Aula 4 - Pessoa Jurídica_atual

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ESPÉCIES DE PESSOAS JURÍDICAS 
DE DIREITO PRIVADO 
Profa. M.Sc. Marisse C. Queiroz 
Teoria da Relação Jurídica I 
PUC/PR – Campus Londrina 
ASSOCIAÇÕES 
 CONCEITO 
 Art. 53, CC/02 
 SÃO CONSTITUÍDAS DE PESSOAS (UNIVERSITAS 
PERSONARUM) QUE REÚNEM SEUS ESFORÇOS PARA 
REALIZAÇÃO DE FINS NÃO ECONÔMICOS 
 
 ATO CONSTITUTIVO 
 ESTATUTO 
 
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ASSOCIAÇÕES 
 CARACTERÍSTICAS 
 Não há entre seus membros direitos ou obrigações recíprocos, 
nem a intenção de dividir resultados lucros e dividendos; 
 A realização eventual de negócios para manter a associação não 
desvirtua sua natureza; 
 O fim deve ser lícito (objetivos científicos, artísticos, beneficentes, 
religiosos, educativos, culturais, políticos, recreativos, etc.); 
 Não é obrigatória a existência de patrimônio para se formarem, 
em razão de seus fins ideais, embora necessitem especificar suas 
fontes de recursos; 
 São regidas por normas cogentes e podem ser reconhecidas 
como de utilidade pública; 
ASSOCIAÇÕES 
 REQUISITOS DO ESTATUTO: art. 54, CC 
 Denominação 
 Finalidade 
 Sede 
 Direitos e deveres dos associados perante a associação 
 Fonte de recursos 
 Constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos 
 Condições para alteração das disposições estatutárias 
 Forma de gestão e dissolução da associação 
 
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ASSOCIAÇÕES 
 CASO EXEMPLAR: ESTATUTO DE 
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS 
 
 DENOMINAÇÃO/SEDE 
 Art. 1º - A Associação dos Estudantes Universitários de Pomerode - 
ASSEUP, entidade civil, sem fins lucrativos, formada por estudantes 
universitários residentes e domiciliados na cidade de Pomerode e 
redigida pelo presente estatuto, bem como por ex universitários que 
tenham interesses comuns à associação, não desfrutando das 
vantagens dos estudantes universitários. 
 Art. 2º - A ASSEUP, tem por sede e foro à rua 15 de Novembro, 525 
- bairro Centro, cidade de Pomerode - SC. 
 
ASSOCIAÇÕES 
 CASO EXEMPLAR: ESTATUTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS 
 FINALIDADE 
 Art. 4º - A ASSEUP tem por finalidade: 
 I - Assegurar o transporte do aluno universitário à instituição de ensino 
superior durante o regime normal de aulas; 
 II - Assistir o estudante em torno da solução de seus problemas; 
III - Colaborar ou participar de órgãos públicos e particulares; 
IV - Incentivar o ingresso e a permanência na Universidade; 
V - Pugnar pela melhoria e aprimoramento do ensino nos mais variados 
níveis; 
VI - Promover atividades culturais, técnicas, científicas, sociais e esportivas; 
VII - Despertar e coordenar o esforço de seus associados para todas as 
atividades da vida do município de Pomerode; 
VIII - Organizar e cooperar com os movimentos que visem a difusão, o 
aprimoramento e a formação de uma consciência renovadora das atividades 
que visem o bem comum. 
 
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ASSOCIAÇÕES 
 CASO EXEMPLAR: ESTATUTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS 
 CONDIÇÃO DE ASSOCIADO/DIREITOS 
 Art. 50º - São considerados associados da ASSEUP todos os estudantes 
universitários residentes e domiciliados em Pomerode, que se inscreverem no 
primeiro semestre do dia 15 de fevereiro a 28 de fevereiro, e no segundo 
semestre do dia 20 de julho a 10 de agosto no quadro social e aderirem ao 
presente estatuto quando do ato de sua inscrição, bem como por ex 
universitários que tenham interesses comuns à associação, não desfrutando 
das vantagens dos estudantes universitários. 
 Art. 51º - São direitos dos associados, em dia com suas obrigações: 
 I - Tomar parte das Assembléias Gerais, discutir e votar. 
 II - De serem votados para fins de processo eleitoral. 
 V - Participar de todos os eventos promovidos e patrocinados pela ASSEUP; 
 VIII - Se usuário de transporte coletivo público ou fretado pela Associação, 
receber o auxílio transporte na proporção dos recursos recebidos de outras 
entidades por esta Associação 
ASSOCIAÇÕES 
 DISSOLUÇÃO: art. 61, CC 
 OBSERVAR O QUE ESTÁ DETERMINADO NO ESTATUTO 
 SE O ESTATUTO FOR OMISSO: 
 APURA-SE O PATRIMONIO LIQUIDO; 
 DESCONTA-SE A QUOTA PARTE DE CADA ASSOCIADO, QUANDO A 
ASSOCIAÇÃO É CONSTITUIDA POR FRAÇÃO IDEAL; 
 SE PREVISTO NO ESTATUTO OU VOTADO EM ASSEMBLÉIA, OS 
SÓCIOS PODEM SER RESSARCIDOS PELAS CONTRIBUIÇÕES 
PRESTADAS À ASSOCIAÇÃO; 
 O VALOR REMANESCENTE DEVE SER DOADO A ENTIDADE 
MUNICIPAL, ESTADUAL OU FEDERAL DE FINS IDÊNTICOS OU 
SEMELHANTES; 
 SE NÃO HOUVER ESTABELECIMENTO COM TAIS CARACTERÍSTICAS 
OS BENS SÃO DEVOLVIDOS À FAZENDA PÚBLICA 
 
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FUNDAÇÕES 
 CONCEITO 
 CONSTITUÍDAS POR UM CONJUNTO DE BENS (UNIVERSITAS 
BONORUM), QUE RECEBE PERSONALIDADE JURÍDICA PARA A 
REALIZAÇÃO DE FINS DETERMINADOS, DE INTERESSE PÚBLICO, 
DE MODO PERMANENTE 
 ELEMENTOS 
 PATRIMÔNIO = CONSTITUÍDO E DOADO PELO INSTITUIDOR 
 FINALIDADE = DETERMINADA PELO INSTITUIDOR E SEM FINS 
LUCRATIVOS (FINALIDADE SOCIAL DE INTERESSE PÚBLICO) 
 ATO CONSTITUTIVO 
 ESTATUTO 
FUNDAÇÕES 
 CASO EXEMPLAR: FUNDAÇÃO NOBEL 
 Alfred Nobel, inventor da dinamite, deixou 
uma herança de 32 milhões de coroas. Seu 
testamento, redigido em 1895, 
determinava a criação de uma instituição à 
qual caberia recompensar, a cada ano, 
pessoas que prestaram grandes serviços à 
humanidade, nos campos da paz ou da 
diplomacia, literatura, química, 
fisiologia ou medicina e física. O 
testamento estabelecia também que a 
nacionalidade das pessoas não seria 
considerada na atribuição do prêmio. 
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FUNDAÇÕES 
FUNDAÇÃO NOBEL 
 A Fundação Nobel foi criada em junho de 1900 e é 
responsável pelo controle do respeito às regras na 
designação dos laureados e verifica o bom andamento 
da eleição. 
 Os prêmios são custeados pelos rendimentos oriundos 
do legado de Alfred Nobel, tendo sido esse patrimônio 
convertido em ações e consiste numa medalha de 
ouro com a efígie de Alfred Nobel, gravada com seu 
nome e recheada com chocolate, um diploma com a 
citação da condecoração e uma soma em dinheiro que 
varia de acordo com os rendimentos da Fundação 
Nobel, mas que ronda os 10 milhões de coroas suecas 
(mais de um milhão de euros). 
 O propósito original era permitir que as pessoas 
laureadas continuassem a trabalhar ou pesquisar, sem 
pressões financeiras. 
FUNDAÇÕES 
 FASES FORMATIVAS 
1ª) ATO DE DOTAÇÃO PATRIMONIAL 
 ato de liberalidade e unilateral praticado pelo instituidor 
 é o elemento genético da fundação (dotação) 
 é diferente de doação (transmissão de bens de uma pessoa a 
outra) 
 comporta a reserva de bens, a indicação da finalidade e a 
maneira de administrar a fundação 
 pode ser feita por ato inter vivos (instrumento público) ou 
causa mortis (testamento) 
 quando os bens forem insuficientes para cumprir a finalidade 
prevista, serão incorporados ao patrimônio de outra fundação 
com fins iguais ou semelhantes 
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FUNDAÇÕES 
 FASES FORMATIVAS 
2ª) ELABORAÇÃO DO ESTATUTO 
 pode ser direta (pelo próprio instituidor) ou 
fiduciária (pessoa indicada pelo instituidor) 
 quando for fiduciária, a pessoa indicada deve 
elaborar o estatuto no prazo estabelecido pelo 
instituidor, ou, na falta deste, em 180 dias 
 quando não cumprir o encargo, este será 
prorrogado ao MP 
 
FUNDAÇÕES 
 FASES FORMATIVAS 
3ª) APROVAÇÃO DO ESTATUTO 
 realizada pelo Ministério Público Estadual, que é a autoridade 
competente para sua aprovação 
 se for elaborado pelo MP, cabe ao juiz aprová-lo 
 depois de aprovado o estatuto pode ser modificado, conforme 
requisitos do art. 67, CC/02 
4ª) REGISTRO 
 Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas 
 é indispensável e marca o início da existência da fundação 
 requisitos do registro  art. 46, CC/02 
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FUNDAÇÕES 
 EXTINÇÃO 
 Art.69, CC/02 
 expiração do prazo previsto pelo instituidor ou em 
seu estatuto 
 finalidade desvirtuada (ilicitude, impossibilidade ou 
inutilidade) 
 promovida pelo M.P. ou qualquer interessado 
 patrimônio apurado deve ser destinado a outra 
fundação de fins iguais ou semelhantes 
SOCIEDADES 
 CONCEITO 
 FORMADA POR PESSOAS (UNIVERSITAS PERSONARUM) QUE 
REÚNEM BENS OU SERVIÇOS PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE 
ECONÔMICA E A PARTILHA DE RESULTADOS 
 
 CARACTERÍSTICAS 
 POSSUEM FINS LUCRATIVOS (GERAÇÃO E PARTILHA DE RENDA) 
 PODEM REALIZAR UM OU MAIS NEGÓCIOS DETERMINADOS 
 É NECESSÁRIO PARA SUA CONSTITUIÇÃO UM PATRIMÔNIO 
 FORMADA, QUASE SEMPRE, POR NORMAS DISPOSITIVAS 
 OS SÓCIOS POSSUEM DIREITOS E OBRIGAÇÕES RECÍPROCOS 
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SOCIEDADES 
 TIPOS 
 SIMPLES 
 QUANDO NÃO EXERCEM ATIVIDADE EMPRESARIAL (EXERCÍCIO DE 
PROFISSÃO INTELECTUAL, DE NATUREZA CIENTÍFICA, LITERÁRIA 
OU ARTÍSTICA) 
 EMPRESARIAL 
 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA PARA A 
PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS 
 COOPERATIVAS 
 SOCIEDADE DE PESSOAS COM O OBJETIVO DE PRESTAR SERVIÇOS 
A SEUS ASSOCIADOS; 
 ATO CONSTITUTIVO 
 CONTRATO SOCIAL 
 
INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS 
 CONCEITO 
 TODA ENTIDADE DE DIREITO PRIVADO FORMADA PELA 
REUNIÇÃO DE INDIVÍDUOS COM O PROPÓSITO DE CULTO 
RELIGIOSO, POR MEIO DE DOUTRINA E RITUAIS PRÓPRIOS, 
BASEADOS EM PRECEITOS MORAIS E ÉTICOS 
 ESPÉCIE DE ASSOCIAÇÃO CUJA FINALIDADE É REUNIR PESSOAS 
PARA A PRÁTICA DE UM CULTO RELIGIOSO OU DE ATOS DE 
ASSISTÊNCIA OU DE CARIDADE 
 ENGLOBA IGREJAS, SEITAS E COMUNIDADES LEIGAS 
(CONFRARIAS E IRMANDADES) 
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INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS 
 CONCEITO 
 TODA ENTIDADE DE DIREITO PRIVADO FORMADA PELA 
REUNIÇÃO DE INDIVÍDUOS COM O PROPÓSITO DE CULTO 
RELIGIOSO, POR MEIO DE DOUTRINA E RITUAIS PRÓPRIOS, 
BASEADOS EM PRECEITOS MORAIS E ÉTICOS 
 ESPÉCIE DE ASSOCIAÇÃO CUJA FINALIDADE É REUNIR PESSOAS 
PARA A PRÁTICA DE UM CULTO RELIGIOSO OU DE ATOS DE 
ASSISTÊNCIA OU DE CARIDADE 
 
 ATO CONSTITUTIVO 
 ESTATUTO 
INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS 
 CARACTERÍSTICAS 
 ESPÉCIE DE ASSOCIAÇÃO COM CARACTERÍSTICA SUI GENIRIS 
 ENGLOBA IGREJAS, SEITAS E COMUNIDADES LEIGAS 
(CONFRARIAS E IRMANDADES) 
 NÃO POSSUEM FINS ECONÔMICOS 
 SÃO DE LIVRE CRIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E 
FUNCIONAMENTO (LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO 
PENSAMENTO) 
 SEU ESTATUTO DEVE CONTER AS ATIVIDADES DE NATUREZA 
TEMPORAL 
 SUA LEGALIDADE E LEGITIMIDADE PODE SER CONTROLADA 
PELO M.P E PELO PODER JUDICIÁRIO (ENUNCIADO 143 – III 
JORNADA DE DIREITO CIVIL DO STJ) 
 
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PARTIDOS POLÍTICOS 
 CONCEITO 
 ASSOCIAÇÕES VOLUNTÁRIAS DE PESSOAS COM DETERMINADA 
IDEOLOGIA POLÍTICA, COM FULCRO DE ALCANÇAR O PODER 
POLÍTICO NUM SISTEMA DEMOCRÁTICO E REPRESENTATIVO 
 
 CARACTERÍSTICAS 
 SÃO FORMADOS POR UM NÚMERO MÍNIMO DE ELEITORES 
DISTRIBUÍDOS NOS ESTADOS FEDERADOS. 
 TÊM AUTONOMIA PARA DEFINIR SUA ESTRUTURA INTERNA, 
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO 
 SEU ESTATUTO DEVE SER REGISTRADO NO TSE. 
 REGE-SE PELA LEI Nº 9.096/1995. 
NOTA SOBRE OS SINDICATOS, 
CONSELHOS PROFISSIONAIS E OAB 
 SINDICATOS 
 TIPO DE ASSOCIAÇÃO 
 NATUREZA JURÍDICA = PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
 
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NOTA SOBRE OS SINDICATOS, 
CONSELHOS PROFISSIONAIS E OAB 
 CONSELHOS PROFISSIONAIS 
 LEI n. 9.649/98 
 EXERCEM FUNÇÃO PÚBLICA 
 PODER DE POLÍCIA – FISCALIZAÇÃO E SANÇÃO 
 CONTAS SÃO FISCALIZADAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS 
 CONTRIBUIÇÃO TEM CARÁTER TRIBUTÁRIO 
 ADI nº 1717 
 DECLAROU INCONSTITUCIONAL O ART. 58 DA LEI nº 9.649/98 
 CONSIDERADA PELA JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA UM TIPO 
DE AUTARQUIA 
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PUBLICO – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
NOTA SOBRE OS SINDICATOS, 
CONSELHOS PROFISSIONAIS E OAB 
 OAB 
 LEI n. 8.906/94 
 ADI 3026 
 STF JULGOU A OAB COMO PESSOA JURÍDICA IMPAR (????) 
 POSSUI AS PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS 
 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
 FORO PRIVILEGIADO 
 EXERCE PODER DE POLICIA 
 MAS NÃO SÃO CONSIDERADOS AUTARQUIAS 
 NÃO SE SUBMETEM À FISCALIZAÇÃO DOS TCs 
 CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS NÃO EXIGE CONCURSO PUBLICO 
 NATUREZA JURÍDICA INDEFINIDA 
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EMENTA ADI 3026 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 
8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO 
QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA 
DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO 
DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO 
PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO 
PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E 
AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO 
INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS 
EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 
1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime 
outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: 
indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a 
OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 
EMENTA ADI 3026 
(CONT.) 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um 
serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas 
existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem 
essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar 
equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma 
entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, 
nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e 
materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que 
exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à 
administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a 
atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência 
entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas 
características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos 
demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a 
finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de 
determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é 
compatível com a entidade, que é autônoma e independente.