
Transporte Coletivo: 
13 
 
 
Em regiões metropolitanas, o transporte coletivo público costuma 
ser mais desenvolvido. As viagens, por exemplo, são divididas em diferentes 
sistemas (rodoviário, metroviário, ferroviário, hidroviário etc). No entanto, o 
que se percebe, é uma má qualidade nos serviços prestados pelas 
concessionárias desses serviços, isso somado a tarifas cada vez mais altas. 
Mas é inegável que o transporte coletivo é muito mais sustentável do 
que o individual, na medida em que polui menos e retira uma série de 
automóveis que, potencialmente, estariam na rua. Para não passar pelos 
transtornos causados pelo transporte coletivo público e também evitar a 
retirada dos carros das garagens surgiu o conceito de transporte coletivo 
privado. Os chamados ônibus fretados são um exemplo deste tipo de 
transporte. 
Na perspectiva da mobilidade corporativa, existe ainda mais uma 
vantagem para o transporte coletivo, este reduziria os custos das empresas 
com vagas de estacionamento, além do vale-transporte ou o ônibus fretado 
serem mais baratos do que tradicional auxílio-combustível. 
Para empresas localizadas nos grandes centros urbanos, onde a oferta 
de transporte coletivo é alta, não há a necessidade, por exemplo, da 
contratação de ônibus fretados para transporte de funcionários. Uma maneira 
de incentivar o transporte coletivo público nestas empresas é a isenção do 
desconto do vale-transporte. 
Já nas organizações, localizadas longe dos centros urbanos e com um 
número grande de funcionários, recomenda-se a adoção de ônibus fretado 
para o transporte dos mesmos. As linhas seriam acordadas entre os 
funcionários e posteriormente divulgadas internamente pela empresa. 
Outra medida que seria uma espécie de meio-termo entre as duas 
anteriores é a adoção de shuttles que fariam o transporte dos funcionários 
conectando a empresa a pontos estratégicos ou estações, de onde eles 
poderiam pegar uma linha de ônibus ou metrô, por exemplo. 
 
 
 
Caminhada: 
 
14 
 
Além de ser uma forma ecologicamente correta, estimular a 
caminhada é melhorar a qualidade de vida dos funcionários. Ela é mais 
realizada em cidades com um transito amigável, com uma boa oferta de 
serviços, comércio e ruas mais apropriadas para este fim. A tendência atual 
nas grandes centros é o fechamento de vias, para que a sociedade aproveite 
melhor o espaço urbano, seja caminhando, correndo ou de bicicleta. 
Nesse sentido as empresas podem informar seus funcionários a 
respeito de serviços próximos e rotas de transporte coletivo no caminho 
daqueles que pretendem caminhar, outra maneira de estimular os 
colaboradores é disponibilizar guarda-chuvas gratuitamente. 
 
Carona: 
 
A política de incentivo a caronas pode ser implementada em 
empresas com muitos funcionários situadas em cidades com alta densidade 
populacional, assim será mais provável que funcionários de uma mesma 
empresa morem próximos uns dos outros. 
Do mesmo modo, a política seria igualmente eficaz para aquelas 
organizações situadas distante dos centros urbanos, onde seriam realizados 
grandes deslocamentos, em geral não contemplados por transporte coletivo 
público. 
Sendo assim, a empresa terá de possuir um banco de dados com as 
informações dos funcionários que estariam dispostos a pegar carona e aqueles 
que estariam dispostos a dar caronas, e quais seriam as condições destes 
últimos para efetuar o trajeto estabelecido. Isso pode demandar algum 
investimento em sistema de informação por parte das empresas. 
 
4.2 - Mudanças na Jornada de Trabalho 
 
São recorrentes os problemas relacionados à hora do rush (ou horário 
de pico), este horário é caracterizado por congestionamentos e transportes 
públicos trabalhando além das suas capacidades, ou seja, uma grande “dor de 
cabeça” para aqueles que tem que se deslocar durante esse período do dia. 
 Como dito anteriormente, o movimento pendular casa-trabalho-
casa representa uma boa parcela dos deslocamentos que ocorrem neste 
15 
 
horário, nesse sentido a alteração na jornada de trabalho tem por objetivo 
mudar o horário de deslocamento dos trabalhadores ou até mesmo eliminar a 
necessidade de deslocamento em si. A seguir são apresentadas políticas que 
podem ser adotadas pelas empresas para melhorar a mobilidade de seus 
funcionários. 
 
Teletrabalho: 
 
Já nos anos 70, com a crise do petróleo, as corporações passaram a 
implementar medidas que reduzissem os gastos com deslocamento para o 
trabalho por parte de seus funcionários, nesse contexto surgiu o teletrabalho 
que vem evoluindo desde então. 
Com horários flexíveis, a comodidade de trabalhar de onde quiser e 
a eliminação dos deslocamentos, os teletrabalhadores também enfrentam 
situações de estresse em função do “maior controle exercido pelas 
organizações, da menor criatividade nas atividades executadas e de jornadas 
de trabalho que tendem a se prolongar além dos horários tradicionais.”. 
No entanto, para as empresa são inúmeras as vantagens da adoção 
desta medida, por exemplo, a possibilidade de aumentar o quadro de 
funcionários sem ter de expandir a infraestrutura (energia, escritório, 
estacionamento etc), o que já representa uma redução nos seus custos. 
 
Horário Escalonado: 
 
O horário escalonado é caracterizado pela melhor distribuição dos 
horários de chegada e saída dos funcionários de uma empresa, esta política é 
voltada para uma organização que possua jornadas mais flexíveis, de modo 
que não haja a necessidade de todos iniciarem as atividades do trabalho no 
mesmo horário. A adoção desta medida pode reduzir o tempo de 
deslocamento dos trabalhadores, além disso, segundo o engenheiro de 
transportes Guilherme Petzhold: “aumenta a produtividade dos funcionários, 
aumenta a atratividade da empresa, e estende o horário que a empresa opera. 
” 
 
Semana Comprimida: 
16 
 
 
A implantação dessa política permite que o funcionário realize o seu 
trabalho em menor número de dias, trabalhando uma ou duas hora a mais por 
dia e folgando um dia na semana, por exemplo. Dessa maneira, a empresa 
reduz a necessidade de vagas de estacionamento. O trabalhador pode, ainda, 
resolver pendencias durante o seu dia de folga, ficando menos preocupado no 
ambiente de trabalho. 
 
 
4.3 - Medidas Financeiras e de Suporte 
 
Incentivos e Desincentivos financeiros: 
 
Segundo Guilherme Petzhold (2016), "são uma das formas mais 
eficientes de fazer os funcionários mudarem os hábitos de deslocamento. Os 
incentivos podem ser utilizados como subsídio ou na forma de benefícios para 
quem opta por meios mais sustentáveis de transporte.". 
Ainda de acordo com Petzhold, os incentivos podem vir sob a forma 
de abono no desconto do vale transporte, descontos para os funcionários em 
estabelecimentos que consertam bicicletas, a troca do custa da vaga de 
estacionamento por outro benefício etc. 
Os desincentivos financeiros, por sua vez, são maneiras de tornar 
menos vantajoso para os funcionários o transporte individual e podem ser 
caracterizados pelas seguintes medidas: cobrança no estacionamento, corte 
no auxílio combustível etc. 
 
Volta Garantida para Casa: 
 
A política de "volta garantida para casa" tem por objetivo incentivar 
ainda mais a troca do transporte individual pelo coletivo. Consiste no 
fornecimento de maneiraspara o empregado, que utiliza meios de transporte 
sustentáveis, voltar para casa, caso ocorra algum imprevisto ou alguma 
emergência. Este transporte seria feito através de carros compartilhados ou 
17 
 
até mesmo por táxis. Sendo assim, a empresa estabeleceria cotas para cada 
funcionário, de modo que estes não usem "a volta garantida para casa" por 
qualquer motivo. 
 
Marketing: 
 
As empresas podem também lançar mão das suas estratégia de 
marketing para promoção dos meios sustentáveis de transporte, incentivando 
a mudança de hábito de seus funcionários através da divulgação das 
alternativas de transporte e das medidas de mobilidade corporativa 
implementadas pela organização em questão, explanando os benefícios de 
cada uma delas, promovendo eventos acerca do tema e reconhecendo os 
funcionários que utilizam estes meios, nos mesmos moldes do já conhecido 
“funcionário do mês”. 
Na tabela 1, apresentada a seguir, estão sintetizadas as medidas de 
mobilidade corporativa descritas até aqui e as respectivas ações necessárias 
para pô-las em prática. 
 
MEDIDA AÇÃO 
Caminhada 
Disponibilização de informações sobre serviços próximos e rotas de 
transporte coletivo 
Disponibilização gratuita de guarda-chuvas 
Bicicleta 
Disponibilização de armários, cadeados, vestiários e de 
estacionamento para bicicletas 
Manutenção gratuita 
Transporte coletivo 
Disponibilização de informações sobre rotas 
Flexibilização de horários de entrada e saída 
Subsídio do vale-transporte 
Ônibus fretado 
Disponibilização de rotas conectando pontos estratégicos ou 
residencias dos funcionários 
Disponibilização do serviço em mais de um horário 
18 
 
 
 
Utilização de veículos mais convenientes (Oferencendo wi-fi, água, 
ar-condicionado) 
Subsídio integral ou parcial do custo 
Carona 
Disponibilização de vagas preferenciais 
Desconto no valor do estacionamento 
Facilitação através de software de caronas oferecido pela empresa 
Teletrabalho 
Disponibilização de fones e cameras de vídeo 
Qualificação do local de trabalho escolhido pelo funcionário 
Compensação mensal pelos gastos de energia e internet 
Horário flexível 
Flexbilidade no horário de almoço 
Flexibilidade no horário de entrada e saída 
Horário escalonado 
Ajuste de horários para funcionários que levam/buscam os filhos na 
escola 
Semana comprimida Implantação da política 
Incentivos e desincentivos 
financeiros 
Cobrança de estacionamento 
Troca do custo da vaga por outro benefício 
Volta garantida para casa 
Em caso de emergência, disponibilização de táxi ou carro 
compartilhado para funcionários que utilizam modos sustentáveis de 
transporte 
Marketing 
Reconhecimento dos funcionários que adotam alternativas mais 
sustentáveis 
Promoção de eventos 
 
Tabela 2 – Medidas e ações de mobilidade corporativa 
 
5. ESTUDO DE CASOS 
 
Hoje, muitas empresas estão investindo no meio de transporte para 
seus funcionários. Desde fornecer carro, combustível e vaga de garagem no 
escritório, até a possibilidade de adquirirem o veículo que foi cedido como 
meio de transporte, são alguns dos benefícios que estão incluídos no plano de 
contratação. Isso gera uma felicidade por parte do funcionário, mas por outro 
19 
 
lado, um custo extra supérfluo para o caixa da companhia. Ao incentivar o 
deslocamento consciente para os funcionários, muitos custos diretos e 
indiretos podem ser mitigados, e mesmo assim manter a moral alta dentre os 
funcionários. 
Um exemplo bem interessante dessa aplicação é o caso da Microsoft, 
que conseguiram reduziu de 75% para 58% o número de funcionários que 
dirigem sozinhos para o escritório. Ao mesmo tempo aumentaram de 25% 
para 42% a quantidade de pessoas que utilizam transporte mais sustentáveis 
para o trabalho (bicicletas, ônibus, caronas, caminhada, uso de vans e mesmo 
o teletrabalho) (Cidades Sustentáveis). Podemos ver abaixo o quão caro custa 
para a empresa manter uma estrutura não sustentável. 
 
Figura 4 – Problemas de transporte enfrentados pelas organizações e seus 
funcionários. 
Na redução do patrocínio de transportes individuais e no apoio direto 
ao transporte corporativo, as empresas precisam incentivar de maneira a 
beneficiar os funcionários que adotam esse modo de vida. A Microsoft, por 
sua vez, ajudou a motivar os seus funcionários através de programas para 
englobar todos e possa melhorar a qualidade de vida de todos. 
"[...]Programas da Microsoft abrangem todos os modais. Quem oferece 
carona aos colegas, conta com nada menos do que três mil vagas exclusivas. 
Os ciclistas são beneficiados por bicicletários com armários para guardar 
capacetes e demais acessórios, vestiários com chuveiros e toalhas 
20 
 
disponíveis, lojas de peças e materiais, além de um veículo com capacidade 
para 16 bicicletas que ajuda no transporte quando necessário. Os 
funcionários também têm à disposição 76 connectors – ônibus exclusivos que 
atendem mais de 6 mil pessoas em 22 rotas, realizando 210 viagens diárias" 
(Cidades Sustentáveis). 
É muito interessante ver que dessa forma a empresa pode reduzir o 
prejuízo dos custos indiretos, de maneira a melhorar a qualidade de vida dos 
seus funcionários e possivelmente, em mais longa data, reduzir os custos 
diretos com estacionamento e leasing de veículos. Abaixo, podemos ver dois 
cenários de empresas em que uma prioriza o transporte individual e a segunda 
o transporte compartilhado. Podemos interpretar também que, as empresas 
que priorizam o transporte individual não só deixam seus funcionários mais 
estressados, devido ao transito das cidades, como também não geram um 
ambiente sustentável em prol da sociedade. 
 
Empresa com incentivo ao transporte individual
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Empresa com incentive ao transporte coletivo 
 
 
Com essa análise, podemos validar que o custo associado 
diretamente ao benefício do veículo corporativo gera altos valores para as 
empresas e ao mesmo tempo não podemos garantir que a qualidade de vida 
dos funcionários é maior do que aqueles que usufruem do transporte coletivo 
ou até mesmo de bicicletas. São inúmeros, como anteriormente listados, os 
benefícios indiretos para os colaboradores. Com um aumento de 
produtividade e também de saudabilidade, o funcionário chega ao seu posto 
de trabalho mais descansado e pronto para trabalhar. 
 Outro, dos vários pontos positivos que existem, podemos sinalizar 
o fato que a quantidade de pessoas que divide o seu trajeto de viagem para o 
trabalho acaba tendo acesso a uma rede profissional que gera 
desenvolvimento de suas capacidades sociais e também a geração de 
networking. Como no âmbito profissional, muitas pessoas têm buscado novas 
formas de interagir dentro da empresa, o compartilhamento de trajeto tem 
atraído pessoas que não buscam somente uma redução de custo, mas sim um 
companheiro de viagem. Segundo a implementação dentro da Microsoft, do 
compartilhamento de viagens de bicicleta tem afetado positivamente seus 
funcionários. A meta da empresa é, não somente, aumentar a quantidade de 
pessoas que buscam esse meio de transporte, mas fornecer as condições 
necessárias para os funcionários terem uma vida mais saudável, produtiva e 
22 
 
melhorar a qualidade de vida do meio ambiente reduzindo a quantidade de 
CO2 emitido para a atmosfera. 
 
 Segundo o engenheiro de transportes Guillermo Petzhold do WRI 
Brasil Cidades Sustentáveis: “Em São Paulo, 80% das pessoas afirmam que 
deixariam o carro em casa se tivessem alternativas melhores. As medidas de 
mobilidade corporativa buscam justamente criaressas alternativas. Oferecer 
vantagens para quem opta pelos modais sustentáveis é essencial para 
convencer as pessoas a mudarem seus hábitos de deslocamento” (Pacheco, 
Priscila). Dessa forma, tanto as empresas quanto os funcionários podem ver 
o benefício direto e indireto sendo resultado de um esforço para trazer uma 
harmonia entre o transporte e a sociedade. 
 Sendo assim, podemos ver que tanto a Microsoft, como outras 
empresas que estão optando pela mobilidade corporativa de 
compartilhamento de viagens ou deslocamento consciente para seus 
funcionários, alavancam uma tendência moderna de redução no custo formal 
e melhorias para mitigar os custos invisíveis dos funcionários. Com o tempo, 
a tendência é que mais empresas adiram ao processo e com isso tragam 
benefícios socialmente inteligentes para seus parceiros. Se essa tendência se 
propagar, provavelmente as ruas ficaram mais vazias pois, mesmo com o 
crescimento exponencial do número de pessoas no país, o compartilhamento 
e uso de transportes alternativos ao individual, geraria um decaimento na 
lotação do sistema de transporte municipal, causando ao mesmo tempo uma 
melhora na qualidade de vida de seus cidadãos. 
 
6. CONCLUSÃO 
 
O trabalho é um dos principais motivos de geração de viagens em 
uma cidade. Por este motivo, as empresas interferem não só na vida de seus 
funcionários como também na de qualquer pessoa que se desloque 
diariamente por meio de algum transporte motorizado. Desse modo, essas 
organizações desempenham importante papel na busca por opções mais 
sustentáveis de mobilidade, estimulando seus funcionários a substituir o 
transporte individual por essas alternativas. 
23 
 
O transporte individual é optado pela maioria, visto que o público 
não está em boas condições e também pelo fato de não possuir horários muito 
flexíveis e ainda haver desconto nos salários de quem recebe vale transporte. 
Dentre as outras medidas, como ir de bicicleta, há certas cobranças por parte 
dos funcionários como chuveiros e armários no trabalho, acesso à ciclovia, 
bicicletário maior e com maior acessibilidade. Já nos casos de carona, as 
exigências variam entre mobilidade durante o dia, carona entre pessoas que 
trabalham no mesmo prédio ou empresa e, em casos de emergência, acesso 
ao transporte para casa. 
Tendo em vista a análise do problema, duas soluções podem ser 
oferecidas: aumentar a oferta ou gerenciar a demanda. A primeira tem como 
objetivo absorver maior quantidade de veículos por meio da construção de 
mais ruas, estradas e estacionamentos, entretanto, esta não é a opção mais 
aconselhável por ser menos rentável e menos sustentável, além de não possuir 
espaço suficiente disponível. A segunda opção consiste em mudar a prática 
de incentivo ao transporte individual oferecendo mais opções de viagens, 
como ônibus, metrô, bicicleta, caminhada, teletrabalho etc. Além de serem 
mais sustentáveis também são menos custosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
7. BIBLIOGRAFIA 
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Transporte Individual." Diário Do Transporte. Blogpontodeonibus, 26 Jan. 
2017. Web. 18 Maio 2017. 
 
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Out. 2015. Web. 18 Maio 2017. 
 
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Petzhold, Guillermo. "Estudo Mostra Como Organizações Podem Mudar 
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Brasil Cidades Sustentáveis, 16 Ago. 2016. Web. 18 Maio 2017. 
 
25 
 
Petzhold, Guillermo. "Seminário De Mobilidade Corporativa: O Exemplo De 
Sucesso Da Microsoft." Comunicação e Marketing. WRI Brasil Cidades 
Sustentáveis, 24 Set. 2015. Web. 18 Maio 2017. 
 
Queiroz, Luiz De. "É Hora De Desestimular O Uso Do Automóvel." O Jornal 
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Trentini, Sergio. "Os Custos Invisíveis Das Empresas Ao Beneficiar O 
Transporte Individual Motorizado." TheCityFix Brasil. TheCityFix, 1 Fev. 
2017. Web. 18 Maio 2017.

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