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1) ESTACAS SECANTES EM SOLO O presente trabalho tem como objetivo demonstrar os procedimentos executivos para construção de muros de contenção com o sistema de Estacas Secantes. 1.1) BREVE HISTÓRICO O sistema de Estacas Secante chegou ao Brasil por volta de 2004. A partir de 2012, as paredes de contenção com estacas secantes começaram a ganhar espaço no mercado construtivo brasileiro com a chegada de novos equipamentos no país e a tendência é que cresça ainda mais pois possui grande versatilidade quando comparada com as técnicas tradicionais, pois não necessita de fluído estabilizante e nem de equipamento auxiliar na execução. Além disso, a escavação e a concretagem também podem ser executadas a seco. 1.2) DEFINIÇÃO Estaca escavada moldada no solo, por processo rotativo, empregado na construção de paredes de contenção compostas por estacas secantes entre si. Figura 1 - Croqui de estacas secante 1.3) FACILIDADES EXECUTIVAS E VANTAGENS DO MÉTODO Estanqueidade Figura 2 - Vista lateral de tanque submerso executado em estacas secantes Figura 3 - Vista lateral de tanque submerso executado em estacas secantes 2) FUNCIONAMENTO DO SISTEMA Contenções executadas com estacas secantes são indicadas principalmente para solos arenosos e com presença de água. Isso porque as estacas formam uma estrutura rígida com elevada resistência à pressão horizontal da terra e à pressão aquosa, sendo praticamente impermeável. Os muros podem ser construídos em locais de dimensões reduzidas e junto a estruturas já existentes. A técnica de perfuração para as estacas secantes permite a construção das paredes em condições de terreno difíceis - camadas cimentadas duras, gravilha, elementos rochosos - com diversos diâmetros e profundidades. Entre as principais diferenças desse processo, em relação ao sistema convencional de paredes-diafragma com lama bentonítica, está a possibilidade de se fazer escavações menores; de se ter a usina de concreto fora do local das escavações; utilizar equipamentos mais compactos e executar uma concretagem rápida e limpa. A seguir, o processo construtivo da execução de estacas secantes. 2.1) Construção das guias Pode-se construir muretas-guia em concreto não armado para a execução das estacas secantes. Eles servem para delinear o muro de contenção a ser executado e para atuar, como o nome diz, como guia das estacas. As estacas secantes devem obedecer rigorosamente à locação descrita em projeto Execução: escavação da vala, posicionamento da fôrma, lançamento do concreto em suas laterais e identificação das estacas (primárias ou secundárias). Figura 4 - Forma para execução de mureta guia para execução de estacas secantes Figura 5 - Construção das guias Figura 6 - Forma de isopor identificada e com a mureta concretada 2.2) Instalação da camisa metálica Uma perfuratriz hidráulica pode ser utilizada para abertura de um pré-furo para instalação da camisa metálica. As camisas são instaladas para execução das estacas primárias e ajudam a garantir a verticalidade da perfuração. Para permitir sua recuperação após a concretagem da estaca, a camisa metálica não deve ser apoiada no fundo da escavação. Figura 7 - Instalação da camisa metálica 2.3) Perfuração com circulação reversa Uma perfuratriz hidráulica é utilizada sobre a camisa metálica para perfuração definitiva. Esse processo pode ser feito com lama bentonítica (para facilitar a escavação) e com circulação reversa - o material escavado é transportado à superfície por meio da injeção de ar comprimido para dentro da perfuração, processo conhecido como air lift. A perfuração costuma ser feita com equipamento derivado do utilizado convencionalmente para fundações hélice contínua (acrescenta-se, normalmente, um acessório na torre de perfuração chamado de "cabeça dupla"). Figura 8 - Perfuração com circulação reversa Figura 9 - Detalhe da ponta do tubo 2.4) Injeção de concreto na perfuração As estacas secantes podem ser preenchidas com concreto ou, também, com "coulis" (uma mistura de bentonita, cimento e água). Deve-se sempre atentar aos coeficientes de permeabilidade das misturas. O preenchimento é lançado por um tubo tremonha, tipicamente usado em concretagens submersas. A sequência executiva das estacas começa com a perfuração e concretagem das peças não armadas, espaçadas de forma a permitir a execução posterior das estacas armadas secundárias. Figura 10 - Injeção de concreto na perfuração O bombeamento é feito simultaneamente à retirada do trado, podendo o tubo girar em sentido anti-horário, favorecendo a subida do material e diminuindo o atrito com o solo. Pode ser empregado concreto ou argamassa, conforme as seguintes especificações: - Consumo mínimo de cimento 400 Kg/m³, - fck superior a 20Mpa, - Slump = 28±2 cm e - Slumpflow = 32±2 cm, sendo recomendável o emprego de aditivos “superfluidificantes”. 2.5) Perfuração para estaca secundária Antes da nova perfuração, a camisa metálica é removida da estaca primária já executada. Pode-se utilizar um extrator hidráulico para essa tarefa. Na perfuração para a execução das estacas armadas, é necessário cortar lateralmente as estacas primárias, já executadas, para garantir a interação total das peças alinhadas. A estaca secundária é sempre executada entre duas estacas primárias já prontas. Para que a perfuratriz consiga fazer esse corte lateral, é necessário que estacas sejam executadas com concreto com slump alto, com características especiais de plasticidade e trabalhabilidade. A ponta do tubo é confeccionada em aço-vídea, para permitir o recorte das peças de concreto. Figura 11 - Perfuração para estaca secundária Figura 12 - Fases executivas das estacas secantes Figura 13 - Vista superior do detalhe da intersecção de estacas secantes Figura 14 - Detalhe do espaçamento de estacas Ø 420 mm 2.6) Instalação da armadura e nova concretagem Uma armadura de aço, montada especialmente para o diâmetro e o comprimento da estaca secante, é instalada na escavação destinada à estaca secundária. Depois disso, é feita a concretagem da estaca secundária, que também é preenchida por meio de um tubo tremonha. Figura 15 - Instalação de armadura e nova concretagem As estacas secundárias devem receber a armação necessária, composta por “gaiolas” ou perfis metálicos. A introdução é feita pelo próprio equipamento de perfuração. Armação composta por “gaiolas” Figura 16 - Armação empregada nas estacas secantes Perfis metálicos Figura 17 - Perfis laminados estacas secantes 2.7) Repetição do processo Por fim, para completar a construção do muro de contenção com estacas secantes, a execução das estacas primárias e secundárias é repetida alternadamente. Esse ciclo é seguido até que se complete todo o perímetro da construção do muro de contenção. Figura 18 - Repetição do processo 3) REFERÊNCIAIS BIBLIOGRAFICAS Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc). Fonte: Land Transport Authority of Singapore (Autoridade de Transporte Terrestre do Governo de Singapura). http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/30/artigo294316-1.aspx . Acessado em 01/10/2017 LAN Geotecnia e fundação https://sites.google.com/site/langeotecniaefundacao/contato/54-estacas-secantes-em-solo. Acessado em 01/10/2017
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