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Aula 02

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LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1 
Aula 2: Afastamento da licitação .................................................................................................. 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Tipos de licitação ............................................................................................................... 3 
Estratégias de atuação: negociação e outros procedimentos .................................. 4 
Equívoco no uso da denominação: dispensa ou inexigibilidade ............................. 6 
Comentários sobre a dispensa de licitação ................................................................ 11 
Comentários sobre inexigibilidade de licitação ......................................................... 13 
Considerações sobre pregão ......................................................................................... 15 
A modalidade pregão ...................................................................................................... 15 
Passos do pregão ............................................................................................................. 17 
As principais características do pregão ....................................................................... 19 
Momento da abertura da sessão .................................................................................. 19 
Da entrega dos envelopes de documentação ........................................................... 20 
Seleção dos que participarão dos lances verbais ...................................................... 20 
Do lance com preço inexequível .................................................................................. 22 
Da fase recursal ................................................................................................................ 24 
Da adjudicação e homologação ................................................................................... 25 
Após a homologação ...................................................................................................... 26 
Impededimentos da aplicação de algumas regras da Lei n° 8.666/93 .................. 26 
Atividade proposta .......................................................................................................... 27 
........................................................................................................................... 28 Referências
 ......................................................................................................... 29 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 33 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 38 
 ..................................................................................................................................... 38 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 38 
 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 2 
Introdução 
A exigência constitucional da licitação é decorrência direta da adoção do 
princípio republicano, que trabalha com a ideia de que os bens públicos, 
amplamente considerados, não são de propriedade de quem os administra, 
mas, sim, de todo o povo. Deve-se dar igualdade de oportunidades a quem 
demonstrar interesse em usufruí-los de maneira exclusiva. 
 
Excepcionalmente, porém, há casos que a Administração pode dispensar ou 
inexigir a licitação (se assim lhe convier), os quais devemos tê-los em mente 
em razão de ser muito comum colocarem em concurso questões relativas às 
hipóteses de dispensabilidade e inexigibilidade de licitação. Daí a importância 
de saber distinguir ambos os institutos. Passemos, então, a analisá-los. 
 
Objetivo: 
Compreender as hipóteses de afastamento da licitação e acompanhar um 
pregão, identificando cada uma de suas fases. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 3 
Conteúdo 
Tipos de licitação 
No âmbito da Administração Pública, o legislador não se valeu da teoria clássica 
da autonomia privada para estabelecer os limites da liberdade de contratar 
porque a finalidade precípua das normas reguladoras do Estado teria a 
finalidade de inibir condutas arbitrárias em virtude da supremacia do interesse 
público. Dessa forma, a licitação foi instituída como regra na ordem jurídica, 
todavia, em decorrência das singularidades de determinadas circunstâncias foi 
reservada a liberdade de contratar para que a eficiência administrativa e a 
efetividade dos direitos fundamentais não se perdessem no tempo. 
 
Com isso, a Lei nº. 8.666/1993 regulamentou três espécies de não 
obrigatoriedade de licitação para contratação pública: a) dispensabilidade de 
licitação; b) inexigibilidade de licitação e; c) dispensa de licitação. 
 
Ao fazer menção à dispensabilidade, Araújo (2015, p.583) descreve que sua 
aplicação resulta da faculdade autorizada à Administração de não realizar 
licitação, mesmo havendo a possibilidade de eleição de potenciais contratantes. 
Por outro lado, a inexigibilidade provém da impossibilidade de disputa, em 
virtude da individualização do objeto ou particularidade bem ou do prestador de 
serviço a ser contratado. Ainda sim, resta uma terceira hipótese que é a 
dispensa compulsória (por determinação legal), prevista no artigo 17, incisos I 
e II, da Lei nº 8.666/93. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 4 
 
Estratégias de atuação: negociação e outros procedimentos 
Dispensa: 
Utilização 
Quanto à utilização porque, enquanto a dispensa tem uso facultativo, a 
inexigibilidade é obrigatória. A dispensa é uma facul-dade do administrador. O 
fato de que a lei elenca situações de dispensa não significa que, em momento 
algum, esteja forçando o administrador fazê-lo. O próprio caput do Artigo 24 
nos leva a esse raciocínio, porque não diz textualmente que seja obrigatória. O 
administrador goza de discricionariedade. Se, mesmo dispensado, achar que 
deve licitar, nada o impedirá. 
 
Dispositivos legais 
Há entendimento pacífico de que o rol do Artigo 24 é taxativo, sendo até 
mesmo rotulado como norma geral, já que, indiretamente, protege o princípio 
da licitação obrigatória. Visa evitar que a licitação venha a ser agredida com 
frequência por portarias, resoluções, etc. 
 
Inexigibilidade: 
Utilização 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 5 
Na inexigibilidade, é diferente. Existe uma obrigatoriedade expressa no caput 
do Artigo 25, quando dispõe sobre "inviabilidade de competição". Então, por 
que se faz a licitação? Para estimular uma competição e, diante desta, 
conse-guir um preço mais favorável à Administração. Se a licitação é inexigível 
quando houver inviabilidade de competição, então a licitação é inviável. O 
exemplo clássico está no inciso I do Artigo 25: produtor exclusivo. Se é 
exclusivo, é porque só existe um. Então, para que licitar? Contrata-se 
diretamente. Por exemplo, no caso da inauguração de uma obra, no qual se 
deseja contratar um grande artista para fazer o show. Não há critério objetivo 
nessa escolha, pode ser Gil, Caetano, Chico Buarque, não há competição. 
Conclui-se que a inexigibilidade não está necessariamente ligada à presença de 
apenas uma pessoa que faça o serviço, mas,sim, à inviabilidade da 
competição. 
 
Dispositivos legais 
Já o rol do Artigo 25 é exemplificativo, como se percebe pela utilização da 
expressão "em especial" que consta no seu caput. Menciona as três situações 
mais comuns, mas não fecha o leque. Assim, em qualquer situação em que se 
comprove ser inviável a competição, mesmo que não prevista em nenhuma 
delas, é caso de inexigibilidade, podendo-se contratar diretamente. 
 
 
Atenção 
 Vale frisar que, tanto a dispensa quanto a inexigibilidade, 
necessitam de autorização da autoridade superior (Artigo 26 e 
pará-grafo único), como também de processos administrativos 
que as justifiquem. O artigo refere-se a "processo", mas, na 
verdade, é um ato administrativo composto. Uma comissão 
analisará esse processo e, após sua aprovação, remeterá para ser 
ratificado pela autoridade superior. Ambos abrem mão da 
competitividade, mas não significa que a habilitação seja liberada. 
Toda documentação há de se exigida, em especial, CND (perante 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 6 
o INSS), CRS (perante o FGTS) e a Certidão Negativa de Dívidas 
Trabalhistas. 
 
Equívoco no uso da denominação: dispensa ou inexigibilidade 
Caso tenha algum equívoco no uso da denominação dispensa ou inexigibilidade, 
basta que se faça a conversão de um em outro, publicando-se no Diário Oficial: 
"onde se lê dispensa, entenda-se inexigibilidade". 
 
Dessa forma, atende-se ao princípio da economia dos atos administrativos, e o 
conteúdo não será em nada alterado. Não se trata de sanatória, já que não há 
vício de competência (a autoridade superior ratificou), nem de forma (houve o 
procedimento administrativo). A medida cabível é a conversão, pois trata-se de 
conteúdo, de objeto. O servidor público errou. 
 
Conheça as legislações que permitem essa correção: 
 
Inciso XVII do Artigo 24 
Mas o próprio legislador errou ao incluir três incisos de inexigibilidade no Artigo 
24 ao invés de dispensa. Dois deles são pacíficos na doutrina: inciso XV e inciso 
XVII. Ambos deveriam constar do elenco do Artigo 25. 
 
Inciso XV do Artigo 24 
No inciso XV do Artigo 24, está claro que, ao usar a expressão "autenticidade 
certificada", é porque só existe uma obra de arte ou objeto histórico, então não 
há escolha. Por exemplo, para aquisição da farda de Napoleão, a contratação é 
direta, pois somente aquela farda é autêntica. Trata-se de inexigibilidade. 
 
Inciso XVII do Artigo 24 
O inciso XVII do Artigo 24 refere-se à "exclusividade". Significa que, por 
exemplo, ao fechar contrato de aquisição de uma máquina especial, se constar 
numa de suas cláusulas que existe garantia na troca de determinadas peças, 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 7 
não existe a faculdade de escolha de outra firma para realização do serviço. Se 
o fizer, o conserto deverá ser pago. Então, o serviço terá que ser realizado com 
o próprio fornecedor principal. Não é caso de dispensa, e, sim, de 
inexigibilidade. Não existe a faculdade de se abrir mão de determinada 
garantia, se dela decorrer um prejuízo para o poder público. 
 
Merecem destaque as hipóteses de dispensa à licitação descritas no art. 29 do 
Estatuto das Estatais, onde fica consignado que é obrigatória a caracterização 
da situação emergencial ou calamitosa que justifique sua não utilização e, 
quando for o caso, razão da escolha do fornecedor ou do executante e 
justificativa do preço. 
 
Conheça agora as hipóteses de dispensa à licitação nas empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
 
 Obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou 
serviço ou ainda a obras e serviços de mesma natureza e no mesmo 
local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente. 
 
 Outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil 
reais) e para alienações, nos casos previstos nesta lei, desde que não se 
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior 
vulto que possa ser realizado de uma só vez. 
 
 Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, 
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a empresa 
pública ou a sociedade de economia mista, bem como para suas 
respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condições 
preestabelecidas. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 8 
 Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os 
fixados pelos órgãos oficiais competentes. 
 
 Compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas 
finalidades precípuas, quando as necessidades de instalação e 
localização condicionarem a escolha do imóvel, desde que o preço seja 
compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. 
 
 Contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento, 
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de 
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições do 
contrato encerrado por rescisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, 
devidamente corrigido. 
 
 Contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou 
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento 
institucional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, 
desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos. 
 
 Aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira 
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de 
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, 
quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência 
da garantia. 
 
 Contratação de associação de pessoas com deficiência física, sem fins 
lucrativos e de comprovada idoneidade, para a prestação de serviços ou 
fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 9 
 Contratação de concessionário, permissionário ou autorizado para 
fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás natural e de 
outras prestadoras de serviço público, segundo as normas da legislação 
específica, desde que o objeto do contrato tenha pertinência com o 
serviço público. 
 
 Contratações entre empresas públicas ou sociedades de economia mista 
e suas respectivas subsidiárias para aquisição ou alienação de bens e 
prestação ou obtenção de serviços, desde que os preços sejam 
compatíveis com os praticados no mercado e que o objeto do contrato 
tenha relação com a atividade da contratada prevista em seu estatuto 
social. 
 
 Contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos 
sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de 
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas 
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda que tenham 
como ocupação econômica a coleta de materiais recicláveis, com o uso 
de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de 
saúde pública. 
 
 Fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no país, que 
envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa 
nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pelo 
dirigente máximo da empresa pública ou da sociedade de economia 
mista. 
 
 Contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º 
e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os 
princípiosgerais de contratação dela constantes. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 10 
 Situações de emergência quando caracterizada urgência de atendimento 
de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança 
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial e para as parcelas de obras e serviços que possam 
ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias 
consecutivos e ininterruptos, contado da ocorrência da emergência, 
vedada a prorrogação dos respectivos contratos, observado o disposto 
no §2º. 
 
 Transferência de bens a órgãos e entidades da Administração Pública, 
inclusive quando efetivada mediante permuta. 
 
 Doação de bens móveis para fins e usos de interesse social após 
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica 
relativamente à escolha de outra forma de alienação. 
 
 Compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens 
que produzam ou comercializem. 
 
Outro lado importante que vale a pena salientar são os casos em que o 
diploma legal supramencionado admite contratação direta ou 
inexigibilidade de procedimento licitatório. 
 
Conheça agora as hipóteses de contratação direta nas empresas públicas e 
sociedades de economia mista diante da inviabilidade de competição. 
 
Hipóteses 
• Aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 11 
• Contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais 
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços 
de publicidade e divulgação: 
- Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
- Pareceres, perícias e avaliações em geral; 
- Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
- Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
- Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
- Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
- Restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
Comentários sobre a dispensa de licitação 
As hipóteses de dispensa à licitação estão expressas em um rol taxativo, 
descrito no artigo 17, incisos I e II, da Lei 8.666/93 que engloba a alienação de 
bens da Administração, cuja regra é a modalidade concorrência para imóveis e 
concorrência ou leilão para bens móveis. 
 
Os bens públicos são gravados pela inalienabilidade e ancorados na supremacia 
do interesse púbico, motivo pelo qual exige-se prévia avaliação e autorização 
legislativa para alienação e transferência de propriedade. Significa dizer que o 
objeto do contrato tem que ser desafetado para só depois ser negociado. 
 
 
Atenção 
 Dispensa de licitação: 
• Doação; 
• Permuta; 
• Alienação de imóveis em programas habitacionais ou de 
regularização fundiária; 
• Doação de bens imóveis; 
• Venda de títulos; 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 12 
• Venda de bens produzidos ou comercializados por órgão ou 
entidades da Administração, em virtude de suas finalidades. 
 
Em uma dimensão distinta, aparecem circunstâncias variadas nas quais a 
licitação pode ser dispensada pela autoridade competente, uma vez justificada 
com base no interesse público e, desde que enquadrada nas hipóteses previstas 
no artigo 24, incisos I a XXIV, da Lei 8.666/93. Essa opção exprime a vontade a 
vontade da Administração no sentido de não realizar o certame, conforme sua 
conveniência e oportunidade, de acordo com as delimitações legais. 
 
Pequeno valor 
Artigo 24, I e II 
 
Objeto do contrato 
Art. 24, X, XI, XII, e também os já citados art. 17, I e II 
 
Pessoas do contratante e do contratado 
Art. 24, VIII, XIII, XIV, XXII, XXIII e XXIV 
 
Situação ou fato excepcional 
Art. 24, III, IV, V, VI, VIII, IX e XXI 
 
Urgência, emergência ou calamidade pública 
A dispensa em situações de urgência, emergência ou calamidade pública é 
caracterizada quando as circunstâncias do caso concreto colocarem em risco “a 
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos 
ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que 
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias 
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 13 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos”, conforme 
exposto no artigo 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/93. 
 
Licitação deserta e licitação fracassada 
Caso não ocorra o comparecimento daqueles regularmente convocados, sem 
que se interessados em apresentar proposta de contrato em procedimento 
licitatório específico, será admitida contratação direta, desde que mantidas as 
condições preestabelecidas e demostrado os prejuízos que seriam 
experimentados pela imposição de nova licitação. Dessa forma, fica 
caracterizada a denominada licitação deserta, diante do panorama em que o 
mercado de bens e serviços não se mostra disposto para enfrentar a 
competição. 
 
Aqui, a dispensa não encontra qualquer nexo de causalidade ou justificativa, 
pois ainda que seja proposto contratar diretamente, não haverá partes para 
firmar o pacto com o organismo estatal. 
 
 
Atenção 
 Em outro contexto, a Administração realiza as etapas que 
envolvem o certame, os potenciais contratantes apresentam 
suas propostas, porém a comissão licitante compreende que 
nenhum dos interessados está apto a ser habilitado ou 
classificado, tomando como referência os critérios jurídicos, 
técnicos ou financeiros. 
 
Comentários sobre inexigibilidade de licitação 
Dando maior ênfase a inviabilidade de disputa entre potenciais contratantes, o 
legislador traçou referenciais para a Administração afastar o procedimento 
licitatório, sem caráter taxativo. Nessa perspectiva, foram elencadas três 
situações especiais reconhecidas como justificativas para inexigibilidade: 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 14 
 
 
Quanto à exclusividade do fornecimento, destaca-se a concepção de 
singularidade que não permite comparação, diante da genuína característica do 
bem ou serviço pretendido pela Administração Pública, tornando exequível 
qualquer espécie de licitação. Entretanto, é exigido que se comprove junto ao 
órgão de registro do comércio local ou à sindicato, federação ou confederação 
patronal, ou ainda, perante entidades equiparadas, bem como não sirva como 
parâmetro a preferência por determinada marca (ARAÚJO, 2015, p. 606). 
 
Em se tratando de contratação de profissional do setor artístico (art. 25, III), 
admite-se o ajuste realizado de forma direta, porém é indispensável que fique 
constatado o reconhecimento do artista perante à crítica especializada ou pela 
opinião pública. 
 
 
Atenção 
 Vale salientar que a Lei nº 8.666/93 não definiu o conceito de 
“artista”, cabendo então estabelecer um diálogo com a Lei nº 
9.610/1998, artigos 11, 68 e §§1º e 2º, 90 e 92, dispositivos que 
definem e equiparam aquele à ideia de autor, descrevendo o 
seguinte: “autor é a pessoa física criadora de obra literária, 
artística ou científica”. 
Não menos importante, o artigo 25, inciso, da Lei nº 8.666/93 
expressa a contratação de serviços técnicos, de natureza 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 15 
singular, prestadospor profissionais ou empresas de notória 
especialização, os quais consiste em atividades que requerem 
distinta habilidade, qualificação e notoriedade. 
 
Considerações sobre pregão 
O pregão é a modalidade licitatória adequada para a aquisição de bens ou 
serviços comuns, independentemente do valor estimado do contrato. O 
problema é saber o que são bens ou serviços comuns. 
 
Imagine a aquisição do serviço de transporte de passageiros a ser contratado 
por uma autarquia federal. Nesse rol, também é possível enquadrar os serviços 
de limpeza e manutenção de equipamentos. No âmbito das compras, imagine a 
aquisição de um microcomputador ou mesmo de móveis para escritório, 
aparelhos de ar-condicionado, etc. 
 
No que tange ao procedimento a ser adotado no pregão, é de se ver que o 
legislador quis combinar eficiência e simplicidade, tendo logrado êxito na tarefa. 
 
A seguir, conheça um pouco mais sobre os passos de um pregão. 
 
A modalidade pregão 
De acordo com o exposto na aula 1, a modalidade pregão tem por finalidade 
flexibilizar a rigidez do procedimento licitatório, com intuito de dar celeridade e 
reduzir a burocracia para contratação de bens e serviços que utilizados 
rotineiramente, denominados comuns. 
 
Em um primeiro momento, o pregão é composto pela fase preparatória que 
abrange os procedimentos administrativos internos concernentes à motivação 
da contratação, delimitação do objeto, pressupostos para habilitação, critérios 
de avaliação das propostas, sanções previstas para o caso de inadimplemento, 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 16 
especificação de prazos e valores, antecipação das cláusulas contratuais, 
designação do pregoeiro e equipe de apoio. 
 
Fase externa do pregão 
Na fase externa, os potenciais contratantes tomam conhecimento da 
prospecção da Administração em torno de interessados em oferecer bens e 
serviços de natureza comum, conforme já mencionado. Isso se dá por meio de 
publicação em diário oficial e, facultativamente, através de jornais de grande 
circulação, ou ambiente virtual (sites institucionais na internet), dando 
publicidade à convocação com detalhamento quanto à data, hora e local 
destinado à apresentação das propostas. 
 
 
 
Na sessão pública, serão recebidas as propostas dos interessados, devendo 
estar identificada com informação do titular ou representante, exigida também 
a declaração de regularidade com a Fazenda Nacional, Seguridade Social e 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, além dos requisitos previstos no 
edital. Não havendo disposição em contrário, as propostas terão eficácia 
durante o prazo de 60 dias. 
 
 
Atenção 
 Ficando constatada a oferta de menor preço e atendida as 
exigências edilícias, o pregoeiro declarará o vencedor para 
posteriormente adjudicar o objeto da licitação. Por outro lado, 
não sendo aceita ou descumprido os preceitos legais será 
analisada a proposta subsequente. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 17 
O pregoeiro antes de declarar a proposta vencedora deve 
analisar se: a oferta é compatível com o edital; o preço foi o 
menor oferecido entre os demais; o preço é aceitável e; se o 
potencial contratante está regularmente habilitado (CARVALHO 
FILHO, 2016, p. 329). 
 
Fase interna do pregão 
A fase interna do pregão é disciplinada pela Lei nº 10.520/02, em conjunto com 
o Decreto nº 3.555/00, Decreto nº 5.450/05, com aplicação subsidiária da Lei 
nº 8.666/93, valendo mencionar ainda a Instrução Normativa nº 2, de 30 de 
abril de 2008 alterada pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 
2009, Instrução Normativa nº 4 de 11 de novembro de 2009, Instrução 
Normativa nº 5 de 18 de dezembro de 2009, Instrução Normativa nº 6 de 23 
de dezembro de 2013, Instrução Normativa nº 3, de 24 de junho de 2014 e 
Instrução Normativa nº 4 de 19 de março de 2015 (PEREIRA JUNIOR; DOTTI, 
2012, p. 396). 
 
 
 
Passos do pregão 
Conheça algumas fases necessárias para a licitação acontecer. 
 
1 - A fase de habilitação, que geralmente é anterior ao julgamento das 
propostas, aqui passa a ser posterior, de modo que só será avaliada a 
habilitação do vencedor. Poupa-se bastante tempo com essa medida, já que se 
deixa de analisar a documentação de todos os licitantes para analisar a de um 
só. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 18 
2 - Fase dos lances: declarada aberta a sessão, o pregoeiro – aqui não existe 
uma comissão de licitação – arrecadará os envelopes das propostas e da 
habilitação, abrindo somente os primeiros e classificando-os de acordo com os 
valores das propostas. Serão selecionadas as propostas contendo o menor 
preço e as que se seguirem, até que se chegue a uma que não ultrapasse a 
melhor proposta em 10 % (dez por cento). Mas serão selecionadas, no mínimo, 
três propostas, mesmo que, para isso, tenha-se que abandonar o critério dos 
10 % (dez por cento). Nessa espécie de pregão, os trabalhos são realizados 
pela internet, com os participantes ou Une oferecendo seus lances. Essa 
modalidade também já caiu nas graças da Administração Pública, tendo sido 
bastante utilizado, especialmente no âmbito federal. 
 
3 - Feita a seleção, poderão os classificados dar lances verbais, que serão 
sucessivos, distintos e decrescentes, até que se atinja o menor valor possível. 
Encerrada essa fase, o pregoeiro avaliará a aceitabilidade da melhor proposta e, 
se for o caso, abrirá o envelope de habilitação, como dissemos anteriormente. 
 
4 - Registre-se aqui que o pregoeiro terá a possibilidade de negociar com o 
vencedor a adequação de seu preço aos critérios de aceitabilidade da proposta 
fixados pela Administração previamente (no edital). 
 
5 - Quanto à habilitação, esta será feita de acordo com o sistema de 
cadastramento de cada uma das unidades federativas, podendo, contudo, o 
licitante, no caso de haver alguma irregularidade apontada no cadastro, 
apresentar na própria sessão a documentação comprobatória da regularização 
de sua situação. 
 
6 - Verificada a regularidade habilitatória, será declarado vencedor o 
licitante, e a ele será adjudicado o objeto do certame. Do contrário, se não 
houver essa regularidade na habilitação, partir-se-á para o licitante classificado 
em segundo lugar, a fim de verificar a sua documentação de habilitação. 
Estando tudo em condições, a ele será adjudicado o contrato. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 19 
 
7 - Registre-se, por fim, que já foi regulamentado pelo Decreto n° 
3.697/2000 o chamado pregão eletrônico, referido na Lei n° 10.520/2002. 
 
As principais características do pregão 
A característica essencial do pregão relaciona-se com uma sistemática peculiar 
de obtenção da proposta mais vantajosa numa licitação de tipo menor preço. 
 
Nas hipóteses de concorrência, tomada de preços e con-vite, a seleção da 
melhor proposta de menor preço por parte da Administração possui cunho 
declaratório, no sentido de que o particular elabora sua proposta definitiva 
antes do início do certame. A tarefa da comissão de licitação consiste apenas 
em avaliar as propostas, sem qualquer inovação subsequente. Já no pregão, a 
sistemática é diversa, eis que a etapa de lances destina-se à obtenção do 
menor valor possível. Embora seja parecido, o pregão não é igual ao leilão. 
 
Momento da abertura da sessão 
O que poderá ocorrer se, na hora da abertura da sessão, nenhum 
licitante comparecer? 
 
Esse é um caso de licitação deserta, onde se deverá aplicar a Lei nº 8.666/93 
subsidiariamente. O inciso V do Artigo 24 do referido diploma legal dispõe que a 
licitação édispensável, ou seja, será permitida a contratação direta sem 
licitação, quando: 
a) A Administração Pública tiver realizado um procedimento licitatório; 
b) O procedimento tenha alcançado a fase externa com a realização da sessão 
de licitação; 
c) Não tenham comparecido licitantes à sessão; 
d) Houver prejuízo à Administração, na repetição do certame, conforme 
motivação a ser inserida nos autos; 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 20 
e) O escolhido pela Administração, na forma do inciso II, parágrafo único do 
Artigo 26 da Lei nº 8.666/93, satisfaça todas as condições exigidas no edital. 
 
E quando apenas um licitante comparece? 
 
Deve o pregoeiro aceitar a participação desse único licitante? Destaca-se que 
na Lei nº 10.520/02 não existe nenhum dispositivo que impeça a continuidade 
do certame com 1 (um) ou 2 (dois) interessados. Portanto, desde que o ato 
convocatório do pregão não apresente cláusulas restritivas da competição ou 
que direcionem o procedimento a determinado interessado e, além disso, desde 
que a Administração tenha cumprido todas as exigências legais em relação às 
fases interna e externa, em conformidade com o disposto nos arts. 3º e 4º da 
Lei nº 10.520, nada impede o prosseguimento do certame. 
Concluindo-se, desde que o preço apresentado pelo licitante não seja 
superfaturado ou inexequível, e restem atendidas todas as exigências legais 
insertas na Lei nº 10.520/02, nada impede a continuidade do certame e, se for 
o caso, a adjudicação do objeto ao único participante do pregão. 
 
Da entrega dos envelopes de documentação 
Após o credenciamento, os licitantes presentes deverão entregar ao pregoeiro a 
declaração de conformidade e os envelopes contendo proposta e 
documentação. 
 
Essa declaração exigida pela Lei do Pregão consiste na manifestação de 
vontade do interessado, declarando que os envelopes que está apresentando 
contêm os documentos exigidos pelo edital, além das propostas também 
impostas pelo edital. 
 
Seleção dos que participarão dos lances verbais 
Veja como é feita a seleção dos participantes dos lances verbais no pregão: 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 21 
Leitura dos envelopes 
Primeiramente, o pregoeiro fará leitura dos envelopes com o preço ofertado de 
cada participante, de forma que assegure visualização e acompanhamento por 
todos os presentes, procedendo a uma triagem, identificando, imediatamente, a 
proposta de menor preço. 
 
Classificação das propostas 
Nessa etapa, é realizada a classificação das propostas cujos licitantes poderão 
participar da etapa de apresentação de lances verbais. A participação só é 
permitida para aqueles ofertantes cujas propostas por escrito apresentem valor 
situado dentro de um intervalo entre o menor preço oferecido e os demais. O 
objetivo é estimular os participantes a apresentarem propostas compatíveis 
com a realidade do mercado, punindo a tentativa de inflacionar preços. 
 
Anúncio das propostas 
Assim, o pregoeiro anunciará a proposta por escrito de menor preço e, em 
seguida, aquelas cujos preços se situem dentro do intervalo de 10 % acima da 
primeira. Somente estes ofertantes poderão fazer lances verbais adicionalmente 
às propostas escritas que tenham apresentado. 
 
Pontos polêmicos 
Quanto ao critério utilizado para a definição das propostas que passarão para a 
fase de lances verbais, existem pontos polêmicos na redação dos incs. VIII e 
IX, do Artigo 4º, da Lei nº 10.520/02, e dos incs. VI e VII do Artigo 11. 
 
Importante artigo do Decreto n° 3.555/00 
Um importante artigo do Decreto nº 3.555/00 vem fundamentar esse 
entendimento. O parágrafo único do Artigo 4º do citado regulamento afirma 
que "as normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em 
favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não 
comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da 
contratação". 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 22 
Do lance com preço inexequível 
Veja como é feita a seleção dos participantes dos lances verbais no pregão: 
 
Em toda a licitação, a Administração corre o risco do licitante formular 
propostas de valor irrisório, com a esperança de superar as dificuldades através 
de modificações supervenientes. 
 
No caso específico do pregão, a competição inerente à fase de lance pode levar 
o licitante a formular ofertas impensadas, produto do impulso em vencer a 
disputa, provocando sérios riscos à execução. Caso alguém, nos lances verbais, 
lance 60 % abaixo do valor estimado, aceita-se ou não este preço? E se o 
vencedor depois não executar? 
 
Um pregoeiro deve se acautelar não apenas como servidor, mas também como 
profissional, uma vez que este, assim como qualquer agente da Administração 
que tome decisões, deve dar um motivo para tais. E quais seriam os motivos 
para que o pregoeiro aceite um valor 60 % abaixo do valor de mercado, 
correndo o risco de não ser executado ou de vir a Administração a sofrer um 
prejuízo? Você sabe responder? 
 
Conheça a resposta: 
 
Do lance com preço inexequível 
Jessé Torres só vê uma maneira de o pregoeiro responder a esse dever 
funcional de enunciar motivos para a sua decisão: lançar em ata algumas 
providências que ele terá que tomar. A primeira será a de indagar a este 
proponente, na frente dos demais, na sessão pública do pregão, para que 
conste em ata, a sua explicação para conseguir cotar o preço tão abaixo do 
valor estimado de mercado, e tão inferior ao preço que os demais cotaram. Se 
a explicação for do tipo possuía estoque antigo, adquirido quando o dólar 
estava em baixa, lança-se em ata, e aí está o motivo que pareceu ao pregoeiro 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 23 
aceitável e de interesse da Administração, uma vez que compraria por um 
preço menor, não havendo má-fé que desabonasse essa conduta. 
 
Mas se a explicação do proponente não for tão clara? Para o administrativista, 
caberia a concessão de um prazo de 48 horas para que o proponente 
apresentasse planilha demonstrativa. Assim, poder-se-á provar a exequibilidade 
da execução. 
 
Entendemos que o pregoeiro deve tomar decisões fundadas em motivos, razões 
de fato e de direito concretos, demonstrados (diferentemente daqueles que 
entendem que o pregoeiro não pode inquirir preço cotado no pregão). É lógico 
que o prazo exige presteza por parte do pregoeiro (24h, 48h). E caso seja uma 
documentação que continue a deixar o pregoeiro em dúvida? Não poderá 
decidir de qualquer maneira, pois é servidor público, concursado, com a fé de 
ofício de seu cargo, no exercício de função relevante para a administração e 
que importa despesa. Se a explicação verbal lançada em ata nada lhe disse de 
seguro, se o documento exigido não lhe dá segurança para decidir, Jessé 
Torres aconselha a aplicação subsidiária do § 3° do art. 43 da Lei n° 8.666/93, 
prevendo que o pregoeiro ainda poderia converter este julgamento em 
diligência, fazendo uso de regra geral das licitações, que admite a conversão do 
julgamento em diligência, a qualquer tempo do procedimento licitatório. Com 
isso, poderá colher o parecer de órgãos da própria Administração que sejam 
especializados naquela matéria. O pregoeiro decidirá à vista destes pareceres. 
Talvez perca uns 5 (cinco) dias, mas, para o jurista, vale diante da segurança 
de uma decisão que envolve recursos públicos. Será mais segura e mais 
prudente, não sendo garantido que foi esta certeza que pôs a salvo a 
Administração de qualquer aborrecimento, mas permitindo ao pregoeiro rebater 
qualquer tipo de insinuação em relação a sua condutafuncional, pois terá em 
ata e nos autos do processo os motivos concretos que o levaram a decidir deste 
ou daquele modo. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 24 
No art. 48 da Lei n° 8.666/93, verifica-se que o motivo da desclassificação da 
proposta em razão de preço inexequível está qualificado pelo advérbio 
manifestamente inexequível. A lei está exigindo de quem conduz e julga a 
proposta que tenha uma razoável certeza. Este “manifestamente inexequível” 
significa fundado em prova, em demonstração, em evidências efetivas de que, 
com aquele preço, não se cumprirá o objeto alvo da licitação. Caso se fique 
apenas em dúvida, poder-se-á estar desperdiçando a oportunidade da 
Administração contratar em condições muito vantajosas só por um preconceito 
ou premissa que não se conseguiu demonstrar manifestamente. Nem mesmo a 
impugnação dos outros licitantes basta para caracterizar esse manifestamente. 
 
Da fase recursal 
A fase recursal no pregão é bastante diferente da licitação convencional. Na 
licitação convencional, existem, pelo menos, duas fases recursais, onerando a 
atividade administrativa e reduzindo a celeridade. No pregão, há apenas uma 
fase de recurso, que ocorre ao final do certame, logo após a declaração do 
licitante vencedor. 
 
Nota-se que as principais características do pregão estão relacionadas com as 
etapas licitatórias que causavam mais morosidade aos processos de licitação 
tradicionalmente conhecidos. Entende-se que a Lei n° 10.520 atingiu os 
pontos nevrálgicos e obsoletos da Lei n° 8.666/93. 
 
 
Atenção 
 A decisão sobre recurso será instruída por parecer do pregoeiro 
e homologada pela autoridade competente responsável pela 
licitação. O acolhimento do recurso implica tão somente na 
invalidação daqueles atos que não sejam passíveis de 
aproveitamento. Outra característica da nova modalidade reside 
na especialidade do recurso, pois a impugnação também 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 25 
acontece ao final do procedimento, devendo o interessado 
anotar todas as irregularidades que achar eventual e aguardar o 
momento terminal. 
 
Da adjudicação e homologação 
Em princípio, a adjudicação não apresentaria maiores peculiaridades. O 
conteúdo, a natureza jurídica e os efeitos da adjudicação, no âmbito do pregão, 
não se mostram diferentes do que se passa no plano de qualquer licitação 
regida pela Lei n° 8.666. 
 
Adjudicação do licitante 
A adjudicação do licitante vencedor será realizada pelo pregoeiro, ao final da 
sessão do pregão, sempre que não houver manifestação dos participantes no 
sentido de apresentar recurso. Por esse motivo, a adjudicação tem cunho 
meramente declaratório. 
 
Interposição de recurso 
Ocorrendo a interposição de recurso, a adjudicação ou o acatamento do recurso 
será realizada pela autoridade competente, depois de transcorridos os prazos 
devidos, e decididos os recursos. 
 
Homologação no pregão 
A homologação no pregão também não se difere do instituto disciplinado pela 
Lei n° 8.666. Esta é de responsabilidade da autoridade competente e só pode 
ser realizada depois de decididos os recursos e confirmada a regularidade de 
todos os procedimentos adotados. Aplica-se subsidiariamente, nesse caso, o 
disposto no Artigo 49 da Lei de Licitações, inclusive no tocante ao requisito de 
eventos supervenientes para fundamentarem a revogação. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 26 
Após a homologação 
Após a homologação, o adjudicatário será convocado a assinar o contrato no 
prazo definido no edital. O comparecimento é obrigação do licitante vencedor, e 
a falta pode implicar em severa penalidade. 
 
No caso do adjudicatário recusar-se a realizar a contratação ou a retirar o 
instrumento equivalente, a Administração deverá efetuar o exame das ofertas 
subsequentes. Mas, nesse momento, caberia a aplicação subsidiária do § 2° do 
Artigo 64 da Lei n° 8.666/93. 
 
Note-se que nem a citada Lei, nem o Decreto previram a obrigatoriedade de o 
segundo classificado submeter-se às mesmas condições ofertadas pelo 
primeiro, inclusive quanto ao preço (caso este se recuse a assinar o contrato), o 
que permite concluir que não se pode aplicar de modo absoluto a regra do 
Artigo 64, § 2°, da Lei de Licitações. 
 
Impededimentos da aplicação de algumas regras da Lei n° 
8.666/93 
Como foi visto em inúmeras situações anteriormente expostas, as 
peculiaridades do pregão impedem a aplicação de algumas regras da Lei nº 
8.666/93. 
 
O mesmo ocorre acerca da devolução de envelopes e documentos ao licitante. 
O fato de um envelope de habilitação não ter sido aberto não significa que isto 
não possa ocorrer supervenientemente. 
 
Portanto, prudente age a Administração que mantém em seu poder todos os 
documentos e envelopes ainda não abertos, eliminando-os apenas depois de 
decorrido o prazo de validade das propostas ou depois de assinado o contrato. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 27 
Finalizando, uma vez que a contratação se encerra com a respectiva assinatura 
do termo contratual, verifica-se que a este instrumento aplicam-se as 
disposições constantes do Capítulo III da Lei Federal nº 8.666/93. 
 
Atividade proposta 
Leia o caso concreto, e depois responda à questão formulada. 
 
A Caixa Econômica Federal decide realizar licitação para aquisição de 
equipamentos de segurança visando proteção ambiental para uso na execução 
do serviço publico a cargo da entidade. Tendo em vista a inadequação das 
modalidades existentes de licitação para o trato da questão, consideradas as 
peculiaridades do material cuja aquisição era necessária, a diretoria da empresa 
estatal, visando atender ao interesse público, promoveu, mediante 
regulamentação específica, a combinação dos procedimentos da licitação por 
pregão (Lei 10.520/2002) com procedimentos da licitação pela modalidade 
concorrência. A Superintendente Jurídica da Caixa entendeu possível tal 
regulamentação, pelo fato de a instituição ser empresa federal, atuando sob a 
égide do art. 173, parágrafo 1º, II. Analise a tese jurídica adotada pela 
Superintendência Jurídica da entidade. 
Conforme a situação acima, consultado pela empresa, você, como advogado, 
ao examinar o caso, indique a solução, os meios cabíveis e seus respectivos 
fundamentos. 
Chave de resposta: Não é possível acolher a tese da Superintendência 
Jurídica da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Isso porque a referida 
entidade é Empresa Pública Federal, parte integrante da Administração Indireta 
da União. Com efeito, a entidade submete-se ao Artigo 37, XXI, da Constituição 
Federal. Por outro lado, compete à União Federal editar normas gerais sobre 
licitações na Administração Pública (Artigo 22, XXVII, da CF/1988), e a Lei nº 
8.666/1993 não contempla nenhuma hipótese de combinação de 
procedimentos em matéria de licitação. Em que pese o Artigo 173, parágrafo 
1º, II estabelecer uma relação de isonomia das empresas estatais com a 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 28 
iniciativa privada, a norma em questão dever ser interpretada sistematicamente 
com as demais que estão contidas na Carta Magna, concluindo-se que tanto as 
empresa públicas como as sociedades de economia mista ostentam um regime 
jurídico híbrido, combinando normas de direito público e de direito privado. É 
importante ressaltar que a norma inscrita no Artigo 173 da CF, invocada pelo 
Administrador, foi formulada inicialmente para empresas estatais que 
desempenham atividade econômica, não serviço público típico. A lei prevista no 
parágrafo primeiro nunca foi editada, peloque impera, como regra, a lei de 
licitações para todas as empresas estatais, conforme os termos do já citado 
Artigo 37, XXI. A exigência é ainda mais nítida em relação às empresas que 
explorem serviço público titularizado pela União, como é o caso da EBCT (Artigo 
21, XI, da CF), entidades que atuam como verdadeira longa manus da pessoa 
federativa, pois, na hipótese, é regrada pelo Artigo 175 da Constituição Federal, 
compreendendo atuação DIRETA da União. Em face do exposto, a atuação da 
Superintendência Jurídica, nesse caso concreto, poderá conduzir o 
Administrador a deflagrar uma licitação nula e cometer ato de improbidade 
administrativa, pelo qual seriam responsáveis também os advogados signatários 
do parecer, nos temos do Artigo 38 da Lei nº 8.666/1993, combinado com 
artigo 11 da Lei nº 8.429/1992 e, eventualmente, se presente enriquecimento 
ilícito, Artigo 9º da mesma lei. 
 
Referências 
ACHE, Andrea. Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC. Oficina 
nº 38, Semana Orçamentária. Departamento de Licitações da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC). Disponível em: 
<http://licitacoes.ufsc.br/?page_id=442>. 
ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de Direito Administrativo. 7a. ed.. São 
Paulo: Saraiva, 2015. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30a. 
ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2016. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 26ª 
ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2013. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 29 
FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2000. 
GARCIA, Flávio Amaral. Licitações &amp; Contratos Administrativos: 
casos e polêmicas.3a ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. 
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. 15a. ed. São Paulo: Dialética, 2012. 
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração pública centralizada e 
descentralizada. Tomo I. 12ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 25a 
ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007. 
PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, Marinês Restelatto. Políticas Públicas 
nas Licitações e Contratações Administrativas. 2a ed. rev. atual. e ampl. 
Belo Horizonte: Fórum, 2012. 
SILVA, José Afonso da Silva. Teoria do Conhecimento Constitucional. São 
Paulo: Malheiros, 2014. 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A Constituição e o Supremo. Brasília. 
Disponível em: <http://stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=1693> 
Acesso em 03 jul. 2016. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Determinada repartição militar teve parte de suas unidades operacionais e 
parte do prédio da adminis-tração destruídas em razão de uma explosão em 
seu centro de munição. Consequentemente, verificou-se que diversos 
equipamentos bélicos e pólvoras ficaram expostos ao tempo, sofrendo risco de 
perecimento. Diante da urgência, decidiu-se realizar a contratação por 
emergência para recuperação de todas as instalações da unidade. Cabe 
ressaltar que a assessoria jurídica do órgão alertou os servidores envolvidos 
para o fato de que a contratação emergencial somente poderia ser utilizada 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 30 
para resguardar a integridade e segurança de bens e pessoas. Diante da 
situação exposta, assinale a opção correta. 
a) A Administração agiu corretamente, porque seria possível realizar toda a 
tare-fa no prazo de 190 dias, portanto, inferior a 240 dias. 
b) A Administração não agiu corretamente, por não estar caracterizada a 
situ-ação emergencial, e, por conseguinte, pela necessidade de realizar 
licitação para todas as unidades atingidas indiscriminadamente. 
c) A Administração não agiu corretamente, porque a dispensa de licitação 
por emergência somente poderia ocorrer para a recuperação dos 
compartimentos em que estavam contidos os equipamentos bélicos e 
pólvoras, por correrem risco de perecimento, devendo a recuperação do 
prédio da Administração ocorrer por licitação pública. 
d) A Administração agiu corretamente em razão de os equipamentos bélicos 
e pólvoras estarem expostos ao tempo, e a recuperação do prédio da 
adminis-tração também ser importante, mesmo sua recuperação total 
estando prevista para ser feita no prazo de 190 dias. 
e) A Administração agiu corretamente, porque, em que pese o prazo 
previsto para o término das obras ser de 190 dias, a lei prevê a 
possibilidade de prorrogação do prazo máximo para a contratação por 
emergência. 
 
Questão 2 
Objetivando adquirir material destinado à construção civil, o Tribunal Regional 
de São Paulo, por meio do órgão responsável, instaurou regular procedimento 
licitatório. Entretanto, nenhum interessado se apresentou, o que provocou a 
frustração da disputa. Assim, diante da constatação de que o interesse público 
sofreria prejuízos irreparáveis ante novo procedimento, a licitação será, em 
tese: 
a) Revogada, em virtude da verificação de vício quanto ao sujeito. 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 31 
b) Declarada inexigível, hipótese em que o Tribunal contratará diretamente 
com qualquer fornecedor. 
c) Dispensável, mantidas todas as condições preestabelecidas no 
instrumento convocatório. 
d) Dispensada, oportunidade em que o Tribunal fixará prazo de 8 (oito) dias 
para a apresentação de novas propostas. 
e) Anulada por motivos de conveniência e oportunidade. 
 
Questão 3 
Apurado, após longos trabalhos de pesquisa, que determinado insumo de 
aplicação essencial em ativi-dades hospitalares é produzido por apenas uma 
empresa, a Administração Pública: 
a) Pode dispensar a licitação, sendo-lhe, no entanto, facultado realizar o 
proce-dimento. 
b) Deve dispensar a licitação, a fim de evitar dispêndio de tempo e recursos 
públi-cos quando já demonstrado qual seria o resultado do certame. 
c) Pode declarar a inexigibilidade da licitação, sendo-lhe facultado, no 
entanto, reali-zar o procedimento, adotando a modalidade de pregão, 
dada sua rápida conclusão. 
d) Deve declarar a inexigibilidade da licitação, evitando dispêndio de tempo 
e recursos públicos quando já demonstrado qual seria o resultado do 
certame. 
e) Pode adquirir diretamente o produto da empresa que o produz, dada sua 
essencialidade, independentemente de formalização de processo 
administrativo para declarar a dispensa ou inexigibilidade da licitação. 
 
Questão 4 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 32 
O Município pretende vender bem imóvel, sem destinação, à fundação pública 
municipal. De acordo com a legislação vigente, é necessário, sob o aspecto 
formal, haver: 
a) Autorização legislativa, prescindindo-se, no entanto, de avaliação prévia 
e licitação. 
b) Autorização legislativa, avaliação prévia e formalização de procedimento 
para dispensa de licitação. 
c) Avaliação prévia e formalização de procedimento para dispensa de 
licitação, prescindindo-se de autorização legislativa. 
d) Avaliação prévia e licitação, prescindindo-se de autorização legislativa. 
e) Avaliação prévia e formalização de procedimento para dispensa de 
autorização legislativa e de licitação. 
 
Questão 5 
Hipoteticamente, no mês de maio de 2013, o Governo do Espírito Santo 
premiou 217 escolas públicas estaduais com recursos de R$ 20 mil e R$ 40 mil. 
Os valores foram depositados na conta de cada escola vencedora. No caso das 
unidades que atendem estudantes das duas etapas e que atingiram as 
respectivas metas, o prêmio chegou a R$ 40 mil. Numa das escolaspremiadas 
com R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), a Diretora Creuza Maria, após o devido 
planejamento para melhor aproveitamento da verba em benefício do ensino e 
da qualidade de vida dos alunos na escola, priorizou a troca de carteiras e 
colocação de ar refrigerado nas salas de aula, além da reforma da biblioteca. 
Com isso, muitos móveis passaram a ser considerados inservíveis perante a 
administração pública. Pretendendo dar destino aos bens, necessita a diretora 
de orientação quanto à questão. Diante do fato, assinale a opção correta: 
a) Poderá a diretora alienar os bens móveis a qualquer instituição de 
mesma finalidade, visto que, para ela, são desnecessários, sem qualquer 
procedimento prévio, devendo necessariamente informar em termo 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 33 
próprio a quem foi entregue e comprovar o recebimento dos valores 
como receita a ser reaproveitada. 
b) Poderá doar a pessoas comprovadamente carentes, reduzido a termo o 
fato jurídico. 
c) Poderá doar, permitida exclusivamente para fins de uso de interesse 
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência 
socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação. 
d) Poderá permutar exclusivamente entre órgãos e entes da Administração 
Pública. 
e) Deverá aliená-los com prévia avaliação e licitação pela modalidade de 
pregão eletrônico. 
 
Adjudicação do licitante: É ato administrativo onde se declara a conclusão 
do processo competi-tivo, com a vitória de um licitante, pura e simplesmente, 
gerando consequências no estrito âmbito do certame. Como o pregoeiro tem 
a fun-ção de apenas conduzir o pregão, não se configurando na autoridade 
inves-tida de poderes para representar o ente ou a entidade administrativa 
que licita, a adjudicação nunca poderá ter efeito constitutivo, que gera 
vinculação jurídica da Administração Pública perante o vencedor da licitação. 
Se houver redução no valor da proposta escrita inicialmente apresentada, o 
licitante vencedor será solicitado a apresentar nova propos-ta escrita 
referente ao valor fechado, inclusive com a adequação da respec-tiva planilha 
de custo. Este compromisso, inclusive com determinação de prazo e local 
para encaminhamento do envelope, deverá estar registrado na ata do 
pregão. 
 
Inciso IX: Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 34 
no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo 
de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam 
os preços oferecidos. 
 
Inciso VI: O pregoeiro procederá a abertura dos envelo-pes contendo as 
propostas de preços, e classificará o autor da proposta de menor preço e 
aqueles que tenham apresentado propostas em valores sucessi-vos e 
superiores em até dez por cento, relativamen-te à de menor preço. Na 
prática, esse dispositivo vem gerando dúvidas de interpre-tação, 
especificamente no que tange à expressão até o máximo de três. Com o 
intuito de facilitar a compreensão, suponha-se serem as propostas de R$ 
1.000,00, R$ 1.500,00, R$ 1.200,00 e R$ 1.250,00. Pela regra do inciso VI do 
Artigo 11, o pregoeiro deve selecionar a menor proposta e todas que forem 
superiores a esta em até 10 %, ou seja, de acordo com o citado exemplo, o 
pregoeiro selecionará somente a pro-posta de R$ 1.000,00 e a de R$ 
1.100,00. Note-se que as demais estão acima do limite de 10 %. Assim, 
configura-se a situação prevista no inciso VII, do ci-tado Artigo 11, isto é, não 
se tem no mínimo três propostas nas condições de-finidas pelo inciso VI; na 
realidade, tem-se apenas duas (R$ 1.000,00 e R$ 1.100,00). É neste 
momento que surge a dúvida de interpretação acima citada: deve o pregoeiro 
classificar somente mais uma proposta (a de R$ 1.150,00) para inteirar o 
número mínimo de três? Ou deverá classificar mais três propostas (R$ 
1.150,00, R$ 1.200,00 e R$ 1.250,00), que são as subsequentes àquelas que 
já estão classificadas? Note-se que, na primeira hipótese, o pregoeiro terá 
classifica-do três propostas (R$ 1.100,00, R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00), aptas 
a prosse-guir para a fase de lances verbais. Na segunda hipótese, serão 
classificadas quatro propostas para a etapa dos lances verbais (R$ 1.000,00, 
R$ 1.100,00, R$ 1.150,00 e R$ 1.250,00) e, com isto, terá o pregoeiro 
selecionado um le-que maior de competidores para a real disputa, 
prestigiando-se assim o princípio básico de todo certame licitatório, que é a 
ampliação da competi-tividade. 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 35 
Inciso VII: Quando não forem verificadas, no mínimo, três propostas 
escritas de preço nas condições definidas no inciso anterior, o pregoeiro 
classificará as melhores propostas subsequentes, até o máximo de três, para 
que seus autores participem dos lances verbais, quaisquer que sejam os 
preços oferecidos nas propostas escritas. Na verdade, uma leitura mais 
atenta do inciso VII (propostas subsequentes, até o máximo de três), em 
conjunto com as re-gras do inciso anterior (VI). Extrai-se dos dois incisos 
que, caso o pregoei-ro não atinja o número mínimo de três propostas na 
classificação preliminar, classificará as propostas subsequentes, até o máximo 
de três. Ora, subsequentes a quê? É óbvio, àquelas que já possui. Portanto, 
se na classificação preliminar o pregoeiro classificou, por exemplo, duas 
propos-tas, classificará mais três, totalizando cinco empresas que passarão 
para a etapa dos lances verbais. Tal medida será de todo mais benéfica para 
a pró-pria Administração, que, diante de um número maior de licitantes 
compe-tindo nos lances verbais, terá maiores chances de obter um preço 
mais vantajoso (finalidade última da licitação), tendo em vista a acirrada 
concor-rência que poderá ser estabelecida. Seguindo-se a linha de raciocínio 
da maioria, no caso em que não se tenha obtido três propostas na condição 
de 10 %, mas há vários licitan-tes com propostas empatadas, por exemplo, 1 
(uma) de R$ 1.000,00, 1 (uma) de R$ 1.500,00 e 9 (nove) de R$ 1.400,00, 
seria correto convocar to-dos os que estão com o mesmo preço. O sorteio 
utilizado como regra na Lei de Licitações e Contratos não seria útil neste 
caso, tornando-se um cri-tério discriminador. Deve-se impor limites à 
subsidiariedade. Como se viu ao longo do presente estudo, o princípio da 
competitividade, característica marcante do pregão, deve sempre se sobrepor 
à norma. 
 
Inciso VIII: No curso da sessão, o autor da oferta de va-lor mais baixo e os 
das ofertas com preços até 10 % (dez por cento) superiores àquela poderão 
fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclama-ção do vencedor. 
 
Lei de Licitações: Nessas circunstâncias, simplesmente há possibilidade de 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 36 
a Administração promotora do pregão negociar com o segundo colocado, a 
fim de tornar sua proposta ainda mais vantajosa para o Poder Público, com 
base no Artigo 4°, inciso XVII, da Lei n° 10.520/02 e Artigo 11, inc. XVI, do 
decreto citado. Ressalta-se que as prerrogativas da Administração Pública, 
previstas no Artigo 58 da Lei de Licitações são também exercitáveis nos 
con-tratos decorrentes de pregão, inclusive quanto à sua modificação por ato 
unilateral da Administração, pois o regime jurídico dos contratos 
adminis-trativos é aquele previsto na Lei n° 8.666/93, qualquer que seja a 
modalida-de de licitação e até nos casos de contratação direta. 
 
Lei n° 10.520: a respeito, temos a decisão do STJ, Resp. Nº 817422/RJ, 
Rel. Min. Castro Meira, 2ª Turma: “ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PREGÃO. 
RECURSO ADMINISTRATOVO. TEMPESTIVIDADE.1. O recurso administrativo 
no procedimento licitatório na modalidade pregão deve ser interposto na 
própria sessão. O prazo de três dias é assegurado apenas para oferecimento 
das razões. Dessarte, se manejado a posteriori, ainda que dentro do prazo de 
contra-razões, revela-se intempestivo. Inteligência do artigo 4º, XVIII, da Lei 
nº 10.520/02. 2. Recurso especial provido”. 
 
Lei n° 8.666/93: Estabelece que o segundo classificado seria con-vocado 
para contratação nos exatos termos da proposta classificada como 
vencedora? O pregão adotou solução diversa. Por absoluta falta de previ-são 
legal, não se poderia dar a mesma solução. A Lei n° 10.520 estabelece, em 
seu Artigo 4°, inciso XXIII, que, se o licitante vencedor, convocado dentro do 
prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o 
previsto no seu inciso XVI, que, por sua vez, prevê a possibilidade de o 
pre-goeiro examinar as ofertas subsequentes à oferta classificada em 
primeiro lugar, observada a ordem de classificação, para fins de declaração 
do lici-tante vencedor. Observa-se também que o Decreto n° 3.555/00, no 
Artigo 11, inciso XXIII, de seu Anexo I, preceitua que, se o licitante vencedor 
recusar-se a assinar o contrato, injustificadamente, será aplicada a regra 
estabe-lecida no seu inciso XXII, que se refere à convocação dos demais 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 37 
licitantes, observada a ordem de classificação. 
 
Lei nº 10.520: Conforme o inciso XVIII do Artigo 4°, declarado o vencedor 
do certame, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a 
intenção de recorrer sobre qualquer ato praticado durante as etapas do 
pre-gão, devendo registrar verbalmente na sessão quais são os atos de que 
dis-corda, bem como o motivo pelo qual discorda. Essas manifestações 
deverão ser consignadas em ata, e, ao recorrente, deverá ser concedido o 
pra-zo de três dias corridos, conforme previsto no Artigo 110 da Lei n° 
8.666/93 (não dias úteis como prevê o decreto) para que, se desejar, 
apresente por escrito as razões de recurso, ficando os demais licitantes desde 
logo intima-dos a apresentar as contrarrazões (impugnações aos recursos) 
em igual nú-mero de dias, que começam a fluir do término do prazo do 
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata aos autos. Cabe ressaltar 
que, durante a sessão, o pregoeiro detém amplos poderes para fazer um 
juízo de admissi-bilidade do recurso, avaliando se, de fato, as alegações 
verbais levantadas por algum licitante são substanciais ou se são meramente 
protelatórias. Os pressupostos de recorribilidade são semelhantes aos 
consagrados na Lei n° 8.666/93. 
 
Leilão: É para venda, o pregão para compra. O leilão pode ser conduzido por 
um leiloeiro oficial ou por um senador público, enquanto que o pregão só 
pode ser conduzido por um senador. O leilão é para ven-da, a princípio de 
qualquer bem. O pregão é modalidade para compra ou contratação de bens e 
serviços comuns. 
 
 
 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 38 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: A palavra fundamental da emergência é a imprevisibilidade. A 
famosa urgência produzida é crime, e o Administrador responde penalmente, 
com certeza. Portanto, não se trata de hipótese de dispensa de licitação do 
artigo 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/93. 
 
Questão 2 - E 
Justificativa: Os institutos da anulação e revogação da licitação têm suas 
normas estabelecidas no caput do Artigo 49, da Lei no 8.666/93. Assim sendo, 
a anulação significa a confirmação pela Administração Pública de vício no ato 
administrativo, extinguindo-se os atos e seus efeitos. Tendo a Administração 
tomado conhecimento de um vício no ato administrativo, deve imediatamente 
proclamá-lo. A anulação pode ser promovida tanto pelo Poder Judiciário quanto 
pela própria Administração, desfazendo-se o ato em razão da sua ilegalidade 
(seja pela desconformidade com normas, regulamentos ou com o próprio ato 
convocatório). 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Temos, como primeira hipótese, o inciso I do Artigo 25 da Lei nº 
8.666/93, quando fornecedor é ÚNICO. Assim sendo, a comprovação deve ser 
feita através de atestado fornecido por órgão de registro comercial. Portanto, 
deve haver um documento formal que garanta a exclusividade. Cuidado com a 
exclusividade! (Artigo 25, I, Lei nº 8666/93: I – para aquisição de materiais, 
equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa 
ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo 
a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo 
órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra 
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, 
 
 LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 39 
pelas entidades equivalentes). Chamo a atenção porque essa exclusividade 
pode ser absoluta e relativa. Por exemplo: o Município está licitando e só tem 
uma empresa apta. Eu posso fazer a contratação direta? Depende do valor da 
contratação. Se for contratação com valor de carta-convite, a exclusividade se 
mede na praça. Se o valor da contratação for de concorrência, a exclusividade é 
feita no país. Na tomada de preço, deve ser aferida no âmbito Estadual. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: Quanto aos bens imóveis, exigiu o legislador a autorização 
legislativa quando fossem objeto de alienação os bens da Administração Direta, 
das autarquias e das fundações públicas de direito público, além de licitação na 
modalidade de concorrência. Quanto aos bens de empresas públicas e 
sociedades de economia mista, não seria necessária a autorização legislativa, 
como também não o será quando o bem imóvel (de qualquer entidade da 
Administração Pública, direta ou indireta) tiver sido adquirido em processo 
judicial ou em dação em pagamento, hipótese em que a licitação poderá ser 
por leilão ou por concorrência. 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à 
existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de 
avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada 
esta nos seguintes casos: doação, permitida exclusivamente para fins e uso de 
interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência 
socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação. 
(ARTIGO 17, II-a, da Lei nº 8666/93).

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