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Controle de Constitucionalidade

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CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE
PROFESSOR MS. PAULO CESAR G. VALLE
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	A CONSTITUIÇÃO - rainha das leis, situada no topo da pirâmide jurídica, fonte primária de todos os direitos, deveres e garantias. (art. 59 CF/88)
 
 
	Hans Kelsen, escreveu na sua obra “Teoria pura do direito” o seguinte:
 
	“A ordem jurídica não é um sistema de norma jurídicas ordenadas no mesmo plano, situadas umas ao lado das outras, mas é uma construção escalonada de diferentes camadas ou níveis de normas jurídicas”
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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O Princípio da Supremacia da Constituição
As normas constitucionais são dotadas de preeminência,
supremacia em relação às demais leis e atos normativos
que integram o ordenamento jurídico estatal.
O Controle de Constitucionalidade – Duas funções:
	1ª) é o principal mecanismo, nos países de Constituição rígida, para verificar se há adequação entre a norma infraconstitucional em análise e a Constituição, eliminando os fatores de desagregação e ruptura, que as leis e atos normativos se opõem ao Texto Fundamental; 
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O Princípio da Supremacia da Constituição
	2ª) serve como barreira para excessos, abusos e desvios de poder, garantindo as liberdades públicas, a cidadania, os direitos e garantias fundamentais.
	EM SUMA, temos que a Constituição brasileira prevê o controle de constitucionalidade como forma de evitar a introdução de normas ou atos normativos inconstitucionais no ordenamento jurídico.
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 ORIGEM
	Em 1801, em fim de mandato presidencial, John Adams apontou juízes vinculados a seu partido para postos vagos no judiciário federal norte-americano. Entre eles, estava William Marbury, que ocuparia um juizado de paz na capital federal, no Distrito de Colúmbia. Ocorre que a investidura do novo magistrado não se deu a tempo, pois Thomas Jefferson (inimigo político de Adams) tomou posse como presidente e recusou-se a aceitar a nomeação dos juízes indicados pelo desafeto. Sentindo-se prejudicado e acreditando no direito potestativo de exercer a magistratura para qual fora legalmente indicado, William Marbury protocolou pedido na Suprema Corte norte-americana. Requereu que o Judiciário ordenasse que Thomas Jefferson cumprisse a ordem legítima e acabada de John Adams. Processado o requerimento, citou-se James Madison, secretário de Estado, para que apresentasse defesa em nome do governo.
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 ORIGEM
	James Madison não contestou a ação. O Executivo simplesmente não tomou conhecimento de que havia matéria pendente no Judiciário. O Presidente da Suprema Corte John Marshall (que fora secretário de Estado de John Adams) viu-se em situação difícil. Se ordenasse que Jefferson empossasse Marbury, não teria como implementar o comando; a Suprema Corte seria desmoralizada. Se desse razão a Jefferson, sem que ele sequer tivesse se defendido, pareceria temeroso, fraco; a Suprema Corte sairia da contenda desmoralizada também. Porém Marshall, Presidente da Suprema Corte, redigiu sua decisão confirmando que Marbury estava correto, que estava apto a tomar posse e a entrar em exercício como juiz de paz em Colúmbia.
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 ORIGEM
	Marshall aproveitou ainda para criticar Jefferson e a política do partido que estava no poder. Porém, observou que o artigo de lei que Marbury utilizara para instruir seu pedido (com base em ato judiciário de 1799) era inconstitucional, nulo. Segundo Marshall, a Suprema Corte não tinha jurisdição originária para apreciar o pedido como formulado por Marbury. Embora substancialmente correto, Marbury teria buscado remédio jurisdicional com base em regra inconstitucional. Marshall não enfrentou Jefferson, não deixou de dar razão a Marbury, salvou a Suprema Corte do descrédito e estabeleceu precedente que dá início ao Controle de Constitucionalidade nos Estados Unidos. Jefferson sentiu-se vitorioso e não criticou a decisão, que passou a valer desde essa data.
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A INCONSTITUCIONALIDADE
Uma doença/anomalia – fere um corpo (a Constituição)
prejudicando o funcionamento de um órgão
(Estado/Nação). 
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A INCONSTITUCIONALIDADE
	Quanto à natureza: (Que tipo de doença?)
	Material (ou substancial) – incompatibilidade de conteúdo. Ex.: A Deliberação 09/01 do Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná que diz que o Estado só realizará a matrícula da criança que irá cursar a 1ª série do ensino fundamental no ano que completar 07 anos de idade, contrariando o art. 208, inciso V da CF/88.
	Formal – incompatibilidade quanto à produção. 
Classificação da inconstitucionalidade: (Doença)
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A INCONSTITUCIONALIDADE
	Submodalidades:
	Subjetivos/Orgânico – refere-se à fase introdutória do processo legislativo (questão de iniciativa). EX: Projeto de lei ordinária - apresentado por deputado federal - aprovada (majoração do salário do funcionalismo público federal) - inconstitucional (por vício formal subjetivo) – competência privativa constitucional - Presidente da República.
Classificação da inconstitucionalidade: (Doença)
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A INCONSTITUCIONALIDADE
	Submodalidades:
	Objetivos/Procedimentais – referem-se às outras fases do processo legislativo. Ex.: Projeto de lei complementar (aprovado por maioria simples) - sancionado, promulgado e publicado - vício formal objetivo de inconstitucionalidade - desrespeitado o quorum mínimo de aprovação - maioria absoluta.
Classificação da inconstitucionalidade: (Doença)
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A INCONSTITUCIONALIDADE
	Quanto à extensão: (Até onde está infectado?)
 
	Total – contamina todo o ato
 
	Parcial – contamina uma parte do ato.
	A inconstitucionalidade material pode ser total ou parcial. A inconstitucionalidade formal, em regra, só pode ser total. 
Classificação da inconstitucionalidade: (Doença)
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	Escolher um bom médico.
	Quanto ao órgão (Quem é o médico?)
	Político – Ex.: Poder Legislativo - Comissões (CF/88, art. 58 – “Comissão de Constituição e Justiça e Redação - Câmara dos Deputados, e, Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania - Senado Federal) e do Poder Executivo – veto ou sanção.
	Judicial – feito pelo Poder Judiciário.
 
	Misto – Ex.: Suíça. As leis locais são analisadas pelos juízes, mas, as leis federais são analisadas pelo Parlamento.
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	Quanto ao momento (Quando deve ser ministrado o remédio?)
	Preventivo – Antes da vigência da norma.
	Repressivo – Após a vigência da norma.
 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	Quanto ao nº de órgãos (Quantos são os médicos?)
 
	
Difuso – muitos ou todos os órgãos do Poder Judiciário.
Concentrado – um único órgão do Poder Judiciário.
 
(O TRATAMENTO) 
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 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	 
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	Quanto ao modo (Como fazer o tratamento?):
 
	DIFUSO: (EUA)
 
	Nomenclatura - concreto, aberto, incidental, via de defesa e via de exceção. 
 
	Dupla Finalidade:
	A discussão acerca da constitucionalidade de uma norma ou ato normativo ocorre em um caso concreto;
 
	A alegação da inconstitucionalidade não é o objeto principal do processo, mas a apreciação do incidente se mostra essencial para que a lide concreta seja julgada.
 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	* Quem pode acionar o Judiciário? 
	Qualquer pessoa poderá configurar no pólo ativo desta ação.
 
	* Quais os meios judiciais?
	Quaisquer dos meios processuais disponíveis no ordenamento jurídico (Ação Ordinária, Embargos à Execução, Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública etc).
 
	* Quais os órgãos do Judiciário?
	O foro ordinário. Assim, qualquer juiz poderá, diante do caso concreto, declarar a inconstitucionalidade da norma (modo incidental).
Pode ser feita: 
 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
	a) ex officio – o juiz afasta a aplicação da norma ao caso, sob julgamento;
	b) qualquer das partes (autor/réu) – poderão levantar a inconstitucionalidade, como questão prejudicial que o juiz terá de, previamente decidir. 
	A discussão poderá chegar STF (Supremo Tribunal Federal), através da via recursal (Recurso Extraordinário).
 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Quais os efeitos
	1º) “inter partes” - A eficácia da sentença é restrita, particular, refere-se, somente, à lide, não operando erga omnes.
	Chegando via recursal ao STF - coisa julgada entre as partes - eficácia inter partes - a suspensão da executoriedade da norma pelo Senado Federal (CF, art. 52, X) - erga omnes.
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
	IMPORTANTE: A decisão do caso concreto pelo STF (11 ministros) se dá por maioria absoluta de seus membros (06 ministros) – é aquela que exige para aprovação da matéria o voto de, no mínimo, o primeiro número inteiro superior à metade do total dos membros da Casa. (art. 97 – “reserva de plenário”).
	“O Senado Federal não é obrigado a suspender a execução da norma. Pode, se quiser, aguardar outras decisões do STF em casos idênticos” 
Michel Temer
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	2º) Em regra será “ex tunc”
	a) No primeiro momento será, ex tunc (retroativa);
	b) após a suspensão da norma pelo Senado Federal será, ex nunc (não retroativo).
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	MACETE - Diferença de ex tunc e ex nunc. Dentre os dois, quais apresenta a letra “N” de não, é o nunc, isto é, este NÃO retroage, seus efeitos são a partir da declaração. Diferente, do tunc, que acaba por retroagir.
 
	Portanto, enquanto não suspender a eficácia, a decisão do STF produz efeitos entre as partes. O STF declara e o Senado suspende. 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
EXEMPLO: Em julgamento realizado no dia 24/03/2004, o 
STF, por oito votos a três, deu provimento parcial ao Recurso 
Extraordinário (RE 197917) interposto pelo Ministério Público 
de São Paulo, através de uma Ação Civil Pública, contra o § 
único do art. 6º da Lei Orgânica do Município de Mira Estrela. 
Inicialmente, a decisão do STF atinge somente o Município de 
Mira Estrela. Isso significa que o Tribunal determinou que 
apenas a Câmara de Vereadores daquela cidade deveria 
adotar as medidas necessárias para adequar sua composição 
aos parâmetros fixados pelo Supremo, nas próximas eleições, 
sendo respeitados os mandatos dos atuais vereadores. 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Os critérios fixados pelo Supremo Tribunal Federal foram 
submetidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ficou 
responsável de regulamentar a matéria para as próximas 
eleições municipais. 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	EM SUMA: Portanto, a declaração de inconstitucionalidade por via difusa se dá por meio de qualquer juiz ou tribunal quando da análise de um caso concreto, operando seus efeitos inter partes e ex tunc, podendo chegar, por via recursal, ao STF (Recurso Extraordinário) que vai, por maioria absoluta julgar o caso concreto declarando ou não a lei inconstitucional. Se declarada inconstitucional o STF comunica o Senado que tem poder discricionário (oportunidade e conveniência) para suspender ou não a lei, sempre com efeito erga omnes e ex nunc. 
	IMPORTANTE: Em setembro de 2009, foi aprovada no Congresso Nacional a E.C.nº 58, modificando o inciso IV, art. 29, CF/88, determinando o número de vereadores que cada Município terá. 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	CONCENTRADO: Austríaco (1920) e Alemã (1921) 
	Nomenclatura – Por não julgar uma situação específica, mas uma situação de validade de norma in abstrato, pode ser chamado de controle abstrato, reservado, fechado.
	* Qual o órgão?
	Ocorre diretamente no STF (por isso a denominação concentrado).
	* Quem poderá propor?
	Apenas algumas pessoas e órgãos poderão propor (art. 103 CF/88).
	* Quais os meios judiciais?
	Através de 05 (cinco) instrumentos: 
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1º) ADin Genérica (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ou ADI;
2º) ADEcon (Ação Declaratória de Constitucionalidade) ou ADC 
(Ação Direta de Constitucionalidade);
3º) ADin por omissão (Ação Direta de Inconstitucionalidade por 
omissão) ou ADO;
4º) ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental);
5º) ADin Interventiva (Ação Direta de Inconstitucionalidade 
Interventiva).
(O TRATAMENTO) 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica – Ação Direta de Inconstitucionalidade ou ADI 
	Base Legal - Lei nº 9.868/99.
	Conceito – Ação de natureza legislativa e jurisdicional, que tem como objetivo a invalidação de lei ou ato normativo federal, estadual ou distrital, editados posterior a promulgação da CF/88 (05/10/1988).
	Competência Originária – STF (art. 102, I, “a”, CF/88)
	Sistema – Concentrado, ou seja, a competência está concentrada em apenas um órgão jurisdicional.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
Lei ou ato normativo estadual/municipal que contrariar a Constituição 
Estadual, poderá contra ela ser ajuizada uma ADin em âmbito estadual, 
dos quais a competência para julgar, será originária (inicial/inaugural) do 
TJ (Tribunal de Justiça) – Art. 101 da Constituição do Estado do Paraná:
Art. 101. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, através de seus órgãos:
VII - processar e julgar, originariamente:
f) as ações diretas de inconstitucionalidade e de constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais 
e municipais contestados em face desta Constituição e a inconstitucionalidade por omissão de medida 
para tornar efetiva norma constitucional;
Lei ou ato normativo municipal que contrariar a Constituição Federal, 
será discutida/analisada sua constitucionalidade, via controle DIFUSO de 
Constitucionalidade, podendo chegar até o STF via Recurso 
Extraordinário.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Exemplo: OAB protocola ação contra Lei da Muralha no 
Tribunal de Justiça - 10/03/2012 – Fonte JL
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná entrará, na 
tarde desta segunda-feira (12), com uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) contra a “Lei da Muralha”, que restringe a 
instalação de grandes supermercados e lojas de material de 
construção no perímetro urbano de Londrina. A ADI foi aprovada 
pela maioria dos conselheiros, na tarde de sexta-feira (9). Segundo o 
presidente da o presidente da Comissão de Estudos Constitucionais 
da OAB/PR, Flávio Pansieri, a ação será protocolada no Tribunal de 
Justiça (TJ). “A nossa expectativa é que a ADI vá ao plenário do 
Tribunal dentro de dois meses”, explicou.
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
	Objeto – a) emendas constitucionais; b) Atos normativos formalmente legislativos, federal, estadual ou distrital; c) Atos normativos dotados de autonomia (decretos do Poder executivo, normas regimentais dos tribunais federais, estaduais e distritais e suas resoluções); d) Tratados Internacionais – editados após o advento da Carta de 1988.
	Legitimados Ativos (autor) – 02 categorias (art. 103 da CF/88):
	* Legitimados Ativos Universais – possuem interesse de preservar a supremacia da Constituição em razão de sua própria natureza jurídica.
	a) Presidente da República; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da Câmara dos Deputados; d) Procurador-Geral da República; e) Conselho Federal da OAB; f) Partido Político com representação no Congresso Nacional.
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CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
	* Legitimados Ativos especiais – devem demonstrar, de forma inequívoca, a relação de interesse
entre o objeto da ação direta proposta e a classe profissional (pertinência temática). 
	a) Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; b) Mesa da Assembléia Legislativa; c) Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; d) Governador de Estado ou do DF.
	INTERESSANTE: Confederação Sindical, com fulcro no art. 535 da CLT. As Centrais Sindicais não possuem legitimidade de acordo com o STF. No que se refere a entidades de classe, só reconhece como tais as de âmbito nacional que possuam associados ou membros em pelo menos nove estados da federação, por aplicação analógica da Lei Orgânica dos Partidos Políticos, além de exigir que esses associados ou membros esteja ligados entre si pelo exercício de mesma atividade econômica ou profissional. Na área dos Partidos Políticos, só os Diretórios nacionais, e não os Diretórios Regionais.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
 ADin Genérica
	
	Concessão de Medidas Cautelares – nada menos do que antecipar a eficácia da futura decisão definitiva.
	* Requisitos: a) periculum in mora – perigo da demora; b) fumus boni iuris – fumaça do bom direito;
	* Necessário o voto da maioria absoluta: (11 Ministros – 06 Ministros);
	* Efeitos: erga omnes, ex nunc e vinculante – art. 11, § 1º e 2º da Lei nº 9.868/1999.
	§ 1º. A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
	§ 2º. A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existe, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
	EXEMPLO de Medida Cautelar: O STF deferiu medida cautelar em 02 de outubro de 2009, com eficácia ex tunc (retroage), na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.307, para sustar os efeitos do inciso I do art. 3º da Emenda Constitucional nº 58, de 23 de setembro de 2009, que determina que as alterações feitas neste art. 29 produziriam efeitos a partir do processo eleitoral de 2008.
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CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
	Contraditório – O AGU (Advogado Geral da União) tem a função de exercer o “contraditório” (art. 103, § 3º, CF/88), sendo defensor do Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis. Já, o PGR (Procurador-Geral da República) atua como fiscal da lei (art. 103, § 1º, CF/88), bem como, existe a possibilidade de o PGR ser, ao mesmo tempo, autor da ADin.
	Efeitos da Decisão Definitiva – erga omnes, ex tunc e vinculante a todos os órgãos do Poder Judiciário e a toda Administração Pública de quaisquer das entidades federativas (art. 27 da Lei nº 9.868/99, diz ser possível ser dado outro efeito).
	Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros (08 ministros), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado (ex nunc) ou de outro momento que venha a ser fixado.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
	Exemplo: O Procurador-Geral da República, Antonio Fernando Souza, reiterou que a vida começa no momento da concepção. Durante o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/2005), que permite o uso de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e terapia, ele defendeu o pedido feito pelo Subprocurador-Geral da República Claudio Fontelles, quando ele ocupava o posto, de que o dispositivo autorizador para utilização de células retiradas de embriões seja declarado inconstitucional.
		O Procurador-Geral lembrou que países como a Alemanha proibiram esse tipo de pesquisa. E que o debate não é uma questão religiosa, mas jurídica. “Não se questiona que a tutela jurídica sob o enfoque dos direitos decorrentes das relações interpessoais, como as de família, de sucessões ou as negociais, tenha como pressuposto o nascimento com vida e a conseqüente presença da personalidade. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADin Genérica
		O que se pretende é que a interpretação do artigo 5º da Constituição da República, quando garante a inviolabilidade do direito à vida, não seja tributária da compreensão restritiva estabelecida pelo direito privado, a pressupor o nascimento com vida. Vale dizer, quer-se que a Constituição da República tutele o direito à vida a partir da concepção, porque biologicamente o concebido, mas não nascido, já é ser humano”, afirmou.
		O Voto do Presidente do STF, na época do julgamento da ADin 3510 (último voto)
		Assim, julgo improcedente a ação, para declarar a constitucionalidade do art. 5º, seus incisos e parágrafos, da Lei n° 11.105/2005, desde que seja interpretado no sentido de que a permissão da pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro, deve ser condicionada à prévia autorização e aprovação por Comitê (Órgão) Central de Ética e Pesquisa, vinculado ao Ministério da Saúde.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADecon – Ação Declaratória de Constitucionalidade ou 
ADC – Ação Direta de Constitucionalidade (E.C. nº 03/93)
 	Base Legal – Art. 102, I, “a”, CF/88 e Lei nº 9.868/99
 	Conceito – Modalidade de controle abstrato, que tem por objetivo converter uma presunção relativa em presunção QUASE absoluta de constitucionalidade, ou seja, é à solução de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação de lei ou ato normativo federal em face da Constituição Federal. Ação constitucional que tem por objetivo declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, publicados após 17/03/1993 (data da promulgação da E. C. nº 03/93).
 	Competência – Supremo Tribunal Federal (STF).
 
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
 	Requisito Básico: Demonstração de Controvérsia Judicial Relevante
		Nessa linha de raciocínio, preleciona Luís Roberto Barroso. O controle de constitucionalidade no Direito brasileiro. 2. ed., São Paulo: Saraiva, 2006, p. 203:
	“A finalidade da medida é muito clara: afastar a incerteza jurídica e estabelecer uma orientação homogênea na matéria. É certo que todos os operadores jurídicos lidam, ordinariamente, com a circunstância de que textos normativos se sujeitam a interpretações diversas e contrastantes. Por vezes, até Câmaras ou Turmas de um mesmo Tribunal firmam linhas jurisprudenciais divergentes. Porém, em determinadas situações, pelo número de pessoas envolvidas ou pela sensibilidade social ou política da matéria, impõe-se, em nome da segurança jurídica, da isonomia ou de outras razões de interesse público primário, a pronta pacificação da controvérsia”.
 	
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
	
	Em suma, deve-se indicar a existência de ações em andamento em juízos ou tribunais inferiores em que a constitucionalidade da lei esteja sendo impugnada, devendo ser demonstrado ao STF os argumentos favoráveis e contrários à constitucionalidade das normas, possibilitando que o Supremo uniformize o entendimento sobre a sua constitucionalidade ou não.
	Por isso é que são necessárias as presenças de cópias de decisões judiciais, nas quais, em âmbito incidental, discute-se a constitucionalidade ou não da norma, sendo interessante observar que a relevância da controvérsia é que proporciona à ADECON a característica de ser uma ação abstrata que se origina, portanto, de ações concretas.
 	
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
	
	Legitimados Ativos (autor) – Art. 103 da CF/88 (modificado pela E.C. nº 45/2004).
 	Procedimento: 
		Não existe lógica em determinar a citação do AGU na medida em que inexiste ato ou texto impugnado, já que se afirma a constitucionalidade na inicial.
		Quanto ao PGR, seu papel continua sendo o mesmo do que desempenha na ADin, isto
é, além de possível autor, funciona como custos legis (fiscal da lei), devendo emitir seu parecer, aplicando-se o art. 103, § 1º, CF/88, também aqui.
 	
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
	
	Medida Cautelar – O art. 21 da Lei nº 9.868/99, estabelece que o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar, tendo como determinação, a suspensão, por parte dos juízes e tribunais, o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
	Essa suspensão perdurará apenas por 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da decisão no DOU, prazo esse definido pela Lei para que o Tribunal julgue a ação declaratória. Findo tal prazo, sem julgamento, cessar-se-á a eficácia da medida cautelar.
 Os efeitos da cautelar poderão ser erga omnes e vinculante.
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
	Eficácia da Decisão Definitiva – O art. 102, § 2º da CF/88, estabelece que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, produzirão tais efeitos:
	* erga omnes (eficácia contra todos);
 	* ex tunc (retroage);
	* efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública Federal, Estadual, Municipal e Distrital.
	O eventual descumprimento de decisão do STF por juízes ou Tribunais justifica a utilização do instrumento constitucional da RECLAMAÇÃO.
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADEcon ou ADC
EXEMPLO: ADC 12, ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, 
solicitando ao STF que confirmasse a constitucionalidade da norma do CNJ 
(Resolução nº 07/2005), que vedou a contratação de parentes de magistrados, até o 
terceiro grau, para cargos de chefia, direção e assessoramento no Poder Judiciário, 
para pacificar entendimentos divergentes em tribunais de todos país.
		Afirmou-se, não estar a resolução examinada a violar nem o princípio da 
separação dos Poderes, nem o princípio federativo, porquanto o CNJ não usurpou o 
campo de atuação do Poder Legislativo, limitando-se a exercer as competências que 
lhe foram constitucionalmente reservadas (art. 103-B, § 4º, I, CF/88 – Compete ao 
Conselho... I – zelar pela autonomia do Poder judiciário e pelo cumprimento do 
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua 
competência, ou recomendar providências;).
		Hoje, existe a Súmula Vinculante nº 13, aprovada pelo STF, no dia 21/08/2008, 
dos quais veda o nepotismo em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. 
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão ou ADO
	Base Legal – Lei nº 9.868/99 e Lei nº 12.063/09
	Conceito – Inovação da CF/88, dos quais tem o objetivo conceder eficácia plena aos dispositivos constitucionais que carecem de regulamentação, através de leis ordinárias ou complementares, realizando a vontade do constituinte na sua plenitude. Isto é, é dirigida à adoção de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional federal.
	Competência Originária – STF (art. 102, I, “a” c/c art. 103, § 2º da CF/88).
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Objeto:
	a) normas constitucionais de eficácia limitada quanto aos princípios institutivos;
		Aquelas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. São muitos exemplos no texto constitucional: 
	Art. 5º. XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; (resultou na Lei nº 8.078/90 – CDC)
 	Art. 7º. XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; (arts. 487 e segs. da CLT)
	Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar; (Lei nº 10.521/02 “assegura a instalação de Municípios criados por Lei Estadual”)
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Objeto:
	b) normas programáticas quando à aplicabilidade encontram-se vinculadas à posterior elaboração.
		Aquelas normas constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de regular, direta e indiretamente, determinados interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado. São exemplos:
	Art. 3º – Constituem objetivos fundamentais da república federativa do Brasil:
	Art. 196 – A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Lei nº 10.289/01 – Institui o Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata; Lei nº 10.439/02 – Institui o Dia nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e dá outras providências; Lei nº 10.507/02; Lei nº 10.516/02 etc).
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Legitimados Ativos (autor) – art. 103 da CF/88 e art. 2º da Lei nº 9.868/99.
	Contraditório:
	a) são legitimados passivos os agentes (políticos ou, excepcionalmente, administrativos) ou pessoas jurídicas de direito público, responsáveis pela edição da norma regulamentadora;
	b) Pronunciamento do PGR deve ocorrer em todos os processos, ainda que autor da provocação;
	c) o AGU, segundo jurisprudência do STF, sua participação é dispensável por não haver texto ou ato impugnado a ser defendido.
	
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Medida Cautelar – Pode consistir na suspensão da eficácia da lei ou ato normativo impugnado, e, na suspensão de processos judiciais ou procedimentos administrativos, ou outra providência a ser fixada pelo STF. Art. 12-F, § 1º, da Lei nº 9.868/99, introduzido pela Lei nº 12.063/09.
	
	Decisão do Mérito – 02 decisões: Eficácia erga omnes e efeitos ex tunc.
	1ª) limita-se a cientificar o Poder competente para a adoção das providências necessárias, sem estabelecimento de prazo;
	2ª) e, em se tratando de atribuições de natureza administrativa (órgão administrativo), para adotar as medidas cabíveis, no prazo de 30 dias, sob pena de crime de responsabilidade.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Exemplo 01: Plenário julga ADI por omissão nesta quarta-feira (25) 
		Está prevista para ser julgada na tarde desta quarta-feira (25) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. A ADO 1698 foi ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Partido dos Trabalhadores, pelo Partido Comunista do Brasil e pelo Partido Democrático Trabalhista, em 1997. 
		As legendas sustentam que o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e seu ministro de Estado da Educação, Paulo Renato Souza, estariam sendo omissos em garantir educação de qualidade no Brasil e erradicar o analfabetismo no país, conforme previsão expressa da Constituição Federal. 
		O pedido da ADO é para que seja declarada a inconstitucionalidade por omissão e a inércia do chefe do Poder Executivo Federal para dispor sobre os temas. Os partidos pedem que seja dado o prazo de trinta dias para a adoção de medidas para sanar essa lacuna. 
		A relatora é a ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
	Exemplo 02: Em 25 de abril de 2001, o STF julgou a referida Ação (ADIN por
Omissão nº 2.061) e considerou procedente o pedido apresentado pelo PT e pelo PDT. O STF considerou necessária a observância do disposto no art. 37, X da CF pelo Presidente da República. A decisão unânime julgou procedente, em parte, a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.061 “para assentar a mora do Poder Executivo no encaminhamento do projeto previsto no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal , e determinar a ciência àquele a quem cabe a iniciativa do projeto , ou seja, ao Chefe do Poder Executivo” . 
		A mora legislativa, por falta de lei que assegure o reajuste, está cabalmente demonstrada. A considerar-se como marco inicial da norma constitucional que obriga a revisão geral anual o dia da promulgação da Emenda Constitucional nº 19/98, desde 4 de junho de 1999 são os servidores públicos e agentes políticos da União detentores de direito público subjetivo à revisão geral¸ e a partir daí, a cada intervalo de doze meses, no máximo, sempre que verificar-se a ocorrência de perda salarial resultante de processo inflacionário.
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADIn por Omissão ou ADO
		O descumprimento dessa decisão poderá produzir efeitos políticos, como a representação por crime de responsabilidade do Presidente da República, face ao que determina o art. 85, VII da CF, que classifica como tal o descumprimento das leis e das decisões judiciais pelo Presidente da República. Da mesma forma o art. 12 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, tipifica como crime de crimes de responsabilidade contra as decisões judiciárias “recusar o cumprimento das decisões do Poder Judiciário no que depender do exercício das funções do Poder Executivo”, que é exatamente a conduta que vem sendo adotada pelo Presidente da República ao negar-se a exercer prerrogativa privativa sua de enviar ao Congresso o Projeto de Lei.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
	
	Base Legal – Art. 102, § 1º, CF/88 e Lei nº 9.882/99.
 	Conceito – Serve para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público, bem como solucionar controvérsia constitucional a respeito de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição da República de 1988, desde que não exista outro meio capaz de sanar a lesividade.
	IMPORTANTE: Princípio da Subsidiariedade – a ADPF é condicionada à inexistência de outro meio adequado para a impugnação de determinada lei ou ato normativo, no controle de constitucionalidade pela via de ação direta (abstrato) – Art. 4º da Lei nº 9.882/99.
 	
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF
	1ª) Finalidade: 
	a) Lesão a preceito fundamental – muitos doutrinadores acabam por conceituar, e elencar quais seriam os preceitos fundamentais, mas entendemos que cabe ao STF, de forma exclusiva e soberanamente, conceituar o que é descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituição, porque promulgado o texto constitucional é ele o único, soberano e definitivo intérprete, fixando quais são os preceitos fundamentais, obediente a um único parâmetro – Lição do Ministro Oscar Dias Côrrea.
 	 2ª) Finalidade:
	b) controvérsia constitucional – não é pré-requisito obrigatório de admissibilidade da ADPF a demonstração de controvérsia relevante sobre a lei ou ato da demanda. Ao contrário do que ocorre com a ADEcon – Art. 1º, § único, I da Lei nº 9.882/99.
 	
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF
	Competência – STF
	Legitimados Ativos (autor) – art. 103 da CF/88 e art. 2º da Lei nº 9.882/99.
	Procedimento – O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o AGU ou o PGR, no prazo de 05 dias, para se manifestarem sobre o pedido da liminar.
	Medida Liminar – consiste na determinação de que os juízes e Tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto do controle de constitucionalidade, salvo se decorrentes de coisa julgada (maioria absoluta dos membros do STF).
 	
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF
	Decisão do Mérito – A decisão definitiva de mérito, é provida de eficácia contra todos (erga omnes) e vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público, operando efeitos retroativos (ex tunc) até o momento da produção do ato questionado. No entanto, o STF poderá restringir a eficácia da declaração, determinando que ela só apresente efeitos a partir do seu trânsito em julgado ou noutro momento a ser fixado pela Corte.
		Art. 11 da Lei nº 9.882/99. “Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros (08 ministros), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado (ex nunc) ou de outro momento que venha a ser fixado”.
 	
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF
EXEMPLO 01: STF decide pela constitucionalidade das 
cotas raciais em universidades – 27/04/2012
O Plenário do STF julgou improcedente a ADPF 186, ajuizada pelo 
DEM contra as cotas étnico-raciais da UnB. Por unanimidade, o 
Supremo considerou constitucional a política da universidade sobre o 
tema. Apenas o ministro Dias Toffoli se declarou impedido e não 
participou do julgamento.
Os ministros seguiram o voto do ministro Ricardo Lewandowski, relator 
da ação, em que afirmou que as políticas de ação afirmativa adotadas 
pela UnB estabelecem um ambiente acadêmico plural e diversificado, 
com o objetivo de superar distorções sociais historicamente 
consolidadas. 
	
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ADPF
	EXEMPLO 02: O Supremo Tribunal Federal admitiu, no dia 27/06/2004, por sete votos a quatro, a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (APDF nº 54) sobre a descriminalização do aborto nos casos de fetos anencefálicos (ausência total ou parcial do cérebro). 
		A APDF foi ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS). O pedido de liminar foi concedido por Marco Aurélio. Ele concedeu às gestantes de fetos anencefálicos o direito de interromper a gravidez sem a necessidade de autorização judicial. A anencefalia, segundo a entidade, é a má formação fetal congênita incompatível com a vida intra-uterina e fatal em 100% dos casos.
		Ao conceder a liminar, Marco Aurélio afirmou que, “diante de uma deformação irreversível do feto, há de se lançar mão dos avanços médicos tecnológicos, postos à disposição da humanidade não para simples inserção, no dia-a-dia, de sentimentos mórbidos, mas, justamente, para fazê-los cessar”. Em outubro de 2004, contudo, provocada por questão de ordem do Procurador-Geral da República, Cláudio Fonteles, a Corte, por maioria de votos, cassou a liminar concedida por Marco Aurélio e iniciou o julgamento da admissibilidade da ADPF como instrumento jurídico para dirimir a questão. 
		
		
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
 ADPF		
	Em se tratando do princípio da subsidiariedade, temos que não há outro meio 
cabível para tal caso. O Código Penal, materializado no Decreto-lei 2.848/40 é um 
diploma pré-constitucional, daí porque não ser cabível Adin e também não é hipótese 
de ADECon nem de qualquer outro processo objetivo. 
	O projeto foi julgado apenas oito anos depois numa votação com a participação de 
11 ministros feita pelo Supremo Tribunal Federal durante os dias 11 e 12 de abril de 
2012 e aprovado com placar de 8 votos a favor, e 2 votos contra. A lei não 
descriminaliza o aborto, bem como não cria nenhuma exceção ao ato criminoso 
previsto no Código Penal Brasileiro, a ADPF 54 decidiu, porém, que não deve ser 
considerado como aborto a interrupção induzida da gravidez de um feto sem 
cérebro. A decisão do STF muda, ou
põe em oficial, a interpretação que a Justiça 
deve ter sobre tais casos. Antes da sua aprovação, o Estado não tinha uma 
interpretação definida sobre o tema, fazendo com que a decisão final ficasse para 
cada Juiz. Na maioria das vezes, a prática era aceita, mas ficaram conhecidos casos 
em que a paciente teve de completar a gestação de um natimorto sem ter direito a 
abortar ou em que a sentença foi dada num estágio muito avançado da gravidez. 		
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 THE END

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