Buscar

Aula 09 Legislação Tributária

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Aula 9: Exclusão do Crédito Tributário 
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Identificar questões sobre exclusão do Crédito Tributário
Diferenciar Anistia e Isenção
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A exclusão do crédito tributário se dá por meio da isenção e da anistia e consiste na inviabilidade de sua constituição, ou seja, são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária, não haverá lançamento e, consequentemente, não haverá o crédito tributário.
É cediço que o poder de isentar ou anistiar é correlato ao poder de criar tributos ou exigir penalidade, devendo haver uma simetria no plano da competência tributária.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
São regras comuns tanto à isenção quanto à anistia:
- CTN, 97, que condiciona à reserva legal a disciplina das hipóteses de exclusão do crédito tributário;
- CF, 150, §6º, que trata da exigência de lei específica para a concessão de isenção ou anistia.
- CTN, 111, I, que prevê a utilização compulsória do método literal na interpretação de dispositivos que versem sobre exclusão do crédito tributário;
- CTN, 175, parágrafo único, que determina que mesmo com a exclusão do crédito tributário não se dispensa o cumprimento das obrigações acessórias, ou seja, caso haja concessão de isenção do ICMS (obrigação principal), a norma isentante não implica a dispensa da emissão de nota fiscal (obrigação acessória);
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
- CTN, 179, §2º, segundo o qual, caso tenhamos a anulação de uma lei concessiva de isenção, que não tenha sido concedida em caráter geral, haverá a exigência dos tributos e dos juros, em regra. A imposição de multa dependerá do comportamento do beneficiário: se ele tiver agido com dolo, para se beneficiar da norma exonerativa sem a merecer, haverá a incidência da multa, cobrando-se, portanto, tributo+juros+multa. Neste caso, o tempo decorrido entre a concessão da isenção e sua revogação não se computará para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; se ele tiver agido sem dolo, não haverá a incidência da multa, exigindo-se tão somente tributo+juros. Neste caso, a revogação só poderá ocorrer antes de prescrito o referido direito.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A lei isentiva, por se referir a tributos, deve total subserviência a tal postulado, devendo desonerar aqueles tributos cujos fatos geradores sejam futuros, estando ainda por ocorrer. Diferentemente, a lei de anistia, sendo vocacionada a retirar a pecha de impontual do inadimplente, só pode conter vigência retrospectiva. Nessa medida, atingirá fatos geradores pretéritos que, originando um ônus obrigacional não adimplido pelo sujeito passivo, coloca-o na condição de impontual e, assim, suscetível à imposição de multa.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
ISENÇÃO
A isenção pode ser concedida de forma geral ou de forma específica. Diz-se que a isenção concedida em caráter geral decorre do fato de que o benefício atinge a generalidade dos sujeitos passivos, independentemente de qualquer comprovação de alguma característica pessoal e particular que dote o beneficiário de certo exclusivismo para fruir o benefício.
Já a isenção em caráter individual decorre de restrição legal do benefício às pessoas que preencham determinados requisitos, de forma que a sua fruição dependerá de requerimento endereçado à Administração Tributária, no qual se comprove o cumprimento dos pressupostos legais (CTN, 179).
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A regra que prevalece na seara das isenções é a da revogabilidade plena. Como ressalva, destaca-se um tipo de isenção – a considerada onerosa (bilateral ou contraprestacional), ou seja, a isenção sujeita a prazo certo e a determinadas condições (CTN, 178). Isenção onerosa é aquela temporal + condicional, indicando que o Estado se comprometeu a exonerar o contribuinte-beneficiário por um lapso temporal respectivo, arcando com o custo do tempo, enquanto o contribuinte se predispôs a cumprir determinadas condições exigidas pelo Fisco desonerador, arcando com o custo do benefício.
A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o princípio da anterioridade.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Em termos práticos, adaptando o inciso III, do artigo 104, CTN, à idéia de anterioridade vigente, em uma tentativa de interpretá-la de acordo com a dicção da CF, a lei que extinguir uma isenção, ou mesmo aquela que reduzir uma isenção, entrará em vigor no primeiro dia do exercício financeiro seguinte, no entanto, duas ressalvas devem ser consideradas:
- na situação descrita no CTN, 178, em que haverá um tipo privilegiado de isenção (aquela concedida por prazo certo e sob determinada condição). Nesse caso, haverá irrevogabilidade do benefício isencional. É o que diz a súmula 544, do STF
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
- na situação de a própria lei revogadora ou diminuidora da isenção estabelecer um início de vigência para data posterior ao dia 1º de janeiro do ano subsecutivo da publicação da norma. Nesse caso, a data de entrada em vigor não será aquela prevista no caput (primeiro dia do exercício financeiro seguinte), mas o dia estipulado na lei revogadora ou diminuidora da isenção.
O fato de estar isento da responsabilidade de pagar determinado tributo, não exime de cumprir com a obrigação acessória.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Mesmo que se celebre um contrato, é da natureza da isenção que ela tenha previsão em lei. A lei concessiva da isenção deve ser editada pela pessoa que detém a competência tributária para instituir o tributo. Ademais, a lei que concede uma isenção deve ser específica, conforme o artigo 150, §6º, da CF. Logo, não se admite lei isentante geral, devendo a norma ou tratar apenas de isenção, ou versar sobre um imposto de maneira específica.
Destaque-se que a lei que deve isentar, como regra, é a ordinária. Impende mencionar que pode haver situações de isenção previstas em lei complementar, como nos casos cuja instituição do tributo adstringe-se a tal norma.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
*** A isenção se dá somente antes da constituição do tributo. Depois de constituído, só se fala em remissão.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A isenção não se estende às taxas, contribuições de melhorias (tributos bilaterais) e tributos instituídos após sua concessão (isenções em branco) (ex.: imposto sobre grandes fortunas), salvo disposição de lei em contrário. Não há como isentar alguém de algo que não existia.
De acordo com o parágrafo único do art. 176, CTN, é possível afirmar que a isenção pode abranger parte do território da entidade tributante, levando-se em consideração as particularidades locais. Trata-se da chamada isenção geográfica
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 179 – IPTU de idosos, pensionistas.
No plano prático, caso o contribuinte seja isento de IPVA, com reconhecimento da isenção concedida em caráter individual, deve fazer prova anual da manutenção das condições necessárias à fruição da benesse legal, sob pena de ver cessados os efeitos protetores da norma no primeiro dia do período no qual o interessado deixar de proceder à comprovação solicitada.
Ainda, segundo o §2º, do artigo 179, c/c art. 155, do CTN, a isenção, quando concedida em caráter individual, não gera direito
adquirido, podendo ser revogada nos casos de fruição do benefício sem a satisfação das condições.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
ANISTIA
Na remissão o crédito já está gerado, constituído, e veio o perdão do tributo. Isenção, por sua vez, antecede o nascimento dos tributos (não preciso pagar, mas nem chegou a nascer).
A anistia perdoa também o crédito tributário, mas não tributos; refere-se a multa, encargos, juros, dependendo da lei. A anistia não mexe no tributo.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Segundo EDUARDO SABBAG, a anistia é uma causa de exclusão do crédito tributário, consistente no perdão legal das penalidades pecuniárias antes da ocorrência do lançamento da multa. Com efeito, a anistia é o perdão de infrações, do que decorre a inaplicabilidade da sanção.
Vale dizer que a anistia visa ao perdão da falta, da infração, impedindo que surja o crédito tributário correspondente à multa exigível pelo descumprimento do dever obrigacional tributário.
Como assevera LUCIANO AMARO, a anistia não elimina a antijuridicidade do ato; ele continua correspondendo a uma conduta contrária à lei; o que se dá é que a anistia altera a consequência jurídica do ato ilegal praticado, ao afastar, com o perdão, o castigo cominado pela lei.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A anistia, consistindo-se no perdão da falta cometida pelo contribuinte, bem como das penalidades desse fato decorrentes, abrange exclusivamente as infrações cometidas antes da vigência da lei que a concedeu, o que a torna de efeito retrospectivo, diferentemente da isenção, cuja lei deve conter vigência prospectiva. Assim, a anistia somente perdoa infrações cometidas anteriormente. Se a lei concessiva da anistia for editada hoje e eu cometer a infração amanhã, ela não será excluída.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Existem dois momentos temporais que delineiam a possibilidade de concessão do benefício da anistia. É que ela somente pode ser concedida após o cometimento da infração e antes do lançamento da penalidade pecuniária, uma vez que, se o crédito já estiver constituído, a dispensa somente poderá ser realizada pela via da remissão, configurando hipótese de extinção do crédito tributário.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conforme CTN 181, a anistia pode ser geral ou limitada. A limitada corresponde às infrações relativas a determinado tributo; às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; à determinada região do território da entidade tributante, em função de condições peculiares; sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei concessiva do favor ou pela autoridade administrativa.
Tema da Apresentação
AULA 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A exclusão do crédito tributário, quer quanto à anistia quer quanto à isenção, não dispensa o cumprimento das obrigações tributárias acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído. Portanto, o sujeito passivo anistiado continua obrigado a cumprir as prestações positivas ou negativas não correspondentes ao pagamento de tributo, além de continuar obrigado a arcar com o valor principal do crédito exigido
Ressalta-se, ainda, que a anistia não alcança os atos qualificados como crime, contravenção, dolo, fraude ou simulação e, salvo disposição em contrário, aqueles praticados em conluio (concerto voluntário entre mais de uma pessoa para a prática do ilícito).
Tema da Apresentação

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais