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Notas de aula da disciplina EMPREENDEDORISMO GE53B Profª Gilda Maria Souza Friedlaender, Drª Segundo semestre / 2014 O objetivo desta “Notas de Aula” é complementar a bibliografia sugerida na ementa da disciplina, contribuindo para o aluno perceber os diferentes conceitos, visões de autores das mais diferentes profissões, através de dissertações, teses, artigos, materiais didáticos de vários cursos e instituições. Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba PLANO DE ENSINO CURSO Radiologia MATRIZ FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Reconhecido pelo COEPP que aprovou a matriz curricular e, se houver, resoluções posteriores relativas à disciplina/unidade curricular) - SA DISCIPLINA/UNIDADE CURRICULAR CÓDIGO PERÍODO CARGA HORÁRIA (aulas) EMPREENDEDORISMO GE 53B T81 AT AP APS AD APCC Total 30 5 35 AT: Atividades Teóricas, AP: Atividades Práticas, APS: Atividades Práticas Supervisionadas, AD: Atividades a Distância, APCC: Atividades Práticas como Componente Curricular. PRÉ-REQUISITO NA EQUIVALÊNCIA (código da(s) disciplina(s)) - SA OBJETIVOS Propiciar ao aluno técnicas administrativas que o habilitem como empreendedor no mercado de trabalho. EMENTA Histórico, conceitos e características do empreendedor. Empreendedor na Organização – intraempreendedor. Inovação e criatividade. Plano de Negócio. Conceitos de custos, marketing, mercado. Proposta de projeto empreendedor (desenvolvimento do Plano de negócio). CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ITEM EMENTA CONTEÚDO 1 Diferentes definições sobre Empreendedorismo. Histórico e conceitos de empreendedor Característica do empreendedor 2 A Importância do empreendedor na organização. Intraempreendedorismo A empresa e o macroambiente / Globalização, tecnologia, inovação, trabalho e Educação. Panorama sobre Empreendedorismo na atualidade 3 Motivação e criatividade. Conceitos de Motivação e criatividade Papel da Comunicação para as organizações 4 Criatividade aplicada a Inovação Conceitos e aplicações 5 Plano de Negócio Conceito Planejamento Custos Marketing / Pesquisa de Mercado Desenvolvimento de projeto conforme PN PROFESSORA TURMA Gilda Maria Souza Friedlaender, Drª T81 ANO/SEMESTRE CARGA HORÁRIA (aulas) 2014/2 AT AP APS AD APCC Total 34 5 39 AT: Atividades Teóricas, AP: Atividades Práticas, APS: Atividades Práticas Supervisionadas, AD: Atividades a Distância, APCC: Atividades Práticas como Componente Curricular. REFERÊNCIAS BARON, R. A.; SHANE, S.A., Empreendedorismo - Uma visão do processo. São Paulo, Thomson Learning, 2007 CHIAVENATO, I. Administração de empresas: uma abordagem contingencial. 3ª ed, São Paulo, Editora Makron Books, 1994. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo - Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo, Editora Saraiva, 2004 DEGEN, Ronald Jean; MELLO, Álvaro Augusto. O Empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo. McGraw-Hill, 1989 DOLABELA, F. C., Oficina do empreendedor. Cultura Editores Associados, São Paulo, 1999 DORNELLAS, J.C.A. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001 DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): Práticas e princípios. São Paulo: Pioneira, 1991 FROES, C. Empreendedorismo e estratégia. Rio de Janeiro: Quality-mark, 2002. HASHIMOTO, M. Espírito Empreendedor nas organizações. São Paulo, Editora Saraiva, 2006. LEONE, G.S.G. Custos: planejamento, implantação e controle. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989. MARCONDES, R.C.; BERNARDES, Criando Empresas para o Sucesso - Empreendedorismo na Prática. 3ª ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2004. MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1994. v.1. MAXIMIANO, Antonio Cezar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2006. HARVARD BUSINESS REVIEW. Rio de Janeiro: Campus, 2001. PINCHOTT III, G. Intrapreneuring: por que você não precisa deixar a empresa para tornar-se um empreendedor. São Paulo: Harbra, 1985. RABELATTO, D. Projeto de Investimento. São Paulo: Manole, 2004. SILVA, Christian Luiz da. Microeconomia aplicada: entendendo e desenvolvendo os pequenos grandes negócios. Curitiba: Juruá, 2007. SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. WATSON, L. (Org.). Trajetórias de grandes líderes: carreira e vida de pessoas que fizeram à diferença. São Paulo: Negócio Editora, 2002. "De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro". (Fernando Sabino). Conteúdo Empreendedorismo Intraempreendedor Motivação Plano de Negócio Empreendedorismo O Comportamento Humano O comportamento humano é afetado por aspectos psicológicos, biológicos, sociológicos, antropológicos, econômicos e políticos. Assim, percebe-se a natureza complexa do comportamento humano, que deve sempre ser avaliado de acordo com a situação. De acordo com a teoria hierárquica de Abraham Maslow, as necessidades do indivíduo são fisiológicas, segurança, social, estima e auto realização (MASLOW, 2003). É através do comportamento que a pessoa dá respostas a situações, procurando satisfazer suas necessidades. O processo comportamental começa com a ocorrência de um evento e conclui com uma ação. O comportamento humano é alvo de diversas teorias da psicologia, tais como o comportamentalismo (behaviorismo), a gestalt terapia, a psicologia humanista, a psicologia cognitiva e a psicanálise (LONGEN, 1997). O comportamentalismo dedica-se ao estudo do comportamento em relação ao meio ambiente; é uma abordagem que vê o comportamento como reações observáveis de forma direta, utilizando métodos científicos para o estudo dos fenômenos psicológicos. A gestalt terapia é uma tendência teórica coerente e coesa da história da psicologia; seus articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas bases metodológicas fortes, que garantisse a consistência teórica (LONGEN,1997). A psicanálise, criada por Freud, procura encontrar a origem de qualquer sintoma ou comportamento, ou seja, integrar conteúdos do inconsciente com o consciente. Freud afirma que o inconsciente tem papel preponderante no comportamento da pessoa, dizendo ainda que o indivíduo é dominado por processos mentais inconscientes, por desejos, medos, conflitos e fantasias (ESTEVAN, 1986). Porém, todas as correntes da psicologia têm características que formam o perfil do ser humano, baseando-se em necessidades, conhecimentos, habilidades e valores. Existem várias teorias abordando as diferentes linhas diretivas para o estudo da personalidade, entre elas a teoria psicodinâmica tem fundamental importânciana compreensão da conduta humana (D´ANDREA, 2000). As pessoas, mesmo sem conhecer os fundamentos desta teoria, procuram ter uma atitude psicodinâmica quando tratam com seus semelhantes. Ou seja, quando alguém tenta compreender o comportamento de outrem, em determinada situação, procura descobrir a motivação de suas atitudes e opiniões, sentimentos e crenças; resumindo, procura relacionar a conduta com impulsos, emoções, pensamentos e percepções que a determinam e atua no mesmo modo na previsão de novos comportamentos (D´ANDREA, 2000). “Todas as atividades psíquicas manifestam-se com diversos graus de intensidade, assim, pode-se estar pouco ou muito motivado para a obtenção de determinados fins, pode-se realizar um maior ou menor esforço para vencer obstáculos, pode-se sentir mais ou menos intensamente amor, ódio, alegria ou tristeza e assim por diante.” (D´ANDREA, 2000, p. 15). Esta variação de intensidade pode tentar ser explicada pela existência de diferentes cargas de energia que são absorvidas pelo indivíduo de maneiras diferentes. Sabe-se que o desenvolvimento da personalidade depende da superação de obstáculos, enfrentar dificuldades de cada etapa. O sucesso na superação de cada obstáculo proverá a pessoa de mais confiança, independência e integridade. Todo indivíduo percebe o mundo sob vários aspectos, fazendo com que permita à pessoa uma percepção mais diversificada das várias situações ambientais. O ser humano pode exercitar e desenvolver a capacidade de observação, compreensão e entendimento de todas as coisas, pessoas e acontecimentos presente no dia-dia. A Inteligência e o conhecimento “Antigamente o pensamento lógico e abstrato estava diretamente relacionado à matemática. O dom para a matéria, assim como para a música, é uma capacidade que não se identifica nem com a lógica, nem com a inteligência, mas apenas a usa como filosofia e a ciência” (JUNG, 1972, p. 146). A inteligência é algo difícil de mensurar; temos inteligências diversificadas e umas mais evidenciadas do que outras. Nossa cultura, porém, valoriza demais a inteligência lógico-matemática e ser inteligente, geralmente, está associado a um desempenho muito bom em áreas ligadas a este tipo de inteligência. Porém, o fato de não se ter habilidades em uma determinada área não significa que não seja inteligente. O interesse em pesquisar sobre a inteligência gerou diferentes concepções acerca da sua origem e do seu desenvolvimento nos indivíduos e diferentes investidas no sentido de defini-la. Para alguns estudiosos, a inteligência estaria determinada por fatores genéticos, hereditários, que uma vez estabelecidos poderiam ser pouco modificados pelas interferências do meio no qual o indivíduo vive. Para outros pesquisadores, ela dependeria fortemente do meio social para desenvolver-se. Parece, porém, cada vez mais evidente, que aquilo que chamamos inteligência é, antes de tudo, a capacidade que a inteligência tem de criar-se a si própria, capacidade que não pode ser ignorada friamente porque não se dá de modo simples e nem apenas como resultados genéticos ou individuais, mas constitui uma história cheia de intrigas e com muitos personagens. Gardner (1985) demonstrou que as demais faculdades também são produto de processos mentais e que não há motivo para diferenciá-las do que geralmente se considera inteligência. Desta forma, ampliou o conceito de inteligência, que em sua opinião pode ser definida como "a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural ou comunitário". A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner (1985), é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Nessa teoria é proposto que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ela propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta. Gardner identificou as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Ressalta-se que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Em sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todas as pessoas possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências, que são influenciadas tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de processamento de informações. A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de pessoas e, depois, passados para a geração seguinte. “As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura” (GAMA, 2003). No que se refere à educação centrada no aluno, Gardner levanta dois pontos importantes que sugerem a necessidade da individualização. “O primeiro diz respeito ao fato de que, se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que favorecesse o seu potencial individual. O segundo ponto levantado por Gardner é igualmente importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar posse de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo mesmo bastante difícil o domínio de um só campo do saber” (GAMA, 2003). Assim, se há a necessidade de se limitar a ênfase e a variedade de conteúdo, que essa limitação seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil intelectual individual. Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a atenção para o fato de que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos para a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encorajem seus alunos a utilizaresse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um. As implicações sociais e educacionais que uma teoria como essa traz são muito ricas, pois estão relacionadas com a formação de um novo cidadão: mais feliz mais competente, com maior capacidade de trabalhar em grupo, mais equilibrado emocionalmente. Isso nos leva a considerar a relação entre uma nova concepção de inteligência e as exigências sociais. A importância do educador nessa ocasião em que a verdade do ensino não é realmente o que o professor ensina, mas sim como ele age verdadeiramente, estimulando o desenvolvimento do potencial intelectual do aluno (JUNG, 1972). Todo professor deveria se fazer sempre a pergunta: “eu procuro me realizar em mim mesmo e em minha vida, da melhor maneira possível e de acordo com minha consciência, em tudo o que ensino?” (Jung, 1972). Pode-se considerar que a educação pressupõe a educação de si mesmo. As emoções facilitam as decisões e guiam nossa conduta, porém ao mesmo tempo necessitam serem guiadas. Há dois tipos de conhecimento — racional e emocional — conectados entre si. A mente racional domina a coerência e a reflexão. A mente emocional está presente quando se sabe que algo é verdade mesmo sem que o racional admita o fato. Na maior parte das vezes as duas mentes atuam harmoniosamente, mas pode ocorrer que a emocional envolva a racional. O ser humano constrói seu próprio conhecimento do mundo em que vive; ele procura instrumentos que auxiliem a compreender suas próprias experiências. Cada indivíduo percebe o mundo agregando novas experiências a partir do que havia compreendido (BROOKS e BROOKS, 1997). Baseado nas teorias de Michel Polanyi (que desenvolveu a teoria do conhecimento tácito no final da década de 1940, início da de 50), Sveiby (1998) acredita que o conhecimento possui quatro características: Conhecimento é tácito – não pode ser descrito por meio de palavras, ou seja, sempre se sabe mais do que se pode expressar. O conhecimento prático é – em grande parte – tácito. Conhecimento orientado para ação – constantemente geram-se novos conhecimentos por meio de impressões sensoriais que se recebe, substituindo os antigos. Essa qualidade de conhecimento é dinâmica e é refletida nos verbos aprender, esquecer, lembrar e compreender. É uma habilidade pessoal inalienável e intransferível, cada pessoa constrói seu próprio conhecimento. Conhecimento sustentado por regras – está baseado em regras que não mudam facilmente; são elas que sustentam o processo do saber, mas também o restringem. São as regras que permitem agir com rapidez e eficácia sem ter que parar e pensar no que se está fazendo. Assim, a maior dificuldade não está em persuadir as pessoas a aceitar novas idéias, mas em abandonar as antigas. Conhecimento em constante mutação – novos conhecimentos sempre adquirem nuances dos conhecimentos que já se possui. Normalmente, sabe-se mais do que se expressa, ou seja, o resultado, o que foi articulado e formalizado é menos do que aquilo que se sabe de modo tácito. A mente emocional é muito mais rápida que a mente racional, o que significa uma ação antes de qualquer reflexão analítica, característica da mente pensante, a racional. As ações que surgem da mente emocional possuem um grande senso de certeza, que pode parecer intrigante à mente racional. O rápido modo de percepção pode sacrificar a precisão pela rapidez, pois se baseia nas primeiras impressões. “A mente emocional é nosso radar para o perigo; se nós (ou nossos antepassados na evolução) esperássemos que a mente racional fizesse alguns julgamentos, poderíamos não apenas estar errados – mas mortos” (GOLEMAN, 1995, p. 308). O que não impede que esses julgamentos podem estar errados em algumas ocasiões. A lógica da mente emocional é associativa, relaciona elementos que significam uma realidade ou provocam um disparo de uma lembrança, como se fosse a própria realidade. Histórico do Empreendedor O que significa o termo empreendedorismo? É uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas além da criação de empresas: geração do auto emprego (trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); intraempreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas públicas (políticas governamentais para o setor); As realizações do indivíduo são constituídas por ações empreendedoras de pessoas com capacidade de agir para tornar seus sonhos em realidade. Os empreendedores têm a capacidade de combinar recursos para a realização de obras que visam a melhoria de uma comunidade. Os homens primitivos quando descobriram como trabalhar com o barro e fabricaram os primeiros utensílios de cerâmica, a ação empreendedora do homem possibilitou intervir, transformar e dominar o meio ambiente, criando, inovando, avançando sempre na busca de novos patamares de produção, de melhores níveis de qualidade de vida. Foi essa ação que fez a humanidade crescer, descobrir sempre algo novo. A sociedade atual precisa muito mais de pessoas empreendedoras para continuar fazendo descobertas para satisfazer as necessidades da comunidade. O empreendedorismo é um processo que se percebe em vários ambientes empresariais, provocando mudanças por inovações. O termo empreendedorismo teve sua origem na França, no início do século XVI, designando os homens envolvidos na coordenação de operações militares. Mais tarde, por volta de 1700, o termo começou a ser utilizado naquele país para as pessoas que se associavam com proprietários de terras e trabalhadores assalariados. Contudo, este termo era também usado nessa época para denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos (TONELLI, 1997). Em 1743, Smith (apud LONGEN, 1997) caracterizou o empreendedor como um proprietário capitalista, um fornecedor de capital e, ao mesmo tempo, um administrador que se interpõe entre o trabalhador e o consumidor. Esse conceito refletia uma tendência, de sua época, em se considerar o empreendedor como alguém que visava somente produzir dinheiro. Richard Cantillon (1755) demonstrava a preocupação com a economia, com a criação de novos empreendimentos e gerenciamento de negócios. Cantillon tinha uma noção de empreendedor que se assemelha às de muitos autores contemporâneos. Ele definia o empreendedor como um inovador e como alguém que assume risco, ou seja, alguém que além de lidar com a inovação também investia seu próprio recurso, correndo riscos (BRINGHENTI et al, 1999). Cantillon possuía certo dom visionário em detectar, adivinhar, identificar elementos que já eram lucrativos e os que poderiam vir a ser. Ele mesmo, então, já possuía tino para: busca de oportunidades de negócios, preocupação com gerenciamento inteligente, obtenção de rendimentos otimizados para o capital investido. Na sua visão os empreendedores eram oportunistas que corriam riscos visando lucro. Em torno de 1803 Jean Batist Say no livro “Tratado de Economia Política” definiu o empreendedor como o responsável por reunir todos os fatores de produção e descobrir no valor dos produtos a reorganização de todo capital que ele emprega. O mesmo autor apresentou alguns requisitos necessários para ser empreendedor, tais como: julgamento, perseverançae um conhecimento sobre o mundo, assim como sobre os negócios. Deveria também, segundo ele, possuir a arte da superintendência e da administração (DEAKINS apud TONELLI, 1997). Somente em 1934, com a publicação da obra “Teoria do Desenvolvimento Econômico” de Schumpeter, é que a conotação de empreendedor adquiriu um novo significado, sendo associado à inovação. Segundo ele, a essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios tradicionais, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados, sobrepondo-os aos antigos métodos menos eficientes e mais caros. A partir desta visão, outros autores perceberam a necessidade de inovação e também fazem essa associação. O Empreendedorismo no tempo Várias foram as transformações percebidas em curto período de tempo, principalmente no século XX, em que foram criadas invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Essas invenções foram frutos de inovações, de algo inédito ou de novas formas de utilizar coisas já existentes. Por trás dessas invenções, existem grupos de pessoas que buscam fazer acontecer, ou seja, os empreendedores. As considerações acima são o ponto de partida dos pesquisadores para o estudo das condições que levam o empreendedor ao sucesso. O ensino e discussão sobre empreendedorismo tem se intensificado nos últimos anos principalmente devido ao rápido avanço tecnológico, que requer um número cada vez maior de empreendedores. É através desse entendimento que é possível ensinar-se a alguém a ser empreendedor. Por isso, o estudo do perfil de empreendedores é tema central das pesquisas e tem sido de grande valia para a educação na área. Os empreendedores podem ser voluntários (que têm motivação para empreender) ou involuntários (que são forçados a empreender por motivos alheios à sua vontade: desempregados, imigrantes etc.). O avanço tecnológico aliado com a sofisticação da economia e dos meios de produção e serviços cria necessidade de formalização de conhecimentos que anteriormente bastavam os obtidos de forma empírica. Esses fatores nos levam ao que é chamado atualmente de “A era do Empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão atualmente criando novas relações de trabalho, novos empregos, quebrando antigos paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. Dada sua importância para o desenvolvimento da economia, o empreendedorismo tem sido centro de políticas públicas em diversos países. Atualmente as atividades profissionais estão ligadas às particularidades locais, porém, as soluções podem surgir de qualquer local. O crescente aumento da produtividade interfere no nível de emprego, provocando uma situação em que pessoas com alta qualificação, graduadas e qualificadas permanecem desocupadas ou insatisfeitas com suas atividades. Os empregos atuais exigem pessoas com capacidade intelectual e maiores condições de senso crítico para tomada de decisões nos momentos certos. Conceitos de empreendedor Ao longo do tempo, alguns conceitos administrativos predominaram, em virtudes de contextos sócio-políticos, culturais, desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento e consolidação do capitalismo, entre outros. O papel do empreendedor pode ser definido sob vários aspectos. Para os economistas, é aquele que providencia recursos, trabalho; que introduz inovações. Para os psicólogos, é uma pessoa dirigida por objetivos muito claros, como a necessidade de experimentar, realizar, alcançar seus ideais. Os economistas viam os empreendedores como detectores de oportunidades de negócios, criadores de empreendimentos e aqueles que correm riscos. Uma das críticas aos economistas é que os mesmos não foram capazes de criar uma ciência do comportamento dos empreendedores. Com o passar do tempo, a dificuldade dos economistas em aceitar, dentro da ciência econômica, modelos que não fossem quantitativos, fizeram com que outros ramos da ciência como: sociologia, psicologia, administração e outras, se inseriram no contexto com o intuito de estudar o empreendedor. Não há um consenso do significado da palavra empreendedor, considerando que, essa definição tem mudado de acordo com a época, o país, o autor e o contexto do universo de estudo. David McClelland (1961) desenvolveu uma teoria a respeito dos empreendedores baseado em um estudo realizado em 34 países, no qual foram ident if icadas as seguintes característ icas em um empreendedor bem sucedido: iniciativa e busca de oportunidades; perseverança; comprometimento; busca de qualidade e eficiência; fixação de metas e objetivos; busca de informações; planejamento e monitoração sistemáticos; capacidade de persuasão e de estabelecer redes de contatos; independência autonomia e autocontrole; vontade de trabalhar duro; ter orgulho do que faz; ser auto propulsionador; assumir responsabilidades e desafios; tomar decisões. Segundo McClelland apud Fillion 1998, "um empreendedor é alguém que exerce controle sobre uma produção que não seja só para o seu consumo pessoal". Após McClelland, com o objetivo de definir o que são empreendedores e quais suas características, os comportamentalistas praticamente dominaram por 20 anos (1960 a 1980) o campo do empreendedorismo. Kirzner (1973) afirma que o empreendedor é aquele que cria equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Para Marshall (1985) o empreendedor é alguém que se aventura e assume riscos, que reúne capital e o trabalho requerido para o negócio e supervisiona seus mínimos detalhes, caracterizando-se pela convivência com o risco, a inovação e a gerência do negócio. Para Drucker (1987), os empreendedores são eminentemente pessoas que inovam. Sentencia que a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. “Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática”. Segundo Demac (1990), o empreendedor tende a ser um indivíduo independente e autônomo. Sente a necessidade de ser seu próprio patrão, porque é difícil submeter-se a modelos e procedimentos rígidos; tem certa aversão à estrutura hierárquica. Experimenta uma grande necessidade de se realizar, isto é, de afirmar-se, de vencer os obstáculos, de romper o círculo da rotina, de alcançar objetivos com seu próprio esforço. Por este motivo, pode se dedicar por conta própria a resolver um problema. Para Fillion (1991) o empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive usando-a para detectar oportunidades de negócios. Na visão de Amit (1993), os empreendedores podem ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos, a fim de extrair os melhores benefícios de suas inovações. Baty (1994), apresenta uma evolução da concepção de empreendedor perante a sociedade: nos anos 80, o empreendedor ainda era considerado como uma pessoa desajustada, um lunático atrás de benefícios. Hoje, ele é visto como alguém que fez uma escolha de carreira, tanto nas universidades como na sociedade como um todo. Para Gerber (1996), empreendedor é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar ou criar novos mercados; é a personalidade criativa;sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em probabilidades e caos em harmonia. Para Barreto (1998), o empreendedor é quem tem a habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou do quase nada. Fundamentalmente, o empreender é um ato criativo; é a concentração de energia no iniciar e continuar um empreendimento; é o desenvolver de uma organização em oposição a observá-la, analisá-la ou descrevê-la. Mas é também a sensibilidade individual para perceber uma oportunidade quando outros enxergam caos, contradição e confusão. É o possuir de competências para descobrir e controlar recursos aplicando-os da forma produtiva. De acordo com Marins Filho (1999), em um estudo realizado nos EUA foram definidas cinco características básicas para um empreendedor obter sucesso em seu negócio. Estas características são: 1. alto grau de energia: deve-se ter comprometimento e habilidade para conseguir que as coisas sejam feitas; persistência, para fazer as coisas até o seu final; energia física e mental, iniciativa e vigor e muita força de vontade para levar um projeto ou um sonho até o fim; 2. pensar como empreendedor: para ter sucesso o empresário deve inovar através de ideias e caminhos; pensar ou explorar soluções não- ortodoxas; e usar a razão em termos práticos, teóricos e abstratos; 3. talento no relacionamento com as pessoas: envolve a vontade e disposição da pessoa em trabalhar com outras pessoas, aceitar comentários e sorrir de situações mesmo quando as coisas vão mal. Esta parece ser a principal característica, diz o estudo; 4. habilidade em comunicação: envolve a habilidade de falar de forma clara, sem rodeios, sem rebuscamentos e a habilidade de ouvir realmente, escutar as pessoas, absorver e entender o que elas dizem. Escrever de forma clara e concisa e ter a capacidade de transmitir confiança para as pessoas com quem se comunica; 5. conhecimento técnico: curiosamente a última da lista. Envolve a capacidade do executivo de obter e trabalhar as informações sobre o que faz, sobre o que vem acontecendo em seu campo de atuação, sobre prováveis mudanças nele e de preparar-se para elas. Isto requer vontade, estudo e dedicação. Dornelas (2001) afirma que “O Empreendedor é aquele que assume as funções, os papéis e as atividades do administrador de forma complementar a ponto de saber utiliza-los no momento adequado para atingir seus objetivos.” “Os Empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento.” (Chiavenato, 2004) Resumindo, o empreendedor sente necessidade de se realizar, de vencer obstáculos, romper rotinas, definir e alcançar seus objetivos, quebrar paradigmas. O empreendedor continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação. O objetivo do empreendedor é o sucesso; possui controle de sua vida e de seu negócio com uma visão holística do mesmo; é independente, toma suas decisões de acordo com a sua vontade e visão dos fatos. Ele também é flexível para se adaptar às repentinas mudanças da comunidade, da sociedade e do mercado, aprendendo com suas próprias experiências. Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor hajam muitas diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há entre os estudiosos o consenso de que o empreendedor é distinguido das outras pessoas pela maneira como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades. O quadro a seguir apresenta conceitos de empreendedor conforme década e autor. DATA AUTOR CARACTERÍSTICAS 1848 Mill Tolerância ao risco 1917 Weber Origem da autoridade formal 1934 Schumpeter Inovação, iniciativa 1954 Sutton Busca de responsabilidade 1959 Hartman Busca de autoridade formal 1961 McClelland Corredor de risco e necessidade de realização 1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade e auto confiança. 1964 Pickle Relacionamento humano, habilidade de comunicação, conhecimento técnico. 1971 Palmer Avaliador de riscos 1971 Hornaday e Aboud Necessidade de realização, autonomia, agressão, poder, reconhecimento, inovação, independência. 1973 Winter Necessidade de poder 1974 Borland Controle interno 1974 Liles Necessidade de realização 1977 Gasse Orientado por valores pessoais 1978 Timmons Auto confiança, orientado por metas, corredor de riscos moderados, centro de controle, criatividade, inovação 1980 Sexton Energético, ambicioso, revés positivo 1981 Welsh e White Necessidade de controle, visador de responsabilidade, auto confiança, corredor de riscos moderados 1982 Dunkelberg e Cooper Orientado ao crescimento, profissionalização e independência. Fonte: Differentianting Entrepreneurs from Small Bussiness Owners: a conceptualization. Academy Mangement Review, n. 2, p.356, 1984 (adaptado por Bringhenti) O empreendedor pode ser estudado sob diferentes enfoques e por uma variedade de áreas de conhecimento como a psicologia, sociologia, pedagogia, economia, administração e outros. Especialistas da área comportamental, analisando as formas de pensar, as atitudes e comportamentos que diferenciam os empreendedores, estabelecem suas habilidades e competências. Assim como todo o ser humano pode ser considerado como possuidor de quatro características que definem sua personalidade, no empreendedor se sobressaem algumas dessas características: (PINCHOT, 1985; TONELLI, 1997; MIRANDA, 1997; FRIEDLAENDEDR et al, 2000). necessidade - é a busca incessante por satisfação, para realizar seu sonho; valores - é a visão que o empreendedor tem do mundo; conhecimento - é a visualização do sonho, a intuição; habilidade - é a facilidade que o empreendedor tem de desenvolver todo o projeto. Necessidades Estudos sobre empreendedorismo levaram à elaboração de uma descrição das necessidades do empreendedor que são um déficit ou a manifestação de um desequilíbrio interno do indivíduo. Elas podem ser satisfeitas, frustradas (permanecer no organismo) ou compensadas (transferidas para outro objeto). A necessidade surge quando se rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Destaca-se como necessidades dos empreendedores: Aprovação: conquistar uma posição na sociedade, ser respeitado pelos amigos, aumentar o status e o prestígio da família, conquistar algo que lhe dará respeito e reconhecimento. Independência: impor seu próprio enfoque no trabalho, obter grande flexibilidade em sua vida profissional e familiar, ter liberdade para criar e expressar suas ideias. Desenvolvimento pessoal: ser inovador e estar à frente do desenvolvimento tecnológico, transformar idéias em produtos ou serviços e permanecer num estado de contínuo aprendizado. Segurança: sentir-se seguro em relação a fatores como desemprego, falta de recursos para levar uma vida digna e falta de condições para desenvolver seus potenciais. Auto-realização: obter realização pessoal. Conhecimentos Representa aquilo que as pessoassabem a respeito de si mesmas e sobre o ambiente que as rodeia. O conhecimento é profundamente influenciado pelo ambiente físico e social, pela estrutura e processos fisiológicos e pelas necessidades e experiências anteriores de cada ser humano. O conhecimento do empreendedor está inserido em: Aspectos técnicos relacionados com o negócio: procurar saber todas as minúcias que envolvem o processo de produção. Experiência na área comercial: procurar ter sempre as atenções voltadas no sentido de satisfazer as necessidades dos clientes, seja adaptando ou inovando. Escolaridade: conhecimentos que se adquirem com o sistema formal de ensino. Experiência em empresas: obter experiência em outras empresas, a fim de obter um conhecimento prévio de alguns setores ou funções de sua futura empresa. Formação complementar: aquisição de novos conhecimentos ou atualização dos que já possui. Vivência com situações novas: a experiência adquirida com situações diferentes oferece maior capacidade de êxito. Habilidades Habilidade é a facilidade que se tem de utilizar as capacidades físicas e intelectuais. Manifesta-se através de ações executadas a partir do conhecimento que o indivíduo possui, por já ter vivido situações similares. À medida que se pratica ou se enfrenta repetidamente uma determinada situação, a resposta que a pessoa emite vai se incorporando ao seu sistema cognitivo. Dentre as principais habilidades, destacam-se: Identificação de novas oportunidades: criatividade e capacidade para identificar uma nova oportunidade ou necessidade (“faro”). Valoração de oportunidades e pensamento criativo: mostrar aos outros o quão importante é uma determinada ideia. Comunicação persuasiva: ser entusiástico ao falar aos outros sobre suas ideias e, principalmente, fazer com que concordem. Negociação: saber convencer as pessoas a respeito de suas intenções. Aquisição de informações: saber como o mercado e os clientes estão se comportando e a melhor maneira de atendê- los. Resolução de problemas: adaptar ou inovar a partir de uma ideia principal a fim de que os erros sejam corrigidos. Valores Os valores são um conjunto de crenças, preferências, aversões, predisposições internas e julgamentos que caracterizam a visão de mundo do indivíduo. São básicos no estabelecimento dos aspectos culturais, que acabam contribuindo para o desenvolvimento das características do indivíduo. Apresentam- se hierarquicamente diferenciados de indivíduo para indivíduo, em cuja hierarquia há valores prioritários em relação aos demais. Segundo o autor, os valores manifestam-se nas atitudes e comportamentos dos indivíduos expressando as virtudes e defeitos que os caracterizam. Dentre os valores, destacam-se os seguintes: Existenciais: referem-se à vida em todos os aspectos, dimensões e níveis: saúde, alimentação, etc. Por serem os mais abrangentes, constituem-se num dos principais referenciais na constituição da visão de mundo das pessoas. Estéticos: são os valores ligados à sensibilidade, desde os sensoriais (relacionados aos cinco sentidos) até a arte mais requintada e suas múltiplas formas de expressão. Intelectuais: são os valores associados ao intelecto do indivíduo, que é o instrumento privilegiado da pessoa na conquista do saber. Morais: estão relacionados com a moralidade, sendo um conjunto de doutrinas, princípios, normas e padrões orientadores do procedimento humano, implicando retidão de caráter e honestidade. Religiosos: são os valores ligados a atitudes religiosas, da necessidade que o homem tem de manifestar seus mais profundos sentimentos religiosos. Para que servem tais conceitos, definições? As definições e conceitos acima descritos são o ponto de partida dos pesquisadores para o estudo das condições que levam o empreendedor ao sucesso. É através desse entendimento que é possível ensinar-se a alguém a ser empreendedor. Por isso, o estudo do perfil de empreendedores é o tema central das pesquisas e tem sido de grande valia para a educação na área. Os empreendedores podem ser voluntários (que têm motivação para empreender) ou involuntários (que são forçados a empreender por motivos alheios à sua vontade: desempregados, imigrantes etc.). O empreendedor deve buscar as oportunidades, ter iniciativa, ser persistente, ser comprometido com seu projeto, ser exigente, saber que enfrentará riscos, estabelecer e procurar cumprir metas, buscar informações e saber como utilizá-las, saber usar a arte da comunicação e persuasão, ser independente e autoconfiante. Processo empreendedor O ato de empreender está relacionado à identificação, análise e implementação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. Isto pode ocorrer através da criação de novas empresas, mas também ocorre em empresas já estabelecidas, organizações com enfoque social, entidades governamentais, etc. O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Os aspectos referentes ao empreendedor, são encontrados em qualquer definição de empreendedorismo: iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive; aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar. Quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor, remete-se naturalmente ao termo de inovação tecnológica como o principal diferencial do desenvolvimento econômico global. Assim, quanto mais empreendedores uma sociedade tiver e quanto maior for o valor dado a eles, maior será a quantidade de jovens que tenderão a imitá-los, incutindo na cultura da sociedade o espírito, as características peculiares do empreendedor. Figura 1 - Principais traços de comportamento empreendedor Fonte: MAXIMIANO, Antônio C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009, 3ª edição. Os “solucionadores”, em grande parte, serão aqueles buscadores de oportunidades, aqueles que destroem e constroem de maneira diferente, inovadora e criativa (esses quesitos são os mesmos já observados há décadas passadas). A produtividade do profissional típico crescerá imensamente, através de seus sistemas informatizados de apoio em rede mundial. O que se tem confirmado é que as culturas, as necessidades e os hábitos de uma região determinam os comportamentos. Assim, os empreendedores locais geralmente refletem a cultura de suas comunidades. No ambiente globalizado, da infoera, ocorrerá uma razão de mudança e todas as informações e novidades estarão disponíveis quase que instantaneamente e em âmbito mundial. O aumento de produtividade fatalmente afetará o nível de emprego, como já está afetando, gerando uma grande massa de pessoas altamente instruídas, graduadas e qualificadas, porém desocupadas e certamente insatisfeitas. Novos empregos gerados exigirão pessoas de maior nível intelectual e maior discernimento para que possam tomar as decisões no instante adequado. Esta é a diferença entre o empreendedor do passado e do presente. Dele se espera todas características possíveis elencadas por economistas, engenheiros, comportamentalistas, etc., associadas à velocidade de pensamento e ação que a sociedade atual exige. Atualmente pode-se observar que as organizações estão substituindoo título de gerente por líder de equipe, facilitador, empreendedor ou intraempreendedor. Identificando um empreendedor Fernando Dolabela* Um indivíduo torna dinâmico o seu potencial empreendedor através da representação que faz da realidade e das relações que acredita poder estabelecer com o mundo. Todos nascemos empreendedores, mas é preciso libertar o empreendedor que existe dentro de nós, aprisionado por obstáculos culturais. Um empreendedor se conhece pela ação. Após sonhar e deixar-se dominar pela emoção do seu sonho, o empreendedor mergulha no mundo, no mundo como ele vê, em busca de oportunidade para transformar o seu sonho em realidade. A primeira ação do empreendedor diz respeito à identificação de oportunidades. Ao identificar uma oportunidade congruente com o seu ego, o empreendedor mostra a sua cara. Ao transforma-la em realidade, o empreendedor se faz. Identificar oportunidades é a primeira competência do empreendedor. Ao contrário do que se pensa, a oportunidade não cai nas cabeças das pessoas, como um presente dos céus. Identificá-la é um trabalho que exige sensibilidade, energia, pesquisa, testes, possível somente para quem conhece profundamente o setor em que vai atuar. A oportunidade é uma forma de olhar. Ela está dentro das pessoas e não fora delas. Por que, em nossa cultura, o desenvolvimento da capacidade de identificar oportunidades não faz parte do aprendizado formal? A criação de oportunidades é vista como uma tarefa dos responsáveis pelas macro políticas, principalmente as econômicas, materializadas através da criação de condições que levem ao aumento da capacidade produtiva, gerando-se oportunidades de trabalho, emprego e negócios. A dinâmica do modelo baseado no emprego baseia-se em transformar oportunidades de negócios identificadas e aproveitadas por poucos (empreendedores) em empregos para muitos. A demanda principal é por competência técnica, responsabilidade a cargo do sistema educacional. Neste paradigma produtivo, habilidades lógicas e conhecimentos técnicos são requisitos para os melhores empregos. Elites procuram as universidades, o pessoal do chão de fábrica tentar se qualificar através dos cursos profissionalizantes. O saber técnico, além de instrumento de produção, tem a função de gerar e preservar posições sociais. No passado, por várias razões, os mundos da produção e da educação no Brasil mantiveram uma relação cliente- fornecedor baseada exclusivamente na formação de técnicos. Não de tecnologia, mesmo porque essa geralmente vinha de fora, muitas vezes com restrições. Na divisão de tarefas daquele mundo fortemente estruturado, o conhecimento não era necessariamente comprometido com a sua aplicação para geração de valor para a sociedade. Segregados, colocados frequentemente em campos opostos, conhecimento e prática empresarial eram operados por atores de difícil diálogo que se isolavam nos respectivos âmbitos de sua atuação e hegemonia. No passado, conhecimentos e negócios, academia e empresa eram culturalmente mantidos à distância. Nesse mundo a identificação de oportunidades de negócios não precisava ser tema da educação. Em consequência, um personagem com papel crucial foi mantido fora do palco educacional. O seu script: transformar conhecimentos em riqueza ou em valor para a sociedade. O seu know-how: identificar oportunidades e transformá-las em empreendimento de sucesso. O seu nome: empreendedor, o protagonista dos novos tempos. Este é o perfil do trabalhador moderno. A industrialização aproveitou a dicotomia entre razão e emoção proposta em outras esferas e a estendeu magistralmente ao chão de fábrica, encampando ideologicamente a ruptura entre emoção e trabalho, como se isto fosse possível. A relação predominantemente técnica entre a produção e o ser humano, definiu, no passado, a estratégia educacional de geração de competências para a economia, que funcionou bem enquanto o modelo teve fôlego. As universidades preocupavam-se (e ainda, errando de século, persistem) em formar competência técnica em condições de ser absorvida pelo "mercado empregador", este sim, responsável pela identificação de oportunidades. Isto talvez explique os motivos pelos quais a capacidade de identificar oportunidades não faça parte nossa educação formal básica, nem nos processos educacionais informais, a cargo da família e dos grupos sociais, respeitadas a exceções estatisticamente registradas. Explica também porque a habilidade empreendedora em uma sociedade cuja preparação profissional é dirigida para o emprego seja vista como dom de uma minoria, quando, de fato, é uma competência que pode ser desenvolvida como outra qualquer. O que mudou? Na era da economia do conhecimento, somos obrigados a entender que a emoção não se dissocia da vida e por isto nada acontece à sua revelia, muito menos o trabalho. Por que? Porque quando o homem é feito máquina, a emoção é estorvo. Mas quando é chamado a atuar enquanto ser humano, utilizando a sua criatividade, rebeldia e inteligência, principais insumos produtivos da nossa era, o coração volta a ser essencial. Fernando Dolabela é consultor e educador na área de empreendedorismo, autor dos livros O Segredo de Luísa e Pedagogia Empreendedora e de vários programas educacionais no Brasil. Homepage: www.dolabela.com.br. Intraempreendedor Empreendedor na organização – o intraempreendedor O empreendedor inserido numa organização é denominado intraempreendedor. Macrae (1976) escreveu na revista “The economist” “... as corporações dinâmicas do futuro deveriam estar buscando modelos alternativos de competição com elas próprias”. Em 1982, revendo suas palavras, sugeriu que as empresas não deveriam, mais pagar seus funcionários pela freqüência ao trabalho e sim pelo trabalho realizado: pela produção. Aproveitando essas palavras, Gifford e Elizabeth Pinchott desenvolveram seus conceitos de empreendedor interno da empresa: o intraempreendedor. Pinchott (1985) considera o intraempreendedorismo como a possibilidade que os empregados possuem de empreender dentro de suas próprias empresas onde trabalham. Ou seja, “intraempreendedores são todos os sonhadores que realizam”. Para Guilhon e Rocha (1999) o intraempreendedorismo pode ocorrer em função do mercado em que a empresa se insere, ou decorrente de algum plano econômico, estratégico voltado para a inovação. O intraempreendedor tem a necessidade de estar comprometido com o projeto, que foi idealizado por ele. O intraempreendedorismo torna-se necessário diante da constatação de que é possível, e importante, haver empreendedores dentro das organizações para que ocorra o desenvolvimento das mesmas. A idéia consiste em combinar as vantagens do uso das estruturas e recursos de uma organização com as características de independência e criatividade de um projeto. Emanuel Leite, apud Uriarte, (2000) afirma que “não se deveria gastar tempo nem dinheiro com discussões sobre o fim dos empregos, e sim com a formação de XXI empreendedores, pessoas capazes de criar seus próprios empregos. O empreendedor enfrenta o desafio de ser o próprio criador de seu posto de trabalho, sendo a resposta ao emprego para toda a vida”. Texto referente aos intraempreendedores, parte da dissertação de mestrado de Luiz Ricardo Uriarte, “Identificação do Perfil Intraempreendedor”, do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção – PPGEP – da Universidade Federal de Santa Catarina– UFSC, no ano de 2000. 2.2.7 Intraempreendedores Diversos autores, como Bruce (1976) já mencionado, têm uma classificação menos rígida, incluindo como empreendedores empregados de empresas que são, às vezes, denominados intraempreendedores. O termo intraempreendedor (tradução do Inglês - intrapreneur) foi cunhado por Gifford Pinchot (1989) para designar o “empreendedor interno”. São aqueles que, a partir de uma ideia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalham, dedicam-se entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as emoções, riscos e gratificações de uma ideia transformada em realidade. Deve-se, atualmente, apoiar pessoas com ideias inovadoras e iniciativa (empreendedores e intraempreendedores), porque elas são agentes de mudança e esperança para o futuro. A experiência mostra que as empresas bem- sucedidas são aquelas que iniciaram mudanças em tecnologia, marketing ou organização e conseguiram manter uma liderança em mudanças em relação aos concorrentes. Portanto, os empreendedores são necessários não somente para iniciar novos empreendimentos em pequena escala, mas também para dar vida às empresas existentes, em especial as grandes. A inovação quase nunca ocorre em uma corporação sem que haja um indivíduo ou um pequeno grupo apaixonadamente dedicado a fazê-la acontecer. O problema é que os empreendedores e as grandes empresas não parecem se dar bem juntos, embora devessem necessitar um do outro. O empreendedor, muitas vezes, necessita dos recursos de uma grande empresa para testar suas ideias. Porém, gosta de ser seu próprio patrão e a organização de uma grande empresa costuma dar pouco espaço para a independência. A solução para esse problema de relações pode estar no surgimento dessa nova classe de empreendedores, os intraempreendedores. Além do fato do empreendedor ser um indivíduo que abre um negócio próprio, entra no mercado como empresário e criador de empregos e o intraempreendedor ser um empreendedor trabalhando para alguém, existem apenas tênues diferenças entre eles, quando existem. “O intraempreendedorismo é um sistema revolucionário para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, através de um uso melhor dos seus talentos empreendedores. Os intraempreendedores são os integradores que combinam os talentos dos técnicos e dos elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e serviços”. (Pinchot III, 1989). Os intraempreendedores são todos os “sonhadores que realizam”; aqueles que assumem a responsabilidade pela criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma organização. O intraempreendedor pode ser o criador ou o inventor, mas é sempre o sonhador que concebe como transformar uma ideia em uma realidade lucrativa (Pinchot III, 1989). 2.2.8 Mandamentos do Intraempreendedor Os 10 mandamentos do intraempreendedor (Pinchot III, 1989): Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido Evite quaisquer ordens que visem interromper seu sonho Execute qualquer tarefa necessária a fazer seu projeto funcionar, a despeito de sua descrição de cargo Encontre pessoas para ajudá-lo Siga sua intuição a respeito das pessoas que escolher e trabalhe somente com as melhores Trabalhe de forma clandestina o máximo que puder – a publicidade aciona o mecanismo de imunidade da corporação Nunca aposte em uma corrida, a menos que esteja correndo nela Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que pedir permissão Seja leal às suas metas, mas realista quanto às maneiras de atingí-las Honre seus patrocinadores Se alguém lhe dissesse que mais de 50% do pessoal de vendas não tem perfil intraempreendedor (Véras, 1999), você acharia engraçado ou estranho. Mas é a mais pura verdade, demonstrada cientificamente pela Thomas International, empresa que atua em mais de quarenta países e tem mais de trinta mil clientes. A organização, comandada no Brasil por Jorge Fernandes de Matos, aplica ferramentas de análise de perfil pessoal, identificação do perfil comportamental do cargo e metodologias de desenvolvimento profissional. “O sistema identifica o que a pessoa tem de melhor, como pode dar o melhor de si e crescer, ao contrário de métodos que destacam aspectos negativos e não são direcionados para mudanças”, destaca Jorge, diretor da Thomas e da Dimensão Consultoria & Educação (apud Véras, 1999). Empreendedores Internos http://www.santanacontabil.com.br/bol_novembro.php3 = 06/01/03 BOLETIM DO EMPRESÁRIO >> Novembro / 2002 Para ser um empreendedor, você não precisa necessariamente montar o seu próprio negócio ou abandonar o emprego. Você pode ser um "empreendedor interno" ou um "intraempreendedor". Dentro do conceito de empreendedorismo, há espaço para a manifestação de características empreendedoras na própria empresa, ainda que na condição de funcionário ou colaborador. O conceito de empreendedor está relacionado diretamente a um conjunto de palavras-chave. Contar com funcionários com comportamento empreendedor é um ponto forte que representa vantagem competitiva nos negócios. Tais palavras-chave resumem-se, por exemplo, à iniciativa, capacidade de assumir riscos, inovação, persistência, aceitação às mudanças, confiança, senso de urgência para aproveitar as oportunidades, percepção ativa da movimentação do mercado, desejo de evoluir, gana de vencer transformando ideias em realidade e disposição para trabalhar com comprometimento, dentre tantas outras. O empreendedor interno não limita seu trabalho à disponibilidade de recursos e às oscilações do mercado, mas, sim, associa-o à visão, ao desejo efetivo de transformar ideias em realidade e ao descontentamento com o "velho". Ele usa toda sua imaginação, toda sua criatividade, depositando confiança naquilo que faz. O empreendedor interno arregaça as mangas, não poupa esforços e vai ao encontro dos desafios, objetivando vê-los transformados em resultados. Mesmo diante dos fracassos e dos erros, o empreendedor interno não desiste de seus planos e passa todos os dias por um processo de aprendizagem, predominando, neles, uma característica tipicamente brasileira: "levanta, sacode a poeira, e dá a volta por cima". O empreendedor interno é aquele que dispõe de todas estas características e agrega-as na empresa onde trabalha, colaborando para transformá-la e mantê-la em plena sintonia com as mudanças externas. Assim é o empreendedor interno. Dispõe de todas estas características e agrega-as na empresa onde trabalha, colaborando para transformar e mantê-la em plena sintonia com as mudanças dos novos tempos. Todavia, um empreendedor interno necessita trabalhar numa empresa que ofereça um ambiente com condições adequadas para operação de suas ações. Do contrário, ele vai se sentir deslocado, sem espaço e sem clima para manifestar seu trabalho, principalmente quando tiver que conviver com os “sobreviventes” da mudança que ele mesmo propõe. Numa situação destas, certamente o caminho mais propenso tende ser a sua saída da empresa, resultando numa nova oportunidade de trabalho, onde ele possa identificar as características empreendedoras desejadas. Portanto, identifique entre seus colaboradores aqueles que apontam um comportamento empreendedor dentro do conjunto das características apresentadas. Observe seus hábitos, práticas e valores. Depois, faça com que trabalhem ainda mais de forma integrada, a fim de multiplicarem suas característicasaos demais integrantes da equipe de trabalho, de forma a contar com uma verdadeira equipe de empreendedores internos. No caminho desta orientação faz sentido um pensamento de Fernando Dolabela, uma das maiores referências de Empreendedorismo no Brasil: "se você ensina uma pessoa a trabalhar para outras, você a alimenta por um ano; mas, se você a estimula a ser empreendedor, você a alimenta, e a outras, durante toda a vida". Considere, ainda, a ideia de que empreendedores internos também podem ser criados; nem sempre eles nascem feitos, derrube este mito. Hoje, um bom número de empresas buscam formatar a composição do quadro de suas equipes com empreendedores internos. Por que você também não faz o mesmo? A tendência é de que cada vez mais aumente esta realidade, reduzindo o espaço para aqueles funcionários que não se sensibilizam pela adoção de uma nova postura profissional e que, durante toda a sua passagem pela empresa, participaram de sua história apenas como agentes passivos, deixando de agregar atividades diferentes em seu trabalho, contribuindo muito pouco ou quase nada para o processo de revitalização da própria empresa. Um ambiente conhecido como Nova Economia já é pura realidade. A diferença não é mais quantitativa quando se discute informações, mas sim como ela é usada. Da mesma forma, exige-se um repensar do conceito que você tem de sua empresa, principalmente de micro, pequenas e médias empresas. Os empreendedores internos poderão auxiliá-lo nesta caminhada! A PERSONALIDADE E O COMPORTAMENTO INTRAEMPREENDEDOR Shirley Piccolo Vieira Cada pessoa possui um padrão único de características psicológicas, estável ao longo de tempo, permitindo a identificação - a personalidade. A personalidade se revela na integração do indivíduo com seu meio ambiente e caracteriza a maneira de agir, pensar, sentir e ser de cada pessoa. A personalidade é modificável por fatores externos e internos, sendo que ao interagir com o meio sofre influência dele, que pode favorecer ou impedir o ajustamento do indivíduo. O comportamento do indivíduo é resultado da interação das suas características de personalidade com o ambiente externo. Segundo Porter apud CHIAVENATO(1998) o ser humano possui importantes características que muito influenciam no seu comportamento: é pró-ativo, seu comportamento é voltado para a satisfação de suas necessidades e alcance de seus objetivos; é social, buscando manter nos grupos sua identidade e seu bem-estar psicológicos; tem diferentes necessidades, o que o individualiza perante os demais; é capaz de perceber situações, selecionando os dados que estão disponíveis e os avaliando; ele pensa e escolhe, seu comportamento é proposital e cognitivamente ativo. O comportamento humano é afetado por aspectos psicológicos, biológicos, sociológicos, antropológicos, econômicos e políticos. Desta forma percebe-se a natureza complexa do comportamento humano, que deve sempre ser avaliado de acordo com a situação. A personalidade empreendedora, conforme comentado por Robbins (2000), é delineada por três fatores: a motivação intrínseca movida pela alta necessidade de realização, a autoconfiança responsável pela elevada crença de que é o indivíduo quem controla sua própria vida e a disposição para correr riscos moderados. Para que o comportamento empreendedor possa ter lugar é importante então que à personalidade empreendedora esteja aliado um ambiente apoiador. Aspectos tais como uma cultura que valorize o alcance do sucesso pessoal e que possua uma tolerância maior ao fracasso proporcionam à pessoa que possui uma personalidade empreendedora uma maior possibilidade de colocar em prática suas ideias. O comportamento intraempreendedor pode ser favorecido na organização desde que esta esteja empenhada em proporcionar aos seus trabalhadores um ambiente que permita que as pessoas exerçam sua criatividade com a maior liberdade possível. Para isto é necessário: Sensibilizar os altos executivos, Ter um executivo que defenda o processo, Ter estruturas para valorizar a criatividade (grupos, prêmios, etc.), Manter a comunicação aberta, Envolver a área de RH, Desenvolver a aceitação de mudanças, Encorajar novas idéias, Permitir maior integração, Tolerar erros, Definir objetivos claros e oferecer liberdade para alcançá-los, Reconhecer os esforços individuais e coletivos. Uma Cultura Organizacional flexível, aberta às inovações, não é capaz de fazer com que um trabalhador se torne um intraempreendedor, mas pode abrir os caminhos necessários para que os indivíduos que possuam uma personalidade empreendedora encontrem na sua organização um ambiente que considere sua maneira de enxergar o mundo como um diferencial poderoso. BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1998. KAPLAN, Harold I.. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. POPCORN, Faith. O Relatório Popcorn. 11ª ed. - São Paulo: Publifolha, 1999. ROBBINS, Stephen. Administração: mudanças e Perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000. VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1998. WAGNER III, John et al.. Comportamento Organizacional - Criando Vantagem Competitiva. São Paulo: Saraiva, 1999. O Que é Empregabilidade? Carlos Hilsdorf http://www.webartigos.com/artigos/o-que-e-empregabilidade/10014/ = Acesso em 07/10/2014 Empregabilidade é um tema extremamente dinâmico e a lista de pré- requisitos necessários para ser desejado pelo mercado cresce continuamente. As chamadas competências essenciais vão se tornando mais amplas e mais complexas à medida que o tempo passa. Há algum tempo o capital intelectual era uma vantagem competitiva por excelência. Hoje, sem a presença do capital emocional e do capital ético, apenas para citar duas concepções vigentes, apenas o capital intelectual não garante a contratação e permanência no mercado de trabalho. Quanto mais aumenta o nível da competitividade e, porque não dizer, a histeria corporativa, mais as questões relativas à capacidade de enfrentar e conviver com altos níveis de pressão tornam-se evidentes. Conviver cotidianamente com este nível de pressão não requer apenas intelecto relevante, mas, condições físicas e mentais pra lá de saudáveis. As maiores causas de afastamentos a partir do nível gerencial se devem a transtornos psicológicos, muitos deles potencializados pelo estresse negativo oriundo dos níveis crescentes de pressão e da falta de uma disciplina que permita crescimento na carreira associado à qualidade de vida. Sim, isso é possível! O conceito de empregabilidade é extremamente simples, resume-se nas respostas às seguintes perguntas: 1. Quanto a sua bagagem pessoal e profissional é interessante para o mercado? 2. Que "diferenciais nobres" você possui quando comparado a outros profissionais com uma formação e trajetória parecidas com a sua?3. Quais as razões que justificam o desejo de uma empresa em ter você como parte do capital estratégico/competitivo da organização?4. O quanto a sua história de vida e de carreira falam mais alto que seu currículo. Ou seja, quando você pensa nas pessoas que detêm o poder de contratá-lo você tem que pensar: Afinal por que elas se importariam? Você não vale apenas o quanto sabe, mas vale o quanto "é". Uma pessoa de grande competência técnica cujas qualidades morais e éticas não sejam comprováveis já não interessa a uma organização lúcida. Ser digno de confiança é um pré-requisito fundamental que sobrepõeo desejo por desafios e a capacidade de trabalhar sobre pressão. Seus diferenciais nobres são aqueles que estão tão associados ao seu ser, e que se tornam difíceis de serem copiados por seus pares: sua personalidade, seu caráter e o seu comportamento estão entre elas. Diferenciais pobres são facilmente copiados. Diferenciais nobres são os verdadeiros diferenciais! Os cases que você ajudou a escrever e que são anteriores à busca atual por emprego falam mais alto que seu currículo. Mesmo que você esteja saindo da universidade, cases que você tenha construído enquanto graduando ou pós- graduando, testemunhos de professores que tenham respeito por seu potencial, tudo isto conta a seu favor. Somos uma sociedade relacional, quem conhece você e o que estas pessoas pensam a seu respeito é de enorme importância! Por isso, não despreze o seu marketing pessoal, estou falando verdadeiramente de marketing pessoal, não de agir como um "marketeiro barato", destes que pretendem enganar o mundo com uma genialidade que ninguém a não ser sua própria vaidade consegue perceber. Se você tem valor, o mundo precisa ser informado deste valor, até porque os "indivíduos marketeiros" já citados estarão sempre divulgando um valor que não possuem e roubando oportunidades dos competentes omissos. Por isso, você, que é uma pessoa de valor, deve e merece ser reconhecido e as ferramentas de marketing também existem para trabalhar em favor da verdade e da ética! Quanto maiores forem as suas condições de manter a mente aberta para transitar com qualidade por ambientes multiculturais e colaborar na elaboração de cases em cada ambiente que você frequenta, maior a sua empregabilidade! O mundo demanda por profissionais competentes, éticos, determinados e com visão de futuro. Nenhuma competência acima da média será desprezada se não o for primeiro por quem a possui. Automotivação significa acreditar em seus motivos para agir e, com base nesta certeza, cativar a confiança e as oportunidades que dependem daqueles que têm poder de decisão. Sua empregabilidade depende da sua capacidade de gestão da sua própria vida e carreira. E diferenciais, devem por definição, ser DIFERENTES! Gere impacto, torne-se merecedor de ser lembrado e desejado pelo mercado. Empregabilidade é uma questão de uma excelente bagagem e um ótimo marketing pessoal. Você deve buscar ser tão bom que até seus concorrentes tenham que admitir em silêncio: Este cara é demais! Esta garota é impossível! _______________________________________________________________ Carlos Hilsdorf Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano.www.carloshilsdorf.com.br Transforme-se de empregada a empresária de sucesso http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI3498002-EI4790,00- Transformese+de+empregada+a+empresaria+de+sucesso.html = Acesso em 07/10/2014 No dicionário da língua portuguesa Houaiss, empreender significa realizar ou decidir realizar uma tarefa difícil e trabalhosa. Começar um negócio não é fácil mesmo, mas também não é impossível. O segredo está em muita pesquisa e em um bom planejamento. A boa notícia é que não há restrições para começar a pensar no seu negócio. Engana-se quem pensa que empreendedorismo é apenas caso de talento nato. Essa atitude pode ser estimulada de diversas maneiras, seja na família ou até mesmo na empresa. E em qualquer idade. "É preciso despertar o interesse na pessoa e que ela tenha espaço para que consiga criar seu projeto", afirma Vera Volpato, empresária e professora de marketing e empreendedorismo social do Senac SP. "Pode ser desenvolvido e estimulado já nas crianças", afirma Sylvio Araujo Gomide, diretor do Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Ele dá um exemplo básico: os pais param para abastecer o carro num posto de gasolina lotado. Se tivessem espírito empreendedor comentariam o fato, perguntando se é por causa do bom atendimento, se a escolha do ponto foi fundamental. Isso já vai despertando essa visão diferenciada, que depois pode ser aprimorada, principalmente com o trabalho. Duas características, no entanto, são fundamentais: ter paixão pelo negócio e ter espírito batalhador para superar os momentos difíceis. Hora de colocar as mãos à obra O primeiro passo é planejar a execução do negócio. Para isso, é preciso conhecer muito bem as características, particularidades e desafios do ramo escolhido. Noventa por cento das empresas fecham antes de completar o primeiro ano no Brasil. "Muitas foram criadas a partir de grandes ideias, mas sem embasamento em pesquisas", diz Sylvio Gomide. E melhor se esse conhecimento não for apenas teórico. "Ganha-se bases mais sólidas trabalhando em uma empresa do ramo", afirma Vera. A empresa na qual se trabalha não só pode ser um campo de experimentação como também um futuro cliente. "Muitos empregados tornam-se prestadores de serviço qualificados, pois já conhecem quais as principais necessidades do cliente. Ou seja, o funcionário acaba não deixando a companhia de fato", explica a professora do Senac. Foi o que aconteceu com as empresárias Marcelle Comi e Fernanda Lancelloti. Há cinco anos abriram a Dreams Arquitetura de Ideias, empresa especializada em criar e produzir gifts (brindes) corporativos e promocionais. Hoje são prestadoras de serviço da agência onde trabalhavam. Foi lá que surgiu a ideia de ter um negócio próprio. "Vimos que havia uma demanda enorme que não era atendida", diz Marcelle. Outros desafios Mas isso é só o começo. Além do conhecimento técnico, é preciso saber lidar com o mercado, formar e treinar equipe, conhecer o público-alvo, cuidar da administração e dos trâmites burocráticos. Mesmo com tudo redondo - finanças, planejamento, equipe -, ainda falta um elemento fundamental: estabilidade emocional para orquestrar todos esses elementos e, principalmente, manter a equipe de trabalho motivada. Nisso as mulheres têm vantagem. "Acreditam muito mais que irão ser bem-sucedidas, aceitam os desafios mais facilmente do que os homens", afirma Vera. Comprovação Isso pode ser comprovado pela história da Dreams. No começo, o desafio foi divulgar uma empresa que atuava num segmento novo e não ter cases no portfólio para ajudar a fechar negócios. E para vencer essa etapa, as empresárias trabalharam no risco. "Fazíamos todo o projeto, prestávamos consultoria, sem ter nenhuma garantia de que o cliente iria fechar conosco. Com o passar do tempo, decidimos valorizar a empresa e hoje cobramos pela consultoria e criação dos projetos. O cliente pode fazer ou não a produção conosco", conta Marcelle. O resultado? Uma carteira de clientes como Lufthansa, Visa Electron, Telecine, Nokia, Alianz, além de agências de promoção e propaganda como Loducca, Talent, Ogilvy, Samurai, entre outras. No ano passado, a Dreams foi uma das 10 empresas finalistas no 2º Prêmio Empreendedor de Sucesso, promovido pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas. Principais
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