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Relação Sociedade e Escola na História

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Relação sociedade e escola
Ao ler a grande maioria dos projetos políticos pedagógicos (PPP) das escolas encontramos incluso ou na sua filosofia ou em seu objetivo geral para o educando, a seguinte expressão “formar um cidadão crítico para atuar na sociedade”, no entanto, nada mais claro que haver esta expressão já que nos ditos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) este mesmo objetivo encontra-se comum para toda a educação. Então, se refletirmos sobre essa questão, logo nos deparamos com o pensamento sobre a sociedade em que vivemos, surgindo questionamentos como: em que sociedades vivemos atualmente e qual a escola que ela está construindo ? 
Para compreendermos melhor a relação sociedade e escola, e para tentar elucidar esta questão, buscou-se situar- se na história, na busca de contextos políticos e sociais que formaram as escolas e englobarão a educação durante anos, e que ainda refletem na atual. Pois se nos deparamos com a história da educação ao longo dos anos, buscaremos a comprovação de que a escola vem da sociedade, pois o contexto histórico é que cria a concepção de educação a ser abordada e o contexto social em que a escola é inserida.
 O sistema de ensino que conhecemos hoje teve o seu surgimento na década de 30 quando se começou o movimento em prol da educação para todos, já que anteriormente a educação seria apenas um instrumento utilizado pelos jesuítas para a catequização de indígenas e que seria aprofundada somente pelos mais ricos, geralmente em outros países. Conforme Santos (2003) em 1930 começou a surgir o movimento ‘ Escola Nova’ onde a preocupação centrou-se em escola pública para todos, e de ambos os sexos. O contexto histórico da época, relata um esforço da sociedade pelo nacionalismo, onde criou-se uma política de industrialização interna, buscava-se o afastamento dos ideais socialistas e o conflito de classes, a escola buscou ser um instrumento de higienização e moralização, para manter a “população controlada”.
No período ditatorial, onde, a escola e a consequentemente a educação criou freios, pois fecharam os conselhos de educação, o povo não era instigado a pensar, pois caso isso ocorresse seria contra a ditadura, o povo foi preparado corporalmente, jornais, meios públicos de informação, rádios e tudo mais que instigasse os brasileiros a pensar eram fechados ou eram fiscalizados e taxados pela censura. O período posterior à ditadura trouxe uma educação com uma herança autoritária em relação às políticas de trabalho, e segundo Ghiraldelli Jr. (2009) o ensino público voltou-se para o ensino das elites, onde seguiam um caminho escolar simples, e logo após poderiam ingressar em algum instituto de educação ou faculdade, porém as classes mais pobres seguiriam do primário aos cursos profissionalizantes, onde só poderia-se cursar faculdade que englobasse o curso profissionalizante. A sociedade nesse contexto, engessava as classes menos favorecidas não permitindo a ascensão social através da escola. 
Posteriormente, a educação teve novos rumos, onde houve a República, de então a educação buscou suprir as necessidades de iletramento e de não instaurou um pensamento critico, onde assim não haveria democracia do mesmo modo, compreendendo que a população não compreendia o contexto social e as possíveis modificações positivas e ou negativas. Mais tarde com o Governo de José Sarney houve algumas melhoras significativas como as escolas públicas com melhores condições para atender a maioria da população, a distribuição de livros didáticos gratuitamente.
No entanto, segundo Ghiraldelli Jr. (2009), logo o ‘plano cruzado’ não conter a inflação, a educação não teve um equilíbrio, então afetou significativamente a educação e seus investimentos foram cortados. Mais tarde após Collor assumir e ser deposto, Itamar Franco recebeu a educação e o MEC (Ministério da Educação) com todos os setores destruídos e a educação no país tornou a ter mais um regresso, conforme Ghiraldelli Jr. (2009) afirma.
Ao nos deparamos com esses contextos fica claro, que o principal impulsionador da escola foi o contexto da Revolução Industrial, onde apesar de instruir a hábitos comportamentais e colocar valores morais, foi nesta época que a escola deteve um conhecimento sistematizado, isso segundo Martins (2002), porém a medida que houve o desenvolvimento do capitalismo o conhecimento cientifico passou a assumir uma referencia na educação. Martins (2002) relata que o capitalismo então começa a reconhecer a escola, onde a burguesia busca na escola estratégias para garantir a manutenção da acumulação privada de riqueza, e também, um método para comandar o país de forma passiva;
Atualmente vivemos em uma era com avanços tecnológicos e científicos, chamada de pós-modernidade por alguns historiadores, onde a sociedade atual vive fundada por um ideal capitalista, onde os princípios são os mesmos, onde estamos fundados em objetivos transformadores e metodologias tradicionais, onde busca-se o conhecimento a todo instante mas não se dão métodos para como utilizá-lo, a atual população subiu do nível de miséria para a pobreza, mas os índices não indicam que a diferença entre eles seja apenas de R$ 71,00. Segundo Martins (2002) a função central da escola limita-se ao cidadão trabalhador, agora pautados em valores morais que são facilmente manipulados pelo mercado, a ênfase da sociedade tornou-se dominar e consequentemente a da escola.
Para a autora, a o momento cientifico tecnológico, vem com o intuito de que a população aceite a subordinação do Brasil aos contextos internacionais, nos questiono: voltemos a ser colônia? A nova educação, fragmentada em antigas discussões, traz a tona um sentido educativo onde no papel seriamos um grande centro educador e na ação somos cidadãos consumidores, o ensino das competências está aí, porém não se tem feito muito para que sua aplicação seja concreta na escola, o que faz a sociedade girar em torno da formação do cidadão trabalhador não identificado ainda com sua classe e com o dever social de mudança. 
Portanto, a relação escola e sociedade sempre se estabeleceram de maneira onde os interesses de uma pequena maioria dominassem os demais interesses da população, logo após com a vinda do capitalismo, passou-se a dominar com uma falsa ética baseada em princípios morais de ganho e perda, onde institucionalizou-se a escola como maneira de fabricar seres portadores de conhecimentos e não seres conhecedores, onde buscou-se uma política de dominação através do conhecimento, no entanto essa visão de mundo capitalista onde só o consumo e o querer mais interessa deve ser quebrado para que a educação consiga transformar a sociedade no mesmo momento que estes paradigmas só podem ser quebrados quando a educação modificar-se a partir da sociedade. O que resta a nos educadores, dentro de nossas possíveis possibilidades colocar os educandos a par dessas situações e colocá-los refletir e se tornar seres questionadores em todo este processo, para que mais tarde possamos modificar esse pensamento, voltando a agir com ética, onde o pensamento humano esteja centrado no bem estar da humanidade no conjunto e não somente no seu próprio.
Função social da escola em uma sociedade republicana
O prazer e a alegria não são finalidades da escola, mas são sentimentos presentes no caminho da criança e do jovem que vão ao encontro de um determinado tipo de saber ou que deveriam ir. A escola é um momento da vida de quem está no seu interior e não apenas uma preparação para o futuro. ( SOARES, 1996; p.7) 
Concebemos que a função da instituição escolar é garantir o processo de transmissão, sistematização e assimilação de conhecimentos/habilidades produzidos historicamente pela humanidade, de modo a permitir que as novas gerações venham a interagir e intervir na sociedade. (RESENDE et al., 1997; p.27)
Á escola cabe a função político-social de possibilitar a conservação e a renovação dos conhecimentos produzidos e acumulados, para que as novas gerações assumam a responsabilidade de continuarem a construçãode uma sociedade ( sendo no nosso caso, identificada com valores humanistas e democráticos), no sentido finalístico de promover o desenvolvimento cientifico, tecnológico e cultural, tendo como referências o bem estar e a qualidade de vida coletiva.(RESENDE et al., 1997; p.27)
Sendo assim, a escola tem como função especifica a conservação do patrimônio cientifico e cultural construído pela atividade humana pública e comum, bem como a sua preparação para melhor interagir no mundo social e do trabalho... .(RESENDE et al., 1997; p.27)
Portanto, é função da escola contribuir para o desenvolvimento da personalidade e das potencialidades do individuo. Seu currículo deve fornecer as condições para o autoconhecimento, para qualificar o homem, com instrumentos básicos, para o mundo do trabalho; para demonstrar, numa perspectiva critica os ideais, possibilidades, paradoxos e contradições das formas e meios de produção; para fornecer instrumentos de compreensão e intervenção na realidade social. No nosso mundo de entender, esse processo de intervenção educacional deverá estar pautado em valores de justiça, de tolerância as diferenças, de pluralidade, de liberdade, de fraternidade e de igualdade de condições e oportunidades. .(RESENDE et al., 1997; p.28)
O que é currículo
Educação física enquanto componente curricular na escola
A Educação Física escolar tal como concebemos hoje- como matéria de ensino- tem suas raízes na Europa de fins do século XVIII e inicio do século XIX. Com a criação dos chamados Sistemas Nacionais de Ensino, a Ginástica, nome primeiro dado á Educação Física e com caráter bastante abrangente teve lugar como conteúdo escolar obrigatório. (SOARES, 1996; p.8)
Estes métodos e/ou escolas de ginástica não pensaram a Ginástica na escola, mas os pedagogos e os médicos buscaram neles os princípios básicos para elaborar os conteúdos de ensino da escola, uma especificidade da Ginástica para a escola. Esta Ginástica compreendia exercícios individuais, em duplas, quartetos; o ato de levantar e transportar pessoas e objetos; esgrima; danças; jogos e posteriormente, já no final do século XIX, os jogos esportivos; a música; o canto e os exercícios militares. Durante todo o século XIX vamos encontrar esta abrangência e diversidade de conteúdos de ensino e, sobretudo, uma clara especificidade. ( SOARES, 1996;p.8)
A educação física está na escola. Ela é uma matéria de ensino e sua presença traz uma adorável, uma benéfica e restauradora desordem naquela instituição. Esta sua desordem é portadora de uma ordem interna que lhe é peculiar e que pode criar, ou vir a criar uma outra ordem na escola. ( SOARES, 1996; p.7)
Para que a Educação Física realmente seja caracterizada, conhecida e reconhecida como área com fim social educativo, contribuindo com a formação do cidadão, deve-se ir além da simples prática pela atividade motora visando á melhora da aptidão física e saúde. Para isso, não é mais possível oferecer programas com base na repetição de movimentos estereotipados, regidos pela lógica de automatização e por princípios fisiológicos que trazem pouco ou nenhum significado para a pessoa, não permitindo a reflexão, tampouco sua utilização em outras situações do dia a dia. (ULASOWICZ e PEIXOTO, 2004; p.65)
	A educação física enquanto componente curricular da Educação Básica deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai porduzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e de dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em beneficio da qualidade de vida. (BETTI e ZULIANI, 2002; p.75)
Especificidade da educação física ( função e conhecimentos)
Hoje já é possível, no âmbito da Educação Física, pensar a ciência fora dos limites do positivismo e perceber que para tratar das atividades físicas em suas determinações culturais especificas, o corpo e as linguagens corporais constituem-se em respostas a esta compreensão.
Sem esquecer a provisoridade do conhecimento, afirmo aqui esta retomada da Educação Física como lugar de aprender Ginástica, Jogos, Jogos Esportivos, Danças , Lutas, Capoeira. (SOARES, 1996; p.10)
O que se tem observado com a “excessiva” ênfase no desenvolvimento e na aprendizagem de habilidades esportivas dos programas de Educação Física é o desinteresse e a exclusão dos menos habilidosos , o que geralmente representa a maioria dos alunos. Isso se agrava quando a escola prioriza competições estudantis, desvirtuando a prática pedagógica dos professores, estabelecendo uma relação treinador- atleta e não mais professor- aluno. (ULASOWICZ e PEIXOTO, 2004; p.64)
O conteúdo da Educação Física não muda, está inserido no jogo, esporte, ginástica, dança e lutas, o que se pode chamar de Cultura Corporal de Movimento, ou simplesmente Cultura Corporal. O que muda são as formas de concebê-lo e ensiná-lo; estas sim, quase não são conhecidas dos professores. ( RANGEL- BETTI, 1999; p.38)
A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento- o esporte espetáculo dos meios de comunicação, as atividades de academia, as práticas alternativas, etc. (BETTI e ZULIANI, 2002; p.75)
É tarefa da Educação Física preparar o aluno para ser um praticante lúdico e ativo, que incorpore o esporte e os demais componentes da cultura corporal em sua vida, para deles tirar o melhor proveito possível. (BETTI e ZULIANI, 2002; p.75).
O ensino da educação física, na perspectiva da cultura corporal, tem como objetivo geral possibilitar os alunos a vivencia sistematizada de conhecimentos/ habilidades da cultura corporal, balizada por uma postura reflexiva, no sentido da aquisição da autonomia necessária a uma prática intencional, que considere o lúdico e os processos sócio comunicativos, na perspectiva do lazer, da formação cultural e da qualidade coletiva da vida. .(RESENDE et al., 1997; p.28)
Referencias
SOARES, C.L.;Educação Física Escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, n. 2 ,p.6-12, 1996.
ULASOWICZ, Carla. PEIXOTO, João Raimundo Pereira. Conhecimentos conceituais e procedimentais na educação física escolar: a importância atribuída pelo aluno. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 3, n. 3, p. 63-76, 2004.
RANGEL- BETTI, Irene C. Educação Física Escolar: olhares sobre o tempo. Revista Motriz. v. 5, n. 1, p. 37-39. 1999.
BETTI, Mauro. ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. V.1,n.1, p.73-81. 2002. Disponível em <http://www3.mackenzie.br/editora/index.php/remef/article/view/1363/1065> acessado em 12/03/12.
RESENDE, Helder Guerra de, et al. Elementos Construtivos de uma proposta curricular para o ensino-aprendizagem da educação física na escola: um estudo de caso.Revista Perspectivas em Educação Física. V.1, n.1,p.26-35. 1997. Disponível em <http://www.lisane.pro.br/Disciplinas/Pratica3/Material/Artigos/constituintes_curricular.pdf> acessado em 12/03/12.
GHIRALDELLI Jr, Paulo. História da Educação Brasileira. 4º Ed; São Paulo, Cortez, 2009.
SANTOS, Clóvis Roberto dos. Educação Escolar Brasileira. 2ª Ed.; São Paulo, Pioneira Thomson, 2003.

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