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Tecnologia BIM na arquitetura

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
MMÔÔNNIICCAA MMEENNDDOONNÇÇAA MMAARRIIAA 
 
 
 
TTEECCNNOOLLOOGGIIAA BBIIMM NNAA AARRQQUUIITTEETTUURRAA.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, SP 
 2008 
 
 
 
 
 
 
 
Livros Grátis 
 
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Milhares de livros grátis para download. 
 
 2 
 
 
 
MMÔÔNNIICCAA MMEENNDDOONNÇÇAA MMAARRIIAA 
 
 
 
 
 
 
TTEECCNNOOLLOOGGIIAA BBIIMM NNAA AARRQQUUIITTEETTUURRAA.. 
 
 
 
 
 
 
 
DDiisssseerrttaaççããoo ddee MMeessttrraaddoo aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee 
PPóóss--GGrraadduuaaççããoo eemm AArrqquuiitteettuurraa ee UUrrbbaanniissmmoo ccoommoo ppaarrttee 
ddooss rreeqquuiissiittooss ppaarraa aa oobbtteennççããoo ddoo ttííttuulloo ddee MMeessttrree.. 
 
Orientador: Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone 
 
 
 
SÃO PAULO, SP 
2008
 3 
 
MMÔÔNNIICCAA MMEENNDDOONNÇÇAA MMAARRIIAA 
 
 
TECNOLOGIA BIM NA ARQUITETURA. 
 
 
 
DDiisssseerrttaaççããoo ddee MMeessttrraaddoo aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee 
PPóóss--GGrraadduuaaççããoo eemm AArrqquuiitteettuurraa ee UUrrbbaanniissmmoo ccoommoo ppaarrttee 
ddooss rreeqquuiissiittooss ppaarraa aa oobbtteennççããoo ddoo ttííttuulloo ddee MMeessttrree.. 
 
Aprovado em: 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
___________________________________________ 
Prof. Dr. Helena Ayoub Silva 
Universidade Presbiteriana Mackenzie 
 
 
 
___________________________________________ 
Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone 
Universidade Presbiteriana Mackenzie 
 
 
 
___________________________________________ 
Prof. Dr. Wilson Flório 
Universidade Presbiteriana Mackenzie 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu marido, Carlos, pelo apoio incondicional; 
À minha filha, Ana Carolina, amiga e parceira; 
Aos meus Pais, Tanya e Baptista. 
 5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus pela força, inspiração e oportunidade de ter feito esse curso. 
Ao Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone por ter sido meu orientador, paciente e amigo. 
Aos Prof. Dr. Wilson Flório e Profª Drª Helena Ayoub Silva , pelos comentários e sugestões no exame de qualificação. 
Às Prof as Dr as Angélica Aparecida T. Benatti Alvim e Eunice Helena S. Abascal por terem me escolhido, como aluna na 
entrevista de seleção. 
A todos os professores da Pós-graduação que abrilhantaram o curso com seus conhecimentos e em especial à: 
Profª Drª Maria Izabel Villac, Profa Dra Gilda Collet Bruna, Profa Dra Maria Augusta J. Pisani, Profa Dra Ruth Verde Zein, Prof. Dr. 
Abilio Guerra, Profa Dra Ana Gabriela Godinho Lima, Prof. Dr. Carlos Egidio Alonso, Prof. Dr. Carlos Guilherme S. S. da Mota, 
Prof. Dr. Cândido Malta Campos Neto, Prof. Dr. Ladislao Pedro Szabo (in memorian), Prof. Dr. José Geraldo Simões Jr e Profa 
Dra Nadia Someck. 
A todos os funcionários da Pós-graduação pelo apoio e incentivo e em especial à Fernanda Morais pelo carinho que sempre nos 
dispensou. 
Ao Prof. Dr. Eduardo Toledo Santos da Escola Politécnica da USP pelas informações e sugestões. 
 6 
 
Resumo 
Este trabalho objetiva apresentar a tecnologia contida no BIM e suas implicações no processo de projeto da arquitetura e 
engenharia civil. A partir de 1960, as indústrias, aeronáutica e automotiva, já haviam revolucionado a forma de projetar com o 
CAD, e de fabricar com as linhas de montagem. Na Arquitetura, Engenharia e Construção, o CAD está evoluindo para o BIM 
(Building Information Modeling), uma forma de projetar, construir e gerenciar, da concepção ao habite-se, aplicável a todo o 
ciclo de vida da edificação. Dessa forma houve não só uma redução no tempo de projeto e construção, mas também em custos 
e impactos ambientais previstos em normas internacionais incorporadas ao BIM. 
 
Palavras chave: CAE/CAD/CAM, BIM, IT, Projeto Colaborativo, LEED, IFC, IFD, IDM/MVD, Revit. 
 
Abstract 
This dissertation presents the technology within BIM and its implication in the architectural and engineering design process. 
Since the 60‟s, aerospace and automotive industries have already revolutionized the way of project with the CAD, and 
manufacture with the assembly lines. In AEC, the CAD became BIM, a new way of project, build and manage, from conception till 
life cycle building. This brought a project and construction time reduction, cost and environmental impacts decrease foreseen in 
LEED and merged in BIM. 
 
Keywords: CAE/CAD/CAM, BIM, IT, Collaborative Project, LEED, IFC, IFD, IDM/MVD, Revit. 
 7 
 
SUMÁRIO 
Lista de figuras e quadros 
 
1. Introdução 
1.1. Objetivo 
1.2. Justificativa 
 
2. O CAE/CAD/CAM 
 
3. BIM 
3.1. Histórico 
3.2. Metodologia 
3.3. CAD x BIM 
3.4. Impacto do BIM no design 
3.5. Aplicações do BIM 
3.6. Projeto colaborativo digital 
3.7. Benefícios do BIM 
3.8. Softwares BIM 
 
4. BIM / TI 
 
 8 
 
5. Conclusão 
 
6. Glossário 
 
7. Referências Bibliográficas 
 
Apêndices 
 9 
 
Lista de Figuras 
Figura 1.1 Santos Dumont e o 14-bis - Acesso em 10/11/2008, disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont_14-bis 
Figura 1.2 Automóvel de Benz - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.loc.gov/rr/scitech/mysteries/auto.html 
Figura 1.3 Ford modelo T 1914 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: thehenryford.org/exhibits/showroom/1908/model.t.html 
Figura 1.4 ENIAC – Numerical Integrator and Computer 1946 - Acesso em 03/11/2008, disponível em: www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/mauchly/jwmintro.html 
Figura 1.5 Prof. John W. Mauchly - Acesso em 03/11/2008, disponível em: www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/ma Figura 1.6 
Figura 1.6 Insígnia da missão - Acesso em 10/11/2008, disponível em:history.nasa.gov/ap11ann/kippsphotos/apollo.html 
Figura 1.7 Aldrin descendo do Módulo Lunar - Acesso em 10/11/2008, disponível em:history.nasa.gov/ap11ann/kippsphotos/apollo.html 
Figura 2.1 Estação CATIA - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu 
Figura 2.2 Estação CALMA - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu 
Figura 2.3 Estação Computervision - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu 
Figura 2.4 Estação Apollo - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu 
Figura 2.5 Estação Computervision Cadds – Acesso em 03/11/2008, disponível em: 
Figura 2.6 Estação de trabalho Interpro da Intergraph-Acesso em 03/11/2008,disponível em:design.osu.edu/carlson/history/images/small/ipro32c.jpg 
Figura 2.7 IBM 370 Mainframe – anos 70-80 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.computersciencelab.com 
Figura 2.8 IBM PC – final dos anos 80 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.computersciencelab.com 
Figura 2.9 Macintosh 128 – Apple 1984 - Acesso em 8/12/2008, disponível em: http://lowendmac.com/compact/art/mac128k.jpg 
Figura 3.1 Rogers Stirk Harbour Partners- Leadenhall Building 1º prêmio em BIM for Architecture category, Cityscape/British Land. AEC Web Magazine Julho 2007 
Figura 3.2 BIM – Projeto Colaborativo 
Figura 3.3 AutoCAD 2008 – Projeto 2D 
Figura 3.4 AutoCAD 2008 – Projeto 3D 
Figura 3.5 Revit Architecture 2009 
Figura 3.6 Revit Architecture 2009 - Famílias 
Figura 3.7 Revit Architecture 2009 – Projeto Arquitetônico 
Figura 3.8 Revit Architecture 2009 - Documentação 
Figura 3.9 Material Desetec - Acesso em 1/12/2008, disponível em http://www.trident.com.br/index.html 
Figura 3.10 Estação de trabalho HP Acesso em 2/12/2008, disponível em: http://www.hp.com/latam/br/pyme/productos/desktops_workstations/autodesk.html 
Figura 3.11 Plotter HP - Acesso em 2/12/2008, disponívelem: http://www.hp.com/latam/catalogo/img/c00743850.jpg 
Figura 3.12 Edifício Vitality comercializado pela Lopes.Acesso em 2/12/2008, disponível em; http://www.lopes.com.br Ed. Vitality 
Figura 3.13 Realidade virtual. Acesso em 2/12/2008, disponível em:http://www.barco.com/VirtualReality/en/stereoscopic/passive.asp 
Figura 3.14 Metrô Vila Sônia, ensaios de estanqueidade da caixilharia. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia84.asp 
Figura 3.15 Modelo de canteiro de obras feito no SketchUp Google armazém 3D. 
Figura 3.16 Acesso em 3/12/2008, disponível em:HTTP://www.veja.abril.com.br 
Figura 3.17 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp 
Figura 3.18 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp 
 10 
 
Figura 3.19 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp 
Figura 3.20 Operação e Manutenção de Edifícios. Acesso em 8/12/2008, disponível em: http://gw3-al.com.br 
Figura 4.1 Fornecedores parceiros da Embraer 
Figura 4.2 O projeto do 170 da Embraer 
Figura 4.3 Portal dos parceiros da Embraer 
 
 
Lista de Quadros 
 
Quadro 1 BIM multi-disciplinas no projeto colaborativo.Autodesk e associados. 
Quadro 2 Fatores que influenciam informações no banco de dados da Edificação. 
Quadro 3 Influências x custos 
Quadro 4 Interoperabilidade – mensagem 
Quadro 5 Item IFC 
Quadro 6 Utilização de Soluções BIM 
Quadro 7 Projeto estrutural 
Quadro 8 ER e MVD. 
Quadro 9 ER mapeados no MVD. 
Quadro 10 Troca de informações via WEB 
Quadro 11 Servidor IFC via WEB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
 
O início do século XX conta com um grande avanço tecnológico: o avião. O sonho de 
ver a terra dos céus fora realizado pelas mãos de Humberto Santos Dumont, um 
brasileiro, que aos olhos de muitos, decolou por seus próprios meios, sem 
lançadores, no dia 23 de outubro de 1906, no campo de Bagatelle, França. Percorreu 
60 metros em 7 segundos a 2 metros de altitude. Em 12 de novembro, bateu o 
recorde de velocidade da época 36,84km/h voando 220m em 21,5 segundos. 
 
No que se refere ao automóvel, é um fato bastante controverso. O início pode ser 
constatado pela obra de Leonardo da Vinci cujos desenhos e modelos datam do 
século XV. Houve modelos a vapor, Nicolas-Joseph Cugnot (1769) na França e 
elétrico (1832-39) por Robert Anderson, na Escócia, porém, o motor à combustão 
movido a gasolina surge entre 1885 e 1986, na Alemanha, por Karl Friedrich Benz. 
 
No início do século XX, Henry Ford, um americano fundador da Ford Motor Company, 
popularizou o automóvel por meio de técnicas produtivas adotadas doravante na 
indústria. As linhas de montagem para produção em massa revolucionaram o 
transporte e a indústria. O “Fordismo”, a ele creditado, era a produção em massa de 
uma grande quantidade de automóveis de baixo custo, por meio de linhas de 
montagem e altos salários. 
Figura 1.1 
Santos Dumont e o 14-bis 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: 
pt.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont_14-bis 
Figura 1.2 
Automóvel de Benz 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: 
www.loc.gov/rr/scitech/mysteries/auto.html 
 12 
 
 
Com Ford, muitos conceitos de produção foram implantados e sobrevivem até hoje. A 
padronização, intercambiabilidade de partes e peças e a linha de montagem, onde o 
trabalhador fica em uma estação fixa, monta ou adiciona peça ao automóvel que se 
desloca pela linha de montagem. Com isso, uma linha de fluxo abastece a estação de 
montagem, e a cada estação o carro vai sendo montado, com precisão e eficiência. 
Isso revolucionou a indústria barateando os custos de produção em larga escala, 
maximizando a qualidade e minimizando a ocorrência de erros ou defeitos. 
Disponível em: <http://www.thehenryford.org>. Acesso em 10 de novembro de 2008 
 
Em meados do século XX, outro invento aparece: o primeiro computador de larga 
escala e propósito geral, ENIAC – Electronic Numerical Integrator and Computer. 
Construído na Escola de Engenharia Elétrica da Universidade da Pensilvânia, sua 
origem é datada entre 1942-46, mas tratava-se de um projeto militar secreto, 
conhecido como Projeto PX, desenvolvido durante a segunda guerra mundial. 
 
O ENIAC é de suma importância histórica porque a partir dele se fundamenta toda 
indústria da computação moderna, demonstrando ser possível computação digital de 
alta velocidade, e com tecnologia a válvula (tubo de vácuo) disponível na época. 
 
Para que um alvo fosse atingido com precisão, mísseis em teste necessitavam de 
tabelas cujos fatores determinantes se modificavam a todo o momento, tais como o 
Figura 1.3 
Ford modelo T 1914 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: 
thehenryford.org/exhibits/showroom/1908/model.t.
html 
 13 
 
tamanho, a inclinação do canhão, a velocidade e direção do vento, pressão 
atmosférica, temperatura, umidade, tipo de lançador e projétil. Todo o cálculo das 
tabelas era feito a mão, levando horas e muitas vezes nesse intervalo esses fatores 
se modificavam totalmente. Era necessário criar um dispositivo que calculasse com 
rapidez, com resposta instantânea. 
 
A máquina projetada, pelos Drs. John Eckert e John Mauchly era monstruosa. 
Quando ficou pronta ocupava uma área imensa, pesava 30 Ton e consumia 200KW 
de potência, alem de ter sido construído com 19.000 válvulas, 1.500 relés e centenas 
de milhares de resistores, capacitores e indutores. Ao todo eram 42 painéis de 2,70m 
de altura, 0,60m largura e 0,30 de profundidade organizados em forma de “U”. Era 
programada por conexões via cabo com um painel de controle dotado de 3.000 
interruptores de funções, mas o objetivo havia sido alcançado. Um cálculo balístico 
feito com uma calculadora de mão levava 20 horas, com o analisador diferencial de 
Bush, precursor do ENIAC, levava 15 min. O ENIAC podia fazê-lo em 30 seg. 
 
 Disponível em: <http://www.arl.mil>; 
<ftp.arl.mil/~mike/comphist/61ordnance/chap2.html>; 
<ftp.arl.army.mil/~mike/comphist/eniac-story.html>. Acesso em 03 Nov. 2008. 
Fonte: WEIK,Martin H. 1961, Ordnance Ballistic Research Laboratories, Aberdeen Proving Ground, MD 
KIERAN, Stephen; TIMBERLAKE, James. 2004 - Refabricating Architecture, McGraw-hill, NY 
Figura 1.4 
ENIAC – Electronic Numerical Integrator and Computer 
1946 
 
Figura 1.5 
Prof. John W. Mauchly, ca. 
 
Acesso em 03/11/2008, disponível em: 
www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/mauchly/jwmintro.html 
 
 14 
 
Os computadores evoluíram muito e em pouco tempo, após a criação do ENIAC. A 
descoberta do silício e sua introdução na fabricação de processadores, não só 
aumentou a capacidade de processamento, mas também sua memória e capacidade 
de armazenamento de dados, tornando-os cada vez menores e milhões de vezes 
mais potentes. 
 
Nos anos 60, a corrida espacial foi o novo objetivo tecnológico a ser conquistado. Iuri 
Alieksieievitch Gagarin (1934-1968) foi o primeiro homem a viajar pelo espaço em 12 
de abril de 1961 a bordo da Vostok I, e o primeiro a ver que “A Terra é azul”, citação 
histórica. Mas a humanidade está sempre à procura de novos desafios, o homem 
agora queria pisar na Lua. 
 
John F. Kennedy, 35º presidente Americano, em 12 de Setembro de 1962, proferiu a 
célebre citação “We choose to go to the Moon” (nós escolhemos ir para a lua), cujo 
poder verbal e comunicação oral, inspirou, motivou e persuadiu a corrida espacial. 
Somente em 20 de julho de 1969, o módulo lunar da missão Apolo 11, tripulada por 
Neil Armstrong seu comandante,Edwin „Buzz‟ Aldrin e Michael Collins, pousou na 
Lua. 
 
A corrida espacial alavancou o desenvolvimento de novos materiais, da energia 
fotovoltaica (energia obtida da luz solar por meio de placas de silício), a 
miniaturização do computador e o desenvolvimento da comunicação e da informática. 
Figura 1.6 
Insígnia da missão 
 
Figura 1.7 
Aldrin descendo do Módulo Lunar 
 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: 
history.nasa.gov/ap11ann/kippsphotos/apollo.html 
 15 
 
Acesso em 10/11/2008 e disponível em: 
http://www.famousquotes.me.uk/speeches/John_F_Kennedy/3.htm; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iuri_Gagarin; http://history.nasa.gov/ 
 
1.1 Objetivo 
 
Essa dissertação tem como objetivo, apresentar um estudo da evolução da 
ferramenta CAD/CAM até sua incorporação pela Arquitetura e mais recentemente 
com o BIM, BUILDING INFORMATION MODELING, analisando pré-requisitos para 
sua implementação, ferramentas e normalização. 
 
Serão utilizados exemplos obtidos com o software REVIT Suíte da AutoDESK, para 
clarificar cada especialidade do projeto (arquitetura, estrutura, instalações elétricas e 
hidráulicas etc.) contemplada com essa metodologia, visando à interação entre as 
mesmas. 
 
Finalmente, será feita uma análise dos benefícios e influências sobre a metodologia 
de projeto na Arquitetura, no Design e na Engenharia, a Identificação de métodos e 
processos que beneficiam toda a concepção, detalhamento e gerenciamento de uma 
obra arquitetônica. Como os recursos atuais disponíveis podem ser introduzidos e 
gerenciados na equipe de projeto e seus prestadores de serviço. 
 16 
 
1.2 Justificativa 
 
Com a globalização, a evolução e disponibilização dos recursos cada vez maiores a 
serviço da Arquitetura, da Engenharia, em projetos e obras, é iminente a mudança no 
processo da construção civil, que tende cada vez mais a se industrializar, 
minimizando o tempo de produção, assim como outras áreas do setor produtivo. 
 
No Brasil, especificamente, o processo da construção civil se encontra muito longe 
dos padrões mundiais e normas cada vez mais exigentes quanto à eficiência, 
qualidade, controle, sustentabilidade e preservação do meio ambiente. 
 
Atualmente o comprador de um imóvel, as incorporadoras, os empreendedores e 
vários agentes ligados ao ramo imobiliário e de construções estão mais exigentes e 
necessitam conhecer melhor um empreendimento antes mesmo de sua construção, 
fazendo com que novas técnicas de marketing sejam criadas a partir do projeto 3D. 
 
Por outro lado, não só o Arquiteto, mas toda a equipe envolvida passa a atuar 
também na coordenação e compatibilização entre o projeto e a execução. A equipe 
de coordenação e planejamento deve se certificar que cada item especificado seja 
inspecionado e instalado conforme requisitos técnicos e de qualidade, assim como 
qualquer imprevisto deve ser avaliado, registrado e analisado minimizando problemas 
futuros. 
 17 
 
 
2 – O CAE/CAD/CAM 
 
A partir dos anos 1960, a indústria do SOFTWARE gráfico começa a se desenvolver. 
Na área de Engenharia, o computador passa a ser uma ferramenta imprescindível: o 
CAD – Computer Aided Design – Projeto auxiliado por computador e o CAM – 
Computer Aided Manufacturing – Manufatura Auxiliada por computador, partir do 
SKETCHPAD, desenvolvido por Ivan Sutherland como parte de sua tese de PhD, 
MIT. O projetista interagia com o computador graficamente utilizando uma caneta 
para desenhar na tela do computador. Graças a essa engenhosidade, as operações 
que duravam horas, hoje são feitas em uma milionésima parte do segundo. Seguindo 
o Sketchpad, os monitores TFT (thin-film transistor technology) ou flat panel display, 
sensível ao toque já estão disponíveis, mas não em sistemas CAD. 
Como o primeiro CAM, denominado PRONTO, foi criado em 1957, pelo Dr. Patrick J. 
Hanratty, ele ficou sendo referenciado como o pai do CAD/CAM. 
 
Nos anos 1970, o CAD/CAM começa a migrar da pesquisa para uso comercial. 
Sempre associadas a universidades, a indústria automobilística começa a 
desenvolver seus próprios programas de CAD/CAM: Ford (PDGS), General Motors 
(CADANCE), Mercedes-Benz (SYRCO), Nissan (CAD-I released in 1977) e Toyota 
(TINCA, 1973 Hiromi Araki's team, CADETT,1979 Hiromi Araki). A indústria 
Figura 2.1 – CATIA 
Figura 2.2 – CALMA 
Figura 2.3 – Computervision 
Figura 2.4 – Apollo 
Estações de CAD dos anos 70 e 80. 
Acesso em 10/11/2008, disponível 
em: design.osu.edu 
 18 
 
Aeroespacial também opta pelo software proprietário (desenvolvido para uso interno): 
Lockheed (CADAM), McDonnell-Douglas (CADD) and Northrop (NCAD). 
 
Iniciam com softwares de CAD 2D (duas dimensões – plano, como o CADAM), mas a 
pesquisa e o interesse comercial são voltados para o CAD 3D (três dimensões – 
espacial) especialmente em entidades complexas e modelamento de superfícies. 
Computadores mais potentes e rápidos, minicomputadores de baixo custo com 
capacidade gráfica tornaram o CAD mais acessível aos engenheiros. O mercado 
emergente de softwares de CAD, até o final da década era forte e lucrativo. Com o 
aumento dessa demanda, a padronização tornou-se necessária e, em 1979, a 
Boeing, General Electric e a NBS (National Bureau of Standards), hoje, NIST 
(National Institute of Standards) concordaram em desenvolver o primeiro IGES (Initial 
Graphic Exchange Standard). O IGES iria possibilitar a transferência de curvas 
complexas 3D e superfícies entre diferentes softwares de CAD, e é utilizado até hoje. 
 
Ao final dos anos 1970, vários softwares disputavam o Mercado: Auto-trol's Auto-
Draft, Calma, Computervision's CADDS, IBM's CADAM (sob licença da Lockheed), 
M&S Computing's IGDS (Interactive Graphics Design Software) e McAuto's 
Unigraphics (resultado da compra da United Computing pela McAuto's 1976). 
Figura 2.5 acima 
Estação Computervision Cadds 
Figura 2.6 abaixo 
Estação de trabalho Interpro da Intergraph, 
80´s 
Acesso em 03/11/2008, disponível em: 
design.osu.edu/carlson/history/images/small/ipr
o32c.jpg 
 19 
 
O precursor dos computadores, o ENIAC, nunca fez de seus inventores, Mauchly e 
Eckert, homens prósperos, sua companhia teve problemas financeiros e foi vendida. 
Mas a briga entre os fabricantes de grandes computadores, conhecidos como 
MAINFRAMES, fez empresas tão ricas a ponto de o governo ter que interferir com 
uma política antitruste, de 1969 a 1982. Esse foi o caso da IBM, que nos anos 60 
vendia mais computadores do que a UNIVAC. A IBM também manteve escondida 
uma empresa desconhecida, mas agressiva chamada MICROSOFT, cujo interesse 
era produzir software para seu IBM-PC, o MICROCOMPUTADOR assim chamado 
por incorporar, em seu interior, um microprocessador fabricado, em circuito integrado 
IC, desenvolvido pela INTEL, em 1971. A Intel foi a primeira a espremer um 
computador inteiro em um CHIP, até então era fabricante de memórias e 
semicondutores. 
 
Os anos 1980 se iniciaram com uma corrida pelo mercado de CAD. A M&S 
Computing passou a adotar o nome Intergraph e, em 1983, apresentava as estações 
INTERACT (de dupla tela) e INTERPRO baseadas em processadores DEC VAX e 
MicroVAX, com grande poder de modelamento de superfícies complexas em 3D. HP 
lançava seu PE CAD. A empresa Dassault cria sua subsidiaria Dassault Systems em 
1981 e lança no ano seguinte o CATIA v1 que se tratava do CADAM, com 
modelamento de superfícies 3D e Controle Numérico. A General Electric adquire a 
CALMA cujo faturamento era de cem milhões de dólares anuais em vendas de 
estações de CAD. A Unigraphics lança o UniSolids CAD. 
Figura 2.7 acima 
IBM 370 Mainframe – anos 70-80 
 
Figura 2.8 abaixo 
IBM PC – finaldos anos 80 
 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: 
www.computersciencelab.com 
 20 
 
 
Até aqui, os softwares de CAD eram executados em Mainframes ou 
Minicomputadores, a partir de terminais gráficos. Esta estrutura proprietária e 
dependente do computador central era antieconômica, pois se o computador central 
parava, conseqüentemente os terminais não operavam. Era necessário o 
desenvolvimento de uma estação gráfica com seus próprios recursos de hardware e 
software. O UNIX, sistema operacional de arquitetura aberta, ou seja, pode ser 
utilizados em computadores de várias marcas; é multitarefa e multiusuário. Foi criado 
por Dennis Ritchie e Ken Thompson em 1973, e escrito em linguagem C o que 
permitia sua portabilidade. Por ser multitarefa, otimizou muito o processamento de 
funções no CAD. 
 
O mercado passa definitivamente para softwares em 3D, modelamento sólido e 
rendering (sombreamento), porém somente em estações poderosas com sistema 
operacional UNIX. 
 
Em 1982, é criada a AUTODESK cujo produto, AUTOCAD R1, fora desenvolvido para 
ser utilizado em IBM PC, a um custo muito menor do que estações. Em 1983, a Adra 
Systems lança o CADRA 2D CAD. Em 1984, a Bentley Systems lança o MicroStation, 
derivado do CAD Intergraph IGDS (Interactive Graphic Design System). No ano 
seguinte, a Micro-Control System é criada e lança o CADKEY. Todos os softwares de 
CAD para IBM PC. Mas a APPLE aparece com seu MACINTOSH 128, em 1984, e 
Figura 2.9 
Macintosh 128 – Apple 1984. 
Acesso em 8/12/2008, disponível em: 
http://lowendmac.com/compact/art/mac128k.jpg 
 21 
 
junto com a empresa Diehl Graphsoft lançam o MiniCAD que seria o software mais 
vendido para MAC. 
 
Mais uma vez era necessária a criação de um novo software de troca de dados, pois 
o IGES não mais atendia as novas entidades gráficas. É criado na Europa o PDES 
(Product Data Exchange Specification) para solucionar essas necessidades. 
 
Em 1985, é lançado o CATIA V2 e outra empresa francesa, a Matra Datavision, lança 
o EUCLID-IS modelador sólido 3D para CAD que utilizava um único mix híbrido de 
facetas planas no modelo (aumentando sua velocidade) com estrutura CSG 
(Constructive Solid Geometry), ou seja, a seqüência de entidades e operações que 
compõe o modelo. 
 
O primeiro software de CAD 3D para Workstation UNIX é lançado em 1987, o 
Pro/Engineer da Parametric Technology Corporation. Inicialmente fora desprezado 
por seus competidores que o achavam instável e irrelevante, mas em 18 meses se 
tornou um grande recorde de vendas. Ele conquistou o mercado pela sua interface 
gráfica com o usuário (pull down menus, ícones, caixas de entrada entre outras) 
graças a facilidades de janelas do Unix, facilidade e principalmente pela rapidez no 
processamento de sólidos. Tornou obsoletos todos os softwares disponíveis até 
então, por se tratarem de softwares baseados em sistemas operacionais proprietários 
desenvolvidos em Fortran e Assembler, o que os tornava muito lentos. 
 22 
 
 
Começa a era dos hardwares independentes dos softwares (open hardware platform), 
e o primeiro a ser portado é o Unigraphics para estações Apollo, HP e Sun. Dassault 
porta o Catia para estações IBM UNIX RISC1 (RS6000). 
 
Ao entrarmos nos anos 1990, vemos o aparecimento do RENDERING, recurso para 
criar uma imagem tridimensional, dotado de milhares de cores (hoje milhões), pontos 
de luz e sombra, proporcionando uma imagem realística. O Pro/Engineer foi 
novamente o pioneiro. 
 
Acesso em 10/11/2008, disponível em: http://www.cadazz.com/cad-software-history.htm. 
Referências: CALLICOTT, Nick - Computer-Aided Manufacture in Architecture - The Pursuit of Novelty 
e COMPUTERVISION - The CADCAM Handbook – 1980. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Uma estação RISC- Reduced Instruction Set Computer (computador com conjunto reduzido de instruções) tem seu 
processamento mais simplificado, acesso à memória mais rápido e otimizado. OS PC´s e Mainframes (computadores de 
grande porte) são CISC – Complex Instruction Set Computer, necessitando de micro programação. 
 23 
 
3 - BIM 
 
 
3.1 Histórico 
 
O modelamento de geometrias 3D foi objeto de extensiva pesquisa devido a sua 
ampla aplicação não só na Arquitetura, no Design e na Engenharia, mas também no 
desenvolvimento de jogos eletrônicos, no cinema e também na publicidade. O 
primeiro filme a utilizar computação gráfica foi TRON, em 1987, mas em 1973, o 
estudo de sólidos já era desenvolvido por Ian Braid, na Universidade de Cambridge, 
Bruce Baumgart, na Universidade de Stanford, e Ari Requicha e Herb Voelcker, na 
Universidade de Rochester, e passou a ser denominado SOLID MODELING 
(modelamento sólido), a primeira geração de ferramentas para modelamento 3D. 
 
Com a utilização do BIM, um modelo preciso do empreendimento é criado 
digitalmente. Ao término, temos todas as informações necessárias ao suporte à 
construção, fabricação, materiais e até parceiros necessários para realizar atividades 
específicas, podendo incluir custos. O BIM também irá auxiliar após o término da 
obra, durante a vida da edificação, para manutenção, futuras alterações além de 
contribuir para otimização de processos construtivos e materiais futuros. 
 
Fonte: EASTMAN, Chuck. BIM Handbook, capítulo 2 
EASTMAN, Charles. Building Product Models, Part One 
Figura 3.1 
Rogers Stirk Harbour Partners; Leadenhall Building- 1º prêmio 
em BIM for Architecture category. Imagem de Cityscape/British 
Land. AEC Web Magazine Julho 2007 
 24 
 
Partimos da premissa que: todos os sistemas CAD geram arquivos digitais. Sistemas 
CAD antigos geram cópias plotadas. Um modelo criado com ferramentas BIM pode 
suportar múltiplas vistas dos dados contidos no conjunto de desenhos, incluindo 
representações em 2D e 3D. 
 
A partir de técnicas e aplicações desenvolvidas inicialmente para indústrias 
aeroespacial e automobilística, a indústria da construção civil também vem se 
beneficiando dessas tecnologias, customizando-as para o projeto civil. O BIM nasceu 
da evolução do aplicativo CAD, voltado para o projeto de edificações. Hoje dispomos 
de aplicativos gráficos desenvolvidos especificamente para o projeto arquitetônico, 
estrutural, instalações prediais elétricas e hidráulicas, ar condicionado, análise do 
terreno, paisagismo, entre outras. Além disso, é possível transformar um desenho 3D 
em uma imagem realística com características inclusive do local da edificação. 
 
Building Information Modeling (BIM) é a utilização de informações computacionais 
consistentes e coordenadas sobre um determinado projeto de edificação. É utilizado 
para decisões de projeto, documentos de alta qualidade da construção, previsão, 
estimativa de custos, planejamento da construção e eventualmente gerenciamento e 
operação do empreendimento após o término. Também definimos BIM como uma 
tecnologia de modelagem e conjuntos associados de processos para produzir, 
comunicar e analisar um BUILDING MODEL, ou seja, modelo da Edificação. 
 
Figura 3.2 
VIZ08 BIM – Projeto Colaborativo - AutoDesk 
 25 
 
A definição de tecnologia BIM, a seguir, foi fornecida pela empresa M.A.Mortenson 
Company, uma construtora que utiliza exaustivamente essa tecnologia: na “intelligent 
simulation of architecture”, ou seja, uma simulação inteligente da arquitetura. Essa 
simulação deverá conter seis características chave: 
 
1. Digital; 
2. Espacial 3D; 
3. Mensurável: quantidade, dimensão e seleção; 
4. Compreensiva: encapsulando e comunicando a intenção do desenho, 
desempenho da construção, construtibilidade e inclui aspectos de planejamento 
e financeiros de métodos e processos;5. Acesso a todo o grupo AEC por interoperabilidade e interface intuitiva 
(conhecimento análogo); 
6. Durabilidade: utilizável durante o ciclo de vida da edificação. 
 
Por se tratar de uma nova tecnologia, esses itens são fundamentais para obter 
sucesso na implementação do BIM. No entanto, sabemos que ainda não há um 
software para BIM que contemple todos esses critérios. A capacidade crescerá 
quanto mais for utilizada e desenvolvida. 
 
Fonte: BIM Handbook, capítulo 1.4. 
AECbytes "Building the Future" Article (Agosto, 2007), Autodesk 
 26 
 
 3.2 Metodologia 
 
A visão do comitê para padrões internacionais abertos e tecnologia neutra, conhecida 
como tecnologia buildingSMART, visa permitir um fluxo eficiente da informação 
durante o completo ciclo de vida da edificação. IFC compatível com BIMs formam 
parte dos fundamentos para esta visão. Um BIM integrado armazena todas as 
informações relevantes durante o ciclo de vida total da edificação e provê acesso a 
estas informações para membros participantes. 
 
Poder compartilhar essas informações implica em três especificações necessárias: 
1. Um FORMATO de troca, definindo COMO compartilhar as informações – a IFC 
é essa especificação (padrão ISO - em desenvolvimento) - HOW; 
2. Uma BIBLIOTECA de referência, para definir O QUE está sendo 
compartilhado, a biblioteca IFD (uma implementação da ISO 12006-3) tem 
essa finalidade - WHAT; 
3. Requisitos da informação, definindo QUAL informação a ser compartilhada 
QUANDO. O foco do IDM/MVD (também uma ISO em desenvolvimento) forma 
esta especificação - WHICH / WHEN 
 
Fonte: Erabuild 2008. Review of the Development and Implementation of IFC compatible BIM. 
 
 
 27 
 
Para BIM e IFC a padronização é relevante para: 
- Dados do Modelo; 
- Certificação: conteúdo e processo; 
- Bibliotecas de referência; 
- Requisitos para troca de informações. 
 
Atualmente os países escandinavos são os mais desenvolvidos em tecnologias e 
ferramentas utilizadas para o BIM. Entidades como a AIA-EUA, NIBS-EUA, STAND-
INN-Europa, Erabuild-Noruega/Suécia/Finlândia/Dinamarca/Holanda criadas para 
padronização, desenvolvimento de metodologias e novos recursos se interagem por 
todo o mundo com o objetivo de tornar o BIM um padrão para serviços em 
Arquitetura, Engenharia e Construção. 
 
Nos Estados Unidos, o USGBC - United State Green Building Council (Conselho dos 
Estados Unidos para Edificações Verdes) e o LEED - Leadership in Energy and 
Environmental Design (Líder em Energia e projeto ambiental) são entidades de 
controle e avaliação da sustentabilidade de novas edificações. As especificações 
BIM, são implementadas de forma a já atenderem requisitos estabelecidos por estas 
entidades, objetivando sua qualificação final – LEED Credit. As especificações dentro 
do BIM model deverão manter uma referência cruzada garantindo coordenação e 
acesso as especificações LEED. 
 
 28 
 
 3.3 CAD x BIM 
 
As aplicações desenvolvidas para CAD têm características distintas daquelas 
incorporadas em aplicações BIM. Podemos dizer que o BIM é uma nova forma de 
projetar edificações com confiabilidade, rapidez e cooperação entre todas as equipes 
envolvidas. Após a criação da Internet, muitas empresas passaram a trabalhar 
utilizando dados de suas contratadas e vice versa, esta forma de trabalho é o que 
denominamos Projeto Colaborativo. A partir do projeto arquitetônico, cada empresa 
utiliza uma aplicação específica para desenvolver o projeto relacionado a sua 
disciplina da edificação: ex: Instalações – Revit MEP. Clarificando, não é necessário 
redesenhar uma planta baixa para lançar uma linha de tubulação. 
 
No CAD, as entidades primárias utilizadas para construção geométrica, são planares 
(ex: pontos, retas, curvas) para projeto 2D, ou são espaciais (ex: esfera, cilindro, 
paralelepípedo) para projetos 3D, mas são entidades geométricas como as 
conhecemos. Figuras 3.3 e 3.4. No BIM, as entidades formam famílias de 
componentes da edificação (ex: paredes, portas, janelas, etc.). As dimensões são 
variáveis e atribuídas no momento do projeto, podendo ser alterada a qualquer 
momento sem que haja necessidade de alterar cortes ou outras vistas necessárias a 
compreensão do projeto. Figuras 3.5, 3.6, 3.7 e 3.8. 
Fonte:AUBIN, Paul F.; Mastering Revit Architecture 2009 – Delmar Cengage learning 
 
 29 
 
Tela do AutoCAD 2008 – Projeto 2D 
 
Figura 3.3 
AutoCAD 2008 – Projeto 2D 
 30 
 
Tela do AutoCAD 2008 – Projeto 3D 
Figura 3.4 
AutoCAD 2008 – Projeto 3D 
 31 
 
Tela inicial do Revit Architecture 2009 – Arquivo novo 
Figura 3.5 
Revit Architecture 2009 
 32 
 
Tela do Revit Architecture 2009 – Projeto - Famílias 
Figura 3.6 
Revit Architecture 2009 
Famílias 
 33 
 
Tela do Revit Architecture 2009 – Projeto Arquitetônico 
 
Figura 3.7 
Revit Architecture 2009 
Projeto Arquitetônico 
 34 
 
Tela do Revit Architecture 2009 – Folhas de desenho - Documentação 
Figura 3.8 
Revit Architecture 2009 
Documentação 
 35 
 
Parâmetros de definição de objetos BIM: 
- Definições geométricas, dados associados e regras; 
- Geometria é integrada e desenvolvida em 3D. O plano e elevação de um dado 
objeto devem ser sempre consistentes. Dimensões não podem ser forjadas devem 
ser reais. 
- Regras paramétricas para objetos, automaticamente, modificam geometrias 
associadas quando inseridos num Building Model, ou quando modificações são 
feitas a um objeto associado. Exemplo: uma porta irá caber automaticamente numa 
parede, o interruptor irá automaticamente para o lado correto da porta e a parede 
se erguerá até o pé direito definido ou teto, e assim sucessivamente. 
- Objetos podem ser definidos em diferentes níveis de agregação, então podemos 
definir uma parede assim como seus componentes. Objetos podem ser definidos e 
manipulados em qualquer nível da hierarquia. Exemplo: se o peso da linha de um 
dos componentes da parede muda, o peso da parede deve mudar. 
 
É possível o intercambio de desenhos desenvolvidos com diferentes aplicações. O 
IGES - Initial Graphics Exchange Specification (especificação inicial de troca de 
dados gráficos), padrão ANSI (American National Standards Institute), desde 1980 
para transferência de dados, é utilizado até hoje para ler arquivos provenientes de 
sistemas CAD proprietários, muitas vezes de empresas que já não mais existem. 
 
 
 36 
 
Modelamento Paramétrico. 
No início do modelamento sólido e de superfícies, este era feito por meio de 
parâmetros geométricos que constituíam as entidades gráficas, por exemplo: um 
paralelepípedo era definido pela sua altura, largura e profundidade, bem como 
coordenada de localização; localização e diâmetro de uma esfera. Operações com 
estas entidades fariam suas devidas modificações conforme requisitos de projeto, por 
exemplo: União, Interseção e diferença. Nenhuma entidade gráfica era definida por 
meio de operações. 
No sistema paramétrico de modelamento, uma forma é definida por um conjunto de 
operações de construção. Cada operação é definida com seus parâmetros. Portanto, 
a forma será definida como uma equação algébrica, onde os valores de variáveis são 
atribuídos no momento da criação da forma. 
 
Exemplo: Quadro 4 – Porta – ao inserir uma porta no projeto, devemos definir largura, 
altura e para que lado será aberta. Todos os outros parâmetros de definição da porta 
estão inseridos no contexto da porta previamente definida conforme padrões. 
 
Fonte: EASTMAN, Charles. Building Product Models: Computer environments Supporting design and 
construction. CRC press, 199937 
 
 3.4 Impacto do BIM no design 
 
Diferente do CADD (Computer Aided Design and Drafting), que inicialmente modificou 
o processo tradicional de projetar, o BIM é considerado uma mudança de paradigma. 
Automatizando, parcialmente, os itens de detalhamento do building model, o BIM 
reorganiza a distribuição de esforços que se concentram em maior escala na 
concepção. Existem muitos outros benefícios e facilidades que minimizam a margem 
de erros da concepção à construção, uma vez que todos os dados são incorporados 
num único banco de dados gráfico, cuja visualização é possível em todas as escalas 
e fases do projeto. 
 
Seguindo premissas do Manual do BIM, iremos analisar o impacto do BIM no projeto 
por quatro pontos de vista: 
a) Desenho de conceito: hoje inclui uma pré-análise de fatores como localização 
da edificação, adequação do planejamento construtivo, características de 
sustentabilidade, eficiência energética, custos operacionais e muitas vezes 
inovações, neste momento BIM auxilia na tomada de decisão; 
b) Integração dos serviços de engenharia: BIM suporta o fluxo de informação de 
projeto e os integra com análise e simulações utilizadas; 
c) Modelamento para construção: essa é a maior vantagem do BIM, incluir 
detalhamento, especificação e estimativas de custos; 
 38 
 
d) Integração entre a construção e o projeto: Design colaborativo e processo 
construtivo facilitando a procura e compra de itens. 
 
Adotar práticas BIM implica também em modificações do processo tradicional de 
utilização do CAD, tais como: trocar desenhos 2D por modelos digitais 3D; 
automação de cópias de desenho e documentação; acompanhar o nível de detalhes 
do building model; desenvolvimento e gerenciamento de bibliotecas de componentes 
e montagem; novas formas de integrar especificações com estimativa de custos. 
 
No início da Renascença, em 1452, o arquiteto Leon Battista Alberti fazia distinção 
entre projeto de arquitetura e construção propondo que a essência do design está no 
processo do pensamento associado com o transporte da linha no papel. Sua 
premissa era diferenciar a tarefa intelectual de projetar do ofício de construir. 
Antes de Alberti, no primeiro século AC, Vitruvius discutia o valor inerente de utilizar 
planos, elevações e perspectivas para projetar, considerado o primeiro tratado da 
arquitetura. Ao longo de toda a história da arquitetura, o desenho permaneceu o 
modo dominante de representação. (Morgan 1960, Alberti 1997) 
 
Da mesma forma que até bem pouco tempo um projetista utilizava uma mesa de 
desenho, com réguas paralelas ou tecnígrafo, um par de esquadros, escalímetro, 
canetas nanquim, lapiseiras, borrachas, este processo esta paulatinamente sendo 
Figura 3.9 
Material Desetec 
acesso em 1/12/2008, disponível em 
http://www.trident.com.br/index.html 
 39 
 
substituído por um computador e uma ploter ou impressora, quando se é necessário o 
documento em papel. 
 
O BIM é considerado uma terceira geração do projeto, onde se incorporam 
informações arquitetônicas, estruturais e simulações, instalações elétricas, 
hidráulicas, ar condicionado e ventilação (HVAC), além de especificações de 
materiais, processos, estimativas de custos e até planejamento e gerenciamento da 
obra e a posteriori do edifício pronto. 
Figura 3.11 
Plotter HP 
Acesso em 2/12/2008, disponível em: 
http://www.hp.com/latam/catalogo/img/c00743850.jpg 
Figura 3.10 
Estação de trabalho HP 
Acesso em 2/12/2008, disponível em: 
http://www.hp.com/latam/br/pyme/productos/desktops_workstations/autodesk.htm 
 40 
 
3.5 Aplicação do BIM 
 
A indústria da Construção civil, mais precisamente a área de AEC – Arquitetura, 
Engenharia e Construção são consideradas ineficientes e cheias de desperdícios, e 
ainda agravada por fatores tais como: 
- Designers e construtores adotam novas tecnologias lentamente; 
- Práticas antiquadas e desacreditadas; 
- Produtividade em AEC declinou apesar dos ganhos de manufatura. 
 
Os computadores são pouco utilizados nas fases da construção e quando são 
utilizados: 
- utiliza-se CAD 2D, simulando o desenho em prancheta; 
- não há esforço para melhorar práticas e padrões. 
Deseja-se: 
- o uso do CAD 3D e tecnologias WEB; 
- integração de ferramentas WEB com o processo de projeto, construção e 
documentação. 
Com o BIM: 
- adotar práticas e ferramentas 3D em sua totalidade; 
- modificar todo o processo da construção interferindo até na fabricação; 
- banco de dados e informações confiáveis no ciclo de vida da edificação. 
 41 
 
Pré-requisitos do BIM: 
 
a) DIGITAL – permite simulações no projeto e na construção, não é uma mera 
representação gráfica; 
b) ESPACIAL – três dimensões para representar todos os componentes da 
edificação, permitindo simulações e processos complexos; 
c) COMENSURÁVEL – Dimensões, quantidades e totalização; 
d) COMPREENSÍVEL – Propósito do design, aspectos de desempenho dos 
sistemas da edificação, construtibilidade no espaço e tempo, composição de 
custos; 
e) ACESSO – de toda a equipe AEC, proprietários e usuários, interoperabilidade 
entre as plataformas de hardware e software, simples e interface intuitiva 
possibilitando uma gama de representações e mídias para visualização dos 
dados; 
f) DURÁVEL – Projeto e planejamento, fabricação e construção, operação e 
manutenção. 
 
Poucas são as empresas que seguem os seis itens considerados essenciais para a 
mudança de paradigma na indústria da construção. Esses critérios foram 
apresentados no Web3D 2007 Symposium, de 15 a 18 de Abril de 2007, 
Universidade de Perugia, Umbria, Itália. 
 42 
 
O BIM utiliza: 
 
3.5.1 Visualização de todo o Projeto 
 
 Utilizado por designers e construtores para comunicação do foco do projeto: 
- Dentro da equipe de projeto; 
- Para proprietários e usuários finais; 
- Para divulgação. 
 
A visualização do projeto é histórica, desde o papel, quadros com pinturas, maquetes 
e mais recentemente por simulações digitais em computador que permitem “andar” 
pela edificação. 
 
Hoje, técnicas como a projeção estereoscópica entra na realidade virtual, ou seja, por 
meio de óculos e luvas especiais, tem-se a sensação de estar efetivamente “dentro” 
do projeto. 
 
 
 
 
Figura 3.12 
Edifício Vitality comercializado pela Lopes. 
Acesso em 2/12/2008, disponível em; 
http://www.lopes.com.br/ficha-imovel-
lancamento/lps/klabin-segall-s-a/sp/sao-paulo/leste/vila-
prudente/apartamento/vitality/255 Figura 3.13 
Realidade virtual 
Acesso em 2/12/2008, disponível em: 
http://www.barco.com/VirtualReality/en/stereoscopic/passive.asp 
 43 
 
3.5.2 Projeto Assistido e Inspeção 
- Análise e testes de métodos e processos; 
- Garantia de construção de acordo com o planejamento e os custos; 
- Erros na omissão da documentação de projeto – no BIM não ocorre; 
- Alternativas, preservando o propósito do projeto. 
 
Fornecedores devem estabelecer regras de colocação e inspeção de seus produtos 
e serviços, de forma a preservar a qualidade de todo o empreendimento. 
 
A documentação do projeto não é constituída apenas por desenhos e memoriais 
descritivos, deverá incluir também manuais de instalação, ensaios necessários e 
folhas de medição e inspeção após o término do serviço. 
 
A qualidade do empreendimento como um todo é proporcional a qualidade de cada 
item nele inserido. 
 
Figura 3.14 
Metrô Vila Sônia, ensaios de estanqueidade da caixilharia 
Acesso em 3/12/2008, disponível em: 
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia84.asp 
 44 
 
3.5.3 Planejamento do canteiro de obra e utilização do espaçoToda a área do terreno que irá receber a edificação deverá ser utilizada obedecendo 
a critérios de segurança, facilitando o trânsito em seu interior bem como no entorno e 
divulgando previamente situações temporárias como perigo ou obstrução de via. 
 
Construtora: 
- facilidades propostas e existentes; 
- acesso ao canteiro de obras; 
- segurança e saídas de emergência; 
- escavações; 
- escoramento; 
- Retirada de água; 
- Guindastes e gruas; 
- zonas de descarga de materiais. 
Preocupação com o entorno: 
- divulgação de situações perigosas ou incômodas; 
- prevenir trabalhos subterrâneos sem segurança; 
- manter o planejamento em dia. 
Figura 3.15 
Modelo de canteiro de obras feito no SketchUp 
Google armazém 3D 
 45 
 
3.5.4 4D Planejamento e seqüência da construção 
O projeto arquitetônico 3D deverá incluir a previsão de início e término de cada 
atividade em forma de cronograma, possibilitando: 
- visualizar o planejado; 
- identificar falhas; 
- otimizar o espaço do canteiro de obras; 
- trocar operários que não se informam do planejamento. 
O modelo 4D é assim denominado por incluir o modelo 3D e a 4ª dimensão: o tempo. 
 
3.5.5 5D Estimativa de custos 
A estimativa de custos, a 5ª dimensão, associada ao projeto interligado ao banco de 
dados de custos de componentes e serviços. Permite: 
- BIM mais estimativa de custos; 
- modelo permite pesquisa de quantidade de material e componentes; 
- quantidades ligadas direto ao banco de dados de custos; 
- custos envolvidos em mudança de projeto podem ser identificados 
imediatamente. 
Rápida previsão de discrepâncias e despesas imprevistas. 
 
Figura 3.16 
Acesso em 3/12/2008, disponível em: 
HTTP://www.veja.abril.com.br 
 46 
 
3.5.6 Integração de subcontratos e fornecedores 
Os Subcontratados e fornecedores contribuem com detalhes no modelo: 
- Dados do produto; 
- Detalhes de fabricação; 
- métodos de instalação; 
- dados do modelo altamente detalhado. 
Desse modo é possível prever treinamento, minimizando custos com perdas ou 
instalações impróprias. 
 
3.5.7 Coordenação dos sistemas 
Como o BIM precisa de todos os dados, relativos ao planejamento e custos dos 
componentes e serviços, muitas situações serão visualizadas ainda em projeto, 
possibilitando alterações ou correções. Haverá: 
- Detecção de discrepâncias: equipamento, fixações, tubulações, fiações, 
conduítes, componentes estruturais, detalhes arquitetônicos; 
- BIM checa uma gama de conflitos antes da instalação em campo; 
- Redução de 80% das questões e conflitos em campo. 
 
 47 
 
3.5.8 Layout e trabalhos de campo 
O BIM permite a obtenção de qualquer desenho de apoio, conforme necessidades de 
visualização: 
- uso do modelo para assistência no layout; 
- desenhos de apoio: extração de vistas ou cortes 2D, detalhados e 
dimensionados, com qualidade e confiabilidade; 
- vistoria automática: cotas e coordenadas norte e leste aplicadas diretamente 
nos equipamentos de inspeção. 
Agiliza investigação de problemas e/ou dúvidas de campo. 
 
3.5.9 Pré-fabricação 
Esta tendência ocorre cada vez mais em países desenvolvidos. A pré-fabricação visa 
a qualidade e uniformidade dos materiais e componentes bem como a rapidez na 
execução. O layout do canteiro de obra também é otimizado: planejamento de 
entrega e colocação de itens pré-fabricados. São: 
- elementos repetitivos; 
- com menos conexões, trabalho e programação; 
- maior qualidade e consistência. 
Figuras 3.17, 3.18, 3.19 
Nova geração de pré-fabricados 
Acesso em 3/12/2008, disponível em: 
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp 
 48 
 
3.5.10 Operação e manutenção 
A operação e manutenção de uma edificação após sua entrega deverá ter acesso ao 
BIM pois nele se encontram todas as informações necessárias a perfeita utilização e 
manutenção das facilidades do edifício. Também deverá prever: 
- A atualização do BIM durante a construção criando “as-built”; 
- geometria ligada a texto e informações no equipamento e manuais de 
manutenção; 
- o modelo fica sendo referência para o gerenciamento da edificação. 
 
O acesso aos manuais e procedimentos de operação e manutenção dos 
componentes da edificação , também irão permitir o treinamento de pessoal incluso 
neste tipo de atividade. 
 
Fonte: Web3D 2007 Symposium, de 15 a 18 de Abril de 2007, Universidade de Perugia, Umbria Itália. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.20 
Operação e Manutenção de Edifícios. 
Acesso em 8/12/2008, disponível em: 
http://gw3-al.com.br 
 49 
 
3.6 Projeto Colaborativo Digital 
 
O projeto de uma edificação entra, atualmente, na fase da documentação da 
construção (CD – Construction Documentation). Existe uma equipe de diferentes 
disciplinas de projeto, trabalhando simultaneamente na concepção de uma edificação, 
a partir da concepção inicial gerada pelo projeto arquitetônico. Empresas vão se 
associando a outras, cada qual em sua área de eficácia, para atingir um único 
objetivo: uma edificação de qualidade, eficiente e que preserve o meio ambiente, 
construída durante o período planejado e com custos previstos. 
 
Várias atividades correm paralelamente no planejamento. A partir do building model 
gerado pelo arquiteto, o engenheiro de instalações e o de estruturas iniciarão seus 
respectivos detalhamentos simultaneamente, enquanto por outro lado o proprietário 
inicia a documentação necessária para a liberação da construção, estabelece 
concorrências para cada item necessário, locação de equipamentos, sem esquecer a 
estimativa de tempo e custos. Como esse volume de informação sendo gerado, é 
necessário um sistema que atenda essa demanda com confiabilidade e rapidez. Se 
levarmos em consideração que todas essas informações irão transitar pela internet, 
teremos que nos preocupar com a segurança destes dados, a permissão de acesso 
de cada um, bem como essa complexa comunicação que crescerá 
exponencialmente. 
 50 
 
 
Quadro 1- BIM multi-disciplinas no projeto colaborativo. 
Autodesk e associados. 
 
 51 
 
Soluções para o Gerenciamento de Projeto colaborativo (COM – Collaborative Project 
Management) procuram melhorar a comunicação permitindo a distribuição da 
informação orientada e confiável que vem do BIM, disponibilizando-a de forma 
apropriada aos participantes no processo da edificação. 
 
Apropriada, porque nem todos terão que acessar as mesmas informações com os 
mesmos formatos. Se um grupo utiliza o REVIT para acessar o BIM, não 
necessariamente todos deverão acessá-lo com o REVIT. Um arquivo DXF (data 
Exchange file - AutoDESK) por exemplo, é uma forma de distribuir informação de um 
projeto para qualquer pessoa que necessite ver, imprimir, ou acessar por qualquer 
propósito – sem perda de informação e sem a necessidade de conhecer ou mesmo 
ter disponível o software com o qual o BIM foi construído. 
 
Essa característica é essencial nos dias de hoje já que nem todas as equipes que 
fazem parte das atividades da edificação se encontram próximas. 
 
Para que o BIM funcione perfeitamente é necessário INTEROPERABILIDADE. 
 
 52 
 
“Interoperabilidade” – Interoperability 
 
Definição 
 
(computer science) the ability to exchange and use information (usually in 
a large heterogeneous network made up of several local area networks); 
(computação) habilidade de trocar e utilizar informações (geralmente em 
grandes redes heterogêneas com várias redes locais (LAN‟s)). Em 
português essa palavra é considerada um neologismo. 
 
Ao se adotar a tecnologia BIM, utilizando softwares como o Revit, Bentley, ADT etc.,a maior preocupação é com a troca de informações entre os participantes. Quanto 
maior for a inteligência do modelo virtual, mais importantes se tornam os dados que 
serão intercambiáveis entre todos os envolvidos. Desde a concepção, até após a 
construção, na operação e manutenção da edificação, esses dados serão utilizados 
por um grande número de pessoas. Ver quadro 2. 
 
No passado, a troca de dados entre diferentes sistemas CAD era feita gravando-se 
arquivos no formato .DXF (data Exchange file-Autodesk), essa era a forma usual de 
troca de dados. Outra opção era o IGES (Initial Graphic Exchange Specification), 
inicialmente, utilizado somente em sistemas CAD baseado em Workstation RISC. 
 
 
 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 – Fatores que influenciam informações no banco de dados da Edificação. 
Desenvolvido pela parceria buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 54 
 
 
 
 
 
Quadro 3 – Influências x custos 
Desenvolvido pela parceria buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 55 
 
Padrões de Interoperabilidade aberta 
 
Com a globalização, empresas de várias partes do mundo se associam para 
desenvolverem empreendimentos internacionais. A adoção do BIM em projeto 
colaborativo internacional implica na criação de normas de trabalho a serem seguidas 
de forma a compatibilizar informações. Esse “dicionário de projeto” pode ser traduzido 
pela IFC e IFC-BIM. Organizações internacionais se uniram para criarem essas 
padrões de informação: AIA, IAI, Erabuild, NBIMS estão trabalhando num dicionário 
universal: o IFD – International Framework Dictionary, compatível com IFC. 
 
São padrões de interoperabilidade aberta: IFC, IFC BIM, NBIMS, Omniclasses®, ISO, 
BuildingSmart®. 
 
 
 
Omniclass® 
A OmniClass Construction Classification System (Omniclass ou OCCS) é um novo 
sistema de classificação para a indústria da construção. É utilizado em muitas 
aplicações, da organização, biblioteca de materiais, literatura de produtos e 
informações de projeto, até prover uma estrutura de classificação para um banco de 
dados eletrônico. Incorpora outros sistemas e um só como base para muitas de suas 
tabelas: MasterFormat™ para resultados de trabalhos, Uniformar para elementos e 
EPIC (Electronic Product Information Cooperation) para estrutura de produtos. 
 56 
 
Características da OmniClass: 
 Sistema de classificação multifacetas. 
 Conjunto de tabelas inter relacionadas para classificar objetos que descrevem 
ambientes construtivos de vários pontos de vista. 
 Entradas nas tabelas podem ser combinadas umas com as outras para 
adicionar uma específica à classificação de um objeto. 
 IFC modelling / XML 
 
Omniclass é constituído por 15 tabelas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 Entidades de Construção (por função) 
12 Entidades de Construção (por forma) 
13 Espaços (por função) 
14 Espaços (por forma) 
21 Elemento 
22 Resultados de trabalho 
23 Produtos 
31 Estágios 
32 Serviços 
33 Disciplinas 
34 Papel da organização 
35 Auxílio aos Processos 
41 Informação 
42 Materiais 
49 Propriedades 
 57 
 
Exemplo: Tabela 11 – Entidades de construção por função 
Definição: Significativa, unidades definidas do ambiente da construção constituída de 
espaços inter-relacionados e caracterizados por função. 
Sistemas herdados: 
 IBC, BOCA, UBC, e outras classificações de código de ocupação da 
edificação; 
 ISO IS 12006-2: 
Tabela 4.2 – Entidades da construção (por função ou atividade do usuário); 
Tabela 4.6 – Edificações (construções complexas, entidades da construção e 
espaços por função e atividade do usuário); 
 Uniclass Tabela D – Edificações. 
 
Padrões ISO seguidos 
Normas ISO desenvolvidas para construção e novas normas criadas para troca de 
informações de projeto da construção civil: 
 ISO TC59/SC13/WG2 (1988) 
 ISO Technical Report 14177 (1994) Organization of Information about 
Construction Works 
 ISO/IS 12006-2 Framework for Classification of Information 
 ISO/PAS 12006-3 Framework for Object-Oriented Information Exchange 
 
 58 
 
Problemas com a Interoperabilidade 
O que pode dificultar a interoperabilidade: 
• Utilização do BIM em tempo real e interoperabilidade; 
• Profissionais de AEC obcecados com a integridade dos dados; 
• Inúmeros formatos de arquivos proprietário (desenvolvido para o proprietário). 
 
 
Funções da International Alliance for Interoperability (IAI) 
 
Building Smart Mission 
 
IAI é uma aliança de organizações dedicadas a tornar real uma mudança coordenada 
para aumentar a produtividade e eficiência na construção bem como facilitar o 
gerenciamento da indústria (Building Smart). Seus membros se engajam em 
programas da indústria nacional que objetam mudar a organização, o processo e a 
tecnologia da indústria. 
 
Organizações desta aliança são membros de CAPTERS (Clubes) regionais. 
Atualmente, IAI tem Chapters servindo a Austrália, China, países de língua francesa e 
alemã, Países Ibéricos, Itália, Japão, Coréia, America do Norte, Países nórdicos, 
Singapura e Inglaterra. 
 59 
 
Seus objetivos: 
 
• Patrocinar missão “Building Smart”, coordenando: 
 Mudanças; 
 Aumento de produtividade; 
 Eficiência em AEC. 
 
• Industry Foundation Classes (IFC e IFCxml) 
 Open source (fonte aberta); 
 Endossada pela ISO como especificação pública; 
 Suportada pela maioria de aplicações CAD/BIM. 
 
• Proprietários esclarecidos estão pedindo interoperabilidade e IFC. 
 Nos EUA - US General Services Administration (GSA) 
 Responsável por todos os prédios públicos federais (Casa branca etc.) 
 Responsável pelo programa National BIM: IFC in 2007. 
 60 
 
Troca de Informações / Mensagem 
A troca de mensagem implica num conceito com significado, formato (norma STEP) e 
informação a ser trocado através de um meio. 
 
 
 
Quadro 4 – Interoperabilidade – mensagem 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 61 
 
IFC – Industry Foundation Classes 
“Virtual building pieces” 
 
Quadro 5 – Item IFC 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 62 
 
Como é utilizado o IFC: 
 
• IFCs não são visualizáveis por usuários de software. Usuários devem saber 
como trabalhar com IFC-BIM, ex. Saber como um determinado dado do projeto 
deve ser montado. Esse conhecimento é um importante resultado para o 
projeto. 
 
• O dado IFC do modelo é utilizado pela indústria da tecnologia da informação e 
desenvolvedores de software para implementar e desenvolver compatibilidade 
de software, ferramentas e sistemas com IFC. 
 
• Aplicações de software que suportam modelos IFC podem trocar e 
compartilhar dados com outras aplicações que também suportam modelos IFC. 
 
• O escopo de troca é definido por um “Model View”; uma subcategoria do 
modelo IFC relevante para a troca. Ex: Um software de modelamento estrutural 
trocando dados com um software de analise não necessita saber como trocar 
dados sobre simulação de energia. 
 63 
 
3.7 Benefícios do BIM 
 
3.7.1 Antes da construção (proprietário) 
Facilita o planejamento da edificação e estimativa de custos; aumenta a 
qualidade e desempenho da edificaçãoatravés de simulações e análise prévia. 
 
3.7.2 Benefícios do Projeto: 
- Visualização do projeto antecipada; 
- Correção automática de todo o modelo quando um item é corrigido; 
- Possibilidades de geração de desenhos 2D a qualquer momento em qualquer 
vista conforme necessidade de visualização; 
- Colaboração antecipada de múltiplas disciplinas; 
- Estimativa de custos antecipada, durante o projeto; 
- Melhoria na eficiência energética e sustentabilidade. 
 
3.7.3 Benefícios na Construção e fabricação: 
- Sincronizar projeto e planejamento da construção – 4D-CAD requer ligação 
com objetos 3D do projeto, assim sendo é possível simular qualquer fase da 
obra num dado tempo; 
- “Clash Detection” Erros e omissões antes da construção, conflitos são 
identificados antes de ocorrerem em campo; 
 64 
 
- Reação rápida a mudanças no projeto ou de campo; 
- O design model é utilizado para fabricação de componentes (shop model), 
representação precisa dos objetos a serem fabricados ou construídos; 
- Melhor implementação e técnicas de construção mais enxutas. Como o BIM 
fornece um modelo preciso da edificação, a quantificação de material e o 
planejamento também ficam precisos, no que se refere ao Just-in-time, ou 
seja, material, mão-de-obra e equipamentos chegam à obra na data certa para 
sua execução; 
- Sincronização do sistema de compra de materiais e serviços. 
 
3.7.4 Benefícios após a Construção 
- Gerenciamento e operação da edificação são otimizados. O building model 
traz uma série de informações gráficas e não gráficas disponíveis por toda vida 
da edificação; 
- Integração entre a operação e o gerenciamento de sistemas. Com o BIM, 
toda a documentação técnica da edificação, gráfica ou não gráfica, que for 
corretamente atualizada durante a construção, se torna uma ferramenta 
poderosa para todas as atividades exercidas na edificação. 
 
Referência: EASTMAN, Chuck. BIM Handbook, capítulo 1.6. 
 
 65 
 
3.8 Softwares BIM 
 
Todos os softwares de CAD tradicionais têm em seu contexto de AEC aplicações que 
suportam BIM. Abaixo, encontra-se uma lista dos softwares que, atualmente, 
dominam esse mercado. 
 
Arquitetura 
- ArchiCAD 
- AutoCAD Architecture 
- Revit Architecture 2008 
- Gehry Digital Project 
- Vectorworks Architect (Nemetschek) 
- Bentley Architecture 
- DDS-CAD House Partner 
 
Estrutura 
- Tekla Structures 
- Bentley Structural 
- Allplan (Nemetschek) 
- StruCAD 
- ScaleCAD 
- ProSteel 3D 
 66 
 
- Autodesk Revit Structure 2008 
 
Sistemas - Building Services 
Mecânico, HVAC 
- Carrier E20-II HVAC System Design 
- MagiCAD 
- AutoCAD MEP 
- Bentley Building Mechanical System 
- DDS HVAC 
- Vectorworks Architect 
- ADT Building Systems 
- Autodesk Revit MEP 
Elétrica 
- Bentley Building Electrical System 
- DDS-CAD Electrical 
- Autodesk Revit MEP 
- Vectorworks Architect 
Tubulação (piping) 
- Vectorworks 
- ProCAD 3D Smart 
- Quickpen Pipedesigner 3D 
- Autodesk Revit MEP 
 67 
 
Elevadores e escadas 
- Elevator 6.0 
 
Planejamento (Site Planning) 
- Autodesk Civil 3D 
- Bentley Power Civil 
- Eagle Point‟s Landscape & Irrigation Design 
 
Construção 
- ArchiCAD Constructor and Estimator 
- DDS-CAD Building 
 
Materiais e Componentes 
- ERP systems 
 
Gerenciamento – Facility Management 
- Bentley Facilities 
- ArchiFM 
- FMDesktop 
- Rambyg 
 68 
 
Para aplicações como custo e planejamento, existe um grande número de aplicações, 
geralmente em um mercado muito menor e com funcionalidades específicas de cada 
País. 
 
Uma pesquisa feita, em Junho de 2007, com um grupo internacional de 5486 
assinantes da AECbytes, na internet, 651 responderam como utilizam e avaliam 
soluções de BIM. Essa pesquisa foi patrocinada pela BENTLEY SYSTEMS, mas as 
questões foram neutras e elaboradas pelo autor do relatório. Desse total, 46% eram 
arquitetos, 9% engenheiros e 17% Gerentes de CAD/IT. Os assinantes são 
internacionais e interessados nas soluções BIM, como mostra a figura abaixo. Os três 
importantes critérios para a escolha da ferramenta BIM foram: 
 
- suporte total para produzir documentos da construção de forma que outra 
aplicação não seja necessária; 
 
- Objetos inteligentes os quais mantêm associatividade, conectividade e relação 
com outros objetos; 
 
- Disponibilidade de biblioteca de objetos. 
 
 69 
 
 
Quadro 6: Utilização de Soluções BIM 
Avaliação dos assinantes internacionais do site AECbytes (Khemlani, 2007). 
 
Atualmente, dentro todos os softwares que contemplam BIM, o REVIT é o mais 
utilizado, quase 70%, seguido do ArchiCAD, 30%. Essa pesquisa foi elaboradas por 
usuários e assinantes internacionais da AECbytes, em 2007. O REVIT tem a 
vantagem de ser uma SUITE: Arquitetura, MEP (instalações) e estrutura e ainda um 
gerenciador de dados, trata-se de uma solução completa desenvolvida pela 
AutoDESK, EUA. 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Soluções BIM
% de …
 70 
 
4 - A TI 
 
Tecnologia da Informação (IT - Information Technology) - É o termo que engloba toda 
tecnologia utilizada para criar, armazenar, trocar e usar informação em seus diversos 
formatos (dados corporativos, áudio, imagens, vídeo, apresentações multimídia e 
outros meios, incluindo os que não foram criados ainda). 
 
É um termo conveniente para incluir a tecnologia de computadores e 
telecomunicações na mesma palavra. 
 
Essa convergência está conduzindo a "revolução da informação", em todas as áreas. 
 
O projeto de uma edificação é definido em tantas disciplinas, quanto maior for a sua 
complexidade. São vários participantes contribuindo e utilizando uma grande 
quantidade de dados. Nem sempre há uma uniformidade na ferramenta a ser 
utilizada. Ex: Um projeto de estrutura em REVIT e uma simulação no Cosmos. Além 
disso, a internet nos trouxe a possibilidade de trabalhar para qualquer cliente no 
mundo, desde que utilizamos um dicionário para comunicação. No projeto não é 
diferente. Em todo o mundo existem entidades que estudam e criam normas e 
padrões para facilitar essa comunicação entre diferentes culturas, e essas entidades 
estão empenhadas em disponibilizar uma interface/dicionário de projeto. 
Figura 4.1 
Acesso em 1/11/2008, disponível no Google Earth, 
Universidade Mackenzie, Av. Consolação, SP. 
 71 
 
O BIM/IFC está para o projeto assim como um tradutor está para a linguagem. 
 
Processo de troca de informação. 
• Um requisito de troca expressa a idéia de comunicação de um conjunto de 
dados elementos + restrições. 
• A informação então permite a execução de um processo de negócio. 
• O requisito de troca é preparado do ponto de vista do que é necessário como 
entrada de dados por um processo de negócio a ser executado. 
 
 
 Referencias de troca: 
• NBIMS define processos da indústria; 
• Requisitos de troca (ER-Exchange Requirements) adequados a processos 
específicos. 
• Requisitos de troca dependem do contexto/propósito do processo da 
comunicação. 
 72 
 
Exemplo: Projeto Estrutural 
 
 
 
Quadro 7 – Projeto estrutural 
Requisitos de troca de informações com o BIM. 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 73 
 
Requisitos de troca e MVD (Model View Definition) 
 
 
 
 
Quadro 8 – ER e MVD. 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr.Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 
 74 
 
Requisitos de troca (ER) mapeados no MVD 
 
 
 
 
 
 
Quadro 9 – ER mapeados no MVD. 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 75 
 
TTrrooccaa ddee ddaaddooss vviiaa WWEEBB 
 
 
 
Quadro 10 – Troca de informações via WEB 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 76 
 
SSeerrvviiddoorr ddee oobbjjeettooss IIFFCC 
 
 
 
Quadro 11 – Servidor IFC via WEB. 
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard. 
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007 
 
 77 
 
A Indústria aeronáutica é o melhor exemplo de uma troca de informações bem 
sucedida entre parceiros de risco. Exemplificamos com a indústria aeronáutica 
brasileira: a EMBRAER. Suas aeronaves são constituídas de partes desenvolvidas 
por parceiros de diferentes áreas e diferentes países. A EMBRAER também é 
responsável pelo projeto de alguns itens porem, é a integradora de todo o avião. Isso 
requer uma uniformidade nos dados recebidos e emitidos em sua íntegra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.1 Fornecedores parceiros da Embraer 
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br 
Figura 4.2 O projeto do 170 da Embraer 
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br 
 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IInnffoorrmmaaççõõeess ddee pprroopprriieeddaaddee ddaa EEmmpprreessaa BBrraassiilleeiirraa ddee AAeerroonnááuuttiiccaa SS..AA..
Figura 4.3 Portal dos parceiros da Embraer 
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br 
 79 
 
 
5 – CONCLUSÕES 
 
A construção civil se encontra num momento crítico, não só pela recessão mundial, 
mas também pelo crescimento da população e a necessidade de edifícios 
sustentáveis e que ajudem a preservar o meio ambiente, os Green Buildings. A cada 
minuto surgem novas tecnologias, materiais e processos que revolucionam métodos 
construtivos e de projeto. O BIM é uma nova tecnologia que vem numa época pós-
CAD para a AEC. Sua implantação e utilização no Brasil ainda é pouco disseminada 
o que nos da a oportunidade em pensarmos como nos integrar às organizações 
existentes no mundo que já estão trabalhando nesse dicionário de dados para troca 
de informações na arquitetura e na construção civil. 
Com a globalização, cada vez mais as fronteiras serão virtuais, é preciso criar regras 
para essas fronteiras virtuais assim como temos regras de fronteiras federais. 
O Brasil já dispõe de edifícios homologados pela LEED, norma cada vez mais 
utilizada nas edificações sustentáveis. É preciso agora, se engajar nas considerações 
internacionais que definem o IFC, IFD de forma a estarmos aptos para prestar a 
qualquer país no mundo. O BIM é esse canal de comunicação. 
 80 
 
66 –– GGLLOOSSSSÁÁRRIIOO 
 
CISC 
Complex Instruction Set Computer - computador com conjunto complexo de 
instruções. 
 
CPU 
Central Processing Unit – Unidade central de processamento – cérebro do sistema 
CAE/CAD/CAM, controla a retirada, codificação e processamento de informações 
assim como a interpretação e execução de instruções operacionais aritméticas, 
lógicas e de controle. 
 
ENIAC 
Electronic Numerical Integrator and Computer – Integrador numérico eletrônico e 
Computador – primeiro computador 
 
RISC 
Reduced Instruction Set Computer - computador com conjunto reduzido de 
instruções. 
 
 
 81 
 
Glossário BIM 
 
AEC/FM (Architecture-Engineering-Construction/Facility Management) 
Grupo responsável pelo desenvolvimento do projeto e da construção. 
 
AIA – American Institute of Architects, EUA 
http:// www.aia.org 
 
BEM (Building Element Model) 
Representação digital de uma edificação que pode ser inserida e utilizada numa 
ferramenta BIM ou aplicações que utilizam informação integrada do produto. 
 
Building Data Model 
Um esquema de objetos para representar uma edificação. Pode ser usado para 
representar esquemas de troca de arquivos, para XML-based WEB ou banco de 
dados armazenados. Ex: IFC e CIS/2 – normas de produto para estruturas em aço. 
 
Building Objects 
Elementos e partes que compõe a edificação. Objeto é qualquer unidade da 
edificação que tenha propriedades associadas, entretanto espaço também é objeto. 
 
 82 
 
BIM Application 
Utilização específica do BIM para suportar o processo de trabalho ou tarefas do grupo 
de projeto. 
 
BIM Process 
Um processo que confia na informações geradas pela ferramenta de design BIM para 
analisar, detalhar fabricação, estimar custos, planejar etc. 
 
BIM System 
Um sistema de software que incorpora ferramentas de design BIM e outras 
aplicações que utilizam dados do BIM. Pode estar em ambiente LAN ou WAN (web). 
 
BIM Tool 
Um software utilizado para gerar e manipular building information models. Ex.: „BIM 
Design Tool‟ é usado para se referir a ferramentas utilizadas para o projeto de 
arquitetura como REVIT Architecture, Bentley Architecture, ArchiCAD etc. 
 
Building Model 
Registro digital da edificação: seu desempenho, planejamento, construção e 
operação posterior. É considerado a próxima geração de um desenho de edificação 
ou desenho de arquitetura. 
 83 
 
- Componentes da edificação – são representados com inteligência digital 
(objetos) que sabem o que são e podem ser associados com dados de atributos e 
gráficos computacionais e regras paramétricas; 
- Componentes que incluem dados que descrevem comportamento, para 
utilização em análise e processo como especificações e análise de energia; 
- Dados Consistentes e não-redundantes como modificação nos dados de 
componentes são representados em todas as vistas do componente; 
- Dados de Coordenada de forma que todas as vistas sejam representadas da 
mesma forma. 
 
 
Building Model Repository/ Model Server 
Sistema de banco de dados cujo esquema é baseado no formato baseado no objeto. 
Diferente do PDM (Sistema Product Data Management) e de sistemas de 
gerenciamento de projeto baseados na WEB no qual o sistema PDM são baseados 
em arquivos e levam arquivos de CAD e análise. BMR são baseados no objeto 
permitindo quantificar, transferir, atualizar e gerenciar objetos individuais de projeto de 
um conjunto heterogêneo de aplicações. 
 
BuildingSMART 
Conjunto de padrões abertos e relativa tecnologia com o objetivo de alcançar efetivo 
fluxo de informações na indústria AEC/FM. 
 84 
 
CAD (Computer Aided Design) 
Projeto auxiliado por computador dotado de software gráfico. 
 
CADD (Computer Aided Design and Drafting) 
Projeto e detalhamento auxiliados por computador, software gráfico. 
 
CAE (Computer Aided Engineering) 
Engenharia (e simulação) auxiliada por computador, software gráfico para cálculo e 
simulação. 
 
CAM (Computer Aided Manufacturing) 
Manufatura (ou fabricação) auxiliada por computador. Software para controle 
numérico com ou sem simulação de ferramenta. Utilizado para programação de torno, 
fresa, usinagem, otimização e corte de chapas entre outras aplicações. 
 
CIM (Computer Integrated Manufacturing) 
É a integração do CAE/CAD/CAM na indústria. 
 
HVAC – Heating Ventilating and Air Conditioning 
Projeto do controle climático de uma

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