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Microbiologia, Higiene e Controle dos Alimentos UFSC As micotoxinas A história das micotoxinas começou com o surto turkey x disease, onde a ração de perus, com amendoim, estava contamina com uma substância produzida por Aspergillus flavus. A aflatoxina B1 é considerada o agente natural mais carcinogênico e a mais importante do Brasil. Os efeitos da micotoxina tendem a ser crônicos, podendo ser indução de câncer, lesão renal e depressão do sistema imune. As micotoxinas são termoestáveis, então é importante prevenir que elas sejam formadas. A penicilina, cefalosporinas são micotoxinas benéfica para o homem no combate de doenças. Os fungos estão muito presentes nos cultivos agrícolas, em condições favoráveis de umidade, temperatura e aeração, são capazes de germinar, crescer e produzir toxinas que causam doenças em animais. As micotoxinas estão relacionadas com grãos armazenados e rações para animais. As aflatoxinas são produzidas principalmente por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. O homem pode ser contaminado por micotoxinas através do consumo de alimentos processados ou in natura, ingerindo carne de animais alimentados com ração contaminada. Os tipos de micotoxinas Algumas micotoxinas possuem capacidade mutagênica e carcinogênica, enquanto outras apresentam toxicidade específica a um órgão e são tóxicas por outro mecanismo. São produzidas como metabólitos secundários, sendo os primários, essenciais para o crescimento. Aflotoxina Quimicamente são cumarinas altamente substituídas e 18 toxinas intimamente relacionadas são conhecidas. A aflotoxina B1 é produzida por todas as linhagens produtoras de aflotoxinas, sendo a toxina mais potente desse grupo. A AFM1 é um produto hidroxilado da AFB1, aparece no leite, urina e fezes de animais. As micotoxinas são metabólitos secundários poliquetídeos. Aflotoxinas têm sido encontradas em carne fresca, presunto, bacon, leite, cerveja, chocolate, uva passa, produtos a base de soja, pães integrais de trigo e centeio, queijo, suco de maçã. Em amendoins, a produção de aflotoxina ocorrem em grande parte no armazenamento após a colheita. A toxicidade é maior para animais jovens e machos do que mais velhos e fêmeas. Os efeitos tóxicos aumentam em dietas pobres em proteínas e que prejudicam o fígado. As aflotoxinas são carcinogênicas para humanos. A temperatura ótima de produção é entre 24°C e 28°C. Citrinina Produzida por Penicillium citrinum, P. veridicatum e outros fungos. Foi identificada a partir de produtos alimentícios mofados e pode ser produzida em meio sintético. Detectada em arroz polido, pão mofado, presunto curado, trigo, aveia, centeio e outros produtos similares. Em semestes de cacau e café seu crescimento é inibido pela cafeína. Esta toxina é carcinogênica. Ocratoxina Esta toxina, hepatotóxica e nefrotóxica, tem sido encontrada em milho, feijão seco, sementes de cacau, grão de soja, cevada, frutas cítricas, castanhas do Brasil, tabaco mofado, presunto curado, amendoim, grãos de café e produtos similares. A ocratoxina A é termoestável, é a mais conhecida e tóxica. Patulina Produzida por um grande número de fungos do gênero Penicillium, por alguns fungos do gênero Aspergillus. Identificada a partir de produtos alimentícios mofados. Alguns fungos podem produzi-la em temperatura abaixo de 2°C. Tem sido encontrada em pães mofados, linguiça, frutas (banana, abacaxi, pêra, uva, pêssego), suco de maçã, sidra e outros. Ácido penicílico e esterigmatocistina O ácido penicílico é produzido por fungos do gênero Penicillium e A. ochraceus. Um dos maiores produtores é o P. cyclopium. Tem sido encontrada em milho, feijão, outros produtos agrícolas e produzida experimentalmente em queijo suíço. É uma micotoxina comprovadamente carcinogênicas. A esterigmatocistina é relacionada a aflotoxinas, tem atividade hepatocarcinogênica em animais. Tem sido observada em trigo, aveia, queijo holandês e grãos de café. Não é tão potente quanto a aflotoxina. Fumonisina Produzida por fungos do gênero Fusarium em milho e outros grãos. Causam doenças em animais e humanos com o consumo de alimentos contaminados com altos níveis desse fungo. A FB1 é produzida em maiores quantidades por linhagens produtoras de fumonisinas Sambutoxina Está associada com batatas secas e aprodrecidas, produzida principalmente por linhagens de Fusarium. A sambutoxina causa hemorragia no estômago e intestino de ratos, os animais passam a rejeitar ração e perdem peso. Zearelenona Associados ao milho, esses organismos invadem a planta no estágio de floração, se os níveis de umidade permanecem altos após a colheita, o fungo cresce e produz toxinas. Trigo, aveia, cevada, gergelim podem ser infectados também. As micotoxinas possuem propriedades estrogênicas, não são mutagênicas. Detecção, prevenção e controle de micotoxinas É preciso monitoramento da ocorrência do fungo, pois se não há detecção de fungo é possível que não haja contaminação de micotoxina. Vários governos já estabeleceram limites regulamentares para micotoxina em alimentos e rações. Para prevenção e controle de micotoxinas deve-se saber que elas não são produzidas em alimentos devidamente secos, por isso a secagem eficiente e a conservação sem umidade é uma medida eficaz contra o crescimento de fungos e a produção de micotoxinas. Grãos estragados tem mais tendência para invasão de fungos, estes estragos são causados principalmente por insetos. É essencial que os grãos sejam conservados livres de insetos, para impedir problemas de umidade e mofo. O armazenamento vedado em ambientes modificados para controle de insetos também é efetivo para o controle do crescimento de fungos.
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