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Territorialidade da lei penal (CP, art. 5o)
Dá-se o fenômeno da territorialidade quando a lei penal se aplica ao fato cometido dentro do território nacional. Conforme dispõe o art. 5o do CP, a lei penal brasileira aplica-se em todo o território nacional, ressalvado o disposto em tratados, convenções ou regras de direito internacional. Trata-se do princípio da territorialidade temperada ou mitigada.
Por território, no sentido jurídico, deve-se compreender todo o espaço em que o Brasil exerce sua soberania, que abrange:
a) os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais;
b) o mar territorial brasileiro (faixa que compreende o espaço de 12 milhas contadas da faixa litorânea média — art. 1o da Lei n. 8.617/93);
c) todo o espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional (princípio da absoluta soberania do país subjacente
— Código Brasileiro de Aeronáutica, art. 11, e Lei n. 8.617/93, art. 2o);
d) as aeronaves e embarcações:
— brasileiras privadas, em qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro;
— brasileiras públicas, onde quer que se encontrem;
— estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro.
Como se viu inicialmente, há crimes que, embora praticados dentro do território nacional, não se sujeitam à lei brasileira (em função de ressalvas previstas em tratados ou convenções internacionais): isso se dá nos casos de imunidade diplomática. Note-se que a embaixada de um país no Brasil não é considerada território estrangeiro, de modo que, se um crime ali for praticado, a ele será aplicável a nossa lei, a não ser que ocorra um caso de imunidade diplomática.
Exemplo de tentativa: se alguém, com intenção homicida, efetua vários disparos de arma de fogo contra outrem e foge, sendo a vítima socorrida e salva a tempo, esse fato não se amolda ao tipo penal do art. 121 (não houve morte). Também não se enquadra no art. 129 (lesões corporais) porque o sujeito agiu com intenção de matar (o art. 129 pressupõe propósito de ferir, de atingir.). Seria o fato atípico? Não. Para que ocorra o perfeito enquadramento da conduta com a norma, contudo, será preciso recorrer a uma norma de extensão; no caso, o art. 14, II, que descreve a tentativa.
Infanticídio :Assim, se a mãe mata o filho durante o parto, sob a influência do estado puerperal, incorre, aparentemente, nos arts. 121 (homicídio) e 123 (infanticídio). No primeiro, porque matou uma pessoa; no segundo, porque essa pessoa era seu filho e a morte se deu no momento do parto, influenciada pelo estado puerperal. O infanticídio contém todas as elementares do homicídio (“matar” + “alguém”), além de outras especializastes (“o próprio filho” + “durante o parto ou logo após” + “sob a influência do estado puerperal”), o que o torna especial em relação a esse. Percebe-se, então, que toda ação que realiza o tipo do infanticídio realiza o do homicídio, mas nem toda ação que se subsumi ao homicídio tem enquadramento no tipo do infanticídio.
Princípio da intervenção mínima. Somente se deve recorrer à intervenção do direito penal em situações extremas, como a última saída (ultima ratio). A princípio, portanto, deve-se deixar aos demais ramos do direito a disciplina das relações jurídicas. A subtração de um pacote de balas em um supermercado, já punida com a expulsão do cliente do estabelecimento e com a cobrança do valor do produto ou sua devolução, já foi resolvida por outros ramos do direito, de modo que não necessitaria da interferência do direito penal.
 Princípio da fragmentariedade. Trata-se, na verdade, de uma característica do direito penal, mencionada por alguns autores também sob a forma de princípio, estabelecendo que as normas penais somente se devem ocupar de punir uma pequena parcela, um pequeno fragmento dos atos ilícitos, justamente aquelas condutas que violem de forma mais grave os bens jurídicos mais importantes. 
 Princípio da legalidade. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF, art. 5o, XXXIX, e CP, art. 1o).
Princípio da anterioridade da lei penal. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (CF, art. 5o, XL, e CP, art. 2o).
Princípio da insignificância: quando a conduta do agente produzir lesões insignificantes aos bens jurídicos, o fato será penalmente atípico (ex.: furto de uma caixa de fósforos).
Resposta a) Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Estatuto da criança e do Adolescente, pelo fato de ter cometido a conduta típica na data em que ainda não possuía a maioridade penal.
Resposta b) O caso em si trabalhou com o instituto do tempo do crime, logo, há de se mencionar que a teoria adotada pelo Direito Penal é da atividade. Sendo assim, pouco importa o momento do resultado, sendo somente levado em conta o momento da conduta considerada típica.

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