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Primeiro Resumo de Direito do Trabalho II

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Direito do Trabalho II 
FADIPA 
 
 
Tópico 01 – Contrato de Emprego/ Trabalho 
 
1 -1 Introdução – 
O Direito do Trabalho, ou seja, um conjunto de princípios, institutos e normas jurídicas 
cogentes criadas e impostas pelo Estado para reger as relações entre empregados e 
empregadores é um fenômeno bem recente na historia da humanidade, eis que surgiu 
após a Revolução Industrial, no Século XVIII. 
Como sempre acontece, à medida que os fatos sociais surgem, impõe-se a 
necessidade de que sejam regulados pela ordem jurídica. No caso do trabalho 
operário, com a Revolução Industrial houve um deslocamento maciço da população 
rural para as cidades, como ocorre hoje em alguns países da Ásia Oriental, em busca de 
trabalho. Isso porque a indústria, ao contrário das outras atividades econômicas em 
geral, necessitava de uma gigantesca massa de trabalhadores em seu processo 
produtivo, que no início da industrialização estavam submetidos a condições 
extremamente desumanas de trabalho, tais como jornadas exaustivas (era comum que 
os operários, inclusive mulheres e crianças, trabalhassem 16 horas por dia), 
inexistência de intervalos de descanso intra jornada e de férias, ambientes de trabalho 
extremamente perigosos e insalubres, o que levava a frequentes acidentes fatais e 
numerosíssimos casos de doenças ocupacionais incapacitantes ou fatais. 
Toda essa exploração desumana a que estavam submetidos os trabalhadores levou a 
um sem número de conflitos sociais, tais como frequentes greves, que eram muitas 
vezes reprimidas violentamente pelos governos, de modo que se mostrou 
imprescindível que fosse criada uma legislação que limitasse a autonomia que as 
empresas tinham com relação às relações capital/trabalho. Assim, o Direito do 
Trabalho nasceu pelo fórceps da luta dos trabalhadores, bem como pelo trabalho de 
muitas pessoas e instituições altruístas que não se conformavam com tamanha 
brutalidade e exploração dos trabalhadores pelo capital. 
No Brasil, com a industrialização do país após a Revolução de 1930, foram surgindo as 
primeiras aglomerações significativas de operários, de modo que as leis trabalhistas 
foram surgindo gradativamente, por força do poder de organização de algumas 
categorias de trabalhadores, como ferroviários, bancários, professores, etc., o que 
levou à criação de leis esparsas prevendo alguns direitos para os trabalhadores destas 
categorias. 
Em 1943 entrou em vigor a Consolidação das leis do Trabalho. Pelo próprio nome vê-se 
que não se trata de um Código, mas sim de uma Consolidação; isto porque houve não 
a elaboração de uma lei completamente nova, mas sim uma consolidação de textos de 
leis esparsas que tratavam das relações entre empregadores e empregados. 
Assim, a CLT tem uma Introdução (Título I - artigos 1º a 12), onde, dentre outras 
normas, dispõe-se que a CLT se aplica às relações individuais e coletivas de trabalho 
nela previstas (art. 1º); definição de empregado e de empregador (arts. 2º e 3º); as 
relações de trabalho às quais a CLT não se aplica (art. 7º); integração das normas 
trabalhistas (art. 8º); a nulidade absoluta dos atos praticados com o objetivo de 
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação das normas trabalhistas(art. 9º). 
 Em seguida vem o Título II, que contém as Normas Gerais de Tutela do Trabalho (arts. 
13 a 223); o Título III (arts. 224 a 441), composto pelas Normas Especiais de Tutela do 
Trabalho, referentes a algumas categorias, como bancários, ferroviários e professores, 
ao trabalho das empregadas mulheres e da proteção do trabalho do menor. 
Já no Título IV (arts. 442 a 510), estão insculpidas as normas referentes ao contrato 
individual do trabalho. 
Veja-se que no artigo 7° da CLT está disposto que esta não se aplica aos empregados 
domésticos, aos trabalhadores rurais e aos funcionários públicos. Uma lei concedendo 
direitos mínimos aos trabalhadores domésticos surgiu apenas em 1972 (Lei n. 
5.859/72); e com relação aos trabalhadores rurais, apenas em 1973 entrou em vigor 
uma lei garantindo-lhes direitos mínimos (Lei n. 5.889/73). Já os funcionários públicos 
estatutários, em cada uma das unidades federativas da República há uma Lei específica 
regendo as relações de trabalho entre os funcionários e a respectiva unidade da 
Federação. 
1 -2 – Princípios constitucionais relativos ao trabalho humano. 
No atual ordenamento jurídico brasileiro o trabalho humano é realçado e protegido 
pela Constituição Federal. 
Assim, já no artigo primeiro, A CF declara que a dignidade da pessoa humana e os 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos da República 
Federativa do Brasil (Art. 1º, III e IV). No artigo 3º está definido que a construção e 
uma sociedade livre, justa e solidária é objetivo da República Federativa do Brasil. 
Já o artigo 7º da CF elenca uma série de direitos dos trabalhadores (leia-se 
empregados) urbanos e rurais. Nas normas insculpidas nos artigos 8° e 9º estão 
garantidos os direitos de livre associação profissional ou sindical e de greve, 
respectivamente. 
Já a norma insculpida no artigo 170 impõe que a ordem econômica está fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, que são princípios a função social 
da propriedade e da defesa do meio ambiente. Nesse mesmo diapasão, o princípio 
insculpido no artigo 193 dispõe que a ordem social tem como base o primado do 
trabalho e como objetivo o bem estar e a justiça social. 
 
2 – Contrato de Emprego – Relação de Emprego 
Em primeiro lugar, convém frisar que as expressões contrato individual de trabalho, 
contrato de trabalho, contrato de emprego, relação de emprego, relação de trabalho, 
são utilizadas pelas leis trabalhistas como sinônimas. 
Porem, tecnicamente, contrato de emprego é uma espécie do gênero contrato de 
trabalho. Assim, um contrato entre um dentista e seu cliente, um eletricista autônomo 
e seu cliente, um servidor público estatutário e a administração, uma diarista e seu 
cliente, por exemplo, são contratos de trabalho, porém não são contratos de emprego. 
Isto porque contrato de emprego é uma espécie do gênero contrato de trabalho, e 
como tal tem seus elementos que o definem. E é um contrato de fundamental 
importância, porque a maioria esmagadora dos contratos de trabalho são contratos de 
emprego. 
Assim, o primeiro passo para o operador jurídico é analisar e concluir quanto à 
natureza do contrato de trabalho em baila; se se tratar de contrato de emprego, sobre 
ele incidirá toda a legislação trabalhista; se não, ou atrairá a incidência das normas do 
Código Civil ou de alguma lei relativa a servidores públicos estatutários. 
A CLT, no artigo 3°, define o que deve ser entendido como empregado: é aquela 
pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a 
dependência deste e mediante salário. 
Assim, para se concluir que um trabalhador esteja na condição de empregado há de 
estar presentes os elementos pessoalidade do trabalhador, não eventualidade na 
prestação dos serviços, pagamento de salário como contraprestação ao trabalho 
prestado e subordinação jurídica ao empregador. 
Não eventualidade significa que o trabalho prestado é daqueles que o empregador 
precisa normalmente pela própria dinâmica de sua atividade empresarial. Assim, se se 
trata de uma necessidade normal de trabalho por parte do empregador, o trabalho é 
não eventual. 
Já a subordinação jurídica significa que o trabalhador presta os serviços não por conta 
própria, mas por conta do empregador; isto é, ele se insere no contexto produtivo sob 
o comando do empregador, que define seus horários de trabalho, seus horários de 
intervalo durante ajornada, o local de trabalho e controla e fiscaliza seu trabalho 
quanto à eficiência, qualidade e horários de trabalho. Já o autônomo não é empregado 
porque não trabalha por conta de outrem, mas por conta própria, definindo seus 
horários de trabalho e sem ficar submetido à fiscalização e controle do contratante 
durante a execução dos serviços. 
 
Por outro lado o artigo segundo da CLT define empregador, como sendo a empresa, 
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, 
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 
Um princípio fundamental emerge dessa definição: o risco da atividade econômica é 
do empregador. Assim, se houver prejuízo em sua atividade econômica, é um 
problema seu, os direitos dos trabalhadores não poderão ser lesados. Aliás, é um 
princípio dos mais importantes do Direito do Trabalho o que dispõe que os salários 
dos empregados são intangíveis. 
O parágrafo segundo do artigo segundo da CLT dispõe que se houver um grupo 
econômico, todas as empresas deste grupo são responsáveis solidárias pelos créditos 
trabalhistas dos empregados de qualquer delas. 
A parte de Introdução da CLT ( Título I), além de definir empregador e empregado e 
delimitar a aplicação de suas normas aos empregados urbanos, traz outras normas 
fundamentais para o manejo do Direito do Trabalho pelo operador jurídico. 
 Assim, no artigo quarto está disposto que o tempo em que o empregado esteja á 
disposição do empregador, mesmo que apenas aguardando ordens, é considerado 
como de serviço efetivo. 
Nos artigos 5º e 6° vedam-se alguns tipos de discriminação. Com a Constituição 
Federal de 1988, todo tipo de discriminação ficou proibida. 
Já no artigo 8º estão dispostas as formas de integração das normas dispostas na CLT. 
A norma insculpida no artigo 9º é de fundamental importância, pois fulmina de 
nulidade qualquer ato que venha a fraudar as normas de proteção do trabalho. 
 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 P. S. : Caros alunos, esta será a matéria da próxima aula, dia 13/08/2013. Por favor, 
imprimam este resumo e levem-no à aula. Levem, também, a CLT. 
Um abraço a todos e bom fim de semana.

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