Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Art. 1314 – direito e restrições aos condôminos. Como manifestação peculiar do direito de propriedade (diferente da comunhão), o condomínio observa as linhas gerais do domínio. O condômino pode usar, fruir, dispor e reivindicar (faculdade do domínio) desde que: – só possa usar a coisa conforme sua destinação -só possa ceder seu uso (posse e gozo) a terceiros (fluir) com a anuência de todos os demais (consenso) – só possa dispor (onerosamente) de sua quota sobre a coisa indivisa observando o direito de preferência do consorte (prejudicado pode requerer que o negocio seja desfeito – por não tem cumprido o direito de preferência – dentro de 180 dias, desde que deposite o preço). Aqui vamos encontra a dupla restrição Tanto função social e direito de vizinhança, como também fixação da destinação e da compatibilidade com o exercício dos direitos pelo demais consortes. Lembrando que o condômino deve usar a coisa de acordo com a sua natureza e sua finalidade. É proibido, sem anuência dos demais condôminos, modificações que alterem a substancia da coisa. Ex: mudar a maneira de exploração. Além disso, não pode dar posse, uso ou gozo dela para terceiros estranhos, sem os consentimento dos demais. Qualquer co-proprietário pode demandar a tutela possessória em proveito comum ou reciprocamente ou reivindicá-la pelo direito regressivo. Alienação da parte ideal: encontramos a liberdade genérica de cada condômino, só ficando impedidos quanto ao bem indivisível objeto de negocio oneroso. Classificação dos condomínios – pela origem: convencionais, eventuais (voluntários) e legais (ou necessários); – pela forma: pro diviso e pro indiviso; – pela duração: transitórios (voluntários) e duradouros (legais); – pelo objeto: universais (hereditário) e singulares; Se um condômino usa a coisa por inteiro, pode ser compelido a pagar aluguel aos demais (devido desde a “citação”) – visto que usa mais do que aquilo que cabe em sua quota. Art. 1315- concurso sobre despesas e medidas dos quinhões. A obrigação primordial do condômino é concorrer, na proporção de sua participação, para as despesas de conservação ou divisão da coisa, bem como suportar, na mesma proporção, os encargos de sua responsabilidade. Como o dono tem direito aos frutos, também terá, o dever de responder pelo ônus. É preciso que o ato de constituição de um condomínio estabeleça as partes de cada condômino, sob pena de presumirem-se iguais. Art. 1316 – viabilidade de renuncia exonerativa. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando á parte ideal. Se algum dos condôminos assumir as despesas e as dívidas, a renuncia lhe aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção do pagamento que fez. Quando nenhum consorte se dispuser a assumir tal despesa, a coisa comum será dividida (ou alienada se for indivisível), onde cada um responder sua parte. Art. 1317 – dívida que aproveita aos condôminos. Quando a divida for contraída, é preciso que se estabeleça, desde logo, qual a responsabilidade de casa consorte. Se não houver discriminação nos gastou ou não se estipulou a solidariedade, presume-se que as obrigações foram contraídas proporcionalmente às quotas de cada um. Art. 1318 – dívida contraída por condômino em proveito comum. Quando todos os condôminos contraírem dívidas conjuntamente, cada um responde na proporção do seu quinhão. Se a dívida foi contraída, entretanto, por um dos condôminos, em proveito da comunhão e durante ela, este é o responsável perante o credor, tendo o direito de ação regressiva contra os demais consortes. Art. 1319- responsabilidade por frutos e danos causados. Como os frutos são de todos, caso algum dos condôminos venha a percebê-los sozinho, responderá: – aos outros pelos frutos que percebeu da coisa comum (um montante que ultrapasse sua quota) e; – pelo dano que lhe causou (de repente os frutos foram colhidos antecipadamente, prejudicando, então, a coisa frutífera). A utilização exclusiva do condomínio enseja a obrigação de retribuição aos demais. Se os frutos pertence a todos, eles devem ser repartidos proporcionalmente entre eles. Assim, como todas as dívidas devem também, ser repartidas entre todos. Art. 1320 – divisão da coisa comum (e indivisibilidade negocial) A lei aqui facilita a extinção do condomínio. O comunheiro pode pedira extinção do condomínio a qualquer tempo, pois se trata de um direito potestativo. O custo inerente à divisão deverá ser compartilhado pelo condôminos, na proporção de seu quinhão. Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior que cinco anos, suscetível de prorrogação (por deliberação dos próprios condôminos). Quando o condomínio for voluntário, estabelecido por doador ou testador, não poderá exceder 5 anos. O prazo que exceder esses 5 anos, não será considerado. Ao condomínio é licito a qualquer momento exigir a divisão da coisa comum, afinal ninguém pode ser obrigado a permanecer em condomínio, pois a comunhão é uma situação transitória e inconveniente. Possuindo graves razões, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. Art. 1321 – remissão a disciplina partilha hereditária. A divisão entre condôminos é declaratória e não atributiva da propriedade. Da mesma maneira que o direito hereditário é concedido ao herdeiro como consequência da morte e não em razão da partilha (efeito meramente declaratório) e o legislador também presume que o quinhão condominial pertence ao condomínio, assim, a divisão opera retroativamente, pois o direito ao quinhão integra o seu patrimônio desde o momento em que se instala o condomínio, e não a partir da divisão. Se a coisa foi indivisível, os condôminos podem adjudicá-la a um só, que indenizará os outros. Caso não seja possível, só resta a venda da coisa e se fará rateio da coisa. Art. 1322 – indivisibilidade: adjudicação ou alienação. Quando o bem for indivisível e os consortes não quiserem adjudicá-la, seguirá uma ordem de preferência para a venda (afinal não há mais interesse na manutenção do condomínio): – condômino (ao estranho) – titular de benfeitorias mais valiosas (entre condôminos) – condômino com maior quinhão (inexistindo benfeitorias) Não havendo possibilidade de se encontrar o condômino de maior privilégio, ou seja, se nenhum deles possuem benfeitorias na coisa comum, o bem será vendido mediante licitação pelo melhor preço. Primeiramente oferecida ao condômino, afinal prefere-se o condômino ao estranho. Se não nenhum condômino quiser, passará a licitação entre estranhos. Art. 1323 – deliberação majoritária sobre a administração. Caso haja a impossibilidade gozo comum do objeto do condomínio, poderá ter: – a alienação – fruição (locação) – simples administração Se a partes decidirem por não usar conjuntamente a coisa comum, nem aliená-la nem dividi-la, será deliberado por maioria a escolhe de um administrado. Pode ser estanho ao condomínio ou um dos condôminos. Administração é simples gestão da coisa comum. Se optarem pela fruição do bem confere-se preferência ao condômino em detrimento de terceiro. Art. 1324 – condômino administrador e representação legal. O condômino administrador deve ser tido como representante legal dos demais, mas possui dois aspectos: – é uma presunção simples (possível prova em contrário, portanto). – é considerado um representante comum (escapando o termo mandatário). Temo o mandato tácito, onde o administrador só pode praticar atos de administração, não podendo gravar ou alienar a coisa comum. Art. 1325 – maioria (conforme quinhões) e suprimento judicial. A maioria absoluta, que é estabelecida para a escolha do administrador, será calculada pelo valor dos quinhões. Atingida a maioria absoluta, a deliberação prevalecerá mesmo contra a minoria que pode optar pelo recesso. Se não for atingida a maioria absoluta será necessário o suprimento judicial, assim o juiz decidirá discricionariamente, ouvindo os interessados. Havendo dúvida sobre o valor do quinhão, será esteavaliado judicialmente. Art. 1326 – partilha de frutos comuns (critério). Os frutos da coisa comum serão partilhados na proporção dos quinhões, com exceção da estipulação de ultima vontade em contrário. Art. 1327 – meação de paredes, cercas, muros e valas. O condomínio, aqui,existe em razão da utilidade comum desses bens divisórios. As paredes, as cercas, os muros, as valas, a que se refere, como quaisquer outras obras divisórias, são de uso comum dos confinantes. Há presunção de que tais meios divisórios são dos condôminos confinantes, salvo prova em contrário. Assim a comunhão não esta na propriedade deles e sim dos meios divisórios. Art.1238 – direito de estremar e aquisição potestativa de meação. Meação – direito de aquisição do proprietário confinante, podendo exigi-lo judicialmente, caso o proprietário exclusivo se negue a entrar em acordo. O condômino tem direito de adquirir meação nos muros, cercas, mediante o pagamento de metade do valor atual das obras e do terreno por ela ocupado que foram realizados pelo outro condômino, para evitar o enriquecimento sem causa. Art. 1329 – controvérsia sobre o valor e estimação judicial. Despontando controvérsia entre os envolvidos quando ao valor de que o despojado será embolsado, observar-se-á arbitramento judicial. Os custos da perícia será arcado pelos duas partes. Art. 1330 – pretensão à divisão e uso ilícito de tapume indiviso. Estabelecido o valor a ser pago pelas partes ou pelo judicial, essa valor deverá ser pago ou depositado, judicialmente, para poder fazer o uso da divisória. Enquanto o vizinho não pagar ou depositar o preço da meação, nenhum uso poderá ser feito tanto da parede, como do muro,da vala, da cerca ou de qualquer outra obra divisória.
Compartilhar