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CCJ0047-WL-D-AMMA-03-Resposta do Réu

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PRÁTICA SIMULADA III PRÁTICA SIMULADA III -- PENALPENAL
Professora Ana Paula CoutoProfessora Ana Paula Couto
Aula 3: RESPOSTA DO RÉUAula 3: RESPOSTA DO RÉU
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Caso concreto da semana 3
A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe
notícia de crime identificada, imputando a Maria
Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças
brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos.
Diante da notícia de crime, a autoridade policial
instaura inquérito policial e, como primeira providência,
representa pela decretação da interceptação das
comunicações telefônicas de Maria Campos, dada a
gravidade dos fatos noticiados e a notória dificuldade de
apurar crime de tráfico de menores para o exterior por
outros meios, pois o modus operandi envolve sempre
atos ocultos e exige
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estrutura organizacional sofisticada, o que indica a
existência de organização criminosa integrada pela
investigada Maria. O Ministério Público opina favoravelmente
e o juiz defere a medida, limitando-se a adotar, como razão
de decidir, os fundamentos explicitados na representação
policial.
No curso do monitoramento foram identificadas pessoas que
contratavam os serviços de Maria Campos para providenciar
expedição de passaporte para viabilizar viagens de crianças
para o exterior. Foi gravada conversa telefônica de Maria
com um funcionário do setor de passaportes da Polícia
Federal, Antônio Lopes, em que Maria consultava Antônio
sobre os passaportes que ela havia solicitado, se já
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estavam prontos, e se poderiam ser enviados a ela. A
pedido da autoridade policial, o juiz deferiu a
interceptação das linhas telefônicas utilizadas por Antônio
Lopes, mas nenhum diálogo relevante foi interceptado.
O juiz, também com prévia representação da autoridade
policial e manifestação favorável do Ministério Público,
deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos
investigados, tendo sido identificado um depósito de
dinheiro em espécie na conta de Antônio, efetuado
naquele mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil
reais). O monitoramento telefônico foi mantido pelo
período de quinze dias, após o que foi deferida medida de
busca e apreensão
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nos endereços de Maria e Antônio.
A decisão foi proferida nos seguintes termos: diante da
gravidade dos fatos e da real possibilidade de serem
encontrados objetos relevantes para investigação, defiro
requerimento de busca e apreensão nos endereços de
Maria (Rua dos Casais, 213) e de Antonio (Rua Castro,
170, apartamento 201). No endereço de Maria Campos,
foi encontrada apenas uma relação de nomes que, na
visão da autoridade policial, seriam clientes que teriam
requerido a expedição de passaportes com os nomes de
crianças que teriam viajado para o exterior. No
endereço indicado no mandado de Antônio Lopes, nada
foi encontrado. Entretanto, os policiais que
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cumpriram a ordem judicial perceberam que o
apartamento 202 do mesmo prédio também pertencia ao
investigado, motivo pelo qual nele ingressaram,
encontrando e apreendendo a quantidade de cinquenta
mil dólares em espécie. Nenhuma outra diligência foi
realizada.
Relatado o inquérito policial, os autos foram remeti dos
ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia nos
seguintes termos: “O Ministério Público vem oferecer
denúncia contra Maria Campos e Antônio Lopes, pelos
fatos a seguir descritos: Maria Campos, com o auxílio do
agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu
diversos passaportes para crianças e adolescentes, sem
observância das formalidades
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legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a saída dos
menores do país. A partir da quantidade de dinheiro
apreendida na casa de Antônio Lopes, bem como o
depósito identificado em sua conta bancária, evidente
que ele recebia vantagem indevida para efetuar a
liberação dos passaportes.
Assim agindo, a denunciada Maria Campos está incursa
nas penas do artigo 239, parágrafo único, da Lei n.
8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e nas
penas do artigo 333, parágrafo único, na forma do artigo
69, ambos do Código Penal. Já o denunciado Antônio
Lopes está incurso nas penas do artigo 239, parágrafo
único, da Lei n. 8069/90 (Estatuto da
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Criança e do Adolescente) e nas penas do artigo 317, §1º,
na forma do artigo 69, ambos do Código Penal.
O juiz da 15ª Vara Criminal de Porto Alegre, RS, recebeu a
denúncia, nos seguintes termos: Compulsando os autos,
verifico que há prova indiciária suficiente da ocorrência dos
fatos descritos na denúncia e do envolvimento dos
denunciados. Há justa causa para a ação penal, pelo que
recebo a denúncia. Citem-se os réus, na forma da lei.
Antonio foi citado pessoalmente em 27.10.2010 (quarta-
feira) e o respectivo mandado foi acostado aos autos dia
01.11.2010 (segunda-feira). Antonio contratou você como
Advogado, repassando-lhe nomes de pessoas (Carlos de Tal,
residente na Rua 1, n. 10, nesta
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capital; João de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta
capital; Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310,
nesta capital) que prestariam relevantes informações
para corroborar com sua versão.
Nessa condição, redija a peça processual cabível
desenvolvendo TODAS AS TESES DEFENSIVAS que podem
ser extraídas do enunciado com indicação de respectivos
dispositivos legais. Apresente a peça no último dia do
prazo.
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Lei 8069/90 – Estatuto da Criança e do 
adolescente
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
destinado ao envio de criança ou adolescente para o
exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da
pena correspondente à violência.
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CORRUPÇÃO ATIVA
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir
ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se,
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
dever funcional.
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CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
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FASES DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
(a) oferecimento da denúncia ou queixa (art. 41)
(b) recebimento da denúncia ou queixa (art. 395)
(c) citação (arts. 351 a 369)
(d) resposta do réu (art. 396)
(e) possibilidade de absolvição sumária (art. 397)
(f) audiência de instrução e julgamento (art. 400).
(f.1) oitiva da vítima
(f.2) oitiva das testemunhas de acusação
(f.3) oitiva das testemunhas de defesa
(f.4) interrogatório
(f.5) diligências (art. 402)
(f.6) alegações finais (art. 403)
(f.7) sentença (arts. 403 e 404)
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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário,
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do
acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo
de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo
para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as
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e requerendo sua intimação, quando necessário.
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos
dos arts. 95 a 112 deste Código.
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias.
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CRFB
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
V- os crimes previstos em tratado ou convenção
internacional, quando, iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
ou reciprocamente;
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Lei 9296/96 – Lei de interceptação telefônica
Art. 2° Não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou
participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida,
no máximo, com pena de detenção.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação
telefônica conterá a demonstração de que a sua
realização é necessária à apuração de infração penal,
com indicação dos meios a serem empregados.
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Lei 9296/96 – Lei de interceptação telefônica
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de
nulidade, indicando também a forma de execução da
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova.
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CRFB
Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
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CPP
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
necessário, o rol das testemunhas.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta; 
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O art. 41 do CPP prevê os requisitos da denúncia ou queixa,
que são os seguintes:
a) exposição detalhada do fato criminoso;
b) qualificação do réu;
c) classificação do crime e
d) rol de testemunhas.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RIO GRANDE
DO SUL
(Qualificação completa do réu)
ANTÔNIO LOPES, policial federal, brasileiro, domiciliado
na rua ..., vem, por seu advogado constituído conforme
procuração em anexo, perante Vossa Excelência,
apresentar
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Com base no art. 396, CPP, pelos fatos abaixo expostos:
1. DOS FATOS
O Ministério Público ofereceu denúncia em face do
acusado, imputando-lhe....
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2. DO DIREITO
2.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO;
2.2. DA NULIDADE DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA;
2.3. DA NULIDADE DA BUSCA E APREENSÃO PELA AUSÊNCIA
DE FUNDAMENTAÇÃO;
2.4. DA NULIDADE EM RAZÃO DAS PROVAS OBTIDAS POR
MEIO ILÍCITO;
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2.5. DA NULIDADE EM RAZÃO DA INÉPCIA DA DENÚNCIA
POR VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA;
2.6. DA FALTA DE JUSTA CAUSA COM RELAÇÃO AO CRIME
PREVISTO NO ART. 317, § 1º, DO CP, E COM RELAÇÃO AO
CRIME PREVISTO NO ART. 239, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI
8069/90.
3. DO PEDIDO
Consoante o exposto, a defesa pleiteia a remessa dos
autos ao juízo competente; a declaração das nulidades
acima mencionadas; a absolvição sumária do acusado.
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Em diligências, a defesa requer...
Ficam indicadas as seguintes testemunhas a serem
notificadas para prestarem depoimentos na audiência de
instrução e julgamento:
1) Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. 10, nesta capital;
2) João de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital;
3) Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta
capital.
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Porto Alegre, 08 de novembro de 2010.
___________________
Advogado 
Inscrição OAB nº

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