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Semana 10

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZO DE DIREITO DA 6ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Processo nº...
 CLÁUDIA, nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA, que tramita pelo rito comum, movida pelo HOSPITAL CUIDAMOS DE VOCÊ LTDA., vem por sua advogada, com endereço profissional ..., para fins do art. 77, V do CPC, oferecer:
CONTESTAÇÃO,
expor e requerer o que segue:
PRELIMINAR
Incompetência Absoluta
 Cabe esclarecer que no caso concreto há incompetência absoluta do juízo, conforme art. 337, II, do CPC, uma vez que a matéria da lide não compete à Vara de Fazenda Pública julgar, devendo-se redistribuir a demanda para uma das Varas Cíveis desta comarca.
MÉRITO
 A ré afirma que, no dia 17 de setembro de 2013, acompanhou seu marido ao autor, uma vez que o mesmo havia sofrido fratura exposta na perna direita, conforme diagnóstico médico, o que determinou a realização de uma cirurgia de emergência.
 A ré afirma também que todo o procedimento médico que seu marido se submeteu foi custeado pelo Plano de Saúde Minha Vida, conveniado ao autor.
 Ocorre que mesmo após a autorização do plano de saúde para a realização do procedimento cirúrgico, a direção do hospital exigiu que a ré emitisse um cheque no valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) como garantia de pagamento aos serviços médicos que seriam prestados a seu marido.
 Tal exigência caracteriza a cobrança de cheque-caução, que é considerado ilegal pela Agência Nacional de Saúde desde 2003 através da Resolução Normativa n. 44, que veda, em qualquer situação, a exigência, por parte dos prestadores de serviços contratados, credenciados, cooperados ou referenciados das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde e Seguradoras Especializadas em Saúde, de caução, depósito em qualquer natureza, nota promissória ou quaisquer outros títulos de crédito, no ato ou anteriormente à prestação do serviço.
 Também encontra-se presente neste caso concreto o estado perigo, uma vez que o autor agiu com vício do negócio jurídico, pois se valeu de situação de desespero da ré em salvar seu marido cobrando desta obrigação excessivamente onerosa. 
 Neste sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: 
Processo APL 40010847720138260077/SP 
Relator Desembargador MELO BUENO Órgão Julgador 35ª 
Câmara de Direito Privado Data do Julgamento 09/03/2015 Data da Publicação 10/03/2015
Ementa
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES EXECUÇÃO DE QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE Paciente em estado grave levado ao hospital pela ambulância local Internação de urgência/emergência em UTI - Termo de responsabilidade pelos custos do atendimento assinado pela irmã do paciente Falecimento horas depois da internação - Estado de perigo caracterizado - Negócio jurídico anulado Embargos procedentes - Recurso desprovido.
Diferente não é a doutrina, segundo Carlos Roberto Gonçalves:
“A anulabilidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício social. [...] Declara o art. 171 do Código Civil que, além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”. (Gonçalves, Carlos Roberto; Direito Civil Brasileiro, volume 1: parte geral – de acordo com a Lei n. 12.874/2013; 12 ed. – São Paulo: Saraiva, 2014). 
PEDIDOS
o acolhimento da preliminar de incompetência absoluta, com a consequente remessa dos autos para uma das Varas Cíveis da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
a improcedência do pedido autoral.
a condenação do autor ao pagamento dos ônus sucumbenciais.
PROVAS
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do art. 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal e depoimento pessoal do autor.
Aguarda deferimento.
Local e data
Advogado 
OAB/UF nº...

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