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TEMA 01: CENÁRIO URBANO O URBANO Tendência: meio urbano como algo em constante mutação Cidade globalizada: dissociado da localidade, mas dependente de seus aspectos significativos, culturais, sociais e econômicos, que procura se adaptar e sobreviver num contexto onde as influências externas são constantes e determinantes Meio urbano é um cenário múltiplo onde as mais diversas influências atuam, de forma distinta e atemporal, tendo, pois, como necessidade, um estudo multidisciplinar. PRESSUPOSTOS: para entender o cenário urbano e dos quais depende o sucesso das ações: ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA: visão do todo/interdependências das partes/toda decisão gera impacto (não há problemas estanques) COMPLEXIDADE: abordagem multidisciplinar INTERSETORIALIDADE: articulação de saberes e experiências/ efeito sinérgico DESCENTRALIZAÇÃO: Ocorrendo mundialmente desde a década de 1970 e, no Brasil, com a formalização na CRFB/88 e por meio do Plano Diretor da Reforma do Estado, na década de 1990, onde se dá a operacionalização desse processo. Pode ser entendida sob dois aspectos: como eficácia (maior agilidade na identificação e atendimento das demandas em função da proximidade da gestão local) e como participação (óptica de democratização/empowerment) ATORES: Públicos/Privados/Internacionais/Formadores opinião. Todos os “grupos” da sociedade que, direta ou indiretamente, têm interesse pela proposta em questões públicas ARTICULAÇÃO: criar conexões hegemônicas (cooperação entre unidades: Art. 30 CF/88) TEMA 02: SUSTENTABILIDADE SUSTENTABILIDADE: é saciar as necessidades da presente geração, mas sem descuidar das necessidades das futuras gerações, em decorrência do agir de um ser humano responsável SUSTENTABILIDADE URBANA é antes uma idéia em construção. Conjunto de prioridades: superar a pobreza, promover equidade, melhorar a segurança ambiental e prevenir a degradação, estar atento à vitalidade cultural e ao capital social para fortalecer a cidadania e promover o engajamento cívico. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE – “ESECE” ECOLÓGICA: uso racional dos recursos – preservação – alternativas renováveis. SOCIAL: redução significativa nas desigualdades sociais ECONÔMICA: otimização dos recursos = maior capacidade de atendimento das demandas CULTURAL: considera os arranjos culturais pré-estabelecidos (maior aderência cultural) ESPACIAL: redistribuição espacial do contingente populacional DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: processo de mudança. Processo político, participativo que integra a sustentabilidade (econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou individuais), tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos momentos de disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações (...) Processo de transformação que ocorre de forma harmoniosa nas dimensões espacial, social, ambiental, cultural e econômica a partir do indivíduo para o global. ASPECTOS RELEVANTES na sustentabilidade urbana – “EEAEE” (Requisitos das ações) EFICIÊNCIA: análise crítica relativa a uso dos recursos consumidos durante os processos, na tentativa de se otimizar ao máximo tal uso. ESCALA e AUTOSSUFICIÊNCIA: análise da capacidade operacional face à previsão de crescimento populacional EQUIDADE: garantia do acesso e disponibilidade de maneira igualitária a toda a sociedade ÉTICA: por meio da reflexão sobre condutas e a mudança de paradigmas (processos educativos) ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE URBANA: fornecer subsídios à formulação de políticas, bem como monitorar o progresso no cumprimento de acordos internacionais e orientar a tomada de decisão por atores públicos e privados. Medição dos resultados: 03 sistemas SNIC: Sistema Nacional de Indicadores das Cidades (dados sistematizados via internet) SISU: Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana (índices temáticos medindo o progresso) SIGAU: Sistema Integrado de Gestão do Ambiente Urbano (integrar um sistema de sustentabilidade urbana às ferramentas de planejamento urbano) 02 programas: Programa de Indicadores Urbanos do Habitat Programa de Indicadores Urbanos Globais (mensuração e monitoramento do desempenho das cidades/ conjunto de 53 indicadores) 02 índices: IQVU-BR: Índice de Qualidade de Vida Urbana dos Municípios Brasileiros (tem como foco a oferta dos serviços urbanos existentes nos municípios brasileiros) Índice de Sustentabilidade Urbana: composto por quatro índices temáticos: Índice de qualidade do sistema local (IQSA), Índice de Qualidade de Vida (IQV), Índice de Redução da Pressão Antrópica (IRPA) e Índice de capacidade política e institucional (ICPI). 01 indicador: “Indicadores de Desenvolvimento Urbano Sustentável” (aplicado às cidades mais populosas de Andalucía na Espanha) DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE URBANA: conscientização de que esta é um processo a ser percorrido e não algo definitivo a ser alcançado. TEMA 03: PLANEJAMENTO DO MEIO URBANO SOB A ÓPTICA DA SUSTENTABILIDADE PLANEJAMENTO URBANO: da abordagem tradicional física para uma abordagem sistêmica FASES DO PLANEJAMENTO URBANO DIAGNÓSTICO: realidade existente. (o inventário é parte integrante do processo de diagnóstico) PROGNÓSTICO: se nada for feito, como esta cidade será amanhã. (determinará o que deverá ser realizado na cidade) PROPOSTAS: tornam um futuro previsível em um futuro possível. (entram aspectos de obras) GESTÃO URBANA: conjunto de instrumentos, atividades e tarefas que visam assegurar o bom funcionamento de uma cidade” PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (base para o planejamento estratégico municipal) Um instrumento teórico com metodologia prática, que busca tratar dos problemas de transformação social e deve ser aplicada de forma sistemática e com rigor no acompanhamento das ações pré-definidas, além de considerar os agentes que atuam por vezes em cooperação ou em conflito. Dividido em: diagnóstico da realidade (cidade), de matriz de problemas, modularização do planejamento e concretização na forma de plano onde se atribui as responsabilidades específicas. Todas essas etapas devem considerar a interação do planejamento político econômico e técnico PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO MUNICIPAL Ferramenta para afrontar a problemática urbana e possibilitar agir sobre as populações e os territórios; a desigualdade, pobreza e informalidade; as infraestruturas urbanas e de mobilidade; o espaço público; a competitividade e a nova economia da cidade e seu relacionamento com a gestão urbana; a sustentabilidade; e, finalmente, sobre a construção de um projeto de cidade Ferramenta de gestão que objetiva o aumento da eficiência da gestão pública já que fornece um método estruturado para lidar com os diversos fatores que influenciam cada uma das demandas. ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ANÁLISES ESTRATÉGICAS: observar as variáveis externas e internas que podem influenciar o município DIRETRIZES ESTRATÉGICAS: determinam os caminhos Missão: relacionada com o propósito (ex.: gerenciar bens e serviços...) Visão: descrição do sonho (ex.: ser uma cidade sustentável...) Valores/Princípios: referenciais de comportamento (ex.: hospitalidade..., nós acreditamos...) Vocações: atividades que a comunidade decide desenvolver (ex.: turismo...) Objetivos: desafios aos quais a cidade se propõe e, ao mesmo tempo, os objetivos que se precisa alcançar, em prazo determinado ESTRATÉGIAS (AÇÕES): são caminhos ou alternativas para alcançar os objetivos municipais CONTROLE: monitoramento contínuo das ações Os municípios sofrem controles por meio de instrumentos legais onde o PEM deve respeitar as legislações vigentes, podendo incluir, ainda, auditorias municipais, indicadores, sistemas de informação e conhecimentos. MODELO DE ABORDAGEM UNDRO No ano de 1991, a UNDRO (Agência de Coordenação das Nações Unidas) elaborou um método para enfrentar os acidentes naturais, que se baseia em duas atividades: prevençãoe preparação. O modelo UNDRO, pode ser dividido em cinco etapas: IDENTIFICAÇÃO DE RISCO: se refere aos trabalhos de reconhecimento de ameaças ou perigos e de identificação das respectivas áreas de risco de um determinado local ANÁLISE DE RISCOS: inicia-se a partir dos resultados gerados pela identificação dos riscos, objetivando reconhecer mais detalhadamente o cenário presente num determinado espaço físico, de acordo com os diferentes tipos de processos previamente reconhecidos. MEDIDAS DE PREVENÇÃO: O gerenciamento de áreas de risco compreende a definição, formulação e execução de medidas estruturais e não estruturais mais adequadas ou factíveis para a prevenção de acidentes O PLANEJAMENTO PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA trata, principalmente, de determinar como uma dada população em uma área de risco deve ser evacuada preventivamente ou protegida quando um risco é muito alto INFORMAÇÕES PÚBLICAS E TREINAMENTO: o melhor instrumento para reduzir os desastres é a existência de um sistema educativo eficaz, que gere e difunda uma cultura de prevenção TEMA 04: O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA CIDADE – UMA PERSPECTIVA SUSTENTÁVEL. Art.2º da CF/88: estabelece o ordenamento do desenvolvimento das funções da cidade, mas sem desconsiderar o bem estar da sociedade (BRASIL, 1988), o que significa que se deve planejar a ocupação (física e funcional) das cidades garantindo o acesso aos equipamentos urbanos que assegurem o bem estar da população. O documento do Ministério do Meio Ambiente intitulado “Cidades Sustentáveis” (...) estabelece quatro estratégias de sustentabilidade urbana identificadas como prioritárias para o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras, duas das quais remetem diretamente ao Plano Diretor 1. aperfeiçoar a regulação do uso e da ocupação do solo urbano, promover o ordenamento do território, contribuindo para a melhoria das condições de vida da população, considerando a promoção da equidade, eficiência e qualidade ambiental; 2. promover o desenvolvimento institucional, o fortalecimento da capacidade de planejamento e a gestão democrática da cidade, incorporando no processo a dimensão ambiental urbana e assegurando a efetiva participação da sociedade ZONEAMENTO AMBIENTAL (o uso e a ocupação do solo associam-se diretamente ao componente ambiental da sustentabilidade por meio do zoneamento ambiental) Além do macrozoneaneamento, que separa as zonas rurais, urbanas e de expansão urbana do município, e do zoneamento urbano, que vai ordenar o uso e a ocupação do solo da cidade, o Estatuto da Cidade introduziu o zoneamento ambiental, que já havia sido previsto na Lei 6.938/81 em nível federal, em escala dos municípios. Trata-se de um instrumento que propiciará aos municípios a possibilidade de disciplinarem a ''ocupação e destinação de áreas geográficas para que elas atendam à sua vocação geoeconômica e ecológica SUTENTABILIDADE DAS CIDADES E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO O processo de desenvolvimento urbano e a conseqüente ocupação do solo traz benefícios e malefícios para a cidade (baixa densidade/dificuldade de custeio da infraestrura X alta concentração/poluição/criminalidade) TEMA 05: FERRAMENTAS ESTRUTURAIS PARA O PLANEJAMENTO URBANO SUSTENTÁVEL BREVE HISTÓRICO Lei 6.938/80 – Política Nacional do Meio Ambiente CRFB/88 – Capítulo da Política Urbana (art. 182) Rio/92 – Agenda 21 (inclusas questões sócias e econômicas no processo de sustentabilidade) Istambul/96 - Agenda Habitat II (inclusas agora questões como gestão local, participação da sociedade civil, indicadores econômicos) Lei 10.257/2001 - Estatuto das Cidades (marco jurídico que traz elementos fundamentais para a migração do planejamento urbano estritamente físico, contemplando agora questões estruturais como moradias, saneamento, transporte, serviços públicos entre outros para hoje e amanhã) ESTATUTO DAS CIDADES Ferramenta de implementação e concretização das normatizações ambientais já estabelecidas anteriormente (na CF/88 ou na Política Nacional do Meio Ambiente) Oriundo do processo de amadurecimento político e social Pode ser entendido como a instrumentalização do capítulo da política urbana da CRFB/88 onde se estabelece no Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Operacionalizado por meio do Plano Diretor que segue a risca a proposta da lei A ESSÊNCIA DO ESTATUTO DAS CIDADES Ele tem como base a função social do Estado Estabelece e formaliza o direito à participação social (por meio da instituição de associações representativas e de momentos específicos de participação, como as conferências públicas, consultas públicas, audiências, plebiscitos, referendos entre outros) - gestão democrática das cidades. Fica estabelecido também mecanismos que garantam a justa distribuição, ou seja, que todos os cidadãos tenham o mesmo acesso aos equipamentos urbanos. Reforça a descentralização administrativa ao nível local, dando-lhes autonomia política administrativa Estabelece limites de cada alçada (município, Estado e União), permitindo um processo harmônico na gestão O ESTATUTO DAS CIDADES E A QUESTAO AMBIENTAL A proposta desse documento tem como fundamento o desenvolvimento sustentável... que é um processo político, participativo (....) (vide tema 02) Objetivo fundamental: art. 1º. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental PLANO DIRETOR Operacionaliza o Estatuto das Cidades Instrumento básico da política municipal de desenvolvimento e expansão urbana, Tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes É uma lei municipal obrigatória para as cidades com população superior a 20.000 habitantes Deve ser aprovado por lei municipal e integrado ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual. Instrumento para a definição de uma estratégia para a intervenção imediata, estabelecendo poucos e claros princípios de ação para o conjunto de agentes envolvidos na construção da cidade Pacto legitimado por todos (processo coletivo com o envolvimento dos diversos segmentos da sociedade civil organizada) Ferramenta de controle social. PLANO DIRETOR E A QUESTÃO AMBIENTAL Em uma relação direta com a questão ambiental, onde os planos diretores devem conter, no mínimo, diretrizes e objetivos sobre o zoneamento ambiental, indicando, especialmente, as áreas que devem ser preservadas da expansão urbana e as áreas que devem ser recuperadas, as unidades de conservação e outras áreas de interesse ambiental Por meio do Plano Diretor, conseguimos a operacionalização, ou seja, a determinação de quais estratégias serão realizadas para atender as determinações legais quanto à sustentabilidade. TEMA 06: SUSTENTABILIDADE URBANA NA PRÁTICA - CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADE SUSTENTÁVEL: capaz de negociar através da parceria público-privado os conflitos de propriedade entre crescimento econômico e equidade, de recursos entre crescimento e meio ambiente e de desenvolvimento entre preservação e equidade. AÇÕES PARA CIDADES SUSTENTÁVEIS – EIXOS ESTRUTURANTES Governança: modelo de gestão que tem como objeto a ação conjunta Bens Naturais Comuns: preservação do meio ambiente Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz: atendimento e inclusão de toda a sociedade Gestão Local para a Sustentabilidade: Aproveitar a proximidade das realidades. Planejamento e Desenho Urbano: interface entre a estrutura física urbana e a sustentabilidade Cultura para a sustentabilidade: ações que preservem a memória e a transmissão cultural. Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de Vida:ações educacionais. Economia Local, Dinâmica, Criativa e Sustentável: referências regionais e culturais existentes. Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida: consumo responsável e racional. Melhor Mobilidade, Menos Tráfego: mobilidade mais eficiente, saudável e sustentável. Ação Local para a Saúde: ações sustentáveis (consumo saudável/mobilidade alternativa). Do Local para o Global: compromisso em relação aos programas e projetos. Planejando das Cidades do Futuro: Introduzir no dia a dia os preceitos de sustentabilidade
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