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Evolucao do desenvolvimento sustentavel

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TEMA: EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SUSTENTABILIDADE
E MEIO AMBIENTE
SUSTENTABILIDADE 
E MEIO AMBIENTE
Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090
Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011.
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Sustentabilidade e Meio Ambiente
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Edson Torres
Conteudista
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Paulo Henrique do Nascimento
Revisão:
Nélson Dellagiustina
Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2012. Todos os direitos reservados.
1Evolução do Desenvolvimento Sustentável
1 INTRODUÇÃO
Debates acerca do termo desenvolvimento há muito permeiam nossa 
sociedade. Não é de hoje que muitos atores sociais o utilizam para se referir a alguma 
situação de nossa sociedade.
Os próprios modelos de desenvolvimento nunca foram uma unanimidade. 
Basicamente, podemos observar duas correntes distintas:
• Uma que encara o desenvolvimento como sinônimo de crescimento e dessa 
maneira, não leva em consideração aspectos sociais ou ambientais em seu processo 
de construção. Esta corrente baseia-se essencialmente em aspectos quantitativos. 
(Ex.: aumento do produto interno bruto, aumento da lucratividade, entre outros).
• Outra corrente considera o crescimento uma condição indispensável para 
o desenvolvimento, porém, não como condição sufi ciente. Nesse sentido o 
desenvolvimento adquire aspectos qualitativos, a saber, a melhora na qualidade 
de vida das pessoas, do meio ambiente e das estruturas existentes.
O padrão de desenvolvimento adotado historicamente se aproxima ao 
que associa o desenvolvimento ao crescimento. Como vimos na segunda etapa, o 
modelo de produção hegemônico pautado pela empresa capitalista tem como mola 
propulsora o consumismo. De fato, deste ponto de vista ele é antropocêntrico, 
contraditório e equivocado.
Esta é uma discussão longa. Inclusive já a iniciamos na segunda etapa. Porém, 
longe de intentarmos um relato mais aprofundado do termo desenvolvimento 
e sua crítica, nos ateremos a uma de suas derivações, ou seja, o desenvolvimento 
sustentável. Este, sendo associado aos princípios da sustentabilidade, também é 
recorrente nos discursos ofi ciais, nos relatórios de empresas, de governo, nos estudos 
acadêmicos, na mídia e entre tantas outras esferas.
2 PRIMÓRDIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DO 
CLUBE DE ROMA À CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
Ao longo do tempo o termo desenvolvimento sustentável adquiriu novas 
formas, recebendo novos adjetivos e incrementos. 
O crescimento capitalista da primeira metade do século XX gerou de um lado 
muita riqueza e de outro, muitas assimetrias. As riquezas, expropriadas por poucos 
ao passo que as injustiças cresciam aos montes. Sem contar que todo crescimento e 
progresso deram-se às custas do meio ambiente. 
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2 Sustentabilidade e Meio Ambiente
Nesse contexto, algumas correntes de pensamento e grupos sociais intentam 
esforços na luta contra o modelo hegemônico. Um grande exemplo é o movimento 
ambientalista.
Após a 2ª Guerra Mundial e decorrer da segunda metade do século XX as 
correntes do pensamento discorrentes da hegemônica passam a ganhar força, 
não somente na academia, mas em todos os setores da sociedade. O modelo de 
progresso baseado na depredação dos recursos naturais passa a se tornar tema de 
muitos seminários e aos poucos, da agenda política. A ideologia dominante, baseada 
na satisfação das “ilimitadas necessidades humanas através da alocação dos recursos 
limitados” começa a ser questionada, apesar de continuar predominante.
A visão ambiental tornou-se, de certo modo, um fenômeno global. As 
preocupações com o modelo de destruição do meio ambiente e a necessidade de 
uma formulação capaz de equilibrar crescimento econômico com a utilização dos 
recursos naturais crescem no mundo inteiro.
Grande expoente internacional nessa discussão foram os estudos e debates 
realizados pelo Clube de Roma (visto na etapa 2), principalmente a publicação do 
relatório: os limites do crescimento.
Com as discussões acerca do uso sustentável e saudável de nosso planeta 
adquirindo cada vez mais espaço, a ONU realizou a chamada Conferência das Nações 
Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia, entre os dias 4 a 16 de 
junho de 1972. Podemos considerá-la um marco nas discussões até então realizadas já 
que se pautou na necessidade de construir uma “visão comum e de princípios comuns 
para inspirar e guiar os povos do mundo na preservação e melhoria do ambiente 
humano” (ONU, 2012, p. 2).
Seu principal desdobramento foi uma Declaração com 19 princípios - A 
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano - 
que é considerada um manifesto ambiental, base para a nova agenda ambiental do 
sistema da ONU.
3 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O 
ECODESENVOLVIMENTO
A preocupação com a preservação do meio ambiente associada à 
melhora das condições socioeconômicas das populações e países vai tomando 
cada vez mais espaço no cotidiano até culminar na elaboração do conceito 
de ecodesenvolvimento que, como veremos na próxima seção, será 
“substituído” pelo de desenvolvimento sustentável, pelo menos nos discursos 
ofi ciais.
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3Evolução do Desenvolvimento Sustentável
A conceituação de ecodesenvolvimento aparece 
como uma resposta aos paradigmas e abordagens 
científi cas da época, que não conseguiam 
estabelecer uma compreensão consistente da 
realidade, permeada por fenômenos sociais como 
a exclusão social e a questão ambiental. 
NOTA:
Quem o traz ao público é o então secretário geral da Conferência de 
Estocolmo (1972), Maurice Strong.
“Posteriormente, ele é difundido por Ignacy Sachs que, de certa maneira, 
complementa o termo, acrescentando cinco dimensões à sua compreensão, a 
saber: social, econômica, ecológica, cultural e espacial” (MONTIBELLER, 2004, 
p. 47).
FIGURA 1 – AS CINCO DIMENSÕES DO ECODESENVOLVIMENTO
FONTE: Adaptado de: <http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/
gestaoeresultados/2011/11/01/pensando-e-praticando-a-sustentabilidade/>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
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4 Sustentabilidade e Meio Ambiente
O ecodesenvolvimento é aquele capaz de garantir 
o desenvolvimento de um território (país, nação, 
região) endogenamente, ou seja, através de suas 
próprias potencialidades, evitando a dependência 
externa, com a fi nalidade de “responder à 
problemática da harmonização dos objetivos 
sociais e econômicos do desenvolvimento com 
uma gestão ecologicamente prudente dos recursos 
e do meio” (SACHS, 1993, p. 15).
IMPORTANTE:
Esta defi nição tem uma preocupação igual para a esfera social, ambiental 
e econômica. Ela as iguala diferentemente de outras abordagens teóricas que 
supervalorizam a questão econômica, por exemplo. Em sua essência, revela a 
necessidade de resolver as necessidades mais imediatas de toda população, 
garantindo qualidade de vida com cuidado ao meio ambiente e a consequente 
possibilidade de reprodução da vida para as gerações vindouras. 
Cabe destaque que a grande questão do ecodesenvolvimento repousa 
na realização de ações que privilegiem as potencialidades locais na resolução 
de seus problemaslocais, aliado ao desafi o de congregar a sustentabilidade 
social e ambiental com questões econômicas. 
Somente é possível alcançar este tipo de desenvolvimento a partir 
do momento que se tem amplo conhecimento da realidade, da cultura, dos 
ecossistemas, de como os indivíduos se relacionam entre si e com o meio e 
como resolvem seus problemas diários. E tudo isso aliado ao envolvimento 
desses mesmos no planejamento de estratégias de superação de seus gargalos. 
É dessa maneira que se supera a necessidade de “importação” de um modelo 
externo de desenvolvimento a determinada região.
Alguns autores apontam que este termo congrega dois tipos de 
solidariedade: uma sincrônica e outra diacrônica. 
A solidariedade sincrônica privilegia seu enfoque sob a ótica das 
necessidades fundamentais dos indivíduos em detrimento da visão que 
enfatiza apenas a lógica da produção (em escala, visando ao lucro). Já a 
solidariedade diacrônica se expressa em uma economia de recursos naturais, 
em que o horizonte temporal está décadas (até séculos) adiante, ou seja, na 
“perspectiva ecológica para garantir a possibilidade de qualidade de vida às 
próximas gerações”. (MONTIBELLER, 2004, p. 48).
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5Evolução do Desenvolvimento Sustentável
Sachs (1993), referência na difusão desse conceito, expõe que o 
ecodesenvolvimento se caracteriza como um projeto de civilização, à medida 
que propõe um novo estilo de vida, baseado em um conjunto de objetivos 
que são defi nidos socialmente e com visão de futuro. Basicamente, são estas 
as principais características dessa proposta de desenvolvimento.
4 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O 
RELATÓRIO BRUNDTLAND
Praticamente como derivação do ecodesenvolvimento, surgiu o 
desenvolvimento sustentável. É a partir da década de 1980 que ele ganha 
força, sendo que podemos adotar como marco de sua utilização ofi cial no 
mundo o Relatório Brundtland, fruto da comissão Mundial Sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da ONU, presidida pela Primeira 
Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtlan, ocorrida em 1987. Esta comissão 
era parte do processo preparatório para a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – também chamada de “Rio 92”.
É importante trazer presente que este termo foi utilizado 
anteriormente, mas de forma menos abrangente e de forma particular por 
alguns grupos específi cos, como a União Internacional pela Conservação da 
Natureza. Na conferência deste organismo, em 1986, ocorrido no Canadá foi 
apresentado com os seguintes princípios de desenvolvimento sustentável:
• Integrar conservação da natureza e desenvolvimento.
• Satisfazer as necessidades humanas fundamentais.
• Perseguir equidade e justiça social.
• Buscar a autodeterminação social e respeitar a diversidade cultural.
• Manter a integridade ecológica (BARBOSA, 2008, p. 37).
Porém, é com a publicação do relatório inovador 
da Comissão Brundtland, de 1987, intitulado, 
“Nosso Futuro Comum” – que o conceito de 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL entra de 
vez para a esfera pública, repercutindo em escala 
global.
NOTA:
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6 Sustentabilidade e Meio Ambiente
FIGURA 2 – CARTAZ QUE REPRESENTA O RELATÓRIO “NOSSO FUTURO COMUM”, 
DE 1987
FONTE: Disponível em: <http://www.dolceta.eu/portugal/Mod5/O-Relatorio-
Brundtland-1987.html>. Acesso em: 15 maio 2012.
No relatório observamos:
O desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento que encontra as necessidades 
atuais sem comprometer a habilidade das futuras 
gerações de atender suas próprias necessidades. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.
br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
IMPORTANTE:
FIGURA 3 – BASE DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: GARANTIR AS NECESSIDADES 
DO PRESENTE SEM COMPROMETER AS NECESSIDADES DO FUTURO. BASICAMENTE, É 
“ENTREGAR UM MUNDO MELHOR” PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES
FONTE: Disponível em: <http://www.not1.xpg.com.br/sustentabilidade-exemplo-de-
acoes-barueri-sustentavel/>. Acesso em: 20 maio 2012.
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7Evolução do Desenvolvimento Sustentável
O conceito de “desenvolvimento sustentável”, advindo dos estudos 
da ONU sobre as mudanças climáticas, foi uma resposta para a humanidade 
perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava (e ainda passa), 
agravado a partir da segunda metade do século passado (BARBOSA, 2008).
5 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A RIO 92
É a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra ou “Rio 92”, 
ocorrida entre os dias 3 a 14 de julho de 1992 no Rio de Janeiro que o termo 
desenvolvimento sustentável tornou-se fundamental para a política ambiental 
e de desenvolvimento das nações.
FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA 2ª CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE O MEIO AMBIENTE 
E DESENVOLVIMENTO (RIO 92)
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?...>. Acesso em: 20 maio 2012.
Segundo dados disponibilizados pela própria ONU (2012), estiveram 
representados ofi cialmente 170 países na Rio 92, somados a 2400 
representantes de organizações não governamentais (ONGs) e 17000 pessoas 
participantes do Fórum de ONGs paralelo. Seus principais frutos foram os 
documentos: a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, a Declaração de Princípios sobre Florestas, a Convenção 
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8 Sustentabilidade e Meio Ambiente
Fica claro que a preocupação na superação dos gargalos sociais como 
uma das características do desenvolvimento sustentável, não sendo este, 
como muitas vezes parece, uma preocupação apenas com o meio ambiente.
Entre os princípios deste importante documento, destacam-se: 
• Que o centro das preocupações com DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL é o próprio ser humano, que tem direito a uma vida 
saudável, produtiva em harmonia com a natureza.
• A chamada incerteza científi ca não pode atravancar as medidas 
necessárias à prevenção da degradação ambiental, quando esta gerar 
danos sérios ou irreversíveis ao meio.
• Que é dos estados nacionais o direito soberano de explorar seus 
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Convenção das Nações Unidas 
sobre Diversidade Biológica.
Também foram delineações da Cúpula da Terra a adoção da Convenção 
da ONU sobre a Diversidade Biológica, também em 1992 e a Convenção 
da ONU de Combate à Desertifi cação em Países que sofrem com a Seca e/
ou a Desertifi cação, mais precisamente na África. Ocorreu ainda, no ano de 
1994, a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável dos 
“Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento”, realizada em Barbados, 
onde se adotou para estes estados um programa de ação que estabelece 
políticas, ações e medidas em todos os níveis para atingir o desenvolvimento 
sustentável.
5.1 A DECLARAÇÃO DO RIO
Na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento é evidenciada essa importante 
afi rmação: “que todos os estados e todos os 
indivíduos devem como requisito indispensável 
para o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
cooperar na tarefa essencial de erradicar a 
pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos 
padrões de vida e melhor atender as necessidades 
da maioria da população do mundo” (BOFF, 2012, 
p. 52).
IMPORTANTE:
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9Evolução do Desenvolvimento Sustentável
Esta declaração foi o primeiro consenso global para a gestão sustentável 
das fl orestas. Cabe destaque entre suas considerações:
• Coloca como princípio que os países desenvolvidos devem fazer um 
esforço para garantir o “verde no mundo”por meio do refl orestamento 
e da conservação das matas existentes.
• Que é direito de cada estado gerir as fl orestas de acordo com as suas 
necessidades socioeconômicas, mas em consonância com as políticas 
nacionais de desenvolvimento sustentável. 
FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso 
em: 20 maio 2012.
próprios recursos, não podendo causar danos ao meio ambiente de 
outros estados.
• Expõe que a erradicação da pobreza e redução das disparidades nos 
padrões de vida mundiais são princípios e busca indispensável para o 
desenvolvimento sustentável.
• Traz a público a importância da participação das mulheres no alcance 
do desenvolvimento sustentável.
• Coloca grande responsabilidade na chamada busca internacional do 
desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, levando 
em consideração a pressão de suas comunidades locais, as tecnologias 
que dominam e a grande quantidade de recursos econômicos que 
controlam, em comparação aos países em desenvolvimento. 
FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso 
em: 20 maio 2012.
5.2 A DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE FLORESTAS
5.3 A AGENDA 21
A Agenda 21 foi adotada na Rio 92 pelas nações presentes e é 
basicamente, um programa com parâmetros globais a serem seguidos pelos 
países para protegerem de forma efetiva o meio ambiente e para alcançar o 
desenvolvimento sustentável globalmente.
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10 Sustentabilidade e Meio Ambiente
FIGURA 5 – SÍMBOLO DA AGENDA 21
FONTE: Disponível em: <http://www.ecolnews.com.br/agenda21/>. Acesso em: 20 maio 
2012.
Uma das constatações das conferências da ONU, com destaque na Rio 
92, foi o paradoxo entre o modelo de crescimento econômico existente e a 
crescente degradação do meio em que vivemos.
É justamente como resposta a este problema que 
a proposta da ONU ganha importância no mundo 
globalizado. A Agenda 21 delineou-se um plano 
abrangente e bem detalhado (com 40 capítulos) 
de ações com a fi nalidade de afastar “o mundo 
do atual modelo insustentável de crescimento 
econômico, direcionando para atividades que 
protejam e renovem os recursos ambientais, no qual 
o crescimento e o desenvolvimento dependem” 
(ONU, 2012).
NOTA:
Neste programa, ressaltam-se as seguintes áreas de ação, ligadas à 
proteção do meio ambiente:
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11Evolução do Desenvolvimento Sustentável
• A proteção da atmosfera. 
• O combate ao desmatamento.
• O combate à perda de solo e à desertifi cação.
• A prevenção da poluição da água e do ar. 
• Deter a destruição das populações de peixes.
• A promoção de uma gestão segura dos resíduos tóxicos. 
FONTE: ONU (2012)
Cabe destaque que a Agenda 21 foi além das questões e propostas de 
ações ambientais acima descritas, abordando questões referentes aos “padrões de 
desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente.” São elas:
• A pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento. 
• Os padrões insustentáveis de produção e consumo. 
• As pressões demográfi cas e a estrutura da economia internacional. 
FONTE: ONU (2012)
É claro que as recomendações da Agenda 21 para alcançar o desenvolvimento 
sustentável não se restringiram apenas ao governo. Recomendaram-se meios para 
fortalecer o papel dos chamados grandes grupos nesse objetivo, a saber: mulheres, 
organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade 
científi ca, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs.
Como podemos notar, a Agenda 21 contém em seu âmago uma proposta de 
ação em várias dimensões: sociais, econômicas (como exemplos a luta contra a pobreza 
e mudança nos padrões de produção e consumo) e ambientais, na conservação 
e gestão dos recursos naturais (exemplos de propostas na linha da proteção da 
atmosfera, dos oceanos e da biodiversidade, ações de combates ao desmatamento 
e na promoção da agricultura sustentável). 
Logo no preâmbulo da Agenda, evidencia-se seu caráter global, nas afi rmações 
que dão conta que nenhuma nação poderá alcançar o desenvolvimento sustentável 
sozinho, mas sim conjuntamente, em parceria. 
Vejamos alguns trechos do Preâmbulo da Agenda 21. Vale a pena 
conferir na íntegra:
[...] A humanidade se encontra em um momento de defi nição histórica. 
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12 Sustentabilidade e Meio Ambiente
Defrontamo-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as 
nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças 
e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que 
depende nosso bem-estar. [...]
[...] A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje 
e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafi os do próximo 
século. Refl ete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais 
alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito 
de sua execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos governos. Para 
concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos 
nacionais. [...] 
[...] A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela será levada a cabo pelos 
diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades dos 
países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na 
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do 
tempo e a alteração de necessidades e circunstâncias, é possível que a Agenda 
21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma nova associação 
mundial em prol do desenvolvimento sustentável [...]” . 
FONTE: Disponível em: <http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.
br/~rmclima/pdfs/texto_agenda21.pdf>. Acesso em: 20 maio 2012.
Como forma de assegurar o apoio aos objetivos da Agenda, foi 
estabelecido na Rio 92 uma “Comissão para o Desenvolvimento Sustentável” 
que contou ainda com uma comissão funcional do Conselho Econômico e 
Social.
Realizou-se ainda no ano de 1997 a Cúpula da Terra + 5, com o objetivo 
de avaliar a implementação da Agenda 21 no mundo, e a partir dela fazer 
recomendações sobre sua realização.
6 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
A CÚPULA DA TERRA SOBRE A SUSTENTABILIDADE E 
DESENVOLVIMENTO
No ano de 2002, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro em 
Johanesburgo aconteceu a Cúpula da Terra sobre a sustentabilidade e 
desenvolvimento, e um de seus grandes objetivos foi a realização de um 
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13Evolução do Desenvolvimento Sustentável
balanço das conquistas, dos desafi os e dos novos desafi os surgidos após a 
realização da Rio 92. 
Importante que o conceito de desenvolvimento sustentável 
é reapresentado, revelando-se agora de forma mais concreta 
de seu objetivo, a saber, a melhoria da qualidade de vida 
de todas as populações da terra. Na declaração evidencia-
se a distinção do fator que limita a plena realização do 
desenvolvimento sustentável: o uso dos recursos naturais além 
do que a Terra pode suportar. Logicamente, isto prejudicaria 
gravemente as gerações futuras e suas necessidades. 
(MIKHAILOVA, 2004, p. 27).
Neste sentido o desenvolvimento sustentável, 
como forma de tornar-se real, deve objetivar a 
qualidade de vida de todas e todos sem aumentar 
o uso dos recursos naturais além do que a Terra 
suporta.
IMPORTANTE:
Apesar de tal desenvolvimento estar associado a ações distintas nas mais 
variadas regiões do globo, Mikhailova (2004) aponta que as ações empenhadas 
na construção de modos de vida de fato sustentáveis demandam a integração 
de três áreas chave: crescimento e equidade econômica; conservação dos 
recursos naturais e do meioambiente e; desenvolvimento social. Vejamos 
mais detalhadamente:
• Crescimento e equidade econômica: como os sistemas econômicos 
são integrados na atualidade também necessitam de uma abordagem 
integrada capaz de promover um crescimento responsável duradouro, não 
permitindo que nenhuma nação “fi que para trás”.
• Conservação de recursos naturais e do meio ambiente: é amplamente 
necessário o desenvolvimento de soluções economicamente viáveis 
focadas da redução do consumo de recursos, diminuição da poluição e 
conservação dos hábitats naturais, objetivando a “herança ambiental” e os 
recursos naturais para as gerações vindouras.
• Desenvolvimento social: reconhece que todos as pessoas precisam de 
seus direitos básicos garantidos, como emprego, educação, saúde, alimento, 
energia, água e saneamento. Cabe à comunidade mundial assegurar que 
todo indivíduo possa participar na determinação de seu futuro e que a 
“rica matriz de diversidade cultural e social e os direitos trabalhistas sejam 
respeitados”. (MIKHAILOVA, 2004, p. 38).
Vejamos a seguir alguns trechos dessa importante declaração:
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14 Sustentabilidade e Meio Ambiente
[...] Nós, os representantes dos povos do mundo [...] Comprometemo-
nos a construir uma sociedade humana, justa e solidária global, conscientes 
da necessidade de dignidade humana para todos. [...]
[...] Assim, assumimos a responsabilidade coletiva de fazer avançar 
e fortalecer os pilares interdependentes e que reforçam mutuamente 
do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, 
desenvolvimento social e proteção ambiental - nos níveis local, nacional, 
regional e global [...]
[...] Reconhecemos que a erradicação da pobreza, mudança nos 
padrões de consumo, de produção, proteção e gestão da base de 
recursos naturais para o desenvolvimento econômico e social são 
objetivos fundamentais e requisitos essenciais para o desenvolvimento 
sustentável [...]
[...] Reafi rmamos nosso compromisso de colocar o foco em particular, 
e dar atenção prioritária para a luta contra as condições mundiais que 
apresentam severas ameaças ao desenvolvimento sustentável do nosso 
povo, que incluem: a fome crônica, desnutrição, ocupação estrangeira; 
confl itos armados; problemas com drogas ilícitas, o crime organizado, 
da corrupção, desastres naturais, o tráfi co ilícito de armas, tráfi co de 
pessoas, o terrorismo, a intolerância e de incitação ao ódio racial, étnica, 
religiosa e outros; xenofobia; e endêmicas doenças transmissíveis e 
crônicas, em especial o VIH, malária e tuberculose. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-
ambiente/>. Acesso em: 20 maio 2012.
7 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A 
“RIO MAIS 20”
No ano de 2012, mais um passo será dado na discussão acerca do 
desenvolvimento sustentável no mundo. Entre os dias 13 a 22 de junho de 
2012, na cidade do Rio de Janeiro acontecerá A Conferência das Nações 
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como a Rio 
+20.
Esta importante conferência marca o 20º aniversário da Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada 
no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre 
Desenvolvimento Sustentável (Johanesburgo - 2002). 
O megaevento se propôs a fazer um balanço dos avanços e retrocessos 
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15Evolução do Desenvolvimento Sustentável
da implementação do desenvolvimento sustentável no mundo diante das 
grandes mudanças ocorridas nos últimos anos, como o agravamento do 
aquecimento global, a crise fi nanceira de 2007 e a diminuição dos recursos 
naturais (BOFF, 2012).
A Rio + 20 teve como objetivo: “assegurar um 
comprometimento político renovado para o 
desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso 
feito até o momento e as lacunas que ainda existem 
na implementação dos resultados dos principais 
encontros sobre desenvolvimento sustentável, 
além de abordar os novos desafi os emergentes”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/
rio20/perguntas-e-respostas/>. Acesso em: 20 
maio 2012.
NOTA:
Os dois temas da conferência foram:
I - “Uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e 
da erradicação da pobreza”.
II - “O quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”.
8 A CARTA DA TERRA
Um importante documento que abarca questões relevantes ao 
desenvolvimento sustentável e que muitas vezes passa despercebido é a 
“Carta da Terra”.
Nascida de uma consulta plural (entre várias pessoas de todo o mundo, 
das mais variadas culturas, religiões, universidades, movimentos sociais, entre 
tantos outros) feita durante 8 anos (1992-2000) , é “um chamado sério acerca 
dos riscos que pesam sobre a humanidade.” (BOFF, 2012, 26).
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16 Sustentabilidade e Meio Ambiente
A Carta da Terra defi ne-se como: “uma declaração 
de princípios éticos fundamentais para a 
construção, no século 21, de uma sociedade global 
justa, sustentável e pacífi ca. Busca inspirar todos 
os povos a um novo sentido de interdependência 
global e responsabilidade compartilhada, voltada 
para o bem-estar de toda a família humana, da 
grande comunidade da vida e das futuras gerações. 
É uma visão de esperança e um chamado à ação”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.
cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso 
em: 20 maio 2012. 
IMPORTANTE:
Este importante documento foi uma iniciativa das Nações Unidas, mas 
terminou como uma grande iniciativa global e da sociedade civil. Podemos 
considerá-la um marco, já que envolveu um processo extremamente 
participativo e inclusivo na criação de um documento internacional que trata 
do desenvolvimento sustentável.
O grande tema da Carta é a integridade ecológica e sua preocupação 
maior repousa na transição do modelo de desenvolvimento que temos 
para “maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano”.
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
Ela é permeada pelos seguintes princípios:
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA, com 
quatro eixos: respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade; cuidar 
da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor; construir 
sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e 
pacífi cas; assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às 
futuras gerações.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA, com os eixos: proteger e 
restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra; prevenir 
o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental; 
adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as 
capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar 
comunitário; avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover 
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17Evolução do Desenvolvimento Sustentável
o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA, com os eixos: erradicar a 
pobreza como um imperativo ético, social e ambiental; garantir que as 
atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o 
desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável; afi rmar 
a igualdade e a equidade dos gêneros como prerrequisitos para o 
desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, 
assistência de saúde e às oportunidades econômicas; defender, sem 
discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e 
social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-
estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas 
e minorias.IV. DEMOCRACIA, NÂO VIOLÊNCIA E PAZ, com os eixos: 
fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover 
transparência e responsabilização no exercício do governo, participação 
inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça; integrar, na educação 
formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e 
habilidades necessárias para um modo de vida sustentável; tratar todos 
os seres vivos com respeito e consideração; promover uma cultura de 
tolerância, não violência e paz. 
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
Vejamos alguns trechos do preâmbulo da Carta da Terra:
[...] Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa 
época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o 
mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, 
ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, 
devemos reconhecer que, no meio de uma magnífi ca diversidade de 
culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade 
terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma 
sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos 
direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. 
Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, 
declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande 
comunidade de vida e com as futuras gerações [...]
[...] Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando 
devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção 
de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do 
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18 Sustentabilidade e Meio Ambiente
desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a 
diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, 
a ignorância e os confl itos violentos têm aumentado e são causas de 
grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população 
humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da 
segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas 
não inevitáveis.
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e 
uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. 
São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e 
modos de vida [...].
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
Sem dúvida, em um momento histórico permeado por uma crise 
civilizatória sem precedentes, em que o futuro da humanidade está “em 
xeque”, a Carta da Terra é mais um sinal de esperança, que desafi a a todos 
nós a examinar a maneira como agimos e pensamos, a fi m de escolhermos um 
melhor caminho, pautado de forma plena, pela sustentabilidade.
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19Evolução do Desenvolvimento Sustentável
AUTOATIVIDADE
1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias 
e possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco ofi cial de sua 
utilização e a sua consequente conceituação.
2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-
se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. 
Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.
3 Um importante documento internacional que trata de questões 
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos 
passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e 
signifi cação.
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20 Sustentabilidade e Meio Ambiente
GABARITO 
1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias 
e possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco ofi cial de sua 
utilização e a sua consequente conceituação.
R.: O marco da utilização global do conceito de desenvolvimento 
sustentável se dá com a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, 
da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
também chamado de Relatório Brundtland, em 1987. É a partir daí que 
o conceito entra de vez na esfera pública. Segundo este relatório, o 
desenvolvimento sustentável é entendido como: “o desenvolvimento 
que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das 
futuras gerações de atender suas próprias necessidades”.
2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-
se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. 
Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.
R.: A Agenda 21 é um programa global e bem detalhado com parâmetros 
globais para que as nações alcancem o desejado desenvolvimento 
sustentável. Abrangente, é organizado em 40 capítulos e servem como 
um “norte” de ações na finalidade de afastar o mundo do paradigma de 
desenvolvimento existente, que degrada excessivamente os recursos 
naturais, para um modelo de equilíbrio, ou seja, SUSTENTÁVEL.
3 Um importante documento internacional que trata de questões 
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos 
passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e 
signifi cação.
R.: A “Carta da Terra”, apesar de iniciativa das Nações Unidas, acabou 
como fruto de uma iniciativa global e da sociedade civil. Foi construída 
ao longo de 8 anos (1992 – 2000) através de uma grande consulta 
aos povos de todo o mundo (de várias culturas, etnias, religiões, 
universidades, povos originários, movimentos sociais, entre outros).Sua 
construção, dessa maneira, foi extremamente participativa e inclusiva. É 
definida como uma “declaração de princípios éticos fundamentais para 
a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável 
e pacífica...”.
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21Evolução do Desenvolvimento Sustentável
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Gisele Silva. O Desafi o do desenvolvimento sustentável. 
Revista Visões, São Paulo, 4. ed. n. 4, v. 1, p. 1-11, jan./jun. 2008. Disponível 
em: <http://www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafi o_Do_
Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2012.
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. 1. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2012.
MIKHAILOVA, Irina. Sustentabilidade: evolução dos conceitos teóricos e os 
problemas da mensuração prática. Revista Economia e Desenvolvimento, 
São Paulo, n. 16, p. 22-44, 2004. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/
revistas/ojs-2.2.2/index.php/eed/article/view/3442/1970>. Acesso em: 
25 abr. 2012.
MONTIBELLER, F. G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio 
ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 2. 
ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
ONU e o meio ambiente. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-
em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 25 abr. 2012.
SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: 
desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Nobel/Fundap, 1993.

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