Buscar

CCJ0023-WL-C-AMMA-06-Os Contratos no Código de Defesa do Consumidor

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

AULA+
Direito do Consumidor
Prof. Renato Porto
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
SABER a nova concepção do contrato
IDENTIFICAR a intervenção estatal nas relações de consumo;
DISTINGUIR o dirigismo legislativo, administrativo e judicial nas relações de consumo;
APLICAR a modificação e a revisão das cláusulas contratuais;
DIFERENCIAR a teoria da quebra da base objetiva do negócio jurídico da teoria da imprevisão.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
1. Nova concepção de contrato
2. Intervenção do Estado
3. Dirigismo contratual
3.1. Dirigismo legislativo
3.2. Dirigismo administrativo
3.3. Dirigismo judicial
4. Modificação e revisão das cláusulas contratuais
4.1. Modificação: vício de origem
4.2. Revisão por onerosidade excessiva
4.3. Teoria adotada pelo CDC: quebra da base objetiva do negócio jurídico
5. Onerosidade excessiva no Código Civil
5.1. Teoria adotada: imprevisão
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
NA ÉPOCA MEDIEVAL A SOCIEDADE SE DIVIDIA DA SEGUINTE FORMA:
Cada qual com sua regra.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
COM A REVOLUÇÃO FRANCESA UMA MUDANÇA DRÁSTICA SE APRESENTOU...
Justiça Contratual
Código de Napoleão
Influencia direta nas futuras codificações do final do século XIX e início do século XX
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
NORMAS POSTERIORES AO CÓDIGO DE NAPOLEÃO E PRINCIPAIS INFLUENCIAS 
Código de Napoleão (1804), o italiano (1865), o português (1867), o espanhol (1889), o alemão (1896) e o brasileiro (1916). 
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
NORMAS POSTERIORES AO CÓDIGO DE NAPOLEÃO E PRINCIPAIS INFLUENCIAS 
O contrato adquiriu a característica de "acordo de vontades", a partir da evolução da teoria de Kant, em França nos séculos XVIII e XIX, onde o individualismo prevaleceu no período, e o homem era apresentado como centro do universo, consagrando-se, então, a liberdade e a igualdade política. 
Foi, assim, consagrado o princípio do pacta sunt servanda, adquirindo o contrato o caráter de acordo de vontades, mediante o estabelecimento de vínculo jurídico, capaz de produzir efeitos jurídicos. 
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Surge então uma surpresa desagradável...
A liberdade individual considerada como verdadeira constituição do indivíduo, acabou se rendendo ao capitalismo.
Assista o vídeo:
http://www.bing.com/videos/search?q=capitalismo+uma+hist%c3%b3ria+de+amor+dublado&qpvt=capitalismo+uma+hist%c3%b3ria+de+amor+dublado&FORM=VDRE#view=detail&mid=D41D7CF00CB26CA1C10BD41D7CF00CB26CA1C10B
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
REPÚBLICA DE WEIMAR
Com a eclosão da 1a Guerra Mundial, os aliados impuseram a substituição do regime imperial por uma república, surgindo, assim, a "República de Weimar".
Windscheid ressuscitou, então, a cláusula do rebus sic standibus, principalmente nos momentos de crise econômica, afetando as obrigações pecuniárias, que passou a ser denominada de Teoria da Imprevisão, ou Teoria da Onerosidade Excessiva ou, ainda, Teoria da Pressuposição. Na Alemanha, essa teoria era conhecida como Teoria da Quebra da Base Econômica do Negócio.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
INTERVENÇÃO DO ESTADO
O confronto entre a liberdade de contratar e o dirigismo contratual trouxe para o direito um novo paradigma, acrescentando e modificando os parâmetros já conhecidos na aplicação das regras contratuais. Esta tutela do Estado sobre a vontade dos particulares foi construída sobre uma mudança estrutural experimentada em toda matéria legal e não apenas no mundo das relações contratuais, em que a função social passou a ser observada, perseguida e respeitada nas mais diversas áreas do direito. 
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
O liberalismo acentuado tornou o contrato o negócio jurídico mais relevante celebrado entre pessoas, vinculando as partes juridicamente, mas nem sempre de forma equânime, justa e ética. O princípio da autonomia da vontade e pacta sunt servanda foram elevados às suas conseqüências máximas. Criou-se um modelo de contrato centrado em bases individuais, que faz lei entre as partes. No entanto, essa liberdade contratual não passava de uma ficção tendo em vista o desequilíbrio econômico entre as partes..
A CONCEPÇÃO SOCIAL DO CONTRATO NO NOVO CÓDIGO CIVIL E NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Esse modelo de contrato não mais atende às necessidades da sociedade atual, haja vista que não se pode mais admitir uma relação contratual sem equilíbrio, celebrada com ausência da boa-fé, ser considerada válida, sob o argumento de que existe a autonomia privada e as partes são livres para contratar.O perfil atual do contrato modificou-se. Ele passa a ter uma concepção social, para o qual não só o momento da contratação importa com a manifestação de vontade. Devem-se observar seus efeitos.
A CONCEPÇÃO SOCIAL DO CONTRATO NO NOVO CÓDIGO CIVIL E NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
A eficácia jurídica depende também, e principalmente, dos seus efeitos sociais e das condições econômicas e sociais das partes que o celebram. O rigor de sua intangibilidade foi abandonado em busca de uma relação justa entre os contratantes.
A CONCEPÇÃO SOCIAL DO CONTRATO NO NOVO CÓDIGO CIVIL E NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
Princípios sociais do contrato, a que o Código Civil se refere, são típicos da terceira fase histórica do Estado Moderno, ou seja, do Estado social, como seguem:
princípio da função social do contrato;
princípio da boa-fé objetiva;
princípio da equivalência material do contrato.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Os princípios sociais do contrato não eliminam os princípios liberais (ou que predominaram no Estado liberal), a saber, o princípio da autonomia privada (ou da liberdade contratual em seu tríplice aspecto, como liberdades de escolher o tipo contratual, de escolher o outro contratante e de escolher o conteúdo do contrato), o princípio de pacta sunt servanda (ou da obrigatoriedade gerada por manifestações de vontades livres, reconhecida e atribuída pelo direito) e o princípio da eficácia .relativa apenas às partes do contrato (ou da relatividade subjetiva); mas limitaram, profundamente, seu alcance e seu conteúdo. 
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
O DIRIGISMO CONTRATUAL gerou restrição ao princípio da autonomia da vontade possibilitando a intervenção estatal nos contratos.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
A intervenção do Estado nos contratos de consumo iniciou com o surgimento das cláusulas abusivas. Surgindo, então, o dirigismo contratual, quando o Estado verifica que a liberdade plena das partes contratantes gera um desequilíbrio no contrato. As cláusulas abusivas desfavorecem a parte mais fraca na relação contratual, que via de regra, é o consumidor.
CLÁUSULAS ABUSIVAS X INTERVENÇÃO DO ESTADO
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Um dos exemplos clássicos, se encontra no acórdão da Ministra Fátima Nancy Andrighi, ao relatar o AgRg
no REsp nº. 807.052-RS: “O regime jurídico dos contratos mercantis que embasam relação de consumo mitiga o princípio da autonomia da vontade em favor de um prevalecente dirigismo contratual; admite-se, em conseqüência, a revisão judicial das cláusulas contratuais que colidam com as normas jurídicas em vigor. Aplica-se o CDC às relações jurídicas entre as instituições financeiras e os usuários de seus serviços.”
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
TEORIA DA IMPREVISÃO 
O conceito dado a teoria da imprevisão “é uma reformulação moderna da cláusula rebus sic stantibus, tendente a revisão ou resolução judicial dos contatos, pela superveniência de acontecimentos imprevistos ou imprevisíveis por ocasião da formação do vínculo contratual”
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
A distinção entre a base subjetiva e a base objetiva do negócio jurídico é explicada por Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery nos seguintes termos: 
“A base objetiva do negócio compreende os condicionalismos naturalmente pressupostos pelas partes, sem disso terem consciência, como a manutenção da legislação ou do sistema econômico. Ao contrário da base subjetiva, nada tem a ver com aspectos psicológicos dos contratantes, isto é, não se situa no campo da invalidade (vícios de vontade ou sociais do negócio jurídico). 
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
A quebra da base objetiva do negócio pode ensejar:
a) a resolução do negócio jurídico (v.g. art. 478, CC/2002),
b) a revisão do contrato (v.g. arts. 317, 421, 422 e 478, CC/2002).”
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
TEORIA DA QUEBRA DA BASE OBJETIVA
“A norma do artigo 6º, do CDC avança ao não exigir que o fato superveniente seja imprevisível ou irresistível, apenas exige a quebra da base objetiva do negócio, a quebra do seu equilíbrio intrínseco, a destruição da relação de equivalência entre prestações. Ao desaparecimento do fim essencial do contrato. Em outras palavras, o elemento autorizador da ação modificadora do Judiciário é o resultado objetivo da engenharia contratual que agora apresenta mencionada onerosidade excessiva para o consumidor, resultado de simples fato superveniente, fato que não necessita ser extraordinário, irresistível, fato que poderia ser previsto e não foi” Claudia Lima Marques
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
CASO CONCRETO 1:
No início de 1999, milhares de consumidores que haviam celebrado contrato de financiamento de veículo (leasing) com cláusula de reajuste atrelado ao dólar sofreram trágicas conseqüências em razão da forte desvalorização do real – o valor da prestação quase dobrou. Milhares de ações, individuais e coletivas, foram ajuizadas em todo o país em busca de uma revisão contratual. Bancos e financeiras resistiram à pretensão com base nos tradicionais princípios romanísticos – pacta sunt servanda, autonomia da vontade e a liberdade de contratar. Alguma norma do CDC foi invocada nesse pleito de revisão contratual?
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
É correto dizer que no CDC a revisão de cláusula contratual terá lugar se ocorrer:
A) fato superveniente; 
B) a álea normal ou ordinária; 
C) fato superveniente imprevisível; 
D) a álea anormal ou extraordinária; 
E) fato superveniente de alcance particular do devedor.
AULA 6: OS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
 
DIREITO DO CONSUMIDOR
Material de Apoio: 
Vídeos:
Vídeo explicativo (STF TV)
http://www.bing.com/videos/search?q=teoria+da+imprevisao+&FORM=HDRSC3#view=detail&mid=CB98EA342F1585C9BFEDCB98EA342F1585C9BFED

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais