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REPRODUTOR FEMININO - MED RESUMO

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
FUNÇÕES REPRODUTIVAS FEMININAS 
 
 As funções reprodutivas femininas estão divididas, fisiologicamente, em duas fases: preparação do corpo para 
a concepção e estado de gestação. 
 
CONCEITOS 
 Menarca: o termo menarca significa a primeira menstruação e traduz um importante evento no 
amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Acontece em médio entre o 11 e 14 anos, mas sua 
ocorrência é aceitável dos 9 aos 16 anos. 
 Menstruação: é um sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário na mulher, que se 
manifesta aproximadamente a cada mês, que se inicia com a menarca e termina com a menopausa. 
 Menacme: período reprodutivo da mulher. Inicia-se com o amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. 
Em outras palavras, tem início com a resposta do LH ao estímulo gonadotrófico, que é mais tardia que a do FSH. 
Após a produção folicular adequada, com produção de níveis de estradiol maiores que 200ng/ml durante 24 a 
36h, ocorrerá o primeiro pico de LH, com ovulação e consequente menstruação. 
 Climatério: tem início com o declínio progressivo da atividade gonadal da mulher. Este período de sua vida é o 
de transição entre o ciclo reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo (senilidade ou senectude). 
 Síndrome climatérica: é conjunto de sintomas que são atribuíveis à insuficiência ovariana progressiva. É 
importante salientar que nem sempre o climatério é sintomático. 
 Menopausa: o termo “menopausa” significa “ultima menstruação”. É o evento que marca o climatério. Constitui o 
único ponto de referência durante o climatério que pode ser determinado com exatidão. Ocorre, em geral, entre 
os 45 e 55 anos de idade e só pode ser diagnosticada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de 
menstruação). 
 Período perimenopausa: período que se inicia antes da menopausa com ciclos menstruais irregulares, 
acompanhados ou não de manifestações vasomotoras, e termina 12 meses após a menopausa. 
 Período pós-menopausa: período que se inicia após um ano (12 meses) da ultima menstruação e vai até os 65 
anos de idade. 
 Senectude ou senilidade: período da vida que se segue ao climatério e tem início aos 65 anos. 
 
SISTEMA HORMONAL FEMININO 
Basicamente, o sistema hormonal feminino trabalha baseado nos seguintes hormônios: Hormônio Liberador de 
Gonadotrofina (GnRH), liberado pelo hipotálamo; FSH e LH, liberados pela hipófise anterior; Estrogênio e 
Progesterona, liberados pelos ovários. 
 GnRh: o hormônio liberador de gonadotrofinas é um hormônio produzido de forma pulsátil em neurônios do 
núcleo arqueado do hipotálamo. Este hormônio é responsável por estimular a adeno-hipófise a secretar 
gonadotrofinas, que são o FSH e o LH. 
 FSH e LH: são hormônios produzidos pela adeno-hipófise (sob estímulo hipotalâmico), e são conhecidos por 
gonadotrofinas por atuar nas gônadas femininas (ovários). Esses hormônios são responsáveis por estimular a 
função do ovário, que corresponde à ovulação. 
o Hormônio folículo-estimulante (FSH): é o hormônio responsável por estimular e recrutar folículos 
ovarianos dentre os quais, haverá a formação de um óvulo. Portanto, os folículos nada mais são que um 
grupo de células recrutadas inicialmente pelo FSH que abrigam o óvulo. O FSH, atuando no ovário, 
estimula o crescimento de vários folículos (de 10 a 15 deles), mas apenas um se destaca, rompe-se e 
libera o óvulo. Sabendo disso, podemos tirar a seguinte conclusão: o FSH deve estar alto no início do 
ciclo menstrual, de modo que, quando a mulher menstrua, o FSH atinge níveis elevados no intuito de 
recrutar novos folículos para que um deles permita a ovulação no novo ciclo que se inicia. O FSH é, 
portanto, um hormônio que começa com altos níveis no início do ciclo. 
o Hormônio luteinizante (LH): tem uma importância maior no momento da ovulação e na 2ª fase do ciclo 
menstrual (após a ovulação). 
 Estrógeno: é considerado o hormônio mais importante para a mulher e o principal produto ovariano, sendo 
produzido desde a primeira menstruação até a menopausa, tendo ainda uma discreta produção hormonal 
através de conversão periférica (por tecido adiposo). É, justamente, o hormônio que dá os caracteres sexuais 
femininos que a diferencia do homem. O estrogênio é produzido durante todo o ciclo menstrual. Vale salientar 
que dois tipos de estrogênio são produzidos no ovário: a estrona e o estradiol (sendo este o mais importante e 
mais produzido). 
 Progesterona: a partir do próprio termo (“pró-gesta”) podemos admitir que a progesterona é um hormônio 
fundamental para a manutenção da gravidez (tanto é que a mulher que não produz progesterona, sofre 
Arlindo Ugulino Netto; Alanna Almeida Alves. 
FISIOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
abortamentos). Por essa razão, a progesterona é produzida a partir do momento da ovulação e, portanto, 
apresenta níveis elevados apenas na 2ª fase do ciclo menstrual, sendo produzida pelo corpo lúteo, uma 
“casquinha” amarela que sobra do folículo após a ovulação. 
 
OBS: Para que a ovulação ocorra, o LH deve chegar ao pico, e o estrogênio e a progesterona em baixa quantidade. Os 
anticoncepcionais hormonais combinados possuem estrógeno e progesterona sintéticos, que, quando em concentrações 
altas e constantes, inibem a ação direta do LH (hormônio responsável pela ovulação). 
 
 
FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS DA HIPÓFISE ANTERIOR E CICLO OVARIANO 
 O ciclo menstrual (tem duração de 28 dias, aproximadamente) causa: 
 Alterações rítmicas mensais na secreção de hormônios no geral. 
 Alterações nos próprios órgãos femininos. 
 Consequências do Ciclo Menstrual: 
 Um só óvulo maduro é liberado. 
 Preparação do endométrio uterino para a implantação do possível óvulo fecundado. 
 As alterações ovarianas dependem dos hormônios gonadotrópicos da adeno-hipófise: FSH e LH. Na ausência 
desses hormônios, os ovários permanecem inativos 
 Tem início entre os 11 e 15 anos, sendo marcada pela menarca (1ª menstruação). O período de modificações 
fisiológicas, corporais e hormonais é denominada período da puberdade. 
 
 
CICLO MENSTRUAL (CICLO OVARIANO) 
O ciclo menstrual resulta da interação entre três 
importantes componentes do sistema endócrino: hipotálamo-
hipófise-ovário. 
 Compartimento IV – Hipotálamo: responsável por 
liberar o GnRH, que é secretado de forma pulsátil 
para a produção do FSH e do LH por parte da 
hipófise. Esses pulsos de secreção variam em 
frequência e amplitude em todo o ciclo menstrual. 
o Fase folicular (antes da ovulação): 
↑frequência e ↓amplitude. 
o Fase lútea (após a ovulação): ↓frequência e 
↑amplitude. 
A variação na frequência do pulso de GnRH permite 
a variação do FSH e do LH durante todo o ciclo 
menstrual. 
 
 Compartimento III – Adenoipófise: o GnRH age sobre células da hipófise anterior, estimulando-as a produzir 
FSH e LH na circulação. Neste compartimento, ocorre também a produção de outros hormônios (TSH, GH, 
ACTH e prolactina) que não participam diretamente do ciclo menstrual. 
OBS: A secreção de prolactina, hormônio primariamente relacionado à lactação, é regulada pelo controle 
inibitório da dopamina secretada no hipotálamo. Portanto, tumores que acometam e obstruam a circulação porto-
hipofisária prejudicam a liberação dos fatores hipotalâmicos até a hipófise, causando um quadro de 
hipopituitarismo + hiperprolactinemia (clinicamente: anovulação, amenorreia e galactorreia). 
 
 Compartimento II – Ovariano: representam as gônadas femininas e são responsáveis pela produção de 
esteroides sexuais e pelo desenvolvimento dos folículos imaturos até sua fase final de amadurecimento. Em 
outras palavras, os ovários possuem um duplo papel: produção de gametas e síntese de hormônios. 
Funcionalmente, os ovários podem ser divididos em dois compartimentos: 
o Teca ou estroma: camada mais externa relacionada com a produção dos androgênios.Sofre ação do 
LH. 
o Granulosa: camada mais interna, que sofre ação do FSH, e que, a depender da fase do ciclo ovariano 
na qual se encontra, pode produzir produtos diferentes: 
 Folicular: produção de estrogênio (estradiol) e inibina B (B de “before”, pois é liberado antes 
da ovulação). 
o Estradiol: é conhecido por sua ação no desenvolvimento folicular e endometrial, além 
da produção de LH no meio do ciclo. 
o Inibina B: secretada pelas células da granulosa mediante o estímulo do FSH ainda na 
fase folicular, e tem por função inibir a síntese do próprio FSH. 
 Lútea: produção de progesterona e iniba A (A de “after”, pois é liberado após a ovulação). 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
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o Progesterona: é conhecida por sua ação na manutenção do arcabouço endometrial e 
pela retroação negativa sobre a secreção hormonal hipotalâmica. 
o Inibina A: secretada pelo corpo lúteo (células granulosas luteinizadas) sob controle do 
LH. Juntamente com o estradiol, controla a secreção do FSH na transição lúteo-
folicular. 
 
 Compartimento I – Útero-vaginal: sofre inteira influência dos hormônios distintamente secretados nas fases do 
ciclo, de tal forma que, analogamente ao ciclo ovariano, podemos dividir o ciclo uterino em três fases: 
proliferativa, menstrual e secretora 
 
Teoria das duas células – duas gonadotrofinas e Ovulação 
Em nível hipotalâmico, o GnRh é produzido e passa a estimular, via trato túbero-infundibular e sistema porta-hipofisário, 
a adeno-hipófise a liberar as duas gonadotrofinas: FSH e LH. Esses hormônios, em nível ovariano, vão atuar em 
camadas diferentes do folículo: o FSH atua na camada mais interna do folículo, que é a granulosa; enquanto que o LH 
atua na camada mais externa, que é a teca. Daí, tem início a produção de hormônios foliculares: na granulosa ocorre a 
formação de estrogênio e na teca, a produção de androgênios. 
Essa é a importante teoria das duas células, duas gonadotrofinas: ela afirma que há uma subdivisão e uma atividade 
de síntese de hormônios esteroides em compartimentos no folículo em desenvolvimento. 
Nos folículos pré-antrais e antrais, os receptores de FSH estão disponíveis apenas nas células da granulosa, enquanto 
que os receptores para LH estão presentes apenas nas células da teca. E como vimos, enquanto que a granulosa 
produz estrogênio (de fundamental importância para o início do ciclo menstrual), a teca produz androgênios, que não 
tem nenhuma importância direta para a ovulação. 
Ocorre, então, que os androgênios produzidos nas células da teca são transportados para as células da granulosa, 
onde sofrem ação da enzima aromatase, que promove um processo de aromatização e converte os androgênios em 
estrogênios (estrona e estradiol). A ação da aromatase depende, entretanto, a ação do FSH nas células da granulosa – 
portanto, diz-se que o FSH é fundamental para a conversão de androgênios em estrogênios. 
 
 
Todo esse processo ocorre ainda na primeira fase do ciclo menstrual, com o intuito de produzir testosterona para 
recuperar a camada endometrial uterina que receberá um eventual ovo fecundado. 
A partir de um determinado nível, esse estrogênio produzido passa a realizar um feedback positivo, de modo que a 
elevação dos seus níveis promove, de forma direta, o aumento do LH. Daí gera-se um ciclo, de modo que o LH passa a 
atuar mais nas células da teca, produzindo mais androgênios, que são deslocados para as células da granulosa para 
sofrer aromatização, produzir estrogênio e estimular ainda mais a síntese de LH, reiniciando o ciclo. 
O aumento concomitante de estrogênio estimula o pico de LH, e este, a ovulação. A ovulação ocorre como resultado 
da ação simultânea de diversos mecanismos que ocorrem no folículo dominante, que estimulam a sua maturação e 
induzem a rotura folicular. Somente o folículo que atinge seu estágio final de maturação é capaz de se romper. 
O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico de LH do meio do ciclo, o qual, como 
vimos, é precedido por aumento acelerado do estradiol. Sabidamente, o folículo pré-ovulatório (também conhecido 
como folículo de Graaf) produz, coma síntese crescente de estradiol, seu próprio estímulo ovulatório. O pico de estradiol 
estimula o pico de LH e, consequentemente, a ovulação. 
Após o processo de ovulação, o resquício do folículo forma uma estrutura celular amarelada conhecida como corpo 
lúteo, que sob ação do hormônio luteinizante (o LH), passará a produzir a progesterona. 
 
OBS: Se a paciente não ovular, obviamente, não haverá produção de progesterona. 
 
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FASES DO CICLO OVARIANO 
É dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea (a fase menstrual pode ser incluída separadamente; mas por 
definição, corresponde à primeira parte da fase folicular). 
A fase folicular se estende do 1º dia da menstruação até o dia do pico de LH, no meio do ciclo. A fase ovulatória 
inclui três fenômenos principais, a saber: recomeço da meiose, pequeno aumento na produção de progesterona (12 a 
24h antes da ovulação) e rotura folicular. Já a fase lútea compreende o período da ovulação até o aparecimento da 
menstruação, e tem duração fixa: 14 dias. 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
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 Fase Menstrual (do dia 1 ao dia 5, aproximadamente): É caracterizada pela descamação da camada 
funcional do endométrio (menstruação), caracterizando o inicio do ciclo. Esta fase ocorre devido à regressão do 
corpo lúteo que cessa a secreção de progesterona e estrogênio. Com isso, o endométrio deixa de ser estimulado 
a permanecer, causando a interrupção de oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada funcional. Na 
menstruação, é liberado cerca de 35mL de sangue. 
 
 Folicular (do dia 1 até a ovulação, tendo um período variável): nesta fase, acontece uma sequência 
ordenada de eventos que assegura o recrutamento de uma nova coorte de folículos para a seleção do folículo 
dominante. O resultado final é um único folículo maduro viável. Este processo demora cerca de 10 a 14 dias. 
1. Recrutamento folicular à ovulação a partir do aumento do FSH: o recrutamento se inicia no final da 
fase lútea do ciclo anterior, a partir da regressão do corpo lúteo e do aumento do FSH. 
2. O FSH aumenta a produção estrogênica, promove o crescimento da granulosa e estimula a atividade 
da aromatase. 
3. As células da teça produzem androstenediona e testosterona sob efeito do LH. 
4. As células da granulosa produzem estradiol a partir dos androgênios, sob estímulo da aromatase 
(dependente do FSH). 
5. Seleção do folículo dominante, caracterizado pela maior presença de receptores de FSH e, por isso, 
maior ação da aromatase e produz mais estrogênio. 
OBS: O desenvolvimento folicular é contínuo, ocorrendo mesmo em mulheres que não estão ovulando 
(infância, gestação ou em uso de anticoncepcionais orais). 
 
 Ovulatória: a ovulação acontece como resultado da ação simultânea de diversos mecanismos que ocorrem no 
folículo dominante. O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico do LH do meio 
do ciclo, o qual é precedido por aumento acelerado do nível de estradiol. 
6. O pico de estradiol (produzido pela ação da aromatase) estimula o pico do LH e, consequentemente, 
a ovulação. 
7. A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de LH e 
cerca de 10 a 12 horas após seu pico máximo. 
 
 Fase lútea (inicia no dia da ovulação e tem duração fixa de 14 dias): O aumento dos níveis de progesterona 
de forma aguda caracteriza esta fase. 
8. Folículo roto  formação do corpo lúteo. 
9. Ocorre o a luteinização, que corresponde ao processo em que as células da granulosa passam a 
produzir progesterona (“pró-gestação”). 
10. O aumento agudo dos níveis de progesterona caracteriza esta fase 
11. É uma fase de duraçãofixa, de aproximadamente 14 dias (portanto, a mulher “sempre” menstrua 14 
dias após a ovulação). 
12. Com a regressão do corpo lúteo, que ocorre ao final da fase lútea, ocorre queda dos níveis 
circulantes de estradiol, progesterona e inibina A. 
13. O decréscimo da inibina A remove a influência supressora sobre a secreção de FSH pela hipófise, e 
este volta a se elevar antes da menstruação (sinal para iniciar um novo recrutamento folicular). 
 
Resumo do ciclo menstrual (dia a dia) 
1º dia do ciclo: é o primeiro dia da menstruação 
 Os hormônios, tanto hipofisários como ovarianos estão em baixa concentração. 
 A partir dos dias seguintes do inicio do ciclo, ocorre aumento na concentração do FSH no sangue, que estimula 
a maturação (meiose) do folículo ovariano. 
 O sangramento chega a durar cerca de 5 dias e gradativamente, a concentração de FSH aumenta. 
 
6º - 7º dia do ciclo: o sangramento cessa. 
 O folículo em amadurecimento libera estrógeno. 
 A partir do 7º dia, o útero começa a produzir uma camada nova e vascularizada no endométrio (tecido que será 
liberado na próxima menstruação). 
 O folículo atua sobre o útero estimulando esse desenvolvimento do endométrio. 
 
OBS: O estrógeno ainda atua sobre o corpo estimulando o surgimento das características sexuais secundárias 
femininas. 
 
10º dia do ciclo: já com uma grande concentração de FSH e estrógeno, este ainda atua sobre a hipófise estimulando a 
liberação de LH, o hormônio responsável pela ovulação. Por cerca do 14º dia, a mulher atinge o pico de LH, alcançando 
assim a ovulação. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
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14º dia do ciclo: com a ovulação, a progesterona e o estrógeno, combinados, inibem a ação da hipófise (feedback, 
inibindo a liberação de FSH e LH). Existe medicamentos anticoncepcionais que são compostos por progesterona e 
estrógeno, os quais impedem a ovulação. 
 
15º dia do ciclo: o corpo lúteo (pequena ferida que marca o local da saída do ovócito II) passa a liberar progesterona 
(último hormônio a aumentar de concentração) que vai atuar no útero, estimulando a continuação do desenvolvimento 
do endométrio. 
 
16º - 19º dia do ciclo: 
 LH e FSH em queda 
 Progesterona e Estrógeno em alta. 
 
Caso não ocorra a fecundação Caso ocorra a fecundação 
21º dia do ciclo: cicatrização do corpo lúteo que passa a 
produzir menos estrógeno e progesterona. 
 
22º - 27º dia do ciclo: hormônios em baixa concentração 
(Tensão pré-menstrual) 
 
28º dia do ciclo: ocorre a menstruação. A partir daí inicia-
se um novo ciclo. 
Supomos que a fecundação ocorra no 14º dia do ciclo. O 
corpo lúteo, no ovário, é estimulado a não cicatrizar e 
passa a secretar estrogênio e progesterona para manter a 
gravidez durante os primeiros meses. 
Ocorre a liberação do hCG (gonodotrofina coriônica) pelas 
células formadas após a fecundação. 
Com a chegada do bastocisto (nidação) ao útero, a 
placenta começa a ser formada. Semanas depois da 
fertilização, ela será a responsável pela produção de 
progesterona. 
 
 
OBS: O “Método Anticoncepcional da Tabelinha”. O método rítmico, mais conhecido como “tabelinha menstrual” ou 
método de Ogino-Knaus (nome dado devido a Hermann Knaus e Kyusaku Ogino), é um método contraceptivo que 
consiste em estimar a data da ovulação, por forma a evitar contactos sexuais durante o período fértil. 
A ténica correta e descrita em alguns livros consiste na seguinte: para 
prever o dia da ovulação, observa-se a duração dos 8 últimos ciclos 
menstruais e anota-se o número de dias do maior e do menor ciclo. Do 
número de dias do menor ciclo, diminuem-se 18 dias. Do número de 
dias do maior ciclo, diminuem-se 11 dias. O espaço de dias 
compreendido entre esses dois números é o período fértil. Evita-se a 
relação sexual desprotegida durante este período. 
 
Contudo, para mulheres com ciclo rigorosamente regular, podemos 
tomar como base o dia da ovulação de fato. Para mulheres com ciclo 
regular de 28 dias, por exemplo, deve-se evitar o coito desprovido de 
outros métodos contraceptivos durante o período que compreende três 
dias antes e três dias depois da ovulação. Tal teoria parte do 
pressuposto que a vida média do espermatozoide no sistema reprodutor 
feminino é de cerca de 2 dias – tempo necessário para uma eventual 
fecundação na vigência de uma relação sexual desprotegida durante 
este período fértil. 
O método da tabelinha não é seguro, com taxa de falha particularmente 
elevada do método de 10% por ano, porque a data da ovulação pode 
variar em virtude de diversos fatores. 
 
 
MATURAÇÃO DOS FOLÍCULOS 
 Desenvolvimento dos folículos devido a liberação de FSH e LH. 
 Um folículo se desenvolve mais que todos os outros, secretando mais estrogênio, aumentando os receptores de 
FSH e LH. Ocorre a formação do antro, contendo líquido folicular (alta concentração de estrogênio). 
 Depois da ovulação, o estrogênio inibe o hipotálamo, reduzindo a liberação de FSH. Os outros folículos sofrem 
atresia (parada do desenvolvimento, diminuindo como se nada tivesse acontecido). 
 
 
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OVULAÇÃO 
 É necessária alta concentração de LH: aumento, no 14º dia, aproximadamente de 6 a 10 vezes na sua liberação 
em relação ao inicio do ciclo (concentração duas vezes maior que o FSH). 
 Ocorre cerca de 14 dias após o inicio do ciclo menstrual. 
 
 
EIXOS HORMONAIS DE ESTIMULAÇÃO E INIBIÇÃO 
É necessário aos hormônios envolvidos no ciclo menstrual o controle dos níveis de gonadotrofinas, sobretudo na 
2ª fase do ciclo, após a ovulação, uma vez que o FSH e o LH já teriam realizado suas funções. Para isso, atuam, 
justamente, o estrogênio e a progesterona, da seguinte forma: 
 
Estrogênio Progesterona 
O estrogênio, como vimos anteriormente, é responsável 
por um feedbackpositivo com o LH, pois estimula a 
produção desse hormônio. Por outro lado, a partir do 
momento que um folículo ovariano se destaca e ovula, 
não há mais a necessidade de recrutar mais folículos; 
daí, o estrogênio promove uma feedback negativo 
com o FSH (por esta razão que o FSH começa alto e já 
tem redução dos seus níveis ainda na 1ª fase do ciclo 
menstrual, que é quando o estrogênio e o LH se 
elevam). 
A progesterona é produzida apenas se a ovulação 
ocorreu, com o intuito de preparar o corpo da mulher 
para a gestação. Com isso, a ovulação não se torna 
mais necessária para uma mulher que, teoricamente, já 
teria engravidado e, por isso, a progesterona promove 
um feedback negativo com o LH. 
 
Além dos processos de feedbacks realizados pelo estrogênio e progesterona, ainda existem as inibinas, 
peptídeos derivados das células da granulosa responsáveis por inibir a produção de FSH. A inibina B reduz a produção 
de FSH na 1ª fase do ciclo, enquanto que a inibina A reduz a produção de FSH na 2ª fase do ciclo. Se a mulher não 
engravida, as duas inibinas apresentam quedas em seus níveis ao término do ciclo, de modo que o FSH passa a ser 
produzido novamente, dando início a um novo ciclo menstrual a partir do recrutamento de novos folículos. 
 
 
 
OBS: Note que há um controle antagônico entre estrogênio e progesterona: enquanto o primeiro promove um 
feedback positivo para o LH, o segundo promove uma inibição da secreção desse LH. Entretanto, devemos tomar nota 
de um conceito importante neste impasse: “sempre, quem ganha essa briga, é a progesterona”, isso porque a 
progesterona inibe receptor de estrogênio. Isso é importante do ponto de vista de contracepção: se uma paciente faz 
uso de pílula anticoncepcional combinada (isto é, que apresenta em sua composição estrogênio e progesterona), o efeito 
final se caracteriza pela inibição de receptor de estrogênio. Em termos práticos, como se sabe, o estrogênio estimula no 
crescimento e desenvolvimento do gameta feminino, enquanto que a progesterona prepara para uma possível gravidez e 
inibe os receptores de estrogênio. Como quem predominanesse efeito é a progesterona, a mulher passa a ter um 
endométrio atrófico e passa a menstruar pouco. 
 
 
EFEITOS HORMONAIS EM OUTROS ÓRGÃOS 
Os hormônios produzidos ao longo do ciclo menstrual também interferem em outros fenômenos no corpo da 
mulher, como por exemplo, no endométrio, no muco cervical, na vagina e nas mamas. 
 
ENDOMÉTRIO 
O endométrio, após a menstruação, descama e passa a se apresentar, ao término do fluxo menstrual, de uma 
forma “careca”, incapaz de receber um embrião adequadamente. Há, portanto, a necessidade da ação do estrogênio, 
hormônio capaz de proliferar essa camada. 
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O estrogênio realiza, portanto, no início do ciclo menstrual, a hiperplasia endometrial. Por esta razão, diz-se 
que a 1ª fase do ciclo menstrual é a fase proliferativa em nível endometrial. 
Após a ovulação, o endométrio passa, então, a se preparar para uma eventual gravidez, passando a sofrer ação 
agora da progesterona, hormônio que garante ao endométrio as secreções e subsídios necessários para nutrir o novo 
embrião, caracterizando a fase secretora do ciclo menstrual em nível endometrial. 
 
 
 
 
VAGINA 
Na primeira metade do ciclo (predomínio estrogênico), o esfregaço vaginal constitui-se de células eosinófilas 
isoladas, sem dobras nas suas bordas. É dito “limpo”, e os leucócitos estão praticamente ausentes. 
Na segunda metade do ciclo (estímulo progestacional), caracteriza-se pela presença de células basófilas 
dispostas em grupos e que evidenciam dobras em suas bordas. É dito “sujo”, com grande número de leucócitos. 
 
MUCO CERVICAL 
O muco cervical, produzido pelo epitélio glandular da endocérvice, está sujeito a profundas mudanças cíclicas 
aos níveis plasmáticos hormonais. 
Sob efeito do estrogênio – Fase Folicular Sob efeito da progesterona – Fase Lútea 
Como o estrogênio age na 1ª fase do ciclo (fase em que, 
teoricamente, a “mulher busca um parceiro para 
procriar”, ocorre uma maior produção de fluidos vaginais, 
com uma quantidade cada vez maior de muco). O muco 
é fluido, em grande quantidade e capaz de formar “fios” 
(filância). 
 Abundante e fluido 
 Filância: o muco cervical torna-se mais fluido, 
comparável à clara de ovo, e adquire a 
capacidade de elasticidade. 
 Cristalização arboriforme: o teste da 
cristalização baseia-se na propriedade que o 
muco cervical tem de formar cristais. A 
cristalização típica em folha de samambaia é 
característica à microscopia. 
Após a ovulação, os fenômenos de filância e 
cristalização deixam de ser observados em virtude da 
produção de progesterona pelo corpo lúteo. Com a ação 
da progesterona, o muco passa a servir como um meio 
de proteção da eventual gravidez. Na 2ª fase do ciclo, o 
fluido passa a apresentar as seguintes características: 
 Grosso e viscoso, sem filância 
 Muco escasso e espesso 
 Sem cristalização 
 
Todas essas mudanças são capazes de ocluir o colo do 
útero, tornando um ambiente hostil aos 
espermatozoides. Esse mesmo muco, ao término da 
gravidez (quando a mulher entra em trabalho de parto) é 
eliminado logo que a progesterona deixa de atuar, sendo 
um importante sinal do parto. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FISIOLOGIA 
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ATO SEXUAL FEMININO 
 
ESTIMULAÇÂO 
 Funciona semelhante à estimulação sexual masculina, variando apenas com o período do mês sexual: atinge 
seu auge próximo à época da ovulação (elevados níveis de estrogênio). 
 
ETAPAS 
1. Ereção: é controlado pelo SN parassimpático. Ocorre a dilatação das artérias do tecido erétil devido à secreção 
de NO e acetilcolina, gerando rápido acumulo de sangue. 
2. Lubrificação: os sinais parassimpáticos estimulam imediatamente a secreção de muco, responsável por grande 
parte da lubrificação durante o coito. 
3. Orgasmo feminino: é análogo a emissão e ejaculação masculinas e, talvez, ajude a promover a fertilização do 
óvulo. O orgasmo permite um rápido acesso dos espermatozoides ao óvulo, com intuito de fecundá-lo. 
4. Resolução: é mais demorada e complexa do que no homem, seguida de uma sensação de relaxamento. 
 
 
FUNÇÃO DOS ESTRÓGENOS 
 Desenvolvimento das características sexuais femininas primárias e secundárias: 
 Função primária: causar proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e outros tecidos 
relacionados à reprodução; 
 Aumento da genitália externa pelo depósito de gordura no monte pubiano e grandes lábios; 
 Aumenta várias vezes de tamanho os ovários, as tubas uterinas e a vagina; 
 Modificação do epitélio vaginal de cuboide para estratificado (mais resistente a traumas e infecções); 
 
OBS: Infecção vaginal em crianças pode ser curada pela administração de estrogênios tópicos. 
 
 Proliferação do endométrio; 
 Aumento do útero; 
 Deposição de gorduras nas mamas; 
 Desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas e crescimento de um vasto sistema de ductos; 
 
OBS: É a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função dos lóbulos e alvéolos das mamas. 
 
 Proliferação dos tecidos glandulares que revestem a tuba uterina e aumento do número de células ciliadas 
(atividade intensificada dos cílios que sempre batem na direção do útero); 
 Inibe a atividade osteoclástica nos ossos (estimula o crescimento ósseo); 
 
OBS: Depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é secretado, levando a uma maior atividade osteoclástica, a 
uma diminuição da matriz óssea e a um menor depósito de cálcio e fosfato, causando a osteoporose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Causa a união das epífises com a haste dos ossos longos; 
 Aumenta ligeiramente o depósito de proteínas → efeito promotor do crescimento do estrogênio sobre os órgãos 
sexuais, ossos e alguns poucos tecidos do corpo; 
 Aumenta o metabolismo corporal (mais do que a testosterona); 
 Causa o depósito de quantidades maiores de gordura nos tecidos subcutâneos; 
 Os estrógenos causam a retenção de sódio de água nos túbulos renais; 
 Desenvolvimento da textura macia e lisa da pele (a pele se torna mais vascularizada, mais quente); 
 
OBS: Não afetam muito a distribuição de pelos – os androgênios são os principais responsáveis por isso. 
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FUNÇÃO DA PROGESTERONA 
É um hormônio produzido pelas células do corpo lúteo do ovário. 
 Promove mudanças secretórias no endométrio do útero, preparando-o para a implantação do óvulo fertilizado; 
 Diminui as contrações uterinas, evitando a expulsão do óvulo implantado; 
 Promove maior secreção pelo revestimento mucoso das tubas uterinas, necessário para nutrir o óvulo fertilizado 
e em divisão enquanto ele atravessa a tuba, antes de implantar no útero. 
 Desenvolve os lóbulos e alvéolos das mamas (proliferam e aumentam de tamanho, adquirindo natureza 
secretória).

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