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~:-:;';-"lfu~::;='T=-L'-'-~;·='''',"=C·'·=,"-'='C_-,=_·=,-_'_="·=~------....---------- 9.O DESAFIO URBANO Na viradado século,quasemetadedo mundoestarávivendoem áreasurbanas- desdecidadezinhasatéimensasmegal6poles.lO sistemaeconômicomundialtoma-secadavez maisurbano,com redesjustapostasde comunicações,deproduçãoe decomércio.2 Tal sistema,com seusfluxos de informações,energia,capital, comércioe pessoas,fornecea colunadorsaldo desenvolvimento nacional.As perspectivasde umacidade- grandeou pequena- dependemessencialmentedo lugarqueela ocupano sistemaur- bano,nacionale internacional.O mesmosepodedizerdodestino do interior,comsuasatividadesagrícolas,florestaise deminera- ção,dequeo sistemaurbanodepende. Em muitasnações,certostiposde indústriase deempresasde serviçosestãosedesenvolvendoatualmenteemáreasrurais.Mas essasáreasestãorecebendoserviçose infra-estruturadealtaqua- lidade,comsistemasavançadosde telecomunicações,quefazem comquesuasatividadessejamparteintegrantedo sistemaurba- no-industrialnacional(e global).De fato, o interiorestásendo "urbanizado". 9.10 CRESCIMENTO DAS CIDADES Nossoséculoé o da"revoluçãourbana". Nos 35 anosap6s1950, o númerodepessoasquevivemnascidadesquasetriplicou,tendo aumentadoem 1,25 bilhão. Nas regiõesmaisdesenvolvidas,a populaçãourbanaquasedobrou,passandoqe 447 milhõespara 838 milhões.No mundomenosdesenvolvid~,quadruplicou;au- mentandode286 milhõespara1,14bilhão.(Ver tabela9.1.) No períodode apenas60 anos,a populaçãourbanado mundo em desenvolvimentoaumentou10 vezes,passandode uns 100 milhõesparacercade 1 bilhãoem 1980. Ao mesmotempo,sua populaçãoruralmaisdoquedobrou. o Em 1940, apenasumaentreoitopessoasviviacmumcentrour- bano, ao passoque cercade umaentre100 vivia numacidade com1milhãodehabitantesoumais("cidade-milhão"). 9 Em 1960, de cincopessoas,maisde umavivia emumcentro urbano,eumaentre16,numa"cidade-milhão" e Em 1980, quaseumaemtrêspessoaseraumhahitanteurbanoe umaem10eraumhabitantede"cidade-milhão".:\ 262 Tabela9.1 Populaçãoresidenl~emáreasurbanas,1950-2000 Região 195019852000 (%)Totalmundial 29,241,046,6 RegiõesmaisdesenvolVIdas 53,871,574,4 l)egiõesmenosdesenvolvidas 17,031,239,3 Africa 15,729,739,0 AméricaLatina 41,069,076(3 (AméricadoSul temperada) (64,8)(84,3)(88,6) (f\méricadoSul tropical) (35,9)(70,4)(79,4) Asia 16,428,135,0 (Çhina) (11,0)(20,6)(25,1) (Jndia) (17,3)(25,5)(34,2) MilhõesTotalmundial 734,21.982,82.853,6 RegiÕesmaisdesenvolvidas 447,3838,8949,9 ~egiõesmenosdesenvolvidas 286,81.144,01.903,7 Africa 35,2164,5340,0 AméricaLatina 67,6279,3419,7 ,{ Ásia 225,8791,11.242,4 Fonte:Urbanandruralpopulationprojections,1984.New York, United Nations,PopulationDivision.(Avaliaçãonãooficial.) A populaçãode muitasdasmaiorescidadesda África subsaa- rianaaumentoumaisdesetevezesentre1950e 1980- entreelas, , Nair6bi,Dar-es-Salaam,Nuakchott,Lusaca,Lagos e Kinshasa.4 (Ver tabela9.2.) Duranteessesmesmos30anoS,as populações emmuitascidadesdaÁsiae daAméricaLatina(comoSeul,Bag- dá, Daca,Amã, Bombaim,Jacarta,Cidadedo México, Manilha, São Paulo, Bogotá e Manágua)triplicaramou quadruplicaram. Nessascidades,a imigraçãolíquida em geral temcontribuído maisparaessequadroqueo aumentonaturalda populaçãodos últimosdecênios. Em muitospaísesemdesenvolvimento,as cidadestêrncresci- do, portanto,muitoalémdo quejamaisse poderiaimaginarhá apenasalgumasdécadas- e a umritmosemprecedentesnahistó- ria. (Ver box 9.1.) Mas algunsespedalistasduvidamqueasna- çõesemdesenvolvimentovenh$11a urbanizar-setãorapidamente no futuroquantonosúltimos3040anos,ou queasmegalópoles 263 . Tabela9.2 ExemplosderápIdoaumentopopulacionalemcidadesdo TerceiroMundo (emmilhões) Cidade 1950CiframaisProjeçãoda recente ONUpara2000 CidadedoMéxiço 3,0516,0(1982)26,3 SãoPaulo 2,712,6(1980)24,0 Bombaim 3,0 (1951)8,2(1981)16,0 Jacarta 1,456,2 (1977)12,8 Cairo 2,58,5 (1979)13,2 NovaDélhi 1,4 (1951)5,8 (1981)13,3 Manilha 1,785,5 (1980)11,1 Lagos 0,27(1952)4,0 (1980)8,3 Bogotá 0,613,9 (1985)9,6 Nairóbi 0,140,83(1970)5,3 Dar-es-Salaam 0,15(1960)0,9 (1981)4,6 GrandeCartum 0,181,05(1978)4,1 Amã 0,030,78(1978)1,5 Nunkchott 0,00580,25(1982)1,1 Manaus 0,110,51(1980)1,1 SantaCruz 0,0590,26(1976)1,0 Fonte:os dadosderecenseamentosrecentesforamusadossempreque possfvcl;casocontdrio,usou-seumaestimativafeita.pelogoverno"local ouporumgrupodepesquisalocal.AsprojeçõesdaONUparaoano2000 sãode:Departmentof InternationalEeonornicandSocialAffairs.Esti- nmtesand projectionsof urban,rural and citypopulations1950-2025. ST/ESA/SER.R/58.NewYork,1985.(Avaliaçãode1982.);ede:United Nations.Urban,rural andcitypopulation1950-2000.NewYork, 1980. (Populationsstudiesn.68;Avaliaçãode1978.)Outrosdados,comalgu- mascifrasatualizadaspordadosderecenseamentosmaisrecentes,provêm -de;Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D.Shelter:needandresponse.Chiches- ter,UK, JohnWiley,1981. vep'-hama crescertantoquantosugeremasprevisõesdasNações UT\idas.Argumentamquemuitosdosestímulosmaisfortesàrápi- daurbanizaçãodopassadonãotêmtantainfluênciahoje,equese as políticasdo governomudassempoderiareduzir-sea atração comparativadascidades,emespecialasgrandescidades,e assim desacelerarastaxasdeurbanização. A taxade aumentopopulacionalurbanonospafscsemdesen- volvimentotemdiminuído- de5,2%aoanoemfins elael~caclaele 50 para3,4%nosanos80.5Espera-sequeeladecline;lillelamais naspróximasdécadas.Apesardisso,sesemantivemlllHS IClldên- 264 "; ~ -31!' Box9.1Cômodominarascidades Nair6bi,Quênia:em1975,Nairóbidetinha57%detodos-os empregosna atividademanufatureirado Quênia,e dois ter- ços de suasindústrias.Em 1979,Nairóbicontinhacercade 5% dapopulaçãonacional. Manilha,Filipinas:a Manilhametropolitanaproduzumter- çbdo PNB do país,manipula70% de todasas importações e contém60% das instalaçõesde manufaturas.Em 1981,a cidadecontinhacercade 13%dapopulaçãonacional. Lima,Peru:a áreametropolitanadeLimaéresponsávelpor 43% do PIE, por quatroquintosdo créditobancárioe da produçãodebensdeconsumo,e por maisde novedécimos da produçãode bensdecapitaldo Peru.Em 1981,abrigava cercade 27%dosperuanos. Lagos,Nigéria:'em 1978,a áreametropolitanade Lagos negociavamaisde 40% do comércioexteriordo país,con- tavacom'57%do valoradicionadototaldaatividademanu- fatureira e continhamais de 40% dos trabalhadoresalta- mentequalificadosdaNigéria.Contémapenascercade 5% dapopulaçãodo E..aís. " Cidadedo México,México:em 1970,com cercade 24% dos mexicanosvivendonacapital,estacidadecontinha30% dos empregosna atividademanufatureira,28% dos empre- gos no comércio,38%dosempregosemserviços,69%dos empregospúblicos,62% do investimentonacionalemedu- caçãosuperiore 80%dasatividadesde pesquisa..Bm 1965, continha44% dos depósitosbancáriosdo país e 61% dos créditosnacionais. SãoPaulo, Brasil:a GrandeSão Paulo, comcercade um décimoda populaçãodo Brasil em1980,contribuíacomum quartodo produtonacionallíquido e commaisde 40% do valoradicionadoindustrialdo país. Fonte:Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D. Shelter,infrastructureand servicesinThirdWorldcities.HabitatInternational,10(4),1986. cias atuais, as cidadesdo Terceiro Mundo poderiamfazer au- mentarem trêsquartosde 1 bilhão suapopulaçãopor voltado anO2000.Duranteo mesmoperíodo,a populaçãodascidadesdo mundoindustrializadoterácrescidoemmais111milhões.6 Essasprevisõesrepresentamumgrandedesafioparadspaíses em desenvolvimento.No espaçode apenas15anoS(ou cercade 5.500 dias), o mundoemdesenvólvimentoteráde aumê~tarem 65% a capacidadede produzire administrarsuainfra-estrutura, 265 "Diante da distribuiçãoda renda,da disponibilidadeprevisível de recursos- nacionais,locaise do mundointeiro- da tecnolo- gia atual, da atualdebilidadedosgovernoslocaise dafalta de interessedos governosnacionaispelos problemasde assenta- mentoshumanos,não vejoqualquersoluçãopara as cidadesdoTerceiroMundo. As cidadesdoTerceiroMundoserãocadavezmaiscentrosde competiçãoacirrada por um pedaço de terra onde se possa construirumabrigo,por umquartopara alugar,pot umleitode hospital,por umlugarnumaescolaou numônibus,e sobretudo por lurlavaganospoucosempregosestáveisadequadamentere- munerados,e mesmopelo espaçonumapraça ou calçadaonde sepossaexporevenderrrzercadorias,atividadedequedependem tantasfamaias. Os pr6priospobresorganizame ajudama .construirmuitos dosnovosconjuntoshabitacionaisdascidadesdoTerceiroMun- do, e ofazemsema assistênciadearquitetos,planejadoreseen- genheiros,ou dosgovernoslocaisou nacionais.Alémdisso,em muitoscasososgovernoslocaise nacionaisimportunambastante eSfesgrupos.Os pr6prioscidadãosestãose tornando,cadavez mais, os verdadeirosprojetistase construtoresdas cidadesdo TerceiroMundo,e muitasvezesos administradoresdeseuspr6- prios bairros." JorgeHardoy InstitutoInternacionalpara oMeioAmbienteeoDesenvolvimento AudiênciapúblicadaCMMAD,SãoPaulo,28-29deoutubróde1985 seusserviçose habitaçõesurbanos- só p~ manterascondições atuais.E emmuitospaísesissoteráde se'rfalizar numquadrode grandesprovaçõese incertezaseconômicas~comrecursosabaixo dascrescentesnecessidadeseexpectativas. 9.1.1A crisenascidadesdo Terceiro Mundo Poucos governosdas cidadesdo mundoem desenvolvimento, cujaspopulaçõescrescema umritmoacelerado,dispõemdepo- deres,recursose pessoaltreinadoparafornecer-Ihcsasterras,os serviçose os sistemasadequadosa condiçõeshumanaselcvida: águapotável,saneamento,escolase transportes,O resultadodis- so é a proliferaçãodeassentamentosilegaiselehabitaç()Cstoscas, aglomeraçõesexcessivase mortalidadedesenfreada(kcorrentede ummeioambienteinsalubre. 266 ,. ,. ; .~ Na maioriadascidadesdo TerceiroMundoas pressões("ulllf nuaspor moradiae serviçosdesgastaramasedificaçõcsurhallil:; Muitascasasondehabitampobresestãoemcondiçõesprc(':'ílí:I'; É comumhaveredifíciospúblicosemfrancadecadência,m"',",'; sitandoreformas.O mesmoacontececoma infra-estrutura(':;:;('11 cial da cidade;veículoscoletivossuperlotadose em mau('sl:\(") de conservação,assimcomoestradas,ônibuse trens,cst:Il,~ÕCS(i<' transportes,e banheirose lavatóriospúblicos.Com os va/,alllt'lI tosnossistemasdeabastecimentodeágua,abaixapressfiod';Íl',llil resultantefaz comque os esgotosseinfiltremna águapot:ível. Uma grandeparcelada populaçãodascidadesmuitasvezesnfll) dispõedeáguaencanada,nemdesistémasdeescoamentoela:ígua das.chuvas,nemtampoucodeestradas.? Um númerocrescentede pobresnasáreasurbanaspadecede alta incidênciade doenças,queprovêm,emsuamaioria,demiÍs condiçõesambientaise que poderiamser evitadasou drastica- mentereduzidasmedianteinvestimentosrelativamentebaixos. (Ver box 9.2.)Moléstiasrespiratóriasagudas,tuberculose,para- sitasintestinaise doençasvinculadasa umsaneamentoprecárioe à ingestãodeáguacontaminada(comodiarréia,disenteria,I1cp:l« titee tifo) sãoemgeralendêmicase umadascausasprincipaisde morbidadee morte,especialmenteentreas crianças.Em certos pontosde muitascidades,umaem cadaquatrocriançaspobres certamentemorrerápor subnutriçãoacentuadaantesdecomplcl.:'1r cinco anos,ou umentredoisadultossofreráde verrninoseou de graveinfecçãorespiratória.8 . Pode-sesuporque a poluiçãodo ar e',daságuassejamenos prementenascidadesdo TerceiroMundodevidoaosbaixosní- veisdedesenvolvimentoindustrial.Masnaverdadecentenasdes- sascidadestêmaltasconcentraçõesde indústrias.Os problemas de poluiçãosonora,do ar, daságuase por dejetossólidosau- mentamrapidamente,e podemter impactosdramáticossobrea vida e a saúdedoshabitantesdascidades,suaeconomiae seus empregos.Mesmonumacidaderelativamentepequena,bastaque umaou duas·fábricasdespejemresíduosno único rio dasredon- dezas,paraquesecontaminemas águasqueos habitantesda re- giãousamparabeber,lavarecozinhar.Aglomeradosmiseráveise cortiçospràIiferampertode indústriaspoluidoras,umavez que essasterrassãodesprezadaspelosdemais.Tal proximidadeau- mentouos riscosparaospobres,fatodemonstradopelosgrandes sofrimentose perdasdevidashumanasem diversosaCidentesin- dustriaisrecentes. / A expansãofísica descontroladadascidadestambémtevesé- rias implicaçõesparaa economiae o meioambienteurbano.O desenvolvimentodesenfreadotornamoradias,estradas,abasteci- 267 ,:'~..2.':'~,~;;":';'-~.;..~~;~ Box9.2Problemasambientaisnascidades doTerceiroMundo Das 3.119vilase cidadesdaÍndia,somente209tinhames- gotosparciaise somenteoito tinhamumaredecompletade esgotose serviçosdetratamentodeesgotos.No rio Ganges são despejadosdiariamenteos esgotossemtratamentodas 114cidadesqueelebanha,cadaumacom50mil habitantes ou mais.As fábricasdeDDT, curtumes,fábricasdepapele polpa, complexospetroquímicose de fertilizantes,fábricas de borrachae inúmerasoutrasindústriaslançamseusresÍ- duos no rio. O estuáriode Hoogly (pertode Calcutá)está entulhadodos resíduosindustriaisnão-tratadosde maisde 150dasgrandesindústriasdosarredoresdessacidade.Ses- sentapor centóda populaçãode Calcutásofredepneumo- nia, bronquitee outrasdoençasrespiratóriasassociadasà poluiçãodoar. As indústriaschinesas,a maioriadasquaisutilizacarvão em fomose caldeirasantiquados,se concentramemcerca de 20 cidadese fazemcom queo ar apresenteumíndice elevadode poluição.A mortalidadepor câncerde pulmão nas.cidadeschinesasé quatroa setevezesmaisaltado que no paíscomoumtodo,e a diferençaé atribuídaemgrande parteà fortepoluiçãodo ar. Na Malaísia,o VaIedeKlang (ondefica a capital,Cuala Lumpur), altamenteurbanizado,tem índices de poluição duasa trêsvezesmaisaltosqueos dasprincipaiscidades dos EUA, e o sistemafluvial do rio Klang estáaltamente contaminadopor esgotose emanaçõesindustriaise agríco- las. Fontes:Centrefor ScienceandEnvironment.Stateof lndia's envi- ronment;acitizens'reportoNewDelhi,1983;Srnil,V. Thebadear- th; environmentalcegradationin China.London,ZedPress,1986; SahabatAlanMalaysia.ThéstateofMalaysianenvironment1983-84 ,_ towardsgreaterenvironmentalawareness.Penang,Malaysia,1983., mentode água,esgotose serviçospúblicosproibitivamcntecaros. As cidadesmuitasvezessãoconstruídassobreasterrasagrícolas maisprodutivas,e o crescimentonão-orientadoresultana perda desnecessáriadessasterras.Tais perdassãomaisgnlVl~snasna- çõescomáreascultiváveislimitadas,comoo Egito. () desenvol- vimentoa esmotambémconsomeas terrase paisal~cnsnaturais necessáriasparaparquesurbanose áreasde lazer.{)uant!osecr- 268 i I "6.. t guemconstruçõesemumaárea,torna-"sedifícil e dispendiosore- criarespaçosabertos. Em geral, o crescimentourbanomuitasvezesprecedeo esta- belecimentode umabaseeconôDÚcasólidae diversificada.para apoiaro incrementoda infra-estrutura,habitaçãoe emprego.Em muitoslugares,os problemasestãoligadosa padrõesinadequados de desenvolvimentoindustriale à faltade coerênciaentreases- tratégiasde desenvolvimentoagrícolae urbano.O vínculoentre as ecónoDÚasnacionaise os fatoreseconôDÚcOSinternacionaisfoi tratadona parteIdesterelatório. A criseeconôDÚcamundialdos anos80 nãoredundousomenteemmenoresrendas,maiordesem- pregoe na eliminaçãode muitosprogramassociais.Ela também exacerboua já baixaprioridadedadaaosproblemasurbanos,au- mentandoa deficiênciacrônica dos recurSOSnecessáriospara construir,mantere administraráreasurbanas.9 9.1.2A situaçãonascidadesdomundoindustrializado. O fato de a Comissãoenfatizara criseurbananospaísesemde- senvolvimentonão significa que o que ocorre nas cidadesdo mundoindustrializadonãosejade importânciacrucialparao (I\>. senvolvimentosustentávelemâmbitoglobaLPelo contr<'í.rio:Tais cidadessã()responsáveisporumagrandeparcelado usoderecur- sos, consumóde energiae poluiçãoambientaldo mundo.Muitas delassão de alcanceglobale obtêmseusrecursose suaenergia de terrasdistantes,com fortesimpactoscoletivossobreos ecos- sistemasdessasterras. Tampoucoa ênfasesobreascidadesdoTerceiroMundoimpli- ca~a hipótesede que os problemasdascida.desdospaísesindus- .trializadosnão·são sérios. Eles o são.Muitas delas enfrentam' problemasde infra-estruturadeteriorada,degradaçãoambiental, decadênciado centrourbano,descaracterizaçãodos bairros.Os desempregados,os idosose as DÚnqriasétnicase raciaispodem mergulharnumaespiraldescendentede degradaçãoe pobreza,à medidaque as oportunidadesde empregodiDÚnueme os indiví- duos mais jovens e maisinstruídosvão abandonandoos bairros decadentes.Os governosmunicipaisou dascidadesmuitasvezes enfrentamum legadode imóveispúblicosmal-acabadose mal conservados,custoscada vez maiselevadose basestributárias dedinantes. Mas a maioriados paísesindustrializadostemos meIOSe os recursospara combatera decadênciados centrosurbanose seu correspondentededínio econôDÚcO.De fato,muitos·conseguiram reverteressastendênciaspor meiodepolíticaslúcidas,dacoope- raçãoentreos setorespúblicoe privado,e de investimentosim- 269 ~:,I'í~.~S:'.':" •...;;.:.~::_;..:."'~_;....;. ••••.J, portantesempessoal,instituiçõese inovaçõestecnológicas.lOAs .autoridadeslocaisgeralmentedetêmo poderpolíticoe a credibi- !idadeparatomariniciativas,fazeravaliaçõese empregarrecur- sosde modoscriativosquereflitamas"condiçõeslocaisespecífi- cas.Isso lhesdácapacidadeparaadministrar,controlar,fazerex- periênciase promovero desenvolvimentourbano.As economias de planejamentocentralizadotêmdemonstradoumasignificativa capacidadede projetare implementarprogramasdedesenvolvi- mentourbano.A prioridadeaosbenscoletivose nãoaoconsumo individualtambémpodeter aumentadoa disponibilidadede re- cursosparao desenvolvimentourbano. Com o passardo tempo,o meio físico emváriascidadesd'o mundoindustrializadomelhorousubstanciaImente.Segundoos registroshistóricosde muitosdos principaiscentrosurbanos- comoLondres,Paris, Chicago,Moscoue Melbourne- hápouco tempo,grandepartede suapopulaçãosofriadesesperadamenteos efeitosde umavioleI].tapoluição.As condiçõesmelhorarambas- tanteduranteo séculopassado,e essatendênciacontinua,embora variandoderitmodecidadeparacidadee dentrodecadauma. A maioriadasáreasurbanasdispõedeserviçosdecoletadeli- xo paraquasetodaa população.A qualidadedo aremgeralme- lhorou,com o decIínioda emissãode partículase de óxidosde enxofre.Os esforçospararecuperarri qualidadeda águadasci- dades'tiveramêxitoapenasrelativo,devidoà'poluiçãoquevem 'defora,sobretudopornitratose outrosfertilizantesepraguicidas. Muitas áreascosteiras,porém,próximasdosgrandesemissários de esgotos,apresentamdeterioraçãoconsiderável.Há umapreo- cupaçãocrescenteem relaçãoaos poluentesquímicosna água potávele aosimpactosdosrejeitastóxicossobrea qualidadedas águassubterrâneas.E apoluiçãosonoratendea aumentar. Os veículosautomotoresinfluenciammuitoas condiçõesam- bientaisdas cidadesno mundoindustrializado.Vários fatores contribuíramparareduziros impactosdo trânsitourbano:a re- centequedado númerode veículosem circulação,os padrões , maisrestritosdeescapamentoparaos novosveículos,a distribui- çãode gasolinaquenãocontémchumbo,asmelhoriasno rendi- mentodos combustíveis,o aperfeiçoamentodaspolfticasde ad- ministraçãodotrânsitoe o trabalhodepaisagistas. A opiniãopúblicatemdesempenhadoum papelfundamental nascampanhasparamelhorarascondiçõesurbanas.Emalgumas cidades,a pressãopopularfez comqueseabandonassemprojetos maciçosde desenvolvimentourbano;promoveusistemashahita- cionaisembasesmaishumanas,contevea demoli\';íodl: C6~:toS edifíciosebairroshistóricos,modificouapropostadl~cOlIstrlllJics 270 ! jl t .;j :i ~ ;.~ ~I ~~ li I1~.;". 'I 1 ~~ j ~1 :~ '1.~ A "; '.:1 :1 l) ~ ~ ,.,~j•. li; ~i H :r ',. I ;'i :. , "As grandescidadessãopor definiçãoambief1tescentralizados, feitospelo homem,e dependembasicamentedealimentos;água, energiae outrosbensquevêmdefora. Já as cidadesmenores podemser o cernedo desenvolvimentode basecomunitária,e oferecemserviçosà zonarural queascircunda. Dianteda importânciadascidades,sãonecessáriosesforçose meiosdepreservaçãoespeciaispara garantirqueos recll;rsosde quenecessitamsejamproduzidosdeformasustentável,e queos habitantesurbanosparticipemdas decisõesqueafetamas suas vidas.As áreas residenciaistendema sermaishabitáveissefo- remgovernadaspor bairro, coma participaçãolocal direta.Na medidaemquesepuderobterenergiae outrosbensnecessários no pr6prio local, tantoa cidadequantoseusarredoresficarão emmelhorsituação." odesenvolvimentosustentávelecomoalcançá-Ia GlobalTomorrowCoalition AudiênciapúblicadaCMMAD,Ottawa,26-27demaiode1986 de rodoviasnascidadese conseguiuqueterrenosbaldiosfossem convertidosemáreasdelazer. Os problemasqueaindaexistemsãograves,masafetamáreas relativamentelimitadas,o que tornamuitomais fácil lidar com elesdo quecomos do Cairoou daCidadedoMéxico,porexem- plo. Certosaspectosdadecadênciaurbanacregammesmoa pos- sibilitarmelhoriasno meioambiente.O êxododaspopulaçõese dasatividadeseconômicas,emboracrie gravesdificuldadeseco- nômicase sociais,reduza congestãourbana,propicianovosusos aosprédiosabandonados,protegeosbairrosurbanoshistóricosda ameaçade demoliçõese reconstruçõesespeculativas,e contribui paraa renovaçãourbana.A desindustrializaçãodessascidadesé muitasvezescontrabalançadapelocrescimentodo setorde servi- ços, quetrazconsigoseusprópriosproblemas.Mas essatendên- cia cria oportunidadesde removeras fontesde altapoluiçãoin- dustrialdasáreasresidenciaisecomerciais. A combinaçãode tecnologiaavançada,economiasnacionais maisfortese umainfra-estruturainstitucionaldesenvolvidaconfe- re elasticidadee forneceo potencialparaumarenovaçãocontínua dascidadesno mundoindustrializado.Havendoflexibilidade,es- paçoparaagire espíritoinovadorporpartedasliderançaslocais, a questãopara os paísesindustrializadosse resume,em última análise,a umaquestãode opçãopolíticae social.Paraos países 271 ~ .•_. ~---,",,,,,"-_. <--L. ~_. -~ .,•.•'-,-"," •• emdesenvolvimento,a situaçãoé bemoutra:elesestãoabraços comumacriseurbanadegrandesproporções. 9.2 O DESAFIO URBANO NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Os assentamentos- a redeurbanadascidades,vilas e aldeias- abrangemtodosos aspectosdo meioambienteemqueocorremas alteraçõessociaise econômicasdassociedades.Do pontodevista internacional,asprincipaiscidadesdo mundoconstituemumare- deparaa alocaçãodeinvestimentose paraa produçãoe vendade muitosbense serviços.Essesgrandescentrossãoos primeirosa se conectaremnessarede,atravésde seusportose aeroportose seusserviçosdetelecomunicações.As novastecnologiasemgeral apareceme sãopostasempráticaprimeironasgrandescidades, depoisnas pequenas.Somentese os grandescentrosestiverem firmementeconectadoscomessaredeéquepoderãoatrairinves- timentosemtecnologiase bensmanufaturadosparaos mercados mundiais.Do pontode vistanacional,ascidadessãoverdadeiras incubadorasdasatividadeseconômicas.Algumasempresassãode grandeescala,masa grandemaioriaé depequenaescala,e faz de tudo, desdevenderrefeiçõesrápidasaté consertarsapatosou construircasas.O crescimentodessasatividadesé a basedaeco- nomiainterna. 9.2.1Estratégiasurbanasnacionais A evoluçãonaturaldesseemaranhadode assentamentos,no en- tanto,causoupreocupaçõesna maioriado~paísesemdesenvol- vimento.Um motivoespecialparaisso teM sido o crescimento descomunalde umaou maiscidades.Em certospaíses,o desejo de limitaressecrescimentolevouà adoçãode políticasrelativas ao espaçourbanoparaaceIeraro desenvolvimentode.centrosse- cundários.Por trásdisso há umapreocupaçãoparticularcomo fatode o crescimentodesequilibradoestaracentuandoasdispari- dadesinter-regionaise criandodesequilíbrioseconômicose so- ciais que podemter sériasconseqüênciasem termosde unidade nacionaleestabilidadepolítica. Emboralongede seremconclusivos,os dadosdisponíveissu- geremque a maioriadas tentativasdos governosccntraispara equilibraro desenvolvimentodo espaçourbanotCJIIsidotãodis- pendiosaquantoineficaz.As principaispolíticasJIIacrneconômi- cas, sociais e setoriaismuitasvezestêm sido di:\Inctralmente opostasà políticadedescentralização.Osinvestill){,lllosapoiados "Observamosqueo êxodoparaaszonasurbanasé inevitável: há wnasériedefatores'derepulsão'queatuam·naszonasru- rais.A pluralizaçãoruralderivadaausênciadereformaagrá- ria, doaumentodoabsenteísmo,dodeslocamentodaRevolução Verde. Alémdosfatores'derepulsão'daszonasrurais,hánatural- menteosfatores'deatração'dascidades,o channedaCidade Grande,osmaioressaláriosdosempregosurbanosemcompara- çãocomaspossibilidadesderendarural.Foi assimquecresceu o setorinformaldeJacarta:dosTÚlilhõesdehabitantesdeJa- carta,talvez3 ou4 milhões- doisterçospelomenos- sejamo resultadodoêxodoparaaszonasurbanas." GeorgeAdicondro DiretordaFundaçãolrian Jayaparao Desenvolvimento daComunidadeRural AudiênciapúblicadaCMM.AD,Jacarta,26demarçode1985. pelosgovernose agênciasoficiaisdeajudaseguirama mesma16- gicacentralizadora dos investimentosprivados,e construírmn sistemasde transporte,instituiçõeseducacionais,postosdesaúde, serviçose infra-estruturaurbanaondeisto se fazia necessário- na cidadeprincipal.A migraçãorural-urbanaseguiuo mesmopa- drão.O motivoprincipalde tantaspessoasteremmigradonosúl- timosdecêniosparacidadescomoNairóbi?Manilha,Lagos,Ci- dadedo México, São Paulo,Rangumou PortoPríncipefoi o pa- pel preponderantequecadaum dessescentrospassouadesempe- nharnaeconomiadeseupaís... As políticasmacroeconômicase defixaçãodepreçosadotadas pelos governos reforçaramainda mais essa concentração.As grandescidades,e muitasvezes'a capital;emgeralrecebemuma parceladesproporcionalmentegrandedo totaldegastosnacionais emensinoe em subsídiosparareduzirospreçosdeágua,eletrici- dade,trigo, óleo diesele transportepúblicO.As taxasdefretero- doviárioàs vezesfavorecemas'estradasquepassampelacapital. Os impostosde propriedadeno centroe arredoresdacidadepo- demestardefasados.As indústriasnovasouemexpansãoquefo- ramimpulsionadaspelaspolíticasdesubstituiçãodasimportações são estimuladasa se-estabelecerna capitalou em seus'arredo- res.H .. As políticas agrícolase alimentarestambémtenderama pro- movero rápido crescimentodasgrandescidades.O pequenoou inexistenteapoio econôriricoaos produtosagrícolasafastouos '~;·;;.:'\i:.:.....:..:~~_.~~~',;":"...",,,:,~~~·~.2....;~:-....:~:.:....--..:....;.":"'';'''~~-'''-~..•- .._,-~_.- \ I pequenosproprietáriosde suasterras-e aumentouo númerode pobresnas zonasmrais.Muitos foramatraídosparaas cidades devidoaosp~çosdos alimentosurbanos,maisbaixosporcausa dos subsídios.Mas nos últimosanosalgunspaísesemdesenvol- vimentoviramqueerapossívelcomeçara desviarmaisreceitas dasgrandescidadesparaas zonasmraise cidadesmenores.Em certoscasos,as políticasdepromoçãodaspequenaspropriedades ruraise daagriculturaintensivativeramesseefeito.O aumentoda produção,o crescimentodo empregoagrícolae asrendasmédias maisaltasestimularamo desenvolvimentode centrospequenos e intermediáriosnasregiõesagrícolasqueelesatendem.12 Podem-seextrair algumaslições importantesdas estratégias sobreespaçofísico ligadasaodesenvolvimentourbano: G nadasenãoa coerçãoevitaráo crescimentoda cidadegrande nosprimeirosestágiosdodesenvolvimento; o a chavede umaintervençãobem-sucedidaé o fatodeseropor- tuna,de modoa só estimulara desconcentraçãoquandocomeça- remararearasvantagensdaconcentração; C!) deve-seevitara adoçãodepolíticasqueaumentemaatraçãoda cidadegrande,emespecialossubsídiosàenergiaeaosalimentos, a provisãopor demaisgenerosadeinfra-estruturaurbanae outros serviços,e a excessivaconcentraçãode poderadministrativona capital; o a melhormaneirade estimularo crescimentodecentrossecun- dáriosé aproveitaras vantagenseconômicasnaturaisdesuasre- giões,especialmenteemtermosdeprocessamentoemercadologia de recursos,como fornecimentodescentralizadodeserviçospú- blicos; e os métodose estratégiasdedesenvolvimentorurale urbanode- vemsercomplementares,e nãocontraditórios:o desenvolvimento dos centrossecundáriosvisa ao benefícioeconômicodiretodas áreasporelesservidas. As oportunidadesdeempregoe facilida,pesdemoradiapropor- cionadaspelas cidadessãoessenciaisparaabsorvero aumento populacionalcomo qual o camponãopodeconviver;desdeque nãohajainterferênciados;:;ontrolesdepreçose dossubsídios,o mercadourbanodeveoferecervantagensaos produtoresrurais. Mas é claroquehá conflitosentreos habitantesdascidadese os agricultoresdos paísesem desenvolvimento.A Il\olamestrada discussãosobresegurançaalimentar(vercapítulo5) roiasseverar a importânciade voltardecididamenteas "relaçÔes(lç troca"a favordos agricultores,emespecialos pequenos,IIwdi:lIIlc políti- cascambiaise defixaçãodepreços.Muitospaíses(·,11l desenvol- vimentonãoestãoimplementandotaispolíticas,elllp:lllcporme- 274 do deperderemo apoiodefacçõesurbanaspoliticamentepodero- sas.Assim,nãoconseguemdetera migraçãoparaascidadesnem promovera segurançaalimentar. Tais consideraçõespodemfornecerabaseparaa elaboraçãode umaestratégianacionalexplícitasobreassentamentosurbanose de políticasquetragamsoluçõeslocaiscriativase eficazespara os problemasdascidades.Cada governotemefetivamenteessa estratégia,masna maioriadasvezesdeformaimplícita,emuma sériede políticasmacroeconômicas,fiscais,orçamentárias,ener- géticase agrícolas.Tais políticasemgeralforamseincrementan- do emrespostaàspressõesdiárias,e quasesempreeramcontra- ditórias,não só entresi comoem relaçãoàs metasde assenta- mentosurbanosestabelecidaspelogoverno.Umaestratégiaurba- na nacionalpoderiapropiciarum conjuntoexplícitode metase prioridadesparao desenvolvimentodo sistemaurbanode uma naçãoe de seuscentrospequenos,médiose grandes.Tal estraté- gia deveir alémdo planejamentofísicoou espacial.Requerque os governosencarema políticaurbanadeformabemmaisampla doquea têmtradicionalmenteadotado. Havendoumaestratégiaexplícita,asnaçõespodemCOIl\CÇ:11'a reorientaras principais políticas econômicase setoriais que atualmentecontribuemparaacentuaro crescimentodas Il1eg:tlÔ- poles,a decadênciaurbanae a pobreza.Do mesmomodo,podem promovermelhoro desenvolvimento'doscentrosurbanospeque- nose médios,o fortalecimentode seusgovernoslocais,e o esta- belecimentodosserviçose instalaçõesnecessáriosparaatrairin- vestimentose iniciativascomvistasaodesenvolvimento.Os Mi- nistériosdo Planejamento,da Fazenda,da Indústriae da Agri- culturadevemtermetase cntériospreciso~.parapoderemavaliar os efeitosde suaspolíticase de seusgastoscomo desenvolvi- mento'urbano.Po~íticase programascontraditóriospodemser modificado~~No mínimo,podem-seestudaros desvios,emtermos deespaçolísico,inerentesàspolíticasfiscaise macroeconômicas, aosorçamentosanuais,àsestruturasde'preçoseaosplanosdein- vestimentosetorial.Com essaestratégia,os instrumentostradi- cionaisda políticaurbana,inclusiveo planejamentoe o controle do usodaterra,teriammaiorchancedesereficazes. A responsabilidadedeformulartalestratégiasemdúyidacabe ao governocentral.Acimade tudo,no entanto,o papeldosgo- vernoscentraisdeveseressencialmenteo dedaraosgoVernoslo- caismaispossibilidadesparaencontrare pôr empráticasoluções eficazesparaosproblemasurbanoslocais,bemcomodeestimular asoportunidadeslocais. 275 ,:;:'C"""",="~·~-=_=.c~="",·,=".:'=ú.=,.,.=.. ,.="._=. """•...••••••.m. ------------- _ I I I 9.2.2Fortalecimentodasautoridadeslocais As estruturaslegaise institucionaisdo governolocalnamaioria dospaísesemdesenvolvimentosãoinadequadasa essespropósi- tos. Na maioriadas naçõesasiáticase africanas,a estruturado governourbanoremonta'aoperíodocolonial:destinava-sea lidar comsociedadespredominantementeruraise agrícolas.Nuncaes- tevevoltadaparao problemadarápidaurbanizaçãonemparaa administraçãode cidadescommuitosmilhõesde habitantes.Os governosdasnaçõesquesetomaramindependentesrecentemente herdaramumaestruturade leis e de procedimentostotalmente inadequadosparatratardosprocessosurbanosqueteriamde en- frentarmaiscedoou maistarde.Apesardisso,emmuitasnações essaestruturaherdadapermaneceainda,emgrandeparte. Nos lugaresonde'Opassadocolonial imediatoé menosevi- dente,comona maioriadospaíse,slatino-americanos,asestrutu-ras legal, institucionale políticado governolocal sãomuitasve- zesigualmenteinadequadas.Emsuamaioria,assimcomonaÁsia e naÁfrica, baseiam-seemmodelosimportadosdaEuropaou da Américado Norte.Isso faz comqueessasnaçõestenhamdificul- dadespara influenciaro rumoda urbanizaçãoe administraros problemasdosgrandescentrosurbanosemrápidaexpansão.As- sim, criaram-secidadesqueconsomemmuitaenergiae matéria- prirna,e quedependemda~importações,o queaumentouo ônus sGbrea economianacional,inclusivedevidoàspressõessobreo comércioexteriore o balançodepagamentos. O desenvolvimentourbanonâopode se basearemesquemas padronizados,importadosou não.As possibilidadesdedesenvol- vimentosãoparticularesa cadacidadee devemseravaliadasno âmbitode suaprópriaregião.O quefuncionanumacidadepode sertotalmenteinadequadoemoutra.Emborapossahavernecessi- dadecteíijudatécniçaPeQ1;.partedeagênciascentrais,somenteum 'governolocal forte~podegarantirqueasnecessidades,oshábitos, as formasurbanas,asprioridadessociaise ascondiçõesambien- taisda áreasereflitamnosplafloslocaisdedesenvolvimentour- bano.Mas asautoridadeslocaisnãotêmrecebidoo poderpolíti- co, a capacidadede tomardecisõese o acessoà receitanecessá..: rios paraexecutaremsuasfunções.Issolevaà fmstração,à crítica constanteaosgovernoslocaispeladeficiênciaou ineficiênciados serviços,e aumaespiraldescendentedefracassosobrefracasso. A falta de acessopolítico a umabasefinanceil~ladequadaé umadasprincipaisfraquezasdosgovernoslocaisemmuitospaí- sesemdesenvolvimento.A maioriadessesgovernostemdificul- dadesdeobterreceitasuficienteparacobrirsuasdcs!l(~s:lsopcra- cionais,semfalarnasdificuldadesparafazernovosinvestimentos 276 "Umaaltapercentagemdejovens,emesnwdeadultos,nospaí- sesdo TerceiroMundo,estádesempregada.Quere1VOst.ecnolo- giassimplesemqueumasópessoapossaexercerumtipodeem- pregocapazdeofereceroportunidadesdeempregopara'cente- nasdeoutras.Queestamosfazendocomo potencialexcedente deenergia?Por issotornoa dizerqueo desenvolvimentosãoas pessoas,e nãoa alta tecnologia,nema modernização,nema oádentalização.Mas deveriaser adequadodo pontode vistacultural.', lanSelego WorldVisionlnternatipnal AudiênciapúblicadaCMMAD, Nairóbi,23desetembrode1986 a fim de ampliarserviçose recursos.MesmoosgovernosdecÍda- desmaisricastêmacessoapenasaoequivalentea US$10-50por habitante9-0 ano,parainvestimento.Apesardessasdeficiências,a tendência;ros últimosdecêniostemsido no sentidode os gover- nosnacionais"reduzirema capacidadefinanceiradosgovernoslo- caisemteImOSreais. Disso resultaumacrescentecentralizaçãoe deficiênciascons- tantestanto em nível centralquantolocal. Em vez de fazerem bemalgumascoisas,as autoridadescentraisacabÇtIDfazendomal coisasdemáis.Os recursoshumanosefinanceirostêmdeseresti- cadosao máximo.Os governoslocaisnãorecebema autoridade, especializaçãoe credibilidad,enecessáriaspara lidaremcom os problemaslocais. ' Para se tornaremagentes-chavedodesenvolvimento,osgover- nosdascidadesprecisamdemaiorcapacidadepolítica,financeira e institucional,e sobretudode acessoa umaparcelamaiordari- quezageradanacidade.Somentedessemodoascidadespoderã? adaptare desenvolverumapartedavastagamadosinstrumentos disponíveisparatratardosproblemasurbanos- instrumentosco- rnoo registrodepropriedadede terras,o controledousodaterra e a distribuiçãode impostos. 9.2.3 Autonomia e envoIvimentodoscidadãos Na maioriados paísesem desenvolvimento,de 25 a 50%dapo- pulaçãourbanaeconomicamenteativanãoconseguemencontrar meiosde vidaestáveise adequados.Comohápoucosempregados disponíveis,nasfirmasprivadasou no serviçopúblico,aspessoas têmdebuscarou criar suasprópriasfontesderenda.Essesesfor- 277 - _-,...0" .. ,_-'.h i ,...;'~:"~_'~~'''''_I''~.:'':'::;':''~' ços resúltaramno rápidocrescimentodo que se convencionou chamar"setor informal", que fornecegrandepartedos bense serviçosbaratosessenciaisparaas economia~,os neg6ciose os consumidoresdascidades. Assim, emboramuitaspessoaspobrespossamnão estarofi- cialmenteempregadas,a maioriaestátrabalhando- emfábricas ou firmasde construçãonão-registradas,vendendomercadorias pelasruas,confeccionandoroupasemsuascasas,ou aindacomo serventesou guardasnosbairrosricos. A maioriados.chamados desempregadosestátrabalhandode fato 10 a 15 horaspordia, seisa setediaspor semana.Seuproblemanãoé tantodesubem- prego,masdebaixaremuneração. Grandepartedaconstrução,reformae ampliaçãodecasasnas cidadesdos paísesem desenvolvimentoé feita fora dos planos. oficiaise geralmenteemassentamentosilegais.Esteprocessomo- biliza recursosinexplorados,contribuiparaa formaçãodecapital e estimulao emprego.Essescriadoresdo setorinformalrepre- sentamumafonteimportantedeempregourbano,sobretudopara a mão-de-obrabaratae não-qualificada.Eles nãosãocapital-in- tensivos,não exigemqÚÜtatecnologianem dispendemmuita energia,e emgeralnão,.·drenamdivisas.A seumodo,dãosuapar- cela de contribuiçãoBaraatingiralgunsdosprincipaisobjetivos de desenvolvimentocfbpaís.Além disso,sãoflexíveisao supr~- remas necessidadesde demandaslocais, satisfazendoemparti- cularàsfamíliasmaispobres,queemgeralnãotêmaquemrecor- rer. Muitos governosjá começarama perceberqueé maissábio tolerarseutrabalhoqueo reprimir.A intimidaçãoemgrandees- caladascomunidadesdepo!"seirosagoraémaisrara,emboraain- daaconteça. Os governosdevemapoiarmaiso setorinformal,reconhecen- do suasfunçõesvitaisno desenvolvimentourbano.Alguns fize- ramisso, facilitandoempréstimose créditoparapequenosempre- sários,criandocooperativase valorizandoasassociaçõesdebair- ros. Dar título de posseaos queocupamterrenosilegalmenteé básiconesseprocesso,assimcomofacilitaralgumasregulamenta- çõessobreconstruçãoemoradia. As agênciasbilateraise multilateraisde assistênciaao desen- volvimentodevemseguiresseexemplo,e algumasjá o fazem. Organizaçõesvoluntá...-.iasnão-governamentaisc privaclasestão surgindoemmuitospaísesparao fornecimentodc canaisdeas- sistênciaeficazesemtermosdecustos,coma garantiadequeessa assistênciachegue'aos que podemaproveitá-Ia.Uma parcela muitomaiorpoderiasercanalizadadiretamentepor Illcio dessas organizações. 278 Tais medidastambémreforçariama auto-suficiênc-iae a in- fluêncialocaldospobresemsuasprópriasassociaçõesdebairro. Por iniciativae comrecursospróprios,os pobresdemuitascida- des do TerceiroMundo se organizarame preencheram-lacunas nosserviços,deixadaspelogovernolocal.Entreoutrospontos,os gruposcomunitáriossemobilizame organizamo levantamentode fundosou meiosde ajudamútuaparalidarcomos problemasde saúde,meioambientee segurançaespecíficosdaárea. Os gqvemosdevemabandonarumaposiçãodeneutralidadeou antagonismoe passara darapoioativoa taisesforços.Algunsjá institucionaÍizaramdefatoessesprogramas,demodoa fazercom . queagênciase ministériospúblicostrabalhemcontinuamentecom as organizaçõescomunitárias.Na cidadeindianadeHiderabade, por exemplo,o DepartamentoComunitáriode Desenvolvimento Urbano, instituídopelasautoridadesmunicipais,trabalhadireta- mentecomgruposcomunitáriose organizaçõesnão-governamen- taisnosbairrosmaispobres.Em 1983,os residentesemáreasde baixa rendacriaram223 organizações,mais135associaçõesde jovense 99 gruposdemulheres.13Assim,os governospodemse tornarparceirose patrocinadoresdaspessoasquesãoa estrutura humanaprincipaldesuascidades. 9.2.4Habitaçãoeserviçospara ospobres Em váriascidadesdo mundoemdesenvolvimento,existempou- cashabitaçõesdebaixocusto.Emgeralaspessoasdebaixarenda ou alugamquartos- sejaemcasasdecômodosoupensões,seja na casaou no barracode outrapessoa- ou entãoconstroemou compramumacasaou barracoemterrenodeocupaçãoilegal.Há diversostipos de gradaçõesde ilegalidade,e isso influenciao grau de tolerânciados governosparacom a existênciade tais ocupações,ou mesmoo suprimentoderecursose deserviçospú- blicos. Seja dequetipofor, asacomodaçõesdebaixarendaemgeral apresentamtrêscaracterísticas.Primeiro,seusserviçose infra-es- truturasãoinadequadosou inexistentes- inclusiveemmatériade esgotos,águaencanadaeoutrosmeioshigiênicosdeeliminarde- .jetos humanos.Segundo,as pessoasvivemamontoadase com- primidas,o quepodeprovocara propagaçãode doençasconta- giosas,sobretudoquandohábaixaderesistênciadevidolà subnu- trição.Terceiro,aspessoaspobresgeralmenteconstroememter- renos inapropriadosparamoradiahumana:terrenospantanosos, desertosarenosos,morrossujeitosa desmoronamentos,ou áreas próximasa indústriaspoluidoras.Escolhemesseslocaisporserem 279 "As favelasdescobriramsuaprópria técnica,seuspróprios re- cursos,semqualquerassistênciadequemquerqueseja,e resol- veramseusproblemashabitacionais.O verdadeiroproblemanão é esse.É a pobreza,afalta deplanejamento,afalta deassistên- . cia técnica,a falta definanciamentopara comprarmaien'aisde construção,afalta deequipamentourbano. Para mudara polfticahabitacionalde assentamentoshuma- nos, dever-se-iaestimulara construçãopor iniciativaprópria, emvezdefinanciaressesenormesconjuntoshabitacionais.Seria muitomelhore custariamuitomenosajudaraspessoasa cons- tntÍremsuaprópriamoradia. De modogeral,pareceevidenteque,se nãoforemsatisfeitas as necessidadesbásicasdo ser humano,a preocupaçãocomo meioambientetemdeficar emsegundoplano. O lwmemprecisa primeirosobreviver,atendere correspondera suasnecessidades básicasdesobrevivência- alimentação,moradia,saneamento- edepoiscuidardomeioambiente." WalterPintoCosta PresidentedaAssociaçãodeSaneamentoAmbiental AudiênciapúblicadaCMMAD,SãoPaulo,28-29deoutubrode1985 terrasdebaixovalorcomercial,e, portanto,sermenoro riscode expulsão. As estruturasde propriedadede terrase a incapacidadeou a mávontadedosgovernosparanelasintervirsãotalvezosfatores quemaiscontribuemparaos assentamentos"ilegais" e o alastra- mentourbanocaótico.Quandoa metadeou maisdaforçadetra- balho de'umacidadenão temqualquerchancede obterlegal- menteumpedaçodeterraondeconstruirumacasa,ou sequerde comprarou alugarumaçasalegalmente,o equilíbrioentreosdi- reitosde propriedadeprivadae o bempúblicodeveserrapida- menterepensado. Diantedastendênciasdeurbanizaçãonamaioriadospaísesem desenvolvimento,nãohátempoparaesperarporprogramaslentos e incertos.A intervençãodo governodeveserreoricntadademo- \ do a queos recursoslimitadossejamaproveitadosaomáximoem prol da melhoriadas condiçõeshabitacionaisdos pob.rcs.Sãomuitasas opçõesde intervenção(verbox 9.3),masos governos devemseorientarporestassetepropriedades: ) e dar posselegal de imóveisaosque vivemcm assentamentos "ilegais", com títulosgarantidose serviçosbásicosfornecidos pelasautoridadespúblicas; " 280 6) garantira disponibilidadeda terrae de outrosrecursosdeque aspessoasneccssitamparaconstruirou melhorarsuamoradia; o suprirde infra-estruturae serviçosasnovaszonashabitacionais e asjá existentes; c instalarescritóriosnos bairrosparaaconselhamentoeassistên- cia técnicasobrea maneiramelhoremaiseconômicadeconstruir umacasa,e sobrecomomelhorarascondiçõesde saúdee higie- ne; o planejare orientara expansãofísicadacidade,demodoa ante- cipar e podersuprira necessidadede terrenoparanovosconjun- toshabitacionais,paracultivo, ou paraa construçãodeparquese áreasdelazerparacrianças; #;) considerarde quemodoa açãogovernamentalpoderiamelhorar ascondiçõesdosproprietáriose dosquesealojamemquartosba- ratosoucasasdecômodos; e modificaros sistemasfinanceiroshabitacionais,a fim de abrir possibilidadede empréstimosde baixocustoparagruposcomu- nitáriose derendamaisbaixa. A maioria'dascidadesnecessitacomurgênciaqueseaumentc amplae continuamentea disponibilidadede locais parahabit;l- çõesbarataspertodosprincipaiscentrosdeemprego.Somcnte() governopodeconseguirisso, maspa-fatantonãohá prcscri~~õcs gerais.As sociedadesdiferemsobremaneirano modode cncarar os direitosdepropriedadeprivadae deusodaterra,deusardife- rentesinstrumentostais como doaçõesdiretas,eliminaçãode dí- vidastributáriasou deduçãodejuros sobrehipotecas,e detratara especulaçãofundiária,a corrupçãoe outrasatividadesindesejá- veis queemgeralacompanhamprocessosdessetipo.Emboraos meiossejampeculiaresa cadanação,o fim devesero mesmo:a garantia,por partedos governos,de quehá opçõeslegais,mais bem situadas·ecom melhoresserviços,paraos lotesde terreno . ilegais.Se essanecessidadenãofor satisfeita,o crescimentocaó- tico dascidades- e os altoscustosdaídecorrentes- nãoteráfim. Além da terra,os materiaisde construçãosãooutrofatorde altocustoparaa edificaçãode moradias.O apoiodo governopa- ra a produçãode todo tipo de material,inclusivecertoscompo- nentesde estrutura,comoferragense encaixes,poderiareduziros custoshabitacionaisecriar muitosempregos.As pequenaslojas de materiaisdosbairrosemgeraltrazemvantagensemtermosde economia,devido ao baixo custodo transporteda loja ao local dasobras. ' Os códigose padrõesdeconstrução,emsuamaioria,sãoigno- rados,porqueseguÍ-Iossignificaedificarprédiosexcessivamente carosparaa maioriadas pessoas.Um métodomaiseficaz seria instalarnos"bairrosescritóriosparadar aconselhamentotécnico 281 ·Box9.3 TrêsmaneirasdeusarUS$20milhões paramelhorarascondiçõesdeumacidadede 1milhãodehabitantes Opção 1: Constmir2 mil unidadeshabitacionaispúblicasparafamí- lias pobres(comumamédiade seispessoas),cadaumaao preçodeUS$lO mil. Há melhoriadecondiçõespara12mil pessoas,masa recuperaçãodo custopossívelparaasfamí- lias pobresé pequena.Se'a populaçãoda cidadeaumentar 5% ao ano,emmaisde 10anoshaverá630milnovoshabi- tantes,de modoqueapenasumafraçãollÚnimadapopula- çãototalserábeneficiada. Opção 2: Criar um "sistemade assentarnentos-com-serviços",pelo qual as famíliaspobresficamresponsáveispelaconstrução desuascasasemumlocalestipuladoabastecidodeáguaen- canada,ligadoa um sistemade'esgotos,e comserviçosde eletricidade,estradase drenagem.Ao preçode US$2 mil por lote, isso significamoradiaparaumas60mil pessoas- cercade 10% do aumentopopulacionalda cidadeem 10 anos. Opção 3: Alocar US$loo mil paraumaorganizaçãodebairroquere- presente1 mil famíliaspobres(6 mil pessoas)numassenta- mentodebaixarendajá existente.O objetivoé melhoraras estradase os serviçosde drenagem,construirumaclínica médica,criar uma cooperativa.para produzirmateriaise componentesde construçãoa'baixocusto,e reestruturaro conjunto,paramelhoraro acessoàsestradase obter50no- vos lotes.São suficientesUS$lO milhõelsparacustear100 'dessasiniciativascomunitárias,quebeneficiam600milpes- soase proporcionam5 mil novoslotesresidenciais.Issoes- timulamuitosnovoSempregos.Os restantesUS$lO milhões sãoutilizadosnasinstalaçõesde águaencanada;a US$100 Por fanu1ia,sãobeneficiadastodasas600milpessoas. 1'· . nosentidodemelhorarascondiçõesde saúdec $cgurançacomo llÚnimode custos.Um bom aconselhamentoprofissionalpode baixaros custose melhorara qualidade,e $criamaiscl'icazdo queprescrevero quesepodee nãosepodeconstruir. 282 .,. Muitas pessoaspobresalugammoradia;e metadeou maisde todaapopulaçãode umacidadepodeserconstituídade inquili- nos.Paraquemprecisamorardealuguel,fazpoucadiferençaque hajamaisdisponibilidadede áreasparaconstruir;de materiaise crédito.Umapossibilidadeseriadarapoiofinanceiroa organiza- çõesnão-governamentaise não-lucrativasparaa comprae melho- ria de imóveisespecificamentecomfins de aluguel.Outraseria dar.apoio financeiroparaos locatáriosse associaremaospro- prietáriose converterema possedo im6velemumapropriedade cooperativa. Os governos,sobretudoquandocarentesde recursos,podem argumentarqueo abastecimentode águaencanadae os sistemas de esgotossão por demaisdispendiosos.Em conseqüência,os pobrespodemter de pagarmuitomaispor litro d'águadecami- nhões-pipado queo preçopagopelosgruposderendamédiaou mais altapelo serviçopúblicode águaencanadaem suascasas. Os sistemasocid~ntaisdeesgotoscarregadospelaságuase usinas de tratamentopodems'ãiraumpreçoproibitivo.Mas outrastécni- case sistemascustamentreumdécimoa umvigésimodessepreço por família,e amaioriadelesutilizamuitomenoságua.Alémdis- so, a tecnologiadebaixocustopodesermelhoradacomo tempo"à medidaqueosrecursossetornemdisponíveis.14 As principaismelhoriaspodemse tornarrelativamentemais baratasemtodasessasáreas.Mas oscustossópermanecerãobai- xos se for estimuladaa participaçãoplenados gruposde baixa rendano sentidode definirsuasnecessidades,decidircomopo- demcontribuirparaosnovosserviçose fazero trabalhocomsuas própriasmãos.Essacooperaçãodependedequeseestabeleçaum novorelacionamentoentreos cidadãose o governo,comojá ,dis- semos. 9.2.5O mitioraproveitamentodosrecursos Os recursosdisponíveisnascidadese arredoressãomuitasvezes subutilizados.Muitosproprietáriosde terrasnãocultivamcertos locaisbemsituadosa fim de sebeneficiaremmaistardecomsua valorizaçãoà medidaquea cidadecresce.Muitasagênciaspúbli- casdispõemde terrenosquepoderiamsermaisbemaproveitados, comoas áreaspróximasa estaçõesdetrense portos,controladas pelasautoridadesportuáriase ferroviárias.Váriospaísescriaram prografuasespeciaisparaestimulara cooperaçãopública,epriva- da no aproveitamentodessesterrenos,umainiciativaquedeveser encorajada.Há umanecessidadegeraldeencontrarmeiosinova- dorese eficazesparautilizaras terrasdisponíveiscomvistasao bemcomum.Muitascidadestêmmecanismosparaa aquisiçãode 283 "Souespecialistaemcortiços.Estamoscriandoumaassociação pequena,diminuta,paratentarorganizarosmoradoresdecorti- ços,já queexistemtantos.Vemoscortiçosnascidades,nasal- deias,nasflorestas. ' Trabalheidurantequatroanosparamotivarmeuscompanhei- ros moradoresde cortiçosa se tornaremtransmigrantes,efi- nalmenteelesmigraramparaumadúziadelugarespor todaa lndonésia.Elesaindasecomunicambastantecomigo.Aindame mandamcartas,afirmandoquea vidanãomel1wrounasáreas detransmigração.Vivernaobscuridadedoscortiçosurbanosou vivernaobscuridadedasáreasdetransmigraçãoéexatamentea mesmacoisa. Quandoeuvoltarparaminhagente,osmoradoresdecorti- ços,à noiteelesmeperguntarãoo queconseguidessareunião no hotelde luxo.Eles nãopedirãoinfonnações,perguntarão apenas'vocêtrouxealgumdinheiroparaconstruirniosnovasca- sas?'" " SyamsuddinNainggolan FundadordoYayasanPancaBakti AudiênciapúblicadaCMMAD,Jacarta,26demarçode1985 terrase taxasde mercado(o quesignificaqueos sistemasnunca são implementados)ou entãoa taxasconfiscatóriasarbitraria- mentebaixas(e tambémnessecasoa aliançaentreasforçaspolí- , ticase osproprietáriosbloqueiaa aquisição). Os governostambémdeveriamconsideraro apoioà agricultura urbana.Isso podesermenosrelevantenascidades,ondeos mer- cadosde terrassãoaltamentecomercializadose há poucaoferta de lotesparafins residenciais.Mas há umgrandepotencjalem muitascidades,emespecialaquelascujosmercadosde terrassão menoscomercializados.Muitas cidadesafricanasjá se deram, contadisso.A agriculturaurbana,especialmentenaperiferiadas cidades,é praticadacomoum meiode auto-sustento.Em outros casos,o processoé maiscomercializado,e háempresasespeciali- zadasnaproduçãodelegumesparavendanacidade. Uma agriculturaurbanasancionadae promovidaoficialmente poderiatomar-seumcomponenteimportantedo desenvolvimento urbanoe tomarosalimentosmaisacessíveisaospobresdaszonas urbanas.Os propósitosprincipaisdetalpromoçftoseri;1I1lmelho- rar os padrõesde saúdee alimentaçãodospobres,ajudarseusor- çamentosfamiliares(dosquais50-70%sãoemgeralgastoscom, comida),capacitá-Iasa ganharalgumarendaadicional,c criar 284 empregos.A agriculturaurbanatambémpodefornecerprodutos maisfrescose maisbaratos,propiciarmaisáreasverdes,a elimi- naçãodos depósitosde lixo e a recic1agemdos resíduosdomésti- cos.15 - ~- Outrosrecursospoucoutilizadossãoos resíduossólidos,cuja eliminaçãotem sido bastanteproblemáticaem muitascidades; grandepartedesselixo ou não écoletadaou é despejadaemde- pósitos.A recuperação,reutilizaçãoou recic1agemdos materiais podemreduziro problemados resíduossólidos,estimularo em- pregoe resultarem poupançade matéria-prima.O adubocom- postopodeserútil àagriculturaurbana.Seumgovernomunicipal não dispõede recursosparacoletarregularmenteo lixo domésti- co, ele podedar apoio aos sistemascomunitáriosexistentes.Em muitascidades,literalmentemilharesde pessoasganhama vida comgratificaçõesmunicipaisparacoletaremo lixo manualmente. Investirnumausina de recicIagemautomáticae maiscapital-in- . tensiva seria duplamentecontraprodutivo,,caso ela consumisse desnecessariamenteumcapitaljá escassoou destruísseo meiode vida de mui,tagente.Mas a necessidadeimediata,no caso,é dar noçõesde,higienee saúdee fornecerserviçosde atendimento médicoàs pessoasque se sustentamcam gratificaçõesIllunici- pais.16 9.3COOPERAÇÃO INTERNACIONAL A vida no futuroserápredominantementeurbanae aspreocupa- ções ambientaismais imediatasda maioriadas pessoasestarão relacionadascom o meio urbano.A eficáciados esforçospara melhorara vida urbanadependemuitoda higidezdaseconomias nacionais.Para muitospaísesem desenvolvimento,isso estáes- treitamenteligado ao estadoda economiamundial.A melhoria dasrelaçõeseconômicasinternacionais(vercapítulo3) seriatal- vez o maisproveitosopara aumentara capacidadede os países emdesenvolvimentolidaremcom seusproblemasambientaise ao mesmotempourbanos.Mas alémdissoé necessáriofortalecera cooperaçãoentreos paísesem desenvolvimentoe ampliaros di- versostipos de ajudadiretapor partedacomunidadeinternacio- nal. 9.3.1 Cooperaçãoentreos paísesemdesenvolvimento, Os paísesem desenvolvimento,unidos,podemfazermuitopela ~riaçãodos conceitos,programase instituiçõesnecessáriospara combatera crise urbanaque todos eles enfrentam.Emboraos 285 •••• _.•_. __•.._•.••-'-""'-••..•_ ••,_ ••_"".. - ..••••••••.•••.•••..•••••••••, '=::::<::'C;;_'-_-_' --'.'- problemasde Caracas,Dacarou NovaDélhi sejamdiferente;.sdos de Londres ou Paris, as cidadesda AméricaLatina,da Africa Ocidentalou da Ásia Meridionaltêmmuitoemcomum.Na medi- da em queformulamestratégiasurbanasnacionaisamplas,é im- portantequecompartilhemexperiênciassobrea administraçãode suascrescentesmegalópoles,o desenvolvimentode centrospe- quenosou médios,o fortalecimentodo governolocal,a melhoria dosassentamentosilegais,asmedidasdereaçãoàcrise,e umasé- rie deoutrosproblemaspeculiaresaoTerceiroMundo. O aprofundamentodas pesquisasnessaáreaproporcionariaa baseparareconsiderarascidadesdo TerceiroMundo.Proporcio- nariatambémumabaseparaprogramasde formaçãoprofissional no interiordo país (ou, no casode naçõesmenores,programas regionaisde formaçãoprofissional)paraas equipesdo governo municipale dascidades.As boaspropostasdepolíticaseosbons cursosde trein~ento dependemde boas informaçõese análise locais_ tudoissopraticamenteinexistenascidadesdospaísesem desenvolvimento. 9.3.2Ajuda internacional É necessárioummaiorfluxo derecursosinternacionaisparaaju- darospaísesemdesenvolvimentoemseusesforçosparasuperara crescentecriseurbana.Não háumadefiniçãoconsensualde"as- sistênciaao desenvolvimentourbano",maso Comitêde Assis- tênciaao Desenvolvimentoestimourecentementequea ajudabi- lateral e a multilateralpara programasurbanosmontaramem US$900 milhões ao ano, em média, d1.!ranteo período de 1980-84.17Tambémse estimaque, atéago.ra,menosde 5% da populaçãourbana00 mundoem desenvolvimentoforambenefi- ciadospor algumprojetohabitacionalou de melhoriado bairro, patrocinadopor umaagênciade assistênciaao desenvolvimento. Esse índice de ajudaprecisaser aumentadoconsideravelmente. Além disso,o âmbitodo apoiodeveriaserampliado,e suascon- diçõese qualidadedeveriamsermelhoradas. Ademais,asagênciasde assistênciaao desenvolvimentodeve- riamampliara ajudae assistênciatécnicaemtrêsáreas: Q na concessãodefundosde infra-estruturaparaos governoslo- cais; e na assunçãode tarefascomoreorganizaçãodo lançamentoe coletade impostos,elaboraçãoou atualizaçãode mapasdepro- priedadeprivada,e formaçãode equipestécnicasparaaconse- lhamentoàsfamíliasegruposcomunitáriossobrL~rdÚnllasdemo- radia; 286 I" Box9.4A faltadecompreensãodasnecessidades dasmulheresnosprojetoshabitacionais Os projetoshabitacionaismuitasvezessãoconccbidosdetalformaquenãopermitemqueasmulherestrabalhememcasa e ao mesmotempocuidemde seusfilhos e dos filhos dos vizinhos.Essesprojetos,assimcomoo tamanhodoslotesde terreno,quasenuncalevamemcontao fatode quemuitas mulheresgostariamde usarsuasresidênciascomooficinas (paracosturar,por exemplo)ou comocasade comércio,o que muitasvezesé proibidonos projetosde habitaçõesde baixarenda.Os procedimentosparasehabilitara umacasa de baixa rendaexigemque a solicitaçãoseja feita pelos "maridos", o que exclui as mulhereschefesde fanulia- eptre30 a 50%detodasasfamílias.As necessidadesespe- ciais dasmulheressãoignoradasnasdiferentesculturas:nas sociedadesislâmicas,por exemplo,a necessidadede a mu- lherdispordeumespaçoabertoparticulardentrodecasara- ramenteé levadaemconta,domesmomodoquenãosecon- sideraa necessidadedehaverviasrazoavelmenteabrigaclas paraqueasmulherestenhamacessoàslojasc aoshospitais. Fonte:baseadoem:Moser,C.a.N.Housingpolicy:towanIs;1 )',cn- der awarenessapproach.London,DevelopmentPlanninr,Unit, 1985.(WorkingPapern.71.) ". o nos cursosde formaçãoprofissionaldo interiordo país e de treinamentoparafuncionáriosnoprópriolocaldetrabalho. Partedesseaumentodeajudadeveir diretamenteparaos gru- poscomunitários,atravésde intermediários,comoentidadesnão- governamentais,nacionaisou internacionais.Muitos programas deajudabilateraljá provaramqueessemétodoé eficazemtermos de 'custos,vários dessesgruposforamresponsáveispor muitos sistemascomunitáriosbem-sucedidosdemelhoriashabitacionaise prestaçãode serviçosbásicos.Em geral,têmmaisêxitoquantoa atenderaos pobres.Deveriahavertambémmaisapoioa grupos independentesdepesquisaqueseocupamdequestõesdehabita- ção e urbanismo,em particularos quedãoaconselhamentoaos governoslocaise gruposcomunitários;muitosjá o fazem,espe- cialmentenaAméricaLatina. I A cooperaçãointernacionaltambémpodecontribuirparade- senvolvertecnologiasde baixocustoparafins urbanos~estudar meiosde atenderàs necessidadesde confortohabitacionaldas mulheres.(Ver box9.4.) 287 ~..,," ""_~,_,;~;.~~C~,,,,,,",:c.:..1.ô_L,,~;.=c;':',;;'é';;;"',,"-"""".,,~,,"',,;,'".,~."'~",.".~",.'J'''.-------.-- •.. ' -,-~.--._------ - --~,--, ----,--- Muitas agênciastécnicas do sistema das Nações Unidas dis- pé)emdasbasesde conhecimentoadequadaspara'oesempenharem um papel valioso de ajuda e aconselhamentoaos governos, so- bretudo o Centro de AssentamentosHumanos da ONU (UNCHS, ou Habitat). Essas agências deveni identificar as informaçõese diretrizes de que os governosprecisam,e o modo de elesaspode- rem receber e utilizar. Tal métodopoderia ter como modelo, por exemplo, as atuaistentativasno sentido de prepararmanuaispara agentescomunitários sobre a identificação dos transmissoresde doenças e a mobilização das comunidadespara lidar com esses problemas,e sobre o que deve ser feito para promovera sobrevi- vência e saúdedascrianças.De modomais amplo,o Habitatpode fortalecer a cooperação internacional em nível global, como no Ano Internacional do Abrigo para os Sem-Teto, da ONU. É ne- cessário tornar o sistemadas ,Nações Unidas mais capacitadoa exercer liderança.em questõesde assentamentoshumanos,através do Habitat. '\ Notas 1 Estecapítulosebaseiaemgrandepartenosdocumentosbásicoselabora- dos paraa CMMAD: Burton, L Urbanizationanddev~lopment.1985; Hardoy,I.E. & Satterthwaite,D. Shelter,infrastructureandservicesin Third World cities. 1985.(Publicadoem:Habitatlnternational,10(4), 1986.);Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D. RethinkingtheThirdWorldcity. 1986;Sachs,1.Humansettlements:resourceandenvironrnentalmanage- ment.1985. 2 Ver: Jacobs,J. CUiesandthewealthof nations.New York, Random, 1984. 3 UnitedNations.The growthin theworld:surbanandruralpopulation 1920-1980.New York, 1969.(PopulationStudiesn.44.);UnitedNations. Urban,rural andcityPOpulatiOflS1950-2000.New York, 1980.(Popula- tionStudiesn.68);Avaliaçãode1978. 4 A expansãodasfronteirasda"cidade"ouda"áreametropolitana"éres- ponsávelpor umapartedoaumentopopuIacionalmostradonatabela9.2. As projeçõesdaONU bas~am-senaextrapoIaçãodetendênciaspassadas. Estemétodomuitasvezesorientamalemrelaçãoàstendênciasfuturas,em especial,asde longoprazo,masnãosedispõedeumabasededadospara fazerprojeçõesmelhores. 5 DocumentodoUNCHS (Habitat)paraareuniãodoDAC deoutubrode 1986sobredesenvolvimentourbano.OCDE, documentoDAC(36)47,27 deagostode1986. 6 Departmentof IntemationalEconomicandSocialAffairs. Urbanand ruralpopulationprojections,1984.New York, UniteclNatiolls,1986.(A- valiaçãonão-oficial.) , 7 Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D. Shelter;needandrcspollsl';housing, Iandandsettlementpoliciesin seventeenThirdWorldNaliolls.C'hichcstcr, 288 UK, John Wiley,1981.Paraa situaçãodeSãoPaulo,ver:Wiiheim,J. São Paulo:environmentalprob1emsof thegrowingmetropolis.Apresentadoà audiênciapúblicadaCMMAD. SãoPaulo,1985. 8 Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D. Third World citiesandtheenviron- mentaf poverty.Geoforum,15(3),1984.Ver também:WorldSocialPros- pectsAssociation.Theurbantragedy.Geneva,Unitar,1986. 9 Ver: Sunkel,O. Debt,developmentandenvironment.Apresentadoàau- diênciapúblicada CMMAD. São Paulo, 1985;Jordan S., R. Population andtheplanningof largecitiesin Latin America.Documentoapresentado à ConferênciaInternacionalsobrePopulaçãoeo FuturoUrbano.Barcelo- na,Espanha,19-22maio1986. 10Scimemi,G. Cittã e ambiente.Venezia,Daest,InstitutoUniversitario di Architettura,1987.Ver também:Thestateoftheenvironmentin OECD membercountries.Paris,OECD, 1979,1985. 11 Scott, L Urban and spatial developmentin Mexico.London, Johns HopkinsUniversityPress,1982. 12Ver o capítulo8 e: Hardoy,J.E. & Satterthwaite,D., ed.Smallandin- termediateurbancentres:theirrolein regionalandnationaldevelopmentin theThirdWorld.London.Hodder& Stoughton,1986. 13 UNCHS. HabitatHyderabad'squattersettlementupgradingproject, India. Monografiasobreprojetoelaboradoparao Ano Intcrnacionaldo AbrigoparaosSem-Teto;Nairóbi, 1986; 14Kalbermatten,J.M. et alii.Appropriatetechnologyfor waterslIpply 11/111 sanitation;a summaryof technicaland economicoptions.Washingtoll, D.C., WorldBank,1980. 15Silk,D. Urbanagriculture.1985.(Elaboradoparaa CMMAD.) 16Khouri-Dagher,N. Wasterecycling:·towardsgreaterurbanself-relian- ce.1985.(Elaboradoparaa CMMAD.) , 17Ver esboçodenotasdaagendadaReuniãodoDAC sobreDesenvolvi- mentoUrbano,outubrode 1986,documentoDAC daOCDE (86)15.Foi utilizadaa definiçãodo Banco Mundial paraassistênciaao desenvolvi- mentourbano,queinclui o alívio da pobrezae a promoçãodaeficiência urbana,damoradia,do transporteurbano,dodesenvolvimentourbanoin- tegradoedodesenvolvimentoregionalnascidadessecundárias. 289
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