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INTRODUÇÃO A FLORICULTURA DEFINIÇÕES Entre algumas definições importantes para o entendimento das praticas desenvolvidas no estudo de plantas ornamentais, temos floricultura como a atividade agrícola que abrange o cultivo de plantas ornamentais (flores de corte, plantas envasadas, sementes, bulbos e mudas de árvores), a comercialização e todos os setores que atuam direta e indiretamente sobre a produção; paisagismo como organização intencional de espaços condicionado por critérios estéticos, entre outros; e, jardinagem como conjunto de praticas que envolvem técnicas para cuidados com o jardim. FUNÇÕES DA FLORICULTURA A floricultura desempenha importante papel econômico, sendo uma pratica com alta rentabilidade, que permite a ampliação do mercado de trabalho e o aumento de divisas, devido a diversidade de clima e espécies. O papel social da floricultura também deve ser considerado, uma vez que permite a fixação do trabalhador rural ao campo, sendo uma pratica viável para a pequena propriedade, bem como, seu papel cultural e ecológico, já que permite a preservação e multiplicação de espécies ameaçadas e a recuperação de áreas. PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA FLORICULTURA A floricultura enfrenta diversos problemas que dificultam sua pratica, entre eles, os mais pronunciados são a carência de pesquisa, a falta de mão de obra especializada, a deficiência de sementes, implementos e ferramentas, a inadequação de insumos e substratos, a desorganização do setor, e a falta de crédito agrícola e incentivos. PRODUTOS DA FLORICULTURA A floricultura gera, entre outros produtos, flores de corte (rosa, crisântemo, cravos, lírios, gypsophila, estatice, íris, gladíolo, tango, áster), folhagens de corte sombra (samambaias, asparagus) e pleno sol (eucalipto, dracenas, cordilines, frutos), plantas de vaso floríferas (crisântemo, ciclamem, begônias, violeta africana, gloxínia, poinsetia, orquídeas, bromélias) e folhagens (spatifilum, filodendros, diefenbachia, marantas, suculentas, cactáceas, fícus, dracenas), e plantas para jardins (arbustos, árvores, arvoretas e palmeiras). FLORICULTURA NO BRASIL Até a década de 50 era pouco expressiva, desenvolvida como atividade paralela, sendo localizada próximo de grande capitais do sudoeste, tendo seu cultivo de flores em jardins e quintais. Em 1983, destaca-se na produção a firma Dieberger em SP. Em 1969 é inaugurado o mercado de flores em SP – CEAGESP. Em 1972, surge a Cooperativa Agrícola Holambra em SP e em 1991 é criado Veiling Holambra. O mercado nacional fatura R$ 600 milhões/ano, entretanto o tamanho do mercado consumidor brasileiro é de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, englobando acessórios e serviços. A floricultura é praticada por aproximadamente 8 mil produtores de pequeno, médio e grande portes, sendo que os principais produtores encontram-se em SP (mais de 70% da produção nacional de flores), MG, CE, RS e SC. Outros estados do Nordeste, como AL, PE e BA, já começam a ampliar a produção de flores, principalmente tropicais. O setor de flores e plantas ornamentais gera cerca de 200 mil empregos diretos no Brasil, abrangendo produção e comércio no atacado e varejo. A cidade de Holambra em SP, é conhecida como cidade das flores, produz cerca de mil variedades que correspondem a cerca de 35% das flores e plantas ornamentais do País (2004: em torno de 14 milhões de unidades de flores) e atende o mercado interno e externo (EUA, Holanda e Portugal). Os principais mercados internacionais são a Europa (14 países, inclusive do leste europeu), a América do Norte (Estados Unidos e Canadá), a Ásia (Japão, China, Hong Kong, e Tailândia), além da América Central, da América do Sul e da África. Os principais compradores são Holanda (50%), Estados Unidos (21,29%), Itália (9,63%), Japão (4,94%) e Bélgica (4,41%). PRODUÇÃO DE FLORIFERAS ANUAIS INTRODUÇÃO As floríferas anuais apresentam elevada velocidade de crescimento e desenvolvimento, grande variedade de cores, com profusão de flores e longo período de florescimento. São divididas em dois grupos, as anuais de inverno e as anuais de verão. COMERCIALIZAÇÃO Podem ser comercializadas por meio de bandejas multicelulares (plugs), estas bandejas podem variar em seu numero de células (125, 280, 450). Podem ser comercializadas também em caixas de madeira ou em saquinhos plásticos, que são comercializados em caixas com 15,18, 20 ou 25 mudas. MULTIPLICAÇÃO A multiplicação é feita em recipientes, que podem ser bandejas, tubetes e caixas de madeira. O uso de bandejas apresenta a vantagem de apresentar maior qualidade e melhor utilização do espaço, maior praticidade de manejo e facilidade de desinfecção e maior rapidez com menores perdas. A produção de mudas em bandejas pode ser divididas em quatro estágios, de acordo com as necessidades das sementes/mudas, com o avanço do processo e como forma de atender melhor estas exigências. Os estágios 1 e 2 se referem a germinação e os estágios 3 e 4 se referem ao crescimento inicial. O estagio 1 diz respeito ao início da germinação, quando surge a primeira radícula, exigindo grande quantidade de água e ar para ocorrer o processo. O estagio 2 se refere a emergência da radícula, do hipocótilo e das folhas (cotilédones), há o aumento da necessidade de O2 , podendo ser reduzida a irrigação. O estagio 3 é onde há o desenvolvimento das folhas verdadeiras. E o estagio 4 aponta para mudas prontas para transplante. Nos estágios iniciais as exigências da planta em relação a temperatura e umidade são altas, já de luz e nutrição são baixas. Nos estágios finais da planta as exigências em relação a temperatura e umidade são baixas, já de luz e nutrição são altas. Em relação ao substrato as exigências são de que o valor do pH deve ser entre 5,5 a 6,5; e a salinidade inferior a 1g/l. A semeadura deve ser feita umedecendo-se o substrato e as bandejas, para posterior preenchimento das bandejas com substrato para que então sejam distribuídas as sementes e seja feita a irrigação. As bendejas devem ser colocadas em local que apresente boas condições para germinação. Deve-se fazer o uso da irrigação. REPICAGEM A repicagem é feita passando-se as mudas da bandeja para saquinhos de 17,0 x 10,0 cm, quando a planta apresentar o primeiro par de folhas verdadeiras (em torno de 5 cm). ADUBAÇÃO Uma correta adubação é de fundamental importância para desenvolvimento da planta. A adubação de base deve ser realizada na quantia de 150g de adubo por m3 de substrato. A adubação complementar é praticada respeitando-se frequência de adubação e quantidade de adubo aplicado. PRODUÇÃO COMERCIAL DE ROSAS DE CORTE INTRODUÇÃO A Rosa é originaria do hemisfério Norte, das zonas de clima temperado e partes subtropicais, do círculo polar até o Novo México, Etiópia, Himalaia, Bengala e sul da China. Pertence a Família Rosaceae, gênero Rosa, sub-gênero Eurosa. Existe um total de aproximadamente 120 especies, sendo que, as variedades odernas foram formadas a partir de somente oito das espécies conhecidas. No século XVIII, na China foram realizados cruzamentos entre R. gigantea e R. chinensis. Entretanto, os híbridos de chá tiveram início por volta de 1867. Provavelmente contribuíram formação deste grupo R. centifólia, R. gálica, R. chinensis, R. odorata e R. borboniana. A produção de flores para corte teve inicio em meados do século XIX. A produção de rosas objetiva diversos usos, entre eles flor de corte (fresca ou seca), planta envasada, arbusto para jardins, perfumaria, pot-pourris, infusões,etc. O mercado prima por qualidade do produto, para rosas a primeira classificação considera o comprimento dos ramos, a segunda considera o tamanho do botão. A classificação de rosas segue um sistema internacional, o World Federation of Rose Societies. A Rosa apresenta diversos hábitos de crescimento. Entre eles, a Rosa pode ser trepadeira, não trepadeira, não-trepadeiras recorrentes, arbustivas (plantas altas, principalmente para jardins), flores grandes (híbridos de chá, maior parte Grandifloras, flores dobradas ou semi- dobradas, para corte), flores agrupadas (floribundas, flores tamanho médio, agrupadas em inflorescências), polianta (flores pequenas em inflorescências), miniatura (plantas crescimento reduzido). Quanto ao habito de floração, a Rosa pode ser recorrente ou não-recorrente. CLASSIFICAÇÃO HORTICOLA A classificação hortícola divide as Rosas em Botânicas (selvagens ou silvestres), Antigas (arbustos caducos), Híbridas de chá (95% rosas corte cultivadas), Flores solitárias, e Floribundas (racimos florais). MORFOLOGIA São plantas de crescimento rápido, suas folhas dos primeiro e segundo nós apresentam 3 folíolos, do terceiro ao decimo nós apresentam de 5 a 7 folíolos, voltando a apresentar 3 folíolos no primeiro ou segundo nós terminais. Os botões florais são produzidos nos ramos de crescimento de fundo ou de água e nos rebentos laterais. SISTEMAS DE PRODUÇÃO A produção de Rosas pelo sistema de produção convencional é realizada em casa de vegetação com plantio diretamente no solo. O solo deve ter boas características, melhorando aquelas que apresentem alguma deficiência. O solo deve também apresentar um bom sistema de drenagem. Nesse sistema, as Rosas produzidas são de variedades diferentes das Rosas de jardim. A colheita é realizada quando na porção remanescente do ramo tem pelo menos uma folha com 5 folíolos. A sucessiva produção faz com que as plantas tornem-se cada vez mais altas, devendo ser realizado o rebaixamento das plantas. Novos sistemas de produção surgem como alternativas. Entre eles, o dobramento de ramos consiste no dobramento dos ramos com crescimento abaixo do nível dos novos ramos, onde os ramos não suficientemente fortes serão dobrados para contribuírem com carboidratos para a planta. Outro sistema de destaque que surge como alternativa é a hidroponia, que consiste no fornecimento de água e nutrientes de acordo com a necessidade das plantas, onde as raízes permanecem em contato direto com a solução nutritiva, sem substrato. Quando for usado substrato, pode ser fibra de coco, casca-de-arroz-carbonizada, argila expandida rígida, brita, etc. PRODUÇÃO DE MUDAS As mudas podem ser produzidas por enxertia ou por estaquia. Pela enxertia, são usados porta enxertos de R. indica e R. canina (Europa), e R. manetti (USA), que sao especies mais resistentes. O enxerto é obtido de borbulhas da variedade comercial. A época de produção é outono/inverno. São usadas estacas com diâmetro de 0,5 a 1,0 cm e comprimento de 25 a 30 cm. O substrato utilizado é solo ou areia. As estaxas devem ter suas gemas removidas antes do enraizamento. O enxerto é feito em T ou T invertido. A melhor época seria o verão, pois a casca solta mais facilmente. Pela estaquia, a produção é realizada com uso de ramos maduros, que apresentem de 1 a 3 nós, cerca de 7 a 10 dias após florescimento, onde possuem mais reservas e podem dar maior resposta. O tempo necessário é de mais ou menos 2 meses. NECESSIDADES DO CULTIVO Alguns fatores que possuem grande influencia sobre a produção de Rosas, se mantidos em condições ideais podem representar maior probabilidade de sucesso à produção. A temperatura ideal para a noite gira em torno de 12 a 15C, para o dia gira ao redor de 20 a 22C. Uma temperatura elevada aumenta o crescimento, entretanto causa a redução do tamanho dos botões e do numero de pétalas. A luminosidade deve ser elevada. Uma baixa luminosidade afeta diretamente a produtividade. Porem o maior problema, esta nas mudanças bruscas na luminosidade. A umidade deve ser mantida ao redor de 60 a 80%, e o CO2 deve ser mantido próximo a 1.000 ppm. O solo devem se apresentar bem drenados, com textura media e pH entre 5,5 a 6,3 e teor total de sais solúveis menor que 0,15%. O preparo deve ser feito utilizando-se de 10 a 15Kg por m2 de matéria orgânica, e 400g por m2 de NPK (4-14-8). PRODUÇÃO DE FLORES O potencial de produção é de 8 a 10 anos. A taxa de crescimento para a formação de botões florais varia conforme a época do ano. No inverno é de 60 dias, no outono e primavera é de 45 dias, e no verão é de 30 dias. O plantio é realizado em filas simples de 0,30 x 0,30 x 1,0 m, ou em filas duplas de 0,40 x 0,40 x 1,0 m, com 10 plantas por metro linear e 60 mil plantas por hectare. MANEJO DO CULTIVO O cultivo bem manejado possui plantas em melhores condições fisiológicas. A poda realizada nas roseiras pode ser de formação, manutenção e limpeza, e colheita. A poda de formação é realizada enquanto a planta esta se formando para uniformizar o tamanho das mudas, eliminando ramos ladrões e tem por objetivo deixa-la com formato adequado para o cultivo. A poda de manutenção e limpeza tem por objetivo remover os ramos mortos, doentes, ladrões e o ápice de ramos cegos com a finalidade de manter a planta limpa e sadia, reduzindo a possibilidade de ocorrência de doenças. A poda de colheita tem por objetivo remover os ramos prontos com o botão já formado, sendo feita sempre acima de uma gema. Na planta devem permanecer no mínimo 3 folhas com 5 foliolos. A fertilização se faz aplicando-se N a uma quantia de 20g por planta, no inicio da brotação. A nutrição da planta deve ser mantida com N (50 a 75 ppm), P2O5 (5 a 10 ppm), K2O (20 ppm) e Ca+Mg (150 a 200 ppm). O controle de invasoras e a manutenção da sanidade das plantas devem ser feitas cuidadosamente. As principais pragas que atingem as Rosas são os afídeos, os trips, e os ácaros. As principais doenças sao o míldio (Peronospora sparsa), o oídio (Sphaerotheca pannosa), o mofo cinzento (Botrytis cinérea), a mancha preta (Diplocarpon rosea), murchas, e viroses. COLHEITA O ponto de colheita varia conforme a cultivar. No verão deve-se observar as sépalas reflexas e as pétalas soltando-se, no inverno mais abertas. A hora da colheita depende da temperatura. Em temperaturas mais amenas colhe-se duas vezes ao dia. Em temperaturas mais altas, como ocorre no verão, colhe-se até três vezes ao dia. As plantas colhidas devem ser mantidas em soluções de conservação. PRODUÇÃO COMERCIAL DE CRISÂNTEMO INTRODUÇÃO O crisântemo (Dendranthema grandiflora – Chrysanthemun morifolium), botanicamente, pertence a Familia Asteraceae. Sendo que as cultivares atuais foram obtidas aa partir de cruzamentos de espécies originarias da China como C. indicum, C. morifolium e Maragarida Chusan. Como característica da família Asteraceae, sua inflorescência esta disposta em um capitulo (receptáculo plano ou convexo rodeado por brácteas). Este capitulo é geralmente formado por dois tipos de flores, sendo as femininas dispostas radialmente e as hermafroditas dispostas centralmente. CLASSIFICAÇÃO HORTICOLA A planta pode ser classificada conforme a sua finalidade em flor de corte ou florífera de vaso, conforme o número de flores por planta em flor única (grande ou pequena) ou ramificada; conforme a resposta a temperatura em termozero (quando florescimento eficiente ocorrer em 15,5°C e com pouca inibição entre 10 e 27°C), termopositiva (com florescimento inibidoabaixo de 15,5°C, onde o botao nao se abre), ou termonegativa (com florescimento inibido acima de 15,5°C, onde ha pouca produção). Tambem pode ser classificado conforme o tipo de flor que apresentar em simples ou margarida (inflorescência típica, com formato de margarida, as flores do centro são tubulares e muito pequenas enquanto a periferia apresenta poucas camadas de flores com lígulas desenvolvidas), anêmona (flores do disco liguladas, menores que as da periferia, também liguladas), pom-pom (normalmente são inflorescências pequenas, formato globoso, onde todas flores são liguladas e do mesmo tamanho), decorativa (o tamanho da lígula das flores decresce gradativamente de fora para o centro do capítulo), tubular ou spider (as lígulas são soldadas, em forma de tubos e apresentam comprimento semelhante), reflexo (inflorescência arredondada com as lígulas das flores dobrando-se para fora e para baixo), repicado (inflorescência com as flores em forma de tubos, com comprimento variável, mas terminadas com os bordos denteados), ou encurvado (as flores do disco são menores que as da periferia, sendo que as lígulas são côncavas, voltadas para dentro, fechando o capítulo). Outra classificação que pode ser usada diz respeito ao período indutivo. Sendo o crisântemo uma planta de Dias Curtos (fotoperiodo critico de 13 horas) pode ser classificada em precoce (quando florescer de 7 a 9 semanas após o inicio do tratamento de dias curtos), médio (quando florescer de 10 a 12 semanas após o inicio do tratamento de dias curtos), ou tardio (quando florescer de 13 a 15 semanas após o inicio do tratamento de dias curtos). ESTRUTURA PARA PRODUÇÃO O Crisântemo deve ser produzido em ambiente protegido como casa de vegetação por exemplo. MULTIPLICAÇÃO A reprodução do Crisantemo pode ser feita de forma sexuada com o objetivo de se obter plantas melhoradas geneticamente. Já a reprodução assexuada é utilizada para a obtenção de mudas para matrizeiros (por micropropagação) e para a obtenção de mudas para a produção de flores para corte e/ou vaso (a partir de estacas vegetativas apicais). A seleção de plantas matrizes deve ser feita observando-se a finalidade a que se destina a produção (corte ou vaso), o mercado a que se destina a produção e sua sensibilidade a doenças. O plantio é feito em recipientes com substrato adequado sempre sob tratamento de dias longos. A desponta apical é realizada pela primeira vez 8 dias após o plantio e pela segunda vez vinte dias após o plantio, retirando-se de três a quatro pares de folhas. A coleta das estacas deve ser feito com cuidado para evitar perdas de material por danos mecânicos ou por infestação. As estacas são colhidas no ápice da planta com mais ou menos 5 cm de comprimento e com um a dois pares de folhas definitivas. Na coleta manual o material deve ser desinfestado. O armazenamento é uma etapa importantíssima e deve ser feito com temperatura aoredor de 5°C e Umidade Relativa controlada. As estacas podem ficar de 15 a 20 dias em caixas de papelão forradas com plástico para se evitar a desidratação. Também devem ser submetidas ao tratamento com fungicida de amplo espectro para prevenir doenças como botrytis. O enraizamento deve ocorrer em câmara de nebulização com sombreamento. As bancadas devem ser suspensas com 1 m de largura, 20 cm de altura e 10 de substrato. As bandejas utilizadas devem ser multicelulares. O substrato utilizado pode ser casca de arroz carbonizado, areia lavada, vermiculita, bem como outras misturas, sempre sendo desinfestado. O espaçamento para o plantio pode ser 3x5 cm ou 3x3 cm, com uma população de 650 a 1000 estacas por m². Caso se use regulador de crescimento, este deve ser utilizado na dosagem de 500 ppm. Para maior probabilidade de sucesso o ar deve apresentar temperatura de 15 a 18°C e o substrato de 18 a 21°C. Após estarem prontas, as mudas devem ser embaladas para transporte, sendo armazenadas a temperatura de 7°C, podendo ficar por 15 a 20 dias. CULTIVO PARA CORTE O plantio é realizado em casas de vegetação ou a céu aberto, porem em céu aberto a cultura esta exposta a muito mais riscos, o que pode comprometer sua produtividade. O solo ou o substrato usado deve ter pH entre 5,5 e 6,0, condutividade elétrica entre 700 e 1300 mS/cm, porosidade total ao redor de 70%, com 40 a 50% de agua, com 20 a 30% de AFD e aeração de 20 a 40%. Os canteiros devem estar elevados e espaçados em 60cm. O sistema de irrigação utilizado deve se por gotejamento. Para tutoramento são utilizadas redes de sustentação, uma a 70 cm do solo e a outra acima, no terço superior. Os espaçamentos entre plantas utilizadas para o Crisântemo podem ser de 12 x 15 cm com população de 60 plantas por m², 12 x 12 cm com população de 70 plantas por m², 15 x 15 cm com população de 50 plantas por m². A cultura deve ser conduzida em temperatura diurna por volta de 23 a 25°C e noturna em torno de 18°C. A irrigação por aspersão deve ser utilizada de 3 a 4 vezes por dia na primeira semana, e a partir da quarta ou quinta semana deve se utilizar microaspersao baixa ou gotejamento. O crisântemo pertence ao grupo III em relação as exigências nutricionais. O solo ou o substrato que será utilizado deve ser analisado para que seja feita uma correta adubação. Os níveis mínimos de NPK para cobertura devem ser, respectivamente, 25 a 50 ppm, 5 a 10 ppm, e 20 a 40 ppm. Nutrientes como Ca e Mg devem estar presentes em torno de 150 a 200 ppm. Para utilização da fertirrigação usa-se 200mg/L de N, 50 mg/L de P2O5 e 200 mg/L de K2O nos primeiros 50 dias,para uma posterior redução gradual pela metade até o momento da colheita. A utilização de micronutrientes na fertirrigação pode ser feita via foliar com tratamentos fitossanitários. A utilização de aplicação suplementar de CO2 durante o período de crescimento vegetativo é benéfica. O controle do florescimento no crisântemo pode ser feito, sempre se observando que é uma planta de Dias Curtos, que responde ao fotoperiodo de 13 horas. O florescimento pode ser induzido, sendo que o dia curto induz ao florescimento e o dia longo ao crescimento vegetativo, e a planta necessita de 28 dias curtos para florescer, utiliza-se o tratamento de DL – DC – DL para que a planta alongue as hastes. O tratamento com DC se inicia de 4 a 6 semanas após o plantio, para isso se utiliza cortina plástica ou pano de cor preta por mais ou menos 16 horas e é suspenso quando cerca de 50 a 60% dos botões tiverem mostrado a cor. Alguns exemplos de manejo que podem ser adotados: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 O controle do fornecimento de luminosidade para a obtenção de DL deve ser bem conduzido para a obtenção de bons resultados. A luz artificial quando for utilizada deve ser por meio de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes. As lâmpadas incandescentes utilizadas devem ter 100 W e devem estar suspensas a uma altura de mais ou menos 1 m acima das plantas e espaçadas de 1 a 3 m, ligadas de 4 a 6 horas por dia. No inverno a iluminação continua deve ser de 4 horas durante a noite (22 às 2 horas), no verão deve ser de 3 horas (22 à 1 hora). A iluminação intermitente deve ser conduzida ligando-se as lâmpadas por 15 minutos de meia em meia hora. De acordo com a sua potencia as lâmpadas são distribuídas dentro da estufa em diferentes distancias entre si e em diferentes alturas das plantas. Uma lâmpada de 100 W deve ser instalada a 1,3 m das plantas e distantes 1,8 m entre si, já uma lâmpada de 150 W deve ser instalada a 1,7 m das plantas e distantes 3,1 m entre si. O tutoramento deveser conduzido com rede de malha de 15 x 15 cm ou 30 x 30 cm, sendo eu a primeira deve ser posta a 40 cm do solo e a segunda a mais ou menos 70 cm do solo. As podas utilizadas são o pinch primeiramente, onde se desponta a planta para quebra da dominância apical quando a planta apresentar cerca de 20 cm ainda na fase de crescimento vegetativo ao redor da quinta ou sexta semana. A segunda poda é o desbrotamento, onde se retiram os brotos excessivos, quando estes possuem em torno de 2 a 3 cm de comprimento, é feito quando o objetivo do cultivo é obter apenas uma flor, quando se pretende varias essa poda não é necessária. A terceira poda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 {. . . . . . . . . . . . . . DL . . . . . . . . . . . . . .} {. . . . . . DC . . . . } {. . . . . . . . . . DN . . . . .... } Enraizamento crescimento indução desenvolvimento da vegetativo florescimento flor até colheita {. . . . . . . . . . . . . . DL . . . . . . . . . . . . . }{. . DC . ...}{. .DL . . . .}{. DC . . ..}{. . . DN . . ....... } Enraizamento crescimento indução CV IF desenvolv. da vegetativo (CV) florescimento (IF) flor até colheita realizada é o desbotonamento, onde é realizada a retirada do botão mais velho, essa poda somente é realizada quando se quer obter varias flores. COLHEITA A colheita é realizada quando cerca de 50 a 60% das inflorescências estiverem abertas. Quando for uma única flor grande as liulas externas devem estar completamente alongadas. Em caso de cachos com inflorescência simples, essa deve estar com as lígulas abertas, mas antes da antese. Quando o cacho for tipo anêmona as ligulas externas devem estar alongadas, antes das flores do centro iniciarem a abertura. se o caso for de o cacho ser do tipo pom- pom e decorativoo centro e as flores mais velhas devem estar abertas. PÓS-COLHEITA Após a colheita, a flor é classificada e embalada em plástico transparente, papel kraft, papelão corrugado, etc. Cada pacote leva 20 hastes e seu armazenamento se da em camaras frias com temperatura de 5 a 7°C. As hastes ainda podem ser deixadas em solução com 3% de sacarose, 150 mg/L de germicida (8-citrato de hidroxiquinolina) por três horas para que a abertura floral seja estimulada. O transporte é feito em caminhões frigoríficos, em temperatura de 3 a 5°C. PADRÃO DE COMERCIALIZAÇÃO As flores são comercializadas em pacotes com 20 hastes, independentemente da variedade e época do ano. Em relação a classificação, o crisântemo pode ser classificado em: 1) Extra (A1): produtos de excelente qualidade, isentos de defeitos mínimos; constituída por lotes uniformes e com ótima apresentação, é a classe de produtos mais indicada para exportação, desde que adaptada às exigências do país de destino. 2) Classe I (A2): produtos de boa qualidade, sem defeitos graves e alguns defeitos leves; formada por lotes uniformes e apresentação. 3) Classe II (B): qualidade regular, mas ainda em condições de ser comercializados e apresentar boa durabilidade. São tolerados alguns defeitos graves, mas os lotes devem estar livres de podridões e/ou doenças e pragas nocivas para outros lotes comercializados no mesmo local. Algumas alternativas para facilitar o embalamento podem ser adotadas, como por exemplo, dividir as variedades em (I) Variedade com maior volume (Polares, Supers e outras), (II) Variedade com volume médio (Margardas, Fushine, Dark Flamengo e outras), e (III) Minis (Rex, Rego, Fatima e outras). As hstes tabem devem apresentar comprimento mínimo de 60 cm, sendo de 75 cm para o Extra ou A1. PRAGAS Diversas pragas podem afetar o crisântemo, entre as mais comumente encontradas estão pulgões (Myzus persicae, Macrosiphoniella samborni, Aphis gossypii), lagartas (Heliothis zea, Tricoplusiani), ácaros (Tetranychus telarius, Steneotarsonemus palladius), trips (Trips tabaci), mosca minadora (Liriomyza sp.). DOENÇAS As doenças que pode atingir a cultura do crisântemo com maior frequência são a Murcha de Verticilium (Verticilium alboatrum), Murcha Fusarium (Fusarium oxysporum), a Murcha Rizoctonia (Rhizoctonia solani), a Mancha de Septoria (Septoria obesa e S. chysanthemella), o Míldio pulverulento (Erysiphe cichoracearum), a podridão de botrítis (Botrytis cinérea), a Podridão de ascochita (Mycosphaerella ligulicola), a Ferrugem branca (Puccinia horiana), a Murcha bacteriana (Erwinia chrysanthem), e viroses. DISTURBIOS FISIOLÓGICOS Diversos distúrbios, decorridos a partir de um manejo inadequado podem vir a acometer o crisântemo. A ocorrência de flores tubulares, por exemplo, se da devido a planta ter sido submetida a temperaturas extremas ou a falta d’agua. O não florescimento ou o florescimento desigual advem da submissão da planta a baixas temperaturas noturnas no inverno ou a ineficiência do tratamento de DC. A alteração da coloração das flores decorre da planta ter sido exposta a temperaturas muito baixas ou muito altas. A clorose internerval pode ter decorrência a partir de um substrato com pH alcalino, deficiência de ferro e/ou magnésio. A clorose generalizada tem origem na deficiência de N e S, viroses, e alta intensidade luminosa associada a altas temperaturas. PRODUÇÃO COMERCIAL DE GYPSOPHYLA INTRODUÇÃO A gypsophila (Gypsophyla sp.) é uma planta ornamental que teve sua origem na Europa e na Asia. Pertence a Familia Caryophylaceae. Sua produtividade esta diretamente ligada a intensidade luminosa. MORFOLOGIA A gypsophyla apresenta-se sua morfologia rosetada, atingindo um diâmetro de 50 a 60 cm, com flor de 0,5 a 0,8 cm. FISIOLOGIA É uma planta que passa por quatro estágios de desenvolvimento, o vegetativo, o de indução ao florescimento, o de elongação e iniciação floral, e o de florescimento. A gypsophyla é uma planta de dia longo, ou seja, mais de 13 horas de luz por dia, e tem a duração do seu ciclo e se florescimento reguladas pela temperatura. Assim, a ocorrência de DC associada a temperatura baixa torna a planta uma roseta, sem alongamento da haste e sem florescimento. O uso de temperaturas altas acima de 30°C juntamente com uso de DL leva ao florescimento num período de 60 a 75 dias, o uso de temperaturas baixas menores de 30°C juntamente com DC leva ao florescimento em cerca de 80 a 120 dias. Assim, a utilização de DL com temperatura alta antecipa o florescimento, entretanto a flor perde em qualidade. O perfeito desenvolvimento da planta esta diretamente relacionado ao fotoperiodo, temperatura e luminosidade. Quanto melhor for o manejo desses fatores, maior será o sucesso da cultura. PROPAGAÇÃO As formas de propagação que podem ser usadas na gypsophyla são: 1) Sexuada: antieconômica pelo alto custo das sementes e indesejável porque gera plantas geneticamente segregantes, reduzindo a qualidade e o valor comercial; 2) Vegetativa: lenta e inviabiliza grandes produções; 3) Micropropagação: tem as vantagens de manter a heterose, permitir a multiplicação rápida em períodos de tempo e espaço físico reduzidos e a geração de mudas livres de patógenos em escala comercial. O período de proliferação é de cerca de 60 dias, sendo que o enraizamento leva de uma a três semanas. Quando forem utilizadas estacas vegetativas o tempo de enraizamento é de mais ou menos três semanas, sendo o substrato utilizado espuma floral ou casca de arroz carbonizada. Esse período exige o uso nebulização. As estacas podem ser armazenadas por um período de duasa três semanas em temperatura ao redor de 0 a 1°C. CONDIÇÕES DE CULTIVO A planta pode ser cultivana durante todo o ano em estufas com iluminação artificial. O solo deve ter boa drenagem, pH entre 6,0 a 6,5, corrigido de 30 a 40 dias antes do plantio quando necessário. O teor de matéria orgânica deve ser de media a alto, sendo torta de mamona, farinha de osso, humus de minhoca e esterco curtido, alternativas para elevar tal teor no solo. A fertilidade deve ser media a alta. A desinfecção deve ser feita, utilizando-se vapor d’água, solarização ou algum produto químico. A nutrição deve ser feita com adubo na proporção de 90 kg.ha¹-140 kg.ha¹-120 kg.ha¹, de N, P2O5 e K2O, respectivamente, e, também com 10 ton de esterco por hectare. Na adubação de cobertura a primeira aplicação ocorre de 20 a 30 dias após o estabelecimento da planta numa dosagem de (100-150 kg.ha¹)-(20-30 kg.ha¹)-(100 kg.ha¹). De 20 a 50 dias no estádio de crescimento de haste floral aplica-se (120-170 kg.ha¹)-(20-30 kg.ha¹)-(120-170 kg.ha¹). De 20 a 50 dias do estádio de florescimento aplica-se (100 kg.ha¹)-(20-30 kg.ha¹)- (150 kg.ha¹). Os canteiros são preparados com uma altura de 25 a 35 cm e largura de 90 a 100 cm, com caminhos entre eles de 50 cm. O plantio é realizado com plantas espaçadas em 30 x 30 cm ou 40 x 40 cm, usando-se irrigação logo após o plantio, sendo nos primeiros 3 dias com frequência de 3 vezes ao dia (manhã, meio-dia e tarde). No plantio deve-se ter cuidado para que não se enterre o colo das plantas. O tutoramento é realizado com uso de uma rede de malha 30 x 30 cm de nylon ou arame, sendo a primeira instalada a 40 cm do solo e a segunda a mais ou menos 70 cm do solo. A irrigação deve ser feita com agua de boa qualidade, na primeira semana irrigar de 3 a 4 vezes por dia com aspersão, sendo que a seguir se utiliza gotejamento. A poda é realizada manualmente de 15 a 30 dias após o plantio com uso do pinch, onde se removem os primeiros internódios com folhas pequenas e quebra-se a dominância apical. O tratamento com acido giberélico é uma alternativa que se pode usar. No outono/inverno a aplicação pode ser feita de 30 a 35 dias após o plantio. A aplicação é realizada pela manha, preferencialmente até as 9 horas, com umidade relativa de 75%. O acido giberélico deve estar presente na concentração de 300 ppm, fazendo-se 2 a 3 aplicações a cada 10 dias. A iluminação artificial é utilizada no período outono/inverno com lâmpadas de 150 a 200 W de potencia, espaçadas em 3,0 x 3,0 m, por um período que varia de 4 a 6 horas. A iluminação continua é realizada entre as 22 e as 2 horas. A iluminação intermitente quando utilizada deve ser na proporção ½, com 10min de luz/20 min escuro, por exemplo. O tratamento é finalizado quando as hastes florais atingirem cerca de 40 cm. Plantio Início luz Dezembro/janeiro 3 a 5 semanas após Março, abril ou maio 20 a 30 dias após Junho/julho 10 dias após COLHEITA E PÓS-COLHEITA A colheita é iniciada quando cerca de 30% das flores estiverem abertas por haste, quando as hastes alcançarem 50 a 60 cm. Após a colheita a planta deve ser colocada imediatamente em agua a temperatura amena (em torno de 20°C)por algumas horas. O florescimento ocorre entre 2 a 3 semanas após surgirem as primeiras flores. A abertura floral acontece com maior sucesso em temperatura entre 25 a 27°C. Uma solução para auxiliar na abertura floral é composta de 50g de açucar por litro, 0,1% de TSAr, e 0,2% de bactericida para utilização no verão. Para utilização no inverno a solução é composta de 70g de açucar por litro, 0,2% de TSAr, e 0,2% de bactericida. Uma alternativa que pode ser usada também é o uso de 10ml de detergente em 10L de agua. O armazenamento pode ser feito até três semanas a uma temperatura de 5°C. Para a comercialização são removidas as folhas inferiores. Os processos de preparo, seleção e empacotamento das inflorescências deve ser realizado nas salas de abertura floral, com o máximo de cuidado para manter as características e a qualidade do produto, assim fica garantido a uniformidade de abertura floral, a redução dos danos e maior longevidade pós- colheita. A produção realizada em estufa de 420 m² rende aproximadamente 3.500 maços por ano, rendendo 10 hastes por planta a cada ciclo, e com capacidade de florescer em media 3 vezes ao ano. Para uma nova produção, após a colheita, corta-se a irrigação e fertilização por duas semanas e realiza-se poda para deixar os ramos mais vigorosos. Após aguardar duas semanas e observar o surgimento de novos ramos, retoma-se a irrigação.
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