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CATETERISMO VESICAL É a introdução de um cateter estéril na bexiga, através da uretra, utilizando técnica asséptica. FINALIDADES Aliviar a retenção urinária(que ocorre com freqüência em pós-operatório, pós-parto, pacientes com hipertrofia prostática, bexiga neurogênica, etc.); Controlar o volume urinário (principalmente em pacientes graves); Esvaziar a bexiga para procedimentos cirúrgicos e/ou diagnósticos; Permitir irrigação vesical Obter amostra de urina em situações especiais (pacientes com incontinência urinária); Auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato urinário TIPOS ALIVIO : Não permanece muito tempo, é usado para coletar urina, para esvaziar a bexiga, é retirado após o esvaziamento da bexiga. DEMORA: Quando o cateter dever permanecer por mais tempo na bexiga. É de longa permanência. Também pode-se utilizar uma sonda vesical de demora de três vias (para realizar irrigação ou lavagem vesical). HOMEM: 16, 18, 20 e 22 MULHER: 12, 14 e 16 CRIANÇA: 4 a 10 TÉCNICA DO CATETERISMO VESICAL DE DEMORA MATERIAL (FEMININO) Bandeja Lubrificante (xiloxaína 2%) Cúpula 01 agulha de grosso calibre ( 40x12) Pincha cheron Antisséptico (clorexidina) 02 pacotes de gaze estéril Luva estéril e de procedimento 01 seringa de 20 ml Esparadrapo 02 cateter vesical compatível com a idade e indicação. Material para lavagem externa Água destilada; Saco para lixo. Sistema de drenagem fechado estéril Impermeável PROCEDIMENTO Explicar o procedimento a paciente, proteger o leito com biombo, realizar a lavagem externa. Realizar a anti-sepsia da região perineal: com a mão esquerda utilizando o polegar e o indicador afastar os grandes lábios, com a mão direita (com a pinça embebida em PVPI) friccionar PVPI iniciando pelos grandes lábios, depois pequenos lábios e por último o meato uretral, utilizando-se sempre uma gaze de cada vez e na direção púbis-ânus; Lavar as mãos e reunir o material; Colocar a paciente em decúbito dorsal com as pernas flexionadas e apoiadas sobre a cama (caso a paciente ache desconfortável pode deixar uma perna estendida); Abrir o pacote de cateterismo vesical (com técnica asséptica), abrir a seringa e a sonda vesical e dispor sobre o campo estéril, colocar a solução anti-séptica na cuba redonda. O pacote deve ser colocado no espaço entre as pernas da paciente; Calçar as luvas Aspirar a água destilada e testar o balão da sonda introduzindo água destilada (checar a presença de vazamentos e o funcionamento da válvula no momento de desinsuflar o balão); conectar a sonda ao sistema de drenagem (ter o cuidado de fechar a pinça da bolsa coletora para não escoar urina); Lubrificar a sonda Introduzir a sonda uretral no meato uretral até iniciar a drenagem de urina então avançar a sonda por mais uns cinco centímetros; Encher o balão com água destilada com o volume indicado na sonda, em seguida puxar suavemente até sentir a ancoragem do balão no trígono vesical Fixar a sonda com fita adesiva na face interna da coxa Recolher o material, deixar a paciente confortável, lavar as mãos e fazer as anotações no prontuário ( dificuldades no procedimento, volume e aspecto de urina drenada, calibre da sonda, ocorrência de sangramentos); Cateterismo Vesical MASCULINO São seguidos os mesmos passos do cateterismo vesical feminino com algumas diferenças: O paciente é colocado em decúbito dorsal, com as pernas estendidas; A anti-sepsia é realizada na sequência meato uretral, glande (retrair o prepúcio), pênis e região pubiana, também utilizando uma compressa de gaze para cada região; Ao invés de lubrificar diretamente a sonda, pode-se colocar na seringa 5ml de xilocaína e injetar no meato uretral (com a seringa sem agulha), em seguida pressionar a glande por 2-3min, para evitar o refluxo da xilocaína e proporcionar uma ação anestésica, em seguida inserir a sonda; No momento de inserção segurar o pênis na posição vertical; Se houver resistência no esfincter externo realizar uma maior tração sobre o pênis e pedir ao paciente para que realize um esforço como se estivesse urinando para relaxar o esfincter, se mesmo assim ainda houver resistência não forçar a introdução Antes de encher o balonete a sonda deverá ser inserida até próximo a bifurcação. Depois do balão ser insuflado puxar a sonda suavemente até oferecer resistência; A sonda deve ser fixada na parte lateral da coxa, próximo a região inguinal, de forma que o pênis fique um pouco lateralizado. Também pode ser fixada na região inferior da parede abdominal. RETIRADA DA SONDA MATERIAL: Seringa de 20 ml. Benzina ou S.F.; Gaze; Luva de látex de procedimento; Recipiente para lixo; Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; Medir o volume de urina drenado; Fazer limpeza dos materiais; Lavar as mãos; Anotar no prontuário do paciente: horário, reação do paciente, volume e aspecto da urina. PROCEDIMENTO 1 – Lavar as mãos; 2 – Preparar o material; 3 – Explicar o procedimento ao paciente; 4 – Retirar o esparadrapo que fixa a sonda com auxílio de gaze éter; 5 – Colocar luva de látex 6 – Adaptar a seringa na via do balonete, esvaziando totalmente o balão; 7 – Retirar a sonda delicadamente, solicitando que o paciente respire profundamente enquanto a sonda estiver sendo retirada. CATETERISMO VESICAL DE ALIVIO Na sondagem vesical de alívio são seguidos os mesmos passos da sondagem vesical de demora, no entanto utiliza-se um cateter uretral simples (no10,12 ou 14) e ao inserir o cateter faz-se necessário ficar segurando-o até terminar a drenagem urinária (o cateter é posicionado em uma cuba rim para recolher a urina), em seguida a sonda uretral é removida (este cateter não tem balão). Se houver a necessidade pode-se coletar uma amostra de urina para exame laboratorial, neste caso o recipiente de coleta é anexado ao material. OBS – Se houver um grande volume urinário a ser drenado, controlar a velocidade de drenagem (não esvaziar a bexiga de forma muito rápida pois pode haver espasmo vesical). IRRIGAÇÃO VESICAL É a irrigação contínua da bexiga com a finalidade de manter a permeabilidade da sonda vesical (nos casos de presença de sangramento com coágulos em cirurgia de próstata e bexiga, presença de grande quantidade de sedimento), além de ser uma via de instalação de solução para tratamento (instilação de solução com antibiótico em casos de infecção urinária). OBS – Na irrigação vesical contínua o paciente deve ser sondado (conforme técnica já descrita) com uma sonda vesical de três vias (sonda de Owens: - 1a via: drenagem da urina. - 2a via: insuflação do balão com água destilada. - 3a via: irrigação contínua. MATERIAL UTILIZADO Luvas de procedimento, equipo de soro, soro fisiológico(acrescido ou não de solução anti-séptica ou antibiótico de acordo com a prescrição). PROCEDIMENTO Explicar o procedimento ao paciente; Lavar as mãos e reunir o material; Conectar o equipo ao soro, colocar no suporte e retirar o ar do sistema; Ligar o equipo a terceira via da sonda (via de irrigação) e controlar o gotejamento. Em casos de sangramento com coágulos inicialmente o gotejamento deve ser rápido, a medida que a coloração da urina vai clareando (diminuição do sangramento) pode-se diminuir a velocidade da infusão); OBERVAÇÕES IMPORTANTES Atentar para que não haja interrupção da irrigação (observando sempre o volume do frasco do soro); Observar a ocorrência de obstrução ao fluxo de drenagem (presença de distensão/desconforto vesical), neste caso interromper momentaneamente a irrigação e tentar desobstruir a sonda. Do contrário haverá uma distensão excessiva da bexiga, pois além da obstrução na drenagem ainda está sendo infundida solução para o interior da bexiga. Anotar os volumes infundidos e drenados. O volume drenado deverá ser maior que o volume infundido pois além da diurese do paciente existirá na bolsa coletora o soro infundido, sangue (nos casosde sangramento), secreção(nos casos de infecção urinária). COLETA DE URINA PARA CULTURA A coleta de urina para exames deverá ser feita através do botão coletor, com a devida assepsia. No momento da coleta de urina, clampear o circuito abaixo do botão coletor; Na ausência de urina residual na porção proximal do circuito (acima do botão coletor), não clampear o cateter para acumular urina na bexiga. Na coleta de urina para cultura, aspirar no mínimo 01 ml e encaminhar ao laboratório imediatamente ou conservar sob refrigeração à 4ºC CUIDADOS DURANTE O ESVAZIAMENTO DA BOLSA COLETORA A manipulação inadequada do sistema de drenagem de urina é responsável pela disseminação de patógenos. Entre um paciente e outro é obrigatório higiene das mãos com água e sabão ou uso do álcool gel e a troca das luvas. A bolsa coletora deve ser esvaziada regularmente para que o fluxo se mantenha contínuo e não haja risco de refluxo. A extremidade do dispositivo de saída de urina não deve tocar outras superfícies, como o recipiente de coleta ou piso. Não é recomendado o esvaziamento simultâneo de vários pacientes com um mesmo recipiente devido ao risco de contaminação cruzada.
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