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04 Nocoes de Direito Administrativo

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TRT 21 
Técnico Judiciário – Área Administrativa 
 
 
 
Princípios básicos da Administração Pública. ...................................................................................... 1 
Administração direta e indireta. .......................................................................................................... 11 
Órgãos públicos. ................................................................................................................................ 28 
Agentes Públicos. ............................................................................................................................. 36 
Ato administrativo: requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e convalidação 
do ato administrativo. ............................................................................................................................. 37 
Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes vinculado, 
discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar, poder de polícia, deveres dos administradores 
públicos. ................................................................................................................................................. 53 
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 com alterações posteriores. 
Provimento. Vacância. Direitos e Vantagens. Dos deveres. Das proibições. Da acumulação. Das 
responsabilidades. Das penalidades. Do processo administrativo disciplinar e sua revisão. .................. 64 
Licitação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93 com alterações posteriores: Dos princípios. Das 
modalidades. Dos contratos. Da execução. Da inexecução e da rescisão. Das sanções. .................... 114 
Lei nº 10.520/02: Do pregão. ........................................................................................................... 135 
Do processo administrativo (Lei n° 9.784/99). .................................................................................. 144 
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). .................................................................................. 162 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1369575 E-book gerado especialmente para MARIA VANIA MORAIS DA SILVA SANTOS
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Para compreender os Princípios da Administração Pública é necessário entender a definição básica 
de princípios, que servem de base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão bem 
exposto por Miguel Reale, ao afirmar que: 
 
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de 
certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da 
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem 
evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema 
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.” 
 
Desta forma, princípios são proposições que servem de base para toda estrutura de uma ciência, no 
Direito Administrativo não é diferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo do 
direito público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos, vamos nos deter aos expressos, que são 
os consagrados no art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos princípios 
constitucionais, Meirelles afirma que: 
 
Assim sendo, os princípios constitucionais da administração pública, como tão bem exposto, vêm 
expressos no art. 37 da Constituição Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade, 
moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade. Em consonância, Di 
Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou ao trazer expresso em seu texto alguns princípios 
constitucionais. O caput do art. 37 afirma que a administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, os quais em seguida serão tratados com 
mais ênfase. 
 
Além da Constituição, a Lei nº 9784/1999, mais precisamente em seu artigo 2º, obedecerá aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
Não obstante o exposto, se torna primeiramente necessário falar de dois princípios que regem a 
Administração Pública de forma geral, são eles o princípio da supremacia do interesse público e o 
princípio da indisponibilidade do interesse público. Vejamos: 
 
Princípio da Supremacia Do Interesse Público 
 
Este princípio consiste na sobreposição do interesse público em face do interesse particular. Havendo 
conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde que 
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um 
todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de 
direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do povo (interesse público 
PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não se confundem. 
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público 
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público 
PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a 
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. 
Princípios básicos da Administração Pública. 
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O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos e fins e 
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da Supremacia do 
Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativase os poderes especiais para obtenção 
dos fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, 
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. Vejamos alguns 
exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da 
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade, 
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade. 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos 
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar 
ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo, 
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o 
objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já 
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através da Teoria da 
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o 
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o 
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração, 
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve 
ser provocado para corrigi-lo. 
 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao 
princípio da Supremacia do Interesse Público. 
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus 
fins determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. Essas 
limitações decorrem do fato de que a Administração Pública não é proprietária da coisa pública, não é 
proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao 
povo. 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. 
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em 
jogo o interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na prática: 
- os bens públicos não são alienados como os particulares, havendo uma série de restrições a sua 
venda. 
- em regra, a Administração não pode contratar sem prévia licitação, por estar em jogo o interesse 
público. 
- necessidade de realização de concurso público para admissão de cargo permanente. 
 
Sem prejuízo, voltamos a frisar que a Administração Pública deverá se pautar principalmente nos cinco 
princípios estabelecidos pelo “caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Os princípios são os seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
 
Princípio da Continuidade do Serviço Público: 
 
Visa não prejudicar o atendimento à população, uma vez que os serviços essenciais não podem ser 
interrompidos. 
Celso Ribeiro Bastos (in Curso de direito administrativo, 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 1996, p. 165.), é 
um dos doutrinadores que defende a não interrupção do serviço público essencial: "O serviço público 
deve ser prestado de maneira continua, o que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre 
pela própria importância de que o serviço público se reveste, o que implica ser colocado à disposição do 
usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade"... "Essa continuidade 
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afigura-se em alguns casos de maneira absoluta, quer dizer, sem qualquer abrandamento, como ocorre 
com serviços que atendem necessidades permanentes, como é o caso de fornecimento de água, gás, 
eletricidade. Diante, pois, da recusa de um serviço público, ou do seu fornecimento, ou mesmo da 
cessação indevida deste, pode o usuário utilizar-se das ações judiciais cabíveis, até as de rito mais célere, 
como o mandado de segurança e a própria ação cominatória". 
 
Princípio da Probidade: consiste na honradez, caráter íntegro, honestidade. Configura a retidão no 
agir, permitindo uma atuação na administração de boa qualidade. . 
 
Dica de memorização: se unirmos as iniciais dos principais princípios constitucionais, chegaremos 
à palavra mnemônica “L.I.M.P.E.” 
 
Vejamos o que prevê a Carta Magna sobre o tema: 
 
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
 
Princípio da Legalidade 
 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o 
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 
5º, II, da Constituição Federal de 1988. 
 
Princípio da Impessoalidade 
 
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. 
Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução 
das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não 
o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da 
impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora “a 
Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. 
Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005). 
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão 
perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo 
igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e 
material. 
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso 
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego. 
 
Princípio da Moralidade Administrativa 
 
A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com 
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípioacarreta a obrigação ao administrador 
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas 
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
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Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem 
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras 
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a 
forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 
37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por 
fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem 
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções 
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para 
favorecimento de outrem. 
 
Princípio da Publicidade 
 
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração 
Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador 
Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar 
seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em 
geral, através dos meios constitucionais...”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 
São Paulo: Malheiros, 2005). 
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº 
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do 
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e 
dá outras providências). 
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel 
enquanto garantias de concretização da transparência. 
 
Princípio da Eficiência 
 
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência. 
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia 
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública. 
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo 
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno 
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da 
comunidade e de seus membros”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 
Malheiros, 2005). 
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode 
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação 
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. 
Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005). 
Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de 
cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele 
em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil, 
por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros, 
cunhados, enteados e filhos dos enteados). 
O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe 
o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos, 
enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da 
União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançava apenas os 
parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público 
utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em 
comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele. 
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A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e 
isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de 
agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos, 
previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal. 
 
Princípio da autotutela 
 
Como o Poder Público está submetido a lei, sua atuação é voltada ao controle de legalidade e quando 
esse poder é exercido pela própria Administração, esses atos são denominados de autotutela. 
 
A autotutela permite que o Poder Público anule ou revogue seus atos administrativos, quando forem 
inconvenientes com a lei. Para tanto, não será necessária a intervenção do Poder Judiciário. 
Impõe-se a Administração Pública o zelo pela regularidade de sua atuação (dever de vigilância), ainda 
que para tanto não tenha sido provocada. 
Essa forma de controle interno se dá em dois momentos: com a anulação de atos ilegais e contrários 
ao ordenamento jurídico, e a revogação de atos em confronto com os interesses da Administração, cuja 
manutenção se afigura inoportuna e inconveniente. 
No entanto, essa autotutela apresenta algumas limitações objetivas e subjetivas, decorrentes do 
princípio da segurança jurídica. 
 
Princípio da Igualdade 
 
Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a Administração Pública deve se 
preocupar em tratar igualmente as partes no processo administrativo, sem que haja discriminações não 
permitidas. 
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência. 
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
 
Princípio da Finalidade 
 
A Administração Pública deve satisfazer a pretensão do interesse público, caso não seja satisfeita a 
vontade, leva-se à invalidade do ato praticado pelo administrador. 
 
Por exemplo, uma passeata de interesse coletivo, autorizadas pela Administração Pública, poderá ser 
dissolvida, se tornar-se violenta, a ponto de causarem problemas à coletividade (desvio da finalidade). 
 
Princípio da Motivação 
 
A motivação é um dos critérios entre a discricionariedade e a arbitrariedade,levando-se a conclusão 
de que o que não é motivado é arbitrário. 
 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello nos seguintes termos: 
 
Dito princípio implica para a Administração o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os 
fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que deu 
por existentes e a providência tomada, nos casos em que este último aclaramento seja necessário para 
aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo. 
 
Por ele, a autoridade administrativa deve demonstrar as razões que permitiram tomar determinada 
decisão. A motivação é a exigência do Estado de Direito. Sem a explicitação dos motivos fica difícil aferir 
a correção do que foi decidido. A falta de motivação no ato discricionário é o que permite a ocorrência de 
desvio de poder e até mesmo de abuso, devido a impossibilidade de controle judicial, pois como dito 
anteriormente, a motivação é o que permite aferir a intenção do agente. 
 
 
 
 
 
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Princípio da Segurança Jurídica 
 
O Estado como garantidor deve conceder segurança jurídica aos cidadãos, devido a necessidade de 
demonstrar que embora seja o detentor de poder maior, deve-se dosar o controle da utilização deste 
poder. 
A Segurança Jurídica garante aos cidadãos os seus direitos naturais, como por exemplo, direito à 
liberdade, à vida, à propriedade, entre outro. 
 
Em sentido amplo ela refere-se ao sentido geral de garantia, proteção, estabilidade de situação ou 
pessoa em vários campos. Devemos pensar que em sentido amplo está ligada à garantia real de direitos 
que possuem amparo na Constituição Federal, como por exemplo os que são reconhecidos pelo artigo 
5º, do citado diploma legal. 
 
Em sentido estrito, a segurança jurídica assume o sentido de garantia de estabilidade e de certeza dos 
negócios jurídicos, admite que as pessoas saibam previamente que, uma vez envolvidas em certa 
relação jurídica, está se mantém estável, mesmo se alterar a base legal sob a qual se institui. 
 
Não permite que os envolvidos sofram alterações em razão de constante mudança legislativa. É mais 
voltada ao aspecto formal, típico do Estado de Direito Liberal e característico dos sistemas jurídicos 
positivados, reconhecendo o momento exato em que uma lei entra em vigor e quando pode ser revogado. 
 
Questões 
 
01. (USP - Agente Técnico de Assistência à Saúde (Psicólogo) – USP/2017). Um servidor público 
utiliza sua verba de representação ou cartão corporativo em negócios não previstos à sua condição de 
pessoa pública ou do exercício profissional. Com base nestas informações, os princípios de 
Administração Pública atingidos são: 
(A) Legalidade e publicidade. 
(B) Moralidade e impessoalidade 
(C) Impessoalidade e publicidade. 
(D) Moralidade e legalidade 
 
02. (SEDF - Conhecimentos Básicos - Cargos 36 e 37 – CESPE/2017). Em relação aos princípios 
da administração pública e à organização administrativa, julgue o item que se segue. 
O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver determinado, ciente de que 
desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio da indisponibilidade do 
interesse público. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
03. (MPE/RN - Técnico do Ministério Público Estadual - COMPERVE/2017). A Administração 
Pública, nos termos do art. 37 da Constituição Federal (CF), deve obedecer a certos princípios. Tendo 
em vista os princípios constitucionais expressos no art. 37, da CF, 
(A) a moralidade administrativa, embora seja observada por grande parte dos administradores, não se 
configura um princípio positivado no ordenamento jurídico brasileiro. 
(B) a publicação do nome dos servidores públicos com seus respectivos vencimentos em sítios 
eletrônicos, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, é legítima, haja vista o princípio 
da publicidade dos atos administrativos. 
(C) o princípio da legalidade determina que a Administração Pública não pode ser obrigada a fazer ou 
a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. 
(D) o princípio da impessoalidade, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, 
possibilita a contratação de parentes de terceiro grau da autoridade nomeante para o exercício de cargo 
em comissão. 
 
04. (Prefeitura de Belo Horizonte /MG - Procurador Municipal – CESPE/2017). A respeito dos 
princípios aplicáveis à administração pública, assinale a opção correta. 
(A) Dado o princípio da autotutela, poderá a administração anular a qualquer tempo seus próprios atos, 
ainda que eles tenham produzido efeitos benéficos a terceiros. 
(B) Apesar de expressamente previsto na CF, o princípio da eficiência não é aplicado, por faltar-lhe 
regulamentação legislativa. 
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(C) Ao princípio da publicidade corresponde, na esfera do direito subjetivo dos administrados, o direito 
de petição aos órgãos da administração pública. 
(D) O princípio da autoexecutoriedade impõe ao administrador o ônus de adequar o ato sancionatório 
à infração cometida. 
 
05. (IF Sul/MG - Assistente em Administração - IFSUL-MG/2016). A divulgação oficial do ato da 
Administração para ciência do público em geral, com efeito de início da atuação externa, ou seja, de gerar 
efeitos jurídicos, corresponde à qual Princípio da Administração Pública, conforme Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988? 
(A) Princípio da Moralidade. 
(B) Princípio da Legalidade. 
(C) Princípio da Publicidade. 
(D) Princípio da Impessoalidade. 
 
06. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - CESPE/2016). A respeito dos princípios da 
administração pública, assinale a opção correta. 
(A) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se 
esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial. 
(B) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante 
institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas. 
(C) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo 
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder 
Judiciário. 
(D) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela 
instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. 
(E) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos 
de fato e de direito de suas decisões. 
 
07. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - CESPE/2016). A respeito dos princípios da 
administração pública, assinale a opção correta. 
(A) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos 
administrativos. 
(B) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse 
público equivalem-se. 
(C) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência. 
(D) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público. 
(E) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência. 
 
08. (TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - CESPE/2016). Assinalea opção correta a 
respeito dos princípios da administração pública. 
(A) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do princípio da 
legalidade, em caso de incompatibilidade na aplicação de ambos. 
(B) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito administrativo são importantes 
corolários do princípio da impessoalidade. 
(C) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação do princípio da 
supremacia do interesse público em detrimento do princípio da legalidade. 
(D) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode sofrer restrições. 
(E) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da legalidade. 
 
09. (TCE/PR - Analista de Controle - CESPE/2016). O princípio da proteção à confiança da 
administração pública 
(A) determina que a administração pública atenda apenas ao que a lei impõe. 
(B) dá à administração pública o poder da execução imediata das decisões administrativas, 
possibilitando a criação de obrigações para o particular. 
(C) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica. 
(D) é considerado uma imposição da limitação à discricionariedade da administração pública. 
(E) é um dos princípios expressamente arrolados no art. 37 da Constituição Federal de 1988. 
 
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10. (IF/AP - Contador - FUNIVERSA/2016). Os princípios que regem a Administração Pública podem 
ser divididos em dois grupos: os expressos e os implícitos ou reconhecidos. A propósito desse assunto, 
assinale a alternativa correta. 
(A) A CF, no caput do art. 37, estabelece, de forma expressa, alguns princípios básicos. São eles: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, supremacia do interesse público, publicidade e eficiência. 
(B) Os princípios da proporcionalidade, da indisponibilidade, da autotutela e da eficiência são princípios 
implícitos ou reconhecidos. 
(C) Prevê-se, expressamente, que a Administração Pública seja regida pelos princípios da legalidade, 
moralidade, economicidade, publicidade e impessoalidade. 
(D) De acordo com o princípio da legalidade, os agentes públicos têm autonomia de vontade, ou seja, 
possuem liberdade para fazer o que for necessário, desde que não haja proibição legal. 
(E) O princípio da moralidade administrativa impõe ao agente administrativo a observância dos 
princípios éticos, da boa-fé e da lealdade, e não apenas a conformidade com a norma jurídica. 
 
11. (UFCG - Administrador – UFCG/2016). Ao exercício da Administração Pública cabe obedecer aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, pode-se dizer que: 
(A) O princípio da legalidade classifica atos configuradores de improbidade na administração pública, 
aos que importam em enriquecimento ilícito, aos que violam os princípios constitucionais, e aos que 
causam prejuízo ao erário. 
(B) O princípio da impessoalidade determina a observância do critério da divulgação oficial dos atos 
administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. 
(C) O princípio da moralidade estabelece o concurso público como requisito obrigatório para 
investidura em cargo ou emprego público, ressalvadas as nomeações para cargos comissionados. 
(D) O princípio da publicidade exige observâncias as normas legais e regulamentares, bem como aos 
atos praticados visando a fim proibido em lei ou regulamento. 
(E) O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza e 
rendimento funcional, agregando as atividades desempenhadas pela legalidade, como também 
resultados positivos para o serviço público. 
 
12. (Prefeitura de Juiz de Fora/MG - Auditor Fiscal – AOCP/2016). Sobre o Princípio da Motivação, 
é lícito afirmar que ele 
(A) obriga o Estado a proporcionar aos seus agentes públicos condições para que estejam sempre 
motivados a atender o interesse público. 
(B) garante que o Poder Público exerça o controle sobre os próprios atos, podendo anular os ilegais e 
revogar os inconvenientes, sem a necessidade de buscar o Poder Judiciário 
(C) obriga que o administrador público obedeça à lei e ao Direito, o que inclui os princípios 
administrativos, sob pena de responder disciplinar, civil e criminalmente 
(D) determina que o administrador público deve expor os fundamentos de fato e de direito que 
embasaram sua decisão ou ato praticado. 
(E) decorre do próprio Estado de Direito e motiva à autoridade competente a se sentir obrigada a dar 
publicidade de seus atos. 
 
13. (Prefeitura de Fronteira/MG - Advogado – MÁXIMA/2016). Sobre os princípios informativos da 
atuação administrativa assinale a alternativa CORRETA: 
(A) O princípio da legalidade não pode sofrer restrições, nem mesmo no caso de estado de sítio e 
estado de defesa. 
(B) Segundo a súmula vinculante nº 13 a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de 
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Essa súmula é a 
materialização do princípio da impessoalidade. 
(C) O princípio da indisponibilidade do interesse público estabelece as sujeições a que se submete o 
administrador público e representa a proibição da renúncia ao interesse público. 
(D) Apenas deverão observar os princípios administrativos expressos na Constituição Federal a 
administração pública direta da União, Estados e Municípios. 
 
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14. (UFCG - Assistente em Administração – UFCG/2016). O Princípio da Publicidade exige uma 
atividade administrativa transparente ou visível para garantir que o administrado tome conhecimento dos 
comportamentos administrativos do Estado. Sobre esse princípio é correto afirmar: 
(A) Jamais se admite qualquer espécie de sigilo no exercício de funções administrativas. 
(B) Todos os atos administrativos devem ser escritos e sua eficácia é sempre condicionada à 
publicação no Diário Oficial da União. 
(C) Pode o administrador público, em situações específicas, excetuar a aplicação do princípio da 
publicidade. 
(D) O princípio da publicidade não pode admitir exceções. 
(E) Não pode haver sigilo de informações administrativas, mesmo quando tal for imprescindível à 
segurança do Estado e da sociedade. 
 
15. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Assistente Técnico Legislativo - Inspetor de 
Segurança - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2015). O princípio segundo o qual o administrador 
público não deve dispensar os preceitos éticos, que devem estar presentes em sua conduta, é o da: 
(A) publicidade 
(B) legalidade 
(C) impessoalidade 
(D) moralidade 
 
16. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Assistente Administrativo Jurídico – VUNESP/2015). 
Entre os princípios constitucionais consagrados à Administração Pública, aquele que é específico do 
Estado de Direito, que o qualifica e que lhe dá a identidade própria, é o da 
(A) impessoalidade. 
(B) legalidade. 
(C) moralidade. 
(D) publicidade. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: D 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamentojurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o 
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 
5º, II, da Constituição Federal de 1988. 
Princípio da Moralidade Administrativa 
A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com 
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador 
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas 
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
 
02. Resposta: certo 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. 
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em 
jogo o interesse público. 
 
03. Resposta: B 
Informativo 782 STF 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes 
de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 
 
 
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04. Resposta: C 
Através do Princípio da Publicidade, os órgãos públicos tem o direito de receber dos órgãos públicos 
informações, pedir certidões, o que não é conseguido com facilidade na Administração. O habeas data é 
um dos remédios constitucionais para esse caso. 
 
05. Resposta: C 
Constituição Federal 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
06. Resposta: B 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo, 2014. pp. 71-72: 
Por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha 
funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar. Dele decorrem consequências 
importantes: 
Necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções 
públicas temporariamente vagas;” 
 
07. Resposta: C 
Constituição Federal 
Art.37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. (LIMPE) 
 
08. Resposta: B 
Devemos ter em mente que não há relação de hierarquia ou subordinação entre os princípios. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a 
Administração tem de tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. 
Nem favoritismo, nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou 
ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. E completa: “o princípio em causa não é 
senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia”. 
 
09. Resposta: C 
O princípio da segurança jurídica deve ser visto com base em dois sentidos: 
1. natureza objetiva: diz respeito à estabilização do ordenamento jurídico, a partir do respeito ao direito 
adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada; 
2. natureza subjetiva: diz respeito à proteção da confiança do cidadão frente às expectativas geradas 
pela Administração Pública. 
 
10. Resposta: E 
A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com boa-
fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador público 
de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas dos 
padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
 
11. Resposta: E 
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo 
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno 
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da 
comunidade e de seus membros”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 
Malheiros, 2005). 
 
 
 
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12. Resposta: D 
A motivação consiste na declaração escrita, com relação ao motivo que determinou a prática do ato. 
É a demonstração, por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente estão 
presentes, isto é, de que determinado fato aconteceu e de que esse fato se enquadra em uma norma 
jurídica que impõe ou autoriza a edição do ato administrativo que foi praticado. 
 
13. Resposta: C 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. 
 
14. Resposta: C 
Art. 5º, CF: 
( ) 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou 
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 
15. Resposta: D 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, Manual de Direito Administrativo, o princípio da moralidade 
impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua 
conduta. Deve não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas 
também distinguir o que é honesto do que é desonesto.” (, 16ª Ed. pág. 20). 
 
16. Resposta: B 
Segundo Alexandre Mazza, Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a 
subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode 
ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar 
a vontade da lei. 
 
 
 
A Organização Administrativa compõe a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e 
pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública. 
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização 
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. 
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas,a Administração utiliza-se de duas 
formas distintas: a descentralização e a desconcentração. 
A análise desses dois institutos é basilar para analisar a organização interna da Administração Pública. 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA 
 
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da 
esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia 
administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. 
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de 
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. 
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. 
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da 
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e 
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios). 
Administração direta e indireta. 
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A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor 
ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que 
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada 
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de 
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do 
serviço público. 
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações 
previstas na CF/88, no seu art. 173: 
- para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; 
- para fazer frente à uma situação de segurança nacional. 
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando 
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os 
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. 
 
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
 
A execução do serviço público poderá ser por: 
 
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado 
(ex.: Secretarias, Ministérios etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular do serviço público, 
como o prestador do mesmo, o próprio estado é quem centraliza a atividade. 
 
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a 
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública. 
Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da Administração, 
serão particulares e poderão ser concessionários, permissionários ou autorizados. 
Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para 
outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços 
relativos à seguridade social à autarquia INSS. 
Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à 
Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do 
Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União. 
 
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 
 
Desconcentração (Criar órgãos) 
Mera técnica administrativa de distribuição interna de competências mediante criação de órgãos 
públicos. Pressupõe a existência de apenas uma pessoa, pois os órgãos não possuem personalidade 
jurídica própria. 
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração 
indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura afim de tornar mais ágil e eficiente a 
prestação dos serviços. Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica. 
Porque a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge relação de 
hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas 
temos controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando, fiscalização, revisão, punição, 
solução de conflitos de competência, delegação e avocação. 
 
Concentração (extinguir órgãos) 
Trata-se da técnica administrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Pessoa jurídica 
integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um 
número menor de unidade as respectivas competências. Imagine-se, como exemplo, que a secretaria da 
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fazenda de um município tivesse em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e postos de 
atendimento, cada um desses órgãos incumbidos de desempenhar específicas competências da referida 
secretaria. Caso a administração pública municipal decidisse, em face de restrições orçamentárias, 
extinguir os postos de atendimento, atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam, teria 
ocorrido concentração administrativa. 
 
Diferença entre Descentralização e Desconcentração: As duas figuras dizem respeito à forma de 
prestação do serviço público. Descentralização, entretanto, significa transferir a execução de um serviço 
público para terceiros que não se confundem com a Administração Direta, e a desconcentração significa 
transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, 
permanecendo está no centro. 
 
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a 
Administração Pública Indireta: 
 
AUTARQUIAS 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos, 
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras 
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo 
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). 
 
Características 
Temos como principais características das autarquias: 
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 
200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição; 
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles 
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público, 
quanto à criação, extinção, poderes,prerrogativas, privilégios, sujeições; 
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a 
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela 
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a 
capacidade de autoadministração não existiria. 
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios. 
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização 
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da 
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e 
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins 
institucionais. 
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços 
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para 
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como 
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as 
criou. 
 
Classificação 
Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam diferenças entre as 
autarquias. São eles: 
- o nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme 
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios; 
- quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e 
- as autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam 
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de 
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.: 
SUDENE). 
 
Segundo di Pietro, a classificação pode ser de acordo com vários critérios: 
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- tipo de atividade: Econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência, profissionais 
ou corporativas; 
- capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional; 
- estrutura: fundações e corporativas; e 
- âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais. 
 
Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação: 
- Econômicas: São destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo 
do Instituto do Açúcar e do Álcool; 
- De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante 
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica 
Federal; 
- De previdência e assistência: Para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o 
IPESP; 
- As profissionais ou corporativas: Para fiscalizar as profissões; 
- As culturais ou de ensino: Universidades federais. 
 
Patrimônio 
A questão patrimonial diz respeito à caracterização dos bens em públicos e privados. Em 1916, o 
sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação desse tipo especial de pessoas 
jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização política do Estado, a ela está vinculada, 
ostentando personalidade jurídica de direito público. Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se 
à norma do Código Civil e mais ainda de proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens 
públicos como aqueles que integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa 
forma, pacificou-se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens públicos. 
 
Pessoal 
Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, Estados, DF 
e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único 
para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. Segundo 
Carvalho Filho, o art. 39 da CF, foi a maneira que o legislador encontrou de manter planos de carreira 
idênticos para esses setores administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido, 
por anos e anos, provocaram inconformismos e litígios entre os servidores. 
 
Controle Judicial 
As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, podem praticar atos 
administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, controlados pelo judiciário, 
por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais 
praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas características especiais, pois 
eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do 
mandado e da ação popular. 
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a 
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos 
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos 
seus agentes administrativos. 
 
Foro dos litígios judiciais 
Os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e 
julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos. 
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou 
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da 
lei estadual de divisão e organização judiciárias. 
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo 
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas 
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o 
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do 
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal. 
 
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Responsabilidade civil 
Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. 
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, 
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente. 
 
Prerrogativas autárquicas 
As autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo elas: 
- imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostossobre o 
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais 
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza 
condicionada. 
- impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo 
da penhora como garantia do credor. 
- imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles 
adquiridos por terceiros através de usucapião. 
- prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5 
anos. 
- créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem 
ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais. 
- presunção de legitimidade de seus atos administrativos: 
- principais situações processuais específicas: 
 
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte, 
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A 
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros 
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor. 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, 
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
 
Chamamos a atenção com relação aos prazos: 
 
A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e 
o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer. 
 
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério 
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos 
autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para 
esses entes. 
 
Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério 
Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente 
público. (art. 183, §2º, NCPC) 
 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para o ente público. 
 
Contratos 
 
Os contratos celebrados pelas autarquias são de caráter administrativo e possuem as cláusulas 
exorbitantes, que garantem à administração prerrogativas que o contratado não tem, assim, dependem 
de prévia licitação, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da 
lei 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade licitatória do pregão para os entes 
públicos. 
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Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas jurídicas de direito público, as entidades 
autárquicas relacionam-se com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as 
prerrogativas estatais. 
 
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL 
 
É toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia 
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a 
essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias 
que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 1 
 
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades 
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de 
transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação, 
o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências 
especiais destinadas a esse fim. 
 
OBS: Havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de 
regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade 
da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no 
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”. Veja a íntegra do julgado: 
 
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. 
"SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO 
PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO 
MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA 
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS 
CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. 
ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO 
ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. 
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO 
ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, 
§ 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime 
celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede 
a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A 
OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público 
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. 
A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias 
especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por 
não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da 
Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e 
materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem 
função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça 
[artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. 
Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos 
Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como 
congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a 
finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o 
regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma 
e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o 
artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a 
aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público 
para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da 
legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que 
não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema.Desvio de poder ou de finalidade. 
12. Julgo improcedente o pedido”. (STF - ADI: 3026 DF, Relator: EROS GRAU, Data de Julgamento: 
 
1 http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial 
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08/06/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-
00478) 
 
Agências executivas 
 
A qualificação de agências executivas se dá por meio de requerimento dos órgãos e das entidades 
que prestam atividades exclusivas do Estado e se candidatam à qualificação. Aqui estão envolvidas a 
instituição e o Ministério responsável pela sua supervisão.2 
 
Segundo determina a lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, artigos. 51 e 52 e parágrafos, o Poder 
Executivo poderá qualificar como Agência Executiva autarquias ou fundações que tenham cumprido os 
requisitos de possuir plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em 
andamento além da celebração de Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. 
 
Os planos devem definir diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e 
do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos 
e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva. 
 
O Poder Executivo definirá também os critérios e procedimentos para a elaboração e o 
acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional das Agências. 
 
A qualificação como Agência Executiva deve ser dada por meio de decreto do Presidente da República. 
 
O Poder Executivo também estabelecerá medidas de organização administrativa específicas para as 
Agências Executivas, com o objetivo de assegurar a sua autonomia de gestão, bem como as condições 
orçamentárias e financeiras para o cumprimento dos contratos de gestão. 
 
O plano estratégico de reestruturação deve produzir melhorias na gestão da instituição, com vistas à 
melhoria dos resultados, do atendimento aos seus clientes e usuários e da utilização dos recursos 
públicos. 
 
O contrato de gestão estabelecerá os objetivos estratégicos e as metas a serem alcançadas pela 
instituição em determinado período de tempo, além dos indicadores que medirão seu desempenho na 
realização de suas metas contratuais, condições de execução, gestão de recursos humanos, de 
orçamento e de compras e contratos. 
 
A autonomia concedida estará subordinada à assinatura do Contrato de Gestão com o Ministério 
supervisor, no qual serão firmados, de comum acordo, compromissos de resultados. 
 
Organização administrativa das Agências Executivas. 
 
As Agências Executivas serão objeto de medidas específicas de organização administrativa. Os 
objetivos são, basicamente, aumento de eficiência na utilização dos recursos públicos, melhoria do 
desempenho e da qualidade dos serviços prestados, maior autonomia de administração orçamentária, 
financeira, operacional e de recursos humanos além de eliminar fatores restritivos à sua atuação como 
instituição. 
A não existência de certos limites de atuação das Agências é condicionada à existência prévia de 
recursos orçamentários disponíveis e a necessidade dos serviços para o cumprimento dos objetivos e 
metas do contrato de gestão. 
 
Sem aumentar despesas e o numeral de cargos da entidade, os Ministros supervisores tem 
competência para aprovação ou readequação das estruturas regimentais ou estatutos das Agências 
Executivas. Esta competência poderá ser delegada pelo Ministro supervisor ao dirigente máximo da 
Agência Executiva. 
 
 
2 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=661 
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Os dirigentes máximos das Agências Executivas também poderão autorizar os afastamentos do País 
de servidores civis das respectivas entidades. 
 
As Agências Executivas também poderão editar regulamentos próprios de avaliação de desempenho 
dos seus servidores. Estes serão previamente aprovados pelo seu Ministério supervisor e, provavelmente, 
pelo substituto Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado nos governos posteriores à sua 
extinção. 
 
De acordo com o que se viu a partir da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, os resultados da 
avaliação poderão ser levados em conta para efeito de progressão funcional dos servidores das Agências 
Executivas. 
 
O art 7º do Decreto subordina a execução orçamentária e financeira das Agências Executivas aos 
termos do contrato de gestão e isenta a mesma dos limites nos seus valores para movimentação, 
empenho e pagamento. Esta determinação não se coaduna, entretanto, com o pensamento reinante de 
administração fiscal responsável a partir do que se encontra positivado pela Lei Complementar 101 de 
2000. 
 
Algo semelhante é o que se deu também com o art. 8º e parágrafo que delega competência para os 
Ministros supervisores e dirigentes máximos das Agências para a fixação de limites específicos, aplicáveis 
às Agências Executivas, para a concessão de suprimento de fundos para atender a despesas de pequeno 
vulto. 
 
As Agências Executivas poderão editar regulamento próprio de valores de diárias no País e condições 
especiais para sua concessão. O que se busca é adequá-las às necessidades específicas de todos os 
tipos de deslocamentos. Todos os dados relativos a número, valor, classificação funcional programática 
e de natureza da despesa, correspondentes à nota de empenho ou de movimentação de créditos devem 
ser publicados no Diário Oficial da União em atendimento ao princípio constitucional da publicidade. 
 
Agências Reguladoras 
 
As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar fiscalizar as atividades 
das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem as mesmas 
características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo principal é a 
regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado. 
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é 
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com 
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais. 
 
Uma das principais características das Agências Reguladoras é a sua relativa autonomia e 
independência. As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além 
dos próprios dispositivos das leis especificas). 
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário. 
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem 
prestados por concessionárias ou permissionárias. 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu 
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto 
de direito privado. 
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de 
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de 
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado. 
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração

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