Buscar

Criatividade Tema3 - A criatividade e o ser humano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

A criatividade e o ser humano
Alessandra Jungblut
Introdução
O estímulo ao ato de criar envolve uma série elementos, desde os traços de personalidade até 
a influência da cultura e do meio social. Aspectos individuais incluem a curiosidade, a flexibilidade, 
a motivação e a persistência. Essas características, aliadas a um ambiente adequado, podem con-
tribuir para a expressão criativa. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar tipologias de perfis do ser humano que desenvolvem a personalidade criativa;
 • conhecer os papéis sociais que compõem a formação do indivíduo criativo.
1 A criatividade e a personalidade 
(ajustamento e papéis sociais)
A criatividade está presente em nós, manifestada em diferentes intensidades. De acordo com 
Alencar e Fleith (2009), a produção criativa de um indivíduo é influenciada por habilidades cogniti-
vas, condições ambientais, motivação, atitudes e traços de personalidade.
O ambiente e a educação são essenciais no desenvolvimento criativo, ao estimular essa ativi-
dade, sem obstaculizar à expressão. Segundo Predebon (2010), existem características favorecem 
a criatividade e compõem a chamada “personalidade criativa”:
 • Independência, ousadia
 • Curiosidade
 • Flexibilidade
 • Sensibilidade
 • Leveza, otimismo
 • Fluência verbal e de raciocínio
 • Interesse variado
 • Valorização do diferente
 • Intuição, impulsividade
Figura 1 – Personalidades criativas
Fonte: Visual3Dfocus/Shutterstock.com
Essas características não estão presentes em todos os criativos, mas é possível desenvolver 
alguns desses aspectos para expressar melhor seu potencial. 
A criatividade faz parte da interação do homem com o meio social: ele a utiliza para manter o 
equilíbrio entre suas necessidades e a adaptação ao ambiente. Isso é chamado de ajustamento cria-
tivo que, segundo Pacheco (2010), é uma maneira saudável de interagir ativamente, adaptando-se e 
equilibrando as demandas externas e internas, sem anular ou supervalorizar nenhuma delas. 
EXEMPLO
Uma pessoa preocupada em manter uma alimentação livre de agrotóxicos mora 
em um apartamento e não encontra esses produtos em um supermercado próxi-
mo. Então, constrói uma horta vertical em sua sacada.
Na interação social, o homem assume funções denominadas de papéis sociais (ROJAS-BER-
MUDEZ, 2016). 
São padrões de comportamento exercidos em sociedade, de acordo com o que é esperado 
em várias esferas (família, trabalho, relacionamentos, grupos sociais). Desempenhar papéis faz 
parte de nossa identidade e cultura, porém, padrões muito rígidos podem impedir a espontanei-
dade e iniciativa necessárias às mudanças sociais e ao ajustamento criativo. “O destino de uma 
cultura depende da criatividade de seus membros” (Moreno,1984 apud Neves, 2008, p. 32). 
FIQUE ATENTO!
Deve haver o equilíbrio entre o impulso criativo de nossa personalidade e as circuns-
tâncias do ambiente.
2 A criatividade e a socialização 
(formação de valores, dogmas e preconceito)
Na infância, iniciamos o processo de socialização, definido como a aquisição de valores, 
padrões comportamentais, crenças e atitudes, que se torna mais complexo com o passar do tempo 
(Mussen, 1988 apud Neves, 2008). A criatividade, de acordo com Chagas, Apes e Fleith (2008), não é 
consequência exclusiva de processos internos, mas resulta da interação do indivíduo com o meio e 
se desenvolve constantemente por meio das experiências acumuladas durante a vida. 
Ainda na infância, utilizamos a imaginação e a fantasia; conforme crescemos, desenvolve-
mos a linguagem e o conhecimento, adquirimos experiências mais complexas e conseguimos 
transformar os sonhos em realidade. É o momento em que a criatividade atinge sua maturidade.
Figura 2 – Socialização e cultura
domínio
campo indivíduo
SOCIEDADE
EXPERIÊNCIA
PESSOAL
PRODUÇÃO
DE
NOVIDADE
CULTURA
seleção de
novidade
transmissão de
informação
estimula a
novidade
Fonte: adaptado de CSIKSZENTMIHALYI (2004) apud MOREIRA (2008).
Csikszentmihalyi (1999 apud Chagas, Apes e Fleith, 2008) propõe um modelo sistêmico para 
o estudo da criatividade, considerando-a como a soma de aspectos individuais (genética e experi-
ências pessoais), culturais e sociais. 
Os aspectos individuais envolvem curiosidade, motivação, persistência, entusiasmo, flexibi-
lidade de pensamento, entre outros. Os aspectos culturais são os hábitos, regras, preconceitos e 
conhecimentos compartilhados. Já os aspectos sociais envolvem as relações entre grupos. 
Na interação com a cultura, o indivíduo criativo poderá fazer questionamentos e propor 
mudanças criativas, desde que encontre um ambiente social adequado que ofereça oportunidade 
de escolha, tarefas estimulantes e a aceitação das diferenças. 
FIQUE ATENTO!
Questionar a realidade e propor mudanças socioculturais positivas é uma função 
importante e própria de pessoas criativas.
SAIBA MAIS!
Para entender mais sobre o processo de socialização e a relação entre indivíduo, so-
ciedade e cultura, acesse: <http://wright.ava.ufsc.br/~alice/conahpa/anais/2009/
cd_conahpa2009/papers/final157.pdf>.
3 A criatividade no contato humano 
(introversão x extroversão)
Um dos preconceitos que conhecemos refere-se à questão do que é próprio de indivíduos 
introvertidos e extrovertidos. Por exemplo, os extrovertidos são líderes mais competentes e os 
introvertidos são tristes. Algumas das ideias preconcebidas sobre isso, segundo Cain (2012), são 
a crença de que o mundo é de maioria extrovertida, e também, a simplificação dos termos, já que 
temos tipos diferentes de introvertidos e extrovertidos.
Jung (2011) aborda a questão introversão x extroversão como parte de sua teoria da perso-
nalidade (tipos psicológicos). De acordo com autor, definir-se como um ou outro é difícil, tendo 
em vista a tendência humana a compensar o aspecto unilateral de seu tipo, ou seja, podemos ser 
essencialmente introvertidos e apresentar comportamentos extrovertidos para que nossa psique 
possa manter o equilíbrio. 
A extroversão caracteriza-se por interesses predominantemente objetivos (mundo externo, 
atividades em grupo) e a introversão, por interesses predominantemente subjetivos (mundo 
interno, atividades individuais). Na realidade, todos apresentamos os dois tipos de atitude, porém, 
um é preponderante. O ideal é o equilíbrio, para nos sentirmos confortáveis, tanto com o mundo 
externo, quanto com o interno. 
Figura 3 – Yin e Yang
Extroversão
Introversão
Fonte: FEIST; FEIST & ROBERTS, 2015, p.79.
Segundo Cain (2012), a supervalorização dos extrovertidos pode fazer com que os introver-
tidos sintam dificuldade em aceitar-se. Os introvertidos tendem a ser mais criativos porque pos-
suem uma experiência interna mais rica, são mais focados e persistentes, enquanto os extroverti-
dos têm a necessidade de obter atenção do grupo. 
SAIBA MAIS!
A revista Superinteressante traz um artigo a respeito das pessoas consideradas intro-
vertidas. Acesse: <www.super.abril.com.br/comportamento/timidos-sem-vergonha/>.
4 O Ser criativo
A autoaceitação é uma das características que auxiliam a expressão criativa, assim como a 
leveza. De acordo com Castilho e Sanmartin (2013), a ação criadora vai além da resolução de pro-
blemas e atende necessidades intrínsecas de realização. O jogo, as brincadeiras e a diversão são 
importantes aliados no desenvolvimento de pessoas criativas. No adulto, redescobrir a esponta-
neidade e a alegria e divertir-se no processo criativo é importante para pessoas que querem vencer 
as repressões e enfrentar o medo do julgamento alheio. O foco é o processo de criação em si, ao 
invés da simples espera por recompensa ou punição.
O ato de dedicar-se à produção criativa com prazer e satisfação está relacionado aos aspec-
tos motivacionais. Amabile (1996 apud Alencar e Fleith,2009) afirma que a motivação intrínseca 
é o que leva o indivíduo a buscar mais informações, arriscar-se e sair do comum, buscando novas 
estratégias criativas. De acordo com Ostrower (2011), a criatividade é uma habilidade caracterís-
tica do ser humano e o ato de criar é uma necessidade. Dessa forma, o homem como ser criativo 
por natureza encontra satisfação na realização desse potencial.
EXEMPLO
Podemos observar essa motivação em personalidades que se destacaram. Leonardo 
da Vinci foi um criativo obcecado pela observação do mundo. Carregava consigo um 
caderno para anotar pensamentos e inventos e desenhar o que via nas ruas. Tinha 
interesses variados, como pintura, geometria, anatomia, entre outros (Herbert, 2002).
Figura 4 – Leonardo Da Vinci
Fonte: Georgios Kollidas/Shutterstock.com
Virgolim, Fleith e Neves-Pereira (2008) trazem uma perspectiva humanista, a questão da 
autorrealização. É por meio da criatividade que o ser humano se realiza. Para isso, é necessário 
segurança e liberdade psicológica, ou seja, segurança de ser aceito como é e liberdade psicológica 
para expressar-se livremente, sem impedimentos.
FIQUE ATENTO!
Exercer a criatividade é uma necessidade humana e é por meio dela que o ser hu-
mano se realiza. Para isso, é preciso motivação e um ambiente adequado à livre 
expressão.
Fechamento
Ao final desta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer algumas características atribuídas à personalidade criativa;
 • aprender o conceito de ajustamento criativo;
 • compreender a influência da personalidade, da cultura e da sociedade no desenvolvi-
mento da criatividade;
 • observar as diferenças entre introversão e extroversão no processo criativo.
Referências
ALENCAR, Eunice e FLEITH, Denise. Criatividade: múltiplas perspectivas. 3. ed. Brasília: UNB, 2009.
CAIN, Susan. O Poder dos Quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que 
não para de falar. Rio de Janeiro: Agir, 2012.
CASTILHO, Marta Andrade e SANMARTIN, Stela Maris. Criatividade no Processo de Coaching. 
São Paulo: Trevisan Editora, 2013.
CASTRO, Carol. Tímidos sem vergonha. Superinteressante, 2014. Disponível em: <http://super.
abril.com.br/comportamento/timidos-sem-vergonha/>. Acesso em: 21 fev. 2017.
CHAGAS, Jane F., APES, Cristiana C. e FLEITH, Denise S. A relação entre criatividade e desen-
volvimento: uma visão sistêmica. pp. 210-230. In: DESSEN, Maria A. e COSTA JR, Áderson Luiz. 
A Ciência do Desenvolvimento Humano: tendências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: 
Artmed, 2008.
FEIST, Jess; FEIST, Gregory J. e ROBERTS, Tommi-Ann. Teorias da personalidade. 8. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2015.
HERBERT, Janis. Da Vinci para crianças. São Paulo: Zahar, 2002.
JUNG, Carl G. Tipos Psicológicos. 4. ed. Coleção Obra Completa – v. 6. Petrópolis: Vozes, 2011.
MOREIRA, Mafalta Vaz Pinto. Criatividade organizacional, uma abordagem sistémica e pragmá-
tica. 2008. 185 f. Dissertação (Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico) – FEUP. 
Porto, Portugal. 2008. 
NEVES, Sissi Malta. Os papéis sociais e a cidadania. In ZANELLA, Andrea V., et al. Psicologia e 
práticas sociais. [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. pp. 28-48. 
Disponível em: <http://books.scielo.org/id/886qz/pdf/zanella-9788599662878-05.pdf>. Acesso 
em: 21 fev. 2017.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
PACHECO, Cristina V. Razão x Emoção: um atendimento clínico sob a luz da Gestalt- Terapia.
[online] Monografia. Florianópolis: Comunidade Gestáltica, 2010. Disponível em: <https://view.
officeapps.live.com/op/view.aspx?src=http://www.comunidadegestaltica.com.br/sites/default/
files/CRISTINA%20VIEIRA%20PACHECO.docx>. Acesso em: 21 fev. 2017.
PEREIRA, Kariston et al. A Criatividade na sociedade do conhecimento: um ensaio sobre a impor-
tância dos fatores culturais e nãocognitivos. 4º CONHAPA – Congresso Nacional de Ambientes 
Hipermídia para Aprendizagem, Florianópolis, 2009. 
PREDEBON, José. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROJAS-BERMÚDEZ, Jaime G. Introdução ao Psicodrama. São Paulo: Ágora, 2016.
VIRGOLIM, Ângela M. R., FLEITH, Denise S. e NEVES-PEREIRA, Mônica S. Toc, toc... plim, plim: 
lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade. 9. ed. Campinas: 
Papirus, 2008.

Outros materiais