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Aula ICMS BA 00V4

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Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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 PORTAL SILVIO SANDE www.silviosande.com.br 
 
AULA 00 – AULA DEMONSTRATIVA 
 
 
Olá concurseiro! 
Temos a satisfação de levar para vocês um material completo com o curso de Contabilidade 
Geral para o ICMS/BA. Como o último concurso ocorreu há muito tempo, 
utilizaremos como base do curso o conteúdo previsto para o concurso de 
Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo. Quando sair o edital, 
complementaremos com as matérias faltantes e com questões da banca 
escolhida. Também iremos ajustar o cronograma de acordo com a data 
prevista para a prova. Para você que já tem algum contato teórico ou profissional 
com a Contabilidade, o material será importante para que você adeque o seu conhecimento ao 
formato de cobrança da banca examinadora FCC. Para você que não tem contato, o material 
será importante para você aprender a lógica dessa ciência e para se acostumar com os seus termos, 
também se orientando para a forma de cobrança da banca. 
Vamos ajudar você a conquistar a aprovação no concurso do ICMS/BA. 
O concurseiro que será aprovado no próximo concurso de do ICMS/BA deve dominar os 
assuntos previstos no edital sobre a matéria, saber como a banca cobra e conseguir responder as 
questões em tempo razoável. 
Antes de iniciarmos, devemos nos apresentar. 
Eu me chamo André Neiva e fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal do 
Brasil no concurso de 2009/2010 aos 24 anos. Há 4 anos exerço as minhas atividades na Divisão 
de Fiscalização da 5a Região Fiscal (Bahia e Sergipe), onde tenho contato com a contabilidade de 
diversas empresas quase que diariamente. 
Meu nome é Sílvio Sande, sou graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Visconde de 
Cairu na Bahia, leciono para concursos público desde 2004 dando aulas presenciais em São Paulo, 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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 PORTAL SILVIO SANDE www.silviosande.com.br 
Rio de Janeiro, Belo horizonte, Recife, Fortaleza, Goiânia e Salvador, sou Coordenador e professor 
do Portal Silvio Sande nas disciplinas de Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e 
Contabilidade de Custos. 
 
Concursos em que fui aprovado: 
 
Técnico de Finanças e Controle (1992) – 20 anos 
Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (1994); 
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2000); 
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2001); 
 
Com a experiência adquirida nas aprovações desses concursos irei, junto com o André Neiva, ajudá-
lo a enfrentar a prova de Contabilidade Geral e Avançada. Nosso objetivo é fazer você gabaritar a 
prova e não mediremos esforços para atingi-lo. 
Temos a convicção de que ao estudar com esse material o concurseiro terá condições de ter 
um excelente desempenho na prova de Contabilidade Geral e Avançada para o ICMS/BA. 
 
Vamos às aulas! 
Bons estudos! 
 
 
 
 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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DIVISÃO DAS AULAS DO CURSO 
Cronograma Aula Assuntos 
30/01/2018 00 
Conceito, objeto, objetivos, campo de atuação e usuários da 
informação contábil. Variação do patrimônio líquido – 
receita, despesa, ganhos e perdas; contas patrimoniais, 
resultado. Itens Patrimoniais: conteúdo, conceitos, 
estrutura. Fatos contábeis – permutativos, modificativos e 
mistos. Conceitos, forma de avaliação, evidenciação, 
natureza, espécie e estrutura: Atos e fatos administrativos; 
Livros contábeis obrigatórios e documentação contábil; 
Escrituração contábil – lançamentos contábeis 12; Aspectos 
intrínsecos e extrínsecos dos livros contábeis: Ênfase nos 
livros contábeis Diário – Diário auxiliar – Razão Sintético e 
Razão Analítico. 
15/02/2018 01 Estrutura Conceitual Contábil. Balancete de verificação. 
02/03/2018 02 
Formas de avaliação e classificação dos itens patrimoniais 
do ativo. Ajustes, classificações e avaliações dos itens 
patrimoniais exigidos pelas novas práticas contábeis 
adotadas no Brasil trazidas pela Lei no 11.638/07 e Lei no 
11.941/09. Estoques – tipos de inventários, critérios e 
métodos de avaliação. Apuração do custo das mercadorias 
vendidas; Tratamento contábil dos tributos incidentes em 
operações de compras e vendas. 
17/03/2018 03 
Critérios de avaliação e baixas das contas do Ativo – 
Investimentos, Imobilizado. Redução ao valor recuperável 
de ativos: Objetivo, alcance, definições, procedimentos, 
divulgação e demais aspectos objeto da Resolução no 
1.292/2010 do CFC. Operações de arrendamento mercantil: 
Objetivo, alcance, definições, procedimentos, divulgação e 
demais aspectos objeto da Resolução no 1.304/2010 do 
CFC. 
02/04/2018 04 
Ativo intangível: Objetivo, alcance, definições, 
procedimentos, divulgação e demais aspectos objeto da 
Resolução no 1.303/2010 do CFC. Conceitos e 
procedimentos: Reconhecimento e mensuração. 
Reconhecimento de despesa. Mensuração após 
reconhecimento. Vida útil. Ativo intangível com vida útil 
definida e indefinida. Recuperação do valor contábil – perda 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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por redução ao valor recuperável de ativos. Baixa e 
alienação 
17/04/2018 05 
Formas de avaliação e classificação dos itens patrimoniais 
do passivo e do patrimônio líquido; Ajustes, classificações e 
avaliações dos itens patrimoniais exigidos pelas novas 
práticas contábeis adotadas no Brasil trazidas pela Lei no 
11.638/07 e Lei no 11.941/09. Custos de transação e 
prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários: 
Objetivo, alcance, definições, procedimentos, divulgação e 
demais aspectos objeto da Resolução no 1.313/2010 do 
CFC. Conceitos e procedimentos: Contabilização das 
captações de recursos para o capital próprio, da aquisição 
de ações de emissão própria (ações em tesouraria), 
captação de recursos de terceiros e contabilização 
temporária dos custos de transação. Subvenção e 
assistência governamentais: Objetivo, alcance, definições, 
procedimentos, divulgação e demais aspectos objeto da 
Resolução no 1.305/2010 do CFC. 
02/05/2018 06 Demonstrações contábeis – Balanço patrimonial 
17/05/2018 07 
Demonstração do resultado do exercício, Apuração dos 
resultados; Regimes de apuração – caixa e competência. 
Contabilização de vendas, compras, devoluções, 
abatimentos, despesas e receitas operacionais e outras 
receitas e despesas. 
02/06/2018 08 
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, 
demonstração dos fluxos de caixa e demonstração do valor 
adicionado. 
17/06/2018 09 
Consolidação das Demonstrações Contábeis: Conceito e 
objetivos da consolidação, procedimentos e critérios 
contábeis aplicados, obrigatoriedade e divulgação. 
Reorganização e reestruturação de empresas: 
Incorporação, fusão, cisão e extinção de empresas - 
Aspectos contábeis, fiscais, legais e societários da 
reestruturação social. 
02/07/2018 10 
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de 
demonstrações contábeis: Objetivo, alcance, definições, 
procedimentos, divulgação e demais aspectos objeto da 
Resolução no 1.295/2010 do CFC. Conceitos e 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio SandePágina 5 de 76 
 PORTAL SILVIO SANDE www.silviosande.com.br 
procedimentos: Filiais, agências, sucursais ou dependências 
no exterior. Conversão das demonstrações de uma entidade 
no exterior. Ajuste a valor presente: Objetivo, alcance, 
definições, procedimentos, divulgação e demais aspectos 
objeto da Resolução no 1.151/09 do CFC. 
17/07/2018 11 
Conceitos sobre o SPED Contábil. Sociedades empresariais 
e não empresariais. Código Civil – Lei no 10.406/2002, 
artigos 1179 a 1195; Aspectos contábeis do Código de 
Processo Civil Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Em 
especial: A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos 
que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao 
interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos 
serão considerados em conjunto como unidade; 
17/07/2018 12 SIMULADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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AULA 00 
 
Conceitos fundamentais da contabilidade 2. Patrimônio: componentes patrimoniais, 
ativo, passivo e situação líquida. Equação fundamental do patrimônio. 4. Sistema de 
contas, contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. 5. Escrituração: conceito 
e métodos; partidas dobradas; lançamento contábil – rotina, fórmulas; processos de 
escrituração. 3. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. 
 
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE .............................................................8 
1.1 O QUE É CONTABILIDADE ..........................................................................................8 
1.2 OBJETO DA CONTABILIDADE .....................................................................................9 
1.3 FINALIDADE DA CONTABILIDADE ...............................................................................9 
1.4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ...............................................................9 
1.5 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ................................................................................ 10 
1.6 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE ................................................................................. 11 
1.7 TÉCNICAS CONTÁBEIS ............................................................................................. 11 
1.7.1 ESCRITURAÇÃO .................................................................................................... 11 
1.7.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................................. 12 
1.7.3 AUDITORIA .......................................................................................................... 12 
1.7.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ......................................................... 13 
1.8 EXERCÍCIO SOCIAL .................................................................................................. 13 
1.9 EMPRESAS – SOCIEDADE ANÔNIMAS X LIMITADAS ................................................... 14 
1.9.1 SOCIEDADES ANÔNIMAS (OU COMPANHIAS) ......................................................... 14 
1.9.2 SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA ................................ 15 
1.10 SOCIEDADE DE GRANDE PORTE ............................................................................ 15 
2. PATRIMÔNIO.................................................................................................................. 16 
2.1 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO ............................... 17 
2.2 COMPONENTES PATRIMONIAIS ................................................................................ 18 
2.3 DEFINIÇÕES DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS .......................................................... 19 
2.4 EQUAÇÃO PATRIMONIAL .......................................................................................... 21 
2.5 SITUAÇÕES PATRIMONIAIS ...................................................................................... 21 
2.6 DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO ............................................................. 23 
3. CONTAS ......................................................................................................................... 24 
3.1 TEORIAS DAS CONTAS ............................................................................................. 28 
3.1.1 TEORIA PERSONALISTA ........................................................................................ 28 
3.1.2 TEORIA MATERIALISTA ........................................................................................ 29 
3.1.3 TEORIA PATRIMONIALISTA ................................................................................... 29 
3.1.3.1 TIPOS DE CONTAS ............................................................................................ 30 
3.1.3.1.1 CONTAS PATRIMONIAIS ................................................................................. 30 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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3.1.3.1.2 CONTAS DE RESULTADO ................................................................................ 31 
3.2 CLASSIFICAÇÃO DE CONTAS ....................................... Erro! Indicador não definido. 
3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS NA LEI 6.404/76 ......................................................... 33 
3.4 ATIVO ..................................................................................................................... 33 
3.5 PASSIVO .................................................................................................................. 34 
3.6 PLANO DE CONTAS .................................................................................................. 24 
3.7 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS .................................................................. 25 
3.8 FUNCIONAMENTO DAS CONTAS ............................................................................... 26 
4. ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTO ..................................................................................... 37 
4.1 ESCRITURAÇÃO ....................................................................................................... 37 
4.2 LANÇAMENTO .......................................................................................................... 38 
4.2.1 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS ..................................................................... 39 
4.2.2 PROCEDIMENTOS (PASSOS) DO LANÇAMENTO ...................................................... 40 
4.3 LIVROS PRINCIPAIS DE ESCRITURAÇÃO ...................... Erro! Indicador não definido. 
4.3.1 FORMALIDADES EXIGIDAS ....................................... Erro! Indicador não definido. 
4.3.2 ASPECTOS CONTÁBEIS ......................................................................................... 44 
4.3.3 FÓRMULAS (FORMAS) DE LANÇAMENTO ................................................................ 45 
4.4 ERROS DE ESCRITURAÇÃO .......................................... Erro! Indicador não definido. 
5. FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ...................................... 49 
5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS E FATOS CONTÁBEIS ........................................................ 49 
5.1.1 FATO CONTÁBIL ...................................................... Erro! Indicador não definido. 
5.1.1.1 FATOS PERMUTATIVOS ........................................ Erro! Indicador não definido. 
5.1.1.2 FATOS MODIFICATIVOS .................................................................................... 51 
5.1.1.3 FATOS MISTOS .................................................................................................52 
5.1.2 FATOS COMPLEXOS .............................................................................................. 53 
6. MAPA MENTAL ................................................................................................................ 54 
7. EXERCÍCIOS ................................................................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE 
 
1.1 O QUE É CONTABILIDADE 
 
A Contabilidade surgiu da necessidade de organizar os dados econômicos e patrimoniais 
de uma unidade econômica e administrativa. Ela possibilita a criação de diretrizes e padrões 
que permite aos profissionais da contabilidade e aos seus usuários o intercâmbio de informações 
sobre determinada unidade patrimonial. 
 
Ao possuir regras, princípios, um objeto, um campo de aplicação e uma finalidade, a Contabilidade 
é classificada como ciência. Mas ela não é uma ciência exata, é uma ciência social. As ciências 
sociais estudam a relações sociais entre indivíduos e grupos de indivíduos. 
 
Utilizado até hoje (e muito cobrado em concursos), o conceito oficial de contabilidade no Brasil 
surgiu durante o 1º congresso brasileiro de contabilidade ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, que 
é: 
 
 
A orientação é a função de informar o que ocorre no patrimônio, sua composição e sua variação, 
no momento da análise e historicamente. Ou seja, tem a função de informar o que ocorre no 
patrimônio com o objetivo de auxiliar no planejamento e na execução dos mesmo por parte dos 
gestores. 
 
O controle é a função de monitorar constantemente o patrimônio no dia-a-dia, evitando que o 
mesmo sofra algum processo de redução por conta de, por exemplo, desperdícios ou desvios. 
 
O registro é a função de registrar os fatos, amparada na realidade e nas alterações ocorridas, 
evidenciando o patrimônio real. 
 
Podemos definir a Contabilidade como: 
“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de 
controle e de registro relativos à administração econômica.”
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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1.2 OBJETO DA CONTABILIDADE 
 
O objeto de estuda da contabilidade é o patrimônio das aziendas (entidades). Entende-se por 
patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações e aziendas são as entidades com ou 
sem fim lucrativo. 
 
Nas entidades com fins lucrativos, os patrimônios são constituídos com o objetivo de desenvolver 
atividade de produção e circulação de bens e serviços de forma organizada, tendo como objetivo o 
lucro. São exemplo dessas entidades as empresas industriais e comerciais. 
 
Nas entidades sem fins lucrativos, os patrimônios são constituídos com o objetivo de desenvolver 
atividade de circulação de bens e serviços de forma organizada, mas sem o objetivo do lucro. São 
exemplos dessas entidades os entes públicos, as associações e as entidades de classe. 
 
1.3 FINALIDADE DA CONTABILIDADE 
 
A finalidade da contabilidade é produzir informações fidedignas da situação de um 
patrimônio para os seus usuários. Essas informações devem ser confiáveis e fundamentadas 
na realidade. As informações geradas pela contabilidade são para usuários e não são feitas para 
atender necessidade específica de nenhum grupo. 
 
1.4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
Se atentarmos para o objeto da contabilidade e para o conceito, fica fácil para delimitar o seu 
campo de atuação ou campo de aplicação, visto que esta é aplicada a todas as entidades que 
possuem um patrimônio a ser controlado, ou seja, a contabilidade se aplica às aziendas, que são 
entidades econômico-administrativas. Entidades econômico-administrativas são as entidades 
que reúnem pessoas, patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida. O conceito de 
aziendas não se confunde com o de empresas que possuem fins lucrativos, uma vez que a 
A ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-lo 
graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua 
interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a 
tomada de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com 
a empresa.
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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contabilidade também controla o patrimônio de entidades sem fins lucrativos e de governos, por 
exemplo. 
 
As aziendas podem ser classificadas: 
 
a) Quanto ao fim: 
 
• Social: não visam lucro. São os entes públicos, as sociedades de caráter beneficente, 
esportivo, cultural, recreativo, religioso, etc. 
• Econômico-Social: são aziendas que buscam superávit para revertê-lo em benefício de 
seus filiados como as cooperativas, as entidades de classe, as sociedades de pecúlios, as 
aposentadorias e os benefícios. 
• Econômica: visam o lucro voltado para seu próprio benefício, como as empresas comerciais 
e industriais. 
 
b) Quanto a seus proprietários 
 
• Pública: pertencente à coletividade, mas podem ser administradas pelo setor público ou 
privado. 
• Particular: pertence a um indivíduo ou a um grupo restrito de pessoas. 
 
1.5 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
 
Os usuários da contabilidade são as pessoas (físicas ou jurídicas) interessadas nas informações 
prestadas pela Contabilidade, dentre elas: 
 
a) Investidores 
b) Credores 
c) Administradores 
d) Governo 
e) Concorrentes 
 
Os usuários podem ser internos ou externos. 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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É exemplo de usuário interno um diretor que utiliza a informação contábil para conseguir fazer o 
planejamento da empresa. 
 
É exemplo de usuário externo um banco que utiliza a informação contábil para acompanhar a 
solidez na concessão de crédito. 
 
1.6 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE 
 
A função da contabilidade é econômico-administrativa. A função administrativa consiste em 
controlar, quantitativamente e qualitativamente, o patrimônio das entidades (aziendas) ao passo 
que a função econômica está voltada à apuração do resultado ou rédito (lucro ou prejuízo). 
 
1.7 TÉCNICAS CONTÁBEIS 
 
A contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos contábeis, o controle do 
patrimônio e gerar informações úteis aos seus usuários. Para que possa alcançar esses objetivos 
são utilizadas as técnicas: da escrituração; das demonstrações contábeis; da análise das 
demonstrações contábeis ou de balanço; e da auditoria. 
 
1.7.1 ESCRITURAÇÃO 
 
A técnica de escrituração encontra previsão legal no artigo 177 da Lei no 6.404/1976 (Lei das S.A.), 
que diz: 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência 
aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente 
aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as 
mutações patrimoniais segundo o regime de competência. 
Usuários Internos são os que fazem parte da empresa e possuem interesse 
nas informações contábeis para fins administrativos.
Usuários Externos são os que não fazem parte da empresa mas possuem 
interesse na situação da mesma.
Contabilidade Geral e Avançadapara ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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É a técnica contábil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o patrimônio de uma 
entidade, vale dizer, toda vez que ocorrer alguma alteração nos bens, direitos e obrigações de uma 
entidade, essas alterações devem ser registradas por meio da técnica de escrituração. 
 
Assim, as alterações devem ser registradas tão logo se tenha conhecimento de sua ocorrência, 
resultando, assim, que a escrituração estará posta em ordem cronológica de dia, mês e ano. 
 
A técnica de escrituração encontra capitulação legal por meio do artigo 177 da Lei no 6.404/1976 
(Lei das S.A.) e pela Lei nº 10.406/2002 (novo Código Civil). Segundo o dispositivo da Lei das S.A., 
a escrituração das empresas deve manter registros permanentes em obediência à legislação 
comercial, aos preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos, segundo o 
regime de competência. Veremos esses conceitos mais à frente no nosso curso. 
 
1.7.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
A técnica das demonstrações contábeis está voltada à elaboração de relatórios resumidos 
apresentando a situação patrimonial em determinada data (Balanço Patrimonial), a demonstração 
do resultado do exercício, as fontes ou origens de recursos e suas aplicações, a demonstração dos 
lucros ou prejuízos acumulados além de outros demonstrativos. 
As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei no 6.404/1976 (Lei das S/A.), são: 
 
• BALANÇO PATRIMONIAL 
• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
• DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (estando dispensadas apenas as de capital fechado 
com Patrimônio líquido na data do balanço inferior a R$ 2.000.000) 
 
• DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO (SA’s de CAPITAL ABERTO) 
 
Existem ainda as demonstrações contábeis não obrigatórias pela pela lei das SA, mas 
obrigatória pelos CPCs, como a Demonstração dos Resultados Abrangentes e a Demonstração de 
Mutações do Patrimônio Líquido. Veremos mais sobre isso em aula futura. 
 
 
1.7.3 AUDITORIA 
 
Contabilidade Geral e Avançada para ICMS/BA – 2018 
Teoria e questões 
Profs. André Neiva/Silvio Sande 
 
 
 
 
 
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A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além 
de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, 
tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo 
averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos 
eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio, buscando a detecção de 
erros e fraudes. Também são verificados o cumprimento dos princípios contábeis pela entidade. 
Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um ramo da 
contabilidade. 
 
1.7.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 É técnica que se utiliza de métodos e processos científicos (estatísticos) na decomposição, 
comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, para a obtenção de 
informações analíticas. Cita-se como exemplo o grau de endividamento e de liquidez de uma 
empresa, que auxiliam na tomada de decisões da mesma. 
Apesar do nome, veja-se que a análise não se limita ao Balanço Patrimonial, estendendo-se às 
outras demonstrações contábeis. Por isso, alguns autores preferem utilizar o nome da Análise das 
demonstrações Financeiras e Contábeis. 
É oportuno que se chame atenção ao fato de que a Auditoria e a Análise de Balanços serem, 
também, especializações da Contabilidade. 
 
1.8 EXERCÍCIO SOCIAL 
 
Também chamado de período administrativo ou período contábil, representa o período de 
tempo em que, ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará os relatórios 
contábeis. Este período poderá coincidir ou não com o ano civil, conforme dispuser em seus 
estatutos e pela observância da legislação fiscal. 
A Lei das S.As. estabelece em seu art. 175, que o exercício social terá a duração de 1 (um) ano e 
ao cabo deste, a diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras (contábeis). A data do término 
do exercício social não tem relação obrigatória com o ano civil, podendo ser diferente do 
mesmo. A data do término ser fixada no estatuto. 
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Portanto, vemos que a regra geral é a de o exercício social durar 1 (um) ano, com data de inicio e 
de fim previstas no estatuto. A exceção é na constituição e nos casos de alteração estatutária, 
quando o exercício poderá ter duração diversa. 
 
1.9 SOCIEDADE ANÔNIMAS X LIMITADAS 
 
Existem diferentes formas de organização jurídica, possíveis de serem adotadas pelas empresas no 
país. Dentre estas, sem nenhuma sombra de dúvida, as mais importantes são as sociedades 
anônimas e as sociedades por quotas de responsabilidade limitada. 
 
1.9.1 SOCIEDADES ANÔNIMAS (OU COMPANHIAS) 
 
Esta forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de maior porte. As principais 
empresas de nosso país são organizadas desta maneira. Neste tipo de organização, os controles 
internos são mais rígidos (existe, por exemplo, um conselho fiscal a tomar as contas da 
administração), a administração da sociedade é feita por um órgão (conselho de 
administração ou diretoria) colegiado, levando a maior qualidade e menor agilidade nas decisões 
tomadas e o custo de manutenção deste regime é maior que o das limitadas que não possuem 
conselhos ou diretoria. 
São disciplinadas pela Lei 6404/76 (Lei das Sociedades por Ações), de fundamental importância ao 
nosso estudo, principalmente em seus artigos 175 a 205, as sociedades anônimas possuem as 
seguintes características: 
 
• O capital (parcela do patrimônio particular que os sócios entregam à sociedade) é dividido 
em ações. 
• Seu documento de constituição é o estatuto. Este indicará, dentre outras coisas, a 
quantidade e tipo das ações que compõem o capital social, o objeto da sociedade, a forma de 
distribuição dos lucros, etc. 
Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o 
exercício social poderá ter duração diversa de 1 (um) ano.
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• Sua administração compete ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à 
diretoria, conforme dispuser o estatuto. 
• Serão sempre consideradas “mercantis”, ou seja, comerciais, independentemente do objeto 
(atividade que desempenha), 
 
1.9.2 SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
 
Esta forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de menor porte. Neste tipo de 
organização, os controles internos são menos rígidos (não existe, por exemplo, o conselho 
fiscal citado no caso das S.A), a administração da sociedade é feita por um diretor designado no 
ato constitutivo, levando a menor qualidade e maior agilidade nas decisões tomadas e o custo de 
manutenção deste regime é menor que o das S.A, visto que não possuem conselhos ou diretoria. 
Esta forma jurídica de constituição de empresa é regulada, atualmente, pelo Novo Código Civil. Nas 
hipóteses de omissão da referida Lei e do documento de constituição da empresa (contrato social), 
devem ser obedecidas, por analogia, as normas da Lei 6404/76. Embora nem todas as normas da 
Lei das S.A. possam ser aplicadasàs limitadas, aquelas relativas à elaboração de demonstrações 
contábeis são perfeitamente aplicáveis a este tipo de sociedade. 
Suas principais características são: 
 
• O capital é dividido em quotas; 
• Seu documento de constituição é o contrato social que indicará, dentre outras informações, 
o nome dos sócios, a atividade desenvolvida, o valor da participação de cada sócio, etc. 
• A administração é exercida por um sócio-administrador, indicado no contrato social para 
gerir e representar a sociedade. 
• Podem ser sociedades civis ou comerciais, dependendo do objeto desenvolvido. 
 
1.10 SOCIEDADE DE GRANDE PORTE 
 
O Artigo 3º da Lei 11.638/2007 criou a figura da sociedade de grande porte, ou seja, 
sociedades que, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações (S.A), 
estão obrigadas a escriturar, a elaborar demonstrações contábeis e a contratar auditoria 
independente, nos termos da Lei das Sociedades por Ações. Considera-se de grande porte, para 
tais fins, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiverem, no exercício 
social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou 
receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
Ou seja, uma limitada que atingir tais parâmetros será obrigada a seguir os comandos contábeis 
exigidos para as S.A relativos a escrituração, elaboração de demonstrações contábeis e contratação 
de auditoria independente. 
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2. PATRIMÔNIO 
 
Como vimos anteriormente, o patrimônio é o objeto da contabilidade e pode ser definido 
como: 
 
 
a) Bem: é qualquer coisa, material ou imaterial, que satisfaz a necessidade humana, que pode 
ser avaliado economicamente e que podem ser utilizados por uma entidade para atingir a sua 
finalidade. 
 
Os bens se classificam em: 
• Bens numerários – Representados pelos meios de pagamento. Exemplo: caixa. 
• Bens fixos ou de uso – Representados pelos bens de propriedade da empresa, utilizados 
na sua atividade operacional. Ex: veículos de uso. 
• Bens de renda – Destinados a produzir renda. Exemplo: imóveis alugados. 
• Bens de venda – Representados, principalmente, pelas contas de estoques. 
 
Outra classificação, esta muito mais importante para o futuro do nosso estudo, é quanto à 
tangibilidade: 
 
• Tangíveis ou corpóreos - Bens que possuem existência concreta (material), tal como um 
imóvel ou um veículo. 
• Intangíveis ou incorpóreos - Bens que possuem existência abstrata (imaterial), tal como 
uma licença para uso de determinada marca. 
 
b) Direitos: são todos os créditos de uma empresa contra terceiros. Referem-se a uma 
operação que, no futuro, será transformada em dinheiro, logo, em bem. Exemplo: duplicatas a 
receber, adiantamentos a fornecedores, etc. 
 
O conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma 
determinada entidade, com ou sem fins lucrativos, utilizados na consecução 
de seus objetivos.
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c) Obrigações: são os débitos (dívidas) da empresa com terceiros. São bens de propriedades 
de terceiros que se encontram em poder da empresa. Exemplo: duplicatas a pagar, impostos a 
recolher, etc. 
 
O patrimônio das Entidades é autônomo em relação aos demais patrimônios, podendo a entidade 
dispor dele livremente dentro do ordenamento jurídico, econômica e administrativamente. 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO. 
 
 
Há outras ciências que têm como seu objeto o patrimônio, porém à Contabilidade este interessa 
sob o aspecto qualitativo e quantitativo. 
 
2.1 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO 
 
A Contabilidade estuda o patrimônio no seu aspecto quantitativo e no seu aspecto qualitativo. 
 
a) QUALITATIVO: consiste em qualificar, dar nomes aos elementos que compõe o patrimônio, 
permitindo que se conheça a natureza de cada um. 
b) QUANTITATIVO: consiste em atribuir aos respectivos elementos seus valores em moeda. 
 
Podemos citar como exemplo dos aspectos: 
 
- máquinas R$100.000 (qualitativamente o patrimônio tem em sua composição máquinas e 
quantitativamente essas máquinas valem R$100.000) 
Patrimônio
Bens
+
Direitos
Obrigações
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- empréstimos a pagar R$30.000 (qualitativamente o patrimônio tem em sua composição 
empréstimos a pagar e quantitativamente esses empréstimos totalizam R$30.000) 
 
2.2 COMPONENTES PATRIMONIAIS 
 
A Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados do gráfico, em forma de T, chamando de 
ATIVO o conjunto de direitos e bens, que formam o conjunto de elementos “positivos” da 
entidade, situados no lado esquerdo do gráfico, são também chamados de “aplicações” dos 
recursos. 
Ao lado direito do gráfico chamamos de PASSIVO, dividido em passivo exigível e patrimônio 
líquido. O passivo exigível é o conjunto composto pelas obrigações, que formam o grupo de 
elementos “negativos” da entidade e representam as “origens por meio de terceiros” de 
recursos aplicados no Ativo. 
Do lado direito também aparece um outro grupo de elementos, chamado de PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO, correspondendo exatamente à diferença entre ATIVO e PASSIVO, chamado também de 
Investimento Próprio por alguns autores ou Capital Próprio e até mesmo de Situação Líquida. 
Representam as “origens própria” de recursos aplicados no Ativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir daí podemos avançar na compreensão das origens e nas aplicações dos recursos. 
 
• As origens são as reduções de ativos e aumento de passivos ou do patrimônio líquido. 
• As aplicações são os aumentos de ativos e reduções de passivos ou do patrimônio líquido. 
 
Patrimônio 
 Ativo Passivo 
 
Ativo Passivo Exigível 
 + 
 Patrimônio 
 Líquido 
 
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Uma aplicação de recursos, obrigatoriamente, requer uma origem. Sendo assim, Origens de 
recursos = Aplicações recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 DEFINIÇÕES DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS 
 
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são 
ativos, passivos e patrimônio liquido. Estes são definidos como segue: 
 
a) ATIVO - Conjunto dos recursos controlados pela entidade como resultados de eventos 
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. 
 
b) PASSIVO - Toda obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja 
liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios 
econômicos. 
 
c) PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O interesse residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos. 
 
d) RECEITAS - São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a 
forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que 
resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos 
proprietários da entidade.Patrimônio 
 Ativo Passivo 
 
 Aplicações Origens 
 
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A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços. 
Ela é refletida no balanço patrimonial através da entrada de dinheiro no Caixa/Bancos (venda à 
vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a prazo) – Duplicatas a Receber. 
Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no balanço patrimonial. Elas são a 
ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros ou prejuízos acumulados. Toda 
Receita aumenta o PL, mas nem todo aumento de PL foi conseqüência de uma Receita. 
 
e) DESPESAS - São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a 
forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que 
resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos 
proprietários da entidade. 
 
Despesa é todo o sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita (o consumo 
de bens e serviços com o objetivo de obter receitas é um sacrifício, um esforço para a empresa). 
Ela é refletida no balanço através de uma redução do Caixa/Bancos (quando é paga a vista) ou 
mediante um aumento de uma dívida (passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga). 
 
Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a 
situação líquida ou o patrimônio líquido. 
 
f) RESULTADO (RÉDITO) - É o resultado produzido pelos componentes patrimoniais e que 
traz alterações ao estado inicial do capital, podendo ser, portanto, positivo (lucro) ou negativo 
(prejuízo). Assim, rédito é a variação positiva ou negativa, expressa em termos de moeda, que a 
entidade suportou no seu capital, em dado exercício, por efeito da gestão. 
 
A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado que uma entidade (azienda) obteve em 
um determinado período. Este resultado é obtido pela diferença entre as receitas e as despesas do 
período. Assim: 
 
 
RESULTADO(RES) = RECEITAS(R)–DESPESAS (D) 
R > D RES > 0 LUCRO 
R < D RES < 0 PREJUÍZO 
R = D RES = 0 NULO 
 
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g) PATRIMÔNIO BRUTO - Patrimônio bruto, na linguagem contábil, representa o conceito 
de patrimônio para outras ciências, ou seja, patrimônio bruto representa o conjunto de bens e 
direitos de uma entidade o que equivale ao ativo total. Como o ativo total é igual ao passivo total, 
pode-se dizer que o passivo total é, também, igual ao patrimônio bruto. 
 
2.4 EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
 
 
 
2.5 SITUAÇÕES PATRIMONIAIS 
 
a) 1ª Situação: 
 
Ativo (bens + direitos) é maior que o Passivo (obrigações). Como o Patrimônio Líquido é Ativo (-) 
Passivo, teremos um Patrimônio Líquido positivo ou Situação Líquida positiva. 
Esta situação pode ser representada da seguinte forma: 
 
b) 2ª Situação: 
 
Quando o Ativo é menor que o Passivo, gerando um Patrimônio Líquido ou Situação Líquida 
ou Capital Próprio Negativo. Essa situação também é conhecida como Passivo a Descoberto. 
EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Patrimônio Líquido = Bens + 
Direitos (-) Obrigações
ou
PL = ATIVO - PASSIVO
ou
ATIVO = PASSIVO + PL
A
P
PL
A = P + PL
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c) 3ª Situação: 
 
Quando o Passivo for igual ao Ativo, teremos caracterizada a inexistência de Capital Próprio ou a 
situação líquida nula. 
 
Em resumo: 
 
 
P
A
PL
A + PL = P
A P A = P
1a Situação
A > P Situação líquida positiva ou superavitária
A = SL Situação líquida Positiva sem obrigações
2a Situação
A < P Situação líquida negativa "passivo a descoberto"
A = 0 P = SL Pior situação possível
3a Situação
A = P Situação líquida nula
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2.6 DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO 
 
Na contabilidade, o capital (ou capital total) pode ser considerado a soma capital de terceiros 
(empréstimos e financiamentos) ou próprio (patrimônio Líquido – que é composto pelos valores 
aportados pelos sócios diretamente em quotas ou ações somado outros valores gerados pela 
atividade da entidade). O capital aportado diretamente pelos sócios, podem ser de duas categorias: 
 
a) Capital Social ou Nominal ou Integralizado – Indica o capital que os sócios assumiram 
o compromisso de aportar na entidade. 
b) Capital a integralizar – Capital que os sócios assumiram o compromisso de aportar na 
entidade mas ainda não o fizeram. 
 
Já o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, ou seja, tem conceito mais 
abrangente do que o de capital. 
 
Em síntese: 
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3. CONTAS 
 
Conta é título utilizado para designar um bem, um direito, uma obrigação, uma despesa 
ou uma receita. Conta é o local onde vamos registrar ou alocar os fatos de igual natureza. Então, 
teremos uma conta para registrar o dinheiro da empresa, outra para registrar os depósitos 
bancários, outra para designar os veículos e assim por diante. Portanto, a quantidade de contas 
que se pode encontrar na Contabilidade de uma empresa é enorme e varia de entidade para 
entidade. Desta forma, contas são grupos de elementos semelhantes utilizadas para 
registrar as ocorrências que, de alguma forma, afetaram o patrimônio da empresa. 
 
3.1 PLANO DE CONTAS 
PATRIMÔNIO
Bens + Direitos
ATIVO
ou
PATRIMÔNIO BRUTO
ou
CAPITAL APLICADO
ou
RECURSOS 
APLICADOS
ou
CAPITAL INVESTIDO
Obrigações
PASSIVO
ou
CAPITAL ALHEIO
ou
CAPITAL DE 
TERCEIROS
ou
PASSIVO EXIGÍVEL
ou
RECURSOS DE 
TERCEIROS
ou
PASSIVO REAL
Patrimônio 
Líquido = A - P
SITUAÇÃO LÍQUIDA
ou
CAPITAL PRÓPRIO
ou
PASSIVO NÃO 
EXIGÍVEL
ou
RECURSOS 
PRÓPRIOS
APLICAÇÃO DE RECURSOS = ORIGEM DE RECURSOS
FONTE DE INVESTIMENTO = FONTE DE FINANCIAMENTO
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O plano de contas é o conjunto composto pela relação ordenada e codificada das contas utilizadas 
pela entidade, bem como de todas as normas e procedimentos adotados pelo sistema contábil. 
Cada empresa deve elaborar seu próprio plano de contas de acordo com suas necessidades. Um 
plano de contas é composto por um elenco de contas e por um manual das contas. Sendo o elenco 
de contas a estrutura do plano de contas compreendendo a relação ordenada e codificada de 
todas as contas utilizadas pela entidade e o manual de contas e o manual das contas é onde 
esta descrito a função e o funcionamento das contas. 
 
Exemplo: Conta caixa. 
Função: registrar e controlar as entradas e saídas de numerários. 
Funcionamento: debitada pelas entradas e creditada pelas saídas de numerário. 
 
O elenco de contas vem, geralmente, precedido de numeração, sendoque: 
 
1)o ativo está representado pelo nº 1; 
2)o ativo circulante, pelo nº 1.1; 
3)o disponível, pelo nº 1.1.1. 
 
3.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS 
 
Nos registros contábeis utilizamos diversos livros e formas de evidenciação. Uma das formas de 
evidenciação é a individualizada por conta, isto é, cada uma das contas terá um espaço próprio 
pelo qual podemos observar toda a evolução do componente patrimonial representado por esta 
conta. Todavia, estes registros não são efetuados ao bel prazer de quem detém a responsabilidade 
de fazê-lo, pois hão de ser efetuados em ordem cronologia e em livro próprio, chamado de RAZÃO. 
Por mais que falamos que os registros serão efetuados no livro RAZÃO, é comum que este livro 
seja substituído por fichas, as chamadas fichas do Razão, sendo utilizada uma ficha para cada 
uma das contas. 
 
Nas fichas do Razão, a conta possui como elementos necessários o valor do débito, o valor do 
crédito, o valor do saldo, o histórico, o título e a data da movimentação. Estes elementos podem 
ser representados, graficamente, como se demonstra a seguir: 
 
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Didaticamente, na solução de problemas e de questões de provas, usamos o modelo de conta 
resumida ou simplificada, chamado de RAZONETE ou conta em “T”, sendo débitos e créditos 
convenções como a seguir, e o saldo assim classificado: 
 
SALDO CREDOR Total dos créditos > Total dos débitos 
SALDO DEVEDOR Total dos créditos < Total dos débitos 
SALDO NULO Total dos créditos = Total dos débitos 
 
Modelo de razonete ou conta em “T”: 
 
 
3.3 FUNCIONAMENTO DAS CONTAS 
Nome da Conta
Débito Crédito
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Um aspecto fundamental que precisamos saber é o relativo ao funcionamento das contas. Já vimos 
pela teoria patrimonialista que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo 
devedor e as que representam obrigações possuem saldo credor, assim como as do Patrimônio 
Líquido. 
 
• DEBITAR a conta significa lançar valores no lado esquerdo do razonete. 
• CREDITAR a conta significa lançar valores no lado direito do razonete. 
 
a) CONTAS DO ATIVO E DESPESAS 
 
Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos (despesas), isto é, 
por representarem as aplicações dos recursos, estas contas têm obrigatoriamente natureza 
devedora, apresentando sempre saldos devedores ou nulos (exceto as contas retificadoras do 
ativo que possuem saldo credor). Assim, os aumentos de valor dos bens e direitos serão registrados 
por meio de débitos e as reduções por créditos. 
 
Todo aumento de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado esquerdo, ou seja, DEBITA-SE a 
conta. 
 
b) CONTAS DO PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS 
 
As fontes ou origens de recursos da empresa estão representados, no Balanço Patrimonial, pelas 
contas do passivo exigível e pelas contas do Patrimônio Líquido. As contas de receita também 
representam origens de recursos provenientes de terceiros, mas não representam obrigações. 
Contas de ativo, de despesa e 
retificadora do passivo
Débito Crédito
Aumento Diminuição
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Representam recursos que tendem a aumentar o Patrimônio Líquido, pois no seu confronto com as 
despesas (apuração do resultado), pode gerar lucro e este é incorporado ao Patrimônio Líquido via 
conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
 
Assim, as contas destes grupos, por representarem as fontes de recursos da entidade, que podem 
ser provenientes de terceiros (passivo), de sócios ou acionistas (patrimônio líquido) ou de suas 
próprias atividades (receitas), elas têm obrigatoriamente natureza credora, apresentando 
sempre saldos credores ou nulos e, assim, os aumentos de valor virão através de créditos e as 
diminuições por débitos. Ressaltamos, todavia, a existência de contas retificadoras de passivo e de 
Patrimônio Líquido que, por suposto, possuem saldo devedor. 
Todo aumento de passivo, PL ou receita deve ser lançado no lado direito, ou seja, CREDITA-SE. 
 
 
3.4 TEORIAS DAS CONTAS 
 
O conceito envolvendo as contas vem evoluindo ao longo do tempo, refletindo em grande parte o 
momento histórico em que surgiram. Existem três principais teorias das contas que são cobradas 
com frequência em provas: 
 
• Teoria Personalista. 
• Teoria Materialista. 
• Teoria Patrimonialista. 
 
3.4.1 TEORIA PERSONALISTA 
 
Contas de passivo, de PL, de 
receita e retificadora do ativo
Débito Crédito
Diminuição Aumento
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Esta teoria atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta, de forma que o responsável 
pelo caixa, devia à empresa o equivalente ao valor registrado nessa conta. Os terceiros de quem a 
empresa tinha valores a receber eram os devedores e, por fim, os terceiros a quem a entidade 
devia, eram os seus credores. Desta forma, as contas representativas de bens e direitos eram 
debitadas, pois as pessoas responsáveis pelos bens e direitos da entidade deviam a esta. As contas 
representativas de obrigações da entidade, representavam créditos dos terceiros para com esta, 
por isso eram creditadas. Nessa teoria, as contas podem ser assim classificadas: 
 
• Contas dos Agentes Consignatários — Essas contas representavam os bens da empresa. 
Existiam pessoas que recebiam em consignação os bens da entidade, sobre os quais eram os 
responsáveis, portanto eram os devedores (note que as contas representativas de bens são de 
natureza devedora). 
 
• Contas dos Agentes correspondentes – Representavam os direitos e as obrigações da 
entidade com terceiras pessoas, os correspondentes que eram os credores. 
 
• Contas dos Proprietários — Eram as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive 
as receitas e as despesas, por interferirem diretamente no patrimônio líquido. 
 
3.4.2 TEORIA MATERIALISTA 
 
Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a materialidade, 
ou seja, estas contas só deviam existir enquanto existissem também os elementos materiais por 
ela representados na entidade. As contas, por essa teoria, eram classificadas em: 
 
• Contas Integrais — Eram aquelas representativas de bens, direitos e obrigações. 
 
• Contas Diferenciais — Eram as representativas de receitas, despesas e Patrimônio Líquido. 
 
3.4.3 TEORIA PATRIMONIALISTA 
 
É a teoria que atualmente tem repercussão mundial e entende que o patrimônio é o objeto da 
Contabilidade sendo sua finalidade o seu controle. É a teoria aceita pelos doutrinadores 
contemporâneos, por entenderem que se amolda à Contabilidade ciência. 
 
Por essa teoria, as contas são classificadas em dois grandes grupos: 
 
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• Contas patrimoniais — São as contas que representam os bens, direitos, obrigações e a 
situação líquida das entidades, ou seja: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Estas contas 
permanecem com o seu saldo no momento da apuraçãodo resultado, vale dizer, elas aparecem no 
balanço patrimonial. 
 
• Contas de resultado — São as contas que representam as receitas e as despesas. Estas contas 
devem ter, sempre, os seus saldos zerados, isto é, devem ser encerradas (tornar o saldo zero e 
transferi-lo a apuração do resultado) por ocasião da apuração do resultado ou do exercício social. 
São incorporadas ao Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio Líquido, via contas de lucros, 
como por exemplo lucros ou prejuízos acumulados e reservas de lucros. 
 
3.4.3.1 TIPOS DE CONTAS 
 
Como a teoria patrimonialista é a adotada atualmente pelo Brasil, temos que analisar com um 
pouco mais de profundidade as contas patrimoniais e as contas de resultado. 
 
3.4.3.1.1 CONTAS PATRIMONIAIS 
 
São utilizadas para controle e apuração do patrimônio, registram os bens, direitos, obrigações e 
situação líquida. São consideradas permanentes, acumulam-se de um período para outro. 
 
a) CONTAS DO ATIVO = representam bens e direitos. Têm natureza devedora. Divididas em 
Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, composto por: ativo realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
 
 
 Exemplo de contas do Ativo = Bancos, Máquinas e Investimentos. 
 
Devedoras – Surgem e aumentam à medida que são debitadas. Representam, via de regra, bens 
e direitos. 
Credoras – Surgem e aumentam à medida que são creditadas. Representam, via de regra, 
obrigações. 
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados 
e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.
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b) CONTAS DO PASSIVO: obrigações da entidade para com terceiros. Têm natureza devedora. 
 
 
 Exemplo de contas do Passivo: Duplicatas a pagar, Empréstimos e Financiamentos. 
 
c) CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL): riqueza própria da entidade, obtida pela 
diferença entre o Ativo e o Passivo. Têm natureza credora. 
 
Exemplo de contas de Patrimônio líquido: Capital Social, Reserva de Capital e Reservas de Lucro. 
 
Ex. capital social, reserva de capital, reserva de lucro, ajuste de avaliação patrimonial, prejuízos 
acumulados e ações em tesouraria. 
 
d) CONTAS REDUTORAS: tem a função de reduzir o saldo de outra conta. Possui a natureza 
inversa à natureza do grupo ao qual pertencem. Ou seja, podem ter natureza devedora ou 
credora. 
 
Ex. depreciação acumulada, capital a integralizar, provisão de devedores duvidosos 
 
3.4.3.1.2 CONTAS DE RESULTADO 
 
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, 
cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar 
benefícios econômicos.
Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos.
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São utilizadas para a apuração do resultado do exercício. Representam os ganhos (receitas) e as 
perdas (despesas). Consideradas transitórias, visto que, seu tempo de vida é limitado a um 
exercício social, pois, ao final de cada exercício terão seus saldos zerados (encerrados) a fim de 
que se possa apurar o resultado do período. 
 
a) Receitas: variações positivas (aumento) do Patrimônio Líquido. 
 
 
 
Ex. receitas de venda, receitas financeiras, receita de equivalência patrimonial, ganho de capital. 
 
b) Despesas: variações negativas (reduções) do Patrimônio Líquido. 
 
 
Ex. despesa financeira, despesa administrativa, despesa com vendas, perdas de capital. 
Temos, portanto, o seguinte quadro que deve estar mentalizado para a prova: 
 
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob 
a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, 
que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam provenientes 
de aporte dos proprietários da entidade.
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil 
sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em 
passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam 
provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
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3.5 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS NA LEI 6.404/76 
 
Nos arts. 178 a 182 da Lei 6.404/76, temos disciplinado como devem ser classificadas as contas no 
Balanço Patrimonial. Como vimos anteriormente, ela adota a Teoria Patrimonialista. No balanço, 
as contas deverão segundo os elementos do patrimônio que identifiquem, agrupados de modo a 
facilitar o conhecimento da situação financeira da companhia. 
 
3.6 ATIVO 
 
Como vimos anteriormente, o ativo representa os bens e direitos que uma companhia possui, e 
será classificada em ordem decrescente do grau de liquidez. Ele apresenta subdivisões, que 
facilitam a sua visualização para os usuários da contabilidade, que são: 
 
A) Ativo Circulante: Nele serão classificadas as disponibilidades, os direitos realizáveis no 
exercício social subsequente (após o termino do exercício social atual) e as aplicações de recursos 
em despesa do exercício social seguinte. 
 
B) Ativo Não Circulante: Composto de: 
TEORIA DA CONTAS
Teoria Personalista
Teoria Materialista
Teoria Patrimonialista
Contas dos Agentes Consignatários
Conta dos Agentes Correspondentes
Contas dos Proprietários
Contas Integrais
Contas Diferenciais
Contas Patrimonais
Contas de Resultado
Ativo, Passivo, 
Patrimônio Líquido e 
Redutoras
Receitas e Despesas
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• Ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício 
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades 
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não 
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. 
• Investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de 
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa. 
• Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção 
das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os 
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. 
• Intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção 
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
 
 
3.7 PASSIVO 
 
Como vimos anteriormente, o Passivo representa as obrigações da companhia em grau 
decrescente de exigibilidade. Ele apresenta subdivisões, que facilitam a sua visualização para os 
usuários da contabilidade, que são: 
 
a) Passivo Circulante: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo não circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. 
b) Passivo Não Circulante: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para 
aquisição de direitos do ativo não circulante,quando se vencerem após o exercício seguinte. 
 
Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que 
o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o 
prazo desse ciclo.
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c) Patrimônio Líquido: Composto de: 
 
• Capital Social: descriminará o montante do Capital Subscrito e, por dedução, a parcela 
ainda não realizada. 
 
O Capital Subscrito é aquele que o sócio se comprometeu a aportar na companhia. Ele deve ser 
reduzido da parcela de capital ainda não aportada (não realizada) pelo sócio. 
 
• Reservas de Capital: Na reserva de Capital constará: 
 
o a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de 
emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital 
social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; e 
 
 
 
o o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. 
 
Também deve ser observado o ciclo operacional da empresa para classificação 
do passivo.
Ao subscrever ações acima do valor nominal ou ações sem valor nominal (em 
que exista valor que não seja totalmente destinado ao capital social) haverá 
aumento das reservas de capital. No primeiro caso será o valor acima do valor 
nominal da ação que irá para a reserva. No segundo caso, será o valor que não 
for destinado ao capital social.
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o Resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. 
 
• Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão aqui classificadas, enquanto não computadas 
no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos 
ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de 
Valores Mobiliários. Veremos mais sobre valor justo nas próximas aulas. 
 
• Reservas de Lucros: será composta pelas contas constituídas com a apropriação de lucros 
da companhia. 
 
• Ações em Tesouraria: são as ações da empresa que se encontram em poder da mesma. 
Serão destacadas como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar os recursos aplicados 
na sua aquisição. 
 
• Prejuízos acumulados: são os prejuízos acumulados pela empresa. Importante controle 
para fins de compensação, que é limitada a 30% no exercício seguinte e o restante podendo ser 
compensado após o fim do exercício seguinte. 
 
Em síntese, teríamos o seguinte: 
Partes beneficiárias e Bônus de subscrição são produtos são produtos 
financeiros de emissão da Companhia. O primeiro, se caracteriza por dar direito 
a parte dos lucros. O segundo, confere direito para subscrição de ações da 
companhia segundo os critérios previstos no seu certificado.
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4. ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTO 
 
4.1 ESCRITURAÇÃO 
 
Escrituração é a técnica encarregada do registro dos fatos contábeis ocorridos em uma entidade, 
visando o controle do patrimônio, a apuração dos resultados dos exercícios sociais e a prestação 
de informações aos diversos usuários da informação contábil, ou seja, a escrituração é a base dos 
relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da entidade com os 
interessados na informação contábil. 
 
A escrituração é a responsável pela função de registrar todos os fatos administrativos que alteram 
o patrimônio das entidades econômico administrativas, quer qualitativamente quanto 
quantitativamente. A escrituração é técnica e não deve ser confundida com a Contabilidade, que é 
ciência, e tampouco deve ser confundida com lançamento que é o ato de escriturar, efetuado pelo 
método das partidas dobradas. 
 
A propósito de escrituração, o art. 177 da Lei nº 6.404/76, estabelece que a escrituração da 
companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação 
comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo 
o regime de competência. 
 
ATIVO PASSIVOAAtivo CirculanteAtivo Não Circulante- Ativo realizável a longo prazo- Investimentos- Imobilizado- Intangível Passivo CirculantePassivo Não CirculantePatrimônio Líquido- Capital social- Reservas de capital- Ajuste de avaliação patrimonial- Reservas de lucros- Ações em tesouraria- Prejuízos acumulados
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A escrituração deverá ser executada em idioma e moeda corrente nacionais, em forma 
contábil, em ordem cronológica de dia, mês e ano, com ausência de espaços em branco, 
entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens, com base em documentos 
de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos 
contábeis. 
 
A escrituração em forma contábil deve conter, no mínimo: 
 
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; 
b) conta devedora; 
c) conta credora; 
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico 
padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio; 
e) valor do registro contábil; 
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo 
lançamento contábil. 
 
Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, desde que 
permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro 
Diário ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas. 
 
As entidades devem adotar certas formalidades na escrituração de fatos contábeis. Assim, ela deve 
manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, através de 
processo manual, mecanizado ou eletrônico. 
 
A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrativos e demonstrações 
contábeis são de atribuição e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade 
legalmente habilitado. 
 
4.2 LANÇAMENTO 
 
Lançamento é a prática da escrituração efetuado nos livros contábeis. A escrituração é posta 
em prática pelo ato do lançamento, segundo o método das partidas dobradas, para atender 
a função registro previsto no conceito da Ciência Contabilidade. Assim, temos uma hierarquia 
descendente de amplitude de conceitos, começando pela Contabilidade (ciência), em seguida a 
escrituração (técnica) e o lançamento/registro (método de escrituração “partidas dobradas”). 
 
Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em livros contábeis 
próprios como o Diário, Razão,etc. Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos 
escrituração. 
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O registro contábil deveconter o número de identificação do lançamento em ordem sequencial 
relacionado ao respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos 
que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 
 
A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a essência econômica da transação. 
 
O detalhamento dos registros contábeis é diretamente proporcional à complexidade das operações 
da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma 
autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão pré-
definido. 
 
4.2.1 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 
Em contabilidade, o termo partida, significa o registro de um fato ou de vários fatos patrimoniais 
em forma contábil, caracterizando-se a conta, o histórico, os valores e a data em que se verificou 
o fato. Desta forma, temos que o termo partida é sinônimo de lançamento, quer no LIVRO DIÁRIO, 
quer no LIVRO RAZÃO. 
 
O fundamento deste método consiste em movimentarem-se, sempre, pelo menos duas contas, 
ou seja, se efetuarmos um débito em uma ou mais contas, devemos efetuar um crédito, de valor 
equivalente, em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos débitos efetuados em um 
dado período seja igual à soma dos créditos efetuados no mesmo período. 
 
Escrituração é o registro dos fatos que alteram o patrimônio, que é feita 
através dos lançamentos.
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4.2.2 PROCEDIMENTOS (PASSOS) DO LANÇAMENTO 
 
1º Passo – Devemos identificar as contas envolvidas no fato; 
 
2º Passo – devemos identificar os grupos a que pertencem as contas envolvidas no fato contábil; 
 
3º Passo – devemos identificar o efeito sobre o saldo das contas envolvidas; 
 
4o Passo – devemos consultar o quadro-resumo do mecanismo de débito e crédito ou 
funcionamento das contas, de acordo com o método das partidas dobradas: 
 
 
 
4.3 LIVROS PRINCIPAIS DE ESCRITURAÇÃO 
 
a) LIVRO DIÁRIO 
 
a) não há débito sem o correspondente crédito;
b) a soma dos débitos será sempre igual a soma dos créditos;
c) a soma dos saldos devedores será igual a soma dos saldos credores; e 
d) as origens dos recursos (financiamentos) serão iguais às aplicações.
Contas de ativo, de despesa e 
retificadora do passivo
Débito Crédito
Aumento Diminuição
Contas de passivo, de PL, de 
receita e retificadora do ativo
Débito Crédito
Diminuição Aumento
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No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, clareza e 
referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que 
provoquem variações patrimoniais. 
 
Conforme o Código Civil, além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável (obrigatório) 
o Diário, que pode ser substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço 
patrimonial e do de resultado econômico. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, 
se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser registrados em órgão competente. 
Esse órgão competente é o registro civil de pessoas jurídicas, quando a entidade for sem fins 
lucrativos ou quando for sociedade simples. Nos demais casos, o órgão competente será a junta 
comercial. 
 
Portanto, podemos concluir que o livro Diário é obrigatório (exigido por lei), cronológico (ordem 
cronológica) e principal (devem ser lançadas todas as operações ocorridas). 
 
Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta 
dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do 
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados para registro 
individualizado e que sejam conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. 
 
Com base na escrituração contábil feita no livro Diário, é apurado o lucro líquido do período-base 
(lucro contábil). A partir do lucro líquido, por meio de ajustes de adições e exclusões presentes 
no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), obtém-se o lucro real, base de cálculo do 
Imposto de Renda das pessoas jurídicas tributadas por essa forma. Sendo assim, as empresas 
optantes pelo lucro real que apresentarem equívocos na escrituração do livro Diário ou até mesmos 
não o apresentem, quando demandados pelo fisco, se sujeitam à penalizações administrativas e 
arbitramento do lucro para fins de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre 
o Lucro. 
 
b) LIVRO RAZÃO 
 
É um livro sistemático onde se controla a movimentação de cada conta individualmente, 
sendo transcritos registros de débitos e créditos da conta no Diário. Com isso, fica clara a diferença 
entre os dois: o livro Diário possui todas as operações que aconteceram ao longo de um 
determinado período na entidade, já o livro Razão dá a visão analítica do que aconteceu em cada 
conta. O livro Razão é principal (devem ser lançadas todas as operações ocorridas), sistemático 
(registros em ordem sistemática, agrupando lançamentos de igual natureza) e, de forma 
secundária, cronológico (registros em ordem cronológica). 
 
O livro Razão é considerado livro facultativo pela legislação comercial, mas é obrigatório para 
as empresas tributadas com base no lucro real. A sua escrituração é individualizada em uma folha 
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ou ficha para cada conta (a exceção da escrituração por computador) e os lançamentos obedecem 
a ordem cronológica das operações. Ele não precisa ser registrado no órgão competente, contudo 
precisa da assinatura de um contabilista e termo de inicio e de encerramento. 
 
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as 
normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta 
ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais exigências e condições 
previstas na legislação. A não manutenção do livro de que trata este artigo, nas condições 
determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica. Estão dispensados de 
registro ou autenticação o Livro Razão ou fichas de que trata este artigo. 
 
 
 
c) LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS 
 
No livro de Registro de Duplicatas registram-se as vendas em prazos superiores a 30 dias. A 
pessoa jurídica que efetuar vendas através de duplicatas deverá, por exigência da Lei 5.474 de 
18/07/68, escriturar cronologicamente todas as duplicatas emitidas, com número de ordem, data 
e valor das faturas originais, data da expedição, nome e domicílio do comprador, anotações de 
reforma, prorrogação e outras circunstâncias. 
 
d) LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO 
 
Obrigatório para todas as empresas, destina-se ao registro de inventários de mercadorias, 
matérias-primas, material secundário, produtos acabados, produtos em processo de fabricação, 
embalagens, combustíveis e lubrificantes, material de expediente e etc. existentes em estoque no 
encerramento do período-base. 
 
e) LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL 
DÉBITOS CARACTERÍSTICAS
DIÁRIO
RAZÃO
OBRIGATÓRIO, CRONOLÓGICO, PRINCIPAL E DEVE SER 
AUTENTICADO NO ÒRGÃO COMPENTENTE
FACULTATIVO, SISTEMÁTICO, PRINCIPAL E DISPENSADO 
DE AUTENTICAÇÃO

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