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CCJ0040-WL-D-AMMA-04-Princípios Constitucionais-02

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AULA 4 - SUJEITOS PROCESSUAIS
PROCESSO PENAL I
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
 Princípios Constitucionais e Gerais informadores do
processo penal e outras garantias decorrentes de tratados
e convenções internacionais sobre direitos humanos em
que o Brasil seja signatário.
 Devido processo legal. Presunção de Inocência (não
culpabilidade).
 Não obrigatoriedade de produzir prova contra si mesmo
(Nemo tenetur se detegere).
 Iniciativa das partes
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Contraditório e ampla defesa. Juiz Natural e Promotor
Natural. Verdade real. Publicidade. Favor Rei. Duplo grau de
jurisdição. Persuasão racional do juiz. Identidade física do
juiz. Imparcialidade do Juiz. Inadmissibilidade da provas
obtidas por meios ilícitos: violação de domicílio, sigilo das
comunicações telefônicas – Interceptação telefônica (Lei
9296/96). Princípios da proporcionalidade e Razoabilidade.
Prova ilícita pro reo.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
2.c. O acusado e seu defensor
A constituição prevê uma série da garantias ao acusado, dentre as quais se
destacam as seguintes:
(a)princípio da inocência (art. 5º, LVII).
É previsto no art. 5º, LVII, da CF. Sendo presumida a inocência, questiona-se
de que forma é possível que alguém responda ao processo preso. A presunção
da inocência vale até o trânsito em julgado. O trânsito ocorre quando não há
recurso ou quando se esgotam os recursos. Logo, é estranho que alguém
presumidamente inocente fique preso antes do trânsito da sentença
condenatória. Contudo, o art. 5º, LXI, da CF, prevê as prisões cautelares.
Então, a constituição, no mesmo art. 5º, presume a inocência, mas permite
que alguém fique preso antes do trânsito da sentença condenatória. De que
forma resolver tal impasse? A doutrina afirma que deve ser feita a ponderação
dos valores constitucionais, cabendo ao juiz, em cada caso concreto, decidir se
prevalece a presunção de inocência ou a possibilidade da prisão cautelar. A
liberdade é a regra geral, ou seja, a prisão cautelar só é possível quando
necessária. Por que? Para que não se corra o risco de deixar o réu preso e,
depois, absolvê-lo.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
2.C. O ACUSADO E SEU DEFENSOR
A constituição prevê uma série da garantias ao acusado,
dentre as quais se destacam as seguintes:
a) PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA (ART. 5º, LVII).
É previsto no art. 5º, LVII, da CF. Sendo presumida a
inocência, questiona-se de que forma é possível que alguém
responda ao processo preso. A presunção da inocência vale
até o trânsito em julgado. O trânsito ocorre quando não há
recurso ou quando se esgotam os recursos. Logo, é estranho
que alguém presumidamente inocente fique preso antes do
trânsito da sentença condenatória.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Contudo, o art. 5º, LXI, da CF, prevê as prisões cautelares.
Então, a constituição, no mesmo art. 5º, presume a
inocência, mas permite que alguém fique preso antes do
trânsito da sentença condenatória. De que forma resolver tal
impasse? A doutrina afirma que deve ser feita a ponderação
dos valores constitucionais, cabendo ao juiz, em cada caso
concreto, decidir se prevalece a presunção de inocência ou a
possibilidade da prisão cautelar. A liberdade é a regra geral,
ou seja, a prisão cautelar só é possível quando necessária.
Por que? Para que não se corra o risco de deixar o réu preso
e, depois, absolvê-lo.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Logo, a prisão cautelar deve sempre ser vista como medida
excepcional. Posteriormente, serão estudadas as espécies de
prisão cautelar), prisão decorrente da pronúncia (art. 413, §
3º, do CPP).Mas, desde já, convém elencar suas espécies:
prisão em flagrante (arts. 301 a 310 do CPP), prisão
temporária (Lei 7960/89), prisão preventiva (arts. 311 a 316
do CPP), prisão decorrente de sentença recorrível (art. 387,
parágrafo único do CPP).
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
B) PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA (ART. 5º, LV).
Caso concreto – semana 2 – complementar
É previsto no art. 5º, LV, da CF. A ampla defesa divide-se em:
defesa material ou autodefesa; defesa formal ou defesa
técnica. A defesa material é o direito disponível do réu
defender-se pessoalmente, ainda que não tenha qualquer
formação jurídica. É disponível porque o réu exerce se quiser.
A defesa material abrange o direito de presença, ou seja, o
direito do réu participar dos atos processuais, e abrange o
direito de audiência, ou seja, o direito do réu ser
interrogado. A defesa formal é o direito indisponível do réu
ser defendido por um profissional tecnicamente habilitado,
ou seja, defensor público, advogado dativo ou advogado
constituído.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
C) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO (ART. 5º, LV).
É previsto no art. 5º, LV, da CF. Não há contraditório no
inquérito policial. Por isso, as provas produzidas na fase
policial devem ser reproduzidas na fase judicial para,
submetidas ao princípio do contraditório, serem usadas pelo
juiz no momento da sentença. O juiz tem que ouvir uma parte
e depois ouvir a outra parte e, só depois, decidir. Esse é o
procedimento correto. O contraditório é materializado, pelo
menos, de quatro maneiras: uma parte tem o direito de
presenciar a prova produzida pela outra parte; uma parte tem
o direito de participar da prova produzida por indicação da
outra parte; uma parte tem o direito de se manifestar quanto
à prova pré-constituída trazida aos autos pela outra parte;
uma parte tem o direito de se manifestar a respeito da
manifestação da outra parte.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
d) princípio do silêncio (art. 5º, LXIII).
Caso concreto – semana 1, caso 1, letra C
Caso concreto – semana 2, caso 1
É previsto no art. 5º, LXIII, da CF. O art. 187 do CPP prevê
duas partes do interrogatório: interrogatório de
identificação ou subjetivo; interrogatório de mérito ou
objetivo. No interrogatório de identificação, é traçado um
perfil do acusado. No interrogatório de mérito, o réu é
indagado quanto aos fatos que lhe são imputados. Então, a
questão é a seguinte: o silêncio pode ser exercido nas duas
partes?
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Quanto ao interrogatório de identificação, alguns autores
sustentam que o réu pode ficar calado e pode até mentir,
enquanto outros autores afirmam que o silêncio configura o
delito do art. 68 da Lei das Contravenções Penais (Decreto-
lei 3688/41) e que a mentira configura o crime do art. 307
do CP. Quanto ao interrogatório de mérito, é certo que o réu
pode ficar calado e pode até mentir, salvo para incriminar-
se falsamente porque, neste caso, ele praticaria o crime do
art. 341 do CP. Entende-se que o princípio do silêncio deve
ser interpretado no sentido de conferir ao réu a
possibilidade de não se incriminar. Por isso, teoricamente, o
réu não é obrigado a fazer o exame de DNA, não é obrigado
a soprar o bafômetro, não é obrigado a fornecer material
gráfico para o exame de comparação de letras .
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
E) PRINCÍPIO DA NÃO IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (5º, LVIII).
Caso concreto letra B: Será possível a realização de
identificação criminal nesse caso?
É previsto no art. 5º, LVIII, da CF. A ideia é a seguinte: em
regra, a pessoa identificada civilmente não precisa passar
pelo constrangimento de ser identificada criminalmente. A
questão gerou a súmula 568 do STF, a qual afirma que não há
qualquer constrangimento se a pessoaidentificada civilmente
for identificada criminalmente. Mas, atenção: essa súmula é
anterior à CF/88. Logo, perdeu aplicação. Prevalece a regra
constitucional, que só admite exceção no caso de expressa
previsão legal (Lei 12.037/09)
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
O defensor pode ser:
a) constituído (art. 266 do CPP).
b) dativo (art. 263 do CPP).
c) ad hoc (art. 265, parágrafo segundo, do CPP).
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
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AULA 3
2.D. O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO.
Exercício suplementar:
1-(35º Exame da OAB/RJ) Acerca dos sujeitos processuais,
assinale a opção correta.
a) O juiz deve declarar-se suspeito caso seja amigo ou inimigo
das partes, esteja interessado no feito ou quando a parte o
injuriar de propósito.
b) A participação de membro do Ministério Público no
inquérito policial acarreta o seu impedimento para o
oferecimento da denúncia.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
c) A vítima pode intervir no processo penal por intermédio de
advogado, como assistente da acusação, depois de iniciada a
ação penal e enquanto não transitada em julgado a decisão
final.
d) O assistente da acusação pode arrolar testemunhas e
recorrer da decisão que rejeita a denúncia, pronuncia ou
absolve sumariamente o réu, tendo o recurso efeito
suspensivo.
Os arts. 268 a 273 do CPP tratam do assistente de
acusação.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Para Marcellus Polastri, acompanhado de Sergio Demoro
Hamilton e de Lenio Luiz Streck, a figura do assistente não
foi recepcionada pelo art. 129, I, da CF. O autor sustenta que
a constituição atribuiu a promoção da ação pública,
privativamente, ao MP, razão pela qual não se justifica o
assistente. O autor ressalta que o art. 129, I, da CF, só pode
ser excepcionado pela própria constituição, como ocorre no
art. 5º, LIX, que trata da ação privada subsidiária da pública.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Mas a doutrina majoritária e a jurisprudência continuam
aceitando a figura do assistente. Ressalte-se que o STF,
através de seu Pleno (22/5/91), entendeu que não existe
qualquer incompatibilidade entre o art. 129, I, da CF, e o
direito de recorrer do assistente.
Para a doutrina majoritária, a função do assistente repousa
na influência que a sentença penal condenatória exerce no
campo cível (Tourinho Filho), conforme o art. 91, I, do CP, e
o art. 63 do CPP. Alguns autores, entretanto, afirmam que o
legítimo interesse do assistente consiste não só na
reparação patrimonial, mas também na reparação moral.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Não cabe recurso contra a admissão ou não do assistente.
Marcellus Polastri admite a interposição de reclamação ou a
impetração de mandado de segurança.
2.e. OS AUXILIARES DA JUSTIÇA
A expressão “auxiliares da justiça” abrange o escrivão, o
oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete (linguagem dos sinais), o tradutor (língua
estrangeira), contadores, distribuidores, leiloeiros etc.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
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AULA 3
1 – Princípio do devido processo legal
É previsto no art. 5º, LIV, da CF. O princípio do devido 
processo legal garante que o processo caminhará 
segundo as leis em vigor, não se podendo surpreender as 
partes com práticas que não têm previsão legal. O 
processo na forma da lei é devido às partes. 
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
2- PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
É previsto no art. 5º LIII, da CF. A jurisdição é o poder-dever
do Estado de solucionar os conflitos de interesses. É poder
porque a decisão se impõe, não se podendo, teoricamente,
desrespeitá-la. É dever porque o Estado não permite que as
pessoas resolvam seus conflitos na força, razão pela qual se
obriga a resolver todos os conflitos que lhe são dirigidos, não
podendo se omitir. Seria inviável permitir que uma única
pessoa resolvesse todos os conflitos. Logo, esse poder é
fracionado para que vários magistrados possam exercê-lo.
Então, a competência é a parcela do poder jurisdicional
destinado a cada órgão do Poder Judiciário.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
É aí que se insere o princípio do juiz natural. Para que se
garanta a imparcialidade do juiz, a sua competência deve ser
fixada antes da prática do crime. Por isso, não se admite o
juízo ou tribunal de exceção. Neste sentido, art. 5º, XXXVII,
da CF. Logo, antes da prática do crime, a legislação já prevê
o juízo que será competente para julgá-lo. A fixação da
competência após a ocorrência do crime, por si só, já revela
certa parcialidade do órgão julgador.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
3 - PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL
É previsto no art. 5º, LIII, da CF. Os órgãos do Ministério
Público não têm competência. Eles têm atribuição. Isso
significa que o poder que a constituição confere ao
Ministério Público também é fracionado entre os seus
membros. Para que não se permita perseguições a alguns
réus, a atribuição de cada órgão é fixada, por lei, antes da
prática do crime.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
4 - PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
O juiz tem liberdade na iniciativa da produção probatória,
não se limitado apenas às provas produzidas por indicação
das partes, uma vez que lhe interessa saber como os fatos
realmente ocorreram. Os arts. 156, 196, 234, 616, do CPP,
que, dentre outros, materializam o princípio da verdade
real são de constitucionalidade duvidosa, sob o argumento
de que violam o sistema acusatório.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
5 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Em regra, a produção das provas é pública, só podendo haver
restrição à publicidade nos casos expressamente previstos em
lei.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
6- PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
É previsto no art. 5º, LXXVIII, da CF. Este princípio garante
que o julgamento do réu ocorra num prazo razoável, não
podendo o processo se eternizar no tempo. Sob o prisma da
defesa, o princípio tem aplicação mais efetiva quando se
trata de acusado preso. É que a prisão cautelar, ou seja, a
prisão no curso do processo é medida excepcional que só é
admitida quando necessária.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Logo, em se tratando de exceção à regra geral, que prevê
que o réu responda ao processo livre, é evidente que a prisão
não pode se estender sem justificativa. No procedimento
ordinário, que é aquele aplicável quando o réu é acusado da
prática de crime punido com pena igual ou superior a 4 anos
e quando não há procedimento especial previsto em lei,
entende-se que o réu pode ficar preso por mais ou menos 60
dias, de acordo com o artigo 400, CPP.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Esse prazo pode sofrer variações, diante da complexidade do
processo, do número de acusados, do número de crimes
imputados ao acusado etc. Expirado esse prazo, ainda que a
prisão seja necessária, a prisão se torna ilegal e, por isso,
cabe o seu relaxamento, com base no art. 5º, LXV, da CF. Sob
o prisma da acusação, o princípio da duração razoável do
processo guarda pertinência com a prescrição. Isso porque,
findo o prazo prescricional, ainda que esteja comprovada a
culpa do réu, não se poderá condená-lo. A prescrição é, na
verdade, uma punição à inércia estatal. Sendo assim, é
possível concluir queo Estado deve agilizar o processo, de
modo a evitar que o réu fique preso cautelarmente mais
tempo do que o necessário e de modo a evitar que ocorra a
prescrição.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
7 – PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
Está previsto no art. 399, § 2º, CPP (Lei 11719/08)
Agora o juiz que colhe a prova, salvo motivo de força maior,
fica obrigado a proferir a sentença, como sempre ocorreu no
processo civil.
Vale mencionar que é majoritário que as exceções aplicáveis
ao princípio da identidade física do juiz no processo civil
também são aplicáveis no processo penal.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
8 - PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO OU DA
PERSUASÃO RACIONAL
O juiz tem a liberdade de valorar as provas de acordo com a
sua consciência e com o seu convencimento, desde que
motivadamente. A fundamentação da decisão é imprescindível
para a validade da decisão (art.93, IX, CR - é a regra geral
adotada no CPP).
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
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AULA 3
9 - PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS
POR MEIOS ILÍCITOS (157,CPP)
É previsto no art. 5º, LVI, da CF. As provas obtidas por meios
ilícitos podem ser classificadas em provas ilícitas em sentido
estrito e em provas ilegítimas. As provas ilícitas em sentido
estrito decorrem da violação de uma norma penal. As provas
ilegítimas decorrem da violação de uma norma processual
penal.
Existe também a prova ilícita por derivação (art. 157, §1º,
CPP). É aquela prova que não apresenta vício, se for
considerada em si mesma, mas que decorre de uma outra
prova viciada.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Segundo a teoria dos frutos da árvore envenenada, a prova
derivada fica contaminada com a prova originária e, por isso,
também não pode ser admitida. Tal teoria surgiu na Suprema
Corte dos EUA e recebeu a nomenclatura de fruit of the
poisonous tree doctrine, ou seja, a teoria dos frutos da
árvore envenenada, segundo a qual a prova derivada fica
contaminada pelo vício da prova original. Hoje, tal teoria
está positivada em nosso ordenamento jurídico.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Questiona-se a possibilidade das provas obtidas por meios
ilícitos serem usadas em benefício do acusado. Parte da
doutrina não admite com o argumento de que não há previsão
legal neste sentido. A outra parte admite afirmando que o
art. 5º, LVI, da CF, é uma garantia fundamental que não pode
implicar em prejuízo para o réu e, além disso, alegando que
cabe ao juiz fazer a ponderação dos valores constitucionais e
examinar, em cada caso concreto, a possibilidade de
admissão de tal prova.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Atualmente, a teoria da proporcionalidade, da razoabilidade
ou do interesse preponderante vem ganhando espaço na
doutrina e na jurisprudência, a qual sustenta o seguinte:
Admite-se a prova ilícita, mesmo havendo violação de norma
constitucional, em casos excepcionais, ou seja, também se
deveria levar em consideração valores igualmente
constitucionais, protegidos da mesma forma ou de forma mais
relevante que aqueles violados na coleta da prova (José
Carlos Barbosa Moreira, Sergio Demoro Hamilton).
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Ultimamente, a doutrina e a jurisprudência, inclusive do STF, 
admitem o princípio da proporcionalidade somente em favor 
da defesa, mas nunca a favor do Estado.
A prova obtida com violação ao princípio que impede a 
violação de domicílio, previsto no art. 5º, XI, da CF, também é 
considerada ilícita.
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AULA 3
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AULA 3
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
A interceptação telefônica foi autorizada no art. 5º, XII, da CF,
e depois foi regulamentada pela Lei 9296/96, a qual prevê os
seguintes requisitos.
(a) autorização judicial, por solicitação do MP ou outra
autoridade.
(b) demonstração de existência de indícios razoáveis de autoria
na participação do fato investigado ou a ser investigado.
(c) investigação, em tese, de crime apenado com reclusão.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Observação: O STF tem considerado lícita a prova, no caso de
interceptação onde foi descoberta prova contra outra pessoa
que não aquela que a interceptação inicialmente visava.
(a) interceptação telefônica em sentido estrito ou
grampeamento: existe interceptação de conversa telefônica
por terceiro, sem o consentimento dos interlocutores.
(b) escuta telefônica: existe interceptação telefônica por
terceiro, com o conhecimento de um ou dos interlocutores.
(c) interceptação ambiental: existe captação oculta da
conversa entre presentes, por terceiro, dentro do local onde
se realiza a conversa.
(d) gravação clandestina: existe quando um dos interlocutores,
sem o conhecimento do outro interlocutor, grava a
conversa telefônica.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Observação: Para Marcellus Polastri, a Lei 9296/96 apenas 
trata da interceptação telefônica em sentido estrito ou 
grampeamento, não havendo vedação constitucional à escuta 
telefônica, interceptação ambiental ou gravação clandestina.
O STJ entende que, em havendo a figura de uma terceira 
pessoa, a autorização judicial se faz necessária.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Questões trazidas por Marcellus Polastri:
(1) se, autorizada uma interceptação telefônica e efetuada na 
forma que preceitua a lei, é descoberto outro crime além 
daquele que justificou a medida, seria válida a prova?
Admite-se possível ilicitude por desvio do objeto da 
interceptação ou busca autorizada, mas nem toda prova obtida 
em relação a crime diverso daquele da autorização será ilícita. 
No caso de “encontro fortuito”, o critério aventado é o da 
existência de nexo entre os dois crimes.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
(2) é possível a utilização ou transposição da prova obtida
mediante interceptação regular ou lícita, autorizada por juiz
de determinado processo criminal, para outro processo, ou
seja, é lícita a prova emprestada?
Se for o mesmo acusado nos dois processos, tendo sido aquela
prova obtida mediante o crivo do contraditório, é possível
utilizá-la como prova emprestada.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
Observação: Quanto à utilização da prova em processo cível,
Vicente Greco Filho e Lênio Luiz Streck não admitem o
empréstimo porque, pela via oblíqua, haveria desrespeito à
norma constitucional. Mas Marcellus Polastri, ressaltando a
unidade do direito processual e a falta de vedação
constitucional neste sentido, admite tal empréstimo.
Observação: no caso de gravação clandestina feita no interior
de domicílio, parte da doutrina não a admite, alegando
violação ao princípio da inviolabilidade de domicílio, mesmo
que haja flagrante delito,
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 3
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AULA 3
uma vez que o art. 5º, XI, da CF, apenas excepciona a 
inviolabilidade para permitir a prisão, mas não a utilização 
da prova. Entretanto, Marcellus Polastri afirma que, se o art. 
5º, XI, da CF, permite a prisão em flagrante, excepcionando o 
princípio da inviolabilidade de domicílio, nada obsta o uso da 
gravação clandestina.

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