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Aulas de fisica mecanica 1

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FÍSICA MECÂNICA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cristiano Cruz 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
A observação do movimento de objetos sempre encantou o ser humano, 
o voo dos pássaros, a passagem de um trem, a trajetória de um cometa ou 
meteorito, o movimento dos planetas, estrelas, entre diversos outros. Esse 
fascínio se deve, talvez, por ser a visão o principal sentido sensorial do homem. 
Sempre que há uma alteração no nosso campo visual experimentamos a 
sensação de movimento e nossos olhos são atraídos por esse movimento. 
Essa alteração está relacionada com o movimento físico dos objetos ou com o 
movimento dos nossos olhos. No primeiro caso, o movimento do objeto é 
entendido como uma alteração da localização física do objeto no espaço, no 
segundo como uma alteração da sensibilização da retina. 
Durante os milhões de anos da existência do homem na Terra, ele pôde 
observar e até mesmo registrar o movimento de diversos objetos. Observações 
e registros do movimento dos astros, como: os planetas, estrelas e cometas 
realizados pelos egípcios durante a antiguidade permitiu que eles 
desenvolvessem um calendário astronômico com eclipses, fases da Lua e 
previsão das marés. Tais registros também serviram de base para Nicolau 
Copérnico e, posteriormente, para Galileu Galilei desenvolverem e darem 
sustentação científica para a teoria heliocêntrica. 
Em física, diz-se que um corpo, ou um objeto está em movimento 
quando existe uma mudança na posição do móvel ou de um sistema em 
relação ao tempo, quando medido em um referencial determinado. 
A parte da física que estuda o movimento é chamada de mecânica, a 
qual se divide em duas partes: cinemática e dinâmica. A primeira procura 
descrever o movimento, sem ter em conta as suas causas, enquanto que a 
segunda pretende fundamentar um modelo que estude essas causas. Por 
exemplo, ao observar uma fatia de pão com manteiga caindo da mesa você 
pode se questionar: quanto tempo levará para essa fatia tocar o solo? Ou 
também, com qual velocidade essa fatia irá chegar ao solo? Para encontrar 
respostas para esse tipo de questionamento, você irá necessitar ter 
conhecimentos de cinemática. 
 
 
3 
Por outro lado, se você quiser respostas sobre qual motivo a fatia está 
caindo, ou se ela sofre alguma rotação durante a queda e até mesmo se o lado 
da fatia que contém a manteiga irá cair virada para baixo ou para cima, você 
com certeza não terá êxito para encontrar a resposta se não conhecer a teoria 
envolvida na dinâmica. 
Em nossas aulas iniciais iremos estudar a cinemática, ou seja, o 
movimento de objetos sem se preocupar com a causa do movimento, mais 
precisamente iremos estudar o tipo mais simples de movimento, o movimento 
que acontece em uma linha reta. 
Para total compreensão da teoria envolvida são imprescindíveis o 
conhecimento e as definições de alguns conceitos básicos envolvidos e 
também sua representação física. 
TEMA 1 - REFERENCIAL, TRAJETÓRIA E DESLOCAMENTO 
Referencial 
Por muito tempo as leis da mecânica foram baseadas na teoria 
aristotélica. Aristóteles defendia em sua teoria que o movimento seria absoluto, 
ou seja, deveria ser um só independente de como se observasse esse 
movimento. 
No entanto, Galileu, ao desenvolver sua teoria, provou o contrário, que o 
movimento não seria absoluto, e sim relativo e consequentemente dependeria 
de um ponto de referência. 
Referencial é, portanto, o ponto que se toma como base para se 
observar e realizar uma medida do movimento que se estuda. Ou seja, é a 
referência adotada que nos permite medir uma grandeza física. Normalmente o 
referencial é tomado como um sistema de coordenadas utilizado para se medir 
e registrar as grandezas físicas. Por exemplo: grandezas de posição, 
velocidade, aceleração, campos eletromagnéticos ou gravitacionais etc. 
Um exemplo simples, que pode retratar a teoria de Galileu, é você 
imaginar que está em um estádio acompanhando uma partida de futebol. Você 
está posicionado atrás do gol e observa o goleiro arremeter um chute na bola 
 
 
4 
fazendo um lançamento em direção ao campo do adversário, nessa posição, 
ao observar a trajetória da bola, você a ver fazendo o movimento em linha reta 
de subida e descida, ao passo que, se você se posicionar na arquibancada na 
lateral do campo e observar o lançamento, você verá a bola se movimentar em 
uma trajetória parabólica. Entenda, portanto, que ao modificar a posição em 
que se observa a trajetória da bola, está alterando também o referencial dessa 
observação. O efeito dessa mudança acaba por observar trajetórias diferentes 
para o mesmo movimento, um em linha reta e outro parabólico. 
Trajetória 
A trajetória descrita por um objeto em movimento corresponde ao lugar 
geométrico de todas as posições ocupadas pelo objeto em movimento no 
decorrer do tempo. Este é, portanto, o nome dado ao percurso realizado por 
um determinado objeto no espaço com base em um sistema de coordenadas 
predefinido. 
Dependendo do referencial considerado, a trajetória pode ser retilínea, 
quando o objeto se move em linha reta em relação ao referencial; ou 
curvilínea, quando se move em forma de curva em relação ao referencial 
adotado, ou também outra forma geométrica possível. 
Posição 
Para determinar a posição em que se encontra o objeto que se move em 
certa trajetória, vamos traçar paralelamente a ela uma linha. Por exemplo, se a 
trajetória é, em uma única dimensão, retilínea, iremos traçar paralela a 
trajetória uma linha reta. Em seguida faremos segmentos nessa reta e vamos 
orientá-la, formando um eixo que chamaremos de “x”. O primeiro segmento 
feito será a origem e corresponderá a posição quando x = 0. Os outros 
segmentos serão marcados a cada unidade a partir da origem, de metro a 
metro, ou de quilômetro a quilômetro, entre outras unidades de comprimento 
possíveis, sendo que segmentos à direita da origem serão positivos e à 
esquerda serão negativas. A posição do objeto na trajetória será representada 
apenas por uma coordenada, segmento do eixo “x” será a medida algébrica 
positiva ou negativa, que vai da origem (x = 0) até o ponto, segmento 
considerado. Esta medida é chamada de posição e é representada pela letra x. 
 
 
5 
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a posição é medida em 
metro (m). Nas rodovias brasileiras, a unidade usada para medir a distância é o 
quilômetro (km); nas rodovias americanas, é a milha (mi). 
 
Figura 1 – Posição 
Na figura 1, o carro está se deslocando da esquerda para a direita e 
encontra-se na posição x = + 1m. 
Deslocamento 
Toda vez que o objeto em estudo do movimento se move de uma 
posição para outra, este realiza um deslocamento na trajetória. O 
deslocamento será representado por x, o qual pode ser uma grandeza 
algébrica positiva, negativa ou zero. O deslocamento é obtido pela diferença 
entre a posição final “x” e a inicial “xo”, ou seja, o deslocamento é a variação da 
posição “x”, sendo matematicamente representado por: 
 
Observe este exemplo: 
A princípio o carro estava na posição inicial xo = +1m. Depois de algum 
tempo de movimento o carro encontra-se na posição x = +6m. 
 
 
Figura 2 – Deslocamento 
x = x – xo 
 
 
 
6 
 
O deslocamento realizado pelo carro ( x = x – xo) será: 
 
 
Note que nesse exemplo o deslocamento foi um valor positivo, isso 
significa que o móvel realizou seu movimento no eixo “x” crescente, ou seja, 
conforme ele se desloca os valores das posições em “x” são cada vez maiores. 
Se o movimento ocorrer em sentido contrário, onde os valores de “x”são cada 
vez menores, o deslocamento será negativo. 
Deve-se ter muito cuidado ao se relacionar deslocamento com distância 
percorrida pois estes são conceitos diferentes. A distância percorrida mede o 
comprimento da trajetória descrita pelo móvel e nunca será negativo, e o 
deslocamento é o vetor que une o ponto inicial ao ponto final do movimento do 
móvel, pode ser negativo, positivo ou zero. Por exemplo: após determinado 
movimento em que o móvel sai de determinado ponto, posição, desloca-se por 
10m, faz a volta e retorna para a mesma posição o deslocamento realizado, 
nesse caso, foi zero. No entanto, a distância percorrida é o somatório de todo 
percurso percorrido, ou seja, 20m. 
TEMA 2 - INSTANTE DE TEMPO E INTERVALO DE TEMPO 
Ao acompanharmos o movimento do móvel com um relógio, 
relacionando a cada posição “x” da trajetória alcançada por este, durante o 
movimento, com o tempo marcado no relógio, teremos o instante de tempo 
para cada posição. 
Por exemplo: quando o carro estava na posição xo = +1m o relógio 
marcava to = 2s. 
 
 
x = 6 – 1 = +5m 
 
 
7 
 
Figura 3 – Deslocamento 
 
Depois do deslocamento, o carro encontra-se na posição x = +6m e o 
relógio passou a marcar t = 4s. 
O valor de tempo no início do estudo do movimento to = 2s denota-se de 
instante de tempo inicial, ao passo que o tempo marcado ao fim do movimento 
t = 4s chama-se instante de tempo final. 
Já o tempo total de movimento será chamado de intervalo de tempo ( t) 
e poderá ser obtido pela diferença entre o instante de tempo final e o instante 
de tempo inicial, determinado pela relação: 
Que no exemplo será: 
 
 
Velocidade Média 
A velocidade média ( ) de determinado objeto em movimento será 
dada pela razão entre o deslocamento ( x) realizado pelo objeto e o intervalo 
de tempo ( t) gasto para realizar esse deslocamento. Matematicamente: 
 
Para o exemplo, sendo o deslocamento x = 6 – 1 = +5m e o intervalo 
de tempo t = 4 – 2 = 2s, a velocidade média será dada por: 
 
t = t – to 
 
t = 4 – 2 = 2s 
 
 
 
8 
 
Quando o valor da velocidade média for um valor positivo, significa que o 
móvel se desloca para valores crescentes de “x” e, quando a velocidade média 
obtida for negativa, significa que o móvel percorre a trajetória para valores 
decrescente de “x”. 
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade da velocidade média é 
representada por m/s.. Porém, na prática, é muito frequente referir-se à 
velocidade em km/h. 
Para transformar as unidades de velocidade de m/s para km/h e vice-
versa, utiliza-se a seguinte regra prática. Clique no botão abaixo e veja o 
exemplo: 
Se um automóvel percorrer a distância de 108 km em uma hora, diz que 
sua velocidade média é 108 km/h. Veja que a unidade Km/h não está no 
Sistema Internacional de Unidades. Para transformá-la basta dividir o valor da 
velocidade por 3,6 e o resultado obtido estará em m/s. 
 
Então, 108 km/h ÷ 3,6 correspondem a 30 m/s. 
O inverso também é verdadeiro, para transformar de m/s para km/h, 
basta multiplicar por 3,6. 
TEMA 3 - ACELERAÇÃO MÉDIA E ACELERAÇÃO INSTANTÂNEA 
Velocidade Instantânea 
Em uma competição de atletismo, como a prova de corrida dos 200 m, o 
atleta com maior velocidade média será o vencedor da competição, porém 
 
 
9 
sabemos que durante a prova os competidores não percorreram os 200 m com 
a mesma velocidade, ou seja, em alguns pontos da corrida suas velocidades 
aumentam e em outros pontos suas velocidades diminuem. A velocidade média 
apesar de fornecer algumas informações importantes sobre o movimento, não 
é capaz de nos informar qual a velocidade do móvel em cada posição, em cada 
instante, durante o movimento. A grandeza física capaz de fornecer esta 
informação é chamada de velocidade instantânea ( ). 
Ela mostra como foi o comportamento da velocidade em cada instante 
do movimento. Para isso, a velocidade instantânea é definida como o limite da 
velocidade média quando o intervalo de tempo tende a zero, denominado de 
derivada da posição “x” em função ao tempo “t”, escrito por . 
Matematicamente escrita como: 
 
Apesar de na linguagem cotidiana os termos velocidade, velocidade 
escalar, ou vetor velocidade serem utilizados como sinônimos, na física esses 
termos têm definições diferentes. A velocidade instantânea, bem como a 
velocidade média, são grandezas vetoriais e, contudo, possuem módulo, 
direção e sentido. Já a chamada velocidade escalar média, ou a velocidade 
instantânea escalar média não informam nem direção nem sentido do 
movimento, logo essas grandezas não são vetoriais, e sim grandezas 
escalares. 
Para o cálculo da velocidade escalar média, tomaremos a razão entre a 
distância percorrida e o tempo gasto para descrever essa distância. Assista à 
terceira parte do vídeo desta aula com o professor Cristiano Cruz e tire suas 
dúvidas. 
 
 
 
10 
 
TEMA 4 - GRÁFICO DA POSIÇÃO (X) EM FUNÇÃO DO TEMPO (T) 
Por meio de gráficos, fica mais fácil visualizar o movimento de objetos. A 
velocidade do movimento pode ser determinada a partir de um gráfico da 
posição do móvel em função do tempo. Suponha que o movimento de um 
móvel seja representado pelo gráfico abaixo. 
 
Figura 4 – Gráfico da posição (x) em função do tempo (t) 
 
Iremos calcular a velocidade média do móvel entre os pontos P1 e P2. 
Analisando o triângulo-retângulo formado ao unir os pontos com uma reta 
(hipotenusa) e considerando o deslocamento x e o intervalo de tempo t 
(catetos), o cálculo da velocidade média será obtido pela tangente do ângulo , 
sendo: 
 
 
Agora, se desejamos encontrar a velocidade instantânea em um 
determinado ponto da trajetória, por exemplo no ponto P1, a velocidade 
 
 
11 
instantânea também será igual à tangente do ângulo de inclinação da reta que 
passa pelo ponto P1 tangente a linha do gráfico. 
Observe a figura: 
 
Figura 5 – Gráfico da posição (x) em função do tempo (t) 
Determinação da velocidade instantânea no ponto P1. No caso, a 
velocidade instantânea no ponto P1 será dada por: 
 
Portanto, em um gráfico da posição do móvel em função do tempo no 
movimento em linha reta, a velocidade instantânea em um determinado ponto 
do gráfico é igual à tangente do ângulo de inclinação da reta que passa 
tangente à linha do gráfico no ponto. 
Quando a tangente é inclinada para cima e para a direita, como no 
gráfico x(t) (figura 5), sua inclinação e velocidade são positivas e o movimento 
ocorre no sentido positivo do eixo x. Já quando a tangente é inclinada para 
baixo e para a direita, sua inclinação e velocidade são negativas e o movimento 
ocorre no sentido negativo do eixo x. E quando a tangente é horizontal, a 
inclinação é igual a zero e a velocidade é nula. 
A figura 6 mostra essas três possibilidades. 
 
 
12 
 
 
Figura 6 – Gráfico x(t) indicando a velocidade instantânea em relação à inclinação da 
reta tangente 
Aceleração Média 
A aceleração média é a taxa de variação da velocidade de um móvel ao 
longo do tempo. Assim como a velocidade, a aceleração também é uma 
grandeza vetorial. Apesar de na linguagem cotidiana a aceleração ser 
relacionada com o aumento da velocidade, fisicamente ela pode referir-se tanto 
ao aumento como a redução da velocidade. 
Para o cálculo da aceleração média, suponha que em determinado 
instante de tempo inicial to = 2s o móvel esteja na posição xo = +1m e sua 
velocidade instantânea, nesse ponto, seja igual a e em outro 
instante de tempo t = 4s o móvel esteja na posição x = +6m com velocidade 
instantânea igual a , conforme figura. 
 
 
 
13 
Figura 7 –Aceleração Média 
Define-se aceleração média como a razão (divisão) entre a variação da 
velocidade (velocidade instante final do movimento menos a velocidade no 
início do movimento ), pelo intervalo de tempo ( t). Matematicamente, temos: 
 
Para os dados referidos no exemplo, teremos: 
 
A aceleração média calculada foi de +3m/s2, como a aceleração deu um 
valor positivo, e as velocidades instantâneas também são positivas, isso 
significa que a velocidade está aumentando 3 m/s a cada segundo do 
movimento em sentido de x crescente. Caso o sinal das velocidades 
instantâneas fossem negativas, concluiríamos que a velocidade estaria 
diminuindo 3 m/s a cada segundo do movimento no sentido negativo do eixo x. 
Vale, portanto, esta regra: 
Ao comparar os sinais da velocidade e aceleração, se ambos têm sinal 
positivo, significa que o móvel está no sentido positivo com velocidade 
crescente. Por outro lado, quando os sinais da velocidade e aceleração forem 
ambos negativos, significa que a velocidade está aumentando em sentido 
negativo do eixo x. Agora, quando os sinais da aceleração e velocidade forem 
diferentes, o movimento é retardado, ou seja, a velocidade está diminuindo. Se 
a velocidade é positiva e a aceleração é negativa, o móvel está no sentido 
positivo do eixo x e a velocidade está diminuindo e, se a velocidade é negativa 
e a aceleração é positiva, o móvel está no sentido negativo do eixo x e a 
velocidade está diminuindo. 
Aceleração Instantânea 
Para definirmos aceleração instantânea, iremos seguir o mesmo 
procedimento utilizado para definição de velocidade instantânea. Para tanto, 
iremos tomar o limite da aceleração média quando o intervalo de tempo tende a 
 
 
14 
zero. Na linguagem de cálculo diferencial, a aceleração instantânea é igual a 
taxa de variação da velocidade com o tempo. Definida por: 
 
Podemos também determinar a aceleração instantânea pela derivada de 
segunda ordem da equação de posição (x) em relação ao tempo (t). 
 
TEMA 5 - GRÁFICO DA VELOCIDADE (V) EM FUNÇÃO DO TEMPO (T) 
Analogamente ao que fizemos no gráfico da posição em função do 
tempo para determinar a velocidade média e velocidade instantânea, no gráfico 
da velocidade em função do tempo iremos determinar a aceleração média e a 
aceleração instantânea. 
Levando em consideração que em determinado instante de tempo inicial 
to = 2s, o móvel encontra-se com velocidade instantânea e, em 
outro instante de tempo t = 4s, o móvel esteja com velocidade instantânea igual 
a , ao construir o gráfico da velocidade em função do tempo do 
movimento, teremos: 
 
 
15 
 
Figura 8 – Gráfico da velocidade em função do tempo 
Iremos calcular a aceleração média entre os pontos P1 e P2, analisando 
o triângulo-retângulo formado ao unir os pontos com uma reta (hipotenusa) e 
considerando a variação da velocidade e o intervalo de tempo t (catetos), 
o cálculo da aceleração média será obtido pela tangente do ângulo , sendo: 
 
 
A aceleração instantânea em um determinado ponto do gráfico da 
velocidade em função do tempo é igual à tangente do ângulo de inclinação da 
reta que passa tangente a linha do gráfico no ponto. Observe a figura 9. 
 
 
16 
 
Figura 9 – Gráfico da velocidade em função do tempo, cálculo da aceleração instantânea no 
ponto P1 
Movimento Retilíneo com Aceleração Constante 
O movimento acelerado mais simples de ser estudado é o movimento 
retilíneo com aceleração constante. Nesse tipo de movimento, a velocidade 
sofre a mesma variação em intervalos de tempo iguais. Em um gráfico que 
represente a aceleração constante em função do tempo, temos: 
 
Figura 10 – Gráfico da aceleração constante em função do tempo. 
Como a aceleração é constante o gráfico a(t) é uma linha horizontal e a 
área geométrica abaixo do gráfico limitada por to e t e pelo eixo do tempo 
representa a variação da velocidade ( ) sofrida pelo móvel durante o 
movimento. 
 
 
17 
Outro fator relacionado ao movimento com aceleração constante é a 
igualdade entre a aceleração média e a aceleração instantânea, para obtermos 
uma equação matemática que represente o comportamento da velocidade em 
função do tempo, iremos partir da equação de aceleração média. 
 
Considerando a aceleração e o instante de tempo inicial igual a 
zero to = 0, temos: 
 
Rearranjando a equação, obteremos: 
 
 
Utilizando o mesmo raciocínio, agora para obter a equação de posição 
(x) em função do tempo (t) para o movimento a aceleração constante. Partindo 
da equação, a velocidade média: 
 
Considerando o instante de tempo inicial to = 0 e rearranjando a 
equação, temos: 
 
Deduzindo uma segunda equação, somente válida quando a aceleração 
for constante, podemos determinar a velocidade média como a média 
aritmética da velocidade inicial ( ) e a velocidade final ( ) entre os instantes de 
tempo final e inicial. 
 
 
 
 
 
Sabendo que: 
 
Substituindo ( ) na equação 
anterior, temos: 
 
 
 
 
 
 
Como: 
 
Igualando as duas equações 
obtemos: 
 
Rearranjando a equação, chegamos 
na equação de posição (x) em 
função do tempo (t) válida somente 
para aceleração constante: 
 
 
Figura 11 – Gráfico da velocidade em função do tempo 
 
Em um gráfico da velocidade em função do tempo , a área sob a 
linha do gráfico entre os limites de tempo inicial (to = 0) e tempo final (t) é 
numericamente igual ao deslocamento realizado pelo móvel nesse intervalo de 
tempo. 
 
 
 
19 
 
 
Aplica
ndo no 
trapézi
o 
formad
o no 
gráfico 
 
Como: 
 
 
 
 
 
Como a Área é igual 
ao deslocamento x, 
então: 
 
 
 
 
Quando o movimento ocorre a uma velocidade constante e diferente de 
zero (se a velocidade for nula, há repouso), dizemos ser um movimento 
Lembrete: a área de um trapézio será 
dada por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
uniforme. O movimento retilíneo uniforme é um caso especial de movimento 
onde não há variação de velocidade, portanto a aceleração é nula. Nesse caso 
especial, as equações do movimento se reduzem a uma única equação. A 
equação da posição do móvel (x) em função do tempo (t). Sendo o movimento 
retilíneo e uniforme, aceleração nula, a velocidade coincide com a velocidade 
média e a equação horária é uma equação do primeiro grau. Siga o raciocínio. 
Como: 
 
 
E considerando to = 0: 
 
 
Rearranjando a equação, obtemos: 
 
Queda Livre 
O movimento que mais intrigou os cientistas no decorrer da história da 
ciência foi o movimento em queda livre. Quando um objeto cai ele está sendo 
atraído pela força gravitacional exercida sobre o objeto pelo planeta Terra. 
Durante o século IV a.C., o filosofo Aristóteles, ao observar o movimento 
de objetos em queda livre, chegou à conclusão que objetos mais pesados 
(maior massa) caem mais rápido que objetos mais leves (menor massa) e 
também que as velocidades desses objetos seriam proporcionais às suas 
massas, maior massa maior velocidade e respectivamente. 
Em 1589 d.C., 19 séculos depois de Aristóteles, Galileu Galilei, 
considerado um dos fundadores do método experimental e da ciência moderna, 
afirmou que todos os objetos (corpos) caem com a mesma aceleração 
independente de seus pesos. 
Segundo o historiador Alexandre Koyré, Galileu, com aparatos 
experimentais adequados, provas experimentais e raciocínios exatos, 
demonstrou em repetidas experiências, feitas no alto do campanário de Pisa, 
na presença de todos os outros professores e filósofos da universidade, a21 
falsidade de numerosas conclusões de Aristóteles sobre a natureza do 
movimento. Conta a história também que, para provar que o peso não deveria 
ter qualquer influência na velocidade de queda, Galileu jogou do alto da torre 
de Pisa corpos com diferentes pesos e mediu o tempo de queda de cada um. 
Apesar de Alexandre Koyré afirmar que esse fato seja uma lenda, há relatos na 
literatura de que bolas de 10 gramas e de 1 grama teriam sido lançadas, todas 
chegando ao solo ao mesmo tempo. Isso poderia ser facilmente observado se 
não houvesse a resistência do ar e outros fatores, como a forma e o material 
dos corpos lançados. Na verdade, a afirmação de Galileu ao dizer que todas as 
bolas quando lançadas simultaneamente chegam ao solo ao mesmo tempo só 
seria rigorosamente verdadeira se a experiência fosse realizada no vácuo. 
Atualmente, experiências modernas confirmam, quando os efeitos do ar 
são desprezados, que as ideias de Galileu estão corretas, ou seja, todos os 
corpos independentes de suas massas e forma caem com a mesma 
aceleração e essa aceleração, na superfície da Terra ou próximo a ela é 
constante. 
Portanto, ao movimento de atração gravitacional sofrido por um objeto 
em queda com ausência da resistência do ar e com aceleração constante, 
chama-se queda livre. Vale lembrar que apesar do nome dado ao movimento 
ser queda livre, a mesma teoria se aplica quando o objeto é lançado 
verticalmente para cima, ou seja, está em ascensão. 
A aceleração constante envolvida no movimento de queda livre de um 
corpo denomina-se aceleração da gravidade. Uma grandeza vetorial com 
direção vertical, sentido de cima para baixo e módulo designado por g, onde o 
valor aproximado na superfície terrestre ou próximo a ela é: 
 
Analogamente ao formalismo utilizado na descrição das equações do 
movimento para o movimento retilíneo, mas, nesse caso, como o movimento 
de queda livre ocorre na vertical, consideraremos as posições do movimento no 
eixo y. 
 
 
22 
As mesmas equações utilizadas são válidas, porém trocaremos a 
coordenada “x” por “y” e a aceleração por “g”. 
 Obtendo: 
 
 
 
Assista, a seguir, ao vídeo real sobre a queda de uma pena e um 
martelo caindo ao mesmo tempo, com a mesma variação de velocidade, na 
superfície lunar que não possui atmosfera (portanto, sem a ação da resistência 
do ar). Ele confirma as ideias de Galileu sobre a queda dos corpos sob ação da 
aceleração da gravidade. O vídeo mostra o astronauta Dave Scott, na missão 
APOLO XV, na LUA em 1971 realizando tal experimento. 
http://www.youtube.com/watch?v=HqcCpwIeiu4 
Como você deve ter percebido, o movimento com trajetória retilínea e 
aceleração constante é um caso especial de movimento e de certa forma um 
movimento simples de ser estudado.

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