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Prévia do material em texto

MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM
ESPAÇOS NÃO FORMAIS
ETAPA 1
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso de Mediação Educativa em Espaços Não Formais
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Vania Konell
Autora
Brigitte Grossmann Cairus
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco
Revisão
Harry Wiese
3
Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados.
MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Após o estudo desta unidade, o acadêmico estará apto a:
•	 conhecer	os	conceitos	e	as	especificidades	gerais	da	educação	não	formal	e	da	educação	
patrimonial;
•	 conhecer	os	 espaços	de	educação	não	 formal,	 como	os	museus	de	arte,	 cultura	e	
ciências,	 as	 exposições,	 as	galerias,	 trilhas	 ecológicas,	 saídas	a	 campo	e	visitas	 às	
instituições	públicas	e	privadas.
PLANO DE ESTUDOS
Esta	etapa	está	dividida	em	três	 tópicos.	Em	cada	um	deles,	você	encontrará	
autoatividades	que	o	ajudarão	a	fixar	os	conhecimentos	adquiridos.	Esta	etapa	também	
apresentará	um	objeto	de	aprendizagem,	um	roteiro	de	vídeo,	15	questões	objetivas,	
um	fórum	e	uma	enquete.
.	
TÓPICO	1	–	A	EDUCAÇÃO	NÃO	FORMAL
TÓPICO	2	–	A	EDUCAÇÃO	PATRIMONIAL
TÓPICO	3	–	OS	ESPAÇOS	DE	EDUCAÇÃO	NÃO	FORMAL
4 MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
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TÓPICO 1
A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1 INTRODUÇÃO
A	educação		ou		aprendizagem			não	formal		constitui	atualmente	um	aspecto	
essencial	do	processo	de		aprendizagem	e	possibilita	um	caminho	de	aprendizagem	com	
diversas	dimensões	tais	como:	a	aprendizagem	política	dos	direitos	dos	cidadãos	enquanto	
indivíduos;	a	capacitação	dos	cidadãos	para	o	trabalho,	por	meio	da		aprendizagem		de	
habilidades	e/	ou	aperfeiçoamento	de	potencialidades;	a	 	aprendizagem		e	treino	de	
práticas	que	 capacitam	os	 cidadãos	a	 conhecerem	sua	própria	 cultura	 e	 identidade	
coletiva;	a	se	organizarem	com	metas	comunitárias,	voltadas	para	a	resposta	de	questões	
coletivas	do	cotidiano;	a	aprendizagem	de	conteúdos	que	possibilitem	aos	cidadãos	
fazerem	uma	análise	do	mundo	do	ponto	de	vista	do	abarcamento	do	que	se	passa	em	
suas	comunidades;	a	educação	desenvolvida	no	conjunto	de	meios	de	comunicação	e	
da	mídia	etc.	
2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A	educação	não	formal	é	aquela	que	acontece	fora	do	sistema	formal	de	ensino,	
sendo	 complementar	 a	 esse.	É	um	processo	 estruturado,	porém	 frequentemente	os	
resultados	de	aprendizado	não	são	avaliados	formalmente.	A	educação	não	formal	possui	
como	propósito	adquirir	de	maneira	efetiva,	princípios	fundamentais	para	a	formação	
de	indivíduos	protagonistas	de	sua	própria	vida,	possibilitando	para	eles	o	aprendizado	
da	 cidadania,	 apreensão	 comunitária,	profissionalização,	 reforço	 escolar,	dimensão	
sociocultural,	entre	outros.	O	profissional	da	educação	que	age	em	espaços	não	formais	
precisa	estar	a	par	da	importância	de	oferecer	o	aprendizado	de	competências	que	levem	
os	indivíduos	a	uma	melhora	na	sua	qualidade	de	vida	e	autoestima,	capacitando	–	os	
para	seu	desempenho	nos	mais	variados	espaços	na	sociedade.
Não	conhecemos	na	atualidade	um	conceito	único	ou	consensual	de	“educação	
não	 formal”	 (ou	de	 “aprendizado	não	 formal”).	Esses	 termos	 são	 também	alvo	de	
interpretações	distintas	de	acordo	 com	as	distintas	 culturas,	 tradições	nacionais	ou	
contextos	político-educativos	de	cada	país	ou	região.	Nas	últimas	décadas,	“Educação	
Não	Formal"	tornou-se	a	concepção	sumária	para	aquilo	que,	no	passado,	se	conhecia	
por	“educação	fora	da	escola".	Assumimos	hoje,	realmente,	que	a	educação	não	formal	
se	distingue	da	 educação	 formal	 (ou	 ensino	 tradicional)	 em	 termos	de	 estrutura,	
da	maneira	 como	é	organizada	e	da	 forma	de	 identificação	e	qualificação	que	essa	
forma	de	aprendizado	confere.	Entretanto,	a	pedagogia	não	formal	é	entendida	como	
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MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
complementar	–	e	não	contraditória	ou	alternativa	–	ao	sistema	de	educação	formal	e	
precisa,	pois,	ser	desenvolvida	em	acordo	permanente,	quer	com	a	educação	formal,	
quer	com	a	educação	informal.
No	decorrer	dos	últimos	anos,	a	necessidade	de	formação	contínua	no	decorrer	
da	vida	mostrou-nos	que	o	progresso	de	competências	múltiplas	pode	ser	conseguido	
por	 intermédio	do	 aprendizado	 em	 contextos	 formais	 ou	não	 formais,	 sendo	 esse	
aprendizado	mais	efetivo	em	uns	que	em	outros.	É	comum	querermos	identificar	ou	
compreender	a	educação	não	 formal	através	da	educação	 formal.	Na	atualidade,	é,	
entretanto,	difícil	 encontrarmos	modelos	puros	de	 educação	 formal	 e	de	 educação	
não	formal.	Os	âmbitos,	os	conteúdos,	as	metodologias	e	os	princípios	pedagógicos	
que	as	caracterizam	são,	felizmente,	cada	vez	mais	partilhados	de	maneira	sinérgica	e	
complementar.	Para	definir	conceitos	teremos	que	recorrer	a	exemplos	extremos,	ditos	
“tradicionais”	ou	“mais	frequentes”	destas	distintas	vias	educativas.
É	fácil	compreendermos	o	conceito	de	educação	formal	se	a	ele	associarmos	aquilo	
que	comumente	conhecemos	como	as	escolas	e	as	universidades,	enquanto	instituições	
de	ensino	“tradicionais”,	centradas	nas	figuras	do	professor	e	do	aluno.	Ao	sistema	
educativo	 formal	 estão	normalmente	associadas	várias	 etapas	de	desenvolvimento	
devidamente	 graduadas	 e	 avaliadas	 quantitativamente;	 estes	 anos	 acadêmicos	
organizam-se	por	disciplinas	e	a	cada	uma	delas	estão	associados	programas	curriculares	
gerais	aprovados	e	reconhecidos	pelos	órgãos	competentes.	Até	um	determinado	nível,	
a	educação	formal	é	obrigatória.	Mas	a	educação	informal,	de	modo	diferente,	pode	
definir-se	como	tudo	o	que	aprendemos	mais	ou	menos	espontaneamente	a	partir	do	
meio	em	que	vivemos:	das	pessoas	com	quem	nos	relacionamos	informalmente,	dos	
livros	que	 lemos	ou	da	televisão	que	vemos,	da	multiplicidade	de	experiências	que	
vivemos	quotidianamente	 com	mais	ou	menos	 intencionalidade	 em	 relação	ao	 seu	
potencial	de	aprendizagem.	
FIGURA	1	-	EDUCAÇÃO	INFORMAL
FONTE:	<http://jeferson-fabiano.blogspot.com.br/2016/06/tempo-de-criancas-
e-adolescentes.html>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
6 MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
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A	educação	informal	não	é	impreterivelmente	organizada	ou	ao	menos	orientada.	
De	qualquer	forma,	a	educação	informal	confunde-se	com	o	processo	de	socialização	dos	
cidadãos.	Enquanto	a	educação	formal	possui	lugar	nas	escolas,	colégios	e	instituições	de	
ensino	superior,	possui	currículos	e	regras	de	certificação	definidos,	a	educação	não	formal	
é	acima	de	tudo	um	processo	de	aprendizagem	social,	centrado	no	aluno,	por	intermédio	
de	atividades	que	têm	lugar	fora	do	sistema	de	ensino	formal	e	sendo	complementar	a	
este.	A	educação	não	formal	se	baseia	na	motivação	intrínseca	do	aluno	e	é	voluntária	
e	não	hierárquica	por	natureza.	Enquanto	um	sistema	de	aprendizagem,	a	educação	
não	 formal	 tem	sido	prática	 comum	sobretudo	no	 campo	do	 trabalho	 comunitário,	
social	ou	juvenil,	serviço	voluntário,	exercício	de	organizações	não	governamentais	em	
nível	local,	nacional	e	internacional,	abrangendo	uma	larga	diversidade	de	espaços	de	
aprendizagem:	das	associações	às	empresas	e	às	instituições	públicas,	do	setor	juvenil	
ao	meio	profissional,	ao	voluntariado	e	às	atividades	recreativas.
A	educação	não	formal	possui	formatos	bastante	diferenciados	em	questões	de	
tempo,	localização,	número	e	tipo	de	integrantes,	equipes	de	formação,dimensões	de	
aprendizagem	e	aplicação	dos	seus	resultados.	É	fundamental	sublinhar,	entretanto,	
que	o	fato	de	não	ter	um	currículo	único	não	significa	que	não	seja	um	processo	de	
aprendizado	organizado,	 alicerçado	no	 reconhecimento	de	metas	 educativas,	 com	
formatos	de	análise	efetivas	e	atividades	preparadas	e	implementadas	por	educadores	
altamente	qualificados.	É,	a	propósito,	nesta	acepção	que	a	educação	não	 formal	se	
distingue	mais	fortemente	da	educação	informal.	Na	educação	não	formal,	os	resultados	
do	aprendizado	 individual	não	são	 julgados.	 Isto	não	significa,	entretanto,	que	não	
haja	avaliação.	Ela	é,	geralmente,	inerente	ao	próprio	processo	de	desenvolvimento	e	
integrada	no	programa	de	atividades.	Assume	diversos	formatos	e	tem	a	participação	
de	 todos:	professores	e	alunos	na	acepção	de	aferir	desenvolvimento	de	estratégias	
pedagógicas	ou	aceitar	necessidades	 suplementares.	Do	ponto	de	vista	 externo	ao	
procedimento	didático	propriamente	mencionado,	 a	 eficiência	dos	mecanismos	de	
aprendizado	na	educação	não	formal	pode	ser	apreciada	e	avaliada	pela	investigação	
social	e	educacional	com	o	mesmo	nível	de	credibilidade	que	a	educação	formal.
FIGURA	2	-	EDUCAÇÃO	NÃO	FORMAL
FONTE:	Disponível	em:	<https://goo.gl/FhzSBL>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
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MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
O	conceito	de	 educação	não	 formal	 envolve,	 como	uma	parte	necessária	do	
desenvolvimento	de	saberes	e	competências,	um	abrangente	conjunto	de	princípios	
sociais	 e	 éticos	 tais	 como	os	direitos	 humanos,	 a	 tolerância,	 a	 fomento	da	paz,	 a	
cooperação	e	a	justiça	social,	o	diálogo	intergeracional	(entre	as	gerações,	isto	é,	entre	
pessoas	de	idades	diferentes),	o	equilíbrio	de	oportunidades,	a	cidadania	democrática	e	o	
aprendizado	intercultural,	entre	outros.	Para	além	disto,	a	educação	não	formal	valoriza	
o	progresso	de	 técnicas	de	aprendizado	participativos,	baseados	na	experiência,	na	
autonomia	e	na	responsabilidade	de	cada	aluno.	É	habitual	dizer-se	que,	em	educação	
não	formal,	a	forma	é	o	conteúdo.	As	metas	e	as	metodologias	próprias	das	práticas	
educativas	 num	ambiente	de	 educação	não	 formal	 levam	 fortemente	 em	 conta	 o	
desenvolvimento	e	a	experiência	única	do	acadêmico	como	indivíduo.	Por	causa	disso,	
a	 educação	não	 formal	busca	assegurar	o	 enquadramento	apropriado	para	atender	
às	aspirações	e	necessidades	específicas	do	aluno	bem	como	para	aumentar	as	suas	
competências	pessoais,	potenciando	a	sua	criatividade.	Ao	desenvolver	este	acúmulo	
de	potencialidades,	competências	e	experiência	em	cada	pessoa,	o	aprendizado	por	
via	da	educação	não	formal	vai	inclusive	de	encontro	àquelas	que	são	na	atualidade	as	
necessidades	específicas,	as	demandas	e	as	expectativas	do	mercado	de	trabalho	e	em	
particular	dos	empregadores.
Tendo	em	vista	esta	nova	realidade,	de	um	mundo	do	trabalho	num	contexto	
altamente	 globalizado	 e	multicultural,	 os	 empregadores	 buscam	 cada	 vez	mais	
indivíduos	 que	 tenham	 tido	 experiências	 interdisciplinares	 dentro	 e	 fora	de	 suas	
comunidades,	que	sejam	capazes	de	trabalhar	em	equipe,	e	que	tenham	alto	índice	de	
adaptabilidade	e	mobilidade,	características	estas	que	são	desenvolvidas	através	da	
educação	não	formal.		
2.1	DIFERENÇAS	ENTRE	EDUCAÇÃO	FORMAL,	INFORMAL	E	NÃO	
FORMAL
Geralmente,	quando	 falamos	em	educação	não	 formal,	 a	 comparação	 com	a	
educação	formal	é	quase	que	imediata.	O	termo	não	formal	é	também	utilizado	por	
alguns	pesquisadores	como	sinônimo	de	informal.	Iremos	agora	diferenciar	e	marcar	
as	diferenças	entre	esses	dois	conceitos.	Inicialmente	podemos	definir	seus	campos	de	
desenvolvimento:	a		educação	formal	é	aquela	desenvolvida	nas	escolas,	com	conteúdos	
antecipadamente	demarcados;	a	 	 informal	 	como	aquela	que	os	cidadãos	aprendem	
ao	 longo	do	 seu	processo	de	 socialização	–	na	 família,	bairro,	 agremiação,	museus,	
centros	culturais	etc.,	carregada	de	princípios	e	culturas	próprias,	de	pertencimento	e	
sentimentos	herdados	e	a		educação		não	formal		é	aquela	que	se	aprende	“no	mundo	
da	vida”,	via	os	processos	de	compartilhamento	de	experiências,	especialmente	em	
espaços	não	formais	de		educação.
8 MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
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Vamos	experimentar	definir	melhor	essas	diferenças	por	meio	de	uma	série	de	
questões,	que	são,	aparentemente,	surpreendentemente	simples,	mas	nem	sequer	por	
isso	simplificadoras	da	realidade:	“Quem	é	o	professor	em	cada	campo	de	educação	
de	que	estamos	 tratando?	Em	cada	 campo,	quem	educa	é	o	agente	do	processo	de	
construção	do	saber?”	Na	educação	formal,	sabemos	que	são	os	professores.	Na	não	
formal,	o	grande	docente	é	o	“outro”,	aquele	com	quem	interagimos	ou	nos	integramos.	
Na	educação	informal,	os	agentes	educadores	são	os	pais,	a	família	em	geral,	os	colegas,	
os	vizinhos,	amigos	de	colégio,	a	igreja	paroquial,	os	meios	de	comunicação	de	massa	
etc.	“Onde	se	educa?	Qual	é	o	espaço	físico	territorial	no	qual	transcorrem	as	ações	
e	os	processos	 educativos?”	Na	educação	 formal	 esses	 espaços	 são	os	do	 território	
das	 escolas	 e	universidades,	 são	 instituições	 regulamentadas	por	 lei,	 certificadoras,	
organizadas	de	acordo	com	diretrizes	nacionais.	Na	educação	não	formal,	os	espaços	
educativos	 localizam-se	 em	 territórios	que	acompanham	as	 trajetórias	de	vida	dos	
grupos	e	cidadãos,	fora	das	escolas	e	universidades,	em	locais	informais,	locais	onde	há	
processos	interativos	intencionais.	Já	a	educação	informal	possui	seus	espaços	educativos	
demarcados	por	referências	de	naturalidade,	localidade,	idade,	sexo,	crença,	cultura,	
etnia	etc.	A	casa	no	qual	se	mora,	a	rua,	o	bairro,	o	condomínio,	a	agremiação	que	se	
frequenta,	a	igreja	ou	o	local	de	culto	ao	qual	se	vincula	sua	religiosidade,	o	museu,	o	
local	no	qual	se	nasceu	etc.
	“Em	que	situação,	em	qual	ambiente,	e	como	se	educa?”	A	educação	formal	
admite	 ambientes	normatizados,	 com	 regras	 e	padrões	 comportamentais	definidos	
antecipadamente.	A	 não	 formal	 acontece	 em	 ambientes	 e	 situações	 interativas	
construídas	em	grupo,	frequentemente	a	atividade	das	pessoas	é	optativa,	porém	ela	
também	será	capaz	de	acontecer	por	forças	de	determinadas	circunstâncias	da	vivência	
histórica	de	cada	um.	Há	na	educação	não	formal	uma	intencionalidade	na	ação,	no	
ato	de	compartilhar,	de	compreender	e	de	se	comunicar	ou	trocar	saberes.	A	informal	
opera	em	ambientes	espontâneos,	onde	as	relações	sociais	se	desenvolvem	de	acordo	
com	gostos,	preferências,	ou	pertencimentos	herdados.
Qual	é	o	objetivo	de	cada	um	dos	campos	de	educação?	Na	educação	formal,	
entre	outras	metas	destacam-se	os	 relativos	ao	ensino	e	aprendizado	de	 conteúdos	
historicamente	sistematizados,	normatizados	por	leis,	dentre	os	quais	destacam-se	o	
de	formar	a	pessoa	como	um	indivíduo	ativo,	aperfeiçoar	competências	e	habilidades	
diversas,	aprimorar	a	criatividade,	percepção,	motricidade	etc.	A		educação			informal		
socializa	 os	 cidadãos,	 desenvolve	 práticas,	 atitudes,	 comportamentos,	modos	de	
pensar	e	de	se	apresentar	no	uso	da	linguagem,	de	acordo	com	princípios	e	crenças	
de	comunidades	que	se	frequenta	ou	que	pertence	por	herança,	desde	o	nascimento.	
Trata-se	do	processamento	de	socialização	dos	indivíduos.
A	educação	não	formal	possibilita	às	pessoas	se	tornarem	cidadãos	do	mundo,	
no	mundo.	Sua	intenção	é	abrir	janelas	de	entendimento	sobre	o	mundo	que	circunda	
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MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
estas	pessoas	e	suas	relações	sociais.	Suas	metas	não	são	dadas	a	priori,	elas	se	constroem	
no	decurso	interativo,	gerando	um	processo	educacional.	Uma	forma	de	educar	surge	
como	resultado	do	processo	direcionado	para	os	objetivos	e	as	necessidades	que	dele	
participa.A	construção	de	relações	sociais	baseadas	em	princípios	de	igualdade	e	justiça	
social,	quando	existentes	num	dado	grupo	social,	 fortalece	o	treino	da	cidadania.	A	
transmissão	de	informação	e	formação	política	e	sociocultural	é	um	objetivo	pertinente	
da	educação	não	formal.	Ela	prepara	os	indivíduos,	educa	o	ser	humano	para	a	civilidade	
e	solidariedade,	em	oposição	à	barbárie,	ao	egocentrismo	e	ao	individualismo.	
 
“Quais	são	os	principais	atributos	de	cada	uma	das	modalidades	educativas	que	
estamos	 tratando?”	A	educação	 formal	 requer	 tempo,	 local	 específico,	 funcionários	
especializados,	 administração	de	diversos	 tipos,	 até	mesmo	a	 curricular,	 cadastro	
sequencial	das	atividades,	disciplinamento,	regulamentos	e	leis,	órgãos	superiores	etc.	
Ela	possui	uma	qualidade	metódica	e,	frequentemente,	divide-se	os	alunos	por	idade/	
classe	de	conhecimento.	A	educação	informal	não	é	impreterivelmente	organizada,	as	
competências	não	são	sistematizadas	e	são	repassadas	a	partir	das	práticas	e	experiência	
anteriores,	frequentemente	é	o	passado	orientando	o	presente.	Ela	age	no	campo	das	
emoções	e	sentimentos.	É	um	procedimento	perdurável	e	frequentemente	não	metódico.	
A	educação	não	formal	possui	mais	atributos:	ela	não	é	organizada	por	séries/idade/
conteúdos;	age	sobre	aspectos	subjetivos	do	grupo;	trabalha	a	cultura	política	de	um	
grupo.	Desenvolve	laços	de	pertencimento.	Auxilia	na	construção	da	identidade	coletiva	
do	grupo,	e	é	uma	das	grandes	características	da	educação	não	formal	atualmente;	ela	
pode	ajudar	para	o	progresso	do	amor-próprio	e	do	empoderamento	do	grupo,	criando	
o	que	alguns	analistas	denominam,	o	capital	social	de	um	grupo.	Fundamenta-se	no	
critério	da	cooperação	e	reconhecimento	de	interesses	comuns	e	é	parte	do	processo	de	
construção	da	cidadania	coletiva.
	“Quais	são	os	resultados	esperados	em	cada	campo	assinalado?”	Na	educação	
formal	espera-se,	acima	de	tudo	que	haja	um	aprendizado	efetivo	(que,	lamentavelmente	
nem	sempre	acontece),	além	da	certificação	e	titulação	que	capacitam	os	alunos	a	seguir	
para	graus	mais	avançados.	Na	educação	informal	os	resultados	não	são	esperados,	
eles	apenas	acontecem	naturalmente	através	do	aperfeiçoamento	do	senso	comum	nos	
cidadãos,	senso	esse	que	orienta	suas	formas	de	julgar	e	atuar	espontaneamente.
2.2	OBJETIVOS	E	RESULTADOS	DA	EDUCAÇÃO	NÃO	FORMAL
Experiência	vivida	no	quotidiano,	e	assinalada	por	momentos	de	intenso	es-
forço	de	compreensão	de	dados	e	de	fatos	complexos,	a	educação	durante	toda	
a	vida	é	o	produto	de	uma	dialética	com	várias	dimensões.	Se,	por	um	lado,	
implica	a	repetição	ou	a	imitação	de	gestos	e	de	práticas,	por	outro	é,	também	
um	processo	de	apropriação	singular	e	de	criação	pessoal.	Junta	o	conhecimento	
não	formal	ao	conhecimento	formal,	o	desenvolvimento	de	aptidões	inatas	à	
aquisição	de	novas	competências.	Implica	esforço,	mas	traz	também	a	alegria	
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da	descoberta.	Experiência	singular	de	cada	pessoa	ela	é,	também,	a	mais	com-
plexa	das	relações	sociais,	posto	que	se	inscreve,	ao	mesmo	tempo,	no	campo	
cultural,	no	laboral	e	no	da	cidadania”	(UNESCO,	1996.	p.	92).
A	educação	não	formal	poderá	promover	uma	série	de	processos	tais	como:	
•		consciência	e	organização	de	como	atuar	em	grupos	coletivos;	
•		a	construção	e	reconstrução	de	ideias	de	mundo	e	sobre	o	mundo;	
•		contribuição	para	um	sentimento	de	identidade	com	uma	dada	comunidade;	
•		prepara	o	indivíduo	para	a	vida	e	suas	dificuldades	reais	(e	não	apenas	para	entrar	
no	mercado	de	trabalho);	
•		em	projetos	com	crianças,	jovens	adolescentes	ou	mesmo	idoso	a	educação	não	formal	
resgata	o	sentimento	de	autoestima,	ou	seja,	dá	condições	às	pessoas	desenvolverem	
sentimentos	de	autovalorização,	de	superação	de	preconceitos	que	lhes	são	dirigidos,	
o	desejo	de	lutarem	para	ser	reconhecidos	como	iguais	(enquanto	seres	humanos),	
dentro	de	suas	diferenças	(raciais,	étnicas,	religiosas,	culturais	etc.);	
•		as	pessoas	adquirem	autoconhecimento	e	conhecimento	de	sua	própria	prática	e	de	
seu	lugar	no	mundo,	aprendem	a	ler	e	interpretar	o	mundo	que	os	rodeia.	
A	seguir	listamos	algumas	características	que	a	educação	não	formal	pode	atingir	
em	termos	de	objetivos,	em	processos	planejados	de	ações	coletivas	em	grupo:	
•		a	 compreensão	e	aceitação	das	diferenças.	Aprende-se	a	 conviver	 com	os	outros.	
Valoriza-se	o	respeito	mútuo;	
•		adaptação	do	grupo	a	diferentes	 culturas,	 aceitação	e	valorização	da	diversidade	
cultural,	trabalha	a	alteridade,	o	“estranhamento”,	o	preconceito	contra	o	“outro”;	
•		construção	da	identidade	coletiva;	
•		conhecimento	das	regras	éticas	voltadas	às	condutas	aceitáveis	socialmente.	O	que	
falta	na	educação	não	formal:	
•		formação	a	educadores	a	partir	da	definição	de	seu	papel	e	as	atividades	a	realizar;	
•		aprendizado	e	organização	das	metodologias	utilizadas	no	trabalho	cotidiano;	
•		construção	de	novas	metodologias	que	auxiliem	o	acompanhamento	do	trabalho	que	
vem	sendo	realizado;	
•		construção	de	métodos	avaliativos,	de	projetos	e	de	análise	do	trabalho	realizado.
Resumidamente	podemos	enumerar	os	objetivos	da	educação	não	formal	como:		
educação	para	cidadania,	para	justiça	social,	para	direitos	(humanos,	sociais,	políticos,	
culturais	etc.),	para	liberdade,	para	igualdade,	para	democracia,	contra	discriminação,	
pelo	exercício	da	cultura,	e	para	a	manifestação	das	diferenças	culturais.
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TÓPICO 2
A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
1 INTRODUÇÃO
A	Educação	Patrimonial,	 como	uma	proposta	 interdisciplinar	 de	 ensino,	 é	
norteada	para	 questões	pertinentes	 ao	patrimônio	histórico	 ambiental	 e	 cultural.	
Pode	 ser	praticada	 em	 comunidades	próximas	 a	patrimônios	 reconhecidos,	 como	
sítios	arqueológicos,	do	mesmo	 jeito	que	em	escolas	com	intenção	de	sensibilização	
sobre	a	valia	do	reconhecimento,	da	valorização	e	da	conservação	do	patrimônio	da	
região.	Grande	parte	das	comunidades	não	tem	conhecimento	a	respeito	da	riqueza	do	
patrimônio	histórico,	artístico	e	ambiental	de	seus	territórios.	Analisaremos	a	seguir	a	
valia	da	educação	patrimonial	e	suas	possibilidades	como	atividade	para	estimular	a	
curiosidade	científica	sobre	os	primórdios	da	cultura	local	e	regional.
2 CONCEITO DE PATRIMÔNIO
Patrimônio	é	o	conjunto	de	bens	materiais	e/ou	imateriais	que	contam	a	história	
de	um	povo	e	sua	relação	com	o	meio	ambiente.	É	o	legado	que	herdamos	do	passado	
e	que	transmitimos	a	gerações	futuras.	O	patrimônio	pode	ser	classificado	em	histórico,	
cultural	e	ambiental	e	também	como	material	e	imaterial.	
2.1	PATRIMÔNIO	HISTÓRICO
É	o	conjunto	de	coisas	que	contam	a	história	de	uma	comunidade	por	intermédio	
de	sua	arquitetura,	trajes,	acessórios,	mobílias,	objetos,	armas,	ferramentas,	meios	de	
transportes,	obras	de	arte,	documentos.	Até	o	final	da	década	de	1970,	tinha	propósito	
político/elitista.	A	partir	de	1980	houve	um	processo	de	democratização	destes	princípios,	
no	momento	em	que	passaram	a	ser	consideradas	como	importantes	outras	etnias	e	
classes	sociais.	O	patrimônio	histórico	é	fundamental	para	a	conhecimento	da	identidade	
histórica,	para	que	os	seus	bens	não	se	desarmonizem	ou	desapareçam	da	memória	
coletiva	 e	para	preservar	vivos	os	usos	 e	 costumes	 culturais	de	uma	determinada	
sociedade.
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FIGURA	3	-	LARGO	DO	PELOURINHO	EM	SALVADOR,	BAHIA
FONTE:	Disponível	em:	<https://www.todamateria.com.br/patrimonio-
historico/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
Alguns	exemplos	bem	conhecidos	do	patrimônio	histórico	nacional	é	o	Largo	
do	Pelourinho	em	Salvador;	O	Cristo	Redentor,	do	Rio	de	Janeiro	e	a	cidade	de	OuroPreto,	em	Minas	Gerais.	
2.2	PATRIMÔNIO	CULTURAL
O	patrimônio	cultural	é	o	conjunto	de	manifestações,	realizações	e	representações	
de	um	povo,	 como	 seus	 costumes,	 comidas	 típicas,	 espiritualidade,	 lendas,	 cantos,	
danças,	dialeto	superstições,	rituais,	celebrações.	Ele	está	presente	em	todos	os	lugares	
e	atividades:	nas	ruas,	em	nossas	casas,	nas	artes,	nos	museus,	escolas,	igrejas	e	praças.	
Nos	nossos	modos	de	 realizar,	 criar,	 cozinhar,	 trabalhar	 e	de	orar.	Nos	 livros	que	
escrevemos,	na	poesia	que	declamamos,	nas	brincadeiras	que	fazemos,	nas	religiões	
que	professamos.	Ele	faz	parte	de	nossa	rotina,	constrói	as	identidades	e	determina	os	
princípios	de	uma	coletividade.	O	patrimônio	cultural	nos	faz	ser	o	que	somos.
FIGURA	4	-	EXEMPLO	DE	PATRIMÔNIO	CULTURAL:	A	RENDA	DE	
BILRO	CATARINENSE
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.hak.com.br/artesanato/a-renda-de-
bilro-e-suas-mulheres/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
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Entre	a	grande	multiplicidade	de	patrimônio	cultural	do	Brasil,	podemos	destacar	
a	renda	de	bilro,	o	carnaval,	o	samba,	o	frevo,	a	culinária	amazonense	etc.	
2.3	PATRIMÔNIO	AMBIENTAL	OU	NATURAL
Os	patrimônios	ambientais,	 também	chamados	de	patrimônios	naturais,	 são	
territórios	escolhidos	por	conta	de	suas	qualidades	naturais	ou	científicas	figurarem	
como	prioritárias	 em	processos	de	preservação	para	 as	 gerações	 futuras.	Órgãos	
nacionais	e	internacionais,	como	a	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU),	escolhem	
esses	locais	e,	ao	destacarem	a	sua	valia,	buscam	criar	critérios	para	que	essas	áreas	não	
sofram	ações	destrutivas.	Observar	uma	área	ou	formação	natural	como	patrimônio	
equivale	dizer	que	ela	é	fundamental	e	pertence	a	todos,	por	causa	disso	necessita	ser	
tratada	com	máximo	zelo	para	que	perdure	no	tempo.	Um	processo	que	na	sua	essência	
é	bastante	similar	ao	da	preservação	do	patrimônio	histórico	e	cultural.	Áreas	de	grande	
biodiversidade	acabam	sendo	beneficiadas	ao	serem	consideradas	patrimônios	naturais,	
especialmente	se	estão	na	lista	de	Patrimônios	Naturais	da	Unesco,	órgão	das	Nações	
Unidas	para	a	educação,	ciência	e	cultura.		
A	visibilidade	 internacional	que	 se	ganha	ao	 entrar	nesta	 lista	 faz	 com	que	
autoridades	e	ambientalistas	de	todo	o	mundo	passem	a	exigir	a	preservação	das	áreas	
consideradas	patrimônio,	uma	força	a	mais	na	luta	em	defesa	delas.
FIGURA	5	-	O	PANTANAL	MATO-GROSSENSE
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.reportermt.com.br/geral/pantanal-mato-
grossense-pode-liderar-o-ecoturismo-na-europa/54448>.	Acesso	em:	15	ago.	
2017.
O	Brasil,	com	a	sua	imensa	diversidade	ambiental,	tem	sete	áreas	consideradas	
pela	Unesco	como	Patrimônios	Naturais	da	Humanidade.	São	elas:
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FIGURA	5	-	PATRIMÔNIO	MATERIAL:	PINTURA	RUPESTRE	DA	
SERRA	DA	CAPIVARA	NO	PIAUÍ
FONTE:	Disponível	em:	<http://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/
serra-da-capivara-2/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
Patrimônio	imaterial	é	o	conjunto	de	manifestações	populares	e	religiosas	de	um	
povo,	transmitidos	oralmente,	festivamente	ou	ritualmente,	recriados	e	transformados	
ao	 longo	do	tempo.	Não	é	um	objeto,	mas	uma	manifestação	cultural.	Também	são	
considerados	como	patrimônio	imaterial	os	locais	dotados	de	expressivos	valores	para	
a	história,	assim	como	as	paisagens.		
•	Parque	Nacional	de	Iguaçu.
•	Mata	Atlântica	–	Reservas	do	Sudeste.
•	Costa	do	Descobrimento	–	Reservas	da	Mata	Atlântica.
•	Complexo	de	conservação	da	Amazônia	Central.
•	Área	de	conservação	do	Pantanal.
•	Costa	do	Descobrimento	–	Reservas	de	Mata	Atlântica	(Bahia	e	Espirito	Santo).
•	Ilhas	Atlânticas	Brasileiras:	Fernando	de	Noronha	e	Atol	das	Rocas.
2.4	PATRIMÔNIO	MATERIAL	OU	IMATERIAL 
Um	patrimônio	pode	ser	material	ou	imaterial.	Podemos	dizer	que	patrimônio	
material	são	os	aspectos	mais	concretos	ou	materiais	da	vida	humana,	e	que	fornecem	
informações	sobre	as	pessoas.	Cultura	material	é	o	mesmo	que	uma	construção,	arte,	
objeto	ou	artefato.	
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FIGURA	6	-	CAPOEIRA:	PATRIMÔNIO	IMATERIAL	BRASILEIRO
FONTE:	Disponível	em:	<http://importanciadopatrimoniocultural.blogspot.
com.br/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
3 CONCEITO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Ao	possibilitar	ao	indivíduo	fazer	a	leitura	do	mundo	que	o	rodeia,	a	Educação	
Patrimonial	é	um	instrumento	de	“alfabetização	cultural”	que	possibilita	à	compreensão	
do	universo	sociocultural	e	da	trajetória	histórico-temporal	em	que	está	inserido.	Este	
processo	 leva	 ao	 fortalecimento	da	 autoestima	dos	 indivíduos	 e	 comunidades	 e	 à	
valorização	da	cultura	brasileira,	compreendida	como	dinâmica	e	plural.
A	Educação	Patrimonial	é	um	processo	permanente	e	sistemático	de	trabalho	
educacional	centrado	no	patrimônio	cultural	 como	 fonte	primeira	de	conhecimento	
e	 enriquecimento	 individual	 e	 coletivo.	A	partir	da	experiência	e	do	 contato	direto	
com	as	evidências	e	manifestações	da	cultura,	em	todos	os	seus	múltiplos	aspectos,	
sentidos	e	significados,	o	trabalho	da	Educação	Patrimonial	busca	levar	as	crianças	e	
adultos	a	um	processo	ativo	de	conhecimento,	apropriação	e	valorização	de	sua	herança	
cultural,	capacitando-os	para	um	melhor	usufruto	destes	bens,	e	propiciando	a	geração	
e	a	produção	de	novos	conhecimentos,	num	processo	contínuo	de	criação	cultural.	O	
conhecimento	crítico	e	a	apropriação	consciente	pelas	comunidades	do	seu	Patrimônio	
são	fatores	indispensáveis	no	processo	de	preservação	sustentável	desses	bens,	assim	
como	no	fortalecimento	dos	sentimentos	de	identidade	e	cidadania.	
O	diálogo	 contínuo	que	 está	 implícito	neste	processo	 educacional	 estimula	
e	 favorece	a	comunicação	e	a	ação	entre	as	comunidades	e	os	agentes	responsáveis	
pela	conservação	e	pesquisa	dos	bens	culturais,	ajudando	a	troca	de	competências	e	a	
formação	de	parcerias	para	a	proteção	e	reconhecimento	desses	bens.	A	metodologia	
característica	da		Educação	Patrimonial		pode	ser	aplicada	a	qualquer	evidência	material	
ou	manifestação	da	 cultura,	 seja	um	objeto	 ou	 conjunto	de	bens,	um	monumento	
ou	um	sítio	histórico	ou	arqueológico,	uma	paisagem	natural,	uma	reserva	ou	uma	
área	de	proteção	ambiental,	um	centro	histórico	urbano	ou	uma	comunidade	da	área	
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agrícola,	uma	manifestação	popular	de	natureza	folclórico	ou	cerimonial,	um	processo	
de	fabricação	industrial	ou	artesanal,	tecnologias	e	saberes	populares,	e	qualquer	outra	
expressão	resultante	da	relação	entre	os	pessoas	e	seu	meio	ambiente.
A	Educação	Patrimonial	compreende	o	abarcamento	nos	currículos	escolares	de	
todos	os	graus	de	ensino	de	temáticas	ou	conteúdos	programáticos	que	versem	sobre	o	
entendimento	e	a	conservação	do	patrimônio,	até	a	prática	de	cursos	de	aperfeiçoamento	
e	 extensão	para	os	 educadores	 e	 a	 comunidade	em	geral.	Nesse	 sentido,	 espera-se	
que	sejam	divulgadas	informações	a	respeito	do	acervo	cultural,	visando	aguçar	nos	
estudantes	e	na	sociedade	o	senso	de	preservação	da	memória	histórica	e	o	consequente	
interesse	pelo	tema.	A	metodologia	adotada	pelos	programas	de	Educação	Patrimonial	
tornou-se	uma	alternativa	de	alfabetização	cultural.	Implantada	no	Brasil	em	1980,	por	
Maria	de	Lourdes	Parreiras	Horta,	do	Museu	Imperial	do	Rio	de	Janeiro,	a	Educação	
Patrimonial	promove	uma	mudança	na	forma	de	tratar	a	cultura	e	procura	revisão	e	
aperfeiçoamento	nas	formas	de	transposição	do	conhecimento	científico	para	o	público	
leigo.
Além	disso,	considerando	que	o	cidadão	necessita	compreender	sua	importância	
no	processo	 sociocultural-ambiental	 no	qual	 está	 inserido	 e	vislumbrarmudanças	
positivas	 no	 relacionamento	 com	o	 patrimônio	 histórico-cultural	 e	 ambiental,	 a	
Educação	Patrimonial	desponta	como	instrumento	vital	para	a	tarefa	de	educar	para	a	
preservação,	conservação	e	valorização	cultural.	Em	termos	teórico-metodológicos,	a	
Educação	Patrimonial	utiliza	os	lugares	e	os	suportes	da	memória	(museus,	monumentos	
históricos,	 arquivos,	 bibliotecas,	 sítios	 históricos,	 vestígios	 arqueológicos	 etc.)	 no	
processo	educativo,	a	fim	de	desenvolver	a	sensibilidade	e	a	consciência	dos	estudantes	
e	dos	cidadãos	para	a	importância	da	conservação	desses	bens	culturais.	Os	Parâmetros	
Curriculares	Nacionais	(PCN)	para	o	ensino	fundamental,	elaborados	pelo	Ministério	da	
Educação	(MEC),	trazem	uma	inovação	ao	permitir	a	necessária	interdisciplinaridade	
na	educação	básica,	mediante	a	 introdução	dos	 chamados	 "temas	 transversais''	 que	
deverão	perpassar	as	diferentes	disciplinas	escolares.	Dois	desses	temas	transversais	
possibilitam	à	escola	o	estudo	do	Patrimônio	Cultural	e	a	consequente	adoção	de	projetos	
de	educação	patrimonial.	Trata-se	dos	temas	do	meio	ambiente	e	da	pluralidade	cultural.
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FIGURA	7	-	EDUCAÇÃO	PATRIMONIAL
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/
patrimonio-cultural/o-que-e-afinal-educacao-patrimonial>.	Acesso	em:	
4	ago.	2017.
Assim,	 a	 Educação	 Patrimonial	 contribui	 para	 romper	 com	 práticas	
segregacionistas,	 procura	 resgatar	 valores	 dos	 grupos	 sociais	 em	 torno	dos	 bens	
patrimoniais,	valoriza	e	incentiva	novas	propostas	e	alternativas	de	resguardo	e	ativação	
da	memória,	sejam	elas	naturais	e/ou	culturais.	A	Educação	Patrimonial	pode	e	deve	
ser	desenvolvida	em	comunidades	próximas	a	 sítios	arqueológicos	ou	outros	 sítios	
considerados	patrimônios.	Portanto,	 é	 também	um	programa	que	 tem	por	objetivo	
sensibilizar	as	comunidades	acerca	da	importância	da	criação,	valorização	e	conservação	
do	patrimônio	arqueológico/natural	local.	A	observação	e	a	manipulação	de	vestígios	da	
cultura	material	promovem	o	conhecimento,	a	apropriação	e	a	valorização	da	herança	
cultural.	O	processo	de	divulgação	da	produção	científica	por	meio	da	educação	resulta	
em:	geração	e	produção	de	conhecimentos,	melhor	usufruto	dos	bens	patrimoniais	e	
um	processo	contínuo	de	criação	cultural.	Neste	caso,	a	Educação	Patrimonial	atua	de	
forma	integrada	com	o	trabalho	arqueológico	e	fundamenta-se	nos	princípios	éticos,	
estético-pedagógicos	e	políticos.	
A	 sensibilização	deve	 ser	 um	 exercício	 de	 interação	da	população	 com	os	
patrimônios	da	sua	região.	Para	que	haja	uma	melhor	compreensão	 inicial,	devem-
se	utilizar	o	patrimônio	concreto,	através	de	vestígios	que	possam	ser	 tocados	e/ou	
percebidos.	Paulo	Freire	destacou	com	veemência	que	a	leitura	da	palavra	é	precedida	da	
leitura	do	mundo	e	a	expressividade	é	uma	necessidade	essencial	do	ser	humano.	Nesse	
contexto,	a	arqueologia	serve	como	subsídio	na	aplicação	das	diretrizes	da	Educação	
Patrimonial,	uma	vez	que	tem	por	objeto	de	estudo	os	vestígios	da	cultura	material	de	
sociedades	passadas.	Portanto,	a	metodologia	da	Educação	Patrimonial	é	materializada	
através	do	estudo	de	objetos	comunitários	como	estratégia	de	aprendizagem	do	contexto	
sociocultural/ambiental.	Todo	programa	de	Educação	Patrimonial	deve	ser	elaborado	
tendo	em	vista	as	necessidades	das	comunidades	envolvidas.
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3.1	EDUCAÇÃO	PATRIMONIAL	E	DINÂMICA	CULTURAL	
Todas	as	ações	através	das	quais	os	povos	expressam	suas	formas	específicas	
constituem	a	sua	cultura	e	esta	vai	ao	longo	do	tempo	adquirindo	formas	e	expressões	
diferentes.	A	cultura	é	um	processo	eminentemente	dinâmico,	transmitido	de	geração	
em	geração,	que	se	aprende	com	os	ancestrais	e	se	cria	e	recria	no	cotidiano	do	presente,	
na	 solução	dos	pequenos	 e	 grandes	problemas	 que	 cada	 sociedade	 ou	 indivíduo	
enfrentam.	Neste	processo	dinâmico	de	sociabilização	em	que	se	aprende	a	fazer	parte	
de	um	grupo	social,	o	indivíduo	constrói	a	própria	identidade.	Reconhecer	que	todos	
os	povos	produzem	cultura	e	que	cada	um	tem	uma	forma	diferente	de	se	expressar	é	
aceitar a diversidade cultural.	Este	conceito	nos	permite	ter	uma	visão	mais	ampla	do	
processo	histórico,	reconhecendo	que	não	existem	culturas	mais	importantes	do	que	
outras.	O	Brasil	é	um	país	pluricultural	que	deve	esta	característica	ao	conjunto	de	etnias	
que	o	formaram	e	à	extensão	do	seu	território.	Estas	diversidades	culturais	regionais,	
contribuem	para	 a	 formação	da	 identidade	do	 cidadão	 brasileiro,	 incorporando-
se	 ao	processo	de	 formação	do	 indivíduo,	 e	permitindo-lhe	 reconhecer	o	passado,	
compreender	o	presente	 e	 agir	 sobre	 ele.	O	Patrimônio	Cultural	Brasileiro	não	 se	
resume	aos	objetos	históricos	e	artísticos,	aos	monumentos	representativos	da	memória	
nacional	ou	aos	 centros	históricos	 já	 consagrados	 e	protegidos	pelas	 Instituições	 e	
Agentes	Governamentais.	Existem	outras	formas	de	expressão	cultural	que	constituem	o	
patrimônio	vivo	da	sociedade	brasileira:	artesanatos,	maneiras	de	pescar,	caçar,	plantar,	
cultivar	e	colher,	de	utilizar	plantas	como	alimentos	e	remédios,	de	construir	moradias,	
a	culinária,	as	danças	e	músicas,	os	modos	de	vestir	e	falar,	os	rituais	e	festas	religiosas	
e	populares,	as	relações	sociais	e	familiares,	revelam	os	múltiplos	aspectos	que	pode	
assumir	a	cultura	viva	e	presente	de	uma	comunidade.	
TÓPICO 3
OS ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1 INTRODUÇÃO
Os	espaços	ou	ambientes	formais	de	educação	são	aqueles	vinculados	à	escola,	
instituição	mais	conhecida	pelo	seu	papel	social	de	prestar	educação	básica	em	nossa	
sociedade.	Por	outro	lado,	locais	que	não	são	sedes	destinadas	especificamente	para	
o	 funcionamento	da	 instituição	escolar	são	denominadas	espaços	ou	ambientes	não	
formais	de	 educação.	Assim,	podemos	 considerar	 como	espaços	não	 formais	 todos	
aqueles	 situados	 fora	dos	 limites	geográficos	da	 escola,	 tais	 como	uma	praça,	uma	
avenida,	uma	quadra	comercial	e/ou	residencial,	centros	comerciais,	uma	 indústria,	
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centros	de	pesquisa,	 reservas	naturais,	museus,	 centros	de	 ciências,	 feiras,	parques,	
entre	outros	ambientes	urbanos,	rurais	e	naturais.	Neste	tópico	iremos	conhecer	alguns	
destes	espaços	não	formais	e	sua	relevância	nos	processos	educativos.	
2 DEFINIÇÃO DE ESPAÇO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A	educação	formal	é	aquela	que	ocorre	nos	espaços	formais	de	educação,	em	
situações	onde	há	intenção	de	ensinar	e	desenvolver	aprendizagens.	Já	a	não	formal	é	
aquela	que	ocorre	em	ambientes	não	formais,	como	a	que	ocorre	em	situações	informais	
como	conversa	entre	amigos,	entre	outros.	As	situações	onde	ocorrem	ações	de	educação	
informal	podem	ser	 consideradas,	 então,	 todas	 aquelas	que	não	 se	 relacionam	aos	
objetivos	da	educação	formal	e	da	educação	não	formal.	Podemos	então	compreender	
que	as	situações	informais	são	aquelas	do	cotidiano	das	pessoas	em	seus	ambientes	
familiares,	profissionais,	de	lazer	e	entretenimento,	entre	outros	que	são	passíveis	de	
ocorrer	em	diferentes	ambientes.	Alguns	autores	consideram	educação	formal	como	
sinônimo	de	educação	escolar.	A	educação	escolar	é	aquela	onde	o	saber	é	sistematizado,	
o	que	justifica	a	sua	definição	como	educação	formal.		Existe	alguma	relação	entre	o	
conceito	de	educação	formal	e	o	de	educação	não	formal,	uma	relação	indireta,	onde	
ambos	são	independentes.	
As	atividades	práticas	escolares	desenvolvidas	em	espaços	não	formais	recebem	
diferentes	denominações	que	podem	variar	de	acordo	com	a	sua	natureza,	mas	que	
têm	em	comum	a	sua	execução	em	um	ambientenão	escolar.	Incluem-se	aí	aulas	de	
campo,	aulas	de	educação	ambiental,	estudos	do	meio,	saídas	de	campo,	visitas	externas,	
excursões,	visitas	orientadas	e	passeios.	
A	educação	não	formal	não	é	estática,	é	uma	atividade	aberta	que	ainda	está	em	
construção,	portanto,	não	tem	uma	identidade	pronta	e	acabada.	É	uma	área	bastante	
diversa,	e	esse	aspecto	é	muito	 interessante,	pois	permite,	além	de	contribuições	de	
várias	áreas,	a	composição	de	diferentes	contextos	culturais,	tendo	a	diversidade	como	
uma	de	suas	características.
 
Os	espaços	não	formais	de	educação	variam	enormemente	em	suas	características	
e	funções	sociais,	podendo,	inclusive,	não	serem	destinados	primariamente	à	educação.	
Entretanto	os	espaços	não	formais	utilizados	em	atividades	de	educação	formal	possuem,	
dentre	os	seus	objetivos,	alguma	finalidade	associada	à	educação	não	formal.	Dentre	os	
espaços	não	formais	que	atuam	com	a	educação	não	formal,	mas	que	podem	também	ser	
empregados	para	o	desenvolvimento	de	atividades	de	educação	formal,	destacamos	os	
museus,	os	parques	recreativos	urbanos,	os	jardins	botânicos	e	zoológicos,	as	unidades	
de	conservação,	as	feira	e	exposições,	entre	outros.	Os	espaços	associados	à	educação	
não	formal	são	os	mais	utilizados	como	extensões	para	práticas	de	educação	formal.	
20 MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
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Entretanto,	existem	outros	ambientes,	cuja	função	principal	não	está	relacionada	com	
a	educação	não	formal,	mas	que,	da	mesma	forma,	são	passíveis	de	utilização	como	
“cenário”	para	propostas	provenientes	do	 ensino	 formal,	 ou	 seja,	 também	podem	
funcionar	 como	 extensões	 para	 atividades	 escolares,	 tais	 como	 fábricas,	 centros	
comerciais	 (como	 shoppings	 e	 feiras	 alimentícias),	praças	de	alimentação,	pedreiras,	
mineradoras,	pesque-pague,	clubes,	entre	outras	grandes	organizações	particulares	e	
sociais,	bem	como	representações	públicas.	
O	uso	de	 ambientes	não	 formais	possibilita	 a	 contextualização,	 aplicação	 e	
associação	de	 conceitos	 e	 conhecimentos	 já	 aprendidos	 com	as	 informações	novas,	
do	ambiente,	 reduzindo	as	 exigências	de	abstração	do	aprendiz	 e	permitindo	uma	
compreensão	mais	 eficiente	 dos	 conhecimentos.	 Esse	 processo	de	 associação	de	
informações	novas	com	outras	já	incorporadas,	de	forma	interrelacionada,	denomina-se	
aprendizagem	significativa.	Novas	ideias	e	informações	podem	ser	aprendidas	e	retidas	
na	medida	em	que	conceitos	relevantes	e	inclusivos	estejam	adequadamente	claros	e	
disponíveis	na	estrutura	cognitiva	do	indivíduo.	O	desenvolvimento	de	aulas	em	espaços	
não	 formais	pode	possibilitar	 a	 integração	de	 informações	oriundas	da	 intervenção	
e	 interpretação	do	ambiente	para	a	associação	 com	os	 conceitos	 já	 interiorizada	na	
estrutura	cognitiva	do	aprendiz.	As	excursões	escolares	têm	uma	importante	dimensão	
cognitiva.	Sobre	este	aspecto	cognitivo,	vale	ressaltar	que	as	práticas	desenvolvidas	fora	
de	sala	de	aula	devem	estar	em	consonância	com	os	objetivos	curriculares,	possibilitando	
assim	a	percepção	de	um	 sentido	maior	 ao	que	 é	 estudado,	pelos	 estudantes.	As	
tarefas	de	observação	 e	 as	 experiências	práticas	podem	enriquecer	 a	 interação	dos	
estudantes	com	o	conteúdo	do	curso	regular	e	ajudá-los	a	ver	a	relevância	do	curso	
para	as	questões	da	vida	real	e	das	experiências	humanas.	Mas	se	os	estudantes	forem	
encorajados	a	tentar	uma	integração	intelectual	de	suas	experiências	de	fora	da	classe	
com	o	conteúdo	do	curso,	tais	tarefas	também	podem	ajudá-los	a	analisar,	sintetizar	
e	a	avaliar	os	conceitos	aos	quais	foram	apresentados.	As	atividades	de	observação	e	
de	experiência	prática	terão	mais	valor	educacional	se	forem	planejadas	para	serem	
integradas	com	os	objetivos	globais	do	curso	e	ativamente	relacionadas	ao	que	está	
ocorrendo	em	classe.	Quando	estas	atividades	representam	apenas	uma	pequena	parte	
de	um	curso,	elas	podem,	como	temperos	na	comida,	enriquecer	grandemente	o	todo,	
se	forem	perfeitamente	combinados.	O	interacionismo	também	é	um	dos	resultados	que	
devem	ser	almejados	com	a	realização	de	atividades	em	espaços	não	formais,	como	os	
estudos	do	meio,	que	propõem	uma	ênfase	na	atividade	do	aluno	como	propiciadora	
de	desenvolvimento	 corresponde	à	visão	 interacionista	 entre	 indivíduo	 e	meio,	na	
construção	de	conhecimento.	Outra	questão	importante	diz	respeito	à	possibilidade	
de	integração	entre	saberes	de	dentro	e	de	fora	da	sala	de	aula.	O	mais	importante	não	
é	 indicar	se	as	atividades	dentro	ou	fora	da	classe	são	mais	importantes,	mas	sim	a	
forma	como	elas	podem	ser	melhor	integradas	para	satisfazer	um	conjunto	combinado	
de	finalidades.	
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De	qualquer	forma,	não	é	muito	difícil	entender	porque	na	maioria	das	vezes	
os	 alunos	 se	 identificam	mais	 e	mostram	melhores	 resultados	 com	a	educação	não	
formal,	visto	que	ela	não	se	prende	a	burocracias,	horários,	e	ocorre	em	locais	totalmente	
diferentes	das	 instituições	escolares.	Podemos	dizer	que	o	aprendiz	 tem	uma	certa	
“liberdade”,	no	ato	de	aprender.	
2.1	OS	MUSEUS	DE	ARTE	E	CIÊNCIAS,	EXPOSIÇÕES	E	GALERIAS	DE	
ARTE	E	CULTURA
As	visitas	e	trabalhos	em	museus,	exposições	e	galerias	têm	sido	uma	prática	
pedagógica	recorrente	de	professores	tanto	do	Ensino	Fundamental,	quanto	do	Ensino	
Médio.	O	trabalho	com	museus	requer	uma	capacidade	de	recontextualização	espaço/
temporal,	histórica	e	cultural	por	parte	dos	professores,	pois,	geralmente,	os	conteúdos	
desses	museus	estão	deslocados	no	tempo	e	no	espaço.	Geralmente	são	expostas	peças	
que	foram	extraídas	de	outras	épocas,	outras	regiões,	as	quais	estavam	imersas	em	outras	
culturas.	Nessa	direção	interpretativa,	os	museus	sempre	foram	espaços	privilegiados	
para	se	traçar	ideias	e	concepções	acerca	de	costumes,	modos	de	vidas,	hábitos,	tradições,	
crenças,	estilos	artísticos,	enfim	os	diferentes	aspectos	que	marcam	a	identidade	cultural	
de	um	povo,	de	um	grupo	social	ou	de	uma	etnia.	Os	museus,	assim	como	seu	conceito	
vieram	num	processo	de	evolução	ao	longo	dos	tempos	adaptando-se	e	readaptando-se	
às	mudanças	culturais	e	sociais,	às	evoluções	tecnológicas	e	científicas	de	cada	período	
da	história	mais	recente	da	humanidade.
Durante	 algum	 tempo,	 era	muito	 comum	perceber	 nas	 pessoas	 um	 certo	
“preconceito”	 em	 relação	 à	palavra	museu,	por	nos	 remeter	 a	 objetos	 “antigos”	 e	
“ultrapassados”.	O	termo	museu	vem	do	latim	"museum"	que	por	sua	vez	se	origina	do	
grego	"mouseion",	denominação,	na	antiga	Grécia,	do	templo	ou	santuário	das	musas.
FIGURA	8	-	AS	NOVE	MUSAS	GREGAS
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.greekboston.com/culture/mythology/the-muses/>.	Acesso	em:	4	
ago.	2017.
Segundo	a	mitologia	grega	havia	nove	musas	que	presidiam	as	chamadas	artes	
liberais:	história,	música,	comédia,	tragédia,	dança,	elegia,	poesia	lírica,	astronomia	e	
a	poesia	épica	e	a	eloquência.	O	termo	estava	mais	ligado	ao	clima	ou	à	atmosfera	do	
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FIGURA	9	-	O	MUSEU	BRITÂNICO	EM	LONDRES	É	UM	DOS	MAIS	
ANTIGOS	DA	EUROPA	E	FOI	FUNDADO	EM	1753
FONTE:	Disponível	em:	<https://www.europeanbestdestinations.com/top/
best-museums-in-europe/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
No	final	do	século	XIX	e	início	do	século	XX,	a	ênfase	na	educação	que	marcava	
os	museus	americanos	começou	a	se	disseminar	também	pela	Europa,	e	um	dos	marcos	
dessa	tendência	é	a	criação	do	Museu	de	Ciências	de	Munique	em	1908.	Introduzindo	
inúmeras	 inovações,	 procurava	 tornar	 acessíveis	 ao	 público	 as	 conquistas	mais	
modernas	da	ciência	e	da	tecnologia.	Apresenta	réplicas	e	equipamentos	em	tamanho	
natural,	modelos	animados	acionados	pelo	visitante	através	de	botões	 ilustrandoo	
funcionamento	de	máquinas	ou	princípios	físicos,	entre	outras	coisas.	Mesmo	sendo	
criado	em	1908,	até	hoje	o	Museu	de	Ciências	de	Munique	está	entre	os	museus	de	
Ciência	e	Tecnologia	mais	importantes	do	mundo.	Sua	exposição	conta	com	mais	de	
100	mil	objetos,	dentre	eles	a	primeira	aeronave	motorizada,	construída	pelos	irmãos	
Wright,	o	Submarino	U1,	o	primeiro	motor	a	diesel,	o	primeiro	automóvel,	a	mesa	de	
laboratório,	no	qual	o	primeiro	átomo	foi	encontrado,	entre	outros.
A	educação	em	espaços	não	formais	de	ensino,	mais	precisamente	em	museus	
e	 centros	de	 ciências,	 proporciona	 aos	 educadores	 estimular	 a	produção	de	novos	
conhecimentos	a	partir	do	conjunto	das	atividades	humanas,	dentro	de	um	contexto	
político,	social,	cultural	e	histórico.	Contudo,	para	que	isso	ocorra	é	preciso	que	haja	
pesquisa,	 bem	como	a	divulgação	delas,	 sobretudo	por	 se	 tratar	de	um	campo	da	
educação	ainda	em	construção.	Nesse	sentido,	consideramos	que	a	educação	em	espaços	
não	formais	de	ensino,	possui	uma	tarefa	fundamental:	estimular	a	produção	de	novos	
local	do	que	às	suas	características	físicas.	Era	sobretudo	um	lugar	de	inspiração	onde	
a	mente	podia	se	desligar	da	realidade	cotidiana.
 
Nos	séculos	XVII	e	XVIII,	surgem	os	primeiros	museus	públicos,	pois	se	inicia	
uma	preocupação	de	se	“organizar	o	conhecimento	existente”,	acrescida	da	reivindicação	
da	sociedade	em	fazer	parte	deste	conhecimento.	Nesta	mesma	época	inicia-se	a	criação	
de	museus	voltados	para	a	ciência.	
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conhecimentos	a	partir	do	 conjunto	das	atividades	humanas.	Quando	 trabalhamos	
os	conteúdos	no	ensino	formal,	 faz-se	necessário	a	“significação	desses	conteúdos”,	
apregoada	por	Freire	(1997,	p.	37),	quando	nos	chama	à	reflexão:	“Por	que	não	discutir	
com	os	alunos	a	realidade	concreta	a	que	se	deva	associar	a	disciplina	cujo	conteúdo	
se	ensina?	[...]	Por	que	não	estabelecer	uma	necessária	digamos	“intimidade”	entre	os	
saberes	curriculares	fundamentais	a	as	experiências	que	eles	têm	como	indivíduos?	”	
Além	disso,	exige	a	compreensão	dos	hábitos,	costumes,	enfim,	da	rede	de	vivências	
sociais,	históricas	e	culturais	dos	educandos.	Assim,	o	 trabalho	com	a	educação	em	
espaços	 “não	 formais”,	pode	 servir	de	 importante	 aliado,	 além	de	potencializar	 a	
educação	 formal.	Nessa	 linha	de	 compreensão	professores	 e	 educandos	devem	ser	
estimulados	a	pesquisar.	Por	intermédio	da	pesquisa	eles	vão	construindo	as	condições	
para	terem	a	exata	compreensão	dos	vários	conteúdos	e	a	melhor	forma	de	ministra-
los	e	apreendê-los,	seja	fora	ou	dentro	da	sala	de	aula.	O	incentivo	a	pesquisa	passa	
pelo	alinhamento	da	teoria	com	a	prática	educativa,	com	o	comprometimento,	com	os	
valores	individuais	e	coletivos.	Incentivar	a	pesquisa	é	abrir	horizontes	para	a	formação	
de	sujeitos	produtores	de	sua	própria	história.
2.2	TRILHAS	ECOLÓGICAS
As	 trilhas	 ecológicas	 se	 apresentam	 como	uma	possibilidade	 de	 tornar	 o	
conhecimento	pertinente,	contextualizado	e	real.	O	contato	com	a	natureza	é	o	elemento	
motivador	para	dar	encanto	e	interesse	pela	atividade	desenvolvida.	Sua	preocupação	
básica	 centra-se	na	melhor	maneira	de	 conduzir	 a	 atividade,	de	 forma	a	 alcançar	
finalidades	educativas,	por	meio	da	experiência	prática.
As	 trilhas	 visam	não	 somente	 à	 transmissão	de	 conhecimentos,	 bem	 como	
propiciam	atividades	que	revelam	os	significados	e	as	características	do	ambiente	por	
meio	do	uso	dos	elementos	originais,	por	experiência	direta	e	por	meios	ilustrativos,	
sendo	assim	instrumento	básico	de	programas	de	educação	ao	ar	livre.
O	contato	do	homem	com	a	natureza,	nas	sociedades	contemporâneas,	encontra	
uma	barreira	cultural	ditada	pelos	meios	de	comunicação	e	pelo	consumismo,	o	que	torna	
esse	contato	dificilmente	harmonioso.	Nesse	contexto,	a	prática	da	Educação	Ambiental	
é	essencial	para	harmonizar	a	interação	do	ser	humano	com	o	ambiente	natural.	De	fato,	
a	Educação	Ambiental	vem	sendo	largamente	discutida	como	ferramenta	fundamental	
para	o	desenvolvimento	do	ecoturismo	e	 também	como	conteúdo	 indispensável	na	
educação	formal	e	não	formal.	Tanto	para	o	ensino	formal	quanto	para	o	não	formal,	
as	 trilhas	ecológicas	 constituem	excelentes	 espaços	para	a	prática	de	programas	de	
Educação	Ambiental,	que	devem	ir	além	de	simplesmente	ensinar	o	que	os	visitantes	
devem	fazer	nos	ambientes	visitados,	mas	também	propor	mudanças	no	modo	como	as	
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pessoas	pensam	e	avaliam	a	sua	relação	com	o	ambiente	promovendo	a	sensibilização	
nesse	processo	educativo.	Nesse	sentido,	em	trilhas	ecológicas,	diferentes	formas	de	
trabalho	podem	alcançar	variados	níveis	na	 estruturação	de	um	novo	paradigma	
ambiental.	
FIGURA	10	-	TRILHA	ECOLÓGICA
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.quintadaestancia.com.br/lazer/attachment/
trilha-ecologica-s-2>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
A	Educação	Ambiental	instituída	em	Lei	nº	9.795,	27	de	abril	de	1999	e	sancionada	
pelo	então	presidente	da	república	Fernando	Henrique	Cardoso,	diz:	“Art.	1º	Entendem-
se	por	educação	ambiental	os	processos	por	meio	dos	quais	o	indivíduo	e	a	coletividade	
constroem	valores	 sociais,	 conhecimentos,	 habilidades,	 atitudes	 e	 competências	
voltadas	para	a	conservação	do	meio	ambiente,	bem	de	uso	comum	do	povo,	essencial	
à	sadia	qualidade	de	vida	e	sua	sustentabilidade.	Art.	2º	A	educação	ambiental	é	um	
componente	essencial	e	permanente	da	educação	nacional,	devendo	estar	presente,	de	
forma	articulada,	em	todos	os	níveis	e	modalidades	do	processo	educativo,	em	caráter	
formal	e	não	formal.	Art.	3º	Como	parte	do	processo	educativo	mais	amplo,	todos	têm	
direito	à	educação	ambiental	 [...]”	 (MMA,	27	de	abril	de	1999).	 	Assim,	a	Educação	
Ambiental	sempre	deve	estar	presente	em	todo	o	ciclo	educacional,	já	que	é	de	direito	
de	todos	terem	um	ensino	de	qualidade	em	diferentes	âmbitos.	Mais	do	que	isso,	a	
Educação	Ambiental	tem	como	objetivo	revelar	a	importância	do	convívio	equilibrado	
entre	o	homem	e	meio	ambiente,	levando-o	a	entender	de	que	ele	faz	parte	de	todo	
processo	ecológico	e	que	revendo	hábitos	pode-se	conviver	em	constante	harmonia	
com	a	natureza,	por	meio	de	atitudes	sustentáveis.	E	é	assim	que	a	trilha	ecológica	se	
torna	ferramenta	para	que	os	educadores	ambientais	levem	os	seus	visitantes	a	pensar	
sobre	 seu	papel	na	natureza.	Da	 teoria	à	prática,	 a	Educação	Ambiental	possibilita	
ao	participante	de	suas	atividades	a	rever	conceitos	e	resgatar	suas	boas	maneiras	e	
comportamentos	sobre	a	natureza.	
Assim,	 a	Educação	Ambiental	 pode	 causar	mudanças	de	 comportamento	 e	
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desenvolvimento	de	valores	 éticos	por	meio	da	 sensibilização	para	os	detalhes	da	
natureza,	despertando	o	 interesse	pelo	 convívio	 com	a	mesma	e	 a	 transmissão	de	
conhecimentos	ambientais	de	forma	vivenciada,	como	o	desenvolvimento	sustentável	
dos	ecossistemas.	
2.3	SAIDAS	A	CAMPO
Nos	últimos	anos,	as	saídas	de	campo	foi	uma	das	modalidades	didáticas	que	
começou	a	ganhar	destaque	nas	aulas	de	Ciências	entre	outras	atividades	educativas.	
Esta	 atividade	por	 ser	 realizada	em	ambientes	naturais	 estimula	a	 curiosidade	dos	
alunos	e	proporciona	uma	aprendizagem	mais	significativa	em	virtude	de	o	professor	
ter	disponível	diversos	recursos	naturais.	As	atividades	em	ambientes	naturais	envolvem	
e	motivam	os	alunos	 superando	a	 fragmentação	dos	 conteúdos,	 além	de	promover	
uma	mudança	de	valores	e	uma	postura	em	relação	à	natureza,	estabelecem	uma	nova	
perspectiva	na	relação	homem	natureza.	Além	disso,	a	saída	de	campo	é	uma	metodologia	
que	auxilia	na	construção	dos	conhecimentos	científicosrelacionados	ao	meio	ambiente.	
A	busca	por	novos	métodos	de	ensino	eficazes	é	discutida	nos	Parâmetros	Curriculares	
Nacionais,	os	quais	estimulam	a	busca	de	atividades	diferentes	que	possam	explorar	o	
meio	ambiente	através	de	uma	abordagem	multidisciplinar	(BRASIL,	1998).	Assim,	as	
saídas	de	campo	se	tornam	uma	opção	para	os	professores	de	Ciências	ampliarem	os	
conhecimentos	dos	alunos	e	de	não	ficarem	restritos	apenas	à	sequência	de	conteúdos	
dos	currículos	escolares,	pois	esta	metodologia	favorece	a	abrangência	de	diferentes	
temas.	As	saídas	de	campo	facilitam	a	interação	dos	alunos	com	o	meio	ambiente	em	
situações	reais	aguçando	a	busca	pelo	saber,	além	de	estreitar	as	relações	entre	aluno/
professor.	Em	ambiente	natural	é	possível	agrupar	e	relacionar	os	diferentes	conteúdos,	
e	esta	dependência	existente	entre	uma	parte	e	outra	é	que	possibilita	uma	abordagem	
mais	 ampla.	A	metodologia	 em	discussão	proporciona	aos	 estudantes	observações	
diretas	de	fatos	reais,	a	exploração	de	diversos	sentidos	e	possibilita	relacionar	a	teoria	
da	sala	de	aula	com	a	prática	do	seu	cotidiano.	Leva-os	a	fazer	uma	leitura	do	mundo	
de	forma	mais	ampla	partindo	do	local	para	o	global.	É	esta	a	visão	de	mundo	que	o	
aluno	precisa	ter,	pois	as	mudanças	que	ocorrem	e	os	fatos	que	acontecem	não	se	dão	
separadamente,	pois	existem	inter-relações,	em	que	até	mesmo	um	acontecimento	pode	
influenciar	em	outro.	
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FIGURA	11	-	SAÍDA	A	CAMPO
FONTE:	Disponível	em:	<http://cervas-aldeia.blogspot.com.br/2014/10/fim-de-
semana-europeu-de-observacao-de.html>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
O	trabalho	de	campo	é	uma	metodologia	de	ensino/aprendizagem	capaz	de	levar	
o	aluno	ao	encontro	dos	fenômenos	in loco,	corroborando	com	os	conceitos	estudados	
em	sala	de	aula,	podendo	ainda,	ser	utilizado	por	diversas	disciplinas	e	como	parte	de	
outras	metodologias	visa	oferecer	ao	aluno,	experiências	relacionadas	aos	sentidos	e	à	
aquisição	de	conhecimento,	por	meio	de	outra	forma,	mais	interessante	e	dinâmica,	que	
não	aquela	arraigada	em	práticas	docentes	ultrapassadas,	baseadas	somente	no	livro	
didático	e	no	quadro	de	giz.	Este	encontro	com	o	real	pode	favorecer	o	entendimento	
sobre	vários	aspectos	da	Ciência	relacionados	ao	meio,	independente	da	sua	origem	
física	ou	humana,	natural	ou	social.	
2.4	VISITAS	ÀS	INSTITUIÇÕES	PÚBLICAS	E	PRIVADAS
As	 visitas	 feitas	 pelos	 alunos	 às	 instituições	 públicas	 e	 privadas,	 também	
conhecidas	como	visitas	técnicas	para	os	alunos	de	ensino	médio,	são	atividades	externas	
à	instituição	com	fins	pedagógicos	e	sob	a	orientação	de	professores,	com	o	objetivo	de	
propiciar	aprendizados	complementares	à	formação	integral	dos	estudantes.	A	atividade	
deve	estar	relacionada	às	unidades	curriculares	do	projeto	pedagógico	do	curso	e	a	visita	
deve,	preferencialmente,	constar	no	plano	de	ensino	da	unidade	curricular.
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MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
FIGURA	12	-	VISITA	TÉCNICA
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.universo.edu.br/portal/campos/
visita-tecnica/>.	Acesso	em:	4	ago.	2017.
A	visita	técnica	tem	os	objetivos	de	promover	a	integração	entre	a	teoria	e	a	prática	
no	que	se	refere	aos	conhecimentos	adquiridos	pelos	alunos	na	instituição	de	ensino;	
proporcionar	ao	estudante	a	vivência	do	mercado	de	trabalho,	produtos,	processos	e	
serviços	in loco e	a	integração	entre	os	mesmos;	propiciar	ao	estudante	a	oportunidade	
de	aprimorar	a	sua	formação	científica,	cultural	e	tecnológica.
A	visita	vinculada	às	atividades	de	ensino	sempre	possuem	um	fim	pedagógico	e	
abrange	as	seguintes	modalidades:	a	participação	como	visitante	em	feiras,	congressos,	
seminários,	exposições	e	eventos	similares;	visitas	às	instituições	públicas	e	privadas;	
visitas	às	empresas	e/ou	institutos	de	pesquisa,	de	serviços	e/ou	produção;	visitas	às	
propriedades	rurais	ou	locais	públicos.		
A	realização	da	visita	deverá	ser	precedida	de	submissão	e	aprovação	de	um	
projeto	contendo,	no	mínimo	a	identificação	do	proponente	e	público-alvo	da	visita;	a	
justificativa	para	realização	da	visita;	objetivos	pedagógicos	vinculados	à(s)	unidade(s)	
curricular(es);	metodologia	 (atividades	pedagógicas	 e	 administrativas	 realizadas	
antes,	durante	e	depois	da	visita);	roteiro	detalhado	da	visita;	ciência	e	aprovação	das	
instituições	a	 serem	visitadas,	 licenças	necessárias	para	a	visita	 e	quaisquer	outras	
especificidades	do	município	a	 ser	visitado;	detalhamento	das	normas	específicas	e	
exigências	da	instituição	a	ser	visitada,	incluindo	a	vestimenta	adequada.
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