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Unidade 4 Limites Limites de funções O conceito de Limite é importante na construção de muitos outros conceitos no cálculo diferencial e integral, por exemplo, as noções de derivada e de integral que serão abordados nos capítulos 4 e 5, que são os suportes de toda a construção das variáveis físicas, além da importância no cálculo de área e volumes. A Noção de limite A noção de limite fornece um caminho preciso para distinguir o comportamento de algumas funções que variam continuamente e o comportamento de outras funções que podem variar independente do modo como se controla as variáveis. É com base nisso, que pretendemos apresentar a você uma noção intuitiva de limite para que você possa observar o que ocorre com a função ( )f x , intuitivamente, quando x tende para um número real a ou quando x tende para mais ou menos infinito. Usaremos limites, por exemplo, para definir retas tangentes e gráficos de funções. Essa aplicação geométrica nos leva ao importante conceito de derivada de uma função que investigaremos, com detalhes, no Capitulo 4. Dada uma função f , você quer saber o que ocorre com os valores ( )f x , quando a variável x se aproxima de um ponto a . Para você entender isto melhor, considere a função f definida pela expressão abaixo: (3 2)( 1) ( ) ( 1) x x f x x + − = − . A função f está definida para todo x real exceto 1x = . Assim, se 1x ≠ , o numerador e o denominador de f podem ser divididos por ( 1)x − e você obtém ( ) 3 2, para 1f x x x= + ≠ . Vamos estudar juntos os valores da função ( )f x , quanto x estiver próximo de 1, mas não é igual a 1. Primeiro, vamos considerar valores de x cada vez mais 2 próximo de 1, com 1x< e observarmos o que está acontecendo com ( )f x , conforme o quadro abaixo: 1x < 0 0,25 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999 0,9999 0,99999 ( ) 3 2f x x= + 2 2,75 3,5 4,25 4,70 4,97 4,997 4,9997 4,99997 Agora, vamos considerar que a variável x aproxima-se cada vez mais de 1, com 1x > e observar o que está acontecendo com ( )f x : 1x > 2 1,75 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,00001 ( ) 3 2f x x= + 8 7,25 6,5 5,75 5,30 5,03 5,003 5,00003 Observamos, em ambas quadros, que quando x se aproxima cada vez mais de 1, a função ( )f x se aproxima cada vez mais de 5, em outras palavras, é possível obter o valor de ( )f x tão próximo de 5 quando desejarmos, desde que tomemos x suficientemente próximo de 1. Examine o gráfico de ( )f x abaixo. Figura 4.1 Para x cada vez mais próximo de 1, ( )f x aproxima-se de 5 e escreve-se a seguinte expressão: 1 1 lim ( ) lim(3 2) 5. x x f x x → → = + = Lê-se: O limite da função ( )f x quando x aproxima-se de 1 é 5, ou ainda, o limite de ( )f x quando x tende a 1 é 5. Isto significa dizer que o valor da expressão 3 2x + cada vez mais aproxima-se de 5 a medida que os valores de x estão aproximando-se de 1. Quando 1 , ( ) 5.x f x→ → Consideremos agora a função f definida pela expressão 1 13 )( − + = x x xf , para 1≠x . Queremos saber o que ocorre com a função ( )f x quando x tende para 1 através de valores de 1x > e o que ocorre com a função ( )f x quando x tende para 1 3 através de valores de 1x < . Vejamos o que acontece com ( )f x no quadro abaixo, quando x tende para 1 através de valores de 1x > . 1x > 3 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,0001 ... 3 1 ( ) 1 x f x x + = − 5 7 11 19 43 403 4003 40003 ... Observamos que quando x tende para 1, através de valores de 1x > ou pela direita de 1, a função ( )f x cresce indefinidamente ou a função f tende para + ∞ e pode-se dizer que o limite de ( )f x quando x tende a 1 pela direita é + ∞ , 1 , ( ) x f x+→ →+∞ e anota-se por 1 1 3 1 lim ( ) lim . 1x x x f x x+ +→ → + = = +∞ − Vejamos o que acontece com ( )f x no quadro abaixo, quando x tende para 1 através de valores de 1x < . 1x < 1− 0 0,9 0,99 0,999 0,9999 ... 3 1 ( ) 1 x f x x + = − 1 1− 37− 397− 3997− 39997− ... Observamos que quando x tende a 1, através de valores de 1x < ou pela esquerda de 1, os valores absolutos da função ( )f x crescem e são negativos ou a função f tende para −∞ e pode-se dizer que o limite de ( )f x quando x tende a 1 pela esquerda é −∞ , -1 , ( )x f x→ → −∞ e anota-se por 1 1 3 1 lim ( ) lim 1x x x f x x− −→ → + = = −∞ − . Apresentaremos agora a definição formal de limite de uma função. Definição. Seja I um intervalo qualquer, a ∈ I e ( )f x uma função definida no intervalo I, (exceto eventualmente em a). Diz-se que o limite de ( )f x quando x tende a a é L , e escreve- se lim ( ) , x a f x L → = se para todo ε (epslon), 0ε > , existe um δ (delta), 0δ > , tal que ( )f x L ε− < sempre que 0 x a δ< − < . Gráficamente, 4 Figura 4.2 Propriedades dos limites A seguir daremos algumas propriedades importantes do conceito de limite. Essas propriedades serão utilizadas freqüentemente no decorre do trabalho. P1 – Unicidade do limite Se 1lim ( ) x a f x b → = e 2lim ( ) x a f x b → = , então 1 2b b= . P2 – Se m e b são constantes quaisquer, então lim ( ) x a m x b ma b → + = + . P3 – Se c é uma constante, então para qualquer número a , lim x a c c → = . P4 – lim x a x a → = . P5 – O limite da soma ou diferença de duas funções é igual a soma ou diferença dos limites dessas funções, isto é, se 1lim ( ) x a f x b → = e 2lim ( ) x a g x b → = , então ( ) 1 2lim ( ) ( ) x a f x g x b b → ± = ± . Observação. Se 1 1lim ( ) x a f x b → = , 2 2lim ( ) x a f x b → = , ..., lim ( )n n x a f x b → = , então ( )1 2 1 2lim ( ) ( ) ... ( ) ...n n x a f x f x f x b b b → ± ± ± = ± ± ± . 5 P6 – O limite do produto de duas funções é igual ao produto dos limites dessas funções, isto é, se 1lim ( ) x a f x b → = e 2lim ( ) x a g x b → = , então ( ) 1 2lim ( ) ( ) lim ( ) lim ( ) x a x a x a f x g x f x g x b b → → → ⋅ = ⋅ = ⋅ . Observação: 6P é válida para n -funções. P7 – Se lim ( ) x a f x b → = e n é qualquer inteiro, temos ( )lim ( ) n n x a f x b → = . P8 – Se 1lim ( ) x a f x b → = e 2lim ( ) x a g x b → = e 2 0b ≠ , então 1 2 lim ( )( ) lim . ( ) lim ( ) x a x a x a f x bf x g x g x b → → → = = P9 – Se lim ( ) x a f x b → = , então lim ( ) lim ( ) .nn n x a x a f x f x b → → = = Neste caso, é necessário que b seja 0≥ e n qualquer inteiro positivo, ou quando 0b < n seja qualquer inteiro ímpar positivo. P10 – Se lim ( ) x a f x b → = então lim ( ) x a f x b → = . Exemplos. Use as propriedades e calcule os limites. (i) ( )3 1 lim 3 1 x x x → − + . (ii) 2 32 3 3 15 lim 6x x x x→ + − + . (iii) 3 2 5 2 3 5 11 lim . 1 3 1 2x x x→ + ⋅ + = = − − (iv) 3 3 27 lim 3x x x→ − − . (v) 21 1 lim 4 3x x x x→ − − + Resolução: (i) ( ) ( ) ( )33 1 lim 3 1 1 3 1 1 x x x → − + = − − − + 1 3 1 3= − + + = 6 (ii) 2 2 3 32 3 3 15 3 2 3 2 15 lim 6 2 6x x x x→ + − ⋅ + ⋅ − = + + 12 6 15 3 8 6 14 + − = = + (iii) 3 2 5 2 3 5 11 lim . 1 3 1 2x x x→ + ⋅ + = = − − (iv) Neste caso, ( )3 327 3xx x −− = − ( ) ( ) 2 3 9 3 x x x + + − 2 3 9x x= + + ( ) 3 2 3 3 2 27 lim lim 3 9 3 3 3 3 9 27. x x x x x x→ → − ⇒ = + + − = + ⋅ + = (v) Neste caso, ( ) 2 11 4 3 xx x x −− = − + ( )1x − ( ) ( ) 1 33 xx = −− ( )21 1 1 1 1 lim lim . 4 3 3 2x x x x x x→ → − ⇒ = = − − + − Exercícios propostos – 1 Calcular os seguintes limites 1) 3 7 1 1 lim x x x→ + − . 2) 0 1 3 lim 2x x x x→ + − − + 3) 2 1 4 1 lim x x x→ + − . 4) 4 2 1 lim 1x x x→ − − 5) 0 2 2 lim 1x x x→ + − − 6) 2 22 1 lim 2 7 3y y y y→− + − + Respostas. 1) 1 7 . 2) 1 3 2 − . 3) 1. 4) 15. 5) 0. 6) 1 5 . Limites Laterais a) Limite á direita 7 Dizemos que b é o limite à direita de ( )f x no ponto 0x e escrevemos ( ) 0 0 lim ( ) x x b f x f x + + → = = quando 0x x→ para valores maiores que 0x . Figura 4.3 b) Limite á esquerda Dizemos que b é o limite à esquerda de ( )f x no ponto 0x e escrevemos ( ) _ 0 0 lim ( ) x x b f x f x− → = = quando 0x x→ para valores menores que 0x . Figura 4.4 Por exemplo, 1. 2, se 1 ( ) 3, se 1 x f x x > = − < Figura 4.5 Temos 1 lim ( ) 3 x f x −→ = − e 1 lim ( ) 2 x f x +→ = 8 Observação: 0 lim ( ) x x f x b → = existe se e somente se _ 00 lim ( ) lim ( ) x xx x f x f x +→→ = . 2. , se 2 ( ) 1, se 2 x x f x x x ≤ = + > Figura 4.6 Neste caso, 2 2 lim ( ) lim 2 x x f x x − −→ → = = e ( ) 2 2 lim ( ) lim 1 3 x x f x x + +→ → = + = . Observação: A função não precisa estar definida no ponto 0x para que os limites laterais existam. 3. Seja ( ) x f x x = , existe 0 lim ( ) x f x → ? Temos 1, se 0 1, se 0 x x x x xx x x = > = = − < − Logo, 0 lim ( ) 1 x f x −→ = − e 0 lim ( ) 1 x f x +→ = . Como 0 0 lim ( ) lim ( ) x x f x f x − +→ → ≠ ⇒ ∃ 0 lim ( ) x f x → , ou seja, 0 lim x x x→ não existe. 9 Exercícios propostos – 2 Verificar se existe os limites seguintes: 1) Seja 3 1 ( ) 1 x f x x − = − , 0 lim ( ) x f x → ∃ ? Resposta: não existe 2) Seja 3 8 ( ) 2 x f x x + = − , 2 lim ( ) x f x → ∃ ? Resposta: não existe 3) Seja 2 ( ) x f x x x = + , 2 lim ( ) x f x → ∃ ? Resposta: não existe 4) Seja 2 ( ) x f x x = , existe 0 lim ( ) x f x → ? Resposta: não existe Limites Infinitos e Limites no infinito a) Limites infinitos (i) lim ( ) x f x →∞ = ∞⇔ dado 0k > arbitrário, existe em correspondência um número 0n > tal que ( )x n f x k∀ > ⇒ > . Figura 4.7 (ii) lim ( ) x f x →−∞ = −∞⇔ dado 0k > arbitrário, existe em correspondência um número 0n > tal que ( )x n f x k∀ < ⇒ < . 10 (iii) lim ( ) x f x →−∞ = ∞⇔ dado 0k > arbitrário, existe em correspondência um número 0n > tal que ( )x n f x k∀ < ⇒ > . Figura 4.8 (iv) lim ( ) x f x →∞ = −∞⇔ dado 0k > arbitrário, existe em correspondência um número 0n > tal que ( )x n f x k∀ > ⇒ < . (v) lim ( ) x a f x → = +∞⇔ dado 0k > arbitrário, existe em correspondência um número 0δ > tal que x∀ temos ( )x a f x kδ− < ⇒ > , isto é, quando x a→ , ( )f x assume valor que superam 0k > . Figura 4.10 (vi) lim ( ) x a f x → = −∞⇔ dado 0ε > arbitrário, existe em correspondência um número 0δ > tal que x∀ temos ( )x a f x kδ− < ⇒ < . Figura 4.11 11 � Símbolos de indeterminação – Há varias maneira de identificar uma indeterminação. As sete situações ou símbolos dados abaixo são utilizados para identificar uma inderminação. 00 , , , 0 , 1 , , 0 ∞ ∞∞ ∞−∞ ⋅∞ ∞ ∞ ∞ . Observação: Seja c uma constante diferente de zero, então: (i) 0 lim 0x c c x→ = = ∞ ; (ii) lim x c x c →∞ ⋅ = ⋅∞ = ∞ ; (iii) lim x x c c→∞ ∞ = = ∞ ; (iv) lim 0 x c c x→∞ = = ∞ . b) Limite no infinito Definição: Seja f uma função definida em um intervalo aberto ( , )a ∞ . Escrevemos lim ( ) x f x L →∞ = , quando o número L satisfaz a seguinte condição: para qualquer 0ε > , existe 0A > tal que ( )f x L ε− < sempre que x A> . Definição: Seja f uma função definida em ( , )b−∞ . Escrevemos lim ( ) x f x L →−∞ = , se L satisfaz a seguinte condição: para qualquer 0ε > , existe 0B < tal que ( )f x L ε− < sempre que x B< . Observações a) As propriedades dos limites dadas inicialmente de 1P a 10P permanecem inalteradas quando substituímos x a→ para x→∞ ou x→−∞ . b) O resultado abaixo é muito importante para calcular limites, isto é, se n é um inteiro positivo, então: (i) 1 lim 0 nx x→∞ = ; (ii) 1 lim 0 nx x→−∞ = . c) É importante notar que 12 0 1 lim n x x+→ = +∞ e 0 , se é par1 lim , se é ímpar,nx n nx−→ +∞ = −∞ onde n é um número inteiro positivo qualquer. c) Limites importantes 1 - Seja 10 1( ) ( ) ... n n nf x P x a x a x a −= = + + + , 0 0a ≠ : (i) Quando x c→ , então lim ( ) ( ) x c P x P c → = . Por exemplo, 3 3 1 lim 3 1 3 1 1 3 1 2. x x → − = ⋅ − = − = (ii) Quando x→±∞ , neste caso calculamos inicialmente para x→+∞ , ( ) ( ) [ ] ( ) 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 lim ( ) lim 1 ... lim lim 1 ... lim 1 0 0 ... 0 lim lim ( ). n n n n nx x n n n n nx x n x n x x aa x P x a x a x a x aa x a x a x a x a x a x P x − →+∞ →+∞ − →∞ →+∞ →∞ →∞ →∞ = + + + = ⋅ + + + = ⋅ + + + + = = Assim, 0lim n x a x →∞ será +∞ ou −∞ , dependendo do sinal do 0a e também de n , inteiro seja par ou ímpar. Agora, analisando quando x→−∞ vem 0lim n x a x →−∞ também será +∞ ou −∞ . Por exemplo, (i) ( )2 2lim 2 1 lim 2 x x x x x →∞ →∞ + − = = +∞ ; (ii) 4 3 4lim 4 10 lim 4 x x x x x x →−∞ →−∞ + + − = = +∞ ; (iii) ( )3 2 3lim 7 lim x x x x x →−∞ →−∞ − + + = − = +∞ ; (iv) ( )5 2 5lim 3 5 lim x x x x x x →−∞ →−∞ − + = = −∞ . 13 d) Limite de uma função racional Seja ( ) ( ) ( ) P x f x Q x = , ( ) 0Q x x≠ ∀ , onde ( )P x e ( )Q x são polinômios em x . (i) Quando x c→ , então ( ) ( ) lim , ( ) 0 ( ) ( )x c P x P c Q c Q x Q c→ = ≠ , quando ( ) ( ) 0 lim ( )x c P x Q c Q x→ = ⇒ = ∞ . Por exemplo, 3 3 2 21 1 1 1 1 1 2 1 lim . 3 1 3 1 3 4 2x x x→ + + + = = = = + + + (ii) Quando x→±∞ . Analisamos inicialmente, quando x→ +∞ . Temos 1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 ...( ) lim lim ( ) ... 1 ... lim . 1 ... n n n m mx x m n n n n n mx m m m m a x a x aP x Q x b x b x b aa x a x a x a x bb x b x b x b x − −→+∞ →+∞ − −→∞ + + + = + + + + + + = + + + Como 1 1 0 0 lim 1 ... 1 n n n nx aa x a x a x − →∞ + + + = e 1 1 0 0 lim 1 ... 1 m m m mx bb x b x b x − →∞ + + + = , então 0 0 0 0 ( ) lim lim lim ( ) n n m mx x x a x aP x x Q x b x b − →+∞ →+∞ →∞ = = , isto é, o limite da função racional ( )f x é dado pelo limite da razão dos termos de maior grau dos polinômios ( )P x e ( )Q x . Agora, analisando quando x→−∞ temos 0 0 ( ) lim ( ) n m x aP x x Q x b − →−∞ = . Por exemplo, 14 (i) 2 2 2 2 2 1 2 2 2 lim lim lim 5 3 5 5 5x x x x x x x→∞ →∞ →∞ + = = = − . (ii) 2 2 3 3 1 lim lim lim 0 1x x x x x x x x→−∞ →−∞ →−∞ = = = + . (iii) 2 21 lim lim lim 2 2 2x x x x x x x x→∞ →∞ →∞ + = = = ∞ . A seguir apresentaremos alguns exemplos de calculo de limite. Exemplo. Determinar 2 5 lim 8x x x→∞ − + . Resolução: Neste caso, temos uma indeterminação do tipo ∞ ∞ . Temos 2 5 2 5 lim lim 88 5 2 2 0 lim 2. 8 1 0 1 x x x x x x xx x x x →∞ →∞ →∞ − − = ++ − − = = = + + Exemplo. Calcular 3 5 2 3 5 lim 4 2x x x x→−∞ − + − . Resolução: 3 3 5 55 5 2 4 5 5 2 3 5 2 3 5 lim lim 4 24 2 2 3 5 0 0 0 lim 0. 2 4 0 4 x x x x x x x x xx x x x x x →−∞ →−∞ →∞ − + − + = −− − + − + = = = −− Exemplo. Determinar (i) 2 2 2 3 1 lim 6x x x x x+→ + + + − . (ii) 2 2 2 3 1 lim 6x x x x x−→ + + + − . (iii) 2 22 3 1 lim 6x x x x x→ + + + − . 15 Resolução: (i) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 3 1 3 1 lim lim , 6 2 3x x x x x x x x x x+ +→ → + + + + = + − − + quando 2 2 0x x+ +→ ⇒ − → 4 6 1 11 . 0 5 0+ + + + = = = ∞ ⋅ (ii) ( )( ) 2 2 2 2 2 3 1 3 1 lim lim , 6 2 3x x x x x x x x x x− +→ → + + + + = + − − + quando 2 2 0x x− −→ ⇒ − → 4 6 1 11 . 0 5 0− − + + = = = −∞ ⋅ (iii) Conforme (i) e (ii), podemos concluir que 2 22 3 1 lim 6x x x x x→ + + + − não existe. Observação. Muitas vezes, calculamos o limite de uma maneira formal, escrevemos que 2 22 3 1 lim 6x x x x x→ + + = ∞ + − , sem nos preocuparmos com o sinal, o que devemos cuidar, ou seja estamos considerando uma coisa que não existe. Exemplo. Determinar 2 2 5 lim 2 5x x x→−∞ + − . Resolução: Como no exemplo anterior, dividimos numerador e denominador por x . Neste caso, temos x→−∞ , os valores de x podem ser considerados negativos. Então, para o denominador, tomamos 2x x= − . Sabemos que , se 0 , se 0 x x x x x > = − < . Neste caso, também 2 2 , se 0 , se 0 x x x x x > = − < . Então, temos 16 2 2 5 lim 2 2 5 lim 52 5 lim 2 x x x x x x x →−∞ →−∞ →−∞ ++ = − − − 2 0 2 2 2 0 2 + = = = − − − − Exercícios propostos – 3 Determinar os seguintes limites: 1) 3 2 2 5 lim 5 7 4x x x x→∞ + + + . 2) 3 2 1 lim x x x x→∞ + + . 3) ( )5 3lim 3 4 1 . x x x →∞ − + 4) 4 3 3 2 4 3 2 7 5 lim 3 5 8 4x x x x x x x x→∞ − + + + − + + . 5) 1 5 2 lim 7x x x→ − + − . 6) 2 3 lim 2x x x→∞ + + . 7) 35 lim 8 2x x x→∞ − + . 8) 4 2 4 3 6 2 3 2 1 lim 4 2 7 1x x x x x x x x→∞ + + + − + − + . 9) ( ) ( ) 3 2 2 4 3 1 lim 3 2 4x x x x x x→∞ + + − − − + . Resposta. 1) ∞ . 2) Zero. 3) ∞ . 4) 3 5 − . 5) 1 2 − . 6) ∞ 7) −∞ . 8) Zero. 9) 4 3 − Continuidade de uma função Definição. Uma função f é contínua em um ponto ( )a D f∈ se (i) existe ( )lim x a f x → . (ii) ( ) ( )lim x a f x f a → = . � Condições de continuidade 17 (i) ( )f a existe para ( )a D f∈ ; (ii) ( )lim x a f x → ∃ , isto é, ( ) ( )lim lim x ax a f x f x + → −→ = ; (iii) ( ) ( )lim x a f x f a → = . � Conseqüências (i) Um ponto " "a em que ( )f x é chamado ponto de continuidade de ( )f x ; (ii) A função ( )f x é contínua em um intervalo [ ],a b se é contínua em todos os pontos do intervalo; (iii) Um ponto que não satisfaz a condição de continuidade chama-se ponto de descontinuidade. (iv) Se f e g são duas funções contínuas em a , então f g+ , f g− , f g⋅ , f g , ( ) 0g a ≠ também são contínuas em a . (v) Uma função polinomial é contínua em todos os pontos de seu domínio. (vi) Uma função racional é contínua em todos os pontos de seu domínio. Exemplos. Examinar a continuidade das funções abaixo indicados nos pontos e analisar o gráfico. (i) ( ) x g x x = no ponto 0x = . (ii) 1, se 3 ( ) 4, se 3 x x f x x − ≤ = > no ponto 3x = . Resolução: (i) Observe que ( )0 D f∉ 0 0 lim lim 1 x x x x x x+ +→ → = = e 0 0 lim lim 1 x x x x x x− −→ → − = = − Logo, ( ) 0 lim x f x → ∃ . Figura 4.12 18 Logo, ( )f x é descontínua no ponto 0x = . (ii) A função ( )f x é descontínua no ponto 3x = , pois, 3 3 lim ( ) lim( 1) 3 1 2 x x f x x − −→ → = − = − = e 3 3 lim ( ) lim 4 4 x x f x + +→ → = = , logo não existe 3 lim ( ) x f x → . Observe que (3) 3 1 2f = − = , mas isto não é suficiente para a continuidade de ( )f x . Seria necessário que se tivesse 3 lim ( ) (3) x f x f → = o que jamais poderia ocorrer visto que não existe 3 lim ( ) x f x → . Veja o gráfico de ( )f x abaixo. -1 3 -2 x y 0 2 4 Figura 4.13 Definição Uma função f é contínua no conjunto X se f é contínua em todos os pontos de X. Por exemplo, a função 11 1 0( ) ... n n n nf x a x a x a x a − −= + + + + , é continua em todos os pontos x R∈ . Exercícios propostos – 4 1) Seja a função ( )f x definida por 3, 1 ( ) 3 , 1 x se x f x k se x + ≥ = − < Determinar o valor da constante k tal que a função ( )f x seja contínua no ponto 1x = . 2) Seja 2 1, 2 ( ) 5, 2 7 9, 2 x se x f x se x x se x + > = = − < Verificar se ( )f x é contínua em 2x = . 19 3) Verificar se a função f definida por 2 3 , 3 ( ) 2, 3 4, 3 x x se x f x x se x se x − < − = + > − = − é contínua no ponto 3x = − . 4) Seja 1, 3 ( ) 5, 3 8 , 3 x se x f x se x x se x − < = = − > Verifique se ( )f x é contínua em 3x = . 5) Determinar o valor de k de modo que a função ( )f x definida por 4 3 , 0 ( ) 7, 0 xe se x f x k se x ≠ = − = seja contínua em 0x = . RESPOSTAS: 1) 1k = − . 2) Sim, ( )f x é contínua em 2x = . 3) A função dada não é contínua em 3x = − . 4) A função ( )f x não é contínua em 3x = . 5) A função ( )f x será contínua em 0x = usando 2k = .
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