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CCJ0040-WL-C-AMMA-05-Aplicação da Lei Processual Penal no Espaço e no Tempo

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AULA 5
PROCESSO PENAL I
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
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Aplicação da lei processual penal no espaço e no tempo. O uso da analogia. Interpretação extensiva e princípios gerais do direito. Princípio da territorialidade. Exceções à territorialidade. Tratados e convenções internacionais e sua aplicabilidade no processo penal brasileiro. Natureza jurídica dos tratados internacionais. 
Persecução Penal: Investigação penal. Inquérito Policial: Conceito e fundamentos. Natureza jurídica. Titularidade. Investigação diretamente pelo Ministério Público. Características. 
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A LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO.
Exercício suplementar da semana 3.
O art. 2º, CPP, determina que a lei processual penal será aplicada desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
A lei processual penal nova, após promulgação, publicação e eventual vacatio legis, terá efeito imediato. Portanto, continuam válidos os atos processuais praticados sob a égide da lei anterior revogada, inclusive com relação aos atos processuais que produzam efeitos ulteriores. Trata-se do princípio tempus regit actum.
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No entanto, o legislador pode excepcionar expressamente o princípio tempus regit actum, determinando a retroatividade ou irretroatividade da lei nova.
Para a professora Ada Pellegrini Grinover, a única exceção à aplicação imediata da lei processual penal seria na hipótese de modificação nas regras de competência, pois tal modificação violaria o princípio do juiz natural.
Mirabete lembra que o art. 2º, da Lei de Introdução do CPP, determina que sejam aplicados os dispositivos mais favoráveis ao agente quanto à prisão preventiva e à fiança.
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Quanto à norma mista, a questão gera controvérsia.
Exemplo: art. 366, CPP
Aplicação da lei processual penal no espaço
 
De acordo com o art. 1º, CPP, no território nacional, aplica-se a lei processual penal em vigor, ou seja, o Código de Processo Penal. No entanto, devem ser observados os tratados, as convenções e regras de direito internacional.
A aplicação da lei processual no espaço segue os mesmos critérios da aplicação da lei penal no espaço – artigos 5º, 6º, 7º, 8º e 9º, CP.
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Obs. O art. 5º, LI, CRFB, não admite a extradição de nacional. Logo, se um nacional pratica um crime no estrangeiro, se o crime for punível no Brasil e preencher os requisitos do art. 7º, CP, ele será punido no Brasil por crime praticado no estrangeiro.
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Os tratados internacionais geraram grande discussão no final de 2008, mais precisamente quando se questionou a possibilidade da prisão do depositário infiel admitida pela Constituição – art, 5º. LXVII –, e não admitida pela Convenção Americana de Direitos do Homem – Decreto 678/92, art. 7, n. 7. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que tratados internacionais têm natureza supralegal comparável com a Constituição e deve prevalecer a norma mais benéfica.
TRATADOS INTERNACIONAIS
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Assim, a corte constitucional concluiu pela inadmissibilidade da prisão do depositário infiel, o que gerou a súmula vinculante nº 25.
RE 349703
RE 466343
HC 87585
HC 96772
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Habeas Corpus 96772 SP. STF. Segunda Turma. Relator Ministro Celso de Mello. Julgado em 09.06.2009.
E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - PRISÃO CIVIL - DEPOSITÁRIO JUDICIAL - REVOGAÇÃO DA SÚMULA 619/STF - A QUESTÃO DA INFIDELIDADE DEPOSITÁRIA - CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (ARTIGO 7º, n. 7) - NATUREZA CONSTITUCIONAL OU CARÁTER DE SUPRALEGALIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS? - PEDIDO DEFERIDO. ILEGITIMIDADE JURÍDICA DA DECRETAÇÃO DA PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL, AINDA QUE SE CUIDE DE DEPOSITÁRIO JUDICIAL. 
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INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
O art. 3º, CPP, admite o uso da interpretação extensiva, da analogia, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Podemos então concluir que as fontes do direito processual penal são a lei ordinária ou lei constitucional e, havendo omissão ou lacunas, podem ser utilizados os princípios gerais de direito, a analogia e até os costumes, como autoriza o art. 4º, LICC. 
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INQUÉRITO POLICIAL
DEFINIÇÃO 
O inquérito policial é o procedimento administrativo preparatório da ação penal, ou seja, ele busca esclarecer da melhor forma possível o crime para, havendo justa causa, ser possível o ajuizamento da ação. 
A justa causa é um mínimo probatório sem o qual a denúncia ou queixa será rejeitada pelo magistrado, conforme art. 395, III, CPP. Ela funciona como uma quarta condição para o regular exercício do direito de ação.
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A natureza jurídica do inquérito policial é de procedimento administrativo pré-processual, já que é a polícia judiciária que o realiza, e a polícia é órgão da administração. 
Características do inquérito policial
 
Escrito: O art. 9º do CPP exige que todas as peças do inquérito sejam reduzidas a escrito ou datilografadas.
Sigiloso: O art. 20 do CPP dispõe que o inquérito seja sigiloso, cabendo à autoridade policial regular, considerando o caso concreto, a intensidade do sigilo. 
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