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teoria da constituição

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CONSTITUIÇÃO, o que é?
Conjunto de normas que são base a outras normas, tanto no plano axiológico quanto no plano normativo. Cabe frisar que outras normas (do Código Civil, por exemplo) também trazem valores, entretanto essas outras normas são desdobramentos daquilo posto na constituição. HÁ, PORTANTO, UMA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO.
Uma lei retira fundamentos de validade da própria constituição
Não existe hierarquia entre leis municipais, estaduais e federais. Cada qual possui sua esfera de competência e, no caso de conflito (ANTINOMIAS) faz-se a seguinte pergunta: Quem tem competência para elaborar uma lei sobre tal assunto?
Exemplo:
Uma lei federal coloca que matar alguém é crime
Uma lei estadual, supostamente, coloca que matar alguém não é crime
A Constituição coloca que regular acerca do direito penal é de competência da União.
Organização do poder / Organização do Estado / Organização do poder estatal
Basicamente, a constituição aborda acerca da organização do Estado, além de resguardar os Direitos Fundamentais.
Qual documento é considerado a primeira Constituição?
Alguns autores consideram a Magna Carta (1215), entretanto, para a doutrina atual ela não é tida como constituição (é apenas um embrião) pois não organizava o poder do Estado.
Na antiguidade havia a POLITEIA (pólis = cidade / Estado). Para alguns esse documento é considerado a primeira constituição. Cabe, porém, ressaltar que as Politeias, em geral, não previam um rol de direitos fundamentais.
	A doutrina atual considera como a primeira constituição (que reune direitos fundamentais e rege acerca da organização do Estado) aquela aprovada pelos EUA (1787), a qual da inicio ao fenômeno do CONSTITUCIONALISMO.
A virada do século XVIII para o século XIX inaugura um período em que vários países elaboram cada um sua própria constituiçào decorrente de uma nova visão de organização do próprio Estado que, de absolutista, torna-se constitucionalista. Nessa nova perspectiva há limitação de poder, organização do Estado e garantia de direitos fundamentais.
As constituições tem por fundamentos principais assegurar direitos fundamentais e organizar o poder do Estado. Historicamente, o Estado absoluto surge como forma de promover a Ordem frente aos “turbilhões“ amplamente existentes no período anterior. Ocorre que a vontade subjetiva do rei representava a vontade do Estado (L’etat c’est moi, dizia Luíz XIV). Além disso, a ideia de que “o rei nunca erra“ caracteriza esse período em que os direitos fundamentais não estavam assegurados. Cabe ainda ressaltar que as teorias (divinas, míticas) sustentavam o poder por meio de sua ideologia. A Igreja exercia grande influência nesse período, sobretudo no que tange a arrecadação de impostos.
A ruptura desse modelo de Estado Absoluto veio com movimentos tais como o iluminismo, seguido de uma imensa contestação. Instalou-se o Estado Liberal o qual o movimento que marca essa divisão é a Revolução Francesa (1789).
A França do século XVIII dividia-se em “estados“.
1º; 2º; 3º; e uma pequena parcela que era a burguesia.
O advento do Estado Liberal (e com ele os DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 1ª GERAÇÃO) inalgura a ideologia da burguesia pautada em Direitos individuais e políticos.
Os Direitos individuais podem ser colocados como direitos de resistência (prestações negativas sob a optica de que “o Estado NÃO…“; são direitos oponíveis ao Estado).
É importante frisar que hoje os direitos não são mais interpretados tal como eram antigamente.
Os Direitos políticos dizem respeito ao direito de participar das decisões estatais.
ESTADO ABSOLUTO
Teoria divina do poder
ESTADO LIBERAL
Teoria popular do poder (essa mudança se da pela razão/antroponcentrismo – antigamente tudo era atribuido a Deus, agora com o iluminismo, a era da razão, começa a ser mais racional, colocando o homem como a centro das coisas – antropocentrismo – e não Deus como centro das coisas. Era preciso portanto de algo que fundamentasse o poder, já que antes tudo era atribuido a Deus, agora era preciso definir algo para fundamentar esse poder, e isso foi feito a partir da decisão da maioria: “vontade geral“, que será apresentada por Rousseau. 
No entanto, a ideia de que a maioria pensa estava meio equivocada, pois somentre trocar o poder nas maos de um para as maos de muitos não mudaria essa certa centralização pois o poder não era limitado. Quem vai comentar sobre a limitação do poder é Montesquieu. Hoje, pode-se falar em “democracia constitucional” ou “constitucionalismo democrático” contendo um diálogo sobre a decisão das maiorias e a limitação de poder)
Direitos Fundamentais de 1ª Geração – Direitos Individuais e políticos
ESTADO SOCIAL
Direitos Fundamentais de 2ª Geração - Direitos Sociais (direitos sociais, econômicos e culturais: bem-estar), que são os direitos prestacionais, esses direitos referem-se ao direito em que o Estado tem que intervir para que possa garantir por exemplo, uma competitividade econômica: uma empresa grande de supermercado não pode colocar preços em que vai lhe gerar prejuízo, pois a empresa grande consegue sobreviver com preços baixos durante certo tempo, porém isso quebraria os pequenos comerciantes, por isso o Estado impõe uma taxa mínima, ou melhor, nesse caso, o Estado diz que não pode-se vender mercadoria em que você esteja tendo prejuízo (prestações positivas)
ESTADO NEOLIBERAL
ou
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Direitos Fundamentais de 3ª Geração – Direitos Meta Individuais: Direitos Difusos (titular do direito é indeterminado); Direitos Coletivos (direito de uma categoria, de uma classe ou de um grupo de pessoas); Direitos Individuais Homogêneos (direitos da pessoa, podendo exerce-lo pessoalmente)
17/08 - 19/08
TIPOLOGIA DAS CONSTITUIÇÕES
Quanto à Forma
Escritas – (exemplo de uma constituição escrita: Constituição Brasileira, mas apesar de ser escrita, admite normas constumeiras, no caso do Brasil, admite-se jurísprudência constitucional e costumes. Um exemplo de jurisprudência constitucional é a união estável entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, não está claramente na constituição mas é uma jurisprudência do STF. O caso do Brasil, há normas escritas, jurisprudência constitucional e costumes).
Costumeiras (Consuetudinárias) – (Um exemplo de um costume é o cheque pré-datado, ele não está previsto na constituição, mas é um costume tomado pela sociedade, nesse caso, se o indivíduo que recebeu o cheque for no banco sacar o dinheiro antes da data prevista o individuo que fez o contrato com ele poderá pedir indenização, pois eles fizeram um contrato. Exemplo de uma constituição costumeira: Constituição da Inglaterra, no entanto, é possível haver textos escritos).
Quanto à Sistemática (ou Unidade Textual)
Codificadas (ou unitextuais ou orgânicas) – Um exemplo seria o Brasil, no caso do BRASIL, além de comportar o Tratado Internacional de Direitos Humanos, que integra a constituição brasileira. A nossa constituição é classificada como unitextual, pois temos um texto do art 1 ao 250… porém existem outros textos alem do texto principal.
“Legais“ (ou pluritextuais ou inorgânicas) – As vezes, a constituição de um país é formado somente por um texto, mas também há aquelas constituições em que há mais de um texto. Um exemplo de uma constituição em que há mais de um texto é a constituição da França que conta o texto constitucional de 1958, o preâmbulo da constituição de 1946, a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC) e as Leis da República. A França é um exemplo de uma constituição pluritextual, pois os direitos fundamentais estão presentes tanto no DDHC como nas leis da república.
Quanto à Origem
Outorgadas
Quando ela não é posta de maneira democrática, ela é imposta por um ditador ou um grupo de ditadores, quando isso acontece, essa constituição é chamada de Outorgada. Então, quando ela é imposta é chamada de Outorgada. Eu posso chegar ao poder dando um golpe de estado mantendo a constituição ou posso chegar ao podermodificando a estrutura da constituição fazendo outra, nesse segundo caso, terei uma revolução, uma ordem jurídica nova. 
Promulgadas (ou Democráticas)
Quando a constituição é democrática ela é feita por uma assembleia constituinte ou uma convenção constituinte. A palavra promulgada pode ser identificada também como o ultimo ato do processo legislativo, ou seja, uma lei qualquer, depois de ser aprovada, ela é sancionada, e após isso vem a promulgação e depois é publicada. Toda constituição é promulgada, antes de ser publicada, a promulgação seria uma apresentação para a sociedade. Nesse sentido que estamos trabalhando, no entando, dizer que o texto normativo foi promulgada, significa que só é promulgada aquela constituição que é democrática. 
Em uma assembleia constituinte o povo escolhe os representantes, e esses representantes escrevem a constituição. Na convenção constituinte, a legitimidade democrática é posterior e não prévia, onde um grupo de pessoas escreve a constituição, sem se importar como eles foram escolhidos, depois de ser feita, o povo confirma a legitimidade da constituição (ex: constituição dos EUA: Convenção da Filadélfia – grupo de intelectuais da época escreveram a constituição, aprovado individualmente em cada estado dos EUA, que ratificaram o documendo feito na filadélfia). Resumindo, na assembleia, primeiro o povo vota e é feito a constituição pelos representantes que foram votados, e na convenção, primeiro é feito a constituição e depois o povo vota sobre ela.
Cesaristas
As constituições cesaristas são referendadas pelo povo (podem ser outorgadas ou promulgadas), não necessariamente ela é mais democrática ou menos democrática, ela simplesmente foi referendada/aceitar a responsabilidade.
Quanto à Dogmática
Ortodoxas (uma só ideologia)
Uma constituição ortodoxa geralmente são constituições outorgadas. Uma ditadura imposta pela elite, a constituição vai apresentar uma só ideologia, que no caso seria a ideologia da elite (ex: Cuba tem uma constituição ortodoxa: É aquela ideologia, ou você pensa como os comunistas ou está “fora“). Há também aquelas constituições que ainda há aquela união do Estado com a Igreja, ou seja, geralmente em que os Estados não são laicos, normalmente a constituição são documentos divinos, e não tem como contrariar.
Ecléticas (Procura conciliar ideologias diferentes)
Uma constituição eclética procura conciliar ideologia diferentes, e as vezes opostas. São geralmente democráticas, pois buscam mais de uma ideologia, querendo agradar os dois lados. No nosso pais por exemplo há a pluralidade de partidos.
Quanto à Extensão
Sintéticas (ou Sucintas) – Trazem normas materialmente constitucionais, cuja materia é naturalmente, de uma constituição trazer. 
Analíticas (ou Prolixas) – Trazem normas materialmente constitucionais (aquelas que consagram matérias típicas de uma Constituição. Referem-se à estrutura do Estado, direitos e garantias fundamentais, organização dos poderes) e normas formalmente constitucionais (Normas que trazem de outras matérias, mas que foram enfiadas na constituição, são chamadas de normas formamente consititucionais).
Matéria: Organização do poder estatal; Direitos Fundamentais; Não tratam de matéria constitucional, mas como foram inseridas, assumem matéria de constituição.
Exemplo de normas materialmente constitucionais:
Art. 5º, CF/88: diz respeito a direitos fundamentais
Art. 2º, CF/88: diz respeito a organização de poder.
Exemplo de normas formalmente constitucionais:
Art. 242, § 2º; Art. 226, § 1º: Isso não é direito fundamental, direito fundamental é o direito de se associar. Não precisa da constituição falando que é de graça.
Quanto à Alterabilidade (ou mutabilidade; ou estabilidade)
A própria constituição vai prever mecanismo de sua própria alteração. Já outras constituições tem uma menor facilidade de alteração. Essa diferença, essas oposições geraram as seguintes classificações:
Flexíveis (ou Plásticas) – As constituições flexíveis são mais faceis de ser modificadas. O procedimento é o mesmo que se usa para criar ou alterar uma lei ordinária. Essas constituições flexíveis deixam a sociedade com uma certa insegurança pois os direitos podem mudar, outro problema seria, se o processo é o mesmo, eu não sei o que é lei e o que é emenda constitucional.
Rígidas – Maioria das constituições (Brasil está incluído), procedimento mais dificil, especial e qualificado.
Semirrígidas (ou Semiflexíveis) – Constituição que tem alguns artigos que são flexíveis e alguns artigos que são rígidos.
Imutáveis – Constituições que não permite que aja modificações. Se a constituição não permite que se acompanhe na sociedade, ela tende a ser revogada, por isso, no mundo, ela começou a desaparecer. No entanto, naqueles Estados Teocráticos, elas ainda estão presentes.
Limitações à reforma (E.C.) constitucional (art. 60º, CF). Temos que obedecer a quatro tipos de limites:
Limites Formais (ou procedimento) – Quanto a forma que se deve utilizar caso precise fazer uma emenda constitucional. Somente as pessoas que estão no art. 60, “caput”; § 2, § 3, CF. (A respeito do inciso III, não houve registro de já haver acontecido no Brasil. Na pratica, a maioria das PEC`s, as mais importantes, partiram do presidente). A respeito do § 2, uma lei ordinária é aprovada pela maioria simples, ou seja, ½ dos presentes, já uma emenda constitucionais precisa de 3/5 dos membros, precisa de uma maioria qualificada para ser aprovada. Além disso, deve ser aprovado duas vezes na mesma casa. Em relação ao veto do executivo, não há esse veto quanto à emenda constitucional, diferentemente da lei ordinária.
Limites Circunstanciais – Quanto a circunstância do momento. Não posso mudar de acordo com o art. 60, § 1º, CF.
Limites Materiais – art. 60, § 4, CF. Apresenta alguns matérias que não podem ser abolidas (cláusulas pétreas), no entando não falam que não podem ser modificadas sem restringir o conteúdo. 
Matérias: Forma Federativa (não é possível por exemplo tentar estabelecer um Estado Unitário); Voto direto, secreto, universal e periódico (há uma exceção quanto ao voto direto, sendo indireto de acordo com o art. 81, § 1º, CF/88, ou seja, se o presidente e o vice-presidente morrer depois de 2 anos de mandato – na segunda vacância – seria feito uma votação indireta pelo Congresso Nacional); Separação dos Poderes (não posso concentrar os poderes, mas posso separar cada vez mais os poderes, pois a ideia é não deixar os poderes na mão de uma única pessoa); Direitos e Garantias Individuais/Fundamentais (cláusulas pétreas).
Limites Temporais – 
Não existe em nossa Constituição
Restrições de Direitos Fundamentais
Slide (área do aluno)
Limites imanentes (ou intrínsecos) – A constituição assegura o direito, mas assegura com uma limitação. Não é uma liberdade plena. É uma liberdade com limitação. 
Ex: art. 5º, XVI, CF/88: Assegura o direito à liberdade de reunião. Mas há um limite: Eu so posso reunir livremente se for pacificamente, sem armas.
São limites internos: A constituição quando assegura certo direito fundamental, já assegura com um limite interno, um limite imanente.
Ex: Direito à reunião, com alguns limites internos a esse direito, no caso, só existe direito de reunião se for pacífico, se for sem armas.
Ex2: Art. 50, XVII, CF. Liberdade de associação, no entando assegura com restrições, no caso, eu posso me associar, mas apenas para fins lícitos, ou seja, não posso me associar, por exemplo, para assaltar um banco.
Ex3: Art. 5º, XLVII, “a“, CF. Não haverá pena de morte, salvo caso haja guerra declarada formalmente, é possível sim ter pena de morte no Brasil.
Ex4: Art. 5º, XXII, XXIII, XXIV e XXV (etal /e outros), CF. Garantido o direito à propriedade, no entanto há outros artigos que regulam esse direito à propriedade, no entanto, temos restrições a esse direito. Ele só vai ser assegurado se a sua propriedade atender a função social. A CF estabelece ainda a possibilidade de desapropriação. 
Ex5: Art.150, III, “b“ e “c“ c/c §1º, CF. Direito fundamental do contribuinte. Estabelece que um tributo for criado hoje, só pode ser exigido do dia 1 de janeiro do ano seguinte. No entanto, quanto as restrições internas, elas não se aplicam para alguns impostos, como por exemplo, um imposto extraordinário de guerra.
Restrições Legislativas – A própria constituição admite que a lei, infraconstitucional, pode restringir o direito fundamental. Existe a possibilidade de nós restringirmos um direito fundamental através de uma lei. Mas, se a lei está abaixo da constituição, como uma lei pode restringir um direito fundamental? A própria constituição, assegura o direito fundamental, mas também permite uma restrição por parte de uma lei.
Quando o legislador for restrigir, é posto limites ao legislador para restringir, ou seja, ao restrigir, o legislador tem que obedecer um conteúdo essencial. O conteúdo essencial daquele direito que está sendo restringido tem que ser respeitado. Além disso, ele tem que respeitar o princípio da proporcionalidade: adequação, necessidade, proporcionalidade em sentido estrito.
Adequação: O meio utilizado deve ser adequado para o fim colimado.
Necessidade (ou exigibilidade) – não há outro meio menos gravoso para alcançar o fim público.
Proporcionalidade em sentido estrito (conformidade) – As vantagens a serem conquistadas superam as desvantagens. Eu posso afirmar que a exigencia de prestar o exame de ordem, obedece ao princípio da proporcionalidade.
Ex1: Art. 5º, XIII, CF. Podemos escolher qualquer profissão. No entanto, uma lei pode estabelecer certas qualificações para quem deseja exercer certa profissão. Ex: Aprovação no exame da OAB para exercer o cargo de advogado.
Ex2: Art. 5º, LVIII, CF. Restrição quando a identificação criminal.
Ex3: Art. 5º, XI, CF. Inviolabilidade do lar como direito fundamental. No entanto, a constituição autoriza se houver flagrande de delito, ou para prestar socorro ou diante de ordem judicial.
Colisão de Direitos Fundamentais – Cada um tem liberdade de fazer o que quiser? Não pode ser assim, pois estaria prejudicando a liberdade de outro. O meu direito estaria em colisão com o direito de outro.
Inevitavelmente terei questões de colisão de direitos fundamentais. Quando temos uma colisão de direitos, qual direito que vai prevalecer? R: Não há hierarquia, pois os direitos fundamentais estão todos num plano constitucional, ou seja, não há hierarquia entre normas constitucionais, consequentemente não há hierarquia entre normas fundamentais (Hierarquia Normativa). Agora, existe um valor mais importante que o outro? (Hierarquia Axiológica) R: Sim, seguindo a ordem: 
1 – Vida; 
2 – Liberdade; 
3 – Igualdade.
Essa hierarquia de valores é possível de ser feita apenas no caso concreto. Pois no caso de aborto, por exemplo, a mulher tem a liberdade de decidir abortar um feto decorrente de um estupro, em detrimento da vida. Então, a hierarquia de valores deve ser medida em cada caso concreto. Não posso fazer uma hierarquia em abstrato, deve-se observar a diferença em cada caso concreto.
No caso de conflito entre Liberdade de imprensa X vida privada: Qual deve prevalecer? Depende do caso. Em um caso em que o deputado está comprando no Paraguai enquanto devia estar em um congresso naquele mesmo lugar, prevalece a liberdade de imprensa. No entanto, se o deputado está de férias, e a imprensa vai la e faz fofoca, prevalece a vida privada, no entanto, se nessas férias o deputado está ali fazendo algum tipo de negociação (talvez ilícita), é de importancia pública, então nesse caso prevaleceria a liberdade de imprensa.
Liberdade artística X pornografia: Se em um filme tiver cenas que afrontem, ou ofendem a moral de alguem, deve prevalecer a proibição daquele tipo de pornografia. Agora se não for isso, e tiver haver com um tipo de denuncia (por exemplo, a pedofilia), deveria prevalecer a liberdade artística.
Liberdade religiosa X vida (transfusão de sangue): Questão das testemunhas de jeová que não aceitão receber sangue. Se o médico faz a transfusão, a família entra com um processo, e se o médio não fazer, é processado por atentar contra a vida. Então foi decidido que, como último meio, em uma situação que não tem jeito, é feita a transfusão de sangue, mas há alguns ainda que defendem que não deveria fazer a transfusão.
Intangibilidade do corpo X saúde públlica (vacinação compulsória): Se a pessoa é obrigada a vacinar pela saúde de todos, prevalece a saúde pública, mas há casos que a intangibilidade do corpo prevalece, dependendo do caso concreto.
Inviolabilidade do lar X saúde pública (dengue): Eu posso entrar na casa de uma pessoa para destruir focos de dengue? Dependendo do caso concreto, a saúde pública fica em primeiro lugar, no entanto, só o bairro não apresentar casos de dengue, não posso entrar na casa da pessoa, se tiver casos de dengue, é possível entrar na casa da pessoa.
Intangibilidade do corpo X direito de personalidade (exame do DNA “debaixo de vara“): Questão de fazer exame de DNA coercitivamente/obrigado. Se a pessoa se recusa a fazer exame de DNA, eu posso obrigá-la? Entra ai novamente o caso concreto.
Princípio da harmonização ou da concordância prática:
Ponderação concreta de bens; (Por exemplo, eu só vou entrar na casa de uma pessoa para combater a dengue, respeitando os locais que não é necessário o trabalho de combate ao mosquito da dengue).
Resultados variáveis (os resultados serão variaveis porque os casos concretos são diferentes, nem sempre um mesmo DF vai prevalecer);
Constituição otimizada na maior medida possivel ( o direito fundamental que não prevalecer deve ser otimizado ao máximo, meio que tentar equilibrar ao máximo os dois DF's, para respeitar a constituição, preservando o conteúdo essencial. Lembrando do exemplo do cara da dengue, que invade a casa pra eliminar os focos, ele nao pode ir em nenhum outro lugar que nao seja os banheiros e onde ha ralos, enfim, nao pode vasculhar partes que nao sejam do interesse, nesse sentido, o direito à propriedade sera valorizado ate o maximo que der, antes de ser suprimido... isso seria a otimizaçao ao maximo
Autolimitação – Há restrição quando falamos da autolimitação dos direitos fundamentais, em que o próprio titular do direito se limita, abrindo mão do direito fundamental, que é possível em alguns instantes e outros não.
Autolimitação de direito fundamental por vontade do respectivo titular: possibilidade do titular do direito fundamental, poder abrir mão do direito fundamental
Caso: Lancer de nain (arremeço de anão) – O anão ganhava a vida sendo arremessado numa casa de show, espetáculo, na França. Até que um órgão estatal da França entrou com uma ação civil pública dizendo que essa pessoa não poderia fazer isso porque viola a dignidade da pessoa humana, e o juiz naquele local concedeu. No entando, o anão recorre dessa decisão dizendo que quer continuar exercendo essa atividade. Esse caso chegou ao tribunal supremo da frança, que estaleceu até onde seria possível abrir mão de um direito:
Vontade livre e esclarecida: Livre espontânea vontade da pessoa de fazer aquilo.
Conteúdo essencial (grau de disponibilidade): Você não vai abrir mão da essencia do seu direito, por exemplo, eu posso doar um rim, não posso doar os dois, pois nesse caso estaria abrindo mão de todo o direito a vida.
Dignidade da pessoa humana: Preservar a dignidade humana.
Se essas etapas forem cumpridas, eu posso abrir mão do direito.
16/09
1 – Slide (área do aluno)
Conceitos de Direitos Fundamentais: Aquilo que é imprescindível para vida humana hoje pode não ser daqui a cem anos (direitos fundamentais como momento histórico). Além disso, há uma exigência de uma tutela especial para cuidar dos direitos fundamentais;
Já outro conceito diz que o direito fundamental dá fundamento de validade a outro.
Características dos Direitos Fundamentais: Necessidade de seu respeito, ou seja, seria como algo que posso exigir; Quanto a justiciabilidade, posso acionar o poder doEstado para que o direito seja respeitado; Quanto a indivisibilidade, primeiramente significa dizer que eu deva respeitar os direitos fundamentais de todos, e em segundo momento, pode ser visto em um plano objetivo, que seria se eu desrespeitasse um direito fundamental de uma pessoa, eu acabo desrespeitando outros direitos fundamentais da mesma pessoa (ex: se eu desrespeito o direito a educação, será que essa pessoa terá um bom trabalho, saúde?); Quanto a universalidade, alguns autores entendem que os direitos fundamentais são universais e existem outras correntes que entendem que os direitos fundamentais dependem de cada cultura, portanto não devem ser universais, devem ser relativos.
Correntes filosóficas: Valores são absolutos ou valores são relativos? Relativismo axiológico X Absolutismo axiológico
PODER CONSTITUINTE
Vai constituir o novo Estado; Poder de elaborar uma constituição: é chamado de poder constituinte. Ao mesmo tempo que ele vai constituir uma nova constituição, também vai desconstituir uma outra constituição, ou seja, rompe com o poder antigo e inaugura um poder novo: isso é chamado de poder de fato (não é decorrente de um documento jurídico e sim das circunstâncias fáticas) – não é um poder jurídico.
Titularidade
Esse poder de fato, terá como titularidade o povo. Mas esse povo não vai escrever uma constituição por razões práticas, pois quem vai exercer o poder constituinte não será o povo, e sim alguem que irá representar o povo.
Exercício
Quem vai exercer o poder constituinte será portanto uma Assembléia Constituinte ou uma Convenção Constituinte.
Características
Inicial/Inaugural – O poder constituinte vai inaugurar um novo ordenamento jurídico, ou seja, não existe nenhum compromisso com o ordenamento jurídico anterior. O novo Estado brasileiro nasce no dia 05/10/88, iniciando um novo ordenamento jurídico.
Ilimitado – É ilimitado juridicamente. Se o poder constituinte vai fazer uma nova constituição, e a constituição é a maior norma do ordenamento juridico, o poder constituinte não precisa respeitar nada da constituição anterior já que eu estou “matando” a constituição. O poder constituinte então, não vai respeitar nada do direito em norma: não tem nenhum compromisso com o direito. Mas tem limites fora do ambito jurídico, como a razão por exemplo.
Incondicionado – Não tem nada estabelecido dizendo como esse poder constituinte vai atuar. Cada país tem uma história diferente. Na nossa situação, nós tivemos situações diferentes. Então não temos nada dizendo: você pode fazer uma nova constituição. As condições para o exercício não são pré-determinadas.
Limitações
Existem limitações não-jurídicas, como por exemplo o bem comum: a gente não pode fazer uma constituição que privilegie um grupo e não privilegie outro. Além disso, a razão também se torna um limite; A moral também se estabelece como um limite não-jurídico, pois não posso ter uma constituição que seja imoral. Se você não respeita essas questões, sua constituição pode durar pouco. Outro exemplo que é tomado como limite não-jurídico também seria os direitos naturais, ou seja, se a gente ganhar a revolução, nós não iremos executar os opostos, pois estaremos sendo tão ruins quanto eles (também seria uma questão teórica). Também é considerado a ordem internacional como imposição da comunidade internacional à algumas regras para a constituição que está sendo escrita. Por último, a ideologia: o poder constituinte, quando for elaborar a constituição, tem que ter a afinidade com a ideologia que chegou ao poder, por exemplo, se eu faço uma revolução comunista, eu não posso fazer uma constituição liberal.
Recepção
O aproveitamento do que foi feito antes de 88, que vai ser aproveitado no novo ordenamento jurídico, vamos dar o nome de Recepção. As normas velhas são recepcionadas se estiverem de acordo com a nova Constituição: eu so vou analisar o conteúdo da norma anterior, a forma não me interessa. Por exemplo, o codigo penal é chamado decreto-lei nº 2.848/40, foi criada dentro de um ordenamento jurídico em que havia uma Constituição fascista, e está em vigor até hoje. Se eu não me preocupo com a forma, quando esse decreto-lei é recepcionado, ele é recepcionado como o que? R: Ler art. 5º, XXXIX – Uma lei vai definir o que é crime, e quem vai definir as penas é a lei – O código penal vai ser recepcionado como uma lei ordinária (forma do código penal brasileiro). Apesar de não estar preocupado com a forma, ela será modificada no novo ordenamento jurídico. 
Essa recepção, portanto, pode ser total ou parcial, sendo total quando se utilizar tudo do conteúdo e parcial quando se utilizar somente de algumas partes do conteúdo. Outro exemplo de uma lei anterior ao novo ordenamento, é a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) – que abrangem registro de nascimento, casamento, de um imóvel, etc. – A respeito do casamento, a lei de registros públicos falam que ao casar, a mulher pode mudar de nome, e ao essa lei ser recepcionada, ela foi adequada à constituição, que diz que homens e mulheres são iguais em direito, por isso o homem também é incluido dentro da questão a respeito da mudança de nome.
Poder Constituído
Esse poder que nasce a partir da constituição chama-se Poder Constituído (constituído pela constituição; Alguns autores chamam esse poder constituído de poder constituinte derivado – da constituição). Eu só vou ter poder agora a partir da Constituição. O congresso nacional por exemplo, recebeu poder da constituição, não é mais poder de fato, é jurídico. Esse Poder Constituído pode ser dividido em:
Poder Reformador: A própria constituição diz como ela vai ser reformada, em outras palavras, a constituição da poder a algum órgão para que esse órgão possa fazer a reforma dessa constituição: O congresso nacional detém desse poder - Art. 60, CF.
Poder Revisor: O poder revisor está previsto no Art. 3º, ADCT. Em seu texto de transição, a constituição fala em revisão, em vez de reforma. A reforma é a mudança feita na forma do art. 60, CF, e chamamos de revisão a mudança feita na forma do art. 3º, ADCT. Para aprovar uma revisão, eu preciso de um córum inferior, diferente da reforma que necessita de um córum superior. É portanto mais facil aprovar uma revisão constitucional do que uma reforma constitucional. 
Em países como Portugal, eles usam revisão e reforma como sinônimos. Quando os portugues chamam de dupla revisão, eles estão falando de dupla reforma. Aconteceu um fato em portugual, uma revolução socialista, os valores, a ideologia da revolução acaba indo para a constituição. Sendo socialista, previsa uma economia planificada, socialista, e portugal resolveu colocar essa planificação da economia como cláusula pétrea. Com o surgimento da possibilidade de ingressão na União Europeia, mas para entrar deveria revogar a planificação da economia, deixando em um dilema: revogar ou continua defendendo a cláusula pétrea. Então revogou-se, utilizando da dupla revisão, reformando o artigo – 288/290, P, CRP – (que não diz especificamente que é cláusual pétrea) e depois reformar a planificação da economia. A maioria dos autores de Portugal critica, dizendo que os artigos são cláusulas pétrias explítitas.
Poder Decorrente: Não vai acontecer em todas as constituições do mundo e sim nas constituições em que há uma descentralização do poder. O poder será desentralizado: Como o Estado brasileiro (Estado federado). Poder decorrente é um poder constituido (dado pela Constituição) que é conferido para os estados membros e os municipios para que se auto-organizem (resumindo, da poder aos Estados membros e municipios se organizarem). Os Estados membros e os municipios tem portanto Autonomia: capacidade de elaborar as próprias normas. Os Estados membros vão se auto-organizar atravéz da Constituição Estadual e os Municípios vão se organizar pela Lei Orgânica. Não é um poder que ele pode fazer a lei que quiser, ele tem que respeitar a constituição, e ao respeita-la ele tem autonomia para elaborar as próprias normas (Art.11, ADCT). Ou seja, o poder constituído decorrente encontra limites na constituição federal, respeitando os princípios da constituição federal (principio da igualdade, impessoalidade, etc). Um exemplo de permissão decorrente dessa automonia é a questão do aumento de vereadores: a Constituição determina um numero mínimo e um numero máximo. Decorrente disso, os estados membros e os municipios tem a autonomia para decidir o número que desejar. Lembrando que ambos a constituição estadual e a lei orgânica estão abaixo da constituição federal.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Mudança que acontece na interpretação da constituição (ex: união estável de pessoas do mesmo sexo, que antes a norma diz que o estado protege a união estável de pessoas de sexos diferentes, e agora passa a adotar também as pessoas de mesmo sexo). A modificação feita pela reforma e pela revisão, é uma modificação textual, mudando um texto, no entanto, podemos mudar uma constituição mudando também a maneira como essa constituição é interpretada, como ela é aplicada.
Teoria da Mutação Constitucional:
Resumidamente, se a sociedade muda, a constituição também tem que mudar para acompanhar essa sociedade.
Segurança jurídica x evolução constitucional
A sociedade evolui e a constituição tem que se transformar também para acompanhar a sociedade, no entanto, eu tenho que conciliar a necessidade de evoluir, mas com certos freios para garantir uma segurança jurídica. Assim como a reforma constitucional, essas mutações também tem limites.
Mudanças Formais: Eu estou mudando um texto e tenho formalidades a serem seguidas, estabelecidas, que é a reforma e a revisão constitucionais
Mudanças Informais: Elas acontecem sem que eu tenha uma determinada previsão, nem sempre é intencional, e vão acontecer sem mudar a forma do texto, por isso são chamadas de mudanças informais, mudando a aplicação/interpretação de determinado texto. As mudanças na sociedade não são previstas e as maneiras de pensar podem mudar, de maneira inconsciente. 
A incongruência entre a realidade e a norma, é o que faz com que a interpretação da norma mude e se adeque à realidade.
Uma norma constitucional é fruto de uma conexão entre o programa normativo mais âmbito normativo, isso seria uma norma constitucional. O chamado programa normativo é a expressão literal, ou seja, é o texto constitucional (podemos identificar aqui que o texto é diferente de norma, pois a norma é um produto do: texto mais o âmbito normativo). O chamado âmbito normativo é o contexto circundante, a realidade. No caso da escravidão, a constituição antiga, da época em que existia escravos, a constituição dizia que todos nasciam livres e iguais, no entanto, diante do contexto da época, os escravos e mulheres não eram considerados como todo mundo. Quando o contexto da época muda, eu mudo a interpretação da norma. Importante destacar então que o texto ≠ norma.
*** Programa normativo (texto constitucional) + âmbito normativo (realidade; contexto) = norma constitucional
Interpretação não-orgânica (intérpretes não autorizados)
Quem tem que interpretar a constituição é o destinatário da constituição. Todos nós somos interpretes da constituição (interpretação informal), mas temos interpretes autorizados e interpretes que não são autorizados. A questão de existência de escolas separadas para brancos e negros, é a interpretação da administração pública.
Interpretação orgânica (intérpretes autorizados)
Interpretação feita por órgãos competentes. É pautada na não-orgânica, os órgãos levam em conta a interpretação que o povo tem da Constituição.
Interpretação legislativa (O legislador é autorizado)
Interpretação administrativa (O administrador, feito pela administração pública ou poder executivo é autorizado. Os atos administrativos tem que ser motivados.)
Interpretação judicial (O poder judiciário também é autorizado, desde que o faça motivado, fundamentando na doutrina)
Costume constitucional
Costume secundum constitutionem (costume como elemento de interpretação)
Costume praeter constitutionem (constume visando suprir lacuna das normas dispositivas): o costume serve para integrar essa latuna. Como esses costumes podem mudar, a mudança de costume pode gerar uma mudança da legislação.
Costume contra constitutionem (?): a maioria da doutrina acredita que não deve se admitir costumes.
Limites para as mutações
Já que a constituição é aberta para o intérprete fazer suas interpretações, será que o intérprete pode interpretar à sua vontade, extraindo sentido do texto que o texto não tem? Se isso acontece, pode se classificar como uma manipulação da constituição. Quanto a reforma, o próprio texto estabelece limites, clausulas pétreas, etc. mas a constituição não prevê a mutação nem estabelece limites, portanto quem vai construir isso é a doutrina. 
O primeiro limite é a elasticidade do texto, ou seja, se eu interpreto que a casa esta protegida (a casa é um asilo inviolável), o apartamento também está protegido? O Supremo vai esticar e falar que um quarto de hotel também está protegido como se fosse uma casa. É possível nós esticarmos o conceito de casa para alcançar o quarto do hotel, mas não da para esticar pra falar que o conceito de casa alcance a rua, ou a faculdade, por exemplo.
O segundo limite são as decisões vinculantes do tribunal constitucional, só que quando o tribunal constitucional dá uma decisão, às vezes aquela decisão tem caráter vinculante, e com isso, todos os outros intérpretes têm que estarem vinculados àquela decisão da suprema corte. Se eu tenho uma decisão do STF que diz que eu não posso colocar algema na pessoa se ela não apresentar perigo para a sociedade, ou para a própria polícia, eu não posso extravasar, eu não posso ter alguém falando que é para sempre usar as algemas. Isso não quer dizer que isso sempre será assim, pois podemos criticar essa decisão e fazer com que o STF reveja sua decisão. De qualquer forma, essas decisões, enquanto estão em vigor, limitam o intérprete.
O terceiro limite é a vedação de abolição de cláusulas pétreas. A cláusula pétrea se coloca como obstáculo às reformas constitucionais. Portanto, seria absurdo interpretar de que o voto secreto, por exemplo, quer dizer que é secreto somente em relação às pessoas em geral, mas sou obrigado a declarar ao governo, similar aos sigilos fiscais em que eu sou obrigado a declarar meus bens à receita federal. Enfim, isso afetaria a clausula pétrea, pois eu não posso abolir uma cláusula pétrea por interpretação.
O quarto limite é a vedação do retrocesso para direitos e garantias fundamentais, então não posso ter uma interpretação que restrinja uma proteção de direitos fundamentais que já está posta no ordenamento jurídico. O legislador veio e deu um conceito de consumidor: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Será que posso ter uma mudança no CDC restringindo o conceito de consumidor para somente aquele que adquire o produto?. Se eu mudar o conceito e o novo conceito for mais restrito que o conceito atual, eu estou tendo um retrocesso, e eu não posso ter um retrocesso em se tratando de direitos fundamentais.
O quinto limite é as restrições transcendentes. São restrições que não estão no ordenamento jurídico, mas impõe limites para o poder constituinte. A moral, a razão, o bem comum, então aquilo que se coloca como limites extra-judiciais também são validas para as mutações. Por exemplo, não posso ter uma mudança de interpretação que me conduza à imoralidade.
O sexto limite é a aceitação legítima pela comunidade. A nova mutação tem que estar de acordo com aquilo que a sociedade pensa e não de acordo com o pensamento distante da realidade da sociedade.
O sétimo limite é a racionalidade das decisões. Toda a decisão deve ser fundamentada, deve ser motiva. Quando o STF toma a decisão ele deve fundamentar. Quando você tem uma mutação você tem que fundamentar por que aquela aplicação antiga não se aplica a mais.
O oitavolimite é a competência conferida a outro órgão. É a questão das tensões entre os órgãos que podem fazer a interpretação, por exemplo, tenho uma decisão que o judiciário deu e vem o legislativo e interpreta de outra forma essa decisão. Portanto eu tenho que ver o seguinte: se aquele tipo de matéria tem competência para aquele órgão. O judiciário, por exemplo, que vai dar decisões sobre pena de morte. Eu não posso colocar isso nas mãos do legislador. Certas questões que falam de direitos de minorias, por exemplo, seriam violados pela maioria que elegeu o legislador, por isso, na hora de fazer a mutação eu tenho que observar se aquele que está interpretando tem o poder, a competência, para fazer isso.
O nono limite é a irretroatividade dos efeitos da nova interpretação. A mutação opera mudança na interpretação, por isso essa nova interpretação é uma nova norma e essa nova norma só pode produzir efeitos de agora para frente, ou seja, não posso aplicar ela no passado. Eu tenho que ter uma previsibilidade. A nova interpretação só pode produzir efeitos de hoje para frente, nunca para atrás.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL INCONSTITUCIONAL
Toda mutação constitucional que afronta esses limites, é uma mutação constitucional inconstitucional: Quando o resultado da alteração informal vem de encontro com o sistema constitucional, por exemplo.
Quando está em desacordo com a Constituição.
Exemplos de evolução jurisprudencial: 
Caso “Brown vs. Board of Education“ (1954): pôs fim à segregação racial nas escolas dos Estados Unidos (“separados, mas iguais“; caso Plessy vs. Ferguson, 1896)
Emenda XIV: cláusula da igual proteção.
Caso “Roper vs. Simmons“ (2005): Proibição de pena de morte para menores de 18 anos (evolução da interpretação na pena de morte, em que punir um menor de idade com a pena de morte seria inconstitucional. Interpretando o que seria uma pena cruel, os EUA interpretaram dessa forma). A constituição dos EUA tem muitas mutações porque é sintética; data de 1776.
Fidelidade Partidária: Houve uma mudança de entendimento. No ano de 89, o STF, deu uma decisão dizendo que você poderia ser “infiel” ao seu partido – ser fiel, é você seguir as diretrizes do seu partido – e uma hipotese de ser infiel, é mudar de partido. A infidelidade partidária pode ser por conta de uma “traição” contra as diretrizes estabelecidas pelo partido OU a própria troca de partido.
HC 74.051/SC: Amplia a abrangência do art.5º, caput, CF, para alcançar os estrangeiros não-residentes. Portanto, os estrangeiros que não são residentes no Brasil tem os mesmos direitos individuais e sociais que um brasileiro.
Conceito de casa foi ampliado: Art. 5º, XI, CF – STF vai incluir no conceito de casa o escritório de contabilidade (2005) e que quarto de hotel, motel, pensão e hospedaria (2007) também foi equiparado ao conceito de casa – inviolabilidade, etc.
Mandado de injunção: Sempre que a ausência de uma norma regulamentadora torna inviável o exercício de um direito. Serve para viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto que não está sendo realizado. Hoje o mandado de injunção não serve apenas para notificar o legislador a fazer lei. O STF viabiliza o exercício do direito, ou seja, eu tenho o direito mas não posso exercer pois a lei que ia regulamentar ela não veio, eu posso recorrer ao supremo.
Individualização da pena: Art. 5º, XLVI, CF – crimes hediondos; progressão do regime de cumprimento da pena. Principio da individualização da pena: fala que a pena deve ser individualizada, e o supremo entendia que isso ja era feito quando o juiz aplicava a pena na sua sentença, por exemplo, em um crime, dependendo das atitudes, um cara vai tomar mais pena que o outro. Hoje, o novo entendimento é que a individualização de pena deve acontecer também no momento do cumprimento da pena, ou seja, duas pessoas praticaram o assalto ao banco e eles fizeram a mesma coisa no assalto e o juiz deu 10 anos para os dois, exatamente a mesma pena, só que no presídio, um dos dois agia corretamente, era um preso exemplar, e o outro sujeito tentava fugir todo dia, brigava, etc, portanto, se você analisar no cumprimento da pena, era diferente, por isso a questão é: será que é certo os dois cumprirem a mesma pena? Antigamente sim, no entanto nessa nova interpretação a individualização da pena também será feita no cumprimento da mesma.
Conceito de família: Antigamente, a família só surgia a partir do casamento. Hoje, o STF diz que existe família também mesmo que não seja a partir de um casamento, ou seja, casais heterossexuais que moravam juntos também eram considerados uma família, ou seja, situações fáticas.
HERMENÊUTICA JURÍDICA
Não se pode ter uma liberdade de interpretação em que cada um interpreta o que quer, tem-se que ter uma certa previsibilidade, por exemplo, do que posso ou não posso fazer. O STF é quem vai, por último, fazer a interpretação definitiva, por isso o STF mais do que outros, deve respeitar a hermenêutica jurídica. A comunicação entre a lei e o destinatário da norma é feita pelo intérprete.
Elementos (ou métodos) de interpretação: Método significa um caminho. Pressupõe-se que o método é excludente, por exemplo, se você segue um, você exclui o outro, por exemplo, eu sigo um método de fazer um bolo, portanto eu segui um método e exclui o outro modo de fazê-lo. Nos elementos da interpretação, no entanto, eu devo fazer uma análise de todos os elementos aplicáveis ao mesmo tempo, por isso os autores preferem usar o nome de elementos ao invés de método (que transmite aquela ideia de escolha).
Interpretação Gramatical (ou Literal):
Por as normas estarem escritas, ser um texto, eu devo ter uma interpretação gramatical.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado (proibido) à União (união federal), aos Estados (temos concepção do que é o Estado), ao Distrito Federal e aos Municípios.
Essa interpretação que estou fazendo é a interpretação literal. No entanto, não podemos nos restringir a fazer uma mera interpretação gramatical.
Interpretação Histórica:
Temos que levar em consideração o conceito histórico; Por exemplo, a questão do livro eletrônico que já existia em 1988, no entanto como era pouco utilizado achou-se que não era necessário prever em norma – art. 150, VI, “d”, CF: se fizermos uma interpretação história, também se conclui que o livro eletrônico goza de imunidade tributária. 
Interpretação Lógica (ou Racional):
Essa interpretação nos diz que não pode o intérprete conduzir a resultados absurdos, por exemplo, a questão da proibição da entrada de animais em determinado prédio, ou seja, se seguirem essa interpretação “à fogo”, na etimologia da palavra, até uma pessoa seria proibida de entrar já que também é um animal (racional), assim como proibir a entrada de um peixe de aquário também seria equivocado, portanto, essa interpretação levaria a pessoa a resultados absurdos. Na Constituição brasileira, destaca-se o artigo 2º da EC nº 52/2006: 
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às eleições que ocorrerão no ano de 2002.
Sempre vai entrar em vigor na data de publicação, tendo que dar publicidade para então poder exigir o cumprimento da norma.
Interpretação Sistemática:
Temos um ordenamento jurídico, uma ordem, ou seja, não é um caos, é uma ordem constitucional, tendo um sistema, e quando tenho um sistema, temos um conjunto em que cada peça faz o seu papel, então, resumindo, o sistema jurídico é ordenado, por isso eu tenho que conhecer todo o sistema quando for fazer uma interpretação de UM artigo da constituição, ou seja, quando for fazer a interpretação de determinado artigo, você não pode ficar preso somente nele, fazendo uma análise isolada, eu devo saber todo o sistema para analisá-lo, em outras palavras, para a pessoa conhecer um artigo da constituição, ela deve conhecer a constituição toda.
Na Constituição brasileira, identifica-se através do art. 41, § 1º:
Art. 41. São estáveis apóstrês anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Então, se não fez nada de errado, seguindo corretamente durante 3 anos, está estável no trabalho. O servidor público só perderá o cargo em razão de processo administrativo ou judicial.
Interpretação Teológica (ou Finalística):
Vai levar em consideração os fins. Art. 5º, LICC
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Ao interpretar qualquer norma jurídica, o interprete deve atentar para os fins sociais para qual aquela norma jurídica se destina.
Na norma que fala de que “é proibido pisar na grama”, a finalidade da norma é para não estragar a grama, isso é o que ela pretende, no entanto, a pergunta seria: eu posso andar sobre a grama de bicicleta já que a norma diz que o que é proibido seria PISAR e não ANDAR de bicicleta em cima da grama? A finalidade de proibir de pisar é preservar o jardim, portanto ao andar de bicicleta sobre o jardim ele estaria ferindo a finalidade da norma.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
A interpretação que fizer na Constituição vai consequentemente repercutir na interpretação que se fazer, por exemplo, no Código Civil, isso, pois a Constituição é a norma de validade para as demais, e o contrário não é válido.
A hermenêutica constitucional está preocupada não apenas com a interpretação da constituição em si, mas também na relação de uma norma do ordenamento jurídico infraconstitucional com a constituição.
Princípios da Interpretação Constitucional
Princípio da Supremacia da Constituição
É o primeiro fundamento de todos, norteando a hermenêutica constitucional de que a constituição é norma de validade de todas as outras normas. Se houver alguma lei, alguma norma, que esteja em desacordo com a constitucional, aquela lei será inconstitucional (fundamento do controle de constitucionalidade), e é feito esse controle é feito pois a constituição está acima de todas as leis.
Princípio da Unidade da Constituição (ou unidade constitucional)
Aqui, leva-se em consideração que a Constituição é um todo único, ou seja, não há superioridade entre uma norma constitucional e outra norma constitucional, pois elas fazem parte do mesmo texto, se tornando uma unidade, tendo o mesmo status normativo. Pelo princípio da unidade da constituição, as normas feitas pelo legislador constituinte de 1988 não podem ser violadas (como por exemplo alguem quiser colocar uma emenda constitucional instituindo a pena de morte para crimes hediondos).
Princípio da Presunção de Constitucionalidade
Esse princípio se aplica às normas infraconstitucionais. Se existe uma lei falando que não posso jogar papel na calçada, eu devo respeitar essa lei, ou seja, não se pode ficar discutindo que qualquer norma é inconstitucional. Nós podemos até discordar da lei, no entanto, devemos cumprir enquanto ela estiver em vigor, enquanto ela estiver vigente, enfim, o princípio da presunção da constitucionalidade afasta qualquer possibilidade de descumprir uma lei, por exemplo, usando o argumento de que não cumpriu o que a lei disse pois acha ela inconstitucional. Essa presunção, é uma presunção “juris tantum” (relativa), ou seja, é aquela que cabe prova em contrário, por exemplo, a mulher casada tem um filho, a presunção é de que o pai dessa criança é o marido, isso seria uma presunção relativa pois o marido poderia provar o contrário. No entanto, existem presunções no Direito que são absolutas (ou “juri et de jure”), ou seja, ainda que o consumidor seja o homem mais rico do mundo e vai comprar na lanchonete mais modesta da cidade, se houver uma questão envolvendo o direito do consumidor, o consumidor seria considerada a parte mais fraca da relação jurídica de consumo (o cara poderia começar um salgado e morrer, ou seja, ele está vulnerável).
Princípio da Máxima Efetividade
A nossa constituição tem muitos princípios, no entanto, esses direitos destacados nos princípios não especificam os direitos que temos, tendo que construir a interpretação do direito, buscando a máxima efetividade possível de tal norma constitucional, por exemplo, o direito a moradia que não significa que cada um vai receber uma casa para morar.
Princípio da Força Normativa da Constituição (art. 4º, LICC)
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Quando a lei não for omissa, o juiz portanto se vale da lei. Antigamente, os princípios não eram consideradas normas, era visto apenas como forma de conselho, e portanto, hoje é que temos os princípios com força normativa, tendo que ver na Constituição os princípios como uma norma. Com lacuna ou sem lacuna, o juiz deve aplicar a situação através dos princípios e depois aplicar a lei.
Princípio da Interpretação Conforme (conforme a Constituição)
Interpretação conforme a Constituição, ou seja, toda vez que vou interpretar o ordenamento jurídico, eu devo fazer uma interpretação conforme a Constituição, e se aquela norma der margem a diversas interpretações, eu somento vou dar valor àquela que estiver conforme a constituição.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Pressupostos para o controle de constitucionalidade:
São dois os pressupostos para se pensar no controle de constitucionalidade; A própria ideia é uma ideia simples e que envolvida no nosso dia-a-dia, como a própria ideia de democracia. O primeiro pressuposto seria a:
Supremacia da Constituição: Esse pressuposto parte de que a Constituição é a norma onipotente, ou seja, é a posição hierárquica mais elevada dentro do ordenamento e consequentemente é o fundamento de validade de todas as demais normas, todos os atos normativos do ordenamento jurídico tem de estar de acordo com a Constituição Federal. Essa supremacia da Constituição se da de duas formas, que seria a supralegalidade formal e a supralegalidade material. A primeira é a ideia que a Constituição tem a supralegalidade formal de normas de organização, estrutura, que são normas que dizem como é que as outras normas devem ser feitas. A Constituição diz, por exemplo, se o ordenamento jurídico quer produzir uma lei ordinária, deve seguir um processo que ela diz, o procedimento que deve ser feito para produzir uma lei. A competência para fazer determinada lei, se é a união, os estados ou os municípios, ou seja, depende da matéria do assunto, como por exemplo, a questão do estacionamento que foi estabelecida como competência da união por se tratar de direito de propriedade. Quanto à supralegalidade material, é com relação ao conteúdo, é a essência, os valores da constituição, ou seja, quando a Constituição determina certo conteúdo, materialmente pela Constituição, e o legislador estabelece uma distinção entre o homem e a mulher, será incostitucional pelo conteúdo. Se vier uma lei estabelecendo uma pena de morte, por exemplo, essa lei inconstitucional seria pois a constituição traz como valor, como conteúdo, que não pode haver pena de morte.
Rigidez constitucional: Uma Constituição rígida é a Constituição que para proceder com uma modificação é preciso de um mecanismo muito mais dificil, mais complexo, do que para se aprovar uma lei infraconstitucional, exigindo uma adesão maior de parlamentares. Esse é um dos pressupostos para controle de constitucionalidade pois eu não teria um controle de constitucionalidade se eu tivesse uma Constituição flexível, em que o procecimento para editar uma lei infraconstitucional seria o mesmo que para alterar uma da Constituição, ou seja, não teria a hieraquia.
Tentativa de conceituação do Controle de Constitucionalidade:
Conceitos: 
Consiste na verificaçãoda compatibilidade entre uma lei ou qualquer ato normativo infraconstitucional e a Constituição – plano de validade; 
A declaração de inconstitucionalidade consiste no reconhecimento da invalidade de uma norma e tem por fim paralisar sua eficácia (quando se declara uma norma inconstitucional, o nosso STF, ele analisa a validade da lei, do ato normativo, e quando diz que essa lei não é mais valida ele paralisa a validade dessa lei, ou seja, ele – o STF – não chega a revogar a lei. Só quem pode retirar o dispositivo do ordenamento jurídico, é o próprio feitor do ato. Ao ser declarado inconstitucional pelo supremo, ele não terá mais eficácia. A revogação de uma lei, chama-se de ex nunc (significa desse momento em diante), ou seja, antes dela uma pessoa teria direito, mas depois que ela entra em vigor, outra pessoa não poderia alegar que ela teria o direito, pois daquele momento em diante ela não valeria mais. E quando se declara a nulidade de uma lei, o efeito é ex tunc, ou seja, é como se a lei nunca tivesse existido); 
Mecanismo para a manutenção da harmonia e da unidade do ordenamento jurídico (dentro da unidade do ordenamento, não pode ter a Constituição dizendo uma coisa e uma lei ordinária dizendo outra sobre uma mesma matéria, ou seja, ao produzir uma lei infraconstitucional, deve produzi-la harmonicamente com a Constituição, caso contrário, o próprio ordenamento jurídico apresenta um mecanismo para manter a manutenção dessa harmonia, por exemplo, o próprio judiciário que iria retirar do ordenamento jurídico a norma que não é compatível com a Constituição).
Primeiro Precedente do Controle de Constitucionalidade:
Caso Marbury vs. Madison, julgado em 1803 por John Marshall, acerca do controle de constitucionalidade no mundo (Presidente que perdeu a eleição, e quis mudar, no intervalo, no final do seu mandato, começou a produzir várias leis, deixando o presidente seguinte na mão dos juízes federais indicados por ele). Até esta data, nenhum juiz disse que tem o poder para declarar a nulidade e homenagear a Constituição.
Anteriormente não existia a previsão constitucional para o controle de constitucionalidade, então isso foi uma criação já que não dizia na Constituição. Disso desenvolveu-se a teoria dos poderes implícitos – se a finalidade do judiciario é afastar qualquer insegurança jurídica, entendeu nessa situação que ele poderia utilizar os meios necessários para reconhecer esse direito de controle de constitucionalidade, por isso, a constituição, implicitamente recebe esses poderes implícitos.
Há o controle difuso e concentrado de constitucionalidade, nesse caso, surge o controle concentrado de constitucionalidade: O controle concentrado é espalhado, é quando o Ordenamento Jurídico permite um controle espalhado de constitucionalidade, é aquele controle que qualquer juiz, para defender a ordem constitucional, podendo declarar a inconstitucionalidade de uma lei. Já o controle difuso, você vai ingressar como uma ação, não de forma concentrada, para todos, seria direto para o Tribunal Constitucional, resumindo, só vai valer para aquele caso concreto, para as partes, já no concentrado, a declaração de inconstitucionalidade valerá para todos. No Brasil, adotados os dois modos.
Pontos importantes trazidos por Marshall
Supremacia da Constituição: “Todos aqueles que elaboraram constituições escritas encaram-na como a lei fundamental e suprema da nação”.
Nulidade da lei que contraria a Constituição: “Um ato do poder legislativo que contrarie a Constituição é nulo”.
O Poder Judiciário é o intérprete final da Constituição: “é enfaticamente da competência do Poder Judiciário dizer o Direito, o sentido das leis. Se a lei estiver em oposição à constituição a corte terá de determinar qual dessas normas conflitantes regerá a hipótese”.
Tribunais Constitucionais
O STF atua como tribunal constitucional e outra hora como poder judiciário (divisão). Kelsen desenvolve essa ideia de tribunal constitucional como sendo o guardião da Constituição, vindo a ser efetivado essa ideia em 1919 na Alemanha, em 1920 na Áustria, 1929 na Tchecoslováquia e 1931 na Espanha. A revolução Kelseniana consiste no ordenamento jurídico piramidal e escalonado com a normatividade (supremacia) da Constituição.
O surgimento do tribunal constituição, à margem da tríplice separação dos poderes, kelsen idealizou outro órgão que seria o tribunal constitucional, fora os outros poderes. Ou seja, o tribunal constitucional seria um quarto poder, apartado dos outros poderes, para não ter nenhuma intevenção política como órgão político. O surgimento do TC deve-se a necessidade de se ter um órgão determinado a sustentar a supremacia da Constituição.
O controle kelsiniano de constitucionalidade é um controle concentrado de constitucionalidade, ou seja, só quem poderia exercer o poder de constitucionalidade é o tribunal constitucional, o órgão separado/apartado do judiciário. Kelsen idealizou esse modelo concentrado para o juiz não decidir de acordo com o que pensa repercutindo a todos.
Kelsen vs. Marshall
Para Kelsen, o controle de constitucionalidade não seria propriamente uma atividade judicial, mas uma função constitucional – atividade legislativa negativa (legislador negativo Legislador Negativo: aplico a lei mas retiro, competencia para declarar a invalidade da lei.). Nessa linha, uma lei era válida até ocorrer a declaração de inconstitucionalidade – tese da anulabilidade (decisão com natureza constitutiva negativa), a partir da decisão pelo tribunal constitucional, aquela lei não teria mais eficácia, produzindo efeito “ex nunc“, ou seja, daquele momento para frente. Kelsen dividia as funções do Estado em criar leis e aplicar essas leis. As funções estatais eram essas duas citadas. Para Kelsen portanto, o Estado tem essas duas funções. 
Para Marshall, a lei inconstitucional é nula (decisão com natureza declaratória). O efeito é “ex tunc“, ou seja, o efeito retroage, considerando a lei nula, como se nunca estivesse existido sem produzir efeito nenhum. A decisão de um tribunal constitucional diz apenas que uma norma não é valida, ele não pode revogar, retirar aquele dispositivo do ordenamento jurídico, ou seja, o dispositivo está lá, mas não é válido.
No Brasil, prevalece a teoria da nulidade da norma inconstitucional, ou seja, com efeito “ex tunc“. Apesar disso, mesmo assim, o supremo pode dar eficácia “ex nunc“ caso a decisão possa trazer uma certa insegurança jurídica, como por exemplo, se o supremo decidir que não mais 65 horas de teoria da constituição (materia) seja suficiente e seria necessário todos voltarem e estudarem a matéria com mais horas, nesse caso haveria insegurança jurídica e por isso o efeito teria de ser ex nunc.
Legitimidade para o controle de constitucionalidade
Dificuldade contramajoritária: Até que ponto o poder judiciario pode decidir contrariamente com aquilo que a maioria escolheu/deseja?
Dificuldade intertemporal (constituinte vs. legislador): Você tem que analisar qual foi a intenção da época do legislador constituinte para ver se hoje está adequado ao legislador atual.
Dificuldade pela impossibilidade de contenção da decisão: ocorreu nos EUA, em que 4 vezes, o Tribunal Constitucional americano, entendeu uma questão como sendo inconstitucional e o congresso americano mudou a decisão fazendo valer a Constituição e a vontade do legislador.
Legitimidade objetiva ou de função:
É aquela legitimidade prevista na própria Constituição. Uma legitimidade objetiva é uma legitimidade que não tem porque ser discutida pois está prevista na própria Constituição, criada pelo poder constituinte (a vontade da maioria): por exemplo, não há o que se discutir a legitimidade de quem exerce controle de constitucionalidade (o STF exerce).
Legitimidade de origem:
Só é possível falar em constitucionalismo se tiver uma jurisdição constitucional, ou seja, não é possível falar que a Constituição é a mais importante se eu não tenho como aplicar, servir de mecanismo de calibração do sistema, porexemplo, você tem que ter alguem com competencia para exercer um controle de constitucionalidade.
Legitimidade pela independência:
Independência do magistrado para o exercício do controle, bem como para o respeito ao pluralismo que se encontrará a fonte de legitimidade democrática, OU, independencia de algum órgão para o exercício do controle jurisdicional.
Legitimidade pelo procedimento:
O modelo do tribunal constitucional do controle de constitucionalidade não tem sujeitos e sim uma adequação da lei com a constituição, por isso é chamado de devido processo objetivo (não é subjetivo, não envolve a pessoa), ou seja, não envolve situações pessoais de ninguém, é apenas uma situação de adequação de uma lei com a Constituição. Quando é o devido processo objetivo, se alguem ingressa com uma ADI no STF, alegando vício formal, o STF pode falar que é inconstitucional pela forma e pelo conteúdo, decidindo da forma que bem entender não estando limitados pelas alegações trazidas pela inicial.
Legitimidade pela argumentação:
Efeito global de neutralização ideológica: Quando um tribunal constitucional decidir que algo é inconstitucional, ele deve trazer através de argumentos convincentes, não só para as partes, mas para demonstrar a todos o seu ponto de vista, fazendo com que neutralize qualquer outro argumento contrário à aquele decidido. Portanto, as argumentações/fundamentações da decisão devem neutralizar um posicionamento anterior do indivíduo em face de um convencimento apresentado.
Necessidade de uma “democracia constitucional”, até porque a democracia não se resume ao princípio majoritário. Essa democracia seria uma democracia argumentativa, onde todos são respeitados, discutidas em espaços públicos, etc., De certa forma, essa democracia constitucional causa um certo receio, pois essas ideias faz com que a pessoa menos instruida não terá talvez capacidade de argumentação, de reflexão, enfim, como ficaria essa democracia deliberativa (de participação) se você tem uma população que não consegue discutir. Portanto, para acontecer essa democracia constitucional, o indivíduo deveria dominar o conteúdo para poder participar.
Uma instituição é “democrática” quando seja funcional ao “sistema democrático” e não porque é constituída por eleição popular. Essa critica de que o STF não é escolhido pelo povo e portanto não é democratico não tem sentido, pois ela é democrática pois atua democraticamente e não porque foi escolhida pelo povo.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, jurisdição constitucional, justiça constitucional, “curadoria” da constituição; cada autor traz um nome diferente referente ao controle de constitucionalidade. A jurisdição constitucional, por exemplo, trazido por Agra seria: 
“A concepção de jurisdição constitucional não pode ser confundida com a conceituação do controle de constitucionalidade. Esta é uma espécie daquela, uma das várias possibilidades de atuação da força normativa da Constituição.” (Agra) 
Enfim, não há consenso sobre o alcance das expressões: justiça constitucional e jurisdição constitucional.
FUNÇÕES DA JUSTIÇA CONSTITUCIONAL – FUNÇÕES PRÓPRIAS (ESTRUTURAIS)
São aquelas que pertencem a um Tribunal Constitucional por serem inerentes a sua natureza, servindo ainda como identificadoras e caracterizadoras da Justiça Constitucional. Entre as funções estão: função interpretativa, estruturante, arbitral, enunciativa, legislativa stricto sensu, e comunitarista.
Essas funções não são excludentes. Em uma mesma decisão podem ser manifestadas mais de uma dessas funções.
FUNÇÃO INTERPRETATIVA:
Parte da necessidade de ter uma Constituição viva, para adptar o texto com o contexto. O interprete tem que extrair a vontade do constituinte de 88, mas até que ponto?
FUNÇÃO ESTRUTURANTE:
Função estruturante é aquela por meio da qual é promovida a adequação e a harmonização formais do ordenamento jurídico, consoante sua lógica interna e seus próprios comandos relacionados à estrutura normativa adotada; Relaciona-se com o controle de constitucionalidade.
FUNÇÃO ARBITRAL:
Se aproxima da função estruturante, a distinção como espécie entre essas duas, é que ela serve para superar conflitos entre as competênciais dos órgãos constitucionais de soberania, por exemplo, quem é competente para calibração de determinada lei. Essa distribuição de competencia pode ser:
Horizontal: funcional, distribuição horizontal de poder.
Vertical: terriorial/espacial, ou seja, quem tem a competencia para julgar sobre a propriedade é uma distribuição vertical de poder.
Além disso, a doutrina trz que o tribunal constitucional tem que exercer o maior cuidado possível quando vai se auto-atribuir uma competencia.
FUNÇÃO ENUNCIATIVA:
Elaboração de diretivas gerais (súmulas) como veículos de enunciação da interpretação pelo Tribunal Constitucional.
FUNÇÃO LEGISLATIVA STRICTO SENSU:
Os Tribunal Constitucional também atuam como legislador, no entanto, há uma competência originária para elaborar leis. Stricto sensu pois compete ao STF editar leis como a elaboração do seu regimento interno.
Controle preventivo de constitucionalidade: vai ser exercido também na fase do processo legislativo. Quando uma lei é aprovada pelo parlamento, ela é mandada para o chefe do executivo, podendo vetar tal lei, portanto, é preventivo pois está sendo exercido pela legislativo e pelo executivo.
Controle das omissões legislativas inconstitucionais: caso há uma inercia estatal, é possível ingressar no judicario para extinguir essa omissão. Por exemplo, se eu tenho uma omissão do legislador em ter feito tal lei, eu posso leval ao judiciario que irá interpretar o sentido de alguma norma expandindo seu entendimento.
FUNÇÃO COMUNITARISTA:
FUNÇÕES IMPRÓPRIAS
São aquelas que são imputadas ao Tribunal Constitucional desprezando a natureza, a singularidade e a importância desse órgão constitucional de soberania.
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Percebemos que algumas normas constitucionais possuem uma eficácia maior do que outros, no entanto, não se trata do cumprimento por parte das pessoas, pois isso diz respeito a outros cumprimentos como, por exemplo, a cultura.
Existem algumas normas constitucionais que possuem uma densidade na qual ela é aplicada de forma imediata e outras não são aplicadas de forma imediata, precisando de uma regulamentação pelo legislador para que então a norma constitucional seja aplicável.
Art. 7º, XVIII, CF: Se aplica aos trabalhadores.
Após a constituição ser “lançada“, e a mãe algumas horas depois teve uma criança, ela já teria direito a licença a maternidade (120 dias). Esse direito não tem dificuldade de se interpretar, por exemplo, o que seria 120 dias, o que é a gestante, enfim, eu não preciso ter uma lei regulamentando isso, portanto ela é autoexequível / autoexecutável / Self Executing.
Thomas Cooley
Self Executing
Equivalente ao autoexequível e aos demais: 
Art. 7º, XVIII, CF:
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Not Self Executing
Equivalente ao não autoexequível e aos demais: Art. 7º, XIX, CF e Art. 7º, XI, CF:
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Vezio Crisafulli
Autoexequível
A norma constitucional se executa por si só, ou seja, eu não preciso ter uma lei regulamentando. Ao afirmar isso, não quer dizer que ela não pode ser regulamentada, e de fato será (no caso do direito a licença maternidade), pois existem algumas peculiaridades;
Não Autoexequível
Para licença paternidade a constituição fala que os pais têm direito, no entanto não dizem quanto tempo, precisando portanto de uma lei complementar (CLT, provavelmente 3 dias, e para alguns 5 dias), enfim, é preciso ter lei; Então a norma de licença a paternidade não é auto aplicável, é preciso de uma lei regulamentando. A ausência deuma norma regulamentadora deixa em uma situação de inseguridade jurídica.
Gustavo Zagrebelsky
Eficácia Direta
Quer dizer que a norma aplica-se diretamente, não precisando ter uma lei explicando o que é uma pessoa estar grávida, a criança, etc.
Eficácia Indireta
É de eficácia indireta, pois precisa-se de uma lei complementar.
No art. 7º, IV, CF seria uma mistura desses dois modos:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Uma norma constitucional não é coincidente com o artigo ou um parágrafo, ou seja, um artigo pode ter uma norma, ou três normas, da mesma forma que possa existir três artigos que tenha uma norma. No inciso IV do artigo 4, ao falar que ele deve ser fixado em lei, isso seria uma norma, e quando fala que deve ser nacionalmente unificado (é autoaplicável), é outra norma. Ao falar que o salário mínimo deve ser capaz de atender as necessidades vitais básicas do trabalho e da sua família, etc, isso não seria aplicável, pois não tem como saber o custo de vida de todos os trabalhadores. 
Classificação de José Afonso da Silva (ou do José Horácio Meirelles Teixeira)
No Brasil temos uma classificação mais complexa, mais elaborada (3 tipos), que é atribuída pelo Afonso da Silva (Aplicabilidade das Normas Constitucionais).
Normas de Eficácia Plena
São aquelas chamadas autoexecutáveis, de eficácia direta, que tem como exemplos o art. 7º, XVIII, CF, que fala da licença maternidade – e o que fala da parte final do salário mínimo, artigo 7º, IV, “in fine”, CF. 
Normas de Eficácia Contida
Está no sentido de poder ser contida da eficácia de determinada norma. Pode ser chamada também de norma de eficácia restringível, na qual consiste em normas que podem ser restringidas/contidas pelo legislador. O legislador pode restringir o alcance da norma constitucional.
Art. 5º, XIII, CF: É livre o exercício de qualquer trabalho/profissão, dentro dos limites que a lei estabelecer
Aqui eu não preciso ter uma lei regulamentando quais profissões eu posso escolher, podendo ter liberdade pra escolher a profissão que quiser, no entanto há um limite, pois ao mesmo tempo em que a norma é autoexecutável, a própria constituição admite que haja uma restrição.
Art. 5º, LVIII, CF: O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, dentro dos limites que a lei estabelecer.
A própria constituição autoriza e restringe/contém a eficácia dessa lei.
Normas de Eficácia Limitada (ou reduzida)
São aquelas não autoexecutáveis da classificação anterior;
Ex: Art. 218, CF – Esse dispositivo sozinho não resolve, necessitando, por exemplo, de uma lei orçamentária para dizer quanto de dinheiro irá gastar com a ciência e a tecnologia (ou seja, essa lei orçamentária estaria regulamentando o artigo 218). É de eficácia limitada, pois a constituição diz que o poder público deve apoiar a ciência, mas não diz como. É uma norma de eficácia limita, mas isso não significa que ela não tem eficácia (não existem normas constitucionais sem eficácia: princípio da máxima efetividade), nesse caso, ela tem eficácia reduzida. Nas normas de eficácia limitada, a lei vai AMPLIAR a eficácia, diferentemente da contida em que a lei vai restringir.
No entanto, o José Afonso da Silva abre essa classificação em outras duas classificações: 
Normas Programáticas: Algumas normas constitucionais vão traçar programas de governo, programas de políticas públicas. O artigo 218 se trata de uma norma programática, pois está traçando um programa de governo: o estado promoverá a ciência.
Normas Institutivas: Vão autorizar a criação de certos institutos. O art. 125, §3, CF: 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
É de eficácia limitada, pois autoriza a criação de uma justiça militar, no entanto ela não cria, ela deixa que o legislador crie.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
A Constituição autoriza a criação de um instituto, trazido pelo legislador, no caso, o que seria a ADPF, pois a constituição trouxe ela no entanto não disse nada sobre a mesma, cabendo o legislador a criá-la.
Normas Facultativas: Consiste em uma norma que o legislador cria se quiser, pois a omissão do legislador não afronta a constituição. O legislador atua se entender que é necessário, que é conveniente.
Ex: art. 125, § 3, CF.
Normas Obrigatórias: Existem outras normas que são obrigatórias, como a fixação do salário mínimo, ou seja, ele não tem opção de não fixar o salário mínimo, ele é obrigado.
Ex: Art. 37, X, CF:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices
	
http://abadireitoconstitucional.blogspot.com.br/2009/12/classificacao-das-constituicoes.html

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