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[Escolha a data] [Edição 1, Volume 1] DIREITO PROCESSUAL ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO O direito processual administrativo e tributário em nada tem a ver com a função jurisdicional do Judiciário. Ele serve exatamente para promover a segurança dos atos administrativos. Quem possui o poder de Administrar é o Executivo. Lembrando da função tripartite do Estado, de uma maneira simplificada feita por Montesquieu: o Executivo administra e executa, o Legislativo legisla e o Judiciário julga, vê-se que quem possui a função típica de administrar é o Executivo, porém quando feito pelo Legislativo e Judiciário caracteriza a função atípica dos poderes. Neste sentido entende-se que o processo administrativo é a forma pela qual a Administração Pública registra seus atos, controla seus agentes públicos ou decide as controvérsias com os administrados e/ou administradores (servidores públicos) Por isso podemos dizer que processo administrativo é gênero, da qual as espécies mais frequentes são os processos tributários e processos disciplinares. A lei 9784/99 surgiu no intuito de estabelecer as regras gerais para a Administração Pública nos seus processos e procedimentos a fim de que seja uma diretriz normativa para com a Administração Pública. PROCESSO E PROCEDIMENTO 2º SEMESTRE 10º PERÍODO DE DIREITO 2017 – DOCENTE GABRIELLE SANTANGELO LEINER DIREITO PROCESSUAL ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO OBJETIVOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Documentação: serve como documentação dos atos e fatos praticados pela Administração. Fundamentação: serve como fundamentação dos atos dos administrativos. Proteção aos Administrados e Servidores: na medida em que evita arbitrariedades por parte dos administrados públicos. Transparência: na medida em que possibilita a fiscalização da conduta da administração pelos administrados. O processo administrativo é a forma pela qual a Administração Pública registra seus atos, controla seus agentes públicos ou decide as controvérsias com os administrados e/ou administradores 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner Processo é uma relação jurídica, razão pela qual “processo administrativo” significa o vínculo jurídico entre a Administração e o usuário, estabelecido para uma tomada de decisão. Ao passo que procedimento administrativo é a sequência ordenada de 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner atos tendentes à tomada de decisão. Não esquecer: Ato administrativo: é a materialização da vontade pública através de um funcionário ou servidor. SERá FÁCIL PRO MoMo: Segurança Jurídica: Eficiência: deve-se otimizar os meios da Administração (fazer + com -) Razoabilidade: o administrador deve atuar dentro da razão, atos racionais. Finalidade: O administrado deve cumprir com a finalidade que a lei lhe outorgou. Ampla Defesa: o administrado alvo de processo deve ter o direito de se defender, devendo ser informado de todo o processo administrativo. Contraditório: deve-se dar direito ao contraditório e defesa sempre. Interesse Público: todo ato e decisão sempre visando a consagração do interesse público Legalidade: respeito à legislação em vigor Proporcionalidade: critérios de equilíbrio entre o ato praticado e a finalidade a ser perseguida. Oficialidade: há que se provocar a administração pública, ou provocada pela própria administração ou a requerimento da parte. A própria administração dá continuidade aos atos. Motivação: todos os atos devem ser fundamentados. Moralidade: deve-se respeitar a moralidade ética institucional P ri n ci p io s d a A d m in is tr aç ão LI M P E Legalidade Impessoalidade Moralidade Eficiência Princípios do Processo Administrativo: *Art. 37 da CF: princípios básicos da Administração. LIMPE *Art. 2 da Lei 9784/99: lembrar que é rol exemplificativo dentre outros. SERÀ FÁCIL PrO MOMO 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner A lei que regulamenta o processo administrativo federal é a Lei 9784/99. Quanto às aplicações dessa lei: a) Via de regra é utilizada na administração direta e indireta federal. b) Utilizada nos poderes administrativos e Judiciários em suas funções administrativas, ou seja, nas suas funções atípicas. c) Utilizada de forma subsidiária pelo DF, Estados e Municípios para procedimentos internos e atos administrativos. Obs: A regra é que a lei seja utilizada no âmbito federal, entretanto, será utilizada de forma subsidiária desde que haja previsão legal. Conceitos da lei: a) Orgão: não tem personalidade jurídica, mas faz parte da estrutura do Estado. Ex: secretaria de determinada entidade. b) Entidade: pessoa jurídica em si. Ex: União, autarquias. c) Autoridade: os agentes públicos que julgam, que detém o poder decisório. Presidente de uma autarquia. FASES DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO GERAL Espécies de Processo de Administrativo Processo Administrativo de Outorga: É um processo pelo qual se pleiteia algum direito ou situação individual perante a Administração. Em geral não há contraditório, excetos quando há oposição de terceiros ou do Poder Público. A concessão ou permissão de uso de bem público. Processo administrativo de Expediente: proveniente de provocação Processo Administrativo de Controle: são processos onde a administração pública pode verificar, controlar o comportamento e a situação dos gestores púbicos. Exemplo: as contas dos administradores são prestadas perante o Tribunal de Contas Processo administrativo de gestão: é uma série de atos realizados pela Administração Pública para exercer suas funções típicas. Exemplo: Concurso Processo Administrativo de Punição: elaborado quando um ato realizaod pelo servidor, administrado ou contratado viola a lei. É feito com base no auto de infração, representação, denúncia ou peça equivalente. Exemplo: multa, demolição de obra, fechamento de estabelecimento público. Processo Administrativo Disciplinar: A Administração apura e pune as faltas cometidas pelos servidores públicos no exercício de sua função administrativa. 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner :DIREITOS E DEVERES DO ADMINISTRADO ART 3º E ART 4º DA LEI INSTAURAÇÃO •A instauração pode ser feita de duas formas: •a) por ofício: a própria administração pública devido ao ppio da oficialidade. •b) a pedido de um interessado: qualquer pessoa, seja física, jurídica ou servidor público INSTRUÇÃO •É a fase onde há a produção de provas para elucidar os fatos narrados na primeira fase. As provas devem ser feitas via depoimento das partes, oitiva de testemunhas, inspeções, perícias e juntada de documentos, laudos pareceres. RELATÓRIO •Na fase do relatório é produzido um documento que sinteiza tudo o que foi apurado no processo administrativo. Pode ser feito pela autoridade responsável ou por comissão formada chamada de comissão processante. Geralmente possui uma sugestão de decisão, mas não inclui a decisão final. JULGAMENTO •A fase de decisão ou julgamento apresenta a decisão final a respeito do processo. Podendo ser tomada e concordância com a sugestão do relatorio ou não. 2º semestre 10º períodode direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner TERCEIRA AULA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO FASES DO PROCESSO 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner AULA 3 FASES DO PROCESSO INSTAURAÇÃO INSTRUÇÃO JULGAMENTO DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS DIREITOS TRATADO COM RESPEITO TER CIÊNCIA DO PROCESSO ALEGAÇÃO E DOCUMENTOS ANTES DA DECISÃO ADVOGADO FACULTATIVO SÚMULA Vinculante 5 DEVERES EXPOR A VERDADE PROCEDER COM LEALDADE , urbanidade e boa-fé NÃO AGIR de forma temerária PRESTAR/ESCLARECER INFORMAÇÕES 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner A INSTAURAÇÃO PODE-SE DAR DE OFÍCIO OU A PEDIDO DO INTERESSADO. DE OFÍCIO A PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PODE LAVRAR O AUTO DE INFRAÇÃO E DEFLAGRAR O PROCESSO ADMINISTRATIVO. PODE SER REDUZIDO A TERMO SE APARTE COMPARECER A AUTORIDADE PÚBLICA. ART. 5º DA LEI. No pedido que se ter: 1) Indicação do Orgão ou Autoridade 2) Identificação do Interessado ou seu representante 3) Pedido: deverá conter a indicação do domicílio, data e assinatura por óbvio para o documento ter validade Lembrar que o processo deve iniciar na menor hierarquia porque dessa possibilita a fase recursal e também a facilidade de acesso do administrado. Sobre a INSTAURAÇÃO DO PROCESSO temos a seguinte questão da OAB: A prova da OAB Nacional 2008.2 elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido do interessado”. A Administração está proibida de recusar sem motivo o recebimento de documentos (art. 6º, parágrafo único, da Lei n. 9.784/99). QUEM SÃO OS LEGITIMADOS PARA O PROCESSO ADMINISTRATIVO O art. 9º da Lei n. 9.784/99 define como legitimados no processo administrativo: a) titulares dos direitos e interesses que iniciem o processo, podendo ser pessoas físicas ou jurídicas; b) terceiros interessados que, sem terem iniciado o processo, possuem direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; c) organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses \coletivos; d) pessoas ou associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Importante destacar que a capacidade, para fins de processo administrativo, é conferida aos maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio (art. 10 da Lei n. 9.784/99). 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner DA COMPETÊNCIA Nos termos do art. 11 da Lei n. 9.784/99, a competência administrativa é irrenunciável e deve ser exercida pelo órgão legalmente habilitado para seu cumprimento, exceto nos casos de delegação e avocação. Na delegação, um órgão administrativo ou seu titular transferem temporariamente parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. A prova da Magistratura/TO elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “O processo administrativo em geral, no âmbito da União, pode ser instaurado de ofício ou por iniciativa dos interessados, entre os quais se incluem as pessoas e associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos”. A prova da Magistratura/PI elaborada pelo Cespe considerou INCORRETA a assertiva: “No âmbito do processo administrativo, não há previsão de defesa de interesses difusos ou coletivos”. A prova da OAB Nacional 2009.1 elaborada pelo Cespe considerou INCORRETA a assertiva: “São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezesseis anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio”. A prova da OAB Nacional 2008.2 elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial”. Em nenhuma hipótese, podem ser objeto de delegação: a) a edição de atos de caráter normativo; b) a decisão de recursos administrativos; c) as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. A delegação é revogável a qualquer tempo por vontade unilateral da autoridade delegante. Em sentido contrário, na avocação o órgão ou seu titular chamam para si, em caráter excepcional e temporário, competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Assim, pode-se concluir que delegação e avocação constituem exceções à regra geral da indelegabilidade de competências administrativas. Por fim, cabe ressaltar que o processo administrativo deverá ser iniciado perante a 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner autoridade de menor grau hierárquico para decidir (art. 17 da Lei n. 9.784/99). IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO Para garantir a imparcialidade na tomada das decisões administrativas, a Lei n. 9.784/99 define regras de impedimento e de suspeição aplicáveis aos agentes públicos que atuarão nos processos administrativos. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: a)tenha interesse direto ou indireto na matéria; b) tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; c) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Já os casos de suspeição relacionam-se com a condição da autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Nos termos do art. 21 da Lei n. 9.784/99, o indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO A regra geral é que os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, exceto quando a lei expressamente a exigir, devendo ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver DÚVIDA DA AUTENTICIDADE. A prova da Procuradoria/DF considerou CORRETA a assertiva: “Não pode ser objeto de delegação a decisão de recursos administrativos”. A prova da OAB Nacional 2009.2 elaborada pelo Cespe considerou INCORRETA a assertiva: “O servidor que atue como perito em um processo administrativo pode exercer outras funções no mesmo processo, exceto a de julgar”. A prova da OAB Nacional 2008.2 elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “O servidor ou autoridade que esteja litigando, na esfera judicial, com o interessado em um processo administrativo que envolva as mesmas partes está impedido de atuar nesse processo”. 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner Os atos do processo administrativo devem ser realizados em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Salvo disposição legal em contrário, os atos das autoridades e dos administrados participantes do processodevem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Quanto ao lugar, os atos do processo devem ser realizados de preferência na sede do órgão competente, cientificando -se o interessado se outro for o local de realização. 19.14 COMUNICAÇÃO DOS ATOS O órgão competente promoverá a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. A intimação deverá conter: a) identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; b) finalidade da intimação; c) data, hora e local em que deve comparecer; d) se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; e) informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; f) indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. A intimação pode ser efetuada mediante ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. Já no caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. Importantíssimo destacar que o desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Portanto, nos processos administrativos, não há os efeitos típicos da revelia. 19.15 INSTRUÇÃO DO PROCESSO A instrução do processo, realizada para comprovar os fatos alegados, é promovida 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Aplicando a mesma regra geral válida para os processos judiciais, cabe ao interessado o ônus de provar os fatos que tenha alegado. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Na hipótese em que deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o A prova da OAB Nacional 2010.1 elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “Nos processos administrativos é admitida a intimação fictícia”. A prova de Procurador de Aracaju elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “O desatendimento de intimação para apresentação de defesa em processo administrativo não importa no reconhecimento da verdade dos fatos”. processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. Já no caso de um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Após o encerramento da instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Se o órgão de instrução não for competente para emitir a decisão final, deverá elaborar relatório indicando o pedido inicial e o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner Portanto, o ato final do processo administrativo normalmente não é a decisão, mas o relatório a ser encaminhado para a autoridade competente para decidir. DEVER DE DECIDIR Obviamente, a Administração Pública tem o dever de emitir decisão expressa nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Não teria sentido ordenamento jurídico pátrio garantir o direito de petição aos administrados sem que houvesse, a cargo da Administração, o correlato dever de decidir. Encerrada a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 19.17 DESISTÊNCIA O art. 51 da Lei n. 9.784/99 afirma que o interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 19.18 RECURSOS ADMINISTRATIVOS Todas as decisões adotadas em processos administrativos podem ser objeto de recurso quanto a questões de legalidade e de mérito, devendo o recurso ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa (art. 57 da Lei n. 9.784/99). A prova da OAB Nacional 2009.2 elaborada pelo Cespe considerou INCORRETA a assertiva: “Caso a matéria discutida no processo administrativo se apresente bastante controversa e inquietante, a autoridade responsável poderá deixar de decidir e submeter o tema à apreciação do Poder Judiciário”. 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner A prova de Procurador de Aracaju elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “Concluída a instrução de processo administrativo, a administração tem até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada”. A 13a prova do Ministério Público do Trabalho considerou INCORRETA a assertiva: “O recurso administrativo, salvo disposição legal em contrário, tramitará no máximo por duas instâncias administrativas”. Os recursos administrativos podem ser interpostos pelos seguintes legitimados: a) os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; b) aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; c) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; d) os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Como regra geral, o prazo para interposição de recurso administrativo é de dez dias, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida, devendo ser decidido, exceto se a lei não fixar prazo diferente, no prazo máximo de trinta dias. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. O recurso não será conhecido quando interposto: a) fora do prazo; b) perante órgão incompetente; c) por quem não seja legitimado; d) após exaurida a esfera administrativa. Processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada (art. 65 da Lei n. 9.784/99). 19.18.1 Permissão da reformatio in pejus O art. 64 da Lei n. 9.784/99 assevera que “o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência”. Desse modo, pode-se constatar que o 2º semestre 10º período de direito 2017 – docente Gabrielle Santangelo Leiner dispositivo não proíbe a reformatio in pejus nos processos administrativos, isto é, não há impedimento a que a decisão do recurso agrave a situação do recorrente, exigindo-se apenas que ele seja cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 19.19 DOS PRAZOS Os arts. 66 e 67 da Lei n. 9.784/99 disciplinam a contagem de prazos nos processos administrativos.A regra geral do art. 66 assegura que os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. A prova da Magistratura/DF considerou CORRETA a assertiva: “Em geral, o recurso não terá efeito suspensivo, salvo disposição legal em contrário, admitindo-se, todavia, que a autoridade recorrida, observados os requisitos legais, venha a conferir efeito suspensivo ao recurso”. A prova da OAB Nacional 2010.1 elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a assertiva: “Nos processos administrativos admite-se a reformatio in pejus”. A prova da Magistratura/DF considerou INCORRETA a assertiva: “A decisão do recurso não poderá acarretar gravame à situação do recorrente”. Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. Já os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem -se como termo o último dia do mês. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se SUSPENDEM.
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