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Cartilha Transporte aéreo

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ATENÇÃO PASSAGEIROS!
Principais impactos das novas regras do transporte aéreo em vigor
 Faça valer seu direito!
 1ª Edição
ALTERAÇÕES NAS REGRAS DE TRANSPORTE AÉREO
São aplicadas ao serviço contratado de transporte aéreo as normas contidas na Constituição Federal, no Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor, no Código Brasileiro da Aeronáutica, na Convenção de Montreal, promulgada pelo Decreto nº 5910, de 27 de setembro de 2006, e na Resolução nº 400, de 13 de dezembro de 2016, da Agência Nacional de Aviação Civil.
No ano de 2017, começaram a valer os novos direitos e deveres dos passageiros no transporte aéreo estabelecidos pela Resolução nº 400/2016, bem como tivemos o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal da hierarquia da Convenção de Montreal nos conflitos que envolvem extravios de bagagem e prazos prescricionais ligados à relação de consumo em transporte aéreo internacional de passageiros.
BAGAGENS
A Resolução nº 400/2016 da ANAC aumentou a franquia da bagagem de mão, que passa de 5 kg no máximo para 10 kg no mínimo, mantendo o passageiro como responsável pela bagagem acompanhada, enquanto que a bagagem despachada é de responsabilidade da companhia aérea.
Um dos aspectos negativos em relação ao tema foi a possibilidade criada pela Resolução de as próprias companhias aéreas criarem seu próprio sistema de franquia de despacho de bagagens, podendo manter o que estava atualmente em vigor (23 quilos para passageiros domésticos e de duas malas de 32 quilos para voos internacionais, ambos oferecidos gratuitamente), ou imputar valores ao serviço a parte da passagem aérea.
Em caso de extravio da bagagem, o prazo para devolução foi reduzido de 30 para 7 dias em voos domésticos, e para voos internacionais será de 21 dias. Se a empresa não localizar sua bagagem nesse prazo, ela terá mais 7 dias para realizar a indenização. Caso haja alguma avaria em sua bagagem, a empresa aérea deve reparar o dano ou substituir a bagagem em até 7 dias do protesto, devendo pagar a indenização pelo dano no mesmo prazo.
A convenção de Montreal, estabelecida pelo STF como superior às normas do Código de Defesa do Consumidor em casos de conflitos referentes a voos internacionais, traz em seu bojo limitações para a indenização por extravio ou dano à bagagem despachada em voos internacionais, sendo o teto de 1.000 Direitos Especiais de Saque (DES), cotado pelo Banco Central em 07 de março de 2017 a R$ 4,20. Tal limitação não se aplicará quando o passageiro fizer uma declaração ao transportador do valor real da bagagem.
ATENÇÃO: A legislação prevê que o passageiro deve realizar protesto junto ao transportador de forma imediata em caso de extravio, ou no prazo de 7 dias em caso de dano.
ATRASOS NO VOO 
Previstas de forma superficial pela Resolução nº 400/2016 da ANAC, a Resolução nº 141/2010 do mesmo órgão e o artigo 230 do Código Brasileiro da Aeronáutica preveem que existem três faixas de responsabilização do transportador em relação à quantidade de horas de atraso. 
As faixas são separadas da seguinte forma: quando o atraso for superior a uma hora, a companhia aérea deve fornecer ao passageiro qualquer forma ou meio de comunicação, seja telefone ou acesso à internet, e quando o atraso for superior a duas horas, deve ser fornecida alimentação, seja em dinheiro ou voucher.
Quando o atraso for superior a quatro horas, deve ser fornecida acomodação, e devem ser ofertadas as opções de realocação em outro voo ou reembolso da passagem, de forma que o passageiro escolha a melhor alternativa. Caso o passageiro escolha o reembolso, este deve ser feito em até 7 dias, podendo ser convertido em créditos com a própria transportadora, se o passageiro concordar.
NO SHOW
Muitos consumidores atraídos por políticas promocionais acabam por adquirir passagens aéreas de ida e volta juntas. Tal prática se torna um problema quando o consumidor por algum motivo, mesmo que irrelevante, não utiliza o bilhete de ida, apenas o de volta, o que é chamado de no show. Desta forma, as empresas aéreas tinham autorização de cancelar as passagens de todo o trecho, inclusive as passagens aéreas de volta, sem reembolsar o passageiro. 
Contudo, a Resolução nº 400/2016 veda o cancelamento automático do trecho de retorno, desde que o passageiro comunique à empresa aérea até o horário originalmente contratado do voo de ida, sendo vedada a cobrança de multa contratual nesse caso.
OVERBOOKING
Prática muito utilizada pelas companhias aéreas, o overbooking, chamado também de preterição no embarque, é a situação em que a empresa transportadora vende uma quantidade de passagens superior à quantidade de assentos disponíveis, contando com eventuais desistências do consumidor.
Dessa forma, caracterizado o overbooking, a companhia aérea deve efetuar, de forma imediata, o pagamento de compensação financeira ao passageiro, seja por meio de transferência bancária, voucher ou em espécie, no valor de 250 Direitos Especiais de Saque (DES) para voo doméstico e de 500 DES, no caso de voo internacional.
IMPORTANTE: A Convenção de Montreal define o prazo prescricional de dois anos pra propositura de ação de reparação de danos contra companhia aérea em casos de transporte aéreo internacional Saliente-se que o referido tratado não permite que seja requerida também a indenização por danos morais.
Cartilha elaborada pelas alunas do 8º período do Curso de Direito da Universidade de Pernambuco – Campus Benfica, entregue ao Professor Silvano Flumignan para compor a nota da II Unidade da disciplina de Responsabilidade Civil e para futura composição de projeto de extensão.
Alunas: Ana Luiza Maia, Eriane Souza, Gabriella Andrade, Larissa Antunes, Marina Rodrigues e Vanessa Cavalcanti
Recife, 11 de dezembro de 2017
FONTES
http://www.anac.gov.br/noticias/2017/atencao-passageiros-fiquem-atentos-sobre-as-novas-regras-do-transporte-aereo
http://www.anac.gov.br/noticias/2017/novas-regras-para-o-transporte-aereo-comecam-hoje
http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/resolucoes/resolucoes-2016/resolucao-no-400-13-12-2016/@@display-file/arquivo_norma/RA2016-0400%20-%20Retificada.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5910.htm
http://www.transportes.gov.br/aviacaoparatodos/
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=344530
https://thaismello.jusbrasil.com.br/artigos/527685577/overbooking-no-check-in-descobri-que-nao-poderia-viajar?utm_campaign=newsletter-daily_20171204_6377&utm_medium=email&utm_source=newsletter

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