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Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 2 Professor Fernando Eduardo Mesadri CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à segunda aula da disciplina “Psicologia e Comportamento Organizacional”. Nesse encontro, nosso foco será a área de Recursos Humanos dentro das organizações. Confira a seguir os temas que serão trabalhados: Definição de organização. Elementos das organizações. Definição de comportamento organizacional. Campos de estudo do comportamento organizacional. Políticas de Gestão de Pessoas. Aproveite esse momento de atualização e tenha bons estudos! Introdução A partir de agora, vamos contemplar assuntos que permitirão o entendimento do que é uma organização, procurando distingui-la da administração, pois ainda se confunde o ambiente organizacional com os processos que dele fazem parte. Vamos abordar também os elementos que se encontram inseridos nas organizações e como eles interagem, tornando o ambiente funcional ou não. Esse conhecimento será a base para o próximo assunto: o comportamento organizacional, estudado por meio da visão psicológica do comportamento e das ciências que fornecem as ferramentas para observá-lo, diagnosticá-lo e avaliá-lo. Poderemos, então, entender os três campos de estudo do comportamento organizacional: o micro, o meso e o macro- organizacional. Ao estudarmos o campo macro-organizacional, estaremos abordando poder e política, que permitirá a compreensão das políticas de Recursos Humanos, nosso último assunto. Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo introdutório! PROBLEMATIZAÇÃO Veja a seguir duas definições de comportamento organizacional, feita por autores diferentes: Ao tratar de Comportamento Organizacional John R. relata as mudanças das organizações, a importância de novas tecnologias e o desafio de gerenciar uma organização de um modo inovador e moderno. Zélia Frei Berger cita em suas definições de Comportamento Organizacional o desenvolvimento humano no ambiente de trabalho, a ética e os seus valores e a importância das atividades em grupo e de saber como se comportar diante de uma situação entre colaborador e organização. Agora que você leu as definições, trace um comparativo apontando os elementos que convergem e aqueles que divergem e justifique a sua resposta. E aí, como ficou a sua resposta da atividade? Vamos ver como a professora Neusa resolveu essa questão e comparar os resultados? Veja a seguir! Zélia Frei Berger, ao definir comportamento organizacional, possui uma visão humana da organização, abordando a necessidade de haver um desenvolvimento humano no ambiente de trabalho onde as atividades em grupo sejam putadas na ética e nos valores, tanto pessoais quanto organizacionais. O grande desafio está no comportamento do gestor e dos membros de uma equipe para lidar com as situações que se apresentam no cotidiano organizacional. Jonh R. nos fala da necessidade de ocorrerem mudanças nas organizações e a importância de se aplicar as novas tecnologias de forma inovadora e moderna, tendo uma visão mais técnica do comportamento organizacional. Tema 1 - Definição de Organização Vamos apresentar, nesse primeiro tema, a definição de “organização” e diferenciá-la da definição de “administração”, trazendo a visão de vários autores. O estudo se baseia no livro base dessa disciplina, intitulado “Comportamento Organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia” (PASETTO; MESADRI, 2011). Vamos lá? A seguir você tem uma linha do tempo, com a definição de alguns autores a respeito da organização e da administração. Bliss (1929): na década de 1920, Bliss (1929) estabelece que a organização não é apenas um sistema de partes orgânicas, de componentes e relações; mas também funcionalmente uma interação de forças, atividades e propósitos. Todos os seus usos corretos têm em comum o objetivo de estabelecer relações coerentes e efetivas das partes com o todo; de partes ou órgãos com ações especiais; e de todo o sistema com certas funções gerais ou especiais. Rubey (1931): Em uma outra ótica, Rubey (1931) afirma que a organização pode ser definida como o estabelecimento dos deveres dos indivíduos, estabelecidos por meio da linha através da qual a autoridade flui, a fim de que os objetivos da empresa possam ser realizados. Ela deve ser lógica, sistemática, científica e fixar a responsabilidade de modo definitivo, assegurando os melhores resultados dentro do orçamento disponível. Além disso, precisa ser pessoal, no sentido de levar em conta as aspirações humanas, as exigências e as necessidades dos indivíduos, de modo que seus melhores esforços sejam utilizados, suas vontades sejam atendidas e suas relações na empresa se tornem agradáveis. Mooney e Reiley (1939): para esses autores, organização é a forma de toda associação humana para a consecução de certo objetivo comum. No sentido formal, significa ordem, um procedimento sistemático. Organização, para os autores, é o esforço associado. Fayol (1950): esse autor diferencia as palavras “administração” e “organização”. Para ele, administração é um todo do qual a organização é uma das partes. A organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo para ele, portanto, estática e limitada. Mattos (1975): encontrou-se uma definição completa do termo “organização” em Mattos (1975). Para o autor: “organização é um conjunto de doutrinas, teorias, concepções, modelos, instrumentos e mecanismos; construído e constantemente enriquecido pelo estudo, pela experimentação, observação e pesquisa; produzindo hipóteses, princípios, padrões e leis; como base em processos, técnicas e métodos, mediante os quais os especialistas, com tanto maior êxito quanto maior for o seu conhecimento profissional e mais desenvolvido for o seu pendor, inclinação e vocação, poderá atuar sobre os elementos de toda a ordem e natureza constitutivos de qualquer empreendimento humano e coletivo, e levando-se em conta o seu relacionamento interno e externo; a fim de que essa instituição se estruture e funcione com eficiência e eficácia, em direção ao seu objetivo, ao mesmo tempo proporcionando realização pessoal e social às pessoas que dela fazem parte (MATTOS, 1975). Fischer (1980): a organização é definida por esse autor “como um lugar onde diferentes agentes contribuem com seus recursos para a produção de objetos e serviços. É, também, o lugar que cada indivíduo explora, adapta e habita, a fim de realizar seus próprios objetivos”. Schein (1982): segundo Schein (1982), a organização é a coordenação planejada das atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito de objetivo comum explícito, através da divisão de trabalho e função e de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade. Bleger (1984): de acordo com Bleger (1984), a organização é a instituição que coloca os problemas mais agudos em relação à elucidação de objetivos e à aceitação da tarefa profissional. Toda empresa tem como objetivo fundamental, de uma ou outra maneira, o incremento de sua produtividade. Kanaane (1999): Kanaane (1999) conclui que a organização é um sistema socialmente estabelecido pelo conjunto de valores expressos pelos indivíduos que dela fazem parte, sendo assimilados e transmitidos sucessivamente pelos membros (KANAANE, 1999, p. 37). Objetivos das Organizações Os objetivos são responsáveispelo funcionamento adequado da empresa como entidade econômica, mediante a produção de bens ou serviços, que visam atender às necessidades da sociedade, mais precisamente dos consumidores, e, ao mesmo tempo, às reivindicações dos trabalhadores. São divididos em: Operacionais: responsáveis pelo funcionamento adequado da empresa, mediante a produção de bens e serviços que vão gerar as condições econômicas. Sociais: visam atender às necessidades da sociedade, do consumidor e do próprio trabalhador da empresa. Tamanho das Organizações Pode-se classificar o tamanho das empresas de várias formas, segundo a definição de Cavalcanti (1981), deve-se levar em consideração o número de empregados, como você pode ver a seguir: Os problemas das pequenas e médias empresas são considerados uma das consequências da Revolução Industrial. Hoje, tais organizações continuam gerando sérias preocupações, sendo necessário apoiar a iniciativa privada da população por meio da oferta de meios e instrumentos de capacitação empresarial, transformando negócios nascentes em prósperos e duradouros. A importância das empresas pequenas e médias pode ser analisada sob dois aspectos: A importância das organizações cresce em face das necessidades de mudança para enfrentar a competição e a permanente e acelerada fase de evolução e renovação. O desenvolvimento organizacional, com criatividade e sensibilidade, constitui uma das abordagens atuais preconizadas pelos especialistas para enfrentar essa necessidade de mudança, como condição essencial à sobrevivência das empresas humanas. Para compreendermos o que se passa dentro das organizações e para termos a clareza do estudo e da aplicação das técnicas e instrumentos desenvolvidos pela ciência do comportamento organizacional, o nosso foco de visão não pode ser unidimensional. Precisamos entender a estrutura física e monetária, mas também é fundamental o entendimento das relações e inter-relações, ou seja, precisamos aprofundar nosso foco e partir para uma visão sistêmica. Cabe perguntar: o que é uma visão sistêmica? No link a seguir é possível ler um texto que trata desse conceito de forma clara e esquemática. Confira! https://aderivaldo23.wordpress.com/2014/11/01/o-limitarismo- a-visao-cartesiana-e-a-visao-sistemica-da-seguranca-publica/ A visão sistêmica desenvolve o pensamento sistêmico, o qual permite: Observar relações dinâmicas (redes de), em vez de buscar cadeias lineais de causas-efeitos; Deixar de analisar o processo de forma estática para considerá-lo dinâmico; Substituir a consideração unidimensional por análises multidisciplinares; Completar o tratamento analítico dos aspectos quantitativos, considerando a visão dos aspectos qualitativos; Substituir considerações deterministas, dedutivas e fechadas por considerações abertas apoiadas na criatividade, que possibilitam a inovação. Então fica fácil conhecer as organizações, já que basta aplicar as características de um pensamento sistêmico, certo? Seria muito fácil, se tudo fosse visível e linear, mas não é! A organização é formada por múltiplos componentes. Alguns deles são visíveis e outros não, como poderemos verificar no nosso próximo tema. Leia o artigo “A globalização e a evolução do comportamento organizacional”, clicando no botão a seguir! Ele complementa o que foi visto até aqui. http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2002_TR15_0798 .pdf Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar. Você já parou para pensar como cada geração atua na organização de uma forma diferente? Pense em como seus avós trabalhavam, como seus pais trabalham e como você vê o mercado de trabalho hoje. As prioridades são diferentes, porque a realidade do mercado muda também. No link a seguir é possível assistir a um interessante vídeo que trata desse assunto de forma muito ilustrativa e criativa, caracterizando como três gerações encaram o mercado de trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=F12DAS-ZNDY Em seguida, faça um quadro como este em seu caderno e complemente as informações! Essa atividade vai ajudar você a perceber os vários perfis que constroem uma organização. Tema 2 - Elementos das organizações Segundo Pasetto e Mesadri (2011), toda organização é constituída por três elementos básicos: Indivíduos: qualquer organização é composta por pessoas, esteja ela onde estiver. As pessoas serão tratadas aqui como indivíduos, pois trazem para dentro da organização a sua história, as suas vivências e seu conhecimento. São os indivíduos que, por meio de suas habilidades, competências e atitudes executam as tarefas que lhe são designadas e, dependendo de como interagem com seu grupo, têm-se resultados diferenciados. O indivíduo é, portanto, um elemento- chave para o cumprimento dos objetivos organizacionais. Precisamos entender como ele funciona individualmente e como se dá a sua interação com o grupo e a tarefa. Tarefas: uma cosia é certa: são as pessoas que executam as tarefas dentro de uma determinada organização. As tarefas são todas as atividades que requerem um conjunto de competências necessárias para o seu desenvolvimento, com maior ou menor grau de complexidade, podendo ser realizadas individualmente ou em grupo (chamadas setoriais); ou por toda a organização (chamadas organizacionais). Deste modo, as tarefas parecem ser o elemento mais concreto, simples e visível que se tem contato, porém na prática isso se torna quase que subjetivo, pois cada um entende e interpreta a sua realização conforme seu repertório, tanto no que diz respeito ao seu aspecto cognitivo quanto ao seu aspecto emocional. Grupos: dentro das organizações, os grupos são responsáveis pelo desenvolvimento coletivo das tarefas de uma maneira ordenada. Podemos dizer que um grupo já está formado quando duas pessoas estão interagindo para cumprimento de uma determinada demanda. Três aspectos dos grupos devem ser levados em consideração: a sua composição; a sua natureza e as características das tarefas que serão realizadas e como o grupo se organiza para executá-las, ou seja, como se dá o seu funcionamento. O importante na análise de uma organização não são esses elementos em si, mas o relacionamento que existe entre eles. De fato, em última análise, estamos interessados em como os indivíduos e grupos executam as tarefas e as consequências dessas no comportamento individual ou grupal, e não na simples existência desses elementos. A interação e a interdependência destes três elementos ainda não são o todo para o entendimento do funcionamento das organizações. Isso porque também precisamos atentar para alguns componentes que são visíveis e outros não visíveis. Percebam que estamos utilizando o termo não visível, e não o termo invisível, pois o componente está lá, apenas não conseguimos vê-lo. Para entendermos melhor, vamos utilizar uma figura trabalhada por Selffridge e Sokolik (2011): Organização visível Na organização visível estão os componentes facilmente identificados, que geralmente são provenientes da tarefa. São eles: Estrutura organizacional; Denominação e descrição de cargos; Rede de autoridade formal; Alcance do controle e dos níveis organizacionais; Objetivos organizacionais estratégicos; Políticas e procedimentos operacionais; Planejamento/sistema de informação; Políticas e procedimentos referentes ao pessoal; Unidades de mensuração referentesà produtividade física e monetária. Ou seja, são os componentes claramente observáveis. Geralmente racionais, provenientes de conhecimento e orientados para considerações atinentes às tarefas. Organização não visível Na organização não visível estão aqueles componentes que geralmente não conseguimos identificar com facilidade e somente serão observados por pessoas que têm os olhos preparados para ver. São eles: Padrões de poder crescente e de influência; Visão pessoal das competências organizacionais e individuais; Padrões de grupos interpessoais e de relações divisionais; Sentimentos e normas dos grupos de trabalho; Percepção da existência de relacionamentos de confiança de abertura e comportamentos relativos à aceitação de riscos; Percepção do papel individual e dos sistemas de valores; Sentimentos, emoções, necessidades e desejos; Unidade de medida para contabilização dos recursos humanos. Ou seja, são os componentes que não são geralmente visíveis. Além disso, são emocionalmente criados e orientados, tendo em vista o clima geral e o processo social, psicológico e comportamental da organização. Agora que você já conhece um pouco mais sobre os elementos que fazem parte das organizações, vamos a uma tarefa prática! A seguir é possível assistir a um vídeo que traz algumas orientações a respeito do comportamento dentro da organização. A partir dele, identifique e classifique os comportamentos que dizem respeito às tarefas, aos grupos e aos indivíduos. Aponte aqueles que são visíveis e não visíveis e trace um plano para tornar visíveis os que se encontram não visíveis e passíveis de serem administrados pela gestão. https://www.youtube.com/watch?v=o5R_rCgHNlo Aprofunde seu estudo! Leia o capítulo 2 do livro base dessa disciplina, intitulado “Comportamento Organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia”. Ele está disponível na Biblioteca Virtual! http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications Após conhecermos os componentes descritos e tomarmos conhecimento daqueles fatores que afetam o comportamento dos indivíduos e consequentemente os resultados da organização, precisamos entender o que significa o comportamento e quais são as ciências que nos ajudam a entendê-lo dentro das organizações. Esse será o tema do nosso próximo estudo! Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar! Tema 3 - Definição de comportamento organizacional O que é comportamento? Segundo pesquisa no site Conceito.de: “O comportamento é a maneira de se comportar (reagir, portar-se). Trata-se da forma de proceder das pessoas ou dos organismos perante os estímulos e em relação ao entorno”. Existem diversos modos de comportamento, que variam consoante as circunstâncias em questão. Baseado em: Conceito.de. Disponível em: <http://conceito.de/comportamento>. Acesso em: 15 set. 2015. Na ótica da Psicologia, o comportamento é tudo aquilo que faz um ser humano perante o meio em que vive. Cada interação de uma pessoa com o seu ambiente implica um comportamento. Quando esse comportamento apresenta padrões estáveis, pode- se falar de conduta. Dentro de uma visão psicológica, podemos afirmar que o comportamento é a ação do indivíduo observável por outra pessoa ou que pode ser medida pelo instrumento de um cientista (profissional que lança mão de ferramentas e instrumentos cientificamente elaborados e validados para dar visibilidade a componentes que estavam em uma condição não visível). Já vimos na primeira aula duas ciências, a Psicologia e a Psicologia Social. Agora veremos mais três, que são a Sociologia, a Antropologia e as Ciências Políticas. Sociologia A Sociologia estuda o sistema social nos quais os empregados desempenham seus papéis. As valiosas contribuições dos sociólogos influenciam o planejamento das equipes de trabalho, as dinâmicas de grupo, o poder, o conflito, a cultura organizacional, a comunicação, a estrutura, a tecnologia organizacional, entre outros. Os sociólogos têm auxiliado para o estudo do comportamento organizacional quando auxiliam o entendimento das relações dos empregados com seus companheiros de trabalho. Ciência Política As organizações são entidades políticas e, portanto, é necessário que se traga essa perspectiva política para entendê-la. Como a Ciência Política estuda os comportamentos dos sujeitos dentro de um ambiente político, entender o poder e como as pessoas o manipulam para satisfazer seus próprios interesses individuais é de suma importância para estudo do comportamento organizacional. Antropologia: A Antropologia tem contribuído para entender como os indivíduos lidam com valores, atitudes e comportamentos de diferentes países e diferentes empresas. Hoje, mais do que nunca, com a globalização, as fusões e as extensões, as empresas transnacionais se apresentam por diversos países do mundo. Os antropólogos têm contribuído para o entendimento dessas culturas, mostrando como preservar esses valores organizacionais com pessoas detentoras de culturas tão diferentes. Entendemos o que é comportamento, que precisaremos lançar mão de ferramentas validadas para levantá-lo dentro das organizações e que, para isso, é necessário conhecer as diversas ciências, as quais propiciaram os estudos científicos das ferramentas. Sabido disso, vamos entender o que é comportamento organizacional. Segundo Robbins (1997), trata-se do estudo sistemático das ações e atitudes das pessoas nas organizações. O mesmo autor estabelece três grandes objetivos para realizar o estudo do comportamento organizacional: Explicação: identificar o motivo dos comportamentos dos indivíduos ou grupos dentro da organização para dar uma explicação sobre o porquê deles. Previsão: como o próprio nome já diz, trata-se de prever ou identificar antecipadamente as consequências das ações políticas ou estratégias que se pretende levar a cabo. Intervenção: identificar quais as medidas mais eficazes para obter os comportamentos desejados. É preciso também falar sobre os objetivos que são aplicados ao estudo do comportamento organizacional. Confira-os a seguir: Melhorar a eficácia e a eficiência organizacional; Melhorar o bem-estar social, ou seja, melhorar o clima organizacional; Desenvolver as competências dos colaboradores; Trabalhar para o desenvolvimento da cultura da diversidade, ou seja, gerir a diversidade; Lidar com os efeitos da globalização e dar respostas eficazes a ela. Para interpretar, compreender e intervir no comportamento na e da organização, temos duas variáveis, desempenho e satisfação; e três níveis de análise: Acesse a Biblioteca Virtual e leia o livro “Comportamento Organizacional” de Stephen Robbins, 9. Edição, 2005. O capítulo 1 traz mais informações sobre os assuntos trabalhados nesse tema. http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications Assista no link a seguir a um vídeo sobre comportamento organizacional. Em seguida, faça uma análise de como as empresas no Brasil têm trabalhado essa temática. www.youtube.com/watch?v=MtXhVsvq1m4 Acesse o material on-line e confira a videoaula complementar! Tema 4 - Campos de estudo do comportamento organizacional Os campos de estudo do comportamento organizacional são três: micro-organizacional, meso-organizacional e o macro- organizacional. Vamos entendê-los primeiramente de forma global e depois partimos para o estudo específico de cada um. Micro-organizacional Ocupa-seem perceber como o homem se comporta enquanto trabalha sozinho. São questões abordadas nesse campo: 1. Qual é a importância das aptidões para o desenvolvimento das capacidades? 2. O que leva as pessoas gostarem do que fazem? 3. Por que alguns acham a tarefa desafiante e outros a veem como rotineira e insatisfatória? 4. As habilidades apropriadas asseguram que o indivíduo desempenhará satisfatoriamente uma tarefa? 5. Os traços de personalidade são determinantes para o sucesso de um indivíduo em um cargo? 6. A atitude do indivíduo pode interferir na eficiência de sua tarefa? 7. O pensamento é um determinante da tomada de decisão? 8. A forma de decisão pode ser um componente presente na cultura organizacional? Meso-organizacional Estuda o comportamento das pessoas que trabalham em equipes e em grupos. Esse campo procura responder as seguintes questões: 1. Qual é a melhor técnica ou ferramenta de sociabilização que incentiva os indivíduos a cooperarem entre si? 2. Como poderemos melhorar os índices de produtividade em um grupo de trabalho? 3. Como qualifico um grupo para que ele se torne uma equipe? 4. Quais ferramentas aplicar para combinação das aptidões dos membros de um grupo? 5. Existe um estilo de liderança que aplicado a determinado grupo eleva seu desempenho? 6. Como escolher o melhor estilo de liderança para determinado grupo? 7. Como trabalhar com as forças antagônicas de um grupo? 8. As pessoas têm os mesmos motivos para estarem presentes em um grupo? Macro-organizacional Este campo de estudo faz com que entendamos como as organizações distribuem o poder e a sua política e quais as consequências desta distribuição. Os pontos a serem respondidos são: De que forma o poder é adquirido e retido? Como os conflitos podem ser solucionados? Que mecanismos podem ser utilizados para coordenar atividades de trabalho? Por que existem diferentes formas de estrutura organizacional? O poder se reflete na política organizacional? Uma política pode ser ilegítima? Existe um tipo de poder melhor que o outro? A forma de lidar com o poder reflete a cultura organizacional? Comportamento micro-organizacional Na aula 1, falamos sobre o indivíduo e vimos as suas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual. Você está lembrado? Aqui, voltaremos a focar o indivíduo, pois o campo de estudo do comportamento micro-organizacional fala sobre a pessoa. Abordaremos alguns pontos que diferenciam o indivíduo no seu ambiente de trabalho e iniciaremos pelo pensamento, já que sabemos que é nele que a ação tem seu início. Acompanhe uma definição para esse termo: O pensamento compreende as atividades mentais, como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos. A partir dele é possível fazer algumas reflexões: Vejam o termo resolver problemas. Trata-se de algo importantíssimo para as organizações, sendo então fundamental para o estudo do comportamento organizacional. Vamos, então, nos ater neste aspecto do pensamento. Como os indivíduos resolvem os problemas? Basicamente, de forma intuitiva ou de forma racional, não é mesmo? Então podemos afirmar que a todo o momento o ser humano é chamado para optar entre uma ou outra possibilidade apresentada no dia a dia, independentemente do contexto no qual ele se encontra. Chamamos isso de processo de tomada de decisão. A palavra decisão é formada por de (que em latim significa parar, extrair, interromper), que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Em sentido literal, significa parar de cortar ou, num sentido mais trabalhado, deixar fluir. O Dicionário de Psicologia de Doron e Parot (1998) traz uma ampla definição do termo “decisão”: A decisão, que supõe a seleção de uma resposta particular entre várias respostas possíveis, resulta de um processo de integração de informações e de avaliações múltiplas. A teoria da decisão procura determinar o conjunto de escolhas possíveis e precisar os critérios de escolha, com base em métodos matemáticos ou probabilísticos, permite elaborar modelos simplificados das situações estudadas. Como se pode perceber, na sua dimensão básica, a decisão necessita de um decisor, um problema e de uma ação a ser tomada. Para Heller (1999), quem toma uma decisão assume a responsabilidade de fazer um julgamento e deve avaliar os riscos, mapear os problemas, gerar ideias e projetar cenários. Existem dois tipos de decisor: os mais intuitivos que chegam às conclusões por intuição e que utilizam mais da criatividade e da espontaneidade e os lógicos, que se baseiam no julgamento e na análise dos fatos. Pesquisas de estilos de decisão como a de Rowe e Bougarides (1992) identificaram quatro abordagens individuais diferentes para a tomada de decisão. O fundamento básico deste modelo é que as pessoas diferem em duas dimensões: Na maneira de pensar: algumas são lógicas e racionais e, portanto, processam informação em série e outras são intuitivas e criativas percebendo as coisas como um todo. Na tolerância à ambiguidade. A forma da tomada de decisão estratégica das organizações é um componente que determina a cultura organizacional, assunto a ser discutido na quarta aula. Por enquanto, podemos afirmar que este tema é extremamente importante para o estudo do comportamento organizacional, assim como as atitudes e as emoções. Comportamento Meso-organizacional O campo de estudo do comportamento meso-organizacional é muito importante e está presente no contexto das organizações, fazendo com que se diferenciem entre si e adquiram vantagem competitiva no cenário organizacional. Sobre isso, dois conceitos são importantes: liderança e as equipes de trabalho. Neste momento de nosso estudo, apenas conceituaremos, pois ao logo de nossas aulas, trabalharemos mais profundamente cada um deles. Liderança A liderança é um conceito trabalhado há muito tempo no ambiente das organizações e também no acadêmico. Os teóricos constataram que a liderança não possui em sua essência um caráter genético, ou seja, nenhum líder nasce pronto, ou seja, trata-se de uma capacidade que pode ser desenvolvida. O líder é aquele indivíduo que consegue influenciar as pessoas que estão sob sua supervisão para que atinjam os resultados esperados, acreditando que os objetivos não são do líder, mas sim dos componentes das equipes de trabalho. Grupos e equipes de trabalho Grupos e equipes dizem respeito a mesma coisa? No senso comum, as pessoas tendem a se referir aos “grupos” como sendo “equipes”, quando na realidade trata-se apenas de uma porção de pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Veja a seguir uma comparação básica entre os termos: Segundo Fela Moscovici (1999), um grupo se transforma em equipe quando: 1. Compreende seus objetivos e está engajado em alcançá- los, de forma compartilhada; 2. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas; 3. A confiança é grande, assumem-se riscos; 4. As habilidades complementares dos membros possibilitam alcançar resultados; 5. Os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção; 6. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados; 7. O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Comportamento Macro-organizacional Como já vimos, esse campo investiga como as organizações distribuem o poder e a sua política. Tenha algumas informações sobre esses termos: Poder:é considerado a capacidade que uma pessoa tem de influenciar o comportamento de outra, o que acaba gerando uma relação de dependência, já que quando alguém exerce influência sobre o outro é porque possui algo que este outro deseja ou necessita. Políticas: são o poder colocado em prática. Podemos afirmar que elas são fatos dentro das instituições, os quais não podem e não devem ser ignorados. Além disso, existe um porquê de elas existirem. Precisamos, então, entendê-las e aplicá-las de forma a evitar conflitos entre os indivíduos e a empresa e contribuir para o atingimento dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. A seguir é possível acessar algumas matérias interessantes: Fred Trajano, do Magazine Luiza, fala dos seus planos para o futuro: http://vocesa.uol.com.br/noticias/acervo/frederico-trajano-do- magazine-luiza-fala-dos-seus-planos.phtml#.VfhhlxFVhHw Profissão: agente multiplicadora: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/noticias/pessoas- que-trabalham-por-um-mundo-melhor Como o Google está combatendo o preconceito no trabalho: http://exame.abril.com.br/revista-voce- sa/edicoes/201/noticias/como-o-google-esta-combatendo-o- preconceito-no-trabalho Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar. Tema 4 - Políticas de Gestão de Pessoas Para iniciar, vamos conceituar as políticas de forma ampla e depois especificaremos cada uma, aplicando-as à área de Recursos Humanos ou de Gestão de Pessoas. Para tanto, vamos ver o que nos dizem os especialistas. Farrel e Petersen Farrel e Petersen apud Pasetto & Mesadri (2011) definem o comportamento político dentro das organizações como “aquelas atividades que não são exigidas como parte do papel formal de alguém na organização, mas que influenciam, ou tentam influenciar, a distribuição de vantagens e desvantagens dentro da organização”. Hardy e Clegg Hardy e Clegg apud Pasetto & Mesadri (2011) caracterizam as organizações como arenas dentro das quais a política a respeito do gênero aparece. Morgan (1986) Na abordagem metafórica de Morgan (1986), a organização pode ser vista como sistema de atividades políticas, um espaço de relações entre interesses, conflito e poder. A política de uma organização é deflagrada nos conflitos e jogos de poder que algumas vezes ocupam o centro das atuações, bem como nas incontáveis intrigas interpessoais que provocam desvios no fluxo da atividade organizacional. Como comportamento tipicamente territorial, a política ocorre quase sempre de um modo que é não visível a todos, exceto aos diretamente envolvidos. Como pudemos ver na fala dos autores Hardy e Clegg existem vários fatores que contribuem para o comportamento político das organizações. O poder político e os valores compartilhados e reforçados são a base da cultura organizacional. Trataremos da cultura organizacional em nossas aulas posteriores e ficará claro qual a correlação que existe entre as políticas e a cultura existente nas empresas. As políticas de Recursos Humanos ou de gestão de pessoas abrangem todos os subsistemas da área, como: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e Salários e Remuneração, Higiene, Medicina e Segurança do Trabalho, Administração de Pessoal e Avaliação de desempenho. Veja a seguir algumas informações importantes: Agregando pessoas Quem deve trabalhar na organização? Recrutamento de pessoal; Seleção de pessoal. Aplicando pessoas O que as pessoas deverão fazer? Orientação das pessoas; Modelagem de cargos; Avaliação do desempenho. Recompensando pessoas Como recompensar as pessoas? Recompensa e remuneração; Benefícios e serviços. Desenvolvendo pessoas Como desenvolver as pessoas? Treinamento e desenvolvimento; Programas de mudança; Programas de comunicação. Mantendo pessoas Como manter as pessoas no trabalho? Higiene, segurança e qualidade de vida; Relações com empregados. Monitorando pessoas Como saber o que fazem e o que são? Sistema de Informação Gerencial; Banco de dados. Podemos resumir as políticas de Recursos humanos em três pontos principais: 1. As políticas situam o código de valores éticos da organização que, através delas, governam suas relações com os empregados, acionistas, consumidores, fornecedores etc. 2. A partir das políticas, pode-se definir os procedimentos a serem implantados, que são cursos de ações predeterminados, visando orientar o desempenho das operações e atividades, tendo em vista os objetivos da organização. 3. Os procedimentos são uma espécie de plano permanente que serve para orientar as pessoas na empresa e visam dar consistência à execução das atividades, garantindo um tratamento equitativo para todos os participantes e uniforme para todas as situações. Vamos trazer um exemplo da política de RH do grupo Schindler, produtor global de elevadores, escadas e esteiras rolantes. Ele está disponível na íntegra no link a seguir: http://www.schindler.com/content/br/internet/pt/carreira/bem- vindo-a-atlas- schindler/_jcr_content/rightPar/downloadlist/downloadList/11_1 344433830354.download.asset.11_1344433830354/politica- recursos-humanos.pdf Vimos que as políticas são a base para a elaboração dos procedimentos, os quais são os planos permanentes de ação. Sendo assim, vamos exemplificar um procedimento de uma política de desenvolvimento de funcionários que faz parte do subsistema de treinamento e desenvolvimento. Acompanhe! I. Finalidade: Estabelecer critérios e procedimentos para a operacionalização de ações dirigidas ao desenvolvimento dos funcionários, contemplando treinamentos de integração, comportamentais e técnicos da Empresa X. II. Aplicação: A todas as unidades da empresa X. III. Definição de treinamento 1. Treinamento: É um processo educacional de curto e médio prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes, em função de objetivos definidos. Envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho (atitudes frente a aspectos da Empresa, da tarefa e do ambiente e desenvolvimento de habilidades). 2. Treinamento de integração: Contempla informações básicas sobre as Políticas de RH da Empresa, a Segurança do Trabalho e o Sistema da Qualidade, sendo realizado na admissão do novo funcionário, e nos casos de mudança de função (seleção interna e/ou transferência), seja por admissão ou seleção interna. 3. Treinamento operacional/técnico: Contempla instruções e procedimentos específicos de uma tarefa a ser desenvolvida pelo funcionário, preparado e programado de forma que faça parte integrante do trabalho diário. Contempla também o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos diretamente relacionados com o desempenho do cargo atual ou de possíveis ocupações futuras. É comumente orientado diretamente para o trabalho. 4. Treinamento comportamental: Contempla o desenvolvimento ou modificação de atitudes, geralmente mudanças de atitudes negativas para atitudes mais positivas entre os funcionários, aumento de motivação e desenvolvimento da sensibilidade do quadro de chefias quanto aos sentimentos e às reações das outras pessoas. IV. Formas de treinamento 1. Interno: Realizado dentro das dependências da empresa, com utilizaçãode recursos materiais e humanos disponibilizados exclusivamente pela Empresa X. 2. Externo: Realizado fora ou dentro da empresa, porém com recursos materiais e humanos disponibilizado pela empresa contratada. V. Necessidade de treinamento: A necessidade de treinamento deve estar baseada em informações empíricas, adquiridas através de observações, avaliações de desempenho/comportamento e acompanhamento diário do trabalho dos funcionários, bem como através da satisfação dos clientes internos e externos, satisfação esta percebida pela rotina diária e pelas entrevistas de desligamento. 1. Treinamento de integração - Quando precisa ser realizado É realizado no RH com o novo funcionário, com o objetivo de informá-lo (de forma geral) sobre a Empresa X, normas, políticas, procedimentos, entrega de uniformes, crachá etc. Após aprovação no processo seletivo, todo novo funcionário obrigatoriamente deverá passar pelo Treinamento de Integração antes de iniciar suas atividades na Empresa X. A administração logística do treinamento de integração é de responsabilidade do RH ou seja, planejar e informar os instrutores sobre data, local e número de participantes. A presença dos participantes deverá ser registrada em formulário próprio (Lista de Presença). 2. Treinamento operacional\técnico – Quando precisa ser realizado O treinamento operacional é realizado no próprio local de trabalho do novo funcionário ou aquele que, por promoção, assumiu novas funções. O treinamento técnico será realizado no Centro de Treinamento da Empresa X. 3. Treinamento comportamental - Quando precisa ser realizado É realizado no Centro de Treinamento da Empresa X e tem como objetivo abordar competências comportamentais como comunicação, relacionamento interpessoal, postura profissional, cooperação e desenvolvimento de equipes. O treinamento comportamental será diferenciado conforme o nível hierárquico do funcionário. No treinamento gerencial, o foco será desenvolver competências para gerentes e subgerentes com relação aos seguintes temas: políticas de recursos humanos (recrutamento e seleção, acompanhamento, avaliação de desempenho, remuneração e aconselhamento); multiplicadores de treinamento (técnicas de aprendizagem, treinamento no posto de trabalho, comunicação e técnicas de ensino); autoestima, assertividade e feedback; o líder e o perfil de liderança mais adequado ao grupo (a liderança situacional); gestão de conflito (componentes e administração do conflito e o papel do mediador). VI. Procedimentos Os responsáveis por identificar a necessidade deste tipo de treinamento são os gestores de todos os níveis. O RH terá a responsabilidade de elaborar e disponibilizar, mensalmente, um cronograma dos treinamentos que serão realizados. Ciente das datas de treinamento daquele mês, cabe ao gestor, contatar o RH e fazer a inscrição de seus funcionários no treinamento em questão. No caso do não comparecimento do funcionário ao treinamento por motivos injustificados (atraso, excesso de trabalho, esquecimento etc.) o gestor da área será informado para tomar as decisões cabíveis. No caso de faltas justificadas, o faltante deverá informar sua chefia imediata que repassará a informação para o RH. Assim, terá o direito de participar do próximo treinamento. As solicitações de reciclagem devem partir dos gestores, que devem realizar inscrição conforme procedimento acima. O treinando que tiver menos que 75% de frequência estará automaticamente excluído do programa. O treinando que concluir carga horária igual ou superior a 75% terá direito a um certificado de participação emitido pela Consultoria. A Consultoria fica responsável pela preparação e aprovação do material didático. No caso de apostilas referentes aos procedimentos internos da Empresa X, é de responsabilidade da mesma encaminhar o material a ser usado no treinamento. 4. Avaliação de treinamento 1. De reação: deve ser aplicada pelo instrutor no final de qualquer treinamento realizado. Assim que os dados forem computados, serão encaminhados ao RH. 2. De eficácia: verificação após um período mais longo, a fim de medir a capacidade e as habilidade dos treinandos em tarefas específicas que foram desenvolvidas. Deve ser realizada pelo gerente, o qual define a periodicidade em conjunto com o RH, conforme as habilidades que foram desenvolvidas no referido treinamento. A solicitação de reciclagem de treinamento pode ser advinda da análise de sua eficácia. Quando isso acontecer, os responsáveis devem comunicar ao RH. VII. Responsabilidades: Todos os gestores da empresa X serão responsáveis pela observância e cumprimento desta instrução. É incumbência do RH dar orientações necessárias para o cumprimento desta instrução. VIII. Vigência: Esta instrução entrará em vigor a partir de XXXX. Vamos ampliar nossos conhecimentos sobre “Políticas de Recursos Humanos” fazendo a leitura do artigo que se encontra na Revista de Administração e Ciências Contábeis do IDEAU. Acesse-o no link a seguir: http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/ 113_1.pdf Depois de termos visto o modelo de uma política de RH e de um procedimento específico de uma política de RH, agora vamos ampliar nosso conhecimento realizando a leitura da política de RH da Nestlé. Tenha acesso a ela clicando no botão a seguir! https://empresa.nestle.pt/conhecaanestle/documents/politica% 20de%20recursos%20humanos%20da%20nestle.pdf Acesse o material online e confira um vídeo complementar! NA PRÁTICA Para aprofundarmos o conhecimento, vamos elaborar um procedimento que deverá ser baseado no modelo apresentado na aula e intitulado: Procedimento para Treinamento de Integração Comportamental e Técnica da empresa X. Sua tarefa é elaborar um procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração, contemplando alguns tópicos: I. Finalidade; II. Aplicação; III. Termos aplicados à remuneração, aos cargos e aos salários; IV. Objetivos e descrição das etapas que compõem a política de remuneração; V. Cargos (nomenclatura, criação, extinção ou alteração de cargos); VI. Desenho da estrutura salarial (tabela salarial); VII. Benefícios; VIII. Responsabilidades; IX. Vigência. E aí, como ficou seu procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração? A professora Neusa desenvolveu essa mesma atividade! Confira o resultado a seguir: Procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração I. Finalidade: estabelecer critérios e procedimentos para a administração da remuneração. II. Aplicação: para todas as unidades da organização e seus respectivos departamentos. III. Termos aplicados à remuneração, aos cargos e aos salários: Tarefa: conjunto de elementos que requer o esforço humano para determinado fim. Função: agregado de deveres, tarefas e responsabilidades que requerem o serviço de um indivíduo. Cargo: grupo de funções idênticas na maioria ou em todos os aspectos mais importantes das tarefas que as compõem. Salário: valor contratado por tipo de cargo e pago mensalmente em folha de pagamento, sobre os quais incidem todos os encargos sociais legais correspondentes. Descrição de cargo (DC): registro de identificação das atividades inerentes ao cargo, experiência, conhecimentos, habilidades e características comportamentais necessárias ao desempenho satisfatório da função. Estrutura salarial: conjunto de instrumentos gerenciais para administrara remuneração dos funcionários, formado por manual de descrição de cargos e classificação e faixas de cargos (tabela salarial). Tabela salarial: conjunto formado por diversas faixas salariais, agrupando cargos com avaliações próximas, contemplando no interior de sua estrutura valores salariais calculados para atender a política salarial da empresa. Benefícios: conjunto de programas oferecidos pela empresa com a participação mínima dos funcionários, a fim de acompanhar a realidade do mercado local e proporcionar melhores condições de qualidade de vida. Manual de descrição de cargos: compilação de todas as descrições de cargos da empresa, divididas por áreas, conforme a estrutura existente em cada unidade. IV. Objetivos e descrição das etapas que compõem a política de remuneração: Prever, qualitativa e quantitativamente, o dimensionamento do quadro de colaboradores; Definir objetivos e atribuições inerentes a cada cargo (razão de existir); Definir pré-requisitos de ocupação e especificações dos cargos; Formular, desenvolver e estabelecer uma estrutura salarial adequada às necessidades da instituição face ao seu segmento de atuação; Oferecer oportunidades de remuneração capazes de gerar continua estimulação nos colaboradores e elevar padrões de motivação e resultados. Etapas: Descrição de cargos: é um processo que consiste em determinar, pela observação e pelo estudo, os fatos ou elementos que compõem a natureza de um cargo e o torna distinto dos outros existentes na organização (OLIVEIRA, 2008, p. 4). Avaliação e classificação de cargos: segundo Chiavenato (2003, p. 44), o ponto de partida para qualquer esquema de avaliação de cargos é obter informação a respeito dos cargos através da análise de cargos, para se tomar as decisões comparativas sobre eles. Para tanto, a avaliação de cargos deve fundamentar-se nas informações prestadas pela análise dos cargos. Pesquisa salarial: deve ser realizada periodicamente com as empresas do mesmo segmento e do mercado local para avaliação, estudo e validação da tabela praticada pela empresa, propiciando assim oportunidade de correção de possíveis distorções. Estruturação salarial: conjunto de instrumentos gerenciais para administrar a remuneração dos colaboradores, formado por manual de descrição de cargos e classificação e faixas de cargos (tabela salarial). V. Cargos (nomenclatura, criação, extinção ou alteração de cargos): a criação, extinção ou alteração de cargos é de competência da área de recursos humanos, sendo a aprovação responsabilidade da diretoria da empresa. VI. Desenho da estrutura salarial (tabela salarial): deverá conter número de classes, faixas salariais, que é a amplitude do mínimo até o máximo salário a ser pago e define a trajetória horizontal de cada cargo. Deverá ter o salário no período de experiência reajustamento geral, enquadramento e promoção. VII. Benefícios: devem ter a participação mínima do colaborador conforme acordo coletivo. VIII. Responsabilidade: área de Recursos Humanos e de todos os gestores da organização. IX. Vigência: a partir da publicação da política pela área de Recursos Humanos e da assinatura da Diretoria SÍNTESE Nessa aula, procuramos aprofundar o conhecimento a respeito das organizações, na busca de entendê-las como um todo, por meio de conceitos diferenciados e complementares, analisando desde seus objetivos e seu tamanho até as relações que se estabelecem. O estudo foi dirigido a partir de uma visão sistêmica. Ao estudarmos os elementos que fazem parte das organizações, vimos que alguns componentes são visíveis e outros não. Conceituamos os comportamentos e diferenciamos os diversos modos de se comportar nos contextos. Além disso, conhecemos as ciências que emprestaram seus conceitos e instrumentos para a ciência do comportamento organizacional e os objetivos para realizar seu estudo. Conhecemos também as variáveis e os níveis da análise do comportamento organizacional. Ficou claro para você que as políticas de Recursos Humanos se encontram no nível organizacional? O estudo desse tema permitiu o entendimento dos três campos de estudo do comportamento organizacional: o micro, o meso e o macro organizacional. Não finalize seus estudos sem assistir ao vídeo de síntese que está no material on-line! Referências DORON, R.; PAROT, F. (Orgs.) Psicologia Clínica. Dicionário de Psicologia. Vol. I. São Paulo: Ática, 1998. FISCHER, Gustave N. Espace indutriel et liberté. Paris: PUF, 1980. PASETTO, Neusa Vítola; MESADRI, Fernando Eduardo. Comportamento organizacional: integrando conceitos da Administração e da Psicologia. Editora IBPEX, 2011. PERSICO, Neide; BAGATINI, Sonia Beatriz. Comportamento humano nas organizações. Curitiba: Intersaberes, 2012. (Série Administração e Negócios). ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
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