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CIRURGIA DE GRANDES ANIMAIS 16/08 Tempos fundamentais da Cirurgia 1. Diérese 2. Hemostasia 3. Síntese DIÉRESE – “"Separação dos tecidos realizada por meio de intervenções manuais e instrumentais" Momento em que ocorre a penetração dos tecidos ou órgãos, plano a plano ou camada por camada. Em grandes animais quase não se divulsiona o subcutâneo, pois as camadas da pele já se separam o bastante logo na primeira incisão. • Divulsionar: cria um espaço morto, uma bolsa de ar abaixo da pele. Se este espaço morto for muito grande acaba levando à abertura dos pontos, pois o espaço morto acaba sendo um meio de cultura muito favorável, levando ao acúmulo de seroma. Existem duas classificações de diéreses: 1. CRUENTA • Há sangramento • Por arrancamento ▪ Por exemplo: uma orquiectomia de pequenos ruminantes ▪ Cria uma superfície irregular (fixação do coágulo) e só é possível com animais jovens • Por curetagem ▪ É a raspagem em sequência das camadas ▪ Usada em fístulas ou corpos estranhos. A cureta descasca a parede fibrosa das fístulas, reestabelecendo a circulação. Técnica que sangra muito ▪ Cureta: • Por debridamento ▪ Técnica usada para remover bridas (tecido conjuntivo) e romper aderências ▪ Por exemplo: retículo pericardite traumática • Por divulsão/deslocamento ▪ Não se corta, se separa o tecido ▪ Pode ser usado tesouras (entram fechadas e saem abertas) ou os dedos • Por escarificação ▪ Técnica superficial ▪ É realizada a raspagem da pele até ocorrer o sangramento, usada para a colheita de material • Por esmagamento ▪ Técnica usada comummente em orquiectomias de animais que irão para o abate rapidamente ▪ Utiliza-se emasculadores (burdizzo) ▪ • Por formação de fístula ▪ Quando ocorre uma via de comunicação entre o órgão oco e o meio externo ▪ Por exemplo: rumenostomia, esofagostomia • Por osteotomia ▪ Técnica usada para corrigir desvios ósseos ou quando é necessário realizar uma fratura ▪ Por exemplo: toreoctomia – deve-se fraturar uma costela para adentrar a cavidade torácica • Por incisão ▪ A incisão deve ser a menor possível, única e magistral ▪ Pode ser feita por deslizamento: deve ter uma estabilização do tecido incisado, um controle preciso da profundidade, a incisão deve ser completa em uma única passagem da lâmina e a lâmina deve estar perpendicular ao tecido ▪ Pode ser realizada por pressão (estocada): movimentos de “pancada” ▪ Ou por movimentos de vai e vem: quando é utilizado serra de fita (remoção de chifre) ou fio serra (amputação de dígitos) 2. INCRUENTA • Sem sangramento algum ou com muito pouco • Por raio laser • Por criobisturi • Por bisturi eletrocirúrgico ▪ Vantagens: há uma menor perda sanguínea, diminui tempo cirúrgico, menos material cirúrgico necessário no local de incisão ▪ Desvantagens: retardo na cicatrização, maiores chances de infecção ▪ Contra-indicações: quando há éter, ciclopropano, álcool ou gases intestinais HEMOSTASIA Quando há a parada ou a prevenção de sangramento 1. Hemorragia • Classificação da hemorragia: arterial, venosa, capilar, mista • Consequências: ▪ Ameaça a vida ou a pronta recuperação do paciente ▪ Dificuldade de visualização das estruturas ▪ Retarda a cicatrização ▪ Favorece a infecção • Métodos para remoção do sangue derramado ▪ Por secagem, utilizando gazes (manual ou instrumental) ou os dedos ▪ Por aspiração • Métodos de hemostasia ▪ Temporária ▪ Definitiva 2. Hemostasia temporária • Torniquete ou garrote devem sempre ser realizados em posição anti-hemorrágica • Vasoconstritores de aplicação local ▪ Adrenalina, aplica-se gotas em pequenos vasos • Distensão dos tecidos • Tamponamento compressivo momentâneo ▪ Com gaze • Compressão digital momentânea • Ligadura ou pinçamento transitório ▪ Com clampes atraumáticos ▪ Com fios ▪ Com fitas 3. Hemostasia definitiva • Substancias de aplicação local ▪ Usado em órgãos parenquematosos e esponjosos ▪ Usa-se: fargmento de músculo ou gordura, adesivos de fibrina, gelatina absorvível, celulose oxidada, colágeno absorvível, adesivos de cianoacrilatos ou cera óssea • Coagulação térmica ▪ Frio ou calor • Coagulação elétrica ▪ Cautério ▪ Coagulação monopolar: caneta de manipulação corpo do paciente placa terra ▪ Coagulação bipolar: pinça baioneta entre as pontas da pinça e o paciente ▪ Uso inadequado: hemorragia retardada, queimaduras graves, retardo na cicatrização, infecção, incêndio ou explosão CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES 1. Perda de sangue a. Cruenta b. Incruenta 2. Técnica empregada a. Conservadoras: conserva o tecido ou órgão b. Mutiladoras: remoção total ou parcial de órgãos ou membros c. Reparadora: reparação do tecido ou órgão afetado 3. Finalidade a. Curativa i. De extrema urgência: visa salvar a vida do paciente 1. traqueotomia ii. Urgência relativa: cirurgião dispõe de pouco tempo para preparar o paciente, melhorando o seu estado geral para o ato operatório 1. Obstrução esofágica iii. Urgência com graves alterações funcionais: necessário o tratamento da afecção cirúrgica e o da alteração funcional secundária 1. obstrução intestinal em equino (afecção primária X desidratação, endotoxemia) b. De conveniência: realizadas em pacientes hígidos c. Experimentais: realizadas para a realização de pesquisas 4. Resultado a. Paliativa: quando não há cura total b. Radical: quando há cura total 5. Prognóstico a. Bom b. Reservado c. Ruim 6. Campo de ação a. Geral: feridas, lacerações... b. Especial: otorrinolaringologia, oftalmologia, plástica... 7. Presença de microrganismos a. Asséptica b. Séptica: com contaminação em área determinada ou conhecida c. Potencialmente séptica: por exemplo, sinusites bacterianas NOMENCLATURA OU TERMINOLOGIA CIRURGICA SUFIXO MANOBRA EXEMPLOS Tomia Incisão, corte, secção Esofagotomia Ectomia Ablação, retirada Orquiectomia Stomia Abertura para o exterior Uretrostomia Centese Punção Cistocentese Stasia Parar, suturar Hemostasia Rafia União, sutura Enterorrafia Scopia Exploração, observação Laringoscopia Plastia Plástica, reparação Otoplastia Anastomose União de órgãos Enteronastomose Dese Imobilização Artrodese Pexia Fixação retopexia PREFIXO ÓRGÃO Nefro Rim Neuro Nervo Oftalmo Olho Oofor Ovário Orqui Testículo Ósteo Osso Oto Orelha Procto Reto Rino Nariz Salpinge Trompa ou tuba uterina Tóraco Tórax Traqueo Traqueia Abdomino Abdômen Adeno Glândula Cisto Bexiga Cole Vesícula Colo Cólon Colpo Vagina Dermo Pele Êntero Intestino Gastro Estômago Hístero Útero Laringo Laringe Mio Músculo EQUIPE CIRÚRGICA Cirurgião, auxiliar, instrumentador, anestesista e volante • Quem se paramenta: cirurgião, auxiliar e instrumentador PARAMENTAÇÃO 1. Instrumentos de Diérese a. Cabo de bisturi b. Lâminas c. Tesouras i. Curvas ii. Retas iii. Metzenbaum (30 – 70) 1. iv. Standard 1. v. Mayo (50 – 50) 1. vi. Romba/romba , romba/fina, fina/fina d. Tentacânula i. 2. Instrumentos de preensão a. Pinça de dissecção anatômica b. Pinça de dissecção com dente de rato c. Pinças Bakhaus i. 3. Instrumentos de hemostasia a. Pinças hemostáticas i. Crile 1. ii. Kelly 1. iii. Mosquito 1. iv. Kocher 1. 4. Instrumentos de exposição a. Pinça Allis i. b. Afastadores de Farabeuf i. c. Afastadores de Volkman i. d.Afastador de Finochetto i. e. Afastador de Gosset i. 5. Instrumentos especiais a. Pinça de Foerster i. b. Pinça de Coprostase i. c. Pinça de Duval i. 6. Instrumentos para Síntese a. Porta agulhas Mathieu i. b. Porta agulhas Hegar-Mayo i. c. Caixa para agulhas MONTAR NA MESA • CIRURGIÃO SÍNTESE ESPECIAIS EXPOSIÇÃO DIÉRESE PREENSÃO HEMOSTASIA • INSTRUMENTADOR • Parte “pontuda” sempre virada para o instrumentador MANEJO DE FERIDAS Classificação 1. Planos atingidos a. Superficial b. Profundo 2. Tipo de lesão a. Esmagamento – submetido a alto grau de força por dois objetos b. Contusão – golpe sobre a pele que causa lesão nos vasos sanguíneos c. Abrasão – derme e epiderme após trauma rombo ou por força de cisalhamento d. Avulsão – arrancamento de pontos de ancoragem e. Incisão – objeto cortante com dano tecidual mínimo aos tecidos adjacentes f. Laceração – irregular, lacerante, danos variáveis aos tecidos adjacentes g. Punção – pontiagudo, contaminada e suja 3. Presença de micorganismos a. Limpa: cirúrgicas b. Limpa/contaminada: por exemplo, cirurgias do trato respiratório, alimentar ou urinário c. Contaminada: Quebra de tec., feridas agudas abertas, acidental d. Suja/infectada: 1x10⁵ bactérias. Tecido desvitalizado, debris, corpos estranhos 4. Fases de cicatrização a. Fase inflamatória i. Presença de plaquetas, neutrófilos, macrófagos e fatores de crescimento b. Fase proliferativa i. Presença de macrófagos, fatores de crescimento, fibroblastos e colágeno ii. Neovascularização iii. Tecido de granulação c. Fase de remodelamento i. Diminuição da rede vascular ii. Epitelização – das margens até o centro da ferida iii. Retração iv. Maturação Tecido de Granulação Exuberante: causa um retardo na cicatrização, é altamente vascularizado, rico em colágeno e há um influxo de PMNs. Terapia 1. Primeira intenção a. Usada em feridas limpas ou limpas/contaminadas 2. Segunda intenção a. Usada em feridas contaminadas, sujas ou infectadas 3. Terapia local a. Água + sabão neutro b. Solução fisiológica c. Bandagens d. Anti-sépticos: Dakin, permanganato de poatassio 1:5000, glicerina iodada e. Açúcar 4. Terapia sistêmica a. AINEs b. Corticosteroides c. Toxóide tetânico 5. Terapias alternativas a. PRP b. Larvas c. Quitosana NEOPLASIAS Definição: Proliferações locais de clones celulares cuja reprodução foge ao controle normal, e que tendem para um tipo de crescimento progressivo e para a perda de diferenciação. Caracteritização : • Macroscópica CRITÉRIOS NEOPLASIAS BENIGNAS NEOPLASIAS MALIGNAS Velocidade de crescimento Lenta Rápida Forma de crescimento Expansiva Expansiva e infiltrativa Matástases Ausentes Possíveis • Microscópica CRITÉRIOS NEOPLASIAS BENIGNAS NEOPLASIAS MALIGNAS Semelhança com o tecido de origem Preservada Alterada Morfologia celular Preservada Alterada Grau de diferenciação Alto Baixo Principais neoplasias em equinos: • Melanoma • Sarcóide • Carcinoma de células escamosas • Papiloma • Linfoma Principais neoplasias em bovinos • Papilomatose • Linfossarcoma • Carcinoma de células escamosas Diagnóstico • Fase 1 – identificação/anamnese o Determina suspeitas e direciona possibilidades • Fase 2 – exame físico geral o Determina a anormalidade de função presente ▪ Emagrecimento progressivo ▪ Nódulos que crescem ▪ Feridas que não cicatrizam ▪ Sangramentos de qualquer intensidade ▪ Dispneia ▪ Cansaço e perda de apetite ▪ Dificuldade de alimentar-se ou beber água ▪ Tenesmo, disúria • Fase 3 - Exame especial de sistemas ou órgãos suspeitos o Determina sistema ou órgão envolvido ▪ Exames de imagem (RX, US, Endoscopia, Uretrocistografia, Broncospia...) • Fase 4 - Exame especial de sistemas ou órgãos identificados o Determina a localização da lesão no sistema ou órgão ▪ Exames de imagem • Fase 5 – exame especial da lesão o Determina o tipo de lesão ▪ Citológico: procedimento de baixo custo, pouco invasivo e pouco doloroso. Apenas sugere um diagnóstico ▪ Histopatológico: a biópsia é realizada com anestesia local ou geral, depende do comportamento do paciente e da localização da lesão. Método de diagnóstico preciso • Biópsia incisional: retirada de uma parte • Biópsia excisional: retirada completa da formação • Fase 6 - Exame especial de espécimes o Determina a causa específica da lesão ▪ Sorologia: Identificação de antígenos ou anticorpos no soro Princípios de tratamento • Ressecção cirúrgica completa • Crioterapia • Imunoterapia: autovacinas, vacinas e BCG • Quimioterapia local o Bleomicina: substância estável e não dolorosa o Cisplatina: é um agente mutagênico, carcinogênico e deve ser manipulado com extrema cautela. Os tratamentos podem ser extremamente longos, durando até um ano o 5-fluorouracil: é um inibidor da síntese de ácido nucleico e tem sido usado para lesões pequenas ou quando outro tratamento não é possível • Radioterapia o Comumente utiliza-se a técnica de braquiterapia, onde implantes de radiações ionizantes são colocados nas lesões. É uma técnica usada para massas recorrentes ou tumores de difícil acesso, principalmente perioculares • Quimioterapia sistêmica • Outros: Cimetidina; Clorobutanol; autohemoterapia RESUMO – EQUINOS NEOPLASIA RAÇA IDADE SEXO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Melanoma Percheron, Lusitano, Árabe Idosos (+ 10 anos) - Histopatológico/ citológico Excisão cirúrgica, imunoterapia, crioterapia, cimetidina Sarcóide - Menos de 4 anos - Histopatológico Excisão cirúrgica, crioterapia, quimio local, imunoterapia, radioterapia Carcinoma de células escamosas - - - Histopatológico Excisão cirúrgica, quimio local, imunoterapia, radioterapia Papiloma - Menos de 3 anos - Histopatológico Quimio local, controle Linfoma - Inicio de 5 a 10 anos - Histopatológico Agentes citotóxicos, imunomoduladores, corticosteroides, radioterapia RESUMO BOVINOS NEOPLASIAS RAÇA IDADE SEXO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Carcinoma de células escamosas Hereford Simental Acima de 5 anos - Histopatológico Excisão cirúrgica, criocirurgia, autovacinas, autohemoterapia Papiloma - Menos de 2 anos - Histopatológico Excisão cirúrgica, ivermectina, criocirurgia, autovacina, autohemoterapia, clorobutanol Linfossarcoma enzoótico - Acima de 2 anos - Histopatológico, sorologia Conservativo Linfossarcoma juvenil - De 2 semanas a 6 meses - Histopatológico, sorologia conservativo Cirurgias de Cabeça Sinusite • É um processo inflamatório e infeccioso que acomete os seios paranasais, principalmente o maxilar (concha superior e inferior) e frontal. • Causas o Primárias: causas desconhecidas, mas é comum a presença de agentes infecciosos, como o Streptococcus sp. o Secundárias: infecções de raízes dentárias (fraturas ou doenças peridontais); traumas; neoplasias (são incomuns, mas se com o tratamento a ferida não cicatrizar, sempre investigar se não é uma possível neoplasia); infecção fúngica que ocorre após cirurgia ou hematoma etmoidal; hematoma etmoidal progressivo. • Sinais e sintomas o Aumento de volume dos seios paranasais, o Secreção nasal purulenta e de odor fétido, o Secreção lacrimal. Mais serosa = aumento de volume e compressão do ducto nasolacrimal (epífora), o Fístula, o Odor fétido na boca, se houver infecção dentária,o Apatia, o Febre, só ocorre se a infecção for sistêmica, o Diminuição do fluxo e ar na narina acometida, o Diminuição da alimentação, principalmente se for por algum problema dentário. • Diagnóstico o Anamnese, exame físico, cultura e antibiograma, percurssão (som maciço) o Sinocentese é uma punção dos seios paranasais usada para se coletar material para a análise (quando não se sabe de onde vem) o RX, onde se observa um acúmulo de líquido, há um edema generalizado gerando uma opacificação da imagem o Sinoscopia o Sinusotomia: incisão para abrir o interior da cavidade, e assim, poderão ser realizados procedimentos como uma limpeza ou desobstrução do seu conteúdo (tumores, cistos, secreções, pólipos, dentes acidentalmentes deslocados para o seu interior) o Broca treza: após realizar a incisão se posiciona a broca e a gira (como um saca rolha) para se adentrar o seio nasal. Lava-se e coloca-se um dreno para não acumular mais secreções, como da descarga nasal. Pode ser realizada com o animal em pé • Tratamento o De causa primária: lavagem e antibiótico terapia o De causa secundária: lavagem e tratamento da causa primária o Retalho ósseo: usa o martelo e o osteótomo. Realizo esta técnica quando não é possível retirar o dente pela cavidade oral e é preciso lavar o seio (com solução fisiológica) o Trepanação: usa-se o trepano. Após bloqueio anestésico, realizo uma incisão no subcutâneo e no periósteo, rebato o mesmo e então realizo o acesso no seio acometido. O tamanho da trepanação depende do que será feito no local Alvéolo Periostite • Se trata de uma afecção da raiz dentária proliferativa (quando há o crescimento do osso) e não há a possibilidade de retirada do dente pela trepanação • No RX se observa um aumento da radiopacidade na região do dente • Ocorre após uma extração dentária traumática, resultando em um aspecto seco do osso exposto no alvéolo devido à desintegração ou perda do coágulo sanguíneo • Sinais podem ou não ser compatíveis com sinusite • Técnica o Anestesia geral o Realiza-se um flap dentário – uma janela maior pois não se sabe a origem, com o uso do martelo e do osteótomo o Fechamento – realizado após a lavagem, sutura do periósteo e da pele. Se mantém o dreno para não ocorrer a obstrução do seio após a alimentação. Quando finalizar a cicatrização, se retira o dreno que pode ser cicatrizado por segunda intenção o Pós-operatório – lavagem com solução fisiológica Descorna • Realizada em animais adultos • Técnica o Tricotomia ao redor do corno o Antissepsia o Pano de campo o Bloqueio anestésico local, no forame corneal e infiltração circular ao redor da base do corno usando lidocaína, e xilazina 2% o Animal em decúbito ventral ou lateral com o lado esquerdo voltado para cima o Realiza incisão dorsal, no canto do olho e em volta do chifre o Divulsionar pele com bisturi o Colocar bakaus para segurar a pele o Cerrar o chifre na base e remover o corno o Limpar ferida o Sutura Wolff com fio de nylon, deixando os fios da sutura longos o Curativos locais com PVPI o Antibióticos e antiinflamatórios não esteroidais o Retirada dos pontos após 7 dias • Se há uma deiscência da sutura occore uma sinusite • Cirurgia cruenta Mochação • Realizada em bezerros de até 20 dias • É a cauterização do botão córneo. Usando o ferro do machador a base é queimada, onde estão as células germinativas, girando cerca de 180 graus até nivelar com a pele • A contenção deve ser realizada através do pear de 3 (3 membros amarrados, segura pela orelha) ou cavalete • Necessário a realização de curativos diários, para evitar moscas e bicheiras Cirurgias dos Globos Oculares • Algumas doenças que afetam os globos oculares: o Epífora: lacrimejamento excessivo o Fluoresceína (colírio): mostra lesão no epitélio da córnea o Hifema: sangue na câmara anterior o Hipóplio: pus na câmara anterior o Queratomalácea: doença em que a córnea seca e fica opaca devida a deficiência de vitamina A o Anoftalmia: ausência de um ou dos dois olhos, acompanhada de outras anomalias craniocefálicas Sistema de Lavagem Subpalpebral • Técnica – usada para se fixar a sonda entre a pálpebra e a esclera para pingar o colírio o Bloqueio anestésico local – infiltrações na região dorsal e ventral do fórnix conjutival com lidocaína o Introduz o cateter na pálpebra superior e passa de um lado para o outro, se passa a sonda por dentro do cateter e retira-se o cateter, deixando apenas a sonda o Veda-se um dos lados da sonda dando um nó e se deixa o outro lado aberto para se introduzir o liquido destinado à lavagem o Indicação: úlcera de córnea Flap de 3ª Pálpebra • Técnica o Se traciona a pálpebra até a região mais alta. Se passa o fio na pálpebra superior, a agulha na mucosa da 3ª pálpebra e se realiza a sutura colchoeiro. Sutura um subo de silicone para aguentar a tensão, e a terceira pálpebra recobre o olho. o Indicação: auxulia no tratamento e protege a área, mas aumenta a tensão Enucleação • É a retirada do globo ocular • Causas da retirada o Traumas (perfuração, feridas) o Neoplasias (carcinoma espino celular – animais com despigmentação ao redor do olho) • Duas técnicas estão disponíveis: subconjuntival e a transpalpebral • Subconjuntival - técnica o Tricotomia ao redor do olho e antissepsia o Bloqueio local, utilizando lidocaína, no forame supra e infra orbitário. Complementar com infiltração da pálpebra superior e inferior o Realizar cantotomia o Afastar pálpebras e incidir com a tesoura curva romba no saco conjuntival o Seccionar os 4 pares de músculos orbiculares, até o globo ocular girar 360º o Pinçar o pedículo óptico com duas pinças hemostáticas (Kelly ou Crile curva) o Retirar o olho incindindo sobre a pinça hemostática o Transfixar o pedículo e soltar as pinças, se não houver hemorragia cortar o cabo do fio o Colocação de dreno furacionado e sutura das pálpebras (deve-se realizar uma raspagem das mucosas da pálpebra ou não irá fechar) o Retirada do dreno e da sutura de 7 a 10 dias • Transpalpebral (indicada em caso de neoplasia) – técnica o Tricotomia ao redor do olho e antissepsia o Bloqueio local o Incisão sobre a pálpebra superior e inferior o Divulsão e secção dos músculos orbiculares com tesoura romba o Pinçamento e transfixação do pendículo óptico o Soltar as pinças, se não houver hemorragia cortar os cabos dos fios o Colocação do dreno furacionado o Suturar a pele em Wolff o Retirada do dreno e pontos de 7 a 10 dias depois Tarsorrafia (sutura das pálpebras) • Pode ser definitiva ou temporária • Definitiva o Sutura as 3 pálpebras o Realizar o flap de 3ª pálpebra o Realizar a sutura colchoeiro entre as pálpebras superior e inferior para se diminuir a tensão o Indicação: cegueira, traumas irreversíveis • Temporária o Realizar a sutura colchoeiro entre a pálpebra superior e a inferior o Indicação: úlcera de córnea, infecções temporárias, perda temporária da habilidade de piscar Afecções Cirúrgicas do Trato Respiratório Anterior • Estas afecções estão diretamente relacionadas com a queda de performance do animal • Anatomia: o Narinas, fossas nasais, seios paranasais, nasofaringe, laringe, bolsas guturais, palato mole • Funções: o Olfação, fonação, deglutição, termorregulação e proteção • Principais sinais clínicos o Queda de performance o Dispneia o Secreção respiratória o Tosse o Espirro o Intolerância ao exercício o Sons respiratórios o Febre o Corrimento nasal • Diagnósticoo RX, lavado broncoalveolar, endoscopia, auscultação dos campos pulmonares, palpação da traqueia, percussão, US • Caminho do endoscópio o Narina > cavidade nasal > septonasal > seios paranasais > bolsa gutural > recesso faríngeo > faringe > palato mole > laringe > Carina da traqueia > traqueia > brônquios o Observar : coloração, tamanho, presença de corpo estranho... Neuropatia Laringeana Recorrente • Cricoaritenopexia, ou doença do cavalo roncador • Etiologia o Desconhecida o Grau 1, 2 ou 3 o Uni ou bilateral o Predisposição genética o Aritenóides podem paralizar • Causas o Infecções (ex.: garrotilho) o Traumas o Perda progressiva de fibras nervosas mielinizadas do nervo laríngeo recorrente devido ao uso de medicação cáustica perineural ou devido a predisposição genética ▪ Atrofia muscular • É observada no pré, trans ou pós exercício • Sintomas o Chiado na respiração o Queda de performance o Intolerância ao exercício • Diagnóstico o Endoscopia – recomenda-se fazer em tempo real ou logo após o exercício. Também é possível estimular a deglutição e subsequente movimentação jogando água ou ar na região. É possível também realizar uma breve oclusão nasal para forçar o movimento • Tratamento o Paliativo • Prótese laringeana ou cricoaritenopexia – técnica o Tricotomia e antissepsia o Laringotomia para se ter um acesso a laringe – incisão ventral na região laringo facial o Separar cricóide da aritenóide o Passar o fio agulhado na região da aritenóide e tracionar o Passar o fio de cima para baixo na musculatura cricóide e suturar bilateralmente o Tratar por primeira intenção, porque não acessa a luz da faringe o Indicação: quando se tem uma hemiplegia bilateral ou unilateral. Se o animal apresentar dificuldade respiratória, pode-se realizar a traquostomia • Aritenoidectomia – técnica o Retirada total ou parcial da cartilagem artenóide o Realizar laringotomia o Descolar mucosa da laringe o Expor aritenóide o Retirar a cartilagem aritenóide o Suturar mucosa por primeira intenção • Ventriculectomia – técnica o Incisão para retirada da membrana que recobre o ventrículo – não vai mais chiar quando o ar passar o Laringotomia o Palpar cricóide e aritenóide pela membrana que os recobre – palpar a cartilagem tireoide e cricóide, que são ligadas por uma membrana que forma um “V” o Fazer a incisão no meio desta membrana o Em decúbito dorsal usar os ramos da mandíbula como referencia, afastar os músculos e insiona no ápice do “V” o Achar o ventrículo e tracioná-lo com Morango de Willes, girar, pinçar e retirar o morango, incisionando na membrana e a cortando o Não é necessária a sutura o Tratar por segunda intenção o Indicação: chiado como queixa principal Hematoma Etmoidal Progressivo • Se trata de uma massa não neoplásica que se expande a partir de hemorragias sucessivas da camada submucosa do labirinto etmoidal ou dos seios paranasais, de caráter progressivo e destrutivo, que pode invadir o assoalho e a parede dos seios maxilar e frontal. É de causa desconhecida e a maioria dos acometidos tem idade superior a 8 anos. • Sinais clínicos o Epistaxe de forma intermitente e unilateral o Chacoalhar de cabeça o Desmaio o Tosse o Expiração de odor fétido o Respiração estertora o Raramente causa deformação de face ou epistaxe bilateral • Diagnóstico o Achados clínicos o Rinoscopia o RX (no caso de acometimento dos seios paranasais) o Tomografia (único que permite a identificação dos limites anatômicos da massa, sem a sobreposição de outras estruturas anatômicas) • Tratamento o Clínico – injeções de formaldeído intralesional (tratamento mais usado, se tocar mucosa necrosa) o Cirúrgico – sinusostomia e remoção por curetagem, laser ou agentes criogênicos • Prognóstico o De reservado à desfavorável devido às altas taxas de recidivas Deslocamento Dorsal do Palato Mole Persistente e Intermitente • Persistente o Sinais clínicos ▪ Ruído respiratório, mais na expiração ▪ Tosse frequente ▪ Secreção nasal o Diagnóstico ▪ Histórico – intolerância ao exercício, queda de performance e ruído respiratório ▪ RX ▪ Laringoscopia – diagnóstico definitivo o Tratamento ▪ Vai depender da causa do deslocamento, mas o tratamento clínico não é muito viável ▪ Cirúrgico – Stafilectomia, que se trata de uma incisão ao longo da metade do palato, feita com o endoscópio o Diagnóstico diferencial ▪ Pode ser confundido ou estar associado à neuropatia • Intermitente o Ocorre mais em cavalos de corrida o Ocorre quando a epiglote se desloca para baixo do palato mole o Sintomas ▪ Queda de performance ▪ Intolerância ao exercício ▪ Ruídos respiratórios ▪ Tosse ▪ Refluxo alimentar nasal o Causa ▪ Lesões inflamatórias ou alterações anatômicas da laringe, faringe ou palato mole o Diagnóstico ▪ Laringoscopia dinâmica – na esteira ou logo após o exercício ▪ RX ▪ Sinais clínicos o Tratamento ▪ Técnica de Tie Forward – tem o objetivo de deslocar dorsalmente e caudalmente o osso basi hioide e mover a laringe dorsal e rostralmente para evitar o deslocamento dorsal do palato mole ▪ Miectomia parcial de esterno tiródeo, injeção de teflon na epiglote Cisto Subepiglóticos • Lesões principalmente congênitas, mas podem ser secundárias a traumas. Se trata de um cisto localizado abaixo da epiglote • Sinais o Tosse o Disfagia o Ruídos respiratórios o Descarga nasal em potros • Diagnóstico o Endoscopia – cistos circulares ou ovais de coloração rósea o RX o Palpação • Tratamento o Incisão cirúrgica, através de laser guiado pelo endoscópio. “Laça” o cisto, causando uma isquemia na base do mesmo e excisão Aprisionamento da Epiglote • Uma membrana recobre o ápice da epiglote, imobilizando-a e impedindo sua movimentação. Se houver um sangramento, pode haver uma adesão na epiglote na membrana, tornando esse aprisionamento permanente • Causa congênita • Sinais o Ruído respiratório o Dificuldade de salivação o Tosse o Queda de performance o Complicação – pneumonia por falsa via • Diagnóstico o Endoscopia o Sinais e sintomas o Histórico • Tratamento o Antiinflamatórios sistêmicos e locais o Cirúrgico – Desmotomia, fazer uma fissura na membrana o Animal deve ser afastado da reprodução Traqueostomia Temporária • Indicação: obstrução aguda do trato respiratório anterior, cirurgias (cricoaritenopexia) • Técnica o Incisão no terço médio do pescoço, afastar a musculaturas ▪ Incisão longitudinal em 2 – 3 anéis da traqueia ▪ Incisão circular, pegando metade de 2 anéis Traqueostomia Permanente • Indicações: criocoaritenopexia sem sucesso • Técnica o Incisão no terço proximal do pescoço, expor 6 anéis traqueais, realizar a incisão em formato de dois Y ligados e suturar as laterais o Não perfurar a membrana que se encontra abaixo dos anéis traqueais • Animal tem vida normal Afecções Cirúrgicas do Aparelho Genital Masculino • Principais alterações relacionadas ao sistema reprodutor masculino o Queda de performance – em relação a monta natural o Secreções drenando o osteo prepucial ou uretral o Odor fétido vindo desta região o Aumento de volume • Diagnóstico o Histórico, anamnese o Exame físico o Exames complementares ▪ RX – radiografia dos testículos é de difícil realização, pois não são muito pediculosos (depende do tamanho do animal) ▪ Uretrocistografia contrastada ▪ US ▪ Endoscopia – visualizaçãode uretrocistos Orquiectomia • Retirada dos testículos • Realizada por dois motivos o Conveniência – proprietário não tem mais interesse em reproduzir o animal ou em transmitir as características genéticas do animal o Secundária – por alguma patologia, exemplo: neoplasia, trauma... • Existem 3 técnicas o ABERTA (animal em estação) ▪ Sedação com Alpha2-Agonista (exposição do pênis é normal) ▪ Bloqueio anestésico com lidocaína na pele, intratesticular e pode ser realizada no cordão testicular mas tende a causar edema e este edema pode atrapalhar na hora de emascular ▪ Antissepsia realizada com água e sabão, clorexidine degermante e alcoólico ou iodo degermante ▪ Realiza a incisão a um dedo de distância da linha ráfia mediana, nos dois testículos, a túnica vaginal será exposta junto com o testiculo ▪ Fazer uma incisão na parte ventral da túnica vaginal e seccionar o ligamento localizado na cauda do epidídimo, quando realizar a secção a túnica vai ser tracionada para cima expondo o testículo ▪ Com o testículo e o cordão expostos, usar o emasculador no cordão por mais ou menos 7 minutos e realizar o corte do lado do testículo (da borboletinha) o SEMI-ABERTA ▪ Procedimento igual ao da técnica aberta, mas se realiza uma ligadura em cima do emasculador, pegando também a túnica o FECHADA ▪ Igual as anteriores, mas não realiza a incisão na túnica ▪ Emascula o cordão com a túnica • Complicações o Hemorragia e edema são as mais comuns o Peritonite o Foliculite pós castração o Evisceração • Animal CRIPTORQUIDA o Animal que possui um ou dois testículos ectópicos o Realizar a retirada pois o testículo ectópico tem predisposição a se tornar uma neoplasia, para facilitar no manejo (animal apresenta comportamento de garanhão exacerbado) e por ter caráter genético não deve-se passar esta característica a diante o Ténica ▪ Criptorquiectomia • Realizada no testiculo estópico ▪ Orquiectomia o Decide-se o acesso de acordo com a localização do testículo ▪ Inguinal ▪ Intrabdominal ▪ Paramediano ▪ Paraprepucial ▪ Pode-se realizar uma laparotomia ou uma laparoscopia o Diagnóstico ▪ Histórico e anamnese ▪ Inspeção e palpação ▪ US Fimose ▪ Dificuldade de expor o pênis Parafimose ▪ Dificuldade de “esconder” o pênis ▪ Causas o Trauma o Hematoma ou edema, cicatrização pobre que forma um anel fibroso ▪ Tratamento o Postectomia parcial ▪ Retirada parcial da pele que envolve o pênis ▪ Realizar a incisão na pele e no subcutâneo por volta de todo o anel fibroso, 360º ▪ Retirar o anel fibroso,deixando a túnica albugínea exposta ▪ Tracionar a pele e suturar o Penectomia ▪ Parcial ou total ▪ Animal com anestesia geral e em decúbito dorsal ▪ Realizar um garrote na base do pênis ▪ Tracionar o pênis e realizar uma incisão triangular na borda ventral do pênis, com a ponto do triangulo apontando para a base do pênis ▪ Aprofundar esta incisão até conseguir visualizar a uretra ▪ Realizar uma incisão na uretra a cortando no meio, suturar cada lado da uretra na lateral do triangulo, deixando-a aberta ▪ Retirar o pênis ▪ Realizar a sutura da túnica albugínea e depois suturar a pele ▪ Pós-operatório • Manter a sonda no animal Deferentectomia ▪ “vasectomia”, retirada de uma porção do ducto deferente ▪ Técnica o Infiltração anestésica com lindocaína na rafe mediana o Palpar o ducto deferente. Fazer uma divulsão de um lado e fazer duas ligaduras, uma do lado proximal e outra do lado distal da porção que será retirada o Seccionar e retirar a porção do ducto o Realizar o mesmo procedimento no outro testículo o Sutura de Wolf e curativo com iodo polvidine e repelente Epididimectomia ▪ Retirada da cabeça ou cauda do epidídimo ▪ Técnica o Localizar o epidídimo através da palpação o Linha anestésica na região em que o epidídimo se encontra o Incisão na pele, até alcançar a túnica vaginal o Fazer a ligadura na cabeça do epidídimo e fazer a sua retirada o Suturar a túnica vaginal e a pele Desvio de Pênis ▪ Fixação da flexura sigmoide ou “S” peniano o Técnica ▪ Animal em decúbito dorsal ou lateral ▪ Abertura de aproximadamente 4 dedos atrás da base do testículo em direção a pele do animal (períneo) ▪ Retirada do pênis e fixar a proção do “S” peniano na porção ventral ou fixar na musculatura glútea ▪ Colocar o pênis para dentro e suturar ▪ Aderência do pênis o Mais usada em ovinos o Técnica ▪ Animal em decúbito lateral direito ▪ Segurar o pênis e realizar a infiltração anestésica na pele que liga o pênis ao abdômen, na transição do prepúcio com a parede abdominal ▪ Incisão aproximadamente atrás do prepúcio do animal, observar o músculo transverso do abdômen dorsalmente ▪ Escarificar a musculatura e fazer 3 pontos de Wolff, ligando a musculatura do reto abdominal, a bainha prepucial e a túnica peniana na musculatura de novo ▪ O pênis não muda de posição, mas fica fixado na parede abdominal ▪ Transplante do óstio prepucial o Desvia a saída do pênis pelo óstio feito cirurgicamente na lateral do animal o Técnica ▪ Incisão lateral ▪ Criar um túnel divulsionando o subcutâneo da musuculatura abdominal ▪ Criar novo óstio e deslocar o pênis do animal ▪ Chance de dar aderência ▪ Desvio total de pênis e prepucial o Técnica ▪ Decúbito lateral ▪ Localizar 4 tetos na base do pênis, duas de cada lado, região de referencia para a linha de bloqueio anestésico local com lidocaína ▪ Incisão contornando o prepúcio e região do pênis até os testículos ▪ “descolar” todas estas estruturas ▪ Fazer outra incisão lateralizada, feita a partir da base dos testículos ▪ Pênis e prepúcio serão então suturados na região da segunda incisão Pós Operatório das Técnicas ▪ Antibióticos e antiinflamatórios ▪ Limpeza da ferida com iodo polvidine ▪ Repelente ▪ Duchas diárias em volta da incisão para massagear e reduzir o inchaço ▪ Manter o animal afastado das fêmeas de 4 a 5 semanas Orquiectomia em Ruminantes ▪ Técnica (em filhotes, quando adulto a técnica é a mesma usada em equinos) o Contenção com pear de 3 ou tronco de catraca o Tracionar o testículo o Bloqueio anestésico local (nos cordões testiculares e intratesticular) o Incisão em U, até chegar na túnica vaginal. Fazer a incisão na túnica vaginal também o Romper o ligamento que liga a túnica no epidídimo o Segurar o ducto deferente e o cordão o Após liberar o testículo, tracionar e esgarçar o cordão testicular com a mão, escarificando o O cordão vai afinando, quando estiver bem fino enrolar no dedo e puxar. Se cortar o cordão vai prejudicar a formação do coágulo e, por sua vez, a hemostasia o Abrir a bolsa e despejar iodo polvidine dentro e passar repelente ▪ Em caso de edema, abrir novamente para drenar o liquido Celiotomia • Definição: abertura da cavidade abdominal • Laparotomia: abertura da cavidade abdominal pelo flanco • Síndrome Cólica: resolução clínica na maioria das vezes • Cuidados no pré-operatório o Manobras de descompressão (sondagem nasogástrica, tiflocentese – punção do ceco, lado direito), controle da dor, correção do desequilíbrio hidro-eletrolítico, retirar animal do choque, tricotomia ampla, antissepsia (lavar o casco e a boca – intubação oro traqueal), sondagem uretral, fechamento do prepúcio (priaprismo com tranquilizante) • Celiotomias o O diagnóstico da enfermidade é importante para a decisão do acesso o Mediana ventral (2) ▪ Há menos sangramento, fácil de aproximar as bordas mas demora mais para cicatrizar ▪ Pré-umbilical ▪ Retro-umbilical ▪ Pré-retro-umbilicalo Paramediana (1) ▪ Lateral a linha média ventral, deve divulsionar o músculo) o Inguinal (3) ▪ Usada mais em casos de orquiectomia em criptorquidas o Flanco ▪ Laparotomia ▪ Perpendicular ▪ Oblíqua ▪ Paracostal ▪ o Paramamária ▪ Dorsal à veia mamária - partes que conseguimos ou não ver durante a exploração abdominal Celiotomia Mediana Ventral • Incisão na pele, no subcutâneo e na linha alba • Sutura o Linha Alba: Vycril ou Prolene 2/PDS 2 o Ponto simples separado ou Sultan interrompido o Subcutâneo: absorvível 2-0 o Pele: nylon • Complicações o Infecções o Peritonite o Aderência intra-abdominal o Hérnia o Laminite Laparotomia • Limitações o Diagnostico deve ser formado previamente o Cirurgia deve ter indicação de acesso pelo falnco ▪ Ovariectomia, criptorquidismo, fechamento de espaço nefro-esplênico... o Determinação do lado do acesso o Dificuldade de exploração abdominal o Limitações para exteriorização de alças intestinais • Vantagens o Animal em pé ▪ Menor risco anestésico ▪ Ausência da recuperação da anestesia geral o Deiscência da sutura não causa eventração o Menor custo do procedimento o Menor influencia dos fármacos sobre a motilidade intestinal • Riscos o Queda do animal durante o procedimento o Acidentes no tronco o Necessidade de uma celiotomia mediana ventral • Para realizar o acesso os músculos oblíquo abdominal interno e o externo devem ser divulsionados sempre • Sempre suturar o peritônio Celiotomia Paramediana • Não sutura o peritônio, mas sim a fáscia do músculo Enterotomia • Incisão na alça intestinal para retirada de conteúdo (enterólitos ou ingesta compactada) • Técnica o Separar o segmento acometido e ordenhar a alça (remover/afastar conteúdo cranial e caudal ao CE, por exemplo) o Identificar a borda antimesentérica o Fazer pontos de reparo na alça (cranial e caudal ao CE) para que o auxiliar segure e não vaze conteúdo – pegar a seromuscular o Incidir na borda antimesentérica – não incidir no local onde houve comprometimento da vascularização, fazer cranial ou caudal a este local mesmo que o CE estiver ali. Caso contrário pode haver deiscência da sutura o Remover a causa da enterotomia o Realizar a sutura em plano único ou em dois planos ▪ Plano único: preferencialmente em alças delgadas • PSS – sem penetrar na mucosa • Cushing – seromuscular • Lembert – seromuscular ▪ Dois planos de sutura: alças de maior calibre • Schimieden + Chushing • PSC - mucosa ou perfuração total + Chushing • PSC – mucosa ou perfuração total + PSS sem penetrar a mucosa o Levar o Omento para cima da sutura o Reposicionar o órgão na cavidade • Sutura com fio absorvível de boa qualidade ou não absorvível; o cabo de sutura deve ser bem curto • Complicação: estenose da alça Enterectomia com Anastomose (enteroanastomose) • Incisão para retirada de um segmento de alça desvitalizado • Técnica o Identificar o segmento a ser removido o Ordenhar a alça após a interrupção do segmento a ser removido o Colocar clamps intestinais (pinças coprostáticas) na região a ser removida o Usar os dedos do auxiliar, ou drenos de penrose, para interromper o fluxo do segmento que permanecerá o Ligadura dos vasos do mesentério o Incisão e retirada do segmento comprometido o Anastomose termino-terminal, termino-lateral ou latero-lateral o Passar pontos de apoio na borda do mesentério e na borda antimesentérica o Suturas ▪ PSC mucosa + PSS seromusculas ▪ PSS seromuscular ▪ Schimieden + Cushing ▪ Cushing + Cushing ▪ Cushing plano único ▪ Lembert plano único o A sutura continua no mesentério, para evitar hérnias mesentéricas o Cobrir com o omento o Reposicionar órgão na cavidade • Complicações: estenose de alça, infecção • Quantidade que pode ser retirada o Intestino delgado: 60% o Ceco: 100% o Cólon: próximo de 100% Principais afecções do sistema digestório dos ruminantes Reticulite traumática • Apetite pouco seletivo e a anatomia do sistema digestório (o retículo na transição entre cavidade abdominal e torácica) favorecem a ocorrência dessa afecção • Principais afetados o Animais de leite ▪ Área restrita + várias reformas – deixam cair pregos e grampos que os animais ingerem o Mais chances de adquirir em centrais de reprodução do que a pasto • Como ocorre o Há fermentação, contração mais forte e o metal perfura a parede do rúmen o O CE penetra na região cranial do retículo, que está encostado no diafragma, próximo ao coração • Definições o Reticulite ▪ Perfura o retículo e volta o Reticuloperitonite ▪ Atravessa o retículo e atinge o peritônio o Reticulopericardite ▪ Muito líquido na membrana pericárdica e musculatura cardíaca (tamponamento) o Síndrome de Hoflund ▪ Diminuição/atonia de motilidade mediada pelo nervo vago, gera bradicardia – o nervo fica envolto por fibrose ▪ Adquirida: consequência de reticulite/reticuloperitonite/reticulopericardite ▪ Congênita: cruzamento cosanguíneo para criar mini vacas • Sinais e sintomas o Anorexia o Febre o Dor o Pneumo-peritoneo o Circulatório: edema, posição de abdução o Agudo: dor, timpanismo intermitente o Crônico: comprometimento circulatório • Diagnóstico o Pesquisa de sensibilidade ▪ Testa do bastão ▪ Beliscamento de cernelha ▪ Percussão dolorosa ▪ Fazer o animal descer uma rampa o Paracentese ▪ Punção; colher líquido abdominal – 4 dedos atrás da apófise xifoide, desloca à direita (cuidado com a veia mamária) • Fibrina, serosanguinolento da peritonite o Ferroscopia ▪ Ímã acusa a presença de metal o Prova da atropina • Tratamento o Remoção cirúrgica do objeto ▪ Ás vezes não é possível pois o organismo já encapsulou com fibrose ▪ Em casos agudos ▪ Serve mais como diagnostico e prognostico ▪ Animal virá a óbito – hipomotilidade intestinal ▪ Só bloqueio local – sem xilazina, para não deprimir mais • Ruminostomia o Animal em pé o Tricotomia e antissepsia o Bloqueio local – com lidocaína ou xilazina em dose baixa se o animal estiver muito agitado ▪ Infiltração paravertebral (T13 a L1 ou L2) ▪ Infiltração L invertido o Incisão no flanco esquerdo; perpendicular ou oblíqua na vazio do flanco o Incisão na pele, sem divulsionar o subcutaneo o OAE o OAI o Transverso do abdômen – com tesoura romba divulsionar – peritônio vai abrir ao divulsionar o Palpar as estruturas o Fixar o rúmen na pele o Pinça duval com gaze o Sutura contínua (seromuscular) ao longo do rúmen, fixando na pele o Rumenostomia ▪ Criar fístula o Remover o conteúdo o Transfonação ▪ Colher por sonda o liquido ruminal de um animal saudável para transferir para o outro o Sutura ▪ Rúmen • 1º plano: Cushing, PSC • 2º plano: Cushing, Lembert • Retira a sutura da pele • Coloca o rúmen de volta na cavidade • Prevenção o Ímã o Concientização Deslocamento de Abomaso • Diferenciar de dilatação abomasal • O abomaso fica dorsal à direita • Pode fermentar demais devido a movimentação brusca, ele rotaciona e vai para o lado esquerdo entre o rúmen e o retículo • Susceptíveis o Vacas de alta produção leiteira – grande ingestão de concentrado o No pós-parto – até uma semana o Predisposição genética • Sinais e sintomas o Hiporexia o Timbre metálico esquerdo – percurssão do timpanismo, patognomônico o Apatia o Fezes escassas e bem digeridas • Diagnóstico o Paracentese do lado esquerdo ▪ Virá com pH básico o Percussãopatognomônica • Tratamento o Omentopexia ou abomasopexia ▪ Tricitomia e antissepsia ▪ Bloqueio paravertebral e L invertido – associar ▪ Incisão do lado direito, próximo a ultima costela ▪ Incisiona os mesmo músculos da ruminostomia • Pele, SC, OAE, OAI, TA ▪ Esvaziar o abomaso do lado esquerdo, pois já está cheio – inserindo agulha do lado esquerdo (por dentro da cavidade), assim podemos trazer o abomaso para o lado direito ▪ Traciona o abomaso por meio do omento, até próximo da incisão ▪ Posso fixar • O omento – omentopexia • O abomaso – abomasopexia • Prevenção o Nenhuma medida efetiva Timpanimo / empazinamento • Conduta emergencial – sonda esofágica e trocaterização para esvaziar mais a rumenotomia • Empanzinamento o Sólido, formato de pêra o Ingestão em excesso o Síndrome Fe Hoflund • Timpanismo o Formato de maçã o Primário – espumoso o Secundário – gasoso • Sinais e sintomas o Apatia o Hiporexia o Dilatação abdominal • Tratamento o Ruminotomia – empazinamento o Sonda esofágica – timpanismo o Trocarte – timpanismo ▪ Escolhermos o local mais abaulado, longe dos processos transversos para fazer a trocaterização. Posso incisionar a pele antes para facilitar • Prevenção o Proteger acessos aos depósitos de ração Acidose Lática Ruminal • Conceito o Ingestão excessiva de carboidratos o Aguda: pH < 5 o Crônica: pH < 5,5 o Ruminite, abcessos, laminite • Sintomas o Apatia o Hiporexia o Dilatação abdominal o Dor • Diagnóstico o Inspeção o Percussão o Sucussão o Exame de suco ruminal – mensurar pH • Tratamento o Ruminotomia o Transfonação o Fluidoterapia o Correção alimentar • Prevenção o Balanceamento adequado da ração o Rações tamponadas
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