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Importância dos lipídios em alimentos Meio de transferência de calor em fritura. Sabor e cor aos alimentos Contribuem com a aparência e a palatabilidade. Maciez Sensação de saciedade Emulsificantes (mono e diglicerídeos e fosfolipídeos). Fonte de vitaminas lipossolúveis. Fonte de ácidos graxos essenciais. Fonte de energia para funções orgânicas. Principais fontes: - Margarinas - Milho - Aveia - Soja - Gergilim - Cevada - Trigo integral - Centeio - Óleo de canola - Óleo de soja - Óleo de peixes 2. DEFINIÇÕES são ésteres formados de ácidos graxos superiores com álcoois variados; Lipídios são todas as substâncias (apolares e fracamente polares) extraídas de tecidos animais e vegetais através de solventes orgânicos (éter, clorofórmio, benzeno...). Funções Composto bioquímico mais calórico em animais e sementes oleaginosas sendo a principal forma de armazenamento (tri-acil-gliceróis) e geração de energia metabólica através da ß-oxidação de Ácidos Graxos; Formam uma película protetora (isolante térmico) sobre a epiderme de muitos animais (tecido adiposo); Funções especializadas como síntese de hormônios; Nutrientes essenciais (ácidos graxos essenciais); Servem para transportar e armazenar vitaminas; Sensação de saciedade (Controle da fome). Classificação mais generalizada: 2 grupos Lipídeos apolares ou neutros: ésteres de ácidos graxos com álcoois; incluem-se nesse grupo os glicerídeos, ceras, carotenóides, terpenóides e esteróides. Lipídeos polares: substâncias que, além da ligação éster da união do ácido graxo e do álcool, tem outras funções químicas: fosfolipídeos, cerebrosídeos e outros lipídeos complexos. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDEOS Lipídios simples Óleos, gorduras e ceras Lipídios compostos Fosfolipídios Glicolipídios (cerebrosídios) Lipídios derivados Obtidos por hidrólise de lipídios simples e compostos (AG, álcoois, esteróis, hidrocarbonetos, carotenóides, vit. lipossolúveis) São ésteres de ácidos graxos com algum tipo de álcool Segundo o tipo de álcool, dividem-se em: Glicerídeos (ésteres de glicerol): óleos e gorduras Cerídios ou ceras: ésteres de monoálcoois acíclicos superiores 3.1 Lipídeos Simples Tem-se substituído o termo glicerídeos por acilgliceróis ou TAG 3.1.1 Lipídios simples: óleos e gorduras Óleos e Gorduras: Também chamados de triacilglicerois (TAG), pois são ésteres derivados de ácidos graxos (de longa cadeia alquílica) e glicerol, também chamado de glicerina, cujo nome oficial da IUPAC é 1,2,3-propanotriol. • Óleos: TAG líquidos a temperatura ambiente. • Gorduras: TAG sólidos a temperatura ambiente. Ácidos graxos Ácidos monocarboxílicos alifáticos de alto peso molecular, geralmente de cadeia linear, saturados e insaturados; Diferem-se pelo comprimento da cadeia e pelo número e posição das insaturações; Na natureza: substâncias livres ou esterificadas; Maior parte encontra-se esterificada com o glicerol, formando os triacilgliceróis ou triglicerídeos; Alifático: átomos de carbono estruturais em cadeias abertas Estrutura de AG insaturados Características dos ácidos graxos mais comuns em plantas e animais Duplas ligações não conjugadas (isoladas) nos ácidos graxos insaturados; Isomeria CIS. Ácidos graxos essenciais Homem: síntese muitos tipos de ácidos graxos saturados e monoinsaturados; Poliinsaturados: não sintetizados pelo organismo humano: consumo a partir da dieta; Precursores de biomoléculas como as PROSTAGLANDINAS (derivadas ácido linoléico), com funções sobre contratibilidade de músculo liso e modulação de recepção de sinal hormonal. Ácidos graxos essenciais Lipídios Fontes de ácidos graxos saturados e insaturados • Ésteres derivados de ácidos carboxílicos e álcoois de cadeia longa; • Há somente uma ligação éster em cada molécula (diferença para óleos e gorduras); • São mais duras e quebradiças, menos gordurosas do que as gorduras, mais resistentes à hidrólise e à decomposição; • Fator de proteção: folhas e caules de regiões áridas, evitam evaporação excessiva; 3.1.2 Lipídeos simples: Ceras As ceras são utilizadas para polimentos, cosméticos, velas, etc. 3.2 Lipídos compostos ou Complexos Formados de C, H, O e N podem conter P (fósforo) e S (enxofre) São constituídos de ácidos graxos, algum tipo de álcool e outros grupos químicos Dividem-se em: • Fosfolipídios ou fosfatídios: compostos de ácidos graxos, glicerol ou esfingosina, ácido fosfórico (H3PO4) e um derivado nitrogenado • Glicolipídios, Cerebrosídios ou galactolipídios: compostos de ácidos graxos, galactose ou glicose e uma base nitrogenada 3.2.1 Fosfolipídeos ou "Lipídeos Polares“ • Ocorrem em todas as células animais e vegetais; • Tem em comum o ácido fosfórico na estrutura; • São glicerídeos nos quais uma molécula de ácido orgânico, em qualquer posição, é substituída por um grupo contendo ácido fosfórico e uma base nitrogenada, álcoois ou aminoácidos. Os fosfolipídeos compreendem: glicerofosfolipídeos, esfingolipídeos e fosfoinositídeos Glicerofosfolipídeos: por hidrólise dão origem a glicerol, ácidos graxos, ácido fosfórico e uma base nitrogenada. Ex: Lecitina: colina é a base nitrogenada Cefalina: etanolamina ou serina Esfingolipídeos: fosfolipídios que não contem glicerol na molécula. Por hidrólise resultam ác. graxos, ácido fosfórico e 2 bases nitrogenadas: colina, esfingosina. Pouca importância nos alimentos São amidas e não ésteres de ácidos graxos Fosfolipídeos contendo inositol (fosfoinositídeos): Também não tem glicerol na molécula; sem bases nitrogenadas; acido fosfórico liga-se a ácidos graxos e inositol. Importância dos Fosfolipídios nas células A cauda apolar (alquil) e cabeça polar, capacita a membrana fazer a conexão entre uma fase polar e outra apolar. Fator determinante para controlar seletivamente a permeabilidade nas membranas das células. Importância dos Fosfolipídios nos alimentos Habilidade na estabilização de emulsões 3. REAÇÕES QUÍMICAS DE INTERESSE EM LIPÍDIOS REATIVIDADE QUÍMICA DOS LIPÍDIOS Pontos de reatividade REAÇÕES QUÍMICAS DE INTERESSE EM LIPÍDIOS No grupamento carboxílico: Saponificação. Transesterificação. Hidrólise (Rancificação hidrolítica). Na cadeia hidrocarbonada: Halogenação. Hidrogenação. Oxidação (Rancificação oxidativa). Outros processos químicos/ físicos de interesse Reversão. Fracionamento. Tratamentos de Modificação dos lipídeos: Hidrogenação Transesterificação Fracionamento Saponificação dos lipídeos Alterações Comuns em Alimentos com Alto teor de Lipídios Rancidez Hidrolítica Rancidez Oxidativa As alterações podem ser: Benéficas Maléficas Hidrogenação Processo no qual o hidrogênio é adicionado diretamente aos pontos de insaturação dos ácidos graxos insaturados. O P.F. dos ácidos graxos aumenta com a diminuição do número de insaturações na molécula e, portanto, por esse processo são obtidos, a partir de óleos vegetais, produtos sólidos ou semi-sólidos. Foi desenvolvida como necessidade de converter óleos líquidos para semi-sólidos Estabilidade oxidativa Versatilidade Modifica estrutura composição e consistência Em geral a gordura não se hidrogena por completo, apenas parcialmente. Hidrogenação Modificações ocorrem na molécula : A dupla ligação pode ser modificada para uma ligação simples (hidrogenação) A localização da dupla ligação pode se movimentar ao longo da molécula (isomerização) A configuração cis da dupla ligação poderá passar para uma configuração trans Hidrogenação Características físicas das gorduras dependem: Ácidos graxos constituintes: comprimento da cadeia, grau de saturação Distribuição na molécula do triglicerídeo O padrão de distribuição original dos ácidos graxos de algumas gorduras naturais limita sua utilização industrial; Transesterificação: modificaçãoda posição dos ácidos graxos entre ≠s posições na hidroxila. TRANSESTERIFICAÇÃO Mesmo TAG ou em TAG diferentes; Trata-se de uma redistribuição aleatória que melhora consistência e utilidade das gorduras; Usada na indústria para modificar o comportamento cristalino de uma gordura e suas propriedades físicas; Utilização Inibir a formação de manchas brancas que aparecem sobre o chocolate durante seu envelhecimento. Interesterificação Alternativa ao processo de hidrogenação parcial Não promove a isomerização de duplas ligações Não afeta o grau de saturação Uso atual: interesterificação de misturas de óleos vegetais totalmente hidrogenados ou frações saturadas com óleos líquidos TRANSESTERIFICAÇÃO Reações no grupamento carboxílico Aplicação em alimentos Para influenciar o comportamento da fusão, fornecendo consistência desejada em temperatura ambiente e de refrigeração. Para melhorar ou modificar o comportamento cristalino, de forma a facilitar os processos de produção e, para diminuir a tendência à recristalização durante a vida útil do produto. Método alternativo à hidrogenação Não produz ácidos graxos trans. TRANSESTERIFICAÇÃO FRACIONAMENTO Separar uma gordura em frações de propriedades físicas diferentes Processo físico pelo qual os triglicerídios são separados em duas ou mais frações. Frações: chamadas de oleínas e de estearinas Modifica-se a relação sólido-líquido da gordura conseguindo-se certa plasticidade Fracionamento Envolve uma cristalização parcial a baixa T seguida de separação por filtração ou centrifugação, dos triglicerídeos com P.F. elevado, que poderiam alterar os óleos durante armazenamento. Velocidade de resfriamento é importante: condiciona o tamanho dos cristais dos quais depende a relação sólido/líquido da gordura; Com o fracionamento tratam-se óleos comestíveis, incluindo os usados na elaboração de maioneses, nos quais a cristalização poderia romper a emulsão. Fracionamento SAPONIFICAÇÃO Quando aquecidos em solução concentrada de álcalis, os lipídios são parcialmente hidrolisados (saponificados), liberando o glicerol e os sais dos ácidos graxos correspondentes. Reações no grupamento carboxílico Saponificação Aplicação na área de alimentos Processos de higiene e sanificação na indústria. Determinações analíticas (índice de acidez e índice de saponificação). Reações no grupamento carboxílico Alterações Comuns em Alimentos com Alto teor de Lipídios Rancidez Hidrolítica Rancidez Oxidativa Rancidez hidrolítica Substrato Lipídios que contém ácidos graxos esterificados a uma molécula de glicerol. Agentes causadores Enzimas (lipases e fosfolipases). Agentes químicos (ácidos e bases). Aquecimento em presença de água. Rancidez hidrolítica Mecanismo da reação Ácidos graxos de baixo peso molecular (volatilidade) perceptíveis pelo seu cheiro mesmo em pequenas quantidades quando livres ácidos butírico, valérico, capróico e láurico. Rancidez hidrolítica Alteração importante: lipídeos que contém glicerídeos de ácidos graxos de baixo peso molecular, os quais tem volatilidade suficiente para serem perceptíveis pelo seu odor mesmo em pequenas quantidades quando livres. Ácidos como butírico, valérico, capróico e láurico são importantes na rancidez hidrolítica. Com isso, restringe-se o numero de lipídeos seriamente afetados, sendo mais atingidos os lipídeos originados do leite e côco. Agentes causadores Enzimas lipases Fontes: vegetais; animais e microbianas. Especificidade Tipo de ácido graxo: cadeia insaturada e longa; cadeia saturada e curta. Posição do ácido graxo: algumas lipases atuam nas posições 1 e 3 dos TGL. Lipases não específicas. Aspergillus flavus. Lipase de aveia. Rancidez hidrolítica Efeitos Benéficos: Maturação de queijos; iogurtes, pães, chocolates. Maléficos: Odor à ranço (manteiga, leite cru e de côco); "off flavor“ em cereais; aumento de acidez; alterações das propriedades funcionais; abaixamento do ponto de fumaça; favorecimento da oxidação de lipídios. Rancidez hidrolítica Fatores que influenciam Enzimas Lipases e fosfolipases aceleram a reação. Ácidos e bases Aceleram a reação. Temperatura Altas temperaturas inativam as enzimas, mas favorecem a rancificação hidrolítica mediada por ácidos e bases. Baixas temperaturas reduzem a lipólise. Reações no grupamento carboxílico Fatores que influenciam Água: Baixo teor de água reduz a rancificação hidrolítica. Água pura a hidrólise é lenta, mas no processamento de alimentos os compostos liberados (ácidos ou básicos) poderão catalisar a reação de hidrólise. Rancidez hidrolítica Reações de interesse em lipídios PARTE 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Medianeira Curso Superior de Tecnologia em Alimentos Disciplina de Bioquímica de Alimentos Rancificação oxidativa Ocorre em lipídeos que contém AG insaturados e que podem sofrer oxidação, degradação e polimerização por mecanismo de radicais livres (autoxidação), fotoxidação ou via enzimática. Esta reação não ocorre normalmente com AG saturados pq a formação de um radical livre pela ruptura homolítica da ligação C-H é energeticamente desfavorável. condições drásticas de temperatura dificilmente encontradas nas práticas normais 1. Rancidez oxidativa - Autoxidação Autoxidação: processo dinâmico que evolui ao longo do tempo Processo de caráter “autolítico”; Não é significativamente inibida pelo da temperatura de armazenamento do alimento; Envolve a formação de radicais livres e reação com o oxigênio atmosférico ou dissolvido na amostra; pode ocorrer na ausência de luz. Rancidez oxidativa - Autoxidação Reação química de baixa energia de ativação, bastante complexa, que abrange grande número de reações. Reações Energia de ativação (Kcal/Mol) Reação de escurecimento não enzimático 50 Reação catalisada por enzima 10-15 Oxidação lipídica 1-2 • O que são Radicais Livres? Qualquer espécie que possui 1 ou mais elétrons ñ pareados, isto é, elétrons solitários em orbitais atômicos ou moleculares (nº ímpar de elétrons); podem ser formados pela ação direta de alguma fonte de energia externa (calor, radiação); a energia externa, ao atingir o átomo, faz com que um elétron seja removido de seu orbital. Rancidez oxidativa - Autoxidação • Radicais Livres: Presença do elétron não pareado está associada a reatividade química, uma vez que os elétrons tem a tendência a se associarem em pares altamente energéticos e instáveis. Em sistema aquoso (células vivas, alimentos) promove danos nas células e alterações nutricionais na cor e “flavor” dos alimentos. Rancidez oxidativa - Autoxidação • Radicais Livres: Formam-se a partir de rupturas homolíticas. Cada átomo fica com seu elétron original da ligação: forma-se o radical livre. As rupturas homolíticas freqüentemente ocorrem em moléculas apolares ou com baixa diferença de eletronegatividade entre os átomos das ligações e exigem alta energia. Rancidez oxidativa - Autoxidação a) Iniciação: desencadeia o processo Mecanismo da Autoxidação Formação de radicais livres, ou seja, os ácidos graxos insaturados perdem um H do carbono alílico, por ruptura homolítica, formando-se um elétron sem par (radical livre). Mecanismo de formação do 1º radical não está totalmente esclarecido: ocorre pela ação de alguma fonte externa de energia, como calor, radiação ou por reações químicas envolvendo íons metálicos ou metaloproteinas, como heme. Rancidez oxidativa - Autoxidação Peróxidos: primeiros produtos formados da oxidação de óleos e gordurasinsaturados; Deterioração do sabor: peróxidos não são importantes e sim os produtos oriundos de sua decomposição: aldeídos, cetonas, álcoois, hidrocarbonetos e ácidos; As insaturações em todos os tipos de óleo e gordura representam o centro ativo pelo qual inicia a reação de oxidação. Rancidez oxidativa - Autoxidação b) Propagação da Autoxidação •Radical formado reage com o oxigênio atmosférico ou com os lipídios ainda presentes, formando novos peróxidos e radicais peroxil; altamente reativos: capazes de remover átomos de H de outros ácidos graxos insaturados, propagando a reação de oxidação. • Peróxidos formados participam de reações de decomposição e formação de novos radicais livres, onde os metais podem atuar como catalisadores na decomposição de peróxidos. • Seqüência de reações que resulta no aumento do número de radicais livres presentes e a reação em cadeia se propaga a toda a massa do lipídio; • Novos radicais livres, serão rapidamente formados pela reação de qualquer um dos oxiradicais com novas moléculas de RH (triglicerídio); • Este período ocorrerá até que todo o oxigênio ou ácido graxo insaturado (RH) seja consumido. c) Término da Autoxidação Radicais reagirão entre si formando moléculas inativas; Os produtos formados, tais como aldeídos, ácidos, álcoois voláteis, geralmente possuem sabor e odor desagradáveis, cor escura, formam substâncias tóxicas; Radicais formados atacam as proteínas, preferentemente aminoácidos levando a perda do valor nutricional; A ação oxidante dos peróxidos pode alterar vitaminas, carotenóides e outros componentes oxidáveis do alimento, alterando o seu valor nutricional. Fases da Autoxidação Fase de iniciação ou indução • consumo de oxigênio baixo, aumentando lentamente; • baixa concentração de peróxidos; • não há alterações sensoriais; • aumenta a concentração de radicais livres. Fase de propagação • alto consumo de oxigênio; • cresce rapidamente a concentração de peróxidos e inicia sua decomposição; • início das alterações sensoriais com aparecimento de odor característico, provocado pelos produtos de decomposição dos hidroperóxidos. Rancidez oxidativa - Autoxidação Fase de terminação • consumo de oxigênio tende a cair; • diminui a concentração dos peróxidos; • forte alteração sensorial, podendo haver alteração da cor e viscosidade. Rancidez oxidativa - Autoxidação Estágios de deterioração de óleos e gorduras através da oxidação 2. Fotooxidação via oxigênio singlete Mecanismo alternativo para a formação de radicais livres; Caracteriza-se pela produção de hidroperóxidos, diferentes daqueles obtidos via auto-oxidação, a partir de ácidos graxos insaturados, sem formação de radicais livres na fase inicial (inexistência da fase de indução) mecanismo diferente do apresentado pela autoxidação; “ataque” das insaturações: oxigênio singlete Insaturação O oxigênio tripleto (pouco reativo) é convertido em presença de um fotocatalisador (pigmentos-hemoglobina, riboflavina, clorofila, mioglobina) a singleto. Este reage diretamente na dupla ligação, originado peróxido. Fotooxidação via oxigênio singlete Distribuição de elétrons do átomo de oxigênio Oxigênio triplete O oxigênio triplete (3O2) é um di-radical com dois elétrons paralelos separados em orbitais e constitui 21% do ar; Por isso, as moléculas de oxigênio possuem ligações interatômicas fracas; O 3O2 reage com elementos e íons formando óxidos, mas não com compostos orgânicos no estado singlete. Rancidez oxidativa - Fotooxidação Oxigênio triplete Baixo nível de energia: estável; No entanto: pela ação da energia sobre um fotocatalisador, que transmitirá sua energia ao O, pode ocorrer a inversão do spin de um dos elétrons dos orbitais não ligantes; radiação, luz UV, aquecimento, etc. Rancidez oxidativa - Fotooxidação Oxigênio singlete Formado a partir do oxigênio triplete por meio de reações fotoquímicas catalisadas por fotossensores: mioglobina, riboflavina e clorofila, presentes nos tecidos animal e vegetal Rancidez oxidativa - Fotooxidação Oxigênio singlete Não é um radical livre, mas uma espécie altamente eletrofílica que reage rapidamente com substâncias de alta densidade de elétrons, como as insaturações dos ácidos graxos insaturados. O oxigênio singlete pode ser produzido na atmosfera ou diretamente no alimento. Rancidez oxidativa - Fotooxidação O oxigênio assim ativado é oxigênio ativo, importante na degradação de alimentos, bem como de outros sistemas biológicos; O oxigênio singlete é produzido principalmente pela fotoxidação na presença de iniciadores (pigmentos) e não é capaz de promover a desidrogenação de compostos orgânicos mas reage diretamente com insaturações, formando peróxidos. Rancidez oxidativa - Fotooxidação O oxigênio singleto é mais eletrofílico que o tripleto, reage mais rapidamente (1.500 vezes mais rápido) com zonas de densidade eletrônica elevada (ex.: C = C). fotossensibilizador (principalmente pigmentos) 3O2 1O2 (ativo para reagir com a dupla ligação) luz RH + 1O2 ROOH ROOH RO° + °OH ou ROO° + H Esquema da FOTOXIDAÇÃO Rancidez oxidativa - Fotooxidação 3. Rancidez oxidativa – via lipoxigenase Metaloproteína (no centro ativo Fe+2). Especificidade para posições da cadeia Somente ácidos graxos que possuem um sistema 1,4 cis-cis pentadieno (C=C-C-C=C) ácidos linoléico; ácido linolênico e ácido araquidônico. Formam-se hidroperóxidos que podem se decompor em seus radicais, propagando a reação. A reação se diferencia das demais pelas características de catálise enzimática, tais como: especificidade do substrato; sensibilidade frente ao calor; pela maior velocidade de reação na T de 0-20ºC. Rancidez oxidativa – Via lipoxigenase Rancidez oxidativa: efeitos nos alimentos Rancidez oxidativa: fatores que influenciam Ácidos graxos Composição Posicionamento nos glicerídeos Livre x esterificado A proporção de autoxidação para o ácido araquidônico, ácido linolênico, ácido linoleico e ácido oléico é 40:20:10:1 respectivamente; A autoxidação dos ácidos saturados é extremamente vagarosa; a T amb. permanece praticamente inalterada quando é detectada a rancidez oxidativa dos ácidos graxos insaturados. Rancidez oxidativa: fatores que influenciam Concentração de oxigênio Temperatura: altas temperaturas favorecem a reação oxidativa, com exceção via lipoxigenase. Área superficial do lipídeo exposto Rancidez oxidativa – fatores que influenciam Atividade de água aw baixa (inferior a 0,3) favorecimento, pois os íons metálicos encontram-se desidratados, favorecendo a reação com os AGI. aw 0,55 – 0,85 favorecimento, pois a mobilidade dos pró-oxidantes é favorecida. Rancidez oxidativa – fatores que influenciam Pró-oxidantes Catalisadores metálicos Biocatalizadores pigmentos fotossensíveis conversão de oxigênio tripleto em singleto Pró-oxidantes Biocatalizadores pigmentos fotossensíveis conversão de oxigênio tripleto em singleto Rancidez oxidativa: fatores que influenciam Remoção do oxigênio Glicose oxidase Baixas temperaturas e local escuro Eliminação dos pigmentos fotossintéticos Agentes complexantes Compostos fenólicos – tocoferóis Rancidez oxidativa – inibição ou retardamento Definição substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa no alimento (BRASIL, 1997). Pode se encontrar naturalmente no alimento ou ser adicionado. Um antioxidante: Não melhora o sabor de óleos e gorduras. Não melhora o óleo já rancificado. Não evita crescimento microbiano. Não evita rancidez hidrolítica. Não evita reversão. Prevenção da Rancidez oxidativa – ANTIOXIDANTES Requisitos de antioxidantes add alimentos: Não causar efeitos fisiológicos negativos. Não produzir cores, odores e saboresanômalos. Ser eficaz em baixa temperatura. Lipossolúveis e resistentes aos tratamentos realizados nos alimentos. Fácil obtenção, ativos em baixas concentrações, econômicos. TIPOS DE ANTIOXIDANTES Químicos Atuam sobre a formação de 1O2 ou que reagem com este. Ligam-se aos radicais livres impedindo a continuação da reação. Decomposição dos hidroperóxidos. Complexantes de metais. Físicos Proteção do alimento frente a agentes catalisadores da reação de rancificação oxidativa: uso de embalagens, proteção contra da Temperatura. TIPOS DE ANTIOXIDANTES QUÍMICOS Antioxidantes TIPO I Interrompem a cadeia de radicais livres; Cedem um H a um radical lipídico, assumindo a forma de radical; Conseqüências: velocidade oxidação, prolonga-se período de indução; Antioxidantes em forma de radicais estáveis, não reagem com os lipídeos, mas sim com outras moléculas similares resultam em produtos não-radicais. Concentração: em torno de 0,01% com relação a fração gordurosa em concentrações acima ótima: agem como pró-oxidantes Antioxidantes Tipo I mais usados: Derivados orto e para dos compostos fenólicos; Devido a localização do elétron entre as duas formas de ressonância, constituem-se em radicais relativamente estáveis. Antioxidantes TIPO I estabilização por ressonância dos radicais antioxidantes Antioxidantes Tipo I mais usados derivados orto e para dos compostos fenólicos. Sintéticos BHA (t-butil-hidroxianisol), BHT (di-t-butil-hidroxitolueno), PG (galato de propila), TBHQ (di-t-butil-hidroquinona) Naturais Tocoferol (, , e ); Tipo I (sintéticos): mais usados ésteres do ácido gálico Escolha depende da atividade nos alimentos: Ex: BHA é muito solúvel em gorduras animais e em óleos vegetais, sendo um dos antioxidantes mais eficazes; Estável aos tratamentos; Inconveniente de ser ligeiramente volátil, pode evaporar nos processos de desidratação e destilação. Tipo I (fontes naturais) Tocoferol (, , e ): possuem atividade vitamínica; Encontram-se em quantidades significativas em todos óleos vegetais; Gorduras animais: não contém tocoferóis Pouco resistentes aos tratamentos – fritura Palmitato de ascorbila: produto de síntese com ácido ascórbico como componente básico, solubilidade inferior em gorduras; Lecitinas e misturas de fosfolipídeos Flavonas, esteróis Conteúdo de tocoferóis em gorduras e produtos gordurosos Produto Tocoferol total (mg/100g) Óleo algodão 80-110 Óleo amendoim 20-55 Manteiga de cacau 3-13 Óleo côco 3-8,5 Óleo germe milho 87-250 Óleo milho 40-60 Óleo dendê (azeite) 2-50 Óleo oliva(azeite) 3-30 Óleo soja 90-280 Óleo girassol 70 Banha 0,2-2,7 Manteiga 4,2 Queijo (45% gordura) 1 Margarina 30-100 Óleo de palma Azeite de oliva Antioxidantes TIPO II ou secundários Impedem ou diminuem a formação de radicais livres; Mais usados: agentes quelantes dos metais EDTA (ác. etilenodiaminotetracético) Ácido cítrico Ação depende do pH e temperatura: regem a estabilidade dos complexos formados Antioxidantes TIPO II ou secundários Emprego de agentes quelantes de metais deve ser acompanhado de medidas para evitar a contaminação dos alimentos por metais de transição: equipamentos em vidro, aço-inox e outros materiais inertes Antioxidantes TIPO III – FISICOS Incluem-se procedimentos físicos de proteção contra oxidação controle oxigênio, UR, temperatura Evitar contato com oxigênio: Acondicionamento a vácuo em atm. de N2, CO2 (ou misturas de gases inertes) em material impermeável ao O2 Antioxidantes TIPO III – FISICOS Evitar ausência de água nos alimentos desidratados; Temperatura: afeta negativamente a ação dos antioxidantes, especialmente Tipo I; Proteção contra luz – catalisa reações de iniciação. Prática: misturas de antioxidantes Tipo I e II e aplicação de um procedimento físico. Reversão do sabor Caracteriza-se pelo aparecimento de odor anormal, geralmente de peixe em lipídios durante o armazenamento ou uso. São pouco conhecidas as transformações químicas que levam à reversão, bem como fatores que poderiam causá-lo. Sabe-se que na reversão o odor é devido, em parte, aos aldeídos, dos quais destaca-se o hexanal. Estão mais sujeitos a estas alterações: óleo de soja, de peixe, de milho.
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