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1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MANEJO DA CAATINGA INTRODUÇÃO O problema do déficit de madeiras em regiões úmidas, semiáridas e áridas da América Latina, principalmente nos países em desenvolvimento, não é recente. Entretanto, nas últimas décadas, o problema vem agravando-se e em algumas regiões, a lenha vem tornando-se um fator limitante até mesmo, para a cocção de alimentos (SALAZAR, 1985). O uso indiscriminado dos recursos florestais, o aumento populacional e a não preocupação com a conservação destes recursos, são os principais fatores para o déficit de madeiras. Além disso, a falta de tradição no manejo dos recursos florestal associado á carência de informações técnicas (desenvolvimento das espécies, produtividade, usos etc.) e econômicas (comercialização, custos, demanda atual e futura etc.), não permitem o desenvolvimento de técnicas, dirigidas principalmente ao pequeno e médio produtor rural contribuindo assim, para a baixa produtividade das formações florestais. Outros fatores, também contribuem na produtividade destas formações, são: - Fatores climáticos: limitam a produção biológica; - Fatores Técnicos: carência de conhecimento sobre as espécies nativas, impedindo sua utilização em plantios energéticos e de usos múltiplos; - Fatores Biólogos: falta de bancos de germoplasma. Aliado a todos estes fatores, a falta de uma Política Florestal adequada, associada à falta de incentivos e créditos limita a disponibilidade de matéria prima florestal e o acesso a outros combustíveis, elevando a pressão sobre a cobertura florestal remanescente do Nordeste Brasileiro. - Sistema Produtivo Agropecuário atual O sistema agropecuário atual encontra-se em profunda contradição, onde, por um lado pretende-se conseguir o crescimento com igualdade e por outro lado, adota-se um modelo convencional, concentrador e excludente da maioria dos agricultores. Atualmente, os países em desenvolvimento, passam por um período crítico em que, necessitam elevar rapidamente a produção florestal, agrícola e pecuária, melhorando a qualidade de seus produtos, redução dos custos, gerando empregos e melhorando a qualidade de vida das populações de baixa renda, sem promover a degradação ambiental. 2 Para que isto se torne realidade, existe a necessidade de que ocorra a modernização do setor produtivo rural (agrícola, florestal e pastoril), através da difusão e aplicação de tecnologias adequadas a cada região, para torna-lo mais produtivo, eficiente, rentável e competitivo e compatível com a conservação ambiental. A situação atual do setor produtivo rural está intimamente relacionada com o Planejamento Ambiental de cada propriedade rural. CONCEITOS BÁSICOS SILVICULTURA É a ciência que trata do estudo das árvores, isoladas ou em povoamentos naturais e/ou artificiais, desde sua origem, crescimento e desenvolvimento, passando pela exploração, conservação e perpetuação através da reprodução autógena e/ou induzida. ÁRVORE Vegetal do Reino Superior, dotado de tecidos diferenciados, formando um sistema radicular bem definido, um tronco de consistência lenhosa recoberto por uma casca mais ou menos espessa e uma copa constituída de galhos ramos e folhas, com ou sem flores e frutos. FLORESTA Conjunto de árvores, arbustos e ervas que ocupam uma determinada área. É uma comunidade vegetal, dominada por árvores e arbustos, incluindo suas formações sucessoras, mesmo quando aquela dominância desaparecer por acidente natural ou ação humana. PAISAGEM Vista de campo; toda a parte descortinada do lugar a onde estamos; panorama; vista. Espaço de território que se abrange num lance de vista. JARDIM Local onde se cultivam flores e plantas para estudo ou divertimento. PAISAGISTA Artista que compõe paisagens com plantas e outros elementos. Pessoa que pinta ou descreve paisagem JARDINAGEM Cultura de jardins / Arte de cultivar jardins. 3 ARBORIZAÇÃO URBANA Entende-se por arborização urbana, toda cobertura vegetal de porte arbóreo existentes nas cidades. MANEJO FLORESTAL Conjunto de atividades e intervenções planejadas e adaptadas às condições das florestas e aos objetivos sociais, econômicos e/ou ecológico do seu aproveitamento, possibilitando o seu uso em regime de rendimento sustentável. AGROSILVICULTURA Uso racional e determinado da terra, visando à obtenção de produtos agrícolas e florestais. SISTEMAS AGROSILVIPASTORIS Compreende o manejo integrado da terra visando à exploração sustentável de produtos agrícolas, florestais e pecuários. Planejamento Ambiental O Planejamento Ambiental preocupa-se principalmente com o estado futuro do solo, compatibilizando a conservação dos recursos naturais com o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade e de vida dos produtores rurais. Envolve conhecimentos sobre a área do estudo (propriedade) como um todo, analisando tanto o meio físico como o biológico, desde as formações vegetais existentes, uso atual e futuro do solo, áreas degradadas e em processos de degradação. Geralmente o planejamento ambiental de uma propriedade rural envolve os seguintes aspectos: Diagnóstico Ambiental São levantamentos e estudos básicos sem os quais não é possível identificar os problemas de uma determinada área ou região, nem as causas e consequências destes problemas. O diagnóstico ambiental visa, portanto a identificação de problemas ambientais e socioeconômicos, suas causas e consequências e propor soluções para minimizar ou sanar estes problemas. Exemplo: é na fase o diagnostico que se concretiza o Objetivo Principal do empreendimento. O diagnóstico pode ser subdividido em três fases ou etapas: 4 1ª - Mapeamento Tem fundamento na necessidade real do conhecimento atualizado do que existiu, o que se tem e o que se terá em recursos ambientais para se planejar e manejar as necessidades e produções futuras. O mapeamento pode gerar cartas, mapas, plantas etc. 2ª - Inventário São sistemas de registro de informações sobre um determinado ecossistema ou área de estudo, no qual são correlacionadas informações quantitativas e qualitativas dos elementos desse ecossistema ou área de estudo, de acordo com um objetivo pré-fixado, tendo como base, técnicas apropriadas e confiáveis (ORJEDA, 1982). 3ª - Análise È a fase em que se tendo conhecimento das informações obtidas durante o mapeamento e inventário, é possível tomar decisões sobre a efetividade de custos, das possíveis soluções, manejo, etc. Planejamento: È a fase de implementação das decisões tomadas com base no diagnóstico. A ação básica na orientação dos trabalhos de planejamento ambiental possibilita a ampliação do potencial das áreas economicamente exploráveis, estabelecendo diretrizes, procedimentos e critérios, visando à exploração racional dos recursos naturais, reabilitação de áreas degradadas e o manejo futuro do solo, para a obtenção da produção sustentável e a conservação ambiental. Elaboração do projeto executivo É a etapa final do planejamento ambiental, constando do Relatório Técnico, mais Orçamento, mais Cronogramas Físicos e Financeiros, o estabelecimento das Metas a serem executadas, Acompanhamento e monitoramentos das atividades planejadas. A figura 01 mostra um modelo de fluxograma que pode ser seguido na execução do planejamento ambiental.5 PLANEJAMENTO AMBIENTAL Definição dos Objetivos DIAGNÓSTICO AMBIENTAL MAPEAMENTO Mapa Preliminar Meio Físico Meio Biológico Meio Sócio econômico Correções MAPA FINAL INVENTÁRIO Estudos e Levantamentos no campo Meio Físico Meio Biológico Meio Sócio econômico Tabulação de dados RESULTADOS DO INVENTARIO ANÁLISE PLANEJAMENTO/DEFINIÇÃO DE TÉCNICAS-DIRETRIZES e PROCEDIMENTOS TÉCNICAS DE CARÁTER EDÁFICO TÉCNICAS DE CARÁTER HÍDRICO TÉCNICAS DE CARÁTER VEGETATIVO ORÇAMENTO DEFINIÇÃO DE METAS CRONOGRAMAS FÍSICO E FINANCEIRO PROJETO EXECUTIVO Figura 01: Fluxograma Genérico das atividades de Planejamento Ambiental 6 MANEJO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA É o conjunto de atividades e intervenções planejadas, adaptadas as condições ambientais e aos objetivos sociais e econômicos do seu aproveitamento, possibilitando o seu uso em regime de rendimento sustentável. Dentre os vários objetivos e finalidades do manejo racional da caatinga, destacam-se os seguintes: - Manejo visando à produção florestal. - Manejo Visando à produção Agroflorestal - Manejo visando à produção silvipastoril - Manejo visando à produção Agrosilvipastoril - Manejo visando à recuperação e conservação de solos e água. - Manejo visando o turismo e recreação. - Manejo visando a conservação da flora e fauna silvestre, etc. 1 - MANEJO VISANDO A PRODUÇÃO FLORESTAL O manejo visando a produção florestal no Nordeste Semi-árido é muito recente e no Estado do Ceará teve início no final da década de 1980/1990, quando foi aprovado pelo IBAMA, o primeiro plano de manejo florestal visando à produção sustentável de lenha e carvão vegetal. Posteriormente foram sendo implantados outros PMFs em várias regiões do estado. Entende-se por manejo Florestal em regime de rendimento sustentável, o conjunto de atividades e intervenções planejadas, adaptadas as condições das florestas e aos objetivos sociais e econômicos do seu aproveitamento, visando a produção racional de produtos e sub-produos florestais. O manejo florestal caracteriza-se por conduzir um povoamento florestal para um objetivo pré-fixado, aproveitando-se ao máximo os recursos básicos disponíveis no solo. Segundo HOSOKAWA (1972), consiste em regular a densidade em função do crescimento, de tal forma que, no final da rotação ocorra a máxima produção. ROTAÇÃO: Conceitualmente, pode-se dizer que rotação é o período requerido para o estabelecimento, crescimento e exploração da floresta numa condição específica de maturidade, ou seja, um período de tempo necessário para produzir árvores de determinado porte e qualidade em máximo crescimento. 7 O período de rotação tem estreita relação com a estrutura final de produção, unidade operacional e espécie. Fatores que Determinam a Rotação – Tipo do Produto Desejado Objetivo da empresa e mercado de demanda Ex; produção de Lenha - curta rotação Madeira para serraria – rotação mais longa Produtividade florestal A rotação é determinada pela longevidade da espécie e pela capacidade produtiva do sítio. – Outros Fatores que Determinam a Rotação Produtividade Física Tem relação com o Incremento Médio Anual (IMA) e Incermento Corrente Anual (ICA). Fatores Patológicos A medida em que o povoamento envelhece, diminui a resistência da árvore e aumenta a incedência de fatóres patológicos, por causa do decréscimo do vigor. Fatores Entomológicos O ataque de insetos varia de acordo com a luminosidade e composição do povoamento. Fatores Silviculturais - Dificuldades na regeneração – atraso no ciclo de rotação - Quanto maior o número de desbaste, (A FREQUÊNCIA DOS DESBASTES OU CICLO DE CORTE), educação do fuste e poda, visando árvores de excelente qualidade, maior SERÁ O ciclo de rotação. * Fatores Econômicos 1.1 - PLANEJAMENTO DO MANEJO FLORESTAL 8 1.1.1 - Mapeamento do Uso do Solo e da Cobertura Florestal O mapeamento tem fundamento na necessidade real do conhecimento atualizado do que existiu, o que se tem e o que se terá em recursos ambientais para se planejar as necessidades e produção futuras. Metodologia do Mapeamento ( Descrever o material utilizada na confecção dos mapas bem como os métodos utilizados para a realização do mesmo). Produtos: Mapa preliminar Mapa Definitivo A elaboração de mapas nas atividades de manejo florestal é o primeiro passo a ser seguido devendo conter no mínimo a área total do projeto; área útil do plantio; locação da área de reserva legal; aceiros; estradas; unidades homogêneas de vegetação ( tipologias florestais); uso atual dos solos; rede de drenagem; confrontantes; escala; etc. 1.1.2. – Inventário Florestal Os Inventários Florestais, segundo ORJEDA, 1982, são sistemas de registro de informações sobre um determinado povoamento florestal ( ecossistema, bioma, etc.), no qual são correlacionadas informações qualitativas e quantitativas dos elementos deste povoamento, de acordo com um objetivo pré-fixado.Tem como base, técnicas apropriadas e confiáveis. Através do inventário florestal procura-se conhecer a população com o objetivo de aplicar este conhecimento na identificação e solução de diferentes problemas ambientais e sócio-econômicos. A complexibilidade para a obtenção dessas informações limita a realização dos inventários florestais, tanto em tempo como financeiramente, tornando-se viável, somente quando se trabalha com pequenas frações da população objeto do estudo e posteriormente inferem-se esses conhecimentos para todo o povoamento. “A inferência de dados ou informações, obtidas em pequenas frações da população para todo o povoamento florestal, pode ser definida como o método em que, conhecendo-se os dados dos valores numéricos das características de pequenas áreas, é possível estatisticamente, estimar-se os valores numéricos das características do povoamento florestal como um todo”. (Orjeda, 1982). Esta inferência só é possível, através da Aplicação dos Processos da Amostragem Florestal. 1.1.2.1 – Processos de Amostragem (Métodos) 9 A amostragem florestal tem como unidade básica a “AMOSTRA”, a qual é formada por um conjunto de unidades representativas da população objeto do inventário, a partir da qual, é possível a comparação de valores desta população. Para a realização de um inventário florestal (IF), a primeira dificuldade encontrada, é a definição do sistema de amostragem que apresente a representatividade da população e baixos custos. Na amostragem florestal, os sistemas ou métodos de amostragem mais utilizados são: * Amostragem Aleatória Simples * Amostragem Aleatória Restrita * Amostragem Aleatória Estratificada e * Amostragem em Duplo Estágio. – Amostragem Aleatória Simples Segundo Freesse 1969, a idéia fundamental da amostragem aleatória simples, é escolher uma amostra de N unidades, na qual, cada combinação possível das N unidades deve ter igual probabilidade de ser escolhida. A eleição de qualquer unidade deve ser totalmenteindependente da seleção do restante das unidades. As unidades da amostra são selecionadas diretamente da população e é uma aplicação exata das leis da probabilidade, tendo os resultados uma elevada confiabilidade. São imparciais e consistentes. Observação: Quanto maior o número de unidades na amostra, maior a aproximação do valor verdadeiro da população. – Amostragem Aleatória Restrita Quando por algum motivo são excluídos de uma amostragem, algum elemento ou característica, limitando as informações sobre determinadas variáveis de uma unidade de amostra. Na amostragem aleatória restrita a unidade mínima da amostragem é dependente de uma prévia restrição imposta à população a ser estudada. – Amostragem Estratificada Em populações heterogêneas onde é possível distinguir sub-populações ou estratos mais homogêneos, deve-se separar estes estratos ou tipologias florestais. Após a estratificação procede-se a amostragem aleatória simples em cada estrato. – Amostragem em Duplo Estágio Consiste em primeiro lugar, em selecionar aleatoriamente os locais onde serão implantados os conglomerados ou "Unidades Primárias". Em segundo lugar, ocorre a demarcação das "Unidades secundarias" ou parcelas, ou seja, consiste na divisão da população em um número de unidades do primeiro estágio (primárias), as quais podem 10 ser subdivididas em um número de unidades do segundo estágio (secundárias). As unidades primárias são geralmente pré-definidas em tamanho e forma, assim como as subunidades ou unidades secundárias que são alocadas das unidades primárias. A amostragem em dois estágios é incluída entre os processos aleatórios restritos, uma vez que o segundo estágio de amostragem fica restrito ao primeiro. 1.1.2.2 – Coleta de Informações (dados) – Metodologia utilizada na coleta de informações - Material e Equipamentos (Relacionar todo o material e equipamentos que serão utilizados no inventário florestal). - Métodologia (descrição das etapas/atividades para a obtenção das informações quantitativas e qualitativas sobre a área do estudo). 1.1.2.3 – Análise dos dados coletados 1.1.2.3.1 -Meio Físico (geologia, geomorfologia, solos, clima, relevo, hidrografia / hidologia, etc). 1.1.2.3.2 - Meio Biológico 1.1.2.3.2.1 - Fauna ( Descrição da fauna regional e local) 1.1.2.3.2.2 - Flora ( descrição da Cobertura vegetal e Tipologias Florestais) 1.1.3 -Análise Estrutural da Cobertura Florestal 1.1.3.1 - Estrutura Vertical A estrutura vertical indica o estagio sucessional das espécies no interior da floresta. A determinação da existência dos estratos superior, intermediário e inferior permite o conhecimento da posição sociológica e da regeneração natural das espécies. A estrutura vertical compreende à: - Composição florística - Posição sociológica - Regeneração natural 1.1.3.2 - Estrutura Horizontal 11 A identificação da estrutura horizontal de um povoamento florestal, permite quantificar a participação de cada espécies em relação às outras e a verificação da distribuição espacial dessas espécies. - Densidade / Abundância - Dominância - Freqüência - Diversidade de espécies - Índice de Valor de Importância - IVI - índice de Valor de Cobertura - IVC 1.1.3.3 - Composição Volumétrica A determinação da composição volumétrica é ponto fundamental para o manejo florestal. A determinação do volume do povoamento florestal juntamente com o Incremento Médio Anual - IMA são fatores determinantes para sustentabilidade e exeqüibilidade dos planos de manejo florestal. 1.1.4 - Resultados do Mapeamento e Inventario 1.1.4.1 - Carta/Mapa/Planta Final da Área do Estudo 1.1.4.2 - Relatório Técnico do Inventário 1.1.5 - Planejamento das Operações do Manejo Florestal 1.1.5.1 - Seleção do sistema de exploração (Métodos de manejo) 1.1.5.1.1 - Corte Raso em Faixas Alternadas Esta técnica tem como fundamento, o mapeamento e inventário florestal da vegetação objetivo do manejo, a divisão da área em talhões e a divisão de cada talhão em faixas. Estabelecidos o número de talhões e a “rotação” , determina-se o “ciclo de corte” em cada talhão e que normalmente é um período de tempo equivalente à metade do estabelecido para a rotação. Explora-se as faixas dentro de um mesmo talhão, alternadamente, voltando-se a explorar as faixas remanescentes, no período estabelecido pela ROTAÇÃO e pelo CICLO DE CORTE 1.1.5.1.2 - Corte Raso em Talhões Alternados Esta técnica tem os mesmos fundamentos da anteriormente descrita , não sendo necessário o estabelecimento do ciclo de corte. Após determinar-se o número de talhões e a rotação, explora-se a cada ano um talhão , havendo a alternância entre talhões. 1.1.5.1.3 -Corte Raso em Talhões Seqüenciados 12 Tem como fundamento, o mapeamento e inventário da cobertura florestal , a divisão da área em talhões de acordo com a rotação determinada e a exploração de cada talhão em forma sequenciada. 1.1.5.1.4 - Corte Seletivo por Classes de Diâmetro Esta técnica tem como fundamentos, o mapeamento e o inventario da cobertura florestal, a divisão da área em talhões, determinação da rotação , estabelecimento dos limites das classes de diâmetros para exploração e a exploração destas árvores no interior de cada talhão. 1.1.5.1.5 - Corte Seletivo por Espécies Tem os mesmos fundamentos descritos anteriormente só que, no lugar de selecionar os limites das classes de diâmetros , selecionam-se as espécies que irão ser exploradas em cada talhão. 1.1.6 - Equipamentos que serão utilizados na exploração 1.1.7 - Tratos Silviculturas após a exploração São as operações que visam a melhoria das condições de crescimento da regeneração natural após a exploração da floresta, para melhorar a estabilidade biológica. Os tratos silviclturais visam: A proteção da regeneração natural ao ataque de insetos e danos físicos provocados pela exploração. A seleção das melhores árvores em crescimento e desenvolvimento, eliminando-se as espécies desfavoráveis e a concorrência indesejavel de outras espécies. A educação do fuste através de intervenções rigorosa e criteriosa do controle da densidade e atividades de desrama. e Melhoria da estética ou do visual do povoamento após a exploração florestal. Os tratos culturais mais utilizados após as operações da exploração são: Poda ou Desrama: controle do fuste das árvores através da retirada de galhos. Desbaste: Controle da densidade dos povoamentos imaturos através de corte parciais, com o objetivo de estimular o crescimento da regeneração natural e aumentar a produção de madeira utilizável. 1.1.8 – Planejamento da rede de aceiros, estradas e pátios 13 de estocagem. O planejamento da rede de estradas, aceiros, carreadores e pátio de estocagem é de fundamental importância para a atividade do manejo florestal, em virtude de que estes influenciarão diretamente nos custos de implantação, manutenção, colheita, índice de aproveitamento de área e custos de conservação de solos que acontecem durante todo o período do Plano de Manejo. 1.1.9 – Elaboração do Cronograma físico de exploração 1.1.10 – Orçamento do Projeto 1.1.11 – Elaboração do Projeto Executivo 1.2 – EXPLORAÇÃO FLORESTAL É o conjunto de atividades executadas na floresta visando a colheita da madeira. Compreende o corte ou abate, extração, desgalhamento,descascamento, carregamento e transporte. 1.2.1 – Corte ou Abate O corte pode ser feito manualmente, utilizando-se machados e foices e motoserras ou totalmente mecanizada, utilizando-se: tratores derrubadores empilhadores “feller buncher” tratores derrubadores com cabeçotes processadores “harvesters” A figura 02; mostra o abate de um Pinheiro (araucaria angustifolia). 14 Figura 02: Abate de uma árvore com motoserra. 1.2.1.1 – Desgalhamento / traçamento Desgalhamento: operação que visa a retirada dos galhos remanescente do tronco da árvore enquanto o traçamento é a divisão do tronco da árvore abatida em secções (toras) menores. 1.2.1.2 – Descascamento É a retirada do súber da árvore 1.2.1.3 – Extração As operações de extração podem ser realizadas através do arraste, baldeação ou suspensão. Pode ser mecanizada e não mecanizada. A extração é a retirada da madeira de dentro da floresta. A figura 03 mostra duas formas de arraste mecanizado. 15 Figura 03: Arraste mecanizado, utilizando-se um trator florestal ou skider e um trator de esteiras. 1.2.1.4 – Carregamento A operação do carregamento esta liga ao transporte primário, ou seja do local do abate para os estaleiros ou pátios de estocagem ou ao transporte principal que visa o transporte da madeira dos pátios de estocagem para as unidades de processamento ou consumidoras. O carregamento pode ser manual ou mecanizado. A figura 04 mostra o carregamento mecanizado. 16 Figura 04: Carregamento mecanizado 1.2.1.5 - Transporte A operação do transporte esta relacionada ao transporte da madeira da área de exploração para o destino final e esta atrelado às leis de transporte de carga vigente no Brasil. 2 – MANEJO VISANDO A PRODUÇÃO AGROFLORESTAL O Manejo Agroflorestal em Regime de Rendimento Sustentável, é qualquer uso racional do solo visando a elevação da produção total, combinando culturas agrícolas e/ou frutíferas com essências florestais, em forma simultânea ou consecutiva e que, aplique práticas de manejo compatíveis com as formas culturais e sócio-econômica de vida da população local. O manejo agroflorestal, segue os mesmos princípios do manejo florestal, acrescido de atividades agrícolas. Pode ser definido, como o conjunto de atividades e intervenções planejadas, adaptadas as condições das florestas e aos objetivos sociais e econômicos do aproveitamento florestal e agrícola. Visa a produção sustentável de produtos e sub-produtos florestais conjuntamente com produtos agrícolas É o uso racional e determinado da terra, visando a obtenção de produtos agrícolas e florestais. 17 3 – MANEJO SILVIPASTORIL São sistemas de uso da terra, nos quais as florestas são manejadas racionalmente, para a produção de madeiras e de pastagem . 3.1 - MANEJO DA CAATINGA PARA FINS PASTORIS ARAÚJO FILHO (1990), vem desenvolvendo estudos sobre a "Manipulação da Vegetação lenhosa da Caatinga para Fins Pastoris" e relata que, esta manipulação, consiste em toda e qualquer modificação induzida pelo homem, na cobertura florística de uma área, visando adequá-la aos objetivos da exploração desejada, seja ela, agrícola ou pastoril. Requer o controle seletivo de árvores e arbustos, elevando a disponibilidade e melhoria da qualidade da forragem. A escolha do tipo de manipulação, depende principalmente do potencial da área em termos de respostas técnicas e econômicas e do tipo ou combinações que se deseja criar. O mesmo autor maneja a caatinga em diferentes níveis de intensidade com relação à cobertura vegetal, ou seja: 3.1.1 - Caatinga Nativa A caatinga nativa, não sofre qualquer tipo de exploração madeireira , permanecendo em seu estado natural. Efetua-se estudos somente sobre a capacidade suporte visando a alimentação de bovinos, caprinos etc. 3.1.2 - Caatinga Rebaixada Consta do rebaixamento através de broca manual de espécies lenhosas, com o objetivo de elevar a disponibilidade da forragem de árvores e arbustos. Controla-se a altura da rebrotação de espécies forrageiras. 3.1.3 - Caatinga Raleada Neste tipo de intervenção são exploradas comercialmente todas as espécies que não produzem forragem , ficando praticamente somente as leguminosas forrageiras , com o objetivo de reduzir o sombreamento e densidade de árvores e arbustos indesejáveis, elevando a capacidade suporte de pastoreio. 3.1.4 - Caatinga Rebaixada/Raleada Combinação de rebaixamento com raleamento . é possivelmente a alternativa mais adequada para a produção de forragem . 3.1.5 - Caatinga Desmatada A intervenção é feita através do corte raso da caatinga , ou seja, remoção completa das estratos arbóreo e arbustivo. 18 3.1.6- Caatinga enriquecida. Em qualquer um dos níveis de intervenção , pode ocorrer o enriquecimento com espécies forrageiras , através de reflorestamento. Pode-se observar que o objetivo principal da “Manipulação da Vegetação Lenhosa da Caatinga” é puramente pastoril , com o aproveitamento da exploração florestal. 4 - SISTEMAS AGROSILVIPASTORIS Compreende o manejo racional da terra visando a exploração paralela de produtos agrícolas, florestais e pastagens. O manejo agrosilvipastoril é um conjunto de sistemas e práticas de uso da terra que envolve uma interação social e economicamente aceitável, de árvores e arbustos com culturas agrícolas e/ou animais, em forma seqüencial ou simultânea, de tal maneira que, alcance a maior produtividade global em regime de produção sustentável. Os sistemas agrosivipastoris, também podem contribuir com a melhoria do micro-clima e a proteção contra o vento. Entende-se pelo termo "Sistemas Agrosilvipastoris", qualquer uso múltiplo das terras, que : - Tenha relações complementares entre árvores e essências agrícolas, e onde se produza uma combinação entre alimentos, frutos, forragem, lenha e matéria orgânica, como adubo, etc.; - Utiliza eficientemente a luz solar, a umidade e os nutrientes, comparando-o com a produção individual agrícola ou florestal, reduz e previne a degradação do solo, evitando a erosão; lixiviação; enchentes ou efeitos de uma insolação excessiva. Os sistemas agrosilvipastoris, implicam no manejo sustentado da terra ,elevando a produção total, combinando plantas agrícolas, frutíferas e florestais em forma simultânea ou consecutiva e que, aplica práticas de manejo compatíveis com as formas culturais de vida da população local. 4.1 - OBJETIVOS DOS SISTEMAS AGROSILVIPASTORIS Segundo OLIVEIRA (1986), os objetivos dos sistemas agrosilvipastoris são: 4.1.1 -SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS DA POPULAÇÃO RURAL, MEDIANTE: - O abastecimento com alimentos - O abastecimento de energia para a cocção, calefação, motores. - O abastecimento com madeiras para a construção rural, cercas, ferramentas. 19 - Produção de forragem. 4.1.2 -ELABORAR E MANTER SISTEMAS ECOLÓGICOS ESTÁVEIS E PRODUTIVOS PARA: - Preservar as condições vitais do lugar: - Elevar a produtividade geral; - Melhorar as condições de crescimento das plantas culturais; - Melhorar e/ou reabilitar o solo, com florestas entre períodos de cultivo agrícolas; - Proteção do homem, de animais domésticos e plantas, contra a insolação excessiva e chuvas fortes. 4.1.3 -DIMINUIR O USO DE ADUBOS E PESTICIDAS POR: - Rotação sustentada do materialorgânico; - Conservação da fertilidade pela rotação natural da biomassa; - Combate biológico de agentes daninhos. 4.1.4 - MELHORAR AS CONDIÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICOS DA POPULAÇÃO RURAL ATRAVÉS DE: - Elevar a possibilidade de empregos diretos e indiretos; - Melhorar a infra-estrutura rural; - Produzir e comercializar produtos naturais; - Favorecer a produção e elaboração de materiais primários de origem vegetal e animal, para o uso local ou regional; - Respeitar as experiências e opiniões locais nas decisões sobre os sistemas de culturas tradicionais. Os sistemas florestais, agroflorestais ou agrosilvipastoris, possuem atributos semelhantes: Componentes: os elementos físicos, biológicos e sócio-econômicos; Limites: Bordas físicas desse sistemas: Entradas ( energia solar, mão de obra, insumos etc). Constituem a energia ou matéria trocada entre os ecossistemas; 20 Saidas ( produtos florestais, alimentos, produtos animais), constituem a energia ou matéria trocada entre sistemas. Interações: relações entre os componentes do sistema Hierarquia; Indica a posição do sistema com relação a outros sistemas. 5. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MANEJO FLORESTAL O manejo florestal tem como base os seguintes aspectos: - Sítio - Densidade - Crescimento 5.1 - SÍTIO Cada sítio expressa a capacidade bio-edafo-climática, de uma determinada área, para o crescimento da floresta ou qualquer outra formação florística. A sondagem e o mapeamento dos sítios florestais. tem como objetivo principal, identificar e selecionar áreas que possuem características semelhantes, no que se refere ao crescimento das árvores. Para o manejo de um povoamento florestal, de cada sítio, devem ser obtidas informações, que permitam indicar diferentes estratos, bem como, o tratamento adequado ao manejo. 5.1.1 - AVALIAÇÃO DOS SÍTIOS FLORESTAIS O primeiro problema na avaliação de um sítio florestal, é analisar vários indicadores, os quais sejam definíeis e mensuráveis com facilidade. Estes indicadores podem ser: 5.1.1.1 - O Solo O solo é compativelmente estável e tem grande influência e controle no crescimento vegetal. A correlação do sítio com a classificação dos tipos de solos pode não ser conclusiva, uma vez que, a qualidade do sítio depende mais da espessura, estrutura, textura e umidade do solo do que do tipo de solo. A capacidade produtiva das terras florestais, variam tremendamente conforme a qualidade do sítio, e esta qualidade pode ser modificada, através de tratamentos do solo (calagem, sub-solagem, adubação química, etc.), controle da vegetação secundária e densidade vegetativa geral (raleio, desbaste, erradicação etc). 21 5.1.1.2 - A Vegetação A aparência da vegetação, informa parcialmente sobre a qualidade do sítio. A vegetação baixa, que compreende as gramíneas, ervas, samambaias, arbustos e árvores pequenas, são muitas vezes, indicadoras da qualidade dos sítios (SALOMÃO, 1986). Não se deve comparar vegetações de várias idades nas avaliações de sítios florestais. 5.1.1.3 - Crescimento Em Altura De todas as medidas indiretas, as que são baseadas no crescimento em altura, são as mais práticas e satisfatórias, como indicadoras da qualidade dos sítios. O crescimento em altura das árvores dominantes, é muito mais sensível as variações do sítio, do que, as correlacionadas com a densidade e a composição florística. Entretanto, o crescimento em altura é muito influenciado pela densidade. Na prática, é aconselhável, relacionar a altura total com a idade e fatores que afetam o crescimento. 5.1.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS SITIO FLORESTAIS Geralmente, os sítios de acordo com sua qualidade, são classificados em: - Sítios de boa qualidade: crescimento rápido e incrementos elevados; - Sítio de média qualidade: crescimento e incrementos moderados; - Sítios pobres ou de baixa qualidade: crescimento lento e baixos incrementos. 5.2 – DENSIDADE Indica o número de árvores em relação a uma unidade de área, ou seja, o número de indivíduos de certa espécie por unidade de área. Indica também, o número de árvores de um povoamento florestal em relação ao número desejável para um ótimo crescimento e o seu manejo. Portanto, melhorar a densidade e mante-la a um nível desejável, é um dos maiores objetivos do manejo florestal. Um determinado sítio tem sempre um potencial finito para a produção de biomassa, para cada espécie ou associações. A utilização total da capacidade produtiva do solo, condições de umidade, temperatura e outros componentes do sítio, possibilitam o crescimento da biomassa florestal, até um certo ponto, na unidade de tempo. Pode-se conduzir um povoamento, através do controle da densidade, para a obtenção de poucas árvores de grandes dimensões, ou muitas árvores pequenas, conforme o objetivo do manejo, mas o crescimento total é limitado pelo potencial produtivo de cada sítio. 22 A densidade tem enorme influência sobre o crescimento Florestal , uma vez que determina o nível de concorrência entre as árvores do povoamento. 5.2.1 – AVALIAÇÃO DA DENSIDADE A densidade Florestal, indica o número de árvores de um povoamento florestal em relação ao número desejável para um ótimo crescimento e manejo. A densidade florestal, é quase sempre expressa em percentagem ou um índice, em relação ao padrão. Costuma-se avaliar a densidade real de um povoamento em relação à máxima densidade. Medidas da densidade florestal são usadas como o grau de ocupação de um terreno ou para indicar a quantidade de madeira de uma área. A densidade , normalmente é considerada como uma medida quantitativa do povoamento florestal, em termos de abundância e área basal A densidade pode ser avaliada através: - Da área basal; - Do volume; - Do número e distribuição das árvores; - Da cobertura das copas. 5.2.1.1 - Área Basal É considerada como uma medição direta mais eficaz da densidade, por ser consistente e de fácil determinação. A área basal em povoamentos de densidade completa, sofre incrementos rápidos na idade jovem, e que tendem a estagnar na maturidade. Através da área basal, pode-se estabelecer a dominância de uma determinada espécie sobre as demais espécies do povoamento florestal. A dominância é definida como a taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos de uma espécie, ou seja , o grau de influência que uma determinada espécie exerce sobre a comunidade. Geralmente refere-se ao espaço ocupado por uma determinada espécie. A Área Basal é calculada da seguinte forma; AB/ha = £ AT / ha , onde 23 AB = Área Basal £ = Somatório AT = Área Transversal de cada individual de uma determinada espécies AT = II D 2 / 4 e II = 3,14.15.16 D 2 = DAP elevado ao quadrado 5.2.1.2 – Volume A capacidade de produção de uma área, pode ser avaliada em volume por unidade de área, a uma idade específica, ou qualquer outra unidade que se produza por área e por ano. O volume real de um povoamento florestal, deve ser comparado como uma norma padrão, com o volume dos povoamentos com densidade completa, para cada espécie ou sítio. O volume pode estabelecer a dominância de uma espécie em relação a outras espécies. Em termos práticos, o volume de um povoamentoflorestal e o seu crescimento durante um período definido, é sempre afetado por vários fatores que não sejam o sítio em si, tais como : - Densidade; - Explorações anteriores; - Competição de espécies; - Clima (precipitação). 5.2.1.3 – Número e Distribuição de Árvores Apesar do número total de árvores por unidade de área ( N / ha = DENSIDADE) ser uma medição lógica e simples, o seu uso oferece dificuldades na prática, uma vez que, o número de árvores não diz respeito ao tamanho das mesmas mas, afeta a densidade do povoamento (AB E VOL.). Como por exemplo: Um povoamento com 5.000 arvores/ha, não diz nada, mas, se associarmos a um parâmetro dendrométrico, pode expressar a capacidade de um sítio, como veremos a seguir: Se associarmos, estas 5.000 árvores/ha a idade, pode representar uma densidade baixa aos dois anos e uma densidade elevada aos dez anos de idade. 24 5.2.1.4 – Cobertura de Copas É a medida da projeção total do corpo da árvore, ou seja, a proporção da área de terra coberta pela projeção horizontal das copas, que expressa uma densidade relativa. A densidade de copa indica a área ocupada pelas copas. O diâmetro das copas, número de copas e altura das árvores, podem ser determinados diretamente no campo, ou através de fotografias aéreas, sendo possível, estimar-se a área basal, volume e consequentemente a densidade. Devido as dificuldades em se determinar os valores da projeção horizontal da copa das árvores, utiliza-se a área transversal do tronco das árvores, uma vez que existe uma estrita correlação entre a área transversal de uma árvore com projeção de sua copa. 5.2.2 – DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DESEJÁVEL Tem sido apontado que, um determinado sítio florestal, produz uma certa quantidade de biomassa florestal. O trabalho do silvicultor, é portanto, procurar o máximo crescimento para os produtos florestais. Pesquisas demonstram que, o total aproveitamento de um sítio, ocorre sob considerável manejo da densidade. Quando este povoamento é pouco denso, deve-se completar a densidade, quando é muito denso, realiza-se cortes programados. 5.3 – CRESCIMENTO FLORESTAL O estudo do crescimento e a produção de árvores isoladas e em povoamentos florestais, é de suma importância nos trabalhos silviculturais, introdução de espécies e manejo florestal. Só é possível manejar-se um povoamento florestal, quando se conhece o seu crescimento e a sua produção. Quando queremos manejar uma floresta indefinidamente, torna-se necessário que, a exploração seja efetuada somente sobre o estoque que cresceu em um determinado período de tempo, caso contrário, chegar-se-á facilmente ao esgotamento desta floresta. 5.3.1 – FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO DAS ESSÊNCIAS FLORESTAIS A biomassa florestal, é produzida no processo biológico de crescimento, disto decorre que o crescimento e a produção de um determinado povoamento florestal são influenciados, pela característica genética de cada espécie, pelo sítio, por fatores climáticos, pela idade e pela densidade. Os principais fatores externos que determinam o crescimento florestal são : a luz, a temperatura, a água, os nutrientes e CO2 . A disponibilidade destes elementos para cada árvore depende da densidade do povoamento. Então o crescimento é diretamente influenciado pela densidade, da seguinte maneira: 25 5.3.1.1- Luz A quantidade de luz que chega à terra, depende de vários fatores, tais como : altitude, nebulosidade , relevo do terreno etc. Da luminosidade que consegue chegar a um povoamento florestal, grande parte da luz é reduzida pela reflexão, absorção e transmissão. O processo formativo é frequentemente determinado pelo comprimento relativo do período de luz ao qual as árvores estão expostas (fotoperíodo). Dias longos > produção vegetativa > desenvolvimento radicular > suprimento de nutrientes e água. De certo modo, é requerida uma elevada intensidade de luz para que ocorra a fotossíntese, porem em certos casos, a fotossíntese pode ser realizada com baixa intensidade de luz. A diminuição da quantidade de luz em um povoamento florestal depende da estrutura do mesmo, das espécies e da densidade. Esta redução de luz no povoamento, influencia a luminosidade disponível para cada árvores na parte mais baixa da copa e isto limita a fotossíntese, causando a morte dos galhos mais baixos, como também o desenvolvimento da regeneração natural. 5.3.1.2 - Temperatura A temperatura no interior da mata está correlacionada com a quantidade de luz que penetra no povoamento florestal. Povoamentos abertos > quantidade de luz chega ao solo, aquecendo mais rapidamente sua superfície. 5.3.1.3 - Água A quantidade de água disponível para cada árvore em um povoamento florestal, depende da intensidade das chuvas , do tipo de solo, da espécie e da densidade. Quanto maior a densidade de árvores, menor a quantidade de água disponível para cada elemento do povoamento. 5.3.1.4 - Nutrientes A disponibilidade de nutrientes, depende da qualidade do solo, como também do desenvolvimento do sistema radicular . A densidade do povoamento influencia no desenvolvimento radicular. Podemos observar que os efeitos destes fatores que influencia o crescimento florestal, estão intercorrelacionados e não podem ser observados isoladamente. 26 5.3.2 - OUTROS FATORES QUE TAMBÉM INTERFEREM NO CRESCIMENTO FLORESTAL O crescimento das árvores é influenciado também pela capacidade genética de cada espécie, inteirada com o ambiente (sítio) em que vegetam e com a idade do povoamento. 5.3.2.1 – Características genéticas de cada espécie Para cada espécie florestal existe um padrão genético que determina a forma de seu crescimento. Existem espécies de rápido crescimento, médio crescimento e lento crescimento. Para cada grupo destas espécies o sítio não irá interferir diretamente no seu ritmo de crescimento. Exemplo : em um mesmo sítio em que ocorram espécies de rápido crescimento e espécies de lento crescimento, a qualidade do sítio não irá modificar o ritmo de crescimento das duas espécies. 5.3.2.2 -Sítio A qualidade do sítio interfere diretamente no crescimento e na produção florestal de uma determinada espécie, como veremos a seguir: O visgueiro (Parkia sp), na Floresta Nacional do Araripe, apresenta uma taxa de crescimento diferenciada entre Mata Úmida, o Cerradão e o Carrasco, embora que o solo seja o mesmo. Neste caso , a umidade é quem determina o ritmo de crescimento. 5.3.2.3 - Fatores Climáticos Fatores climáticos, como secas, geadas etc., influenciam diretamente no crescimento dos povoamentos florestais. 5.3.2.4 - Idade Quanto mais velho o povoamento florestal, menor o seu rítimo de crescimento. 5.3.3 – AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FLORESTAL O conhecimento do crescimento e a densidade florestal, é muito importante para quem vai manejar uma floresta, principalmente, se o objetivo for a produção em regime de rendimento sustentado. Neste tipo de manejo, são explorados periodicamente volumes iguais aos crescidos, sem interromper o ciclo de produção e sem exaurir o solo. A medição da madeira compreende a determinação do volume de troncos, pilhas, árvores em pé e de povoamentos florestais. 27 Conhecer o volume das árvores de um povoamento florestal e seu incremento, é essencial para a elaboração e condução de planos de exploração, ordenamento emanejo florestal. O crescimento Florestal pode ser avaliado através dos Incrementos das árvores do povoamento em diâmetro e altura das árvores, Área Basal e Volume do Povoamento. 5.3.3.1 - AVALIAÇÃO DO VOLUME O volume da árvore pode ser obtido de duas formas: 5.3.3.1.1 - Medições de Árvores Abatidas Considerando que o tronco de uma árvore, é constituído por pequenos corpos geométricos, quanto menor o comprimento da seção, menor a alteração de sua forma. Então, dividindo-se o tronco da árvore em pequenos pedaços ( toretes ) com 1,0 m de comprimento, podemos calcular o volume de cada pedaço e a somatória dos volumes individuais, será o volume real desta árvore. Então, Vol = £ Vi, onde : Vol = Volume Real da árvore abatida £ = Somatório Vi = Volumes individuais de cada pedaço Mas : Vi = ( AT ) x L , Onde : AT = Área Transversal de cada torete e AT = II .( D) 2 / 4 II = 3,14.15.16 D = Diâmetro elevado ao quadrado L = comprimento de cada torete No tocante à medição deste diâmetro, dois pesquisadores estudando o mesmo caso, divergiram no tocante a onde medir o diâmetro. Se nas extremidades de cada pedaço, visando o calculo da médias das áreas transversais (Ats) nas extremidades de cada torete ou se no meio de cada pedaço de madeira. Por isto, o cálculo do volume de árvores abatidas pode ser efetuada pelos métodos de Smallian ou de Huber, como veremos a seguir: 5.3.3.1.1.1 - Método de Smallian 1- Derruba-se a árvore e corta-se seu tronco e galhadas em pedaços de 1,0 m cada um. 2- Mede-se todos os diâmetros em cada extremidade de cada pedaço de mateira. 28 Exemplo : D0 - diâmetro na extremidade mais grossa D1 - diâmetro na extremidade mais fina 3 - Calcula-se as áreas transversais em cada extremidade, obtendo-se a área transversal média de cada torete de madeira. Multiplica-se este resultado por seu comprimento, obtendo-se o volume real de cada pedaço de madeira. Vi = [ (At0 + At1 ) / 2 ] . L 4 - A soma dos volumes individuais irá fornecer o volume real da árvore. Então : Vol = £ Vi , e Vol = V1 + V2 + V3 +......+ VN , mas Vi = [ (At0 + At1 ) / 2 ] . L , então Vol = {[( At0 + At1 ) / 2 ] . L1} + {[( At1 + At2 ) / 2 ] L2} + .....+ {[(Atn – 1 + Atn) / 2 ] Ln}. 5.3.3.1.1.2 -Método de Huber 1 - Derruba-se a árvore e procede-se da mesma maneira anteriormente descrita. 2 - Mede-se o diâmetro no meio de cada torete de 1,0 m de comprimento. 3 - Calcula-se a área transversal de cada torete e multiplica-se por seu comprimento obtendo-se o volume real de cada pedaço de madeira. Ati = II D 2 / 4 Vi = ( Ati ) L 4 - O volume real será obtido pela somatória de todos os volumes individuais. Vol = £ Vi , então Vol = (At1 . L1 ) + ( At2 . L2 ) + ......+ ( AtN . LN ) 5.3.3.1.2. - Estimativa do Volume de árvores em Pé: V = G . H . Ff V = . D² . H . Ff 4 onde: V = Volume = 3,141516 G= Área Transversal medida à 1,30m do solo 29 H = Altura Total da árvore D = Diâmetro tomado a 1,30m em relação ao solo (elevado ao quadrado ) Ff = Fator de Correção da Forma da árvore (Ff = Vol. cilíndrico / Vol. Real) 5.3.4 – AVALIAÇÃO DOS INCREMENTOS A produção líquida de um povoamento florestal, resulta do crescimento das árvores, em tamanho, volume e peso. Dois conceitos não podem ser confundidos, o de Crescimento e o de Incremento. Crescimento, é o ato de crescer e Incremento, é o aumento das dimensões de uma árvore ou povoamento florestal, devido ao crescimento em um determinado período. O incremento pode ser avaliado seguindo suas variações de ano a ano. 5.3.4.1 - Incremento Anual (I.A.) Expressa o que a árvore cresceu em um ano , ou seja , num intervalo de tempo entre um ano e outro. Exemplo : IA = Volume em 1998 - Volume em 1997 5.3.4.2 - Incremento Médio Anual (I.M.A) Expressa a média do crescimento anual da árvore , tomando-se como base o crescimento total e a idade da arvore. IMA = Cn N onde : Cn , é o crescimento nos N anos e N , Idade , ou n 0 de anos Exemplo : um reflorestamento implantado em 1990 , tem em 1998 , um volume médio por hectare (ha) igual a 36,00 m 3 , então o seu IMA foi : IMA = 36,00 = 4,5 m 3 / ha / ano 8 anos 5.3.4.3 - Incremento Periódico Anual (I.P.A.) Expressa o que a árvore cresceu em média , em um determinado período. IPA = Volume em 1998 - Volume em 1995 3 anos O incremento, pode explicar a capacidade de um sítio florestal, distinguindo-se os seguintes incrementos: 30 - Incremento em altura - Incremento em Diâmetros - Incrementos em Área Basal - Incremento em Volume 6. SISTEMAS BÁSICOS DE EXPLORAÇÃO E RENDIMENTOS Uma floresta manejada de forma adequada, deve ser explorada regularmente, ou seja, deve proporcionar anualmente um rendimento regular e igual, o qual terá que ser equivalente à produção normal da floresta (TAYLOR, 1979 ). A exploração torna-se possível, quando baseada no controle do material lenhoso em crescimento e no Incremento Médio Anual (IMA) relacionados às condições da floresta. O modelo de exploração pode ser expresso em função do: - Controle de Áreas - Controle de Rendimentos - Controle de Classes 6.1 - CONTROLE DE ÁREAS Geralmente, aplicados em florestas reguladas, onde ocorre a uniformidade do meio físico. Segundo TAYLOR (1969), um dos exemplos mais simples, é fornecido por reflorestamentos destinados à exploração de lenha, onde, através do manejo florestal por "Talhadia Simples", a área total é dividida em vários talhões, de acordo com a rotação programada, explorando-se um único talhão a cada ano. O controle de áreas para povoamentos heterogêneos nunca manejados, portanto, desuniformes, constituídos de espécies com várias idades, a produtividade não deve ser considerada, uma vez que, não se conhece esta produtividade. Considera-se somente a produção do momento e estima-se a rotação para o novo povoamento através da estimativa do Incremento Médio Anual (IMA). Para a estimativa do IMA, utiliza-se de pesquisas no local, através de entrevistas com mateiros experimentados que moram na área a bastante tempo. Não havendo variações nas condições do meio e produção semelhante, os talhões podem ter áreas iguais. A área de exploração anual (X), pode ser obtida pela simples 31 divisão da área total (A) pelo número de anos da rotação. X = A / R Vantagens do Modelo de Exploração: - É simples e direto. - Identificação exata da área a ser explorada. - Obtêm-se uma floresta completamente regulada após um período de rotação. Desvantagens do Modelo de Exploração: Utilizando-se uma produção média por hectare, ocorrerá que, determinados talhões não atendam à demanda programada e outros talhões apresentem excesso de produção. 6.2 - CONTROLE DE RENDIMENTOS OU DE INTENSIDADE De acordo com TAYLOR (1969), dois modelos para o calculodo controle de rendimento em volume, tem sido empregados nas florestas tropicais e sub-tropicais: Modelo de Von Mantel: Y = 2V / R Onde: Y = Produção anual real da floresta V = Volume do material lenhoso em crescimento R = Rotação Modelo de Smithies: Y = 2V / R- X Onde: X = Idade correspondente à classe mínima de tamanho considerado. Usos e Limitações do Controle de Rendimentos: O controle de rendimento volumétrico é mais utilizado como guia apropriado para o início de cortes nas florestas em vias de regulação. Permite uma rápida aproximação de corte útil, mesmo com escassez de dados sobre o aproveitamento, mas de forma rudimentar. É de uso imediato. Não delimita a área de corte anual. 6.3 - CONTROLE DE CLASSES Segundo TAYLOR (1969), o método introduzido por Brandis, para determinar o 32 rendimento anual admissível nas florestas, depende da distribuição do material lenhoso em crescimento por classe de desenvolvimento, até um limite mínimo e do tempo médio consumido para, que uma árvore da segunda mais elevada classe de desenvolvimento, adentra à primeira. Uma porcentagem de mortalidade, deve ser calculada ou estimada, como uma concessão às de cada classe de desenvolvimento até o final do período. Normalmente o controle de classe é usado para as florestas tropicais altas, onde a distribuição das classes podem ser admitidas como normal. O rendimento é calculado, como o número de árvores da classe "I", dividido pelo tempo necessário para que as árvores da classe "II" integrem a classe "I". 7. MÉTODOS CLÁSSICOS DE MANEJO FLORESTAL O manejo florestal abrange todas as operações culturais que são a aplicadas a uma floresta no decorrer de sua vida. Essas operações têm por objetivos: - A forma e intensidade da exploração; - O sucesso da regeneração natural das espécies desejadas; - O tratamento adequado das árvores; - A atenção devida ao solo; - A criação de condições ótimas para a regeneração (TAYLOR, 1969). 7.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE REGENERAÇÃO NATURAL Para que ocorra o sucesso da regeneração natural, nas operações de manejo florestal em regime de rendimento sustentável devem ser observados alguns princípios básicos sobre o processo de regeneração natural. (Inoue,1979), define a Regeneração Natural como sendo o processo autógeno de perpetuação das espécies vegetais . É uma forma de reconstituir ou perpetuar povoamentos florestais através da disseminação natural de semente e da produção vegetativa autógena (rebrotação). A regeneração natural visa a produção sustentável e a conservação dos elementos de produção de uma floresta. Relata que a propagação pela regeneração natural requer: O conhecimento da auto-ecologia das espécies, principalmente quanto à produção e disseminação das sementes, germinação e exigências eco-fisiológicas da fase juvenil das árvores; e Da aplicação de algumas técnicas de regeneração. 33 7.1.1 - CONHECIMENTOS ELEMENTARES SOBRE A AUTO- ECOLOGIA DAS ESPÉCIES FLORESTAIS. 7.1.1.1 - Periodicidade e Intensidade de Frutificação O conhecimento da periodicidade e da intensidade de frutificação permite estabelecer com certa precisão a época dos tratamentos prévios do povoamento maduro, antes do corte de regeneração, como por exemplo: Existem espécies que não frutificam todos os anos; outras frutificam intensamente em um ano e no ano seguinte a produção de sementes é muito pequena , determinando uma certa periodicidade de frutificação. 7.1.1.2 - Dormência das sementes Existem espécies que apresentam dormência em suas sementes, necessitando de um longo período para germinarem naturalmente, como é o caso do pequizeiro (Caryocar coriaceum Wittm.) que exige um tempo médio de 18 meses para ocorrer a germinação de suas sementes. O conhecimento da dormência das sementes é muito importante no estabelecimento da regeneração natural. 7.1.1.3 - Forma de Disseminação das Sementes. O estudo sobre a morfologia dos órgãos reprodutores, permite se conhecer a intensidade, distância e eficiência da disseminação. 7.1.1.4 - Tolerância É um dos fatores mais importantes da regeneração natural. Existem espécies que não suportam o sombreamento (intolerantes ; heliófilas ou pioneiras), outras , em pelo menos uma fase de suas vidas necessitam de sombreamento para se desenvolverem (tolerantes) . A tolerância das espécies florestais é o ponto de partida para se estabelecer a composição e a estrutura do novo povoamento. 7.1.1.5 - Rebrotação ( Produção Vegetativa Autógena ) É a capacidade de algumas espécies florestais, em regenerar-se a partir de células somáticas, onde as plantas regeneradas reproduzem todas as características genéticas de sua progenitora. A facilidade de regeneração e a tolerância à sombra de algumas espécies vegetais, conduzem a dominância do povoamento florestal. Espécies de elevado valor comercial, geralmente por serem madeira duras possuem um ritimo de crescimento muito lento e que leva desvantagem em competir com as de rápido crescimento, daí a sua ocorrência esparsa. 34 A grande maioria dos Métodos Clássicos de Manejo Florestal, baseiam-se em princípio, na condução da regeneração natural por sementes e ou por rebrotação de cepas . Dentre os principais Métodos Clássicos de Manejo Florestal podem ser destacados os seguintes : 7.2 – MÉTODOS CLÁSSICOS 7.2.1 – MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL A CÉU ABERTO OU PLENA ABERTURA 7.2.1.1 - Talhadia Simples Neste método a regeneração do povoamento florestal ocorre a céu aberto, através da germinação de sementes dissipadas pelas árvores e pela fauna e da rebrotação das cepas. A exploração é feita em “corte raso”. É indicado para a produção de pequenos postes e de madeiras para combustíveis, de curta rotação. Taylor 1969. * Derivações 7.2.1.1 - Talhadia em Faixas Alternadas * Procedimento a - Realização do Mapeamento da Cobertura Florestal e Inventário Florestal O mapeamento da cobertura vegetal , tem por objetivo o conhecimento das tipologias florestais existentes , e sua localização no terreno e em planta , bem como dividir a área a ser explorada em talhões , de acordo com uma rotação pré-determinada. O inventário florestal tem por finalidade o conhecimento da estrutura horizontal do povoamento florestal a explorar (Área Basal , volume etc.), estrutura vertical ( distribuição sociológica das árvores através de suas altura , distribuição espacial, de cada espécie etc.) e composição florística ( listagem das espécies, famílias etc.) das tipologias florestais identificadas durante o mapeamento, bem como , elaborar a estimativa do Volume Médio, Incremento Médio Anual ( IMA) e estabelecer a Rotação e o Ciclo de Corte. b - Determinação da direção predominante dos ventos, a forma e época da disseminação das sementes e a distância de disseminação, visando estabelecer a largura das faixas a serem exploradas. c - Exploração em corte raso das faixas selecionadas. d - Exploração das faixas remanescentes. 35 7.2.1.2 – Talhadia Simples em Talhões Alternados. * Procedimento a - Realização do mapeamento e o inventário da cobertura florestal b - Exploração em corte raso do primeiro talhão selecionado. c - Exploração dos talhões remanescentes de forma alternada até que se complete o ciclo de corte 7.2.1.3 – Talhadia Simples emTalhões Seqüenciados * Procedimentos a - Realização do mapeamento e o inventário da cobertura florestal b - Exploração em corte raso do primeiro talhão selecionado. c - Exploração dos talhões remanescentes de forma seqüenciada até que se complete o ciclo de corte 7.2.2 – MÉTODOS DE EXPLORAÇÂO SOB COBERTURA 7.2.2.1 -Talhadia Composto ou Alto Fuste ou Sob Cobertura È aplicado em florestas de porte elevado e pode ser subdividido em três tratamentos: 7.2.2.1.1 – Alto Fuste Regular com Regeneração por Corte Único As árvores são exploradas quando atingem a idade da rotação. A área é explorada em “corte raso”, com exceção das árvores de grande desenvolvimento. A regeneração se processa naturalmente por sementes e artificialmente por semeadura direta no campo ou ainda por plantio de mudas. 7.2.2.1.2 - Árvores Porta Sementes É muito semelhante ao talhadia composto ou alto fuste, diferenciando-se na seleção das espécies que ficarão como árvores porta sementes * Procedimentos a - Mapeamento e Inventário Florestal b - Marcação das Árvores Matrizes ou Porta Sementes 36 c - Exploração em corte raso de todas as árvores com exceção das porta sementes. d - Exploração das árvores porta sementes Após o estabelecimento da regeneração natural e com o incremento das espécies selecionadas deve ser efetuadas a exploração das árvores porta sementes. 7.2.2.1.3 - Alto Fuste com Regeneração por Cortes Progressivos ou Sob Cobertura Uniforme: Neste método a regeneração ocorre sobre o abrigo das árvores do antigo povoamento. Aproxima-se ao processo sucessional das florestas naturais, onde as espécies heliófilas preenchem rapidamente as clareiras, dando condições ao desenvolvimento das espécies tolerantes em uma fase posterior. Favorece a regeneração natural sob o dossel formado pelos indivíduos remanescentes, que servem como proteção e fonte de sementes. Esta técnica é indicada para a exploração de florestas naturais heterogêneas inequiânea * Procedimentos a - Corte Preparatório: Visa favorecer as condições de disseminação e Germinação de sementes das espécies desejáveis. Quando as árvores se aproximam do período de rotação, algumas são exploradas, para favorecer a disseminação de sementes. Esta exploração favorece a penetração da radiação solar até o solo, de modo que as mudas existentes e as emergentes possam se desenvolver. b - Corte de Regeneração: Visa estabelecer a regeneração natural emergente. Após alguns anos, a vegetação existente será renovada gradativamente em uma série de explorações secundárias, favorecendo o desenvolvimento das mudas e da regeneração natural mais elevada, das espécies desejáveis. c - Corte de Remoção: Visa elevar a luminosidade para as espécies desejáveis, com a exploração econômica de madeiras. A remoção final da vegetação arbórea é realizada em corte final, favorecendo a uma maior penetração de luminosidade, assegurando o desenvolvimento da regeneração natural, sem contudo deixar o solo exposto. Isto requer maiores cuidados na exploração e implica que, os custos da exploração irão depender do número de operações. COMENTÁRIOS: 37 - Regeneração Natural mais segura que nos métodos descritos anteriormente. - Maior fonte de sementes. - Requer maiores cuidados na exploração , para não danificar as mudas da regeneração natural. - Custos operacionais de exploração, dependem do número de operações. - Menor exposição do solo a processos erosivos. 7.2.2.2 – Método Jardinado ou de Seleção É aplicado a florestas irregulares, onde existem em uma mesma área, árvores com todas as idades em distribuição espacial totalmente irregular. A forma de manejar este povoamento em regime de rendimento sustentável, seria a exploração seletiva, onde só serão retiradas árvores que atingirem a idade e o porte de exploração econômica. Requer um trabalho periódico na floresta durante os quais, as árvores são marcadas e exploradas ao mesmo tempo em que são realizadas as operações silviculturais de melhoramento. A floresta é dividida em tantas parcelas (talhões) quanto forem os anos do ciclo de rotação e as operações anuais seguirão pela ordem, as parcelas. Procedimentos: Seleção e marcação das espécies comercializáveis, acima de um DAP pré-fixado ; Corte das árvores selecionadas, inclusive as doentes, defeituosas e mortas ; Operações destinadas a auxiliar a regeneração natural ( limpezas, raleio, desbaste)etc. A possibilidade de qualquer outra operação silvicultural está condicionada à disponibilidade de recursos financeiros para executá-las. Observações : O ciclo de corte (rotação ) situa-se entre os 10 e 20 anos A determinação da rotação é influenciada por dois fatores fundamentais: O primeiro esta relacionado à concentração de cortes. Quanto mais longo o ciclo de corte, menor a área de exploração anual. (os cortes serão mais pesados e mais concentrados ). O segundo depende da intensidade desejada para as operações silviculturais, as quais serão mais intensas com ciclo de cortes ( rotações ) mais curtos 38 7.2.2.3 – Método Tropical de Alto Fuste Este método transformar a floresta natural heterogênea em floresta homogênea “pauci” espécies “equiâneas”, de elevado rendimento. Favorece a regeneração natural da floresta, sob a proteção da vegetação primitiva, a qual é explorada após o estabelecimento da nova geração, de modo que, as classes de idade, permanecerão confinadas dentro das áreas exploradas e não espalhadas por toda a floresta. Este método é desenvolvido para ser executado em quatro fases A - Fase Inicial – Abertura inicial das copas. Esta atividade é realizada no 1º e 2º ano e esta dividida em duas operações : I - Eliminação das plantas trepadeiras (cipós) e espécies indesejáveis. Deve ser realizada no período das chuvas. Este corte assegura uma maior penetração da luz, melhor arejamento e facilidade de acesso. II - Eliminação das espécies indesejáveis dos degraus inferiores é efetuada pelo envenenamento ou anelamento das árvores. No ano seguinte, durante o período seco, ocorrerá um segundo envenenamento /anelamento das árvores indesejáveis de portes mais elevados (Dossel Intermediário). B ) Operações de Limpeza Efetuadas do segundo ao quinto ano. Visa eliminar a concorrência da vegetação indesejável e ao mesmo tempo, corte das bifurcações (poda ) que podem ocorrer nas espécies desejáveis. C ) Exploração Após os cinco anos de favorecimento da regeneração, a área de corte será explorada. Esta exploração só deve ocorrer nas árvores do dossel superior, ocorrendo o envenenamento / anelamento das espécies indesejáveis. D ) Tratamentos Pós Exploração. Ocorre entre o 7º ao 10º ano, e consiste na condução da rebrotação das árvores provenientes da regeneração natural danificadas durante a operação de exploração. A partir do 10º ano podem ser aplicadas técnicas silviculturais que possam beneficiar o desenvolvimento da regeneração. 7.2.2.4 - Sistema Malaio de Exploração Difere do Método Tropical de Alto Fuste, pelo fato da regeneração não ocorrer 39 realmente sob um alto fuste do tipo clássico. É Indicado para o manejo extensivo de florestas naturais, convertendo-as em florestas homogêneas uniformes. Isto deve ocorrer em prazo mínimo de 12 anos. Procedimentos:Dezoito (18) meses antes da exploração, realiza-se um inventário florestal para verificar a quantidade de espécies desejáveis. Se o número de árvores das espécies desejáveis atingir a um índice igual ou superior à 40% do total das espécies, considera-se como suficiente. A exploração das árvores desejáveis é efetuada um ano após a uma boa produção de sementes e ao envenenamento / anelamento das árvores indesejáveis . Isto deve ocorrer em um período máximo de 1,0 a 2,0 anos após o inventário florestal. Entre o terceiro e quinto ano, são efetuadas quantas limpezas forem necessárias. No sexto ano será efetuada novo inventário para verificar o comportamento da regeneração natural. Entre o sexto e o décimo ano, realiza-se operações culturais. No décimo ano, realiza-se um novo inventário florestal para determinar o rítimo de crescimento e os tratamentos que devem ser efetuados (corte de trepadeiras, envenenamento / anelamento de espécie indesejáveis etc. Se tudo corre bem, a partir do décimo segundo ano, após um novo inventário inicia-se um novo ciclo de exploração. 7.2.2.5 - Método para Florestas Naturais sob Regime de Exploração Extensivo. Procedimentos : a - Levantamento das Espécies Desejáveis Durante o inventário florestal levanta-se a quantidade de espécies desejáveis , observando-se sua regeneração natural. Se a regeneração for boa ( em torno de 40%), prossegue-se com o processo marcando-se de 10 a 20% das árvores com um (DAP) pré- fixado. b - Amostragem da Produção de Sementes das Espécies Desejáveis. Através de um processo simplificado de amostragem na área a ser explorada, efetua-se 40 um levantamento da produção de sementes. c - Exploração das espécies Desejáveis. Após um ano de boa produção de sementes, executa-se a exploração das espécies comercializáveis e eliminação das espécies indesejáveis. d - Tratos Silviculturais Dois anos após a exploração se for necessário, efetua-se operações de limpeza e controle de densidade. COMENTÁRIOS : O solo nunca fica exposto Após o estabelecimento da rotação programada o estrato superior fica formado por indivíduos equiâneos de espécies valiosas. 8.0 - FUNÇÕES DAS FLORESTAS Como funções das florestas, comenta-se sobre os produtos e feitos que estas podem oferecer ou exercer sobre determinados ecossistemas, destacando-se as seguintes: 8.1 - Funções Ecológicas ou de Proteção São as influências ou relações benéficas que as florestas exercem sobre o ambiente em que vivemos, assegurando condições naturais de vida para a sociedade.As florestas podem influenciar diretamente ou indiretamente sobre: 8.1.1 - O Clima O efeito das florestas em relação ao clima, pode ser localizado, atuando sobre: - A radiação solar: A radiação solar tem menos efeito sobre o aquecimento do ar e do solo, no interior da floresta do que fora dela; - As Chuvas: É provável que uma combinação de fatores podem elevar localmente a pluviosidade. A floresta tem influência direta sobre o ciclo hidrológico local e regional. - Umidade Relativa: No interior da floresta a umidade relativa, é muito mais elevada do que em seu exterior. - Os Ventos: A floresta promove a proteção contra a violência dos ventos e ressecamento dos solos. 8.1.2 - A Manutenção da Fertilidade dos Solos Geralmente, as árvores possuem um sistema radicular bem desenvolvido, retirando das 41 camadas mais profundas do solo, nutrientes, que são translocados pela seiva para a parte aérea destes vegetais. Com a queda de folhas, galhos e troncos sobre o solo, inicia- se o processo de decomposição desta matéria orgânica, colocando em disponibilidades nutrientes minerais, retirados dos horizontes sub-superficiais. 8.1.3 - Proteção da Vida Silvestre. As florestas servem como abrigo e refúgio para a fauna silvestre. 8.1.4 - Proteção e Manutenção de Recursos Hídricos - Efeito Esponja: A camada de galhos secos, folhas (serrapilheira) e matéria orgânica sobre o solo, contribuem para uma maior infiltração de água no solo . A destruição da vegetação, da serrapilheira e matéria orgânica do sobre o solo, irá causar uma diminuição no abastecimento dos lençóis d’água subterrâneos, devido a maior dificuldade na infiltração de água e o maior escorrimento superficial. - Mata Ciliar: A preservação da mata ciliar é muito importante, uma vez que a vegetação e a matéria orgânica acumulada sobre a superfície do solo impede o escorrimento superficial da água, facilita a infiltração e controla a vazão de córregos, rios e fontes, evitando o assoreamento dos mesmos. - Controle da Erosão: As modificações na cobertura vegetal podem acarretar a elevação do escorrimento superficial e a conseqüente erosão laminar acelerada em primeiro momento, até o surgimento das vossorocas. A vegetação é a melhor proteção que o solo, pode ter. 8.2 - FUNÇÕES ECONÔMICAS DAS FLORESTAS Consideram-se como funções econômicas das florestas, os produtos, sub-produtos e serviços que estas podem oferecer ao homem, destacando-se as seguintes(BRASIL,1986 ): 8.2.1 - Função Área A existência da floresta, implica na ocupação ou restrições do uso de sua área para outros fins concorrentes, como no caso da agricultura, pecuária, infra-estrutura viária, cidades, represas, etc. 8.2.2 - Produção de Bens Diversos produtos originados nas florestas, sempre foram elementos básicos da vida humana e de sua economia. Dentre estes produtos podemos destacar os seguintes : 42 - Produtos Madeireiros: lenha, material para construção, carvão vegetal, etc. - Produtos não Madeireiros: alimentos, remédios, biocídas, etc. 8.2.3 - Rendimentos e Salários A atividade produtiva em uma floresta, envolve um proprietário, arrendatários, prestadores de serviços, trabalhadores, etc, gerando empregos e salários, de forma direta. Indiretamente os recursos florestal, por ser fonte de energia de muitas indústrias, contribuem para a geração de milhares de empregos em cerâmicas, olarias, siderúrgicas, padarias, etc. 8.2.4 - Capital O estoque florestal e seu incremento, é o maior capital da floresta. 8.3 - FUNÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS 8.3.1 - Lazer e Recreação 8.3.2 - Educação Ambiental 9 – ARBORIZAÇÃO URBANA 9.1 - INTRODUÇÃO / DEFINIÇÕES Entende-se por arborização urbana, toda cobertura vegetal de porte arboreo existentes nas cidades. A arborização urbana, está relacionada ao elementos vegetais arbóreos encontrados dentro de uma cidade, vila etc. 9.1.1 - Espaço Urbano É formado basicamente pelas áreas edificadas como : Casas Comércio e indústrias Sistema viário Áreas destinadas a circulação da população. 9.1.2 -Espaço Livre São as áreas livres de edificações como: 43 Praças Quintais OBS: os espaços livres se contrapõem ao espaço construido. O ESPAÇO LIVRE PODE SER DIVIDIDO EM : 9.1.2 - De uso público, com acesso livre da população: Parques Praças Cemitérios Unidades de conservação. 9.1.3 - espaços livres potencialmente coletivos Universidades Escolas Igrejas 9.1.4 - Áreas livres privadas Jardins Quintais Os espaços livres, ainda podem ser classificados em : 9.1.5 – Áreas Verdes, onde predominam a vegetação arbórea : Praças Jardins públicos Parques urbanos Canteiros centrais de avenidas, trevos, rotatorias etc. Obs: as
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