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Disciplina Física Introdutória II Coordenador da Disciplina Prof. Francisco Herbert Lima Vasconcelos 4ª Edição Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. Créditos desta disciplina Coordenação Coordenador UAB Prof. Mauro Pequeno Coordenador Adjunto UAB Prof. Henrique Pequeno Coordenador do Curso Prof. Marcos Ferreira de Melo. Coordenador de Tutoria Prof. Celso Antônio Silva Barbosa. Coordenador da Disciplina Prof. Francisco Herbert Lima Vasconcelos Conteúdo Autor da Disciplina Profª. Eloneid Felipe Nobre . Setor TecnologiasDigitais - STD Coordenador do Setor Prof. Henrique Sergio Lima Pequeno Centro de Produção I - (Material Didático) Gerente: Nídia Maria Barone Subgerente: Paulo André Lima / José André Loureiro Transição Didática Dayse Martins Pereira Elen Cristina S. Bezerra Enoe Cristina Amorim Fátima Silva e Souza Hellen Paula de Oliveira José Adriano de Oliveira Karla Colares Viviane Sá Formatação Camilo Cavalcante Elilia Rocha Emerson Mendes Oliveira Francisco Ribeiro Givanildo Pereira Sued de Deus Lima Publicação João Ciro Saraiva Design, Impressão e 3D André Lima Vieira Eduardo Ferreira Iranilson Pereira Luiz Fernando Soares Marllon Lima Programação Andrei Bosco Damis Iuri Garcia Gerentes Audiovisual: Andréa Pinheiro Desenvolvimento: Wellington Wagner Sarmento Suporte: Paulo de Tarso Cavalcante Sumário Aula 01: Carga Elétrica e Campo Elétrico ............................................................................................. 01 Tópico 01: Carga Elétrica ...................................................................................................................... 01 Tópico 02: Força Elétrica - A Lei de Coulomb ...................................................................................... 15 Tópico 03: O Campo Elétrico ................................................................................................................ 29 Tópico 04: Lei de Gauss – O Campo Elétrico e a Distribuição de Cargas ............................................ 42 Aula 02: O Potencial Elétrico ................................................................................................................... 56 Tópico 01: Energia Potencial Elétrica .................................................................................................... 56 Tópico 02: Diferença de Potencial Elétrico ........................................................................................... 65 Tópico 03: Potencial de uma carga puntiforme ..................................................................................... 71 Tópico 04: Diferença de Potencial e Campo Elétrico ............................................................................ 73 Tópico 05: Potencial de Várias Cargas Puntiformes .............................................................................. 78 Tópico 06: Superfícies Equipotenciais ................................................................................................... 80 Tópico 07: O poder das pontas ............................................................................................................... 84 Aula 03: Capacitores e Dielétricos...........................................................................................................92 Tópico 01: Capacitância.........................................................................................................................92 Tópico 02: Energia no Capacitor..........................................................................................................102 Tópico 03: Associação de Capacitores..................................................................................................107 Tópico 04: Capacitor com Isolamento Dielétrico.................................................................................115 Tópico 05: Estrutura Molecular de um Dielétrico................................................................................119 Tópico 06: Capacitadores - Aplicações no Cotidiano...........................................................................124 Aula 04: Corrente Elétrica......................................................................................................................130 Tópico 01: Corrente Elétrica.................................................................................................................130 Tópico 02: Resistência Elétrica e Lei de Ohm......................................................................................136 Tópico 03: Circuitos de Corrente Contínua..........................................................................................145 Tópico 04: Associação de Resistores....................................................................................................155 Tópico 05: Potência, Efeito Joule.........................................................................................................163 Tópico 06: Leis de Kirchhoff................................................................................................................172 Tópico 07: Circuitos RC.......................................................................................................................180 Aula 05: O Campo Magnético................................................................................................................184 Tópico 01: Campo magnético e Fluxo magnético................................................................................184 Tópico 02: Força magnética..................................................................................................................193 Tópico 03: Lei de Biot-Savart...............................................................................................................201 Tópico 04: Lei de ampère.....................................................................................................................207 Tópico 05: Partícula carregada em movimento circular.......................................................................210 Tópico 06: Lei de Faraday e Lei de Lenz..............................................................................................215 Aula 06: Ondas Eletromagnéticas..........................................................................................................220 Tópico 01: Ondas eletromagnéticas......................................................................................................220 Tópico 02: Espectro Eletromagnético...................................................................................................225 Tópico 03: Propagação de ondas eletromagnéticas...............................................................................234 Tópico 04: Aplicações no cotidiano......................................................................................................241 TÓPICO 01: CARGA ELÉTRICA Você já imaginou alguma vez em sua vida, como seria o mundo sem eletricidade? Não é possível imaginar uma coisa dessas não é? A eletricidade nos cerca por todos os lados. Seria muito difícil viver em um mundo sem lâmpadas elétricas, geladeiras, ferro elétrico, televisor, computador, enfim, sem todos esses confortos da vida moderna que dependem diretamente da eletricidade para poderem funcionar.Mas a eletricidade está envolvida em fenômenos muito mais importantes do que o funcionamento de equipamentos elétricos. A eletricidade está na origem e no desenvolvimento da própria vida. Você sabia que a eletricidade está envolvida profundamente no processo de fecundação do ser humano, na atividade do coração e do cérebro? A eletricidade na origem e desenvolvimento de nossa vida: NO PROCESSO DE FECUNDAÇÃO No processo de fecundação apenas um espermatozoide penetra o óvulo e neste exato momento, uma contraordem elétrica é produzida na membrana que se fecha, impedindo a entrada de qualquer outro. Assim que o espermatozoide consegue penetrar no óvulo, ocorrem reações na membrana e no citoplasma que impedem que mais espermatozoides consigam penetrar. Essas reações são chamadas de reação cortical. Após a penetração do espermatozoide o interior do óvulo, que possuía uma polaridade elétrica negativa torna-se positiva em relação à parte externa, assim essa mudança de polaridade acaba impedindo mais penetrações dos outros espermatozoides. NA ATIVIDADE CEREBRAL O cérebro humano gera atividade elétrica contínua. No cérebro, o resultado da atividade elétrica de milhões de neurônios, pode ser observada em um eletroencefalograma (EEG), que registra a atividade elétrica das células do cérebro durante os diversos estados em que se encontra uma pessoa. NA ATIVIDADE CARDÍACA Para que o coração funcione, bombeando o sangue arterial para todo o organismo, é necessário que as suas células sejam inicialmente ativadas por um estímulo elétrico que comanda o funcionamento do coração. A atividade elétrica gerada no coração é captada por meio de eletrodos colocados em determinadas posições padronizadas no nosso corpo, considerando que o corpo humano é um bom condutor de eletricidade. Esta atividade elétrica é mostrada no ELETROCARDIOGRAMA que, assim, pode ser definido como o registro gráfico da atividade elétrica do coração. FÍSICA INTRODUTÓRIA II AULA 01: CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO 1 Como você pode ver, um assunto tão importante como a eletricidade, merece ser conhecido por todos, mesmo aqueles que não desejam se dedicar à Física. Mas o que é eletricidade? De onde ela vem? 1.2 CARGA ELÉTRICA A origem da eletricidade é muito antiga. Sete séculos antes do nascimento de Cristo, na Grécia, o filósofo Tales de Mileto [1] observou um fenômeno curioso. Ao esfregar um pedaço de âmbar (um tipo de resina vegetal) em um pedaço de lã, ele notou que o âmbar adquiria a capacidade de atrair objetos leves como pequenos pedaços de palha e fragmentos de madeira. A origem dessa atração está ligada a uma propriedade da matéria chamada CARGA ELÉTRICA. Hoje podemos dizer que o âmbar adquiria uma CARGA ELÉTRICA, isto é, tornava-se carregado. CURIOSIDADE A palavra ELETRICIDADE, vem da palavra grega ELEKTRON que quer dizer "âmbar". OLHANDO DE PERTO A carga elétrica, assim como a massa é uma propriedade intrínseca da matéria. OS DOIS TIPOS DE CARGAS ELÉTRICAS Você não precisa voltar no tempo à época de Tales de Mileto para observar os fenômenos da eletricidade. Em sua casa mesmo você poderá fazer esta experiência muito simples: Você só vai precisar de um pente de plástico, uma flanela e um pedaço de papel cortado em pedaços bem pequenos. Então, vamos começar? 1. Esfregue rapidamente, várias vezes o pente na flanela. 2 2. Segure o pente com dois dedos, evite tocá-lo diretamente com a mão. Encoste o pente no papel, levante-o com cuidado e observe: alguns pedaços ficam grudados no pente! 3. Você também pode levantar seu cabelo(seco), aproximando o pente da cabeça. Outra experiência fácil de ser feita, para a qual você só precisa de: • Um tubo de vidro (um tubo de ensaio, por exemplo); • Um pedaço de seda ou lã; COMO FAZER: Esfrega-se vigorosamente o pedaço de seda no tubo de vidro, tomando o cuidado de fazê-lo sempre na mesma região. Em seguida, separamos os dois (vidro e seda) e notamos que há, entre eles uma força de atração. Se você aproximar aquele pente da experiência anterior do bastão de vidro, depois de esfregado com a seda, verá que os dois, pente e 3 bastão se atraem, mas há uma repulsão entre o pente e o pedaço de seda. Essas experiências e muitas outras semelhantes a elas mostram que existem dois tipos de interação: repulsão e atração, o que nos conduz à suposição que existem dois tipos de carga: Um tipo de carga acumulado no pente e outro tipo acumulado no bastão de vidro. Como você sabe, antigamente não existia o plástico. Os pentes eram feitos de resina, por exemplo. Aos dois tipos de carga, deu-se o nome de "vítrea" para as que aparecem no vidro e de "resinosa" para as da resina. Foi Benjamin Franklin [6] (1706-1790) quem escolheu chamar a carga que surgiu no vidro de positiva e no pente de negativa. Essa denominação é usada hoje. Para compreender a existência de tipos diferentes de cargas, você precisa se lembrar do que aprendeu em Química sobre a estrutura da matéria. A ESTRUTURA DO ÁTOMO Os átomos, como você já aprendeu em Química, são formados por três tipos diferentes de partículas: Os prótons e os nêutrons que constituem o núcleo e os elétrons que circundam o núcleo. Fonte [7] Os prótons têm carga positiva (+ e ), os elétrons carga negativa (– e ) e os nêutrons, como o nome indica, não têm carga elétrica. Um átomo é eletricamente neutro, isto é as cargas positivas têm o mesmo valor que as cargas negativas dos elétrons. Quando um elétron abandona o átomo, vencendo a força de atração do núcleo, o átomo fica, carregado positivamente. Se esse elétron livre ligar-se a outro átomo, esse átomo agora adquire uma carga total negativa. Os átomos que apresentam esse desequilíbrio de carga se chamam ÍONS. A maior parte dos efeitos de condução elétrica, porém, se deve à circulação de elétrons livres no interior dos corpos uma vez que os prótons dificilmente conseguem vencer as forças de coesão nucleares para escaparem do interior do núcleo. 4 Dos estudos de Millikan [8] e Thomson [9] ficou estabelecido que o módulo da carga negativa do elétron é exatamente igual ao módulo da carga positiva do próton. De acordo com o modelo atômico atual, os prótons e nêutrons não são mais considerados partículas elementares. Eles seriam formados de três partículas ainda menores. Para saber um pouco sobre assunto, clique aqui: quarks [10]. PARADA OBRIGATÓRIA Quando um corpo é eletrizado há um desequilíbrio entre suas cargas elétricas: ou ganhou ou perdeu elétrons. Nos exemplos das experiências mencionados, todos os corpos, pente, vidro, seda e lã, ficaram eletrizados ou carregados. Se considerarmos que todos estavam inicialmente em estado neutro, todas as cargas positivas(+) e negativas (–) estavam equilibradas. Para que ficassem eletrizados com carga total positiva ou negativa foi preciso que recebessem ou perdessem carga. O friccionar do pente na flanela e da seda no bastão de vidro, fez com que ele ganhe cargas negativas(–) fossem levadas da flanela para o pente e do bastão de vidro para a seda, de modo que todos ficaram carregados. OLHANDO DE PERTO Os elétrons têm maior mobilidade do que os prótons que estão presos no núcleo, por isso é mais fácil transferir elétrons de um corpo para outro. 1.3 ATRAÇÃO E REPULSÃO ENTRE CORPOS CARREGADOS Você está se iniciando no estudo da Eletrostática A Eletrostática (do grego elektron + statikos que significa estacionário) é o ramo da Física que estuda as propriedades e o comportamento das cargas elétricas em REPOUSO em relação a um sistema inercial de referência. Generalizando, a Eletrostáticaestuda os casos de EQUILÍBRIO dos corpos carregados. Você já ouviu falar que os opostos se atraem? É exatamente isso que acontece na natureza, a carga positiva (+) atrai a carga negativa (–) e vice- versa. PARADA OBRIGATÓRIA Lei de du Fay [11] Cargas de mesmos sinais se repelem e cargas de sinais opostos se atraem. Cargas de sinais diferentes: Atração 5 Cargas de sinais iguais: Repulsão OLHANDO DE PERTO A unidade de carga no sistema SI é o Coulomb, em homenagem a Charles Augustin de Coulomb [14] 1.4 CONSERVAÇÃO DA CARGA Quando um corpo é eletrizado não há criação de cargas no processo. Se um dos corpos cede uma certa carga negativa ao outro, ele ficará carregado positivamente, com a mesma quantidade de carga cedida ao outro. Esta observação é coerente com a observação de que a matéria neutra, isto é, sem excesso de cargas, contém o mesmo número de cargas positivas (prótons no núcleo atômico) e negativas (elétrons). PARADA OBRIGATÓRIA Lei da conservação da carga elétrica: A carga não pode ser criada nem destruída. Podemos transferir carga de um corpo para outro, mas a carga total de um sistema isolado permanece inalterada. DICA Lembrar sempre! A Lei da conservação da carga é tão poderosa que se aplica a todos os fenômenos aonde cargas são envolvidas. Desde o simples esfregar de um pente com uma flanela a uma reação nuclear no interior de uma bomba atômica. 1.5 LEI DA QUANTIZAÇÃO DA CARGA No século XVIII, acreditava-se que a carga elétrica era um fluido continuo. No início do século XX, Robert Millikan (1868-1953) com sua experiência da gota de óleo mostrou que a carga de um corpo é sempre um múltiplo inteiro de uma carga fundamental. 6 VERSÃO TEXTUAL LEI DA QUANTIZAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA: A carga de um corpo eletrizado é sempre um múltiplo inteiro de uma carga fundamental. O valor da carga do elétron e = 1,6021917 x 10-19 C é uma das constantes fundamentais da natureza. Como a carga elétrica só existe em pacotes discretos, dizemos que ela é "quantizada", não podendo assumir qualquer valor. QUANTIZAÇÃO O termo quantização teve origem com o desenvolvimento da Física Moderna. Uma grandeza é quantizada, ou discreta, quando não apresenta valores contínuos. Um exemplo pode explicar melhor. Você se lembra da aula 10 de Física Introdutória I? Entre outras coisas você estudou o fenômeno da mudança de fase. Veja lá na aula 10 de Física Introdutória I o exemplo que foi dado para o aquecimento da água a partir da situação em que se tinha uma pedra de gelo em temperatura abaixo de zero. Quando a substância água foi sendo aquecida, ela passou por todos os valores de temperatura até valores maiores do que 100 oC, quando passou a existir somente vapor. Não houve nenhum valor de temperatura que fosse proibido. Dizemos que a água foi aquecida continuamente. Se a água do nosso exemplo é aquecida continuamente isso quer dizer que todos os valores intermediários de temperatura foram igualmente atingidos em algum momento da transição. As grandezas físicas são ditas quantizadas quando entre um valor que ela pode assumir e outro, existem valores proibidos. Quando você estudar o átomo de hidrogênio nas disciplinas mais avançadas de Química, você aprenderá que a menor energia que um elétron pode possuir ao orbitar em torno de um núcleo de hidrogênio é -13,6eV. Quando o átomo é excitado o elétron poderá saltar para o nível seguinte (-3,4eV), mas jamais possuirá uma energia intermediária. Todos os valores de energia entre -13,6eV e -3,4eV estão proibidos! Por isso dizemos que a energia é QUANTIZADA. Talvez uma comparação com o cotidiano o faça entender melhor essa questão da quantização. Que tal falarmos de dinheiro? Disso todo mundo entende não é? Imagine que você tem R$ 100,00 no bolso. Você já parou pra pensar que tenha você R$ 1,00, R$ 100,00 ou R$ 1.000.000,00, qualquer quantidade de dinheiro é sempre múltipla da unidade mínima da nossa moeda que é R$ 0,01? Isso mesmo, um centavo! Não 7 existe moeda menor do que essa. Nesse sentido R$ 0,01 é um QUANTUM do nosso dinheiro. Qualquer quantidade de dinheiro (QD), pode ser escrita como: QD = n 0,01 n inteiro Se o valor de n é grande ou pequeno, isso já é outra questão! CURIOSIDADE A palavra QUANTUM é originária do latim e significa quantidade de algo. Quantum é um termo genérico que significa uma quantidade, usualmente elementar, unitária, de algo de natureza qualquer, abstrata ou concreta. O plural de QUANTUM é QUANTA. 1.6 PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO Podemos eletrizar um corpo por três maneiras: ELETRIZAÇÃO POR ATRITO ELETRIZAÇÃO POR CONTATO ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO 1. ELETRIZAÇÃO POR ATRITO Esse processo é conhecido desde a Antiguidade, pelos gregos, e consiste em se atrair corpos inicialmente neutros.Com o atrito ocorre a transferência de elétrons de um corpo para outro. O corpo que perde elétrons fica eletrizado positivamente e aquele que ganha elétrons, eletriza-se negativamente. Lembre-se a carga sempre se conserva! Lembra da experiência com o pente? Na fricção do pente com a flanela, o atrito faz com que ele ganhe mais carga negativa( - ). Por conservação da carga a flanela fica carregada positivamente. No caso do bastão de vidro atrito com a seda ocorre uma transferência de elétrons do bastão para a seda. ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO 8 O corpo é eletrizado pelo contato com outro corpo previamente carregado. Colocando-se em contato dois condutores, um neutro B e o outro eletrizado A, o corpo neutro B se eletriza com carga de mesmo sinal que A. Considere que A está eletrizado positivamente. Ao entrar em contato com B, ele atrai parte dos elétrons livres de B. Assim, A continua eletrizado positivamente, mas com carga menor e B, que estava neutro, fica eletrizado positivamente. Na eletrização por contato os corpos sempre se eletrizam com cargas de mesmo sinal. OBSERVAÇÃO: É importante não esquecer o princípio da conservação das cargas elétricas: A quantidade de cargas elétricas antes do contato é igual à quantidade de cargas elétricas depois do contato. Se os dois corpos forem absolutamente idênticos, no final da experiência eles ficarão com a mesma quantidade de carga elétrica, que será determinada pela média aritmética da quantidade de cargas antes do contato. ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO Na eletrização por atrito e por contato, é necessário que haja contato físico entre os corpos. Na eletrização por indução o contato não é necessário. Deve haver um condutor carregado que será o indutor e os condutores neutros serão os induzidos. Considere três condutores, um carregado eletricamente e ou outros dois neutros e encostados um no outro. Aproxime o condutor carregado dos condutores neutros. Durante a aproximação, ocorre uma separação de cargas nos condutores neutros. Como o indutor é positivo, o corpo (induzido) que está mais próximo do indutor ficará negativo e o outro corpo (induzido) que está mais afastado ficará positivo. Agora com o indutor ainda próximo, separe os dois condutores que estão juntos. Finalmente retira-se o indutor das proximidades dos outros dois corpos. Você terá como resultado os dois condutores que inicialmente estavam neutros, agora carregados com cargas de sinais opostos. 9 Note que não houve, em nenhum momento, o contato entre o condutor carregado (indutor) e os condutores inicialmente neutros (induzidos). Por isso esse processo é chamado de indução. CONDUTORES E ISOLANTES Alguns materiais possibilitam a movimentação das cargas elétricas de uma região para outra, enquanto outros impedem o movimento das cargas.Os materiais que permitem o movimento de cargas elétricas através dele, são chamados de CONDUTORES. UM EXEMPLO DE CONDUTORES SÃO OS METAIS. Nos átomos dos metais, a última órbita eletrônica perde um elétron com muita facilidade. Estes elétrons que se soltam das últimas órbitas eletrônicas e podem mover-se livremente através do material. Por isso diz-se que os metais possuem elétrons livres. O movimento dos elétrons livres produz a transferência de carga através do metal. EXEMPLOS DE CONDUTORES: Os metais, as soluções aquosas de ácidos, bases e sais, os gases rarefeitos, os corpos dos animais, e, em geral, todos os corpos úmidos. Os materiais que não permitem a movimentação das cargas no seu interior, são chamados ISOLANTES. Em um isolante, praticamente não existem elétrons livres e a carga elétrica não pode ser transferida através do material. EXEMPLOS DE ISOLANTES: Vidro, louça, porcelana, borracha, ebonite, madeira seca, baquelite, algodão, seda, lã, parafina, enxofre, resinas, água pura, ar seco. Uma classe intermediária é dos SEMICONDUTORES. São materiais que possuem propriedades intermediárias entre as de um bom condutor e as de um bom isolante. Os materiais semicondutores mais usados na indústria eletrônica são o Germânio (Ge) e o Silício (Si), apesar do Silício predominar a produção atualmente. CURIOSIDADES • Você sabia que se um motorista dirigir seguidamente por muito tempo, ao sair do carro pode sofrer um choque causado pela eletricidade estática? PARA SABER O PORQUÊ O veículo ficando muito tempo em atrito com o ar acumula a carga elétrica (o atrito arranca elétrons - cargas negativas - do metal 10 do veículo, que fica assim com prótons - as cargas positivas - a mais), e o motorista acaba fazendo a ligação entre as partes metálicas e o solo, ao colocar os pés no chão. Para isso ocorrer, o ar precisa estar bastante seco, como ocorre nos países de clima frio, durante o inverno. • Você sabia que os caminhões-tanque possuem correntes que arrastam pelo chão para descarregar a eletricidade estática do veículo? PARE SABER O PORQUÊ Isso evita uma eventual explosão do combustível transportado. • Você sabia que nas corridas de Fórmula-1, por exemplo, os boxes das equipes têm o chão revestido de chapas flexíveis de cobre? PARE SABER O PORQUÊ Porque elas retiram as cargas positivas da lataria dos carros de corrida, restabelecendo o equilíbrio elétrico, como se fosse um fio- terra. Assim, o reabastecimento dos veículos pode ser feito em segurança. Fonte [16] A Física é uma ciência que só se aprende trabalhando bastante. Aliás, esta é a regra para se ter sucesso em qualquer coisa. Você sabia que o inventor da lâmpada elétrica, Thomas Edison, é também o inventor da famosa frase: "GÊNIO É 1% DE INSPIRAÇÃO E 99% DE TRANSPIRAÇÃO?”. Para começar, você pode contar com a ajuda de alguns exemplos de exercícios resolvidos. EXEMPLO 1 O cientista Robert Millikan na sua famosa experiência da gota de óleo, observou que minúsculas gotas de óleo adquiriam carga positiva ao serem irradiadas com raios-X. Supondo que uma gota adquiriu carga de 8,0 x 10-19 C, qual a quantidade de elétrons que deixaram essa gota? SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1 Como vimos pela lei da quantização da carga, a carga total da gota deve ser um múltiplo inteiro da carga do elétron: DADOS DO PROBLEMA: 11 RESPOSTA: A carga da gota corresponde a 5 elétrons que foram arrancados. EXEMPLO 2 Um técnico de laboratório dispõe de 2 esferas metálicas idênticas e neutras A e B e de uma terceira esfera C, também idêntica às demais, porém carregada com uma carga de + 8,0 C. Qual o procedimento adotado pelo técnico se ele precisar dispor de 3 esferas com cargas de +2,0 C, +2,0 C e +4,0 C ? SOLUÇÃO DO EXEMPLO 2 Este é um processo em que você poderá usar a eletrização por contato. Como você já viu, quando corpos idênticos são postos em contato, a carga se distribui igualmente entre eles. E pela Lei de conservação das cargas, você pode garantir que a carga total será sempre +8,0 C. 10 PASSO: Colocar a esfera C carregada com +8,0 C em contato com uma das neutras, por exemplo a esfera A. Como a carga total se conserva devemos ter: A carga se distribui igualmente entre as esferas, ficando as esferas A e C carregadas positivamente com carga +4,0 C. 20 PASSO: Colocar agora a esfera A carregada com + 4,0 C em contato com a esfera B, neutra. Novamente usando a lei da conservação da carga total: 12 Vemos mais uma vez, que a carga se distribuiu igualmente entre as esferas, ficando as esferas A e B carregadas positivamente agora com carga +2,0 C. EXEMPLO 3 A um corpo inicialmente neutro são acrescentados 5,0 . 107 elétrons. Qual a carga elétrica do corpo? SOLUÇÃO DO EXEMPLO 3 A carga elétrica do elétron é e = - 1,6 . 10-19 C. Usando a quantização da carga temos: q = ne Sendo n o número de elétrons acrescentados temos: n = 5,0 X 107. Assim, a carga elétrica (Q) total acrescentada ao corpo inicialmente neutro é: Q = n e = (5,0 X 107) (-1,6 X 10-19 C) = -8,0 X 10-12 C MULTIMÍDIA Este vídeo irá ajudar a compreendermos melhor os conceitos sobre carga elétrica. FÓRUM 13 Discuta as situações apresentadas a seguir e coloque-as nos FÓRUNS da aula 1. 01) No processo de Eletrização por Contato discutido neste tópico, considere que o corpo A estava carregado negativamente. Discuta como será agora o processo de eletrização. 02) O que significa dizer que uma carga elétrica é quantizada? 03) Uma aluna de cabelos compridos, num dia bastante seco, percebe que depois de penteá-los o pente utilizado atrai pequenos pedaços de papel. Discuta por que isso ocorre. FONTES DAS IMAGENS 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto 2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 4. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 5. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 6. http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Franklin 7. http://t0.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcSdh WB5EAVcvO8SHBQCgT6kp5 JGMfQP1MD1Y1AbBokHxZ_CUzbw&t=1 8. http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Andrews_Millikan 9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_John_Thomson 10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Quark 11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Du_Fay 12. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 13. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 14. http://www.e-escola.pt/site/personalidade.asp?per=23 15. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 16. http://www.novomilenio.inf.br/ano98/9802bra4.htm Responsável: Prof. Francisco Herbert Lima Vasconcelos Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 14 TÓPICO 02: FORÇA ELÉTRICA - A LEI DE COULOMB Você já viu no tópico anterior que corpos carregados atraem-se ou repelem-se dependendo do sinal de suas cargas. Mas, o que faz com eles se aproximem ou se afastem? Certamente essa pergunta deve ter incomodado muitos cientistas no passado. Um deles foi o francês Charles Augustin de Coulomb [2] (1736 – 1806) que encontrou em 1785, a resposta que hoje é uma lei que leva o seu nome. LEI DE COULOMB Para explicar a interação entre corpos carregados Coulomb desenvolveu uma balança de torção [3] que consiste de um mecanismo muito sensível ao torque, ou seja, se o corpo for atraído ou sofrer algum tipo de repulsão esta balança pode calcular o valor dessa interação. O cientista francês Charles Coulomb conseguiu estabelecer experimentalmente uma expressão matemática que nos permite calcular o valor da força entre duas partículas carregadas. Resultados obtidos experimentalmente por Coulomb: 1. A intensidade da força elétrica é diretamenteproporcional ao produto das cargas elétricas. 2. A intensidade da força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as partículas. A Lei de Coulomb é válida somente para partículas, isto é, para corpos cujas dimensões são muito menores do que a distância de separação entre eles. Costuma-se dizer também que partículas carregadas são cargas puntiformes. Se duas CARGAS PUNTIFORMES Q1 e Q2 estão separadas pela distância d, a LEI DE COULOMB diz que o módulo da força entre elas é: é a constante eletrostática do vácuo. A figura abaixo mostra a representação gráfica da Lei de Coulomb , onde a força elétrica é representada como função da distância de separação entre as cargas. FÍSICA INTRODUTÓRIA II AULA 01: CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO 15 Fonte [4] A CONSTANTE ELETROSTÁTICA A constante k é chamada de constante eletrostática e está relacionada com as propriedades elétricas do meio. Comumente ela é expressa em termos de outra constante, a permissividade elétrica do meio representada pela letra grega . No Sistema Internacional ( SI ) a constante k é dada por: 0 é a constante de permissividade elétrica do vácuo: Para fins de resolver os problemas numéricos, nos contentaremos com o valor aproximado de 0 No Sistema SI a constante eletrostática k no vácuo, k0, é dada por OLHANDO DE PERTO Lembre-se que força é uma grandeza vetorial. A direção da força que qualquer uma das cargas exerce sobre a outra é sempre ao longo da linha reta que liga as duas cargas. FORÇAS DE REPULSÃO: 16 FORÇAS DE ATRAÇÃO: Força que a carga 2 exerce sobre a carga 1 Força que a carga 1 exerce sobre a carga 2 PARADA OBRIGATÓRIA A força elétrica obedece à Terceira Lei de Newton (lei da ação e reação). CURIOSIDADE Você sabia que Chester F. Carlson [5], o inventor da fotocopiadora era graduado em Química, assim como vocês também serão brevemente? OBSERVAÇÃO Esta notação é arbitrária, você poderá encontrar a força que a carga 2 exerce sobre a carga 1 escrita assim: ELETROSTÁTICA, ISSO TEM ALGUMA UTILIDADE? O PRECIPITADOR ELETROSTÁTICO As grandes indústrias lançam toneladas de poluentes na atmosfera através de suas chaminés. Na Vila Parisi, situada dentro do parque industrial de Cubatão, na Baixada Santista, os 4 mil habitantes sofriam graves doenças respiratórias. Casos de anencefalia (crianças nascidas sem cérebro) eram atribuídos à poluição. A força elétrica pode ser utilizada para diminuir essa poluição atmosférica causada pelas chaminés das indústrias ou para filtrar o ar de nossas casas. Fonte [6] Grande parte dos poluentes expelidos pelas chaminés das indústrias é formada por partículas sólidas muito pequenas. A maneira mais eficaz de limpar a fumaça é usar um precipitador eletrostático. A fumaça ou ar contaminado passa através de eletrodos carregados que eletrizam as partículas poluentes. Em seguida elas são recolhidas por 17 placas eletrizadas com cargas opostas. A placa coletora por ter carga contrária à carga das partículas poluentes, as atrai, fazendo com que essas partículas se depositem em sua superfície, limpando o ar. A figura abaixo mostra um esquema simplificado do processo. Fonte [7] CURIOSIDADE Quantas cópias Xerox você já tirou na sua vida? Nem dá para contar não é? Você sabia que as máquinas copiadoras tipo Xerox funcionam graças aos processos de eletrização? Fonte [8] Xerografia significa escrita a seco. Hoje em dia todo mundo fala apenas Xerox. Mas a cópia Xerox foi inicialmente chamada de eletrofotografia. O nome foi alterado depois para xerografia, do grego Xerox = seco e grafia = escrita. 18 UMA COPIADORA XEROX FUNCIONA ASSIM 1. O cilindro é previamente eletrizado (carregado); 2. A luz incide no original e atinge o cilindro carregado. As partes claras do original (refletem mais luz) e descarregam as partes do cilindro que ela atinge. As partes escuras do original (refletem menos luz) não descarregando as partes correspondentes no cilindro; 3. Adiciona-se o toner que vai se fixar nas partes que permaneceram carregadas no cilindro em concentração proporcional à carga existente naquelas partes; 4. Ao passar a folha em branco o toner, após leve aquecimento, é transferido ao papel onde termina por aderir completamente e reproduzindo a imagem do original, com partes claras e escuras correspondente às quantidades de toner fixado no cilindro. É por este motivo que em dias úmidos ou se o papel não estiver seco as cópias tendem a ser de má qualidade. OBSERVAÇÃO O que fazer quando mais de duas cargas estão presentes? Para responder a esta pergunta, veja o exemplo abaixo envolvendo 3 cargas puntiformes. O procedimento é simples: as forças são calculadas separadamente para cada par de cargas e o resultado é dado pela soma vetorial das forças atuantes. As forças sobre a carga q2, por exemplo, são F12 exercida pela carga 1 e F32 exercida pela carga 3. A força resultante sobre a carga q2 é a soma vetorial das duas forças, isto é: Você pode descobrir quais são as forças sobre as outras cargas? VEJAMOS UM EXEMPLO Se você quer determinar a força total que q2 e q3 exercem sobre q1, deve calcular separadamente as forças F12 e F13 usando a lei de 19 Coulomb, como você já viu. A força resultante é dada pela soma vetorial de ambas: O módulo da força resultante sobre a carga q1 você calcula usando o Teorema de Pitágoras: Da mesma forma você pode determinar as forças totais atuantes nas outras cargas, q2 e q3. FORÇAS ELÉTRICAS E GRAVITACIONAIS NO ÁTOMO Imagine que a figura abaixo representa um átomo de hidrogênio: Um elétron de carga –e girando em torno do núcleo de carga +e Temos aqui um caso de atração eletrostática entre as duas cargas de sinais contrários, aonde a força coulombiana desempenha o papel da força centrípeta que mantém o elétron no seu movimento circular em torno do núcleo. CURIOSIDADE Você que é estudante de Matemática, sabia que houve um tempo em que muitos cientistas respeitáveis não acreditavam na existência dos átomos? QUÍMICOS JEAN BAPTISTE DUMAS O notável químico francês Jean Baptiste Dumas, por exemplo, proclamou: " Se eu fosse dono da situação, eu faria desaparecer da Ciência o termo átomo, persuadido de que ele ultrapassa a experiência, e que, na química, nunca devemos ultrapassar a experiência." KEKULÉ 20 O químico alemão Kekulé, famoso por sua descoberta do anel do benzeno (que ele supostamente, interpretou de maneira puramente simbólica), encontrou, para dizer sobre o átomo, as seguintes palavras: " A questão da existência do átomo é pouco significativa sob o ponto de vista químico; sua discussão pertence mais à metafísica. Na química, devemos apenas decidir se o reconhecimento dos átomos constitui uma hipótese condizente com o esclarecimento dos fenômenos químicos." MARCELIN BERTHELOT "E quem já viu uma molécula de gás ou um átomo?" aguilhoava o químico Marcelin Berthelot. Atualmente ninguém mais duvida da existência dos átomos e podemos utilizar a eletrostática para determinar a força que mantém unidos os elétrons ao núcleo dos átomos. FORÇA ELÉTRICA VERSUS FORÇA GRAVITACIONAL Vamos determinar a força entre o elétron e o núcleo do mais simples dos átomos, o átomo de hidrogênio. Você pode comparar na tabela abaixo os valores de carga elétrica e massa das partículas fundamentais do átomo. A massa do elétron é cerca de 1840 vezes menor do que a do próton. Partícula Carga(C) Massa (Kg) Próton +1,6 x 10-19 1,67 10-27 Elétron -1,6 x 10-19 9,11 10-31 Para um átomo de hidrogênio a distância entre o elétron e o núcleo (próton)é aproximadamente 5,3 10-11 m. Calculando as forças gravitacionais e elétricas entre o próton e o elétron. FORÇA ELÉTRICA (EM MÓDULO) FORÇA GRAVITACIONAL 21 COMPARANDO VALORES Vamos comparar esses dois valores: EXEMPLO 1 Três cargas puntiformes, de 2,0 C, 7,0 C e -4,0 C estão colocadas nos vértices de um triângulo equilátero, de 0,5 m de lado, conforme mostra figura abaixo. Calcular a força resultante sobre a carga de 7,0 C Resposta: FR 0,86 N, fazendo um ângulo de 28,8 0 abaixo do eixo x SOLUÇÃO EXEMPLO 1 De acordo com a figura ao lado a resultante é dada por De acordo com a notação utilizada: : Força sobre a carga de 7 C exercida pela carga de 2 C : Força sobre a carga de 7 C exercida pela carga de 4 C Para encontrar as componentes x e y da força resultante sobre a carga de 7 C decompomos os vetores em suas componentes cartesianas 22 Usando a Lei de Coulomb, podemos calcular os módulos das forças F27 e F47 Usando os valores para o seno e co-seno do ângulo dado: Teremos apenas que substituir os valores e encontrar as componentes da força resultante: Componente x: FRx = 0,75 N (apontando para a direita) Componente y: FRy = 0,43 N (apontando para baixo) Usando o teorema de Pitágoras: Para calcular a direção da resultante, calculamos a tangente do ângulo que ela faz com a horizontal: Substituindo os valores encontramos um ângulo EXEMPLO 2 Duas pequenas esferas idênticas, carregadas, cada qual com massa de 3 x 10-2kg, estão penduradas e em equilíbrio, Conforme mostra a figura abaixo. Se o comprimento do fio for 0,15 m e o ângulo =50, calcular o módulo da carga sobre cada esfera, supondo que as esferas tenham cargas idênticas. Resposta: q = 0,044 C SOLUÇÃO EXEMPLO 2 As duas cargas estão em equilíbrio pela ação de três forças, a saber, a força elétrica de repulsão entre as cargas, a força gravitacional e a tensão na corda. Fazendo o diagrama de forças 23 sobre a carga da esquerda, por exemplo, temos a situação ilustrada abaixo. Assim, em componentes cartesianas, Substituindo os valores dados, temos Como a = L sen Q 0,044 C EXEMPLO 3 Duas partículas 1 e 2, com cargas iguais e de sinais opostos, afastadas de 5 m são largadas a partir do repouso. As partículas têm massas iguais a m1=0,05 kg e m2=0,25 kg, e a aceleração inicial da primeira partícula é de 100 m/s2. Quais são: a. a aceleração da segunda partícula? b. O módulo da carga comum? Resposta: a) 20 m/s2; b) 178 C SOLUÇÃO EXEMPLO 3 Considere a figura abaixo: Dados do problema: m1=0,05 kg m2=0,025 kg a1= 100 m/s 2 d=5 m 24 a2 = ? q1 =q2 =? Como sabemos da Segunda Lei de Newton o módulo da força é dado por: F = ma Então calculando o módulo da força sobre a carga q1 teremos: F21 = m1a1 = 0,05x100 F21 = 5N A carga 2 exerce a força de 5N sobre a carga 1 (F21= 5 N). Como sabemos as forças entre as cargas obedecem à Terceira Lei de Newton (Ação e Reação) Então temos que a força que a carga e exerce sobre a carga 2 é: F12= 5 N Aplicando novamente a Segunda Lei de Newton: F Veja como a resposta está coerente com a Segunda Lei de Newton: a carga 2 por ter maior massa terá menor aceleração Para calcular o valor da carga, vamos aplicar a Lei de Coulomb: Como as cargas têm o mesmo valor (q1=q e q2= - q), o módulo da força entre elas será: EXEMPLO 4 Duas cargas puntiformes, q1=+q e q2=+4q, estão separadas por uma distância L, como mostra a Figura abaixo Uma terceira carga deve ser colocada de forma que o sistema inteiro fique em equilíbrio. Determinar o sinal, o módulo e a localização da terceira carga. Resposta: -4q/9 SOLUÇÃO EXEMPLO 4 Fonte: http://www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm Como as duas cargas são de mesmo sinal, a força entre elas é repulsiva, de modo que apenas uma carga negativa colocada entre elas pode equilibrar o sistema, conforme mostra a figura ao lado. Assim, para o equilíbrio, devemos ter PARA VOCÊ SE EXERCITAR, DESENHE AS FORÇAS QUE AGEM SOBRE AS CARGAS A condição de equilíbrio imposta ao sistema exige que: 25 F21 + F31 = 0 , (1) F12 + F32 = 0 , (2) F13 + F23 = 0 , (3) OBSERVAÇÃO F21: representa a força sobre a carga 2, exercida pela carga 1, e assim por diante. Isso reforça aquela observação anterior de que esta notação é arbitrária. Ao resolver um exercício, você pode escolher qual notação usar, desde que permaneça fiel à notação usada em toda a resolução do exercício. DA TERCEIRA DAS EQUAÇÕES, TEMOS de onde onde escolhemos o sinal +, tendo em vista que x deve estar entre as cargas. Para calcular o módulo da terceira carga, usamos, p. ex., a eq.(1), ou seja, de onde, em módulo, MULTIMÍDIA Assistindo esse vídeo [10] iremos solidificar melhor nossos conhecimentos. EXERCITANDO 1 Duas partículas igualmente carregadas, com um afastamento de 3x10-3 m entre elas, são largadas a partir do repouso. As partículas têm massas m1 = 5,4x10-7 kg e m2 =7,0x10 -7 kg, e a aceleração inicial da primeira partícula é de 700 m/s2. Quais são: a. A aceleração da segunda partícula? b. O módulo da carga comum? Respostas: a2=540 m/s 2; q= 1,122 x 10-8 C EXERCITANDO 2 26 Duas cargas pontuais livres, +q e +9q, estão afastadas por uma distância d. Uma terceira carga é colocada de tal modo que todo o sistema fica em equilíbrio. a. Determine a posição, o módulo e o sinal da terceira carga. b. Mostre que o equilíbrio é instável. JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA. RESPOSTA: POSIÇÃO: d/4 da carga +q MÓDULO E SINAL: q3= – 9q/4 EXERCITANDO 3 1. Quantos elétrons deverão ser removidos de uma pequena esfera, para deixá-la com carga igual a + 1,6x10-9 C? 2. Supondo que a esfera seja de cobre, e tenha massa igual a 3,11 g, calcule a fração dos elétrons totais da esfera que corresponde ao valor encontrado em (a) DADOS: MASSA MOLECULAR DO COBRE: 63,5 G/MOL; PESO ATÔMICO DO COBRE: Z=29; NÚMERO DE AVOGADRO: NA = 6,02 X 1023 Respostas: a) 1010 elétrons; b) 1,17 x 10-14 EXERCITANDO 4 Que semelhanças existem entre uma força elétrica e uma força gravitacional? Quais são as diferenças mais relevantes entre essas duas forças? EXERCITANDO 5 A expressão para o módulo da força coulombiana é: A intensidade da força elétrica, como você pode ver, é diretamente proporcional ao PRODUTO DAS CARGAS ELÉTRICAS. A Lei de Coulomb é uma lei experimental, isto é, a expressão para a força não foi determinada matematicamente e sim como resultado de uma observação experimental. Suponha que alguém lhe tenha dito que o produto das cargas deveria ser trocado pela soma das cargas (Q1 + Q2 ) ou pela raiz quadrada . Discuta a impossibilidade dessas duas proposições. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 2. http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Augustin_de_Coulomb 3. http://pt.wikibooks.org/wiki/Eletromagnetismo:_Cargas_El%C3% A9tricas 4. http://1.bp.blogspot.com/ -_8d6oV82trs/TgTjnR5BDrI/ AAAAAAAAAbo/M7aoPzAYXzc/ s400/graficoleidecoulonb.jpg 5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Chester_Carlson 27 6. http://1.bp.blogspot.com/ _LsNSsZKIVs4/SI4NQ0J9AZI/ AAAAAAAAAJY/Q7AKSBts-SI/s200/cubatao.jpg 7. http://www.virtual.ufc.br/ solar/aula_link/lfis/A_a_H/ fisica_III/Aula_01/imagens/03/img10.gif 8. http://www.geocities.ws/saladefisica7/funciona/xerox40.gif 9. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 10. http://www.youtube.com/watch?v=t-S-FNeDLRc&feature=related Responsável: Prof. Francisco Herbert Lima Vasconcelos Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 28 TÓPICO 03: O CAMPO ELÉTRICO Você deve ter percebido a semelhança entre a Leide Coulomb e a Lei da Gravitação Universal. OLHANDO DE PERTO Lei da Gravitação Universal: Lei de Coulomb: Tanto no caso da força gravitacional como no caso da força elétrica, a interação entre os corpos se dá sem que seja necessário o contato físico entre eles. Você já parou alguma vez para pensar como um dos corpos percebe a presença do outro? O que existe no espaço entre eles para que a interação seja comunicada de um para outro? Pode ser que até hoje você não tenha dado a mínima para essas questões, mas elas foram a preocupação de muitos estudiosos no passado. Para responder a essas perguntas vamos usar o conceito de CAMPO ELÉTRICO Na região do espaço que envolve um corpo carregado, manifestam-se ações elétricas, ou seja, se outro corpo carregado for colocado em qualquer ponto nessa região, ele fica sujeito à ação de uma força elétrica. Dizemos que nessa região do espaço existe um campo elétrico. O campo elétrico não é a região do espaço. PARADA OBRIGATÓRIA Cargas elétricas modificam as propriedades do espaço à sua volta causando um campo elétrico. Esse campo é que vai interagir com outras cargas produzindo forças de atração ou repulsão. OLHANDO DE PERTO O campo elétrico desempenha o papel de transmissor da interação entre as cargas. “SENTINDO” O CAMPO ELÉTRICO Para você entender melhor o conceito de campo elétrico imagine a seguinte situação: FÍSICA INTRODUTÓRIA II AULA 01: CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO 29 Você, certamente já vivenciou uma situação semelhante. Você sabe que não precisa ter nenhum contato físico com a “fonte perfumada” para sentir o cheiro, mesmo de longe. O perfume se espalha pelo ar. Você também sabe que quanto mais perfumada está a pessoa (quando ela passa uma grande “carga” de perfume), mais o ambiente aonde ela está ( a região do espaço) fica impregnado. E nem precisa dizer que quanto mais você se aproxima, mais intenso vai ficando o perfume que diminui quando você se afasta. Percebeu a analogia? O perfume nesse exemplo faz o papel de um campo elétrico. Você não pode ver e nem tocar, mas sente a sua presença assim como uma carga colocada em uma região aonde existe um campo elétrico sofre a influência dele. CURIOSIDADE Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas, que liberavam diversos aromas. Foi assim que surgiu a palavra "perfume", em latim "per fumum", que significa "através da fumaça". O campo elétrico pode ser determinado experimentalmente: Se você colocar em uma dada região do espaço uma pequena carga q0, chamada carga de prova, e ela ficar sujeita a uma força de repulsão ou atração, você pode dizer que ali existe um campo elétrico. Fonte [1] PARADA OBRIGATÓRIA O campo elétrico é uma grandeza vetorial. DICA O campo elétrico é usualmente representado pela letra maiúscula E 30 No Sistema SI, sua unidade é N/C Campo elétrico e campo gravitacional Para que você tenha uma compreensão completa, vamos discutir um pouco mais o campo elétrico, fazendo uma comparação com o campo gravitacional da Terra. (CLIQUE AQUI PARA ABRIR) CAMPO GRAVITACIONAL – A massa M da Terra cria em torno de si o campo gravitacional. Um corpo de massa m próximo à Terra fica sujeito a uma força de atração gravitacional (a força peso) decorrente da ação do campo gravitacional sobre m. CAMPO ELÉTRICO – A carga Q (+) cria em torno de si o campo elétrico. Uma carga q (–) próxima à carga Q fica sujeita a uma força de atração (a força elétrica) decorrente da ação do campo elétrico sobre q. OBSERVAÇÃO A carga q0 que é utilizada para estudar as características do vetor campo elétrico é simplesmente um auxiliar para o raciocínio e não influencia nos resultados. O mesmo acontece com a aceleração da gravidade; essa aceleração (g), num ponto qualquer ao redor da Terra não depende da massa de nenhum corpo que por ventura seja colocado nesse ponto. Depende da posição do ponto ao redor da Terra. A carga q0 é utilizada somente para a verificação da existência do campo elétrico num determinado ponto da região, por isso ela é chamada de CARGA DE PROVA. Força gravitacional: Força elétrica: DICA Uma carga de prova deve ser muito pequena para ela própria não perturbar o campo elétrico que se deseja medir. A carga de prova é geralmente considerada como sendo positiva. 31 DICA Uma carga de prova deve ser muito pequena para ela própria não perturbar o campo elétrico que se deseja medir. A carga de prova é geralmente considerada como sendo positiva. LINHAS DE FORÇA As linhas de força são uma maneira muito conveniente de visualizarmos o campo elétrico. Elas são uma “fotografia” do campo elétrico. O conceito de linhas de força foi introduzido por Michael Faraday. FIGURA 3 - http://educar.sc.usp.br/licenciatura/1999/wtexto4.html DICA As linhas de força são linhas imaginárias que mostram a atuação do campo elétrico em um determinado ponto no espaço. CAMPO ELÉTRICO E LINHAS DE FORÇA As linhas de força estão relacionadas ao campo elétrico pelas seguintes propriedades: (CLIQUE AQUI PARA ABRIR) 1. Uma linha de força sempre começa em uma carga positiva e termina em uma carga negativa, ou seja, elas são contínuas. Se as duas cargas são de contrários as linhas de força são assim: Figura 4 [2] Se as duas cargas são de mesmo sinal, positivas, por exemplo, as linhas de força são assim: 32 Figura 5 [3] - http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/ PARADA OBRIGATÓRIA Você pode ver que as linhas de força podem realmente ser chamadas de “fotografia” do campo elétrico. Veja na figura 4, acima, a clara atração entre as cargas e na figura 5 a repulsão. 2. A tangente a uma linha de força num dado ponto, nos dá a direção do vetor campo elétrico neste ponto. Figura 6 DICA Então a tangente à linha de força dá também a direção de força que atua numa carga elétrica colocada nesse ponto. OBSERVAÇÃO Não se esqueça que, sendo o campo elétrico um vetor, em cada ponto ele só pode ter uma direção. O mesmo vetor não pode apontar para dois lugares diferentes. 3. As linhas de força são traçadas de tal forma que o número de linhas que atravessam uma unidade de área perpendicular à direção das mesmas, é proporcional ao módulo de E. 4. A quantidade de linhas de força é proporcional ao valor da carga EXERCITANDO 33 Entre nesse site http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/ elecmagnet/electrico/cElectrico.html [4] e veja uma atividade aonde você poderá obter o mapa das linhas de força de: • Duas cargas iguais e de mesmo sinal • Duas cargas iguais e de diferentes sinais • Duas cargas diferentes e de mesmo sinal • Duas cargas diferentes e de diferentes sinais Para visualizar linhas de força de alguns sistemas de cargas, clique aqui: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/mod02/m_s02.html [5] CAMPO ELÉTRICO UNIFORME Um campo elétrico é uniforme se o vetor campo tem mesma intensidade, mesma direção e mesmo sentido em todos os pontos. Já vimos das propriedades das linhas de força que elas são sempre tangentes ao vetor campo, então podemos concluir que em um campo uniforme as linhas de força são retas e paralelas. FIGURA 7 - http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/ O caso do campo elétrico uniforme é muito importante quando você for estudar o assunto de Capacitores, que você verá mais tarde. CAMPO ELÉTRICO DE UMA CARGA PUNTIFORME FIGURA 8 Se o sinal de q0 for negativo, o vetor força terá sentido oposto ao vetor campo. FIGURA 9 ORIENTAÇÃO DO VETOR CAMPO ELÉTRICO 34 Se você quiser determinar experimentalmentea existência do campo elétrico, você coloca uma carga de prova q0, muito pequena, no ponto P e verifica se ela fica sujeita à ação de alguma força, nesse caso o módulo do campo E será dado por: Mas a força F, é a força coulombiana entre as duas cargas Q e q0. Pela Lei de Coulomb, o módulo da força F é dado por: Vamos substituir a equação (2) para a força, na equação (1) e assim você determina o módulo de E: Qual o sentido desse vetor? Sendo a carga de prova positiva, ela sofrerá uma repulsão pela carga Q também positiva. Nesse caso força sobre a carga de prova q0 no ponto P apontará para a direita, como está indicado na figura. Mas o que aconteceria se colocássemos no ponto P uma carga de prova negativa? O campo mudaria? Como já foi dito, o campo não depende da carga de prova. Como o próprio nome indica, ela é utilizada apenas para provar que o campo existe naquele local. O campo continua a apontar para a direita, independe do sinal da carga que você coloque no ponto P. O sinal da carga só tem influência no efeito que ela sofrerá: Se for positiva, sofrerá uma força para a direita (repulsão); se for negativa, sofrerá uma força para a esquerda (atração). Lembre-se dessa expressão: SE O SINAL DE Q0 FOR POSITIVO, OS VETORES F E E TERÃO O MESMO SENTIDO. O campo só mudará se a carga fonte, aquela que lhe deu origem for modificada. Veja isso agora: Considere agora o campo produzido por uma carga negativa: 35 Figura 10 [6] O campo elétrico tem o seu módulo determinado da mesma forma que no caso anterior. O que muda é o SENTIDO do vetor campo elétrico. Ele aponta para a esquerda, independente de qualquer carga de prova que você coloque no ponto P EXEMPLO 1 PARA FIXAR AS SUAS IDEIAS, VEJA ESTE EXEMPLO Na figura 8 suponha que carga puntiforme Q= 2,5 C. Qual é o campo elétrico (módulo, direção e sentido) produzido por ela no ponto P a uma distância d = 45 cm de Q? SOLUÇÃO Mas a força F, é a força coulombiana entre as duas cargas Q e q0. Pela Lei de Coulomb, o módulo da força F é dado por: Vamos substituir a equação (2) para a força, na equação (1): Vamos substituir os valores dados: Q=2,5 C = 2,5 x 10-6 C d=45 m k =9 x 109 N m2/C2 Qual o sentido desse vetor? Sendo a carga de prova positiva, ela sofrerá uma repulsão pela carga Q também positiva. Nesse caso força sobre a carga de prova q0 no ponto P apontará para a direita, como está indicado na figura. 36 DIPOLO ELÉTRICO Uma situação muito importante que merece ser estudada é o caso do dipolo elétrico. Você, estudante de Química, já deve ter aprendido que a água tem uma molécula polar. Você sabe o que isso significa? As moléculas da água são polares, o que torna a água um dos solventes mais importantes da natureza. As figuras abaixo representam a molécula de água: Figura 11 [7] A figura abaixo representa um dipolo elétrico, uma configuração representada por duas cargas iguais e de sinais contrários, mantidas separadas por uma distância fixa d. Figura 12 O produto do módulo da carga pela distância que as separa, é definido como o MOMENTO DE DIPOLO P OLHANDO DE PERTO O momento de dipolo é um vetor que aponta no sentido da carga negativa para a positiva. ÁGUA, UMA MOLÉCULA POLAR A molécula de água é formada por um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio, unidos por ligações covalentes. Os elétrons que formam os orbitais moleculares, na água, não são igualmente compartilhados entre os átomos. Como consequência da maior eletronegatividade do Oxigênio, a distribuição dos elétrons na molécula é heterogênea, isto é os elétrons não são igualmente 37 compartilhados pelo oxigênio e pelo hidrogênio, resultando uma densidade de carga negativa (-) sobre o átomo de oxigênio e densidades de carga positiva (+) sobre os átomos de hidrogênio. Isto torna a molécula da água polar, isto é, a molécula tem polos positivos (os átomos de hidrogênio) e negativo (o átomo de oxigênio) sendo capaz de sofrer uma orientação em um determinado campo elétrico. Os hidrocarbonetos não apresentam essa distorção elétrica sendo, por isso, chamados apolares, isto é, sem polos. Como você pode ver a substância mais importante para a nossa vida é uma substância polar, ou seja, á um dipolo elétrico. A figura abaixo mostra a representação da molécula da água no estado líquido. Fonte [8] Como calculamos o campo elétrico de mais de uma carga puntiforme? Suponhamos duas cargas elétricas pontuais Q1 e Q2. Qual é o campo resultante, isto é o campo produzido pelas duas cargas no ponto A? Se existisse só a carga Q1, ela produziria em A, um campo E1. Se existisse só Q2, ela produziria em A um campo E2. O campo que resultante em A é obtido pela soma vetorial dos dois campos. PARADA OBRIGATÓRIA PRINCÍPIO DE SUPERPOSIÇÃO: Quando em um dado ponto existem vários campos elétricos, o campo elétrico resultante naquele ponto é a soma vetorial de todos os campos. OLHANDO DE PERTO De acordo com o princípio de superposição, quando vários efeitos são produzidos simultaneamente num ponto, esses efeitos se somam. Se os efeitos forem representados por grandezas escalares elas são somadas escalarmente. Se forem representados por grandezas vetoriais elas são somadas vetorialmente. EXEMPLO 2 Determine o campo elétrico no ponto A se as cargas Q1 e Q2 valem respectivamente, + 1,0 C e 2,0 C. Considere as distâncias d1 =d2 = 40 cm e o ângulo formado pelos campos de cada carga em A, igual a 600. 38 Figura 12 [9] SOLUÇÃO O módulo do campo resultante no ponto A pode ser calculado usando a Lei dos co-senos Veja que o ângulo entre os dois vetores é e que os dois ângulos e , somados formam um ângulo de 1800. Usando um pouco da trigonometria que você já viu nas aulas de matemática: cos( ) = cos(180 - ) = cos180cos + sen180sen Como você bem sabe, cos180 = -1 e sen180 = 0. Então cos = - cos E assim a expressão para o campo elétrico fica: Para determinar o módulo de E, precisamos primeiro calcular os módulos dos campos E1 e E2 Dados: Q1 =1,0 C = 1,0 x 10 -6 C Q2 = 2,0 C= 2,0 x 10 -6 C d1 =d2 =40 cm = 0,40 m = 600 k= 9 x 109 N m2/C2 DIREÇÃO DO CAMPO RESULTANTE 39 Vamos encontrar a direção do campo resultante, determinando o ângulo que o vetor E faz com E1, por exemplo. Para isso vamos usar a Lei dos Senos que diz que em um triângulo QUALQUER os seus lados são proporcionais aos senos dos ângulos opostos. Considere o triângulo ABC. Usando a Lei dos Senos: Já vimos que = 180 - sen (180 - ) = sen180 cos - sen cos180 = sen . Então podemos usar na Lei dos Senos o ângulo , em vez de . EXERCITANDO Na figura abaixo, justifique porque as duas linhas A e B não são linhas de força. EXERCITANDO 2 Na figura ao lado, as setas representam diferentes valores do campo elétrico. A trajetória AB pode ser uma linha de força? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA 40 EXERCITANDO 3 Duas cargas puntiformes de módulos e sinais desconhecidos, estão separadas pela distância d. A intensidade do campo elétrico se anula num ponto do segmento que une as cargas. O que se pode dizer sobre essas cargas? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA LEITURA COMPLEMENTAR Entre neste site para ver muita coisa legal sobre o campo elétrico: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/mod02/m.html [10] FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.fe.up.pt/si/conteudos_service.conteudos_cont? pct_id=37768&pv_cod=28HawaT7aaas 2. http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/imagens/eletricidade_magnetismo/b asico/cap03/fig52.gif 3. http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/imagens/eletricidade_magnetismo/b asico/cap03/fig53.gif 4. http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/elecmagnet/electrico/cElectrico.html 5. http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/mod02/m_s02.html 6. http://www.mspc.eng.br/elemag/eletr130.shtml 7. http://www.google.com.br/ url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source =web&cd=1&ved=0CCYQFjAA&url= http%3A%2F%2Fdisciplinas.stoa. usp.br%2Fpluginfile.php%2F107453% 2Fmod_folder%2Fcontent%2F0%2F Lei%2520de%2520Coulomb.pdf%3F forcedownload%3D1&ei=sCpxU8L8 GJe3yATstILQDA&usg=AFQjCNGOj2-hFxamHkVUvyHzC2r0PBcm_A&sig2 =MjlbE6q6rP0KRrYm8hmbWA 8. http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html 9. http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/campo/campo_prod_carga_ pontual/ 10. http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/mod02/m.html Responsável: Prof. Francisco Herbert Lima Vasconcelos Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 41 TÓPICO 04: LEI DE GAUSS – O CAMPO ELÉTRICO E A DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS CURIOSIDADE Você sabia que o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo? Cerca de 100 milhões de raios por ano e que no ano 2000 mais de 100 pessoas morreram vítimas da descarga elétrica causada por um raio. Somente no verão de 2001, houve a incidência de cerca de 15.000 raios na cidade do Rio de Janeiro. Os estados mais atingidos por raios são: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, nesta ordem. Fonte Um raio é uma descarga elétrica muito poderosa que ocorre entre as nuvens ou entre as nuvens e o solo. O QUE É O RAIO O raio é uma violenta manifestação da eletricidade na natureza. Durante as tempestades, as nuvens ficam eletrizadas e as cargas da parte mais baixa das nuvens induzem uma carga positiva na superfície da Terra. Isso dá origem a um campo elétrico entre a nuvem e a Terra. O campo elétrico é tão intenso que causa uma ionização no ar, ou seja, os átomos do ar perdem elétrons. A região entre as nuvens e a terra funciona como um condutor. Os elétrons das nuvens movimentam-se na direção do solo e as cargas positivas do solo movimentam-se para cima em direção às nuvens. É como um circuito elétrico que é fechado, causando assim uma descarga elétrica muito intensa o que provoca mais ionização no ar, criando novos “caminhos” ionizados no ar. FÍSICA INTRODUTÓRIA II AULA 01: CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO 42 Não confunda raio com relâmpago. O relâmpago é apenas a claridade causada pelo raio. O raio é a descarga elétrica e o relâmpago é o efeito luminoso do raio. O raio aquece o ar, provocando uma expansão que se propaga em forma de uma onda sonora, que é o trovão. As pessoas que trabalham na zona rural, por estarem mais expostas, estão mais sujeitas aos raios do que os moradores das cidades. São várias as recomendações para as pessoas se protegerem dos raios, todas elas explicadas pela Física, como você verá na próxima aula. Para saber mais sobre raios você pode consultar estes sites: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/raios.htm [1] Uma boa maneira de se proteger dos raios durante uma tempestade é ficar no interior de um carro que possua carcaça metálica. E não pense que a proteção se dá devido os pneus de borracha do carro. Fonte [2] A proteção se deve ao fato da carroceria do carro ser feita de metal. Se um raio atingir o carro, você estará mais seguro dentro dele. POR QUE ISSO ACONTECE? Para compreender essa situação você deve aprender como as cargas se distribuem sob a superfície de um condutor. Este assunto você irá aprender nesta aula. O campo elétrico no interior de um condutor carregado e isolado é nulo. 43 Um condutor isolado está em equilíbrio eletrostático, significa que suas cargas estão estáticas, em equilíbrio. Não há uma movimentação de cargas. Se o campo elétrico no interior do condutor fosse diferente de zero, os elétrons livres existentes entrariam em movimento sob a ação desse campo. CAMPO NO INTERIOR DE UM CONDUTOR ISOLADO Você viu no tópico 1 desta aula que os CONDUTORES são materiais que permitem o movimento de cargas elétricas através deles. Um exemplo de bons condutores são os metais, eles têm elétrons livres. Estudando o tópico 3, você também viu que na presença de um campo elétrico, uma carga fica sujeita a uma força dada por: Imagine que exista um campo elétrico no interior do condutor. Nesse caso os elétrons livres ficariam sujeitos à ação de uma força, e como eles são livres poderiam entrar em movimento, dando origem a uma corrente elétrica, o que violaria a condição do equilíbrio eletrostático. LEMBRE-SE: A ELETROSTÁTICA É O ESTUDO DAS CARGAS EM REPOUSO! Se existir campo, existe uma força e força você já sabe, não combina com estado de equilíbrio. SE O CONDUTOR ESTÁ CARREGADO, AONDE SE LOCALIZA A SUA CARGA? PARADA OBRIGATÓRIA A carga elétrica de um condutor carregado e isolado fica distribuída apenas em sua superfície. CARGA DE UM CONDUTOR ISOLADO Se um corpo é neutro, a sua carga total é zero. Se um corpo está carregado, é porque existe nele carga em excesso. Em um condutor carregado e isolado, todo excesso de carga vai para a sua superfície. Suponha que isso não ocorresse, isto é, imagine uma situação em que um condutor está carregado com uma carga q e essa carga pudesse ficar em algum lugar no interior do condutor. Veja na figura abaixo uma representação dessa situação hipotética: O condutor está carregado com uma carga Q e ela está dentro dele, isto é, no seu interior. Na figura estão representadas algumas linhas de força. 44 Como você aprendeu no tópico 3 desta aula, o campo elétrico pode ser representado por linhas de força e a tangente a uma linha de força, dá a direção do campo elétrico. Isto significa que aonde existe uma linha de força, existe um campo elétrico. Na situação que estamos considerando, a presença da carga Q no interior do condutor, implicaria necessariamente, na presença de linhas de campo dentro do condutor. Mas um condutor é aquele material que possui elétrons livres. Se houver um campo elétrico atuando sobre os elétrons livres, eles ficarão sujeitos à ação de uma força, o que não pode ocorrer em uma situação de equilíbrio eletrostático. Em qualquer lugar que esteja a carga, no interior do condutor, essa situação sempre ocorreria. CONCLUÍMOS ENTÃO QUE SE O CONDUTOR ESTÁ CARREGADO E A CARGA NÃO PODE ESTAR DENTRO DELE, O ÚNICO LUGAR AONDE ESSA CARGA PODE ESTAR É NA SUPERFÍCIE DO CONDUTOR. CAMPO NA SUPERFÍCIE DO CONDUTOR Como você acabou de ver, um condutor carregado em equilíbrio eletrostático, tem campo elétrico nulo no seu interior e o excesso de cargas localiza-se na sua superfície. O que ocorre na superfície do condutor em equilíbrio eletrostático? Um condutor, como já foi dito, tem elétrons livres que podem se mover sob a ação de campos elétricos, por essa razão não pode existir campo elétrico no interior de um condutor em equilíbrio. O mesmo ocorre com os elétrons livres da superfície do condutor. Mas e a carga que está na superfície, ela produz um campo elétrico? A resposta é sim e podemos calcular esse campo. Como você acabou de ver, um condutor carregado em equilíbrio eletrostático, tem campo elétrico nulo no seu interior e o excesso de cargas localiza-se na sua superfície. 45 O que ocorre na superfície do condutor em equilíbrio eletrostático? Um condutor, como já foi dito, tem elétrons livres que podem se mover sob a ação de campos elétricos, por essa razão não pode existir campo elétrico no interior de um condutor em equilíbrio. O mesmo ocorre com os elétrons livres da superfície do condutor. Mas e a carga que está na superfície, ela produz um campo elétrico? A resposta é sim e podemos calcular esse campo. CAMPO ELÉTRICO DE UM CONDUTOR CARREGADO Vamosconsiderar um condutor esférico de raio R carregado com uma carga Q. Fonte [3] Compare com uma carga puntiforme e veja que a configuração das linhas de campo é a mesma para os dois casos. Imagine que você esta muito longe da esfera carregada, tão distante que não tem como saber se aquele objeto carregado, cujo campo você está medindo é um corpo esférico ou se é apenas uma carga puntiforme. O campo elétrico parece vir da mesma carga. Pode-se dizer então que o campo de uma esfera carregada é o mesmo como se toda a sua carga pudesse ser concentrada em um ponto no seu centro. O campo da esfera de raio R carregada com uma carga Q é o mesmo de uma carga Q a uma distância R Qual é a direção do vetor campo elétrico? Vamos considerar a hipótese que o vetor campo elétrico pode ter qualquer direção, como está mostrado na figura ao lado. Você pode ver que o vetor campo elétrico pode ser decomposto em suas componentes: uma na direção radial, que forma um ângulo de 900 com a superfície e a outra na direção tangente à superfície. 46 Lembrando mais uma vez aquela história dos elétrons livres, você pode concluir que se existir essa componente tangente à superfície do condutor, haverá uma força sobre os elétrons, forçando-os a um deslocamento sobre a superfície do condutor que pelo nosso estudo deve estar em equilíbrio de cargas, isto é, cargas não se movem em um condutor em equilíbrio eletrostático. A única saída para o problema é a não existência dessa componente tangencial, o que significa que o campo elétrico na superfície do condutor carregado está na direção perpendicular à superfície, nesse caso, na direção radial. PARADA OBRIGATÓRIA O vetor campo elétrico é sempre perpendicular à superfície de um condutor isolado. ATENÇÃO: NÃO IMPORTA A FORMA DO CONDUTOR, O CAMPO É SEMPRE PERPENDICULAR À SUA SUPERFÍCIE! OLHANDO DE PERTO O campo elétrico na direção perpendicular à superfície do condutor não provoca movimento de cargas porque o condutor está envolvido pelo ar que é um isolante. Vamos voltar à situação do automóvel na tempestade. Agora você está pronto para responder à pergunta: Por que o interior do carro é um lugar seguro durante uma tempestade com raios? Sendo a carcaça do carro um metal, portanto um condutor, se um raio atinge o carro, todas as cargas ficarão na superfície. Nenhum campo elétrico poderá existir no interior da parte metálica, as linhas do campo elétrico “param” na superfície. Tudo o que está no interior do carro fica protegido da descarga elétrica do raio. Esse fenômeno é chamado de Blindagem eletrostática. BLINDAGEM ELETROSTÁTICA 47 Imagine que seja feita uma cavidade no condutor, isto é, ele seja oco, ou imagine que o objeto é uma caixa metálica; um carro é uma “caixa” metálica. Você já viu que quando um condutor é eletrizado, as cargas elétricas tendem rapidamente a se localizar em sua superfície externa, distribuindo-se de modo a tornar nulo o campo elétrico em todos os pontos do interior do condutor. Assim uma cavidade no interior de um condutor é uma região que não é atingida por efeitos elétricos produzidos do lado externo. Diz-se que o interior do condutor está blindado eletrostaticamente. PARADA OBRIGATÓRIA O campo elétrico jamais penetra em uma região completamente envolvida por um condutor. GAIOLA DE FARADAY A gaiola de Faraday é um aparelho que mostra, na prática, que as cargas de um condutor carregado realmente situam-se apenas na sua superfície externa. A gaiola de Faraday foi construída a primeira vez, por Michael Faraday (daí o nome) que realizou inúmeras experiências para comprovar que o interior dos condutores ocos é protegido pela blindagem eletrostática. Ele construiu uma grande caixa cúbica revestida com metal e montada sobre suportes isolantes, eletrizando-a com um potente gerador eletrostático. Fonte [4] Usemos suas próprias palavras. "Eu entrei no cubo e vivi dentro dele, usando velas acesas, eletrômetros e todos os aparelhos para testas a existência de estados eletrizados, não encontrando o menor caso de influência sobre eles... ainda que a parte 48 externa do cubo estivesse fortemente carregada e que grandes faíscas saíssem de todas as partes de sua superfície externa.” Fonte: Física 3- Resnick-Halliday, 4a edição (1984) Faraday realizou essas experiências no ano de 1836. Para finalizar esta aula, você irá agora conhecer a LEI DE GAUSS Antes de começar a falar na lei de Gauss, vamos entender o que seja o conceito de fluxo. Veja a figura ao lado. Você vê um jato de água saindo de um cano. Você fala de um fluxo de água saindo do cano. Quer saber quanta água sai desse cano? Para isso você calcula a vazão, isto é, quantos litros de água por segundo que saem do cano. Fonte [5] FLUXO DE CAMPO ELÉTRICO Se você pudesse ver cada gota de água correndo em um tubo, poderia visualizar a figura abaixo em que as linhas representariam as trajetórias das gotas de água. Fonte [6] E se as linhas da figura acima representassem linhas de força? Lembre-se que a tangente à linha de força em qualquer ponto dá a direção do campo elétrico. Você pode dizer que existe um fluxo de campo elétrico passando através da superfície de área A. 49 O fluxo de campo elétrico é representado pela letra grega http://www.inf.unisinos.br/~goedert/Fluxo_Magnetico/Fluxo.html A figura acima mostra o fluxo de campo elétrico (através de duas superfícies de áreas A1 e A2. Observe que embora as áreas sejam diferentes, o fluxo através delas é o mesmo: o mesmo número de linhas atravessa A1 e A2. Ao passar através de A2, que é maior do que A1, as linhas ficam mais afastadas. No caso de uma carga puntiforme, as linhas de força são radiais e na figura abaixo você pode ver a representação do fluxo de campo elétrico através de uma superfície esférica que envolve a carga. Você praticamente vê as linhas de força fluindo através da esfera. Se quiser ver a bela simulação desse fluxo: CLIQUE AQUI Fonte [7] FLUXO DE CAMPO ELÉTRICO UNIFORME No caso do campo ser uniforme, as linhas de campo, ou de força, são todas igualmente espaçadas e paralelas. 50 Fonte [8] O fluxo de um campo elétrico uniforme, através de uma superfície perpendicular ao campo, com área A, é definido como o produto do módulo do campo vezes a área da superfície: LEI DE GAUSS A lei de Gauss relaciona o fluxo elétrico através de uma superfície fechada com a carga elétrica no interior da mesma. A superfície fechada é chamada SUPERFÍCIE GAUSSIANA. PARADA OBRIGATÓRIA LEI DE GAUSS: O fluxo elétrico total através de qualquer superfície fechada é proporcional à soma das cargas no interior desta superfície. FLUXO DE CAMPO ELÉTRICO E LINHAS DE FORÇA Você viu no tópico 3 desta aula que o campo elétrico pode ser representado por linhas de força, ou linhas de campo e que essas linhas devem apresentar certas características. Uma delas é: O módulo do campo elétrico é proporcional à densidade de linhas, isto é, o número de linhas por unidade de área. Considere novamente a figura abaixo: Se N linhas de campo atravessam perpendicularmente a área A, então o módulo de E é proporcional à densidade de linhas de campo, isto é: E se o campo E não fosse perpendicular à área? Nesse caso você levaria em conta apenas a componente perpendicular do campo elétrico. Se uma carga puntiforme q está encerrada dentro de uma superfície esférica de raio R, quantas linhas atravessam essa superfície? A superfície sendo esférica implica A = 4 R2. 51 O campo de uma carga puntiforme q a uma distância R é: ; então teremos para o número de
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